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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Amor e sexualidade

Publicado por Alberto Almeida

AMOR E SEXUALIDADE

Pergunta – “Têm sexo os espíritos?”           
Resposta – “Não como entendeis, pois que os sexos dependem de uma organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.”
(O Livro dos Espíritos, questão 200)

***

Entre as energias mais poderosas por nós conhecidas está a força sexual inerente à natureza, manifesta em todos os reinos da criação universal, desde o mineral até as culminâncias angelicais, em inabordáveis expressões.
O princípio espiritual, desde o início da sua caminhada evolutiva, traz a sexualidade manifesta em nível muito primário, até alcançar as dimensões mais complexas, quando o princípio anímico passa a se constituir Espírito[1], na sua simplicidade e na sua ignorância, ao despontar no reino hominal, agora apresentando uma sexualidade revestida de novas demandas de expressão, em face da nova posição evolutiva em que se encontra.
A energia sexual, então, embute no ser humano primitivo as características ancestrais conquistadas cumulativamente, tendo no instinto animal a sua última aquisição ainda a reger a sua dinâmica existencial, mormente nas faixas mais primárias do seu desenvolvimento, quando, de modo muito sutil, desabrocham as novas possibilidades que irão compor, com o tempo, a configuração do homem atual.
A sexualidade no espírito encarnado, mediada pela gratificação de que se reveste, tem como funções a reprodução, a troca de energias magnéticas entre os parceiros[2] e a canalização do potencial criativo para outras finalidades superiores[3], quais as construções de obras da cultura, da arte, da assistência, da ciência etc., com vistas ao progresso infinito.
O amor é o penhor de garantia para o exercício de uma sexualidade centrada no equilíbrio e na harmonia. Cabe ao amor assegurar a sustentação da energia sexual, mantendo a ecologia intrapessoal e interpessoal, grupal e planetária propiciadora de paz.
Desta feita, caso o amor não tome parte regendo o sexo, surgem, invariavelmente, várias perturbações, que vão desde as alterações orgânicas até os transtornos psiquiátricos, incluindo os distúrbios socioemocionais e os processos espirituais obsessivos.
Portanto, com a ausência de amorosidade, surgem:
  1. Uma gratificação sexual centrada no gozo fisiológico propriamente dito, incitando o indivíduo a buscar relações para a descarga de sua pulsão libidinosa, transformando suas reações em encontros meramente sexuais, cujo prazer se adstringe ao sexo de superfície; surge daí uma busca por compensação com relações diversificadas e/ou com o aumento da frequência de cópulas, tentando-se, desse modo, contrabalançar a ausência de qualidade na gratificação afetivo-sexual por meio da quantidade de atos e/ou de parceiros sexuais.
  2. Uma reprodução tipificada pela paternidade e maternidade irresponsável; ou então, a criminalização da própria existência quando a gravidez recebe um endereçamento pelas vias do lamentável aborto delituoso.
  3. Uma união sexual com desperdício energético pela descarga libidinal, sem que haja a permuta magnética entre os parceiros da conjugação carnal, em face da ausência de compromisso afetivo, condenando o relacionamento à morte, pois que se reduz a uma interação estritamente corpórea, sem horizontes para a evolução do acasalamento.
  4. Um empobrecimento na utilização da canalização da energia criativa, pela escassez de amorosidade balizando seu direcionamento, e ficando, muitas vezes, como rio caudaloso, sem o controle de uma usina moral, a promover enchentes e calamidades morais de consequências imprevisíveis para todos os que são alcançados pela sua inundação.

