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quinta-feira, 28 de março de 2019

HIGIENE DA ALMA (BEM-AVENTURADOS OS LIMPOS DE CORAÇÃO - MT 5:8)

 

I.
IMPUREZAS E SEUS EFEITOS

Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos antigos?

Perguntaram os fariseus e escribas, ao verem alguns discípulos de Jesus comerem sem antes de lavar as mãos (Mc 7:1/5).

Lavar as mãos antes de se alimentar é um bom preceito de higiene, Jesus não estaria contra essa prática, mas escribas e fariseus tornavam esses e outros preceitos, úteis embora mas de ordem terrena, como condição de pureza espiritual.

Por que transgredís vós o mandamento de Deus pela vossa tradição? Respondeu Jesus.
Deus ordenou: Honra a teu pai e à tua mãe. Vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe é corbã (oferta ao Senhor) o que poderias aproveitar de mim, esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe. E assim invalidastes pela vossa tradição o mandamento de Deus (Mt 15:3/9).

Mostrava Jesus que eles, quando lhes interessava, burlavam a lei que, no momento, pretendiam defender.

E, chamando a si a multidão, que vivia sobrecarre¬gada e confusa ante tantas ordenações, disse: Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele, isso é que contamina o homem (Mc 7:15).

Mais tarde, os discípulos interrogaram Jesus a respeito, pedindo explicasse melhor o que queria dizer com isso (Mc 7:20/23), ao que o Mestre complementou:

O que sai do homem isso contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução (perversão de costumes), a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.
POR QUE NOS PREOCUPARMOS EM SER PUROS?

Pelas consequências que as impurezas acarretam.

Impurezas físicas causam odores desagradáveis e, quando se acumulam, acarretam dificuldade das funções, irritações na pele ou dificuldade na audição, e até doenças.

Espiritualmente, as impurezas da alma produzem emanações negativas, desagradáveis, deficiência e desequilíbrio das funções espirituais, e até reflexos no físico.

Ao paralítico de Betesda, que estivera enfermo por 38 anos, Jesus que o curara, disse: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda algo pior (Jo 5:1/15).

II. AÇÃO DO ESPÍRITO SOBRE OS FEUIDOS

Como é possível que o espírito influa no físico? No livro A Gênese, Allan Kardec esclarece, falando das leis e as forças (cap. VI, item 10) e sobre as criações fluídicas (cap. XIV, itens 14/21), que merecem ser consultados. Do muito que ali aprendemos, resumamos o essencial.
FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL

E a matéria cósmica primitiva. Dá origem ao que é material no universo, substâncias e coisas, e à parte material que existe nos seres.

Preenche o espaço e envolve e penetra os corpos.

A esse ECU. são inerentes as leis e forças que regem o mundo e que conhecemos como gravidade, coesão, afinidade, atração, magnetismo, eletricidade ativa, movimentos vibratórios, como o som, a luz e o calor.
FLUIDOS ESPIRITUAIS

E' a denominação de um de seus estados, porque constituem esses fluidos a atmosfera dos seres espirituais.

Nessa atmosfera sutil ocorrem fenômenos especiais. Assim, como a atmosfera de ar veicula o som, a atmosfera espiritual, fluídica, veicula o pensamento.
E é o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, que não se ilumina pela luz do sol ou a artificial.
AÇÃO SOBRE FLUIDOS

Dessa atmosfera fluídica, espíritos retiram elementos sobre os quais agem. O homem age sobre a matéria, e o espírito, sobre os fluidos.
O homem age com as mãos e a força muscular, o espírito, com o pensamento e a vontade.
O homem, no laboratório ou na cozinha, dispõe dos elementos, que junta, separa ou combina, e com as substâncias edifica e constrói.
O espírito, agindo sobre os fluidos, os dirige, aglomera ou dispersa e combina, modificando propriedades, organizando formas.
Seu próprio corpo espiritual é assim formado, mas também as vestes, objetos e ambientes do plano fluídico.

