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sábado, 29 de setembro de 2012

PARÁBOLA DA CANDEIA


"Ninguém, depois de acender uma cadeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo de uma cama; pelo contrário, coloca-a sobre um velador, a fim de que os que entram veja a luz. Porque não há coisa oculta que não venha a ser manifesta; nem coisa secreta que se não haja de saber e vir à luz. Vede, pois, como ouvis; porque ao que tiver, ser-lhe-á dado; e ao que não tiver, até aquilo que pensa ter, ser-lhe-á tirado".
(Lucas, VIII, 16-18)
"E continuou Jesus: Porventura vem a candeia para se pôr debaixo do módio ou debaixo da cama? Não é antes para se colocar no velador? Porque nada está oculto senão para ser manifesto; e nada foi escondido senão para ser divulgado. Se alguém tem ouvidos de ouvir, ouça. Também lhe disse: Atentai no que ouvis. A medida de que usais, dessa usarão convosco: e ainda se vos acrescentará. Pois ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até aquilo que pensa ter, ser-lhe-á tirado".
(Marcos, IV, 21-25
1 - CAIRBAR SCHUTEL
A luz é indispensável à vida material e à vida espiritual. Sem luz não há vida; a vida é luz quer na esfera física, quer na esfera psíquica. Apague-se o Sol, fonte das luzes materiais e o mundo deixará, incontinenti, de existir. Esconda-se a luz da sabedoria e da religião sob o módio da má fé ou do preconceito, e a Humanidade não dará mais um passo, ficará estatelada debatendo-se em trevas.
Assim, pois, tão ridículo é acender uma candeia e colocá-la debaixo da cama, como conceber ou receber um novo conhecimento, uma verdade nova e ocultá-la aos nossos semelhantes. Acresce ainda que não é tão difícil encontrar o que se escondeu porque "não há coisa oculta que não venha a ser manifesta". Mais hoje, mais amanhã, um vislumbre de claridade denunciará a existência da candeia que está sob o leito ou sob o módio, e que desapontamento sofrerá o insensato que aí a colocou!
A recomendação feita na parábola é que a luz deve ser posta no velador a fim de que todos a vejam, por ela se iluminem, ou, então, para que essa luz seja julgada de acordo com a sua claridade. "Uma árvore má não pode dar bons frutos"; e o combustível inferior não dá, pela mesma razão, boa luz. Julga-se a árvore pelos frutos e o combustível pela claridade, pela pureza da luz que dá. A luz do azeite não se compara com a do petróleo, nem esta com a do acetileno; mas todas juntas não se equiparam à eletricidade.
Seja como for, é preciso que a luz esteja no velador, para se distinguir uma da outra. Daí a necessidade do velador. No sentido espiritual, que é justamente o em que Jesus falava, todos os que receberam a luz da sua doutrina precisam mostrá-la, não a esconderem sob o módio do interesse, nem sob o leito da hipocrisia. Quer seja fraca, média ou forte; ilumine na proporção do azeite, do petróleo, do acetileno ou da eletricidade, o mandamento é: "Que a vossa luz brilhe diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras (que são as irradiações dessa luz) glorifiquem o vosso Pai que está nos Ceús".
Ter luz e não fazê-la iluminar, é colocá-la sob o módio é o mesmo que não a ter; e aquele que não a tem e pensa ter, até o que parece ter ser-lhe-á tirado. Ao contrário, "aquele que tem, mais lhe será dado", isto é, aquele que usa o que tem em proveito próprio e de seus semelhantes, mais lhe será dado. A chama de uma vela não diminui, nem se gasta o seu combustível por acender cem velas; ao passo que estando apagada é preciso que alguém a acenda para aproveitar e fazer aproveitar sua luz.
Uma vela acendendo cem velas, aumenta a claridade, ao passo que, apagada, mantém as trevas. E como temos a obrigação de zelar, não só por nós como pelos nossos semelhantes, incorremos em grande responsabilidade pelo uso da "medida" que fizemos; se damos um dedal não podemos receber um alqueire; se uma oitava, não podemos contar com um quilo em restituição, e, se nada damos, o que havemos de receber? A luz não pode permaner sob o módio, nem debaixo da cama. A candeia, embora, matéria inerte, nos ensina o que devemos fazer, para que a palavra do Cristo permaneça em nós, possamos dar muitos frutos e sejamos seus discípulos.
