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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Jesus aproximou-se da Terra em Luz - Ivone A Pereira

A força do amor O encerramento do 3º Congresso Espírita Brasileiro, na visão dos Espíritos, relatado por Yvonne A. Pereira. Amigos e irmãos, abraço-os fervorosamente. Nesta oportunidade desejo compartilhar com os companheiros um fato relacionado ao suicídio que resultou numa serie de ações, desenvolvidas ao longo de 18 meses, aproximadamente, mas cujo desfecho superou todas as expectativas, mesmo as inimagináveis. As regiões de sofrimento onde vivem os suicidas, de todas as categorias, são inúmeras e vastas nos planos do Espírito. Brotam de um dia para outro, pois os excessos da Humanidade têm reduzido o tempo de reencarnação para um numero significativo de pessoas. Os atentados contra a manutenção da saúde física, mental e psicológica atingem cifras realmente assustadoras. A campanha Em Defesa da Vida, conduzida pelos espíritas, é ação que ameniza a situação. Mas algo mais intenso e abrangente, que envolva a sociedade, urge ser desenvolvido. Assim, passamos ao nosso relato. Localizamos em determinado nicho, em nosso plano, uma comunidade de suicidas vivendo em situação precária, em todos os aspectos. Chamava a nossa atenção que tal reduto de dor nunca reduzia de tamanho. Ao contrario, contabilizávamos um número crescente, dia após dia. Procurando analisar a problemática por todos os seus ângulos, verificamos que no local, incrustado em espaço de difícil acesso, existia uma espécie de ?escola? ? se este é o nome que se pode utilizar ? cujos integrantes se especializaram em indução ao suicídio; técnicas, recursos e equipamentos sofisticados eram desenvolvidos para que encarnados cometessem suicídio. O suicida era, então, conduzido à instituição e, sob tortura, a alma sofredora fornecia elementos mentais que serviam de alimentos à manutenção de diferentes desarmonias que conduzem o homem ao desespero. Fomos surpreendidos pela existência de tal organização e estarrecidos diante do fato, de como a alienação, associada à maldade, pode desestruturar o ser humano. Após tomar conhecimento dos detalhes, um plano de trabalho foi definido, depois que um mensageiro de elevada região veio até nós. Durante algum tempo pelejamos para sermos adequadamente preparados, inclusive aprendendo a liberar vibrações mais sublimadas, a fim de fornecer a matéria mental e sentimentos puros que pudessem erguer um campo de força energético ao redor do local. Almas devotadas estiveram conosco permanentemente, instruindo-nos, fortificando-nos e nos revelando a excelsitude do amor. Entretanto, era preciso fazer algo mais. Desfazer a organização não representaria, em princípio, maiores problemas; o desafio seria convencer os instrutores a não fazer mais aquele tipo de maldade. Várias tentativas foram envidadas, neste sentido. Orientadores esclarecidos da Vida Maior foram rejeitados e até ridicularizados. Nada conseguíamos com os dirigentes daquela instituição, voltada para a prática do suicídio. Mas a vitória chegou, gloriosa, no final da tarde do domingo ultimo, [1] quando, convidados a participar do encerramento do Congresso, aqueles dirigentes presenciaram a luminosidade do amor. Conseguiram, finalmente, ver o significado da vida, a sua importância e fundamentos. Foram momentos de grande emoção que envolveu a todos nós, quando uma nesga de luz desceu sobre os encarnados e desencarnados no exato instante em que todos, em ambos os planos da vida, se deram as mãos e cantaram a música em prol da paz. A nesga de luz se alargou, cresceu, envolveu a todos. A força do amor jorrou plena e, em sublime explosão, rompeu o ar, circulou sobre a cabeça de todos, espalhou-se como poderosa onda para além do recinto, ganhando a cidade. Brasília se nimbou de luz, no ar, no solo, nas águas. À nossa visão estupefata e maravilhada parecia que uma nova estrela estava surgindo. Os seres da Criação, vegetais, animais e hominais, os elementos inertes, rochas e minerais, as construções humanas, prédios, edifícios, avenidas, bancos, repartições públicas e privadas, residências, tudo, enfim, foi banhado por luz pura e cristalina que jorrava do Alto. Célere, a bela luminosidade espalhou do coração da Pátria para todos os recantos do Brasil, das Américas, da Europa, África, mais além, no Extremo e Médio Oriente, atingindo todos os continentes, países e cidades. Alcançou os pólos do Planeta, girou, em bailado sublime, por breves minutos ao redor da Terra e se prolongou mais além, em direção ao infinito. Jesus tinha se aproximado do Planeta, em brevíssima visita de luz, amor e compaixão. Jamais presenciei tanta beleza e tanta paz! Com afeto. Yvonne Pereira (Mensagem psicográfica recebida por Marta Antunes de Moura, na Federação Espírita Brasileira, em Brasília, no dia 22 de abril de 2010). [1] Domingo, 18 de abril de 2010: dia do encerramento do 3º Congresso Espírita Brasileiro. Todos os presentes cantavam, emocionados, a música pela paz.