Essa "criação" do espírito é consciente ou não, como também na Terra muitas pessoas respiram, ouvem e digerem, sem saber como tudo isso se processa.
IMPREGNAÇÃO DOS FLUIDOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Em princípio, fisicamente, os fluidos são neutros, nem bons nem maus. Quando recebem a ação do pensamento e sentimento dos espíritos, encarnados ou não, ficam impregnados por eles e, então, adquirem certas qualidades: como, por exemplo, os fluidos de ódio, inveja, tristeza, ou os de benevolência, alegria e compaixão, que causam efeitos diversificados, excitantes ou calmantes, reparadores ou repulsivos.

Pensamentos e sentimentos maus corrompem os fluidos, como agem os ácidos; os bons os restauram, equilibrando, fortalecendo; os iguais se combinam, os diferentes se repelem e os bons superam os maus, pois a lei divina estabelece sempre o predomínio do bem, do que é positivo.

Pelos nossos pensamentos e sentimentos, quando constantes e intensos:
Imprimimos características especiais:

- nos fluidos do nosso perispírito, acarretando efeitos benéficos ou maléficos sobre nosso corpo. Ex. Os fluidos de tristeza podem causar languidez, depressão; os de cólera, aceleração prejudicial, excitação.

- nos fluidos ambientes, em que, a seguir, temos de viver. Assim, o fumante que impregna de nicotina suas próprias vias respiratórias mas, pela fumaça que expele, embaça a atmosfera em que ele mesmo tem de respirar.

Estruturamos nossa aura

Emanamos usual e constantemente um tipo de fluido que nos envolve e acompanha em todos os nossos movimentos. É a nossa atmosfera individual, como diz Allan Kardec, ou a "túnica de forças eletromagnéticas", o "hálito mental", de que fala André Luiz.

No desencarnado, a aura resulta apenas das emanações perispirituais; no encarnado ela é a difusão dos campos energéticos que partem do perispírito (que não fica circunscrito pelo corpo, irradia ao seu derredor, formando um halo em volta do corpo físico), mais as irradiações das células físicas.

Pelos fluidos que irradiamos, e o ambiente que formamos, assim, os espíritos podem saber, sem que precisemos falar, qual o tipo, a natureza, de nossos pensamentos e sentimentos habituais.

Estabelecemos afinidade fluídica

Conforme o tipo de fluidos que produzimos habitualmente, oferecemos afinidade, possibilidade de combinação, com os fluidos dos que pensem ou sintam igual a nós. Essa combinação resulta em aumento de nossa potência fluídica, ou em "brecha", quando enseja a corrupção de nossos fluidos ou assimilação de fluidos inferiores.

Conclusão

Há relação de causa e efeito entre espírito e corpo e as impurezas espirituais podem causar desequilíbrio espiritual, sintonia com outras influências semelhantes, refletindo prejudicialmente no físico.
Importa ser puro para manter a nossa integridade, nosso equilíbrio, e ser feliz!
III. IDENTIFICAÇÃO DAS IMPUREZAS

Sofremos angústia, insatisfação, doenças, desarmonias. E' sinal de impurezas, como disse Jesus, dentro do coração. Vigiai, diz Salomão, dia e noite o coração, porque é dele que nos vem, todo o mal e todo o bem, lembra-nos o Marquês de Maricá.

As impurezas estão no coração, no interior de nós mesmos. O sentimento íntimo é que leva a agir e causar efeitos, Como vigiar o coração, examinar o nosso íntimo? Para isso temos a consciência.

Vinícius diz que o espelho reflete nosso exterior: postura, veste, penteado, e a consciência reflete o nosso interior; o caráter, o sentimento. Estamos sabendo usar o espelho da consciência?

Costumamos consultá-lo?

E como está nossa consciência: é um espelho bem polido? Superfície bem plana, regular? Ou está embaçado, com irregularidades?

Se for assim, teremos imagens distorcidas da realidade interior. Existem atos que para o selvagem parecem "normais", como a antropofagia, e que podem causar horror e asco aos civilizados.