Assim, o fim da luz é iluminar e o do sal é conservar e dar sabor. Sendo os discípulos de Jesus luz e sal, mister se faz que ensinem, esclareçam, iluminem, ao mesmo tempo que lhes cumpre conservar no ânimo de seus ouvintes, de seus próximos, a santa doutrina do meigo Rabino, valendo-se para isso do Espírito que lhe dá o sabor moral para ingerirem esse pão da vida que verdadeiramente alimenta e sacia.
Assim como a luz que não ilumina e o sal que não conserva para nada prestam, assim, também, os que se dizem discípulos do Cristo e não cumprem os seus preceitos, nem desempenham a tarefa que lhes está confiada, só servem para serem lançados fora da comunhão espiritual e serem pisados pelos homens. A candeia sob o módio não ilumina; o sal insípido não salga, não conserva, nem dá sabor.
CAIRBAR SCHUTEL
2 - PAULO ALVES GODOY
O mundo já foi contemplado com três grandes revelações: a primeira, quando do advento de Moisés; a segunda, com a vinda de Jesus Cristo e, a terceira, com a revelação do Espiritismo, ou a vinda do Espírito Consolador.
Quando Moisés levou a cabo a primeira, aqueles que o sucederam aureolaram-na com tantos aparatos exteriores e com tantos formalismos inócuos, que os seus ensinamentos se tomaram obscuros. Por isso, Deus, em Seu infinito amor, enviou Seu próprio Filho para trazer a segunda revelação, nova luz que passou a iluminar os horizontes do mundo; contudo, segundo afirma o evangelista João, logo no início do seu Evangelho "os homens temeram a luz porque suas obras eram más".
O Pai de misericórdia e amor, condoído dos homens, que ainda e dessa vez impregnaram a Doutrina do Cristo com sistemas inócuos e incompatíveis com a verdade, enviou o Espírito de Verdade a fim de restaurar as primícias dos ensinamentos do Meigo Rabi da Galiléia.
Veio o Espiritismo e os homens devem agora difundir as luzes de que essa Doutrina dimana, pois a sua finalidade básica " de afugentar da Terra as trevas da ignorância e do obscurantismo, colocando a luz sobre o velador, para que ela, como uma cidade edificada sobre uma montanha, seja vista por todos.
Não se deve jamais, consoante a recomendação de Jesus, acender uma lâmpada e colocá-Ia sob um vaso, porém, deve-se colocá-la sobre o velador, de forma a poder ser vista por todos.
Esse ensino de Jesus objetiva esclarecer que, qualquer pessoa que adquirir conhecimentos em torno de uma verdade, ainda que seja em pequena escala, não deverá guardar a luz desse conhecimento apenas para si, mas procurar divulgá-lo a fim de que todos venham a haurir dos seus benefícios.
Corroborando ainda mais a parábola, em outra parte do Evangelho, afirmou Jesus: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos Céus". (Mateus 5: 16)
Assim como não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte, também resplandecerá a sua luz sobre a Terra, e sobressairá o homem compenetrado dos seus deveres, que se edificou moral e espiritualmente. Por isso, disse Jesus: "Vós sois a luz do mundo", referindo-se aos apóstolos, no entanto, tendo Ele dito que deveríamos nos tornar perfeitos, como perfeito é o Pai Celestial, é óbvio que todos nós temos o potencial para nos transformar em luzes do mundo.
Na Parábola da Candeia, Jesus Cristo preceituou a necessidade de darmos guarida às Suas recomendações, tornando-nos obreiros atuantes e de decisão inquebrantável, projetando-nos, não apenas pelas palavras, mas sobretudo pelos atos. É importante saber, entretanto, que para adquirirmos essa luz interior, há necessidade de nos desvencilharmos das viciações contraídas no desenrolar das vidas pretéritas e, isso se fará, através das reencarnações sucessivas que Deus, por excesso de misericórdia, nos concede.
Existe muita gente guardando, avarentamente, apenas para si, os conhecimentos que adquirem, não tolerando qualquer idéia de espargí-los. Isso sucede com os homens, em todos os campos de atividades humanas. Muitos passam seus conhecimentos apenas para seus filhos ou familiares, não concebendo a idéia de transferi-los a um estranho.
Guardar um ensinamento de ordem espiritual apenas para si, incita danos para o Espírito, uma vez que o Mestre preceituou na parábola que "não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz". De nada adianta uma pessoa que conheceu determinada verdade, guardá-la somente para si, pois o tempo se encarregará de fazer com que ela seja manifesta para todos.
Nos séculos passados, muitas coisas erradas foram apregoadas como verdades fundamentais, e muitos mentores religiosos, com o objetivo de emprestar-Ihes maior autoridade não trepidaram em rotulá-las como "revelação do Espírito santo". Eram condenados às fogueiras os que ousavam delas discordar. Nos tempos modernos, com a ampliação dos sistemas de comunicação, já não poderá prevalecer essa sistemática, imposta pelo processo do "ferro e fogo".