O Evangelho e a Responsabilidade. "(...) O Evangelho serve para aliviar as dores da alma, serve para justificar as faltas dos homens, etc., mas é preciso notar que o Evangelho também chama à responsabilidade, exige de cada um de nós o esforço próprio para ser melhor. Há no Evangelho muitas consolações, mas também se encontram muitas advertências, muitas admoestações e muitas reprovações claras. Jesus ensinou e praticou o perdão em toda a sua plenitude, mas Jesus também reprovou o procedimento daqueles que reincidem no erro, daqueles que querem ser perdoados, querem receber muitos benefícios espirituais, mas não se corrigem, não procuram realizar a sua própria reforma moral...".

Artigo publicado na Revista Internacional de Espiritismo - Dezembro de 1953 - Número 11

Já houve quem dissesse, talvez com ironia ou com intuito depreciativo, que o Evangelho serve para tudo, segundo as necessidades ou as conveniências dos homens. De fato, as aplicações do Evangelho, nas diversas circunstâncias da vida, são muito elásticas, senão incalculáveis, pois não há situação em que, tanto na alegria, como na dor, deixem de ter cabimento os ensinos evangélicos. Parece, porém, que o sentido daquela frase é outro. Quando se diz, ali, que “o Evangelho serve para tudo...”, naturalmente o que se pretende afirmar é que os homens se utilizam do Evangelho para tudo, até mesmo para encobrir as suas mazelas ou para justificar as suas fraquezas.
Realmente assim é. Que o diga a experiência da vida prática. Cita-se o Evangelho, constantemente, a propósito de tudo, mas, quase sempre, quando convém buscar apoio da palavra de Jesus para justificar uma atitude incorreta.
É muito raro citar-se o Evangelho com o desejo sincero de encontrar nele a carapuça que cabe a cada um... O Evangelho serve para aliviar as dores da alma, serve para justificar as faltas dos homens, etc., mas é preciso notar que o Evangelho também chama à responsabilidade, exige de cada um de nós o esforço próprio para ser melhor. Há no Evangelho muitas consolações, mas também se encontram muitas advertências, muitas admoestações e muitas reprovações claras. Jesus ensinou e praticou o perdão em toda a sua plenitude, mas Jesus também reprovou o procedimento daqueles que reincidem no erro, daqueles que querem ser perdoados, querem receber muitos benefícios espirituais, mas não se corrigem, não procuram realizar a sua própria reforma moral.
