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sábado, 15 de setembro de 2012

Chico , Emmanuel e Herculano Pires falam do Capítulo 5 Bem Aventurados os Aflitos, do tema Eutanásia baseada no estudo do item 28.



MATAR  POR  BENEVOLÊNCIA

Francisco Cândido Xavier

Antes da nossa reunião pública, amigos da Guanabara mostraram-nos duas reportagens recentemente lançadas sobre a eutanásia. Éramos um grupo de irmãos debatendo assuntos da atualidade e o problema ¿ii oposto despertou-nos a atenção. Depois de opiniões v;criadas na conversação em curso, o horário nos chamou para as tarefas da noite.
Aberta a nossa reunião de estudos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, com surpresa para nós todos, ofereceu-nos o item 28 do capítulo V, sobre a questão da morte aplicada em nome da benevolência humana.
Diversos companheiros comentaram a lição, após ri que Emmanuel, o nosso caro benfeitor espiritual, compareceu com a página Eutanásia e Vida.


EUTANÁSIA  E  VIDA

Emmanuel

 Amigos da Terra perguntam freqüentemente pela opinião dos companheiros desencarnados, com respeito à eutanásia. E acrescentam que filósofos e cientistas diversos aderem hoje à idéia de se apoiar longamente a morte administrada, seja por imposição de recursos medicamentosos ou por abandono de tratamento. Declaram-se muitos deles confrangidos diante dos problemas das crianças que surgem desfiguradas no berço, ou à frente dos portadores de enfermidades supostas irreversíveis, muitas vezes em estado comatoso nos recintos de assistência intensiva. Alguns chegam a indagar se os pequeninos excepcionais devem ser considerados seres humanos e se existe piedade em delongar os constrangimentos dos enfermos interpretados por criaturas semimortas, insensíveis a qualquer reação.
Entretanto, imaginam isso pela escassez dos recursos de espiritualidade de que dispõem para dilatar a visão espiritual para lá do estágio físico.
É preciso lembrar que, em matéria de deformação, os complexos de culpa determinam inimagináveis alterações no corpo espiritual.
O homem vê unicamente o carro orgânico em que o espírito viaja no espaço e no tempo, buscando a evolução própria, mas habitualmente não enxerga os retoques de aprimoramento ou as dilapidações que o passageiro vai imprimindo em si mesmo, para efeito de avaliação de mérito e demérito, quando se lhe promova o desembarque na estação de destino.
A vista disso, o homem comum não conhece a face psicológica dos nossos irmãos suicidas e homicidas conscientes, ou daqueles outros que conscientemente se fazem pesadelos ou flagelos de coletividades inteiras. Devidamente reencarnados, em tarefas de reajuste, não mostram senão o quadro aflitivo que criaram para si próprios, de vez que todo espírito descende das próprias obras e revela consigo aquilo que fez de si mesmo.
Diante das crianças em prova ou dos irmãos enfermos, imaginados irrecuperáveis, medita e auxilia-os!
Ninguém, por agora, nas áreas do mundo físico, pode calcular a importância de alguns momentos ou de alguns dias para o espírito temporariamente internado num corpo doente ou disforme.
***
Perante todos aqueles que se abeiram da desencarnação, compadece-te e ajuda-o quanto puderes.
Recorda que a ciência humana é sempre um fato admirável, em transformação constante, embora respeitável pelos benefícios que presta. No entanto, não te esqueças de que a vida é sempre formação divina, e, por isto mesmo, em qualquer parte será sempre um ato permanente de amor.