Para que nossa consciência possa ser um bom espelho é preciso que esteja evangelizada. Ao jeito do mundo, pode parecer que Tudo está bem! Somos bons! Mas, espelhando-nos no Cristo, veremos as causas de nossas impurezas, que oferecem sintonia a espíritos inferiores e acarretam males a nós próprios e ao nosso redor.
IV. HIGIENE DA ALMA

Ao enxergar impurezas em nós, certamente vamos querer nos limparmos, para nos libertarmos das angústias e males. Mas como é difícil mudar sentimento e pensamento!

Ação externa

Comecemos pela expressão deles. Se não podemos deixar de sentir e pensar no mal, pelo menos não cheguemos à ação.

Não é sermos "sepulcros caiados"?

É Jesus quem recomenda evitemos de concretizar o mal, quando diz:

Se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti (...) se o teu olho te escandalizar, arrancão e lança-o para longe de ti. Não quer o Mestre que nos mutilemos, mas, que vigiemos o que nos vai no íntimo e controlemos os órgãos do sentido, nossa locomoção e ação.

Confirmando o ensino evangélico, o Espiritismo esclarece: Há pecado por pensamento (O Evangelho segundo o Espiritismo, 7, item 7), porque os fluidos atendem ao seu comando. Quem pensa no mal e nisso se compraz, alimenta o desejo, o mal está na plenitude de sua força, o progresso por se fazer. A quem o pensamento do mal acode mas contra ele reage, há progresso em vias de realizar-se. Naquele que nem sequer concebe mais a idéia do mal, o progresso já está realizado.

Ambiente

O meio em que convivemos influi bastante, na medida em que, se falta censura social, há maior facilidade para a expressão do mal que mora no íntimo.

Influi, também, porque, pensando e sentindo, gastamos fluidos, perda que compensamos haurindo fluidos do exterior. Se o ambiente fluídico em que estivermos for espiritualmente insalubre?

Absorveremos fluidos maus.

Mas o lírio, mesmo no lodo, no meio da podridão, não consegue permanecer alvo e puro? Sim, porque nasceu lá, mas, se tivesse de nele penetrar, não se contaminaria? Deus o prendeu lá por raízes, mas ele abre suas pétalas acima do lodo. Se ficar no mesmo nível, se prejudicará.

Jesus não convivia com pecadores? De fato, e dizia: "Os sãos não precisam de médico mas os enfermos". Mas é que estava com eles como o médico convivendo com os enfermos.
Médico das almas, tinha sabedoria e resistência moral para lidar com eles, ajudando-os sem se contaminar. Enquanto nós somos ainda convalescentes das mesmas moléstias da alma.

Os pecadores queriam conhecer Jesus e sua mensagem para sararem, por isso iam até ele, que os recebia caridosamente. Nós, porém, queremos ir ao ambiente mau, para quê?

Quando Jesus ou seus discípulos iam aos ambientes maus, era a trabalho, não para diversão, e não se demoravam. E Jesus recomendava:

Não ireis pelo caminho dos gentios nem entrareis em cidade de samaritanos (Mt 10:5), porque eram ambientes fluídicos que podiam influir negativamente.

Sem deixar de socorrer aos que precisem, quando necessário, evitemos frequentar os maus ambientes, em que os fluidos são prejudiciais.

Ação interna

Purificai as mãos, pecadores, aconselha Tiago, em sua carta (4:8), significando controlai a ação externa, o ambiente; e vós, de duplo ânimo, quem tiver maior disposição para o bem, para o progresso, purificai os corações. A correção do íntimo vai requerer um esforço maior.

Será difícil demais a purificação de nossa alma?

Permitam uma analogia singela. A borracha que estávamos usando para apagar o que estava escrito ficou suja. Como a limparemos?

Empregando-a na sua própria função, porém em papel limpo.