Jesus Cristo veio trazer à Terra um manancial de verdades irretorquíveis, entretanto, essas verdades atentavam contra as inverdades apregoadas pelos doutores da Lei de sua época, e Ele teve que carregar pesada cruz até o cimo do Calvário, onde foi crucificado.
Deveremos, pois, propugnar para que as luzes dos nossos conhecimentos sejam manifestas a todos. Importa sermos como uma cidade edificada sobre um monte, para que as virtudes e a luz, que espargem de nós, sejam vistas e passem a beneficiar a todos.
Complementando os ensinamentos contidos na parábola da Candeia, ensinou-nos o Mestre: "Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grande serão essas trevas. A candeia do corpo são os olhos, de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. Os vossos olhos refletem as trevas ou as luzes que residem dentro de vós".
Os nossos olhos, por sua vez, refletem tudo aquilo que reside no recesso de nossas almas e, como decorrência, devemos procurar nos enquadrar nos ensinamentos dos Evangelhos, processando dentro de nós a REFORMA ÍNTIMA, que Jesus Cristo simbolizou como sendo a conquista do Reino dos Céus.
Paulo Alves de Godoy
3 - RODOLFO CALLIGARIS
Estas palavras de Jesus: "não se deve pôr a candeia debaixo da cama, mas sobre o velador, a fim de que todos os que entrem, vejam a luz", dão-nos a entender, claramente, que as leis divinas devem ser expostas por aqueles que já tiveram a felicidade de conhecê-las, pois sem esse conhecimento paralisar-se-ia a marcha da evolução humana.
Não espalhar os preceitos cristãos, a fim de dissipar as trevas da ignorância que envollvem as almas, fora esconder egoisticamente a luz espiritual que deve beneficiar a todos.
Manda a prudência, entretanto, que se gradue a transmissão de todo e qualquer ensinamento à capacidade de assimilação daquele a quem se quer instruir, de vez que uma luz intensa demais o deslumbraria, ao invés de o esclarecer.
Cada idéia nova, cada progresso, tem que vir na época conveniente. Seria uma insensatez pregar elevados códigos morais a quem ainda se encontrasse em estado de selvageria, tanto quanto querer ministrar regras de álgebra a quem mal dominasse a tabuada.
Essa a razão por que Jesus, tão frequentemente, velava seus ensinos, servindo-se de figuras alegóricas, quando falava aos seus contemporâneos. Eram criaturas demasiado atrasadas para que pudessem compreender certas coisas. Já aos discípulos, em particular, explicava o sentido de muitas dessas alegorias, porque sabia estarem eles preparados para isso.
Mas, como frisa a parábola em tela, "nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente". À medida que os hoomens vão adquirindo maior grau de desenvolvimento, procuram por si mesmos os conheciimentos que lhes faltam, no que são, aliás, auxiliados pela Providência, que se encarrega de guiá-los em suas pesquisas e lucubrações, projetando luz sobre os pontos obscuros e desconhecidos, para cuja inteligência se mostrem amadurecidos.
Os que, por se acharem mais adiantados, intelectual e moralmente, forem sendo iniciados no conhecimento das verdades superiores, e se valham delas, não para a dominação do próximo em proveito próprio, mas para edifiicar seus irmãos e conduzi-los na senda do aperfeiçoamento, maiores revelações irão tendo, horizontes cada vez mais amplos se lhes descortinarão à vista, pois é da lei que, "aos que já têm, ainda mais se dará."
Quanto aos que, estando de posse de umas tantas verdades, movidos por interesses rasteiros fazem disso um mistério cujo exame proíbem,- o que importa "colocar a luz debaixo da cama", nada mais se lhes acrescentará, e "até o pouco que têm lhes será tirado", para que deixem de ser egoístas e aprendam a dar de graça o que de graça hajam recebido.
A vida nos planos espirituais, questão que interessa profundamente os sistemas filosóficos e religiosos, por muitos e muitos séculos permaneceu como um enigma indevassável chegou, porém, o momento oportuno em que deveria "aparecer publicamente", e daí o advento do Espiritismo.
Rasgaram-se, então, os véus que encobriam esse imenso universo, tão ativo e real quanto o em que respiramos, e, à luz dessa nova revelação, a sobrevivência da alma deixa de ser apenas uma hipótese ou uma esperança, para firmar-se como confortadora e esplêndida reaalidade.
Rodolfo Calligaris