Que disse Jesus à pecadora? Vai, e não peques mais. Veja-se bem: não peques mais... Que quer dizer isto? Que não basta apelar para o Alto, não basta orar muito, não basta pedir o amparo divino: é necessário, é indispensável, também, não Reincidir na falta, esforçar-se para não cair de novo.
O Evangelho não exime o homem da responsabilidade, das conseqüências de seus atos. Cada um tem livre-arbítrio, embora relativo. Quando, porém, o homem quer aliviar a sua responsabilidade ou atenuar as suas faltas, recorre geralmente a uma saída fácil: a carne é fraca, ainda não sou perfeito etc. etc. E lá vem o Evangelho, citado na ponta da língua, para justificar a falta de educação espiritual, a falta de dignidade, a falta de prudência, a falta de “oração e vigilância”, finalmente. Daí dizer-se que o “Evangelho serve para tudo...” Sim, para tudo, porque os homens acham que, com o Evangelho na mão, podem fazer tudo e, depois, se apresentarem como Irresponsáveis. Afinal de contas, ninguém é responsável, porque a carne é fraca; ninguém é responsável, porque este mundo é imperfeito, e aqui não há criaturas perfeitas; ninguém é responsável, porque as exigências do mundo ainda são muito pesadas etc. etc.
Cada um, portanto, quer fugir à responsabilidade e, por isso, recorre logo ao Evangelho. No entanto, o Evangelho ensina claramente o principio da responsabilidade individual, quando diz: coloca, primeiro, o reino de Deus dentro de ti, e tudo o mais virá por acréscimo.
Que significa isto? Significa, simplesmente, que cada um, antes de pedir que as coisas venham do Alto, antes de querer a proteção divina, Deve melhorar-se interiormente, deve fazer um exame de consciência.
Que vem a ser isto, senão o principio da responsabilidade? Jesus disse mais: a cada um segundo as suas obras. Aí está, de maneira clara e iniludível, o principio da responsabilidade.
Muita gente cita o Evangelho apenas quando convém apontar um versículo, uma sentença que possa favorecer uma pretensão ou desculpar um procedimento reprovável. É que nem sempre convém citar o Evangelho, em certos pontos, porque há nas palavras de Jesus expressões fortes e incisivas, com endereço, indistintamente, para quem têm olhos de ver.
Não devemos, finalmente, procurar no Evangelho somente aquilo que nos alivia, que nos dá consolo ou que nos dá justificativa para as nossas faltas, mas devemos procurar no Evangelho, de preferência, aquilo que nos chama ao cumprimento do Dever e ao sentimento de responsabilidade.
Artigo : Deolindo Amorim

Só entrarão no reino dos céus...

Artigo extraído do livro "O Sermão da Montanha" - FEB -
 

 7ª Edição - 6/1989.

“Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no reino dos céus; apenas entrarão aqueles que fazem a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E eu então lhes direi em voz muito inteligível: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que obrais a iniqüidade”. (Mateus, 7:21-23).
O texto em epígrafe, vazado em linguagem clara e precisa, não deixa a menor dúvida que a entrada no reino dos céus é uma questão de observância das leis divinas e não de filiação a esta ou àquela organização eclesiástica, de nada valendo as cerimônias ritualísticas, os exercícios religiosos, ou as confissões de fé que não se façam acompanhar de boas obras.
Os que dizem: “crede, e sereis salvos”; ou: “crede, e não precisareis guardar a lei”, coitados! – são cegos condutores de cegos.
Jesus sempre condenou com veemência as práticas meramente formalistas de religiosidade, e jamais acoroçoou a idéia de que seja suficiente a aceitação deste ou daquele “credo”, para que alguém tenha assegurado sua entrada nas mansões celestiais.
É a obediência aos mandamentos que prova a sinceridade de nossas convicções e a excelência da doutrina que aceitamos.
Quando essa doutrina é de molde a transformar-nos, erradicando de nós as características do “homem velho”, repleto de imperfeições, vícios e mazelas, para substituí-las pelas do “homem novo”, fazendo que em nossa vida se manifestem a honestidade, a brandura, a tolerância e a alegria de fazer o bem, então podemos saber que estamos trilhando o caminho certo, pois “é pelos frutos que se conhece a qualidade da árvore”.
Serão dignos do nome de cristão, os que se limitam a pregar os ensinamentos do Cristo (profetizar em seu nome), mas cujo caráter não se modifica para melhor, e não se mostram nem mais solícitos nem mais fraternos para com os outros? Não!
Os que, segundo os processos kardecistas ou umbandistas, doutrinam Espíritos obsessores, afastando-os daqueles que lhes sofriam o assédio, mas não se doutrinam a si mesmos, continuando com as mesmas fraquezas morais e a mesma falta de caridade no trato com seus semelhantes? Tampouco!
Os que fazem promessas, impondo-se penosas macerações, em demonstrações prodigiosas de fanatismo religioso (que a ninguém beneficiam), mas só cuidam da própria salvação, indiferentes à miséria e ao sofrimento do próximo? Também não!
À semelhança dos fariseus, os quais o Mestre comparou a sepulcros branqueados, formosos por fora, mas que por dentro estão cheios de asquerosidade, esses tais têm piedade apenas nos lábios, pois em seus corações o que há, realmente, é só frieza e hipocrisia.
Batendo na mesma tecla, disse Jesus de outra feita:
“Todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus; mas, ao que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante de meu Pai que está nos céus”. (Mateus, 10:32-33).
Portanto, chamar Jesus Cristo de Nosso Senhor ou Nosso Salvador, entoar-lhe hinos e louvores, será de todo inútil se lhe não seguirmos os preceitos.
Sim, porque “confessar o Cristo diante dos homens” tem o sentido de proceder de conformidade com sua doutrina; significa devotar-se ao auxílio da Humanidade, sem exceção de espécie nenhuma, amparando, ensinando e servindo sempre, tornando-se um veículo da manifestação do Amor e da Verdade no mundo.
Enquanto formos movidos pelo egoísmo e pela vaidade, vivendo tão-somente para a exaltação do próprio “eu”; enquanto nos mantivermos insensíveis à má sorte de nossos irmãos, conquanto nos proclamemos seguidores do Cristo, estaremos negando-o diante dos homens, pois “amando-nos uns aos outros” é que nos daremos a conhecer como verdadeiros discípulos seus. E como “o amor é o cumprimento da Lei”, só quando soubermos amar é que faremos jus ao galardão celestial.

O Reino dos Céus

Artigo publicado no jornal Unificação - Ano IX - Agosto
 

de  1961 - Número 101

“E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O Reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou, Ei-lo ali, porque eis que o Reino de Deus está entre vós”.
(Lucas, Cap. XVII, v. 20/21).

“ E dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta, e cresceu, e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu.

E disse outra vez: A que compararei o Reino de Deus?
É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou”.
(Lucas, Cap. XIII, v. 18/21).

“O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu, e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo”.


(Mateus, Cap. XIII, v. 44).

“ O reino dos céus é semelhante ao homem negociante, que busca boas pérolas.
E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.
O reino dos céus é semelhante a uma rede lançada no mar, e que apanha toda a qualidade de peixes.
E, estando cheia, a puxam para a praia; e assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora”.
(Mateus, Cap. XIII, v. 45/48).

Nos trechos evangélicos supra, o Mestre fez evidenciar que o Reino dos Céus não existe como lugar confinado, como mansão de repouso ou plano de contemplação beatífica.