Entretanto, quando o amor está presente, conectado às funções da energia sexual, surgem:
  1. Uma gratificação sexual que excede a de natureza fisiológica sem excluí-la, de vez que contempla prazer emocional, intelectual, espiritual etc., transformando o relacionamento em interação plenificante; isto porque a pulsão sexual está inserida numa perspectiva de ecologia global do ser, configurando uma sexualidade de profundidade regida por valores ético-morais, plena de gratificações. Pela qualidade de que se reveste, inclina-se para uma configuração de fidelidade natural à monogamia.
  2. Uma reprodução responsável, com assunção da paternidade e
da maternidade, e com absoluta rejeição da prática criminosa do abortamento como forma de lidar com o produto da concepção.
  1. Uma comunhão afetivo-sexual, com ampla troca de forças
magnéticas como alimento em regime de reciprocidade, assegurando a sustentação do equilíbrio e da evolução crescente do relacionamento de acasalamento.
  1. Uma adequada canalização das forças eróticas – quando experimenta a ausência de conjugação sexual direcionada para outras formas criativas de vida, caracterizadas pela produção do bem, do belo, do bom…, com vastas contribuições para a Humanidade.
***
Importante considerar que o sexo sem amor é mero impulso instintual constituindo o macho e a fêmea, destituído de valores intelecto-morais como categorias que demarcam um novo estágio de manifestação do princípio espiritual, compondo o homem e a mulher como espíritos reencarnados, de modo a dar prevalência aos ascendentes de sua natureza espiritual sobre os de natureza animal que ainda carregam.
Muitos julgam estar amando porque detêm um bom desempenho sexual; todavia, em não havendo amor, experimentam o enfado e a carência como quem esteja sentindo muita sede, não obstante estar tomando muita água… Porém, salgada!
Inúmeras pessoas tentam, em vão, preencher as lacunas amorosas deixadas por figuras representativas de sua história infantil, mormente pai e mãe, por meio do sexo propriamente dito. Destarte, fixam-se em seus parceiros conjugais em processos de transferência psicológica, sem aquilatar, efetivamente, o quanto amam de fato aqueles aos quais se vinculam sexualmente pelo acasalamento.
Incontáveis indivíduos, julgando amar, tão somente buscam sua afirmação de gênero, procurando, por meio da relação sexual, assegurar sua virilidade ou sua feminilidade, na tentativa de dissolver algum conflito da infância, quando foi colocada em xeque sua identidade sexual.
Incalculáveis almas cedem aos apelos sexuais na ânsia de suprir suas carências afetivas, sem que isto se constitua em solução; ao contrário, agravam suas demandas interiores, em face de seus parceiros de encontros eróticos comparecerem com uma sexualidade, às vezes, intensa, entretanto, destituída de qualquer amorosidade.
Várias pessoas procuram o sexo propriamente dito como a única fonte de prazer que se encontra disponível, sobretudo nas classes socioeconômicas mais despossuídas. Sucede, também, que, experimentando o gozo erótico, pensam estar vivenciando o amor.
Frequentes espíritos guardam dificuldades de fidelizar o sexo ao amor, em face de terem vivido reencarnações repetidas alimentando condicionamentos poligâmicos em ambientes e culturas que estimulavam semelhantes procedimentos.
Afinal, quantas outras situações despontam no cotidiano comunicando uma fragmentação entre a sexualidade e o amor e determinando um exercício da libido de maneira disfuncional, senão patológica, que agrava o sofrimento das almas sequiosas de plenitude amorosa.
***
Sexualidade é departamento do espírito, que não se situa numa parte do corpo, muito embora possa se expressar pelo aparelho genital. Contudo, mesmo quando genitalizada, precisa do balizamento de uma ética amorosa, sob pena de, ainda que produza gozo, vir a se transformar em pulsão de angústia e de vazio, de conflitos e de sofrimentos, de compulsões e de transtornos diversos, contaminando a rede de relações afetivas em todas as direções.
No entanto, caso o amor guie a energia sexual, estabelece-se a harmonização e a plenificação do ser, exteriorizando felicidade e evolução, quando e onde o espírito esteja.
E, caso esta vida reflita o mau manejo da libido no passado reencarnatório, pela presença de dores ou de limitações, de exacerbações ou de falhas, de distúrbios emocionais ou de transtornos psiquiátricos, o amanhã será o futuro abençoado de realizações e de (re)encontros promissores, se a ética do amor sustentar o seu curso na atual existência corpórea.

***
“Mestre, esta mulher foi apanhada, em flagrante, adulterando. Na Lei, nos ordenou Moisés serem apedrejadas tais mulheres. Portanto, que dizes tu?”
“(…) Jesus (…) lhes disse: Quem dentre vós estiver sem pecado atire sobre ela a primeira pedra.”
(João, 8:4, 5 e 7)

( extraído do livro “O Amor Pede Passagem”)
http://www.albertoalmeida.net/amor-e-sexualidade/

A culpa tóxica e o rancor

Por: Alberto Almeida

 A CULPA TÓXICA E O RANCOR


Hipócrita! Retira primeiramente a viga do teu olho, e então verás (em profundidade) para retirar o cisco do olho do teu irmão[1]
                                         