PIEDADE  ASSASSINA

Irmão Saulo

A eutanásia é uma questão ele lógica. Se partirmos da premissa de que a morte é o fim, chegamos natural-mente à conclusão de que matar um doente incurável ou uma criança é um ato de piedade. Mas se partirmos da premissa de que a morte é apenas o fim de uma existência, nossa piedade será assassina. Uma premissa falsa nos leva a um raciocínio criminoso. Para raciocinar de maneira certa precisamos dispor de dados certos sobre o problema que enfrentamos. O materialismo só conhece o corpo e não leva em conta a existência da alma. Ignora por completo o sentido da vida. Seu raciocínio sobre a eutanásia se funda na ignorância.
O espiritualista sabe que a alma sobrevive ao corpo, mas nem todo espiritualista conhece o processo da vida. Seu raciocínio sobre a eutanásia pode levá-lo a um sofisma. Mas o espírita sabe que a vida é um processo de evolução e que cada existência corpórea é o resultado das fases anteriores desse processo. O espírita dispõe de dados seguros e precisos sobre o fenômeno biológico da morte. Esses dados, obtidos nas experiências científicas do Espiritismo, estão hoje sendo confirmados pelas pesquisas parapsicológicas e físicas sobre o transe da morte. Basta a descoberta do corpo bioplasmático pelos físicos e biólogos para advertir os espíritos sistemáticos de que podem estar enganados.
Os inquisidores medievais queimavam os supostos hereges em nome da caridade, para livrá-los do fogo eterno do inferno. Os materialistas atuais pretendem abreviar a morte em nome da piedade racional. Elas por elas, temos o dogmatismo da ignorância tripudiando sobre os direitos da vida. A mensagem de Emmanuel é uma advertência da razão esclarecida e deve ser meditada em todos os seus termos. Não basta lê-la, é preciso estudá-la.

Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos Diversos.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.