Também temos a faculdade de nos limparmos, no próprio exercício de nossas funções naturais: pensar, sentir e querer.
E assim que agimos sobre os fluidos, damos a eles características. Se queremos renovar nosso interior, basta pensar, sentir e querer, porém não repetindo atividades inferiores e, sim, nos aplicando em atividades nobres, como a oração, o estudo e o serviço espiritual e fraterno.

Já fazemos tudo isso! Sim, esporadicamente, com intermitência e misturado com o mal. Por isso não mantemos constantemente um bom estado vibratório, elevado, sereno.

Ainda bem que ao menos o fazemos de vez em quando. A um repórter que duvidava dos efeitos duradouros das reuniões para despertar o fervor religioso, o evangelista ponderou: Os efeitos de um banho não duram muito, mas precisamos do banho e nos faz bem.

Porém, só a ação equilibrada e constante pode nos dar a segurança de ter sempre uma boa estabilidade moral e física.
O PASSE

E como um banho de fluidos bons! Um recurso de renovação, de purificação fluídica, ou como diz Emmanuel, uma transfusão de energias psicofísicas de uma pessoa para outra.

Pode dar passe quem está bem de saúde e tem fluidos bons, porque sabe manter o equilíbrio emocional, bons pensamentos, sentimentos e atos.

Quem fizer o mesmo também terá bons fluidos e geralmente não precisará tomar passe.

Deve receber passe quem está carente de fluidos, enfermo, em desgaste emocional ou por estar sofrendo grande influência de espíritos sofredores ou maus.

O passe é, então, recurso misericordioso, providencial, ajuda a recompor as energias e a prosseguir caminhando.

Mas quem está equilibrado, com boa vitalidade, não deve tomar passe, porque ele é como um remédio, só toma quem precisa.

Para receber bem o passe, o assistido precisa estar receptivo, desejoso de receber a ajuda, e confiante no seu bom efeito, o que pode ser conseguido com uma orientação fraterna, a preleção evangélico-doutrinária e a prece.

Para o bom efeito do passe durar, quem o recebeu deverá manter a boa conduta, corrigindo atitudes erradas, cultivando bons pensamentos e sentimentos, procurando praticar atos bons. De outro modo, os bons fluidos recebidos no passe serão consumidos rapidamente, porque as atitudes e ações erradas provocarão novos desgastes, fazendo que volte a ficar carente.

Se insistirmos demais em receber passe, sem valorizar o auxílio fluídico recebido pela manutenção da boa conduta, o passe pode acabar deixando de fazer efeito em nós, porque ele é como um empréstimo para quem está em penúria, mas não para que vivamos indefinidamente à custa de outros. A lei divina não permitirá isso, pois dá "a cada um segundo suas obras".
COURAÇA FLUÍDICA

O perispírito é uma fonte fluídica permanentemente ao dispor de nosso pensamento e vontade. Podemos formar nele para nós como que uma couraça fluídica que neutraliza, modifica e repele os maus fluidos.

A solução, portanto, está no agir de cada criatura.

Um dos fariseus convidou Jesus para jantar. O Mestre aceitou, entrou em casa dele e tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com unguento.

Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo:

Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.

Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse:

— Simão, uma coisa tenho a dizer-te.

Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia 500 denários e o outro 50. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?

- Suponho que aquele a quem mais perdoou.

— Julgaste bem. Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta com bálsamo ungiu os meus pés. Por isso te digo:

Perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.

Quem ama age e age bem, corrigindo ou compensando erros.

Quem ama pouco, não age suficientemente para o bem; nessa pouca atividade para o bem, encontra sua própria condenação.

Dedicando-nos ao bem apagaremos o mal em nós; iremos nos purificando, nos libertando do erro.

Não apenas isso. Passaremos a sentir a vida em maior plenitude, a perceber mais e melhor em nós mesmos, a pujança do espírito e seu mundo maravilhoso.

