"Disse-lhe Jesus: Maria! - Ela, voltando-se, disse-lhe: Mestre!" - (JOÃO, capítulo 20, versículo 16.)
Dos fatos mais significativos do Evangelho, a primeira
visita de Jesus, na ressurreição, é daqueles que convidam à meditação
substanciosa e acurada.
Por que razões profundas deixaria o Divino Mestre tantas
figuras mais próximas de sua vida para surgir aos olhos de Madalena, em
primeiro lugar?
Somos naturalmente compelidos a indagar por que não
teria aparecido, antes, ao coração abnegado e amoroso que lhe servira de
Mãe ou aos discípulos amados...
Entretanto, o gesto de Jesus é profundamente simbólico em sua essência divina.
Dentre os vultos da Boa Nova, ninguém fez tanta
violência a si mesmo, para seguir o Salvador, como a inesquecível
obsidiada de Magdala. Nem mesmo "morta" nas sensações que operam a
paralisia da alma; entretanto, bastou o encontro com o Cristo para
abandonar tudo e seguir-lhe os passos, fiel até ao fim, nos atos de
negação de si própria e na firme resolução de tomar a cruz que lhe
competia no calvário redentor de sua existência angustiosa.
É compreensível que muitos estudantes investiguem a
razão pela qual não apareceu o Mestre, primeiramente, a Pedro ou a João,
à sua Mãe ou aos amigos. Todavia, é igualmente razoável reconhecermos
que, com o seu gesto inesquecivel, Jesus ratificou a lição de que a sua
doutrina será, para todos os aprendizes e seguidores, o código de ouro
das vidas transformadas para a glória do bem. E ninguém, como Maria de
Magdala, houvera transformado a sua, à luz do Evangelho redentor.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 92.
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