Evangelho Segundo o Espiritismo:Provas Voluntárias e Verdadeiro Cilício



• Um Anjo da Guarda •
Paris, 1863
26. Perguntais se é permitido abrandar as vossas provas. Essa pergunta lembra estas outras: é permitido ao que se afoga procurar salvar-se? E a quem espetou-se num espinho, retirá-lo? Ao que está doente, chamar um médico? As provas têm por fim exercitar a inteligência, assim como a paciência e a resignação. Um homem pode nascer numa posição penosa e difícil, precisamente para obrigá-lo a procurar os meios de vencer as dificuldades. Mérito consiste em suportar sem murmurações as conseqüências dos males que não se podem evitar, em perseverar na luta, em não se desesperar quando não se sai bem, e nunca em deixar as coisas correrem, que seria antes preguiça que virtude.
Essa questão nos conduz naturalmente a outra. Desde que Jesus disse: "Bem-aventurados os aflitos", há méritos em procurar as aflições, agravando as provas por meio de sofrimentos voluntários? A isso responderei muito claramente: sim, e um grande mérito, quando os sofrimentos e as privações têm por fim o bem do próximo, porque se trata da caridade pelo sacrifício; não, quando eles só têm por fim o bem próprio, porque se trata de egoísmo pelo fanatismo.
Há uma grande distinção a fazer. Quanto a vós, pessoalmente, contentai-vos com as provas que Deus vos manda, não aumenteis a carga já por vezes bem pesada; aceitai-as sem queixas e com fé, eis tudo o que Ele vos pede. Não enfraqueçais o vosso corpo com privações inúteis e macerações sem propósito, porque tendes necessidade de todas as vossas forças, para cumprir vossa missão de trabalho na Terra. Torturar voluntariamente, martirizar o vosso corpo, é infringir a lei de Deus, que vos dá os meios de sustentá-lo e de fortalecê-lo. Debilitá-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio. Usai, mas não abuseis: tal é a lei. O abuso das melhores coisas traz as suas punições, pelas conseqüências inevitáveis.
Bem outra é a questão dos sofrimentos que uma pessoa se impõe para aliviar o próximo. Se suportardes o frio e a fome para agasalhar e alimentar aquele que necessita, e vosso corpo sofrer com isso, eis um sacrifício que é abençoado por Deus. Vós, que deixais vossos toucadores perfumados para levar consolação aos aposentos infectos; que sujais vossas mãos delicadas curando chagas; que vos privais do sono para velar à cabeceira de um doente que é vosso irmão em Deus; vós enfim, que aplicais a vossa saúde na prática das boas obras, tendes nisso o vosso cilício, verdadeiro cilício de bênçãos, porque as alegrias do mundo não ressecaram o vosso coração. Vós não adormecestes no seio das voluptuosidades enlanguescedoras da fortuna, mas vos transformastes nos anjos consoladores dos pobres deserdados.
Mas vós que vos retirais do mundo para evitar suas seduções e viver no isolamento, qual a vossa utilidade na Terra? Onde está a vossa coragem nas provas, pois que fugis da luta e desertais do combate? Se quiserdes um cilício, aplicai-o à vossa alma e não ao vosso corpo; mortificai o vosso Espírito e não a vossa carne; fustigai o vosso orgulho; recebei as humilhações sem vos queixardes; machucai vosso amor-próprio; insensibilizai-vos para a dor da injúria e da calúnia, mais pungente que a dor física. Eis aí o verdadeiro cilício, cujas feridas vos serão contadas, porque atestarão a vossa coragem e a vossa submissão à vontade de Deus.
27. Deve-se por termo às provas do próximo, quando se pode, ou devemos, por respeito aos desígnios de Deus, deixá-las seguir o seu curso?
• Bernardim •
Espírito protetor, Bordeaux, 1863
_ Já vos dissemos e repetimos, muitas vezes, que estais na terra de expiação para completar as vossas provas, e que tudo o que vos acontece é conseqüência de vossas existências anteriores, as parcelas da dívida que tendes a pagar. Mas este pensamento provoca em certas pessoas reflexões que devem ser afastadas, porque podem ter funestas conseqüências.
Pensam alguns que, uma vez que se está na Terra para expiar, é necessário que as provas sigam o seu curso. Há outros que chegam a pensar que não somente devemos evitar de atenuá-las, mas também devemos contribuir para torná-las mais proveitosas, agravando-as. É um grande erro. Sim, vossas provas devem seguir o curso que Deus lhes traçou, mas acaso conheceis esse curso? Sabeis até que ponto elas devem ir, e se vosso Pai Misericordioso não disse ao sofrimento deste ou daquele vosso irmão: "Não irás além disto?" Sabeis se a Providência não vos escolheu, não como instrumento de suplício, para agravar o sofrimento do culpado, mas como bálsamo consolador, que deve cicatrizar as chagas abertas pela sua justiça?
Não digais, portanto, ao verdes um irmão ferido: "É a justiça de Deus, e é necessário que siga o seu curso", mas dizei, ao contrário: "Vejamos que meios nosso Pai Misericordioso me concedeu, para aliviar o sofrimento de meu irmão. Vejamos se o meu conforto moral, meu amparo material, meus conselhos, poderão ajudá-lo a transpor esta prova com mais força, paciência e resignação. Vejamos mesmo se Deus não me pôs nas mãos os meios de fazer cessar este sofrimento; se não me deu, como prova também, ou talvez como expiação, o poder de cortar o mal e substituí-lo pela bênção da paz".