Asseverando que o Reino dos Céus virá sem qualquer demonstração exterior, e ainda mais, que o tão almejado reino está perenemente entre nós, Jesus definiu, de modo inequívoco, como deveremos concebê-lo.
Evidentemente, se uma criatura vive em paz com sua consciência e é perseverante na observação dos ensinamentos evangélicos, estará, obviamente, vivendo num paraíso. Por outro lado, se qualquer indivíduo apenas pratica iniqüidades e reluta em seguir as veredas do Bem, estará, implicitamente, vivendo num verdadeiro inferno.
O Espiritismo proclama a existência dos planos superiores da Espiritualidade, onde os Espíritos que bem desempenharam o aprendizado nas “múltiplas moradas da casa do Pai”, gozam das bem-aventuranças peculiares àqueles que souberam assimilar as leis do amor. Essas regiões elevadíssimas não são destinadas à inação, ao descanso ou a servirem de reduto para espíritos egoístas que consideram a humanidade como parias ou intocáveis relegados à própria sorte.
No intuito de revelar aos seus pósteros a premente necessidade da preparação das almas para a tarefa dignificante de assimilação do reino dos Céus, o Nazareno fez várias comparações concludentes em torno do verdadeiro sentido em que devemos conceber a existência daquele reino. Naquelas felizes demonstrações o Reino dos Céus foi apresentado sob vários prismas que giram em torno do mesmo significado. Comparou-o, Jesus, ao grão de mostarda, que apesar de ser uma das mais minúsculas sementes, produz enorme vegetação; ao fermento que é capaz de levedar grande quantidade de massa; ao tesouro escondido, que, quando é achado por uma criatura, esta vende tudo quanto tem para adquiri-lo; a uma pérola de grande valor, que, quando achada serve de incentivo para quem a descobrir vender tudo quanto tem a fim de adquiri-la e, finalmente, a uma rede lançada ao mar e que, apanhando grande quantidade de peixes, uns são lançados fora como ruins e outros guardados como bons.
A máxima: “Buscai antes o Reino de Deus e sua justiça e tudo vos será acrescentado”, por si só é suficiente para demonstrar que, abrindo o coração para que nele se aninhe o sentimento do Bem, a criatura estará, tacitamente, recebendo pequena semente que se traduzirá em coisas empolgantes e gigantescas a ponto da criatura se sentir em íntimo contacto com as entidades boas e puras da Espiritualidade Superior, as quais, como aves do céu, dela aproximar-se-ão atraídas pelos vários ramos de virtude que emanam da sua alma.
Aquele que sentir em seu íntimo o despertar para as coisas de Deus deverá se desvencilhar de todas as imperfeições, deixando à margem todos os impulsos menos edificantes. Nesse caso deverá agir como aquele homem que, encontrando uma pérola de alto valor ou um tesouro escondido, se decidiu a dispor de tudo quanto tinha a fim de adquiri-los. O ser que pressentir, no âmago da sua alma, que as primícias do Reino dos Céus o estão bafejando com seus influxos, dada a sua qualidade de pessoa que pretende palmilhar a senda do Bem, deverá abandonar todas as preocupações escusas, os vícios, os maus pendores, a fim de possuir aquele Bem maior.
Fazendo analogia entre o Reino dos Céus e uma rede cheia de peixes, da qual o pescador separará os bons, guardando-os na cesta, e atirando os maus para fora, o Messias nos legou um ensino velado do qual temos que subtrair o espírito que vivifica.
O Reino dos Céus é para todas as criaturas de Deus. A rede generosa é lançada para toda a humanidade, indistintamente, assim como o Senhor derrama da sua infinita misericórdia sobre todos os seus filhos. Muitos, porém, não se contagiam por essas coisas sublimes e, quando ultrapassarem o limiar do túmulo, ocorrerá àquela separação lógica que os Evangelhos nos retratam, simbolizada no levantamento da rede e separação dos peixes: aqueles que se compenetraram dos seus deveres entrarão no gozo das coisas do Alto e aqueles que perverteram suas obrigações, que apenas aninharam o mal em seus corações, serão atirados para os lugares onde haverá choros e ranger de dentes – os planos terra-a-terra onde os espíritos ociosos curtirão as dores oriundas de um dever não cumprido, o umbral tenebroso servirá de cenário para essas criaturas que prevaricaram com os seus deveres.
Quando alguém nos disser que o Reino dos Céus está ali ou acolá, não devemos dar crédito. O tão aspirado Reino está dentro de nós e sua penetração em nosso coração se fará sem qualquer manifestação exterior, ou seja, pela simples prática das boas obras, conforme nos ensina o Cristo, através dos versículos 20 e 21 do Capitulo XVII do Evangelho de Lucas.

Paulo Alves de Godoy