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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Opiniões sobre a juventude

opiniões  sobre  a  juventude
Chico Xavier
“Em nossa reunião pública O Evangelizo Segundo o Espiritismo nos ofereceu para estudo o item 9 do capítulo XIV, referente ao problema da indiferença dos filhos para com os pais terrestres. O Livro dos Espíritos nos deu a questão nº. 264 sobre a escolha de provas e rumos feita pelo Espírito antes da sua reencarnação.
Estabeleceu-se o diálogo entre vários pais e mães presentes à reunião, de permeio com as dissertações evangélicas pelos irmãos que se incumbem dessa tarefa. A troca de pontos de vista foi pacifica, mas muito ardente.
As opiniões sobre a juventude foram as mais diversas. Como de hábito, Emmanuel escreveu ao término do nosso encontro a página a que deu o título de “Jovens difíceis', que não só por mim, mas por instância de muitos dos amigos visitantes, envio-lhe para os seus comentários em favor de
nossos estudos.”
JOVENS DIFÍCEIS
Emmanuel
Terás talvez contigo jovens difíceis para instalar convenientemente na vida.
Inquestionavelmente, é preciso apoiá-los quanto se nos faça possível. Capacitemo-nos, porém, de que ampará-los não será traçar-lhes a obrigação
de copiar-nos os tipos de felicidade ou vivência.
Claro que não nos compete o direito de abandoná-los a si próprios quando ainda inexperientes. Entretanto, isso não significa devamos destruir-lhes a vocação, furtando-lhes a autenticidade em que se lhes caracteriza a existência.
Sonharemos para nossos filhos, no Mundo, invejável destaque nas profissões liberais com primorosas titulações acadêmicas, mas é possível hajam
renascido conosco para os serviços da gleba, aspirando a adquirir duros calos nas mãos a fim de se realizarem na elevação que demandam.
De outras vezes ideamos para eles a formação do lar em que nos premiem o anseio de possuir respeitáveis descendentes. No entanto, é possível
estejam conosco para longas experiências em condições de celibato, carregando problemas e provas que lhes dizem respeito ao burilamento espiritual.
Às vezes, gritamos revoltados contra eles, exigindo nos adotem o modo de ser. Freqüentemente, porém, se isso acontece, acabamos por perdê-los em mãos que lhes deslustram os sentimentos ou lhes estragam a vida, quando não os empurramos, inconscientemente, para a furna dos tóxicos ou para os despenhadeiros do desequilíbrio mental com que se matriculam nos manicômios.
Compadece-te dos filhos que pareçam diferentes de ti.
Aceita-os como são e auxilia a cada um deles na integração com o trabalho em que se façam dignos da vida que vieram viver.
Ampara-os sem imposição e sem violência.
Antes de te surgirem à frente por filhos de teu amor, são filhos de Deus, cujo Amor Infinito vela em nós e por nós.
Ainda mesmo quando evidenciem características inquietantes, abençoa-os e orienta-os, quanto possível, a fim de que se mantenham por esteios
vivos de rendimento do bem no Bem Comum.
E mesmo quando não te possam compartilhar do teto e se te afastem da companhia, a pretexto de independência, abençoa-os mesmo assim, compreendendo que todos nós, desde que nos vinculemos à ordem e ao trabalho no dever que nos compete, sem prejudicar a ninguém, desfrutamos por Lei Divina o privilégio de descobrir qual é para nós o melhor caminho de agir e servir, viver e sobreviver.
AMPARO DOS PAIS
Irmão Saulo
Todos os jovens precisam do amparo dos pais, embora na adolescência, em geral, a rebeldia dos filhos seja inevitável.  Uma tradição de severidade paterna, pautada pelo autoritarismo político e religioso, deu aos pais o conceito errôneo de que devem sujeitar os filhos - e particularmente os jovens - aos seus princípios e maneira de ser.  Mas os jovens trazem a sua própria personalidade e o seu próprio roteiro de vida, e justamente nessa face da adolescência estão firmando o seu eu diante do mundo.
 É conhecido o problema da "crise da adolescência", sobre o qual Maurice Debesse escreveu um dos seus livros mais belos e profundos.  Mas é em René Hubert, no capítulo sobre a Psicologia da Juventude, de sua "Pedagogia Geral", que encontramos maior sintonia com os princípios espíritas.
Psicólogos e Pedagogos conhecem bem esse problema que responde pelo chamado "conflito de gerações". Emmanuel nos dá a sua chave ao lembrar que cada espírito já traz para a Terra a sua prova e o seu roteiro de serviço, escolhidos livremente na vida espiritual segundo as suas necessidades de evolução e aprimoramento.
 O amparo dos pais não pode ser dado por meio de imposição e autoritarismo, sob pena de deixar de ser amparo para se transformar em tirania.
 Se o "conflito de gerações" sempre existiu no mundo, agora se mostra mais violento porque o tempo da tirania está no fim e porque a era de transição em que vivemos acentua nos jovens os anseios do futuro.  Os pais só poderão ampará-los se tiverem amor suficiente para compreendê-los e ajudá-los sem exigências.  Está é também uma hora de aprendizado para os pais.  E só o amor verdadeiro pelos filhos pode socorrê-los.
 O jovem de hoje é o homem de amanhã.  Os tempos mudam e não podemos querer sujeitá-los ao nosso modelo.  Qualquer coação paterna só poderá afastá-los de casa e da família, lançando-os a meios e companhias perigosos.  A verdadeira educação é o equilíbrio entre o amor e a compreensão.  A energia paterna e a disciplina filial brotam naturalmente entre essas duas margens, fluindo como as águas de uma fonte na paisagem da vida.
 