Auxiliai-vos sempre, pois, em vossas provas mútuas, e jamais vos encareis como instrumentos de tortura. Esse pensamento deve revoltar todo homem de bom coração, sobretudo os espíritas. Porque o espírita, mais que qualquer outro, deve compreender a extensão infinita da bondade de Deus. O espírita deve pensar que sua vida inteira tem de ser um ato de amor e de abnegação, e que por mais que faça para contrariar as decisões do Senhor, sua justiça seguirá o seu curso. Ele pode, pois, sem medo, fazer todos os esforços para aliviar o amargor da expiação, porque somente Deus pode cortá-la ou prolongá-la, segundo o que julgar a respeito.
Não seria excessivo orgulho, da parte do homem, julgar-se com o direito de revolver, por assim dizer, a arma na ferida? De aumentar a dose de veneno para aquele que sofre, sob o pretexto de que essa é a sua expiação? Oh! Considerai-vos sempre como o instrumento escolhido para fazê-la cessar. Resumamos assim: estais todos na Terra para expiar; mas todos, sem exceção, deveis fazer todos os esforços para aliviar a expiação de vossos irmãos, segundo a lei de amor e caridade.
28. Um homem agoniza, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que o seu estado é sem esperanças. É permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim?
• São Luís •
Paris, 1860
_ Mas quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir um homem até a beira da sepultura, para em seguida retirá-lo, com o fim de fazê-lo examinar-se a si mesmo e modificar-lhe os pensamentos? A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que soou a sua hora final. A Ciência, por acaso, nunca se enganou nas suas previsões?
Bem sei que há casos que se podem considerar, com razão, como desesperados. Mas se não há nenhuma esperança possível de um retorno definitivo à vida e à saúde, não há também inúmeros exemplos de que, no momento do último suspiro, o doente se reanima e recobra suas faculdades por alguns instantes? Pois bem: essa hora de graça que lhe é concedida, pode ser para ele da maior importância, pois ignorais as reflexões que o seu Espírito poderia ter feito nas convulsões da agonia, e quantos tormentos podem ser poupados por um súbito clarão de arrependimento.
O materialista, que só vê o corpo, não levando em conta a existência da alma, não pode compreender essas coisas. Mas o espírita, que sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último pensamento. Aliviai os últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo que seja em apenas um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro.
29. Aquele que está desgostoso da vida, mas não querendo abreviá-la, será culpado, indo procurar a morte num campo de batalha, com o pensamento de torná-la útil?
• São Luís •
Paris, 1860
_Quer o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre o de abreviar a vida, e por conseguinte, há o suicídio de intenção, embora não haja de fato. O pensamento de que a sua morte servirá para alguma coisa é ilusório, simples pretexto, para disfarçar a ação criminosa e desculpá-lo aos seus próprios olhos. Se ele tivesse seriamente o desejo de servir à pátria, procuraria antes viver para dedicar-se à sua defesa, e não morrer, porque uma vez morto já não serve para nada. A verdadeira abnegação consiste em não temer a morte quando se trata de ser útil, em enfrentar o perigo e oferecer o sacrifício da vida, antecipadamente e sem pesar, se isso for necessário. Mas a intenção premeditada de procurar a morte, expondo-se para tanto ao perigo, mesmo a serviço, anula o mérito da ação.
30. Um homem se expôs a um perigo iminente para salvar a vida de um semelhante, sabendo que ele mesmo sucumbirá: isso pode ser considerado como suicídio?
• São Luís •
Paris, 1860
_ Não havendo a intenção de procurar a morte, não há suicídio, mas devotamento e abnegação, mesmo com a certeza de perecer. Mas quem pode ter essa certeza? Quem diz que a Providência não reservará um meio inesperado de salvação, no momento mais crítico? Não pode ela salvar até mesmo aquele que estiver na boca de um canhão? Pode ela, muitas vezes, querer levar a prova da resignação até o último limite, e então uma circunstância inesperada desvia o golpe fatal.
31. Os que aceitam com resignação os seus sofrimentos, por submissão à vontade de Deus e com vistas à sua felicidade futura, não trabalham apenas para eles mesmos, e podem tornar os seus sofrimentos proveitosos para outros?
• São Luís •
Paris, 1860
_ Esses sofrimentos podem ser proveitosos para outros, material e moralmente. Materialmente, se, pelo trabalho, as privações e os sacrifícios que se impõem contribuem para o bem-estar material do próximo. Moralmente, pelo exemplo que dão, com sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da fé espírita pode incitar os infelizes à resignação, salvando-os do desespero e de suas funestas conseqüências para o futuro.
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