Então, entenderemos a afirmativa de Jesus:

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus (Mt 5:8).
Therezinha Oliveira

sábado, 1 de novembro de 2014

Passe Diferente

Passe Diferente

Indispensável estudar o Espiritismo. A Doutrina Espírita, tese'>síntese da Religião, é sagrado binômio de evolução psíquica, cuja dinâmica poderemos conceituar como: Jesus iluminando o coração e Kardec ilustrando o raciocínio.
Vez por outra, porém, repontam teorias de arribação.
No campo do passe, a exemplo, muitos corações já foram assaltados por inusitadas e alienígenas informações, estranhas à simplicidade profunda da Doutrina Espírita.
Produzem estas inquietudes:
- Na doação de energias aos que sofrem, na operação de substituir a molécula malsã por uma sã, estaríamos operando com o passe magnético ou espiritual? Que categoria de passes serviria a este ou àquele enfermo? Quem transmite passe ao adulto, poderá fazê-lo à criança?
O impasse poderá levar-nos a titubear.
Em verdade, contudo, no Espiritismo sempre foi muito claro que a transfusão ocorrida num passe é sempre de natureza fluídica. E o fluido e o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele" (1).
A ação magnética ou espiritual provém de uma só fonte.
Há, no mundo, reprisamos, um único elemento primitivo, o fluido universal, sendo todos os corpos, todas as formas vivas ou inanimadas, todas as manifestações de vida, mera variedade de condensação ou coesão da mesma energia.
A própria Ciência, hoje energética, consagra a unidade.
No considerar o tema, em "A Gênese", Kardec desce a detalhes, esclarecendo que a ação do passe pode produzir-se de muitas maneiras. Alinha as três fundamentais:

Pelo próprio fluido do passista;
Pela atuação direta de um Espírito, sem o concurso do passista (beneficiando todos os necessitados, independentemente de sua crença religiosa, de seu grau evolutivo, inclusive sem o conhecimento e o reconhecimento dos beneficiários);
Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o passista, imprimindo ao fluido natural do passista qualidades de que ele carece.
Na falta do termo passista, tão comum na atualidade espírita brasileira, Kardec os denominava magnetizadores, a fim de diferenciá-los dos médiuns de cura. A mediunidade de cura é "o dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação" (2).
Hoje, os magnetizadores são chamados passistas.
Observemos, ainda, que a participação de um Espírito, na doação do passe, não se reconhece pela sua manifestação ostensiva, isto é, pela precipitação do fenômeno de incorporação ou de psicofonia ou de efeito físico. A participação é esse "derramar de fluidos, imprimindo ao fluido natural do passista as qualidades de que ele carece".
Ainda em "O Livro dos Médiuns" (3), Kardec formula nove questões, cujas respostas aclaram definitivamente o tema. Dentre elas, destacamos apenas uma:

Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a força de que se utiliza, não parece que seja intermediário de nenhuma potência estranha.

R. É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio. Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias.
A clareza, aí, é gritante!

O passe é sempre o passe.
Gestos, postura física, ginásticas rítmicas, rituais na operação do passe, são meros hábitos alimentados pelos passistas ou pelos que os instruíram. Originam-se da superstição que "pode emprestar virtudes quaisquer a certas palavras (ou atos) e somente Espíritos ignorantes ou mentirosos podem alimentar semelhantes idéias, prescrevendo fórmulas" (4). O parêntese é nosso.
Uma classificação de passes, para atender este ou aquele enfermo, físico ou espiritual, só seria possível se conhecêssemos e pudéssemos manipular a "química dos fluidos". Quem, porém, entre nós, se aventuraria a afirmar conhecer a natureza intrínseca dos fluidos, a ponto de combiná-los, alterá-los, transubstanciá-los, se deles só sabemos que existem por seus efeitos?
Serão bons ou maus, de acordo com nossos pensamentos.
Nenhum de nós, todavia, vai além dessa noção rudimentar, embora preciosa. Não que estejamos proibidos de pesquisar. Ocorre que estamos impedidos, nesse campo, pelas atuais limitações de nossos sentidos e por falta de aparelhagem apropriada para suprir-nos as deficiências da espécie.
Salvo fantasias primárias, de extremo mau gosto, nunca deveremos repletar esse belo departamento do Espiritismo com afirmações apressadas, levianas até, querendo criar escolas à parte, tão-somente pelo prazer de passear nossa vaidade entre os homens.
Sendo a essência da constituição infantil exatamente a mesma da do homem adulto, todo argumento que se articule para justificar a existência de 'F passistas infantis" e um artificialismo próprio de quem ignora ou faz ignorar as leis espirituais que Kardec examinou e reexaminou, no contexto da Codificação.
A mãe, acariciando o filho, transmite-lhe fluidos, da mesma forma que ao acariciar o companheiro de sua caminhada terrena.
Poderemos ter preferência pelas crianças, num atendimento de tendências pessoais; nunca, porém, porque os fluidos que se destinam à infância sejam, fundamentalmente, diversos dos que se canalizam para o adulto.