Do livro “Na Era do Espírito”. Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos
 

O HOMEM QUE NÃO SE IRRITAVA

O  HOMEM  QUE  NÃO  SE  IRRITAVA
Irmão X
 
 
Existiu um rei, amigo da sabedoria, que, depois de grande trabalho para subjugar a natureza inferior, convidou um filósofo para socorrê-lo no aperfeiçoamento da palavra. Conseguira indiscutível progresso na arte de sublimar-se. Fizera-se portador de primorosa cultura e, tanto no ministério público, quanto na vida privada, caracterizava-se por largos gestos de bondade e inteligência. Fazia quanto lhe era possível para exercer a justiça, segundo os padrões da reta consciência, e demonstrava inexcedível carinho na defesa e proteção do povo, através de reiteradas distribuições de lã e trigo, a fim de que as pessoas menos favorecidas pela fortuna não sofressem frio ou fome. Não sabia acumular tesouros exclusivamente para si e, em razão disso, obedecendo às virtudes sociais de que se fizera o exemplo vivo, instituíra escolas e abrigos e incentivara a indústria e a lavoura, desejando que todos os súditos, ainda os mais humildes, encontrassem acesso à educação e à prosperidade.
No circulo das manifestações pessoais, contudo, o valoroso monarca se sentia atrasado e hesitante.
Não sabia disfarçar a cólera, não continha a franqueza rude e nem sopitava o mau humor.
Admirado e querido pelas qualidades sublimes que pudera fixar na personalidade, sofria, no entanto, a mágoa e a desconfiança de muitos que passaram a temer-lhe a frase contundente.
Interessado, porém, na própria melhoria, solicitou ao filósofo que lhe acompanhasse a lide cotidiana.
Quando se descontrolava, caindo nas amargas conseqüências do verbo impensado, o orientador observava, com humildade :
– Poderoso senhor, tenha paciência e continue trabalhando no aprimoramento das próprias manifestações.
A expressão serena e sábia revela grandeza interior que reclama tempo para ser devidamente consolidada. Quem alcança a ciência de falar, pode conviver com os anjos, porque a palavra é, sem dúvida, a continuação de nós mesmos.
O monarca não se conformava e, em desespero passivo, confiava-se a rigoroso silêncio, que prejudicava consideravelmente os negócios do reino.
De semelhante posição vinha roubá-la o filósofo, advertindo, respeitoso:
– Amado soberano, a extrema quietude pode traduzir traição aos nossos deveres. A pretexto de nos reformarmos espiritualmente, não será lícito desprezar os nossos compromissos com o progresso comum. Fale sempre e não desdenhe agir! O verbo é a projeção do pensamento criador.
O rei voltava a conversar, beneficiando o extenso domínio que lhe cabia dirigir, mas lá chegava outro momento em que se perdia na indignação excessiva, humilhando e ferindo ministros e vassalos a que desejaria ajudar sinceramente.
Lamentando-se, aflito, vinha o filósofo conselheiral, afirmando, prestimoso:
– Grande soberano, tenha paciência consigo mesmo.
O reajustamento da alma não é obra para um dia. Prossiga, esforçando-se. Toda realização pede o concurso abençoado das horas... O rio deixaria de existir sem a congregação das gotas... Guarde calma, muita calma e não desanime...
O monarca, no entanto, desacoroçoado, depois de regular experimentação com o filósofo, exonerou-o das funções que ocupava e expediu doía emissários às suas províncias extensas para que lhe trouxessem a palácio algum homem incapaz de se irritar. Pretendia entrar em contacto com o espírito mais equilibrado de suas terras, a fim de melhor orientar-se no autoburilamento.
Os mensageiros iniciaram as investigações, mas impacientavam-se desiludidos. O homem que observavam ponderado na via pública era colérico no lar. Quem se revelava gentil em casa, costumava irar-se na rua. Alguns se mostravam distintos e agradáveis junto da família consangüínea, todavia, eram azedos no trato social.
Diversos exibiam formosa máscara de serenidade com os estranhos, no entanto, dirigiam-se aos domésticos com deplorável aspereza.
Depois de trinta dias de porfiada pesquisa, descobriram, jubilosos, o homem que nunca se exasperava.
Seguiram-no, cuidadosamente, em toda parte.
Nunca falava alto e mantinha silêncio comovedor, no domicílio que lhe era próprio e fora dele.
Durante quatro semanas foi examinado sob atenção vigilante, não perdendo um til na conduta irrepreensível.
Trabalhava, movimentava-se, alimentava-se e atendia aos menores deveres, imperturbavelmente.
Apressaram-se os mensageiros em levar a boa-nova ao monarca, e o rei, satisfeito, convocou assessores e áulicos de sua casa para receber a personagem admirável, com a dignidade que lhe era devida.
O vassalo venturoso foi trazido à real presença, entretanto, quando o soberano lhe dirigiu a palavra, esperando encontrar um anjo num corpo de carne, verificou, sob indefinível assombro, que o homem incapaz de irritar-se era mudo.
Sob o respeito manifesto de todos, o rei sorriu, desapontado, e mandou buscar novamente o filósofo, resignando-se a ter paciência consigo mesmo, a fim de aprender a conquistar-se pouco a pouco.
 