*
A culpa e a mágoa são as duas faces que se contrapõem ao perdão.
Primariamente, o remorso é a agressividade dirigida a si mesmo; o rancor, ao outro.
O remorso fala de uma transgressão à lei divina observada quando se age em prejuízo do próximo ou de algo, gerando sofrimento ou desarmonia para fora de si, com igual reflexo para a própria consciência.
Em idênticas circunstâncias, em sentido contrário, sucede quando é o outro quem age lesando-nos, gerando sofrimento ou prejuízos para nós, podendo aí se instalar o rancor contra aquele que também violou a lei de amor.  
O remédio é o autoperdão e o heteroperdão, respectivamente, para a culpabilidade e o ressentimento.
Quando o espírito se detém na culpa, ocorre a presença do remorso indesejável e nocivo àquele que o carrega, por se constituir em culpa tóxica.
A culpa só é desejável quando se apresenta como arrependimento, ou seja, o “cair em si”, o “dar-se conta de”, abrindo espaço para um novo movimento da alma em direção à ação reparadora.
Todavia, no extremo oposto ao cultivo tóxico da culpabilidade está a pessoa que não faz contato com a culpa, mesmo equivocando-se gravemente; não demonstra nenhum incômodo com seus erros, podendo, desse modo, estar revelando a presença de uma sociopatia* caracterizadora de um transtorno mental de alta complexidade.
                                               **
 Reconcilia-te (…) depressa com teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que o adversário não te entregue ao Juiz, e o Juiz te entregue ao Oficial, e sejas lançado na prisão. Amem vos digo que de modo nenhum sairás dali até que restituas o último quadrante*[2] é a advertência de Jesus para os que desejam viver em harmonia, livres do peso amargo da culpa e/ou mágoa.
A sentença é de uma clareza meridiana. Divide-se em dois movimentos bem distintos.
*
 O primeiro movimento: Reconcilia-TE… É a parte que nos cabe, na medida em que desejamos seguir o caminho do perdão. É um apelo para que façamos a nossa parte, aquela que diz respeito somente a nós mesmos, independentemente do outro com quem conflitamos.
Esta etapa fala da nossa relação conosco mesmos, do trabalho interno à revelia do outro, que permanece apenas como espelho através do qual nos enxergamos; é fazer conosco aquilo que só nós podemos concretizar: o autoperdão.
Este caminho é individual, intransferível, inalienável*. É percorrido a despeito de nosso adversário tomar ciência ou não, concordar ou não, estar perto ou distante. Tudo só depende de nós. É trabalho de autorreconciliação, de autoamor, exigindo às vezes muito tempo para a construção do autoperdão* gerador de paz interior.
Portanto, é tratar o remorso e/ou rancor que pesadamente carregamos.
*
Ainda no primeiro movimento, aprofundando e visando a uma análise didática, foquemos, exclusivamente, a culpa.
 A citação evangélica – Reconcilia-TE- revela que habitualmente cometemos erros (ensaios ao aprendizado), posto que o chamado não se restringe à conciliação, mas sim à reconciliação, caracterizando haver reincidência nos equívocos.
Importa saber se há limites para repetirmos os erros que terminam por nos imputar remorsos.
A resposta está na indagação de Pedro ao Cristo:
- Até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?[3]
 Esta era a medida do seu limite para indultar alguém: sete. Mas como a verdade tem mão dupla, logo este também era o número de vezes que Pedro precisaria do perdão dos outros.
Simão, tomando a si mesmo como referência, estabeleceu que seria capaz de perdoar até sete vezes, como a sugerir, inconscientemente, que erraria no máximo até sete vezes, necessitando, portanto, de igual número de perdões dos outros e, por extensão, de autoperdões para concretizar o reconcilia-TE.
O Mestre, no entanto, demonstrou o quanto Pedro não se conhecia, pois que pretendia limites muito ousado para si mesmo. E faz uma nova proposta para a aritmética do perdão de Simão, assinalando:
- Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete[4].
E Jesus tinha razão, de vez que, somente na casa do sumo sacerdote, ele negaria o seu Mestre três vezes, sem falar dos momentos que antecederam o aprisionamento, quando ele dorme mais de uma vez no Monte das Oliveiras, e, ao despertar, fere a orelha do soldado que vem prender o Cristo, em frontal contradição aos ensinos de mansidão e brandura recebidos de Jesus.
Jesus, considerando a fragilidade dos seres humanos, aproveita a ocorrência com o discípulo para propor as setenta vezes sete, indicando a natureza recorrente de falibilidade que caracteriza a humanidade ainda em nível de evolução precária.