O passista não possui poderes mágicos.
Se algumas vezes, por intuição do Espírito que nos orienta no passe, somos informados do órgão enfermo, não se faz necessário que saiamos da simples imposição da mão. No centro do cérebro localiza-se a glândula chamada epífise, o leme da alma, que reabastece e mantém o equilíbrio fluídico de todos os departamentos do organismo. Envolvê-la nas radiações fluídicas equivale a aplicar uma injeção, cujo líquido circulará por todo o corpo, através das correntes sangüínea, até atuar sobre a parte' desequilibrada.
O efeito salutar do passe - é desnecessário encarecer, por muito conhecido de todos fica sempre na dependência do quadro espiritual do assistido. Ele, o assistido, é quem determina, não raro contra a boa vontade do agente transmissor, a renovação ou a repulsão dos fluidos.

É uma questão de afinidade.
Jesus, definindo tal dependência e alertando-nos de que a regeneração física ou psíquica da criatura é obra dela mesma, embora com o amparo de outros', diante de cada cura operada enunciava com clareza e convicção:
- A tua fé te salvou.
Não era uma afirmação convencional de humildade.
Sabia o Mestre, esclarece-nos o Espiritismo, que sem um campo propício para restabelecer-se, criado pela mente do enfermo, nenhuma regeneração se opera.
Vale, sempre, reler Kardec.
Não deveremos tornar obscuros princípios claros.
A beleza da Doutrina reside no seu retorno à verdade do Evangelho, desvestindo-se das alfaias humanas e rompendo com os elos que nos escravizavam ao primarismo espiritual milenar.
Toleremos as teorias diferentes, mas não vivamos com elas.

Roque Jacintho

Bibliografia
"A Gênese", de Allan Kardec, cap. XIV, item 31.
"O Livro dos Médiuns", Allan Kardec, questão 175.
'Idem, ibidem questão 176.
Idem, Ibidem, questão 176, item 9.
(Passe e Passista – Ed. Luz no Lar)

domingo, 21 de setembro de 2014

OBSESSÕES E POSSESSÕES



(A Gênese - Os milagres segundo o Espiritismo - cap. XIV - Os fluidos - II - Explicação de alguns fenômenos considerados sobrenaturais - Obsessões e possessões, itens 45 a 49.)

45. Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em consequência da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, que é um dos efeitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada uma prova ou uma expiação e aceita com esse caráter.
Chama-se obsessão à ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Ela oblitera todas as faculdades mediúnicas. Na mediunidade audiente e psicográfica, traduz-se pela obstinação de um Espírito em querer manifestar-se, com exclusão de qualquer outro.
46. Assim como as enfermidades resultam das imperfeições físicas que tornam o corpo acessível às perniciosas influências exteriores, a obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau. A uma causa física, opõe-se uma força física; a uma causa moral preciso é se contraponha uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se o corpo; para garanti-la contra a obsessão, tem-se que fortalecer a alma; donde, para o obsidiado, a necessidade de trabalhar por se melhorar a si próprio, o que as mais das vezes basta para livrá-lo do obsessor, sem o socorro de terceiros. Necessário se torna este socorro, quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão, porque nesse caso o paciente não raro perde a vontade e o livre-arbítrio.
Quase sempre a obsessão exprime vingança tomada por um Espírito e cuja origem frequentemente se encontra nas relações que o obsidiado manteve com o obsessor, em precedente existência.
Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É daquele fluido que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode ser eliminado por outro igualmente mau. Por meio de ação idêntica à do médium curador, nos casos de enfermidade, preciso se faz expelir um fluido mau com o auxílio de um fluido melhor.
Nem sempre, porém, basta esta ação mecânica; cumpre, sobretudo, atuar sobre o ser inteligente, ao qual é preciso se possua o direito de falar com autoridade, que, entretanto, falece a quem não tenha superioridade moral. Quanto maior esta for, tanto maior também será aquela.
Mas, ainda não é tudo: para assegurar a libertação da vítima, indispensável se torna que o Espírito perverso seja levado a renunciar aos seus maus desígnios; que se faça que o arrependimento desponte nele, assim como o desejo do bem, por meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particularmente feitas com o objetivo de dar-lhe educação moral. Pode-se então ter a grata satisfação de libertar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito.
O trabalho se torna mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, para ele concorre com a vontade e a prece. Outro tanto não sucede quando, seduzido pelo Espírito que o domina, se ilude com relação às qualidades deste último e se compraz no erro a que é conduzido, porque, então, longe de a secundar, o obsidiado repele toda assistência. É o caso da fascinação, infinitamente mais rebelde sempre, do que a mais violenta subjugação. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII.)
Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor.
47. Na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por uma como teia e constrangido a proceder contra a sua vontade.
Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte. A possessão, conseguintemente, é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, pela razão de que a união molecular do perispírito e do corpo só se pode operar no momento da concepção. (Cap. XI, nº 18.)
De posse momentânea do corpo do encarnado, o Espírito se serve dele como se seu próprio fora: fala pela sua boca, vê pelos seus olhos, opera com seus braços, conforme o faria se estivesse vivo. Não é como na mediunidade falante, em que o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um desencarnado; no caso da possessão é mesmo o último que fala e age; quem o tenha conhecido em vida, reconhece-lhe a linguagem, a voz, os gestos e até a expressão da fisionomia.
48. Na obsessão há sempre um Espírito malfeitor. Na possessão pode tratar-se de um Espírito bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes, toma do corpo de um encarnado, que voluntariamente lho empresta, como emprestaria sua vestimenta a outro encarnado. Isso se verifica sem qualquer perturbação ou incômodo, durante o tempo em que o Espírito encarnado se acha em liberdade, como no estado de emancipação, conservando-se este último ao lado do seu substituto para ouvi-lo.
Quando é mau o Espírito possessor, as coisas se passam de outro modo. Ele não toma moderadamente o corpo do encarnado, arrebata-o, se este não possui bastante força moral para lhe resistir. Fá-lo por maldade para com este, a quem tortura e martiriza de todas as formas, indo ao extremo de tentar exterminá-lo, seja por estrangulação, seja atirando-o ao fogo ou a outros lugares perigosos. Servindo-se dos órgãos e dos membros do infeliz paciente, blasfema, injuria e maltrata os que o cercam; entrega-se a excentricidades e a atos que apresentam todos os caracteres da loucura furiosa.
São numerosos os fatos deste gênero, em diferentes graus de intensidade, e não derivam de outra causa muitos casos de loucura. Amiúde, há também desordens patológicas, que são meras consequências e contra as quais nada adiantam os tratamentos médicos, enquanto subsiste a causa originária. Dando a conhecer essa fonte donde provém uma parte das misérias humanas, o Espiritismo indica o remédio a ser aplicado: atuar sobre o autor do mal que, sendo um ser inteligente, deve ser tratado por meio da inteligência.[1]
49. São as mais das vezes individuais a obsessão e a possessão; mas, não raro são epidêmicas. Quando sobre uma localidade se lança uma revoada de maus Espíritos, é como se uma tropa de inimigos a invadisse. Pode então ser muito considerável o número dos indivíduos atacados.[2]


[1] Casos de cura de obsessões e de possessões: Revue Spirite, dezembro de 1863, pág. 373; - janeiro de 1864, pág. 11; - junho de 1864, pág. 168; - janeiro de 1865, pág. 5; - junho de 1865, pág. 172; - fevereiro de 1866, pág. 38; - junho de 1867, pág. 174.
[2] Foi exatamente desse gênero a epidemia que, faz alguns anos, atacou a aldeia de Morzine na Sabóia. Veja-se o relato completo dessa epidemia na Revue Spirite de dezembro de 1862, pág. 353; - janeiro, fevereiro, abril e maio de 1863, págs. 1, 33, 101 e 133.

Créditos:IPEAK

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 94

 
“É necessário que se revistam da vossa matéria, já o dissemos.
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sábado, 25 de agosto de 2012

" A Gênese" Cap 15 Curas - A perda de Sangue


Perda de Sangue
10. Então uma mulher, que havia doze anos sofria de uma hemorragia, _ a qual muito havia sofrido nas mãos de muitos médicos, e que, tendo consumido todos os seus bens, não havia recebido nenhum alívio, mas sempre se encontrava pior, _ tendo ouvido falar de Jesus, veio na multidão por detrás, e tocou suas vestes; pois ela dizia: Se eu puder ao menos tocar suas vestes, serei curada. _ No mesmo momento a fonte do sangue que ela perdia se secou, e ela sentiu em seu corpo que estava curada daquela moléstia.
E logo Jesus, conhecendo a virtude que havia saído dele, voltou-se para a multidão, e disse: Quem tocou minhas vestes? Seus discípulos lhe disseram: Vedes que a multidão vos comprime por todos os lados, e perguntais quem vos tocou? E ele olhava em toda a volta dele para ver quem o havia tocado.
Porém a mulher, que sabia o que se havia passado com ela, tomada de medo e pavor, veio atirar-se a seus pés, e lhe declarou toda a verdade. E Jesus lhe disse: Minha filha, tua fé te salvou; vai em paz, e fica curada de tua moléstia. (S. Marcos, cap. V, vers. de 25 a 34).
11. Estas palavras: "Conhecendo a virtude que havia saído dele, são significativas; elas exprimem o movimento fluídico que se operou de Jesus para a mulher doente; ambos sentiram a ação que acabava de se produzir. É notável que o efeito não foi provocado por um ato de vontade de Jesus; não houve magnetização, nem imposição de mãos. A irradiação fluídica normal foi suficiente para operar a cura.
Mas por que esta irradiação se dirigiu para aquela mulher, em vez de outras, pois Jesus não estava pensando nela, e se achava rodeado pela multidão?
A razão é bem simples. O fluido, sendo dado como matéria terapêutica, deve atingir a desordem orgânica para a reparar; pode ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador ou atraído pelo desejo ardente, a confiança, numa palavra, a fé do doente. Em relação à corrente fluídica, a primeira faz o efeito de uma bomba comprimida, e a segunda de uma bomba aspirante. Algumas vezes a simultaneidade dos dois efeitos é necessária, de outras vezes uma só basta; é o segundo caso que se positivou nesta circunstância.
Jesus tinha pois razão de dizer: "Tua fé te salvou." Compreende-se que aqui a fé não é a virtude mística, como certas pessoas entendem, mas uma verdadeira força atrativa, enquanto que aquele que não a tem opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou pelo menos uma força de inércia que paralisa a ação. Assim sendo, compreende-se que de dois doentes atingidos do mesmo mal, estando na presença do curador, um possa ser curado e o outro não. Aí está um dos princípios mais importantes da medicina curadora e que explica, por uma causa muito natural, certas anomalias aparentes. (Cap. XIV, ns. 31, 32, 33).
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