Igualmente, deixava implícito aos Pedros-humanos que não só precisaríamos perdoar setenta vezes sete, mas que, e, sobretudo, seríamos capazes de errar em igual montante[5], carecendo do perdão dos outros indefinidamente.
Desta fala de Jesus pode-se deduzir ainda outro ensinamento, num exame mais atento do dia a dia:
- Quantas vezes, pelo mesmo motivo, explodimos em cólera contra um ente querido, ficando, em seguida, carentes de repetidos perdões?
- Quantas crises mórbidas de ciúme, ferindo a pessoa amada, fazem-nos implorar por incontáveis desculpas?
- Quantos episódios repetidos de maus-tratos ao nosso corpo, pela ingestão de substâncias declaradamente nocivas fazem-nos pedir sucessivos perdões ao cérebro?
- Quantos vícios, afetando-nos a saúde pelos prejuízos ao equilíbrio biológico, fazem-nos reiterar súplicas de misericórdia ao corpo?  
- Quantas encrencas por falta de camaradagem com colegas de trabalho impõem-nos renovados pedidos de desculpas?
Enfim, parece que precisamos de setenta vezes sete perdões para CADA UMA DAS ÁREAS FRÁGEIS da nossa vida, posto que incorremos NOS MESMOS ERROS, reeditamos os mesmos ensaios… até fazermos a fixação de um aprendizado.
Assim sendo, seja a culpa, seja a mágoa, o reconcilia-TE significa darmos conta da parte que nos compete num conflito, assumindo a responsabilidade pela cota que nos diz respeito; sem transferi-la ou delegá-la a ninguém, como é usual fazermos projetando* nossa encrenca sobre outras pessoas (adversário, pai, mãe, filho, amigo, etc.), ou sobre os astros, os espíritos, a má-sorte, ou, ainda, sobre a profissão, a cidade, Deus… 
                                               *
O segundo movimento: reconcilia-te... COM TEU ADVERSÁRIO.
Aqui entra em cena o outro pelo qual nos sentimos lesados (rancor), ou a quem lesamos (remorso).
O adversário pode ser alguém (cônjuge, pai, mãe, filho, família, sócio, vizinho, etc.), mas pode também ser algo (nosso corpo, um país, uma profissão, uma doutrina, etc.).
Neste momento, entra em jogo a relação com o adversário, ou seja, um contato com o outro. Requer, por isso mesmo, uma ação de busca do outro, a fim de se estabelecer a segunda etapa da reconciliação.
É desse modo que se cuidará da mágoa presente nas relações como uma energia agressivo-destrutiva, trazendo nomes e tons variados: raiva, ressentimento, ódio, cólera, etc.; ou, então, se tratará da culpabilidade que comparece com tonalidades conhecidas sob os nomes de remorso, pesar, compunção*, contrição, etc.
Aqui, precisamos de uma interação com aquele que ocupa a posição de adversário. É a ação de ir ao encontro do outro, precisando da sua participação e cumplicidade, para se efetivar o perdão total.
Naturalmente que o sucesso dessa busca, nesta etapa, depende também do outro, já que ele é chamado a participar ativamente da construção do perdão, “estendendo a mão”. É construção a dois, solidária, de parceria.    
Se houver disponibilidade de ambos para uma aliança, um acordo, então se fará (enquanto estás a caminho) uma jornada de perdão, até que se conclua o desatamento dos nós do sofrimento, com a dissolução das mágoas/culpas e o (re)estabelecimento dos laços de harmonia e de paz.
Contudo, caso o outro protagonista rejeite o reencontro, evitando o contato por ainda não se encontrar receptivo à aproximação e à conciliação, sejamos aquele que guarda a consciência pacificada de quem, após se reconciliar consigo próprio, ousou ir ao encontro do seu irmão para efetivar o perdão, buscando o equacionamento justo da pendência.
Respeitemos, portanto, o arbítrio* do outro, quando este se decida a evitar o reencontro, seja qual for o motivo da sua recusa.  Como não nos compete violentar a vontade de ninguém, cabe, apenas, o silêncio de quem optou por fazer a sua parte, ficando em paz.
Logo, em fazendo o segundo movimento, nós nos libertamos do rancor e/ou do remorso, e concluímos internamente o perdão, com ou sem a participação do outro.
Assim procedendo, futuramente não será necessária a presença do juiz (a consciência), nem do oficial de justiça (os bons espíritos), tampouco da prisão (um novo corpo, uma nova reencarnação) para a solução das contendas que ficaram pelo caminho.

                                               ***
 (Extraído do livro “O Perdão como Caminho” )





[1] Bíblia Sagrada, Mateus, capítulo 7, versículo 5.
[2] Bíblia Sagrada, Mateus, capítulo 5, versículos 24 e 25.
[3] Bíblia Sagrada, Mateus, capítulo 18, versículo 21.
[4] Bíblia Sagrada, Mateus, capítulo 18, versículo 22.
[5] O Consolador, resposta 338.