 
Do livro “Contos e Apólogos”. Irmão X. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

PERDOAR

PERDOAR
Sim, deves perdoar! Perdoar e esquecer a ofensa que te colheu de surpresa,
quase dilacerando a tua paz. Afinal, o teu opositor não desejou ferirte
realmente, e,
se o fez com essa intenção, perdoa ainda, perdoao
com maior dose de compaixão e
amor. Ele deve estar enfermo, credor, portanto, da misericórdia do perdão.
Ante a tua aflição, talvez ele sorria. A insanidade se apresenta em face
múltipla e uma delas é a impiedade, outra o sarcasmo, podendo revestirse
de
aspectos muito diversos.
Se ele agiu, cruciado pela ira, assacando as armas da calúnia e da agressão,
foi vitimado por cilada infeliz da qual poderá sair desequilibrado ou comprometido
organicamente.
Possivelmente, não irá perceber esse problema, senão mais tarde.
Quando te ofendeu deliberadamente, conduzindo o teu nome e o teu caráter
ao descrédito, em verdade se desacreditou ele mesmo. Continuas o que és e não o
que ele disse a teu respeito.
Conquanto justifique manter a animosidade contra tua pessoa, evitando a
reaproximação, alimenta miasmas que lhe fazem mal e se abebera da alienação com
indisfarçável presunção.
Perdoa, portanto, seja o que for e a quem for.
O perdão beneficia aquele que perdoa, por propiciarlhe
paz espiritual,
equilíbrio emocional e lucidez mental.
* * *
Felizes são os que possuem a fortuna do perdão para a distender
largamente, sem parcimônia.
O perdoado é alguém em débito; o que perdoou é espírito em lucro.
Se revidas o mal és igual ao ofensor; se perdoas, estás em melhor condição;
mas se perdoas e amas aquele que te maltratou, avanças em marcha invejável pela
rota do bem.
Todo agressor sofre em si mesmo. É um espírito envenenado, espargindo o
tóxico que o vitima. Não desças a ele senão para o ajudar.
Há tanto tempo não experimentavas aflição ou problema — graças à fé
clara e nobre que esflora em tua alma — que te desacostumaste ao convívio do
85 – FLORAÇÕES EVANGÉLICAS (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
sofrimento. Por isso, estás considerando em demasia o petardo com que te
atingiram, valorizando a ferida que podes de imediato cicatrizar.
Pelo que se passa contigo, medita e compreenderás o que ocorre com ele, o
teu ofensor.
O que te é inusitado, nele é habitual.
Se não te permitires a ira ou a rebeldia —perdoarás!
* * *
A mão que, em afagando a tua, crava nela espinhos e urze que carrega, está
ferida ou se ferirá simultaneamente. Não lhe retribuas a atitude, usando estiletes de
violência para não aprofundares as lacerações.
O regato singelo, que tem o curso Impedido por calhaus e os não pode
afastar, contornaos
ou pára, a fim de ultrapassálos
e seguir adiante.
A natureza violentada pela tormenta responde ao ultraje reverdescendo tudo
e logo multiplicando flores e grãos.
E o pântano infeliz, na sua desolação, quando se adorna de luar, parece
receber o perdão da paisagem e a benéfica esperança da oportunidade de ser drenado
brevemente, transformandose
em jardim.
Que é o “Consolador”, que hoje nos conforta e esclarece, conduzindo uma
plêiade de Embaixadores dos Céus para a Terra, em missão de misericórdia e amor,
senão o perdão de Deus aos nossos erros, por intercessão de Jesus? Perdoa, sim, e
intercede ao Senhor por aquele que te ofende, olvidando todo o mal que ele supõe
terte
feito ou que supões que ele te fez, e, se o conseguires, amao,
assim mesmo
como ele é.
*
“Não vos digo que per doeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes”.
(Mateus, 18:22)
*
“A misericór dia é o complemento da br andur a, por quanto aquele que não for
miser icor dioso não poder á ser br ando e pacífico.
Ela consiste no esquecimento e no per dão das ofensas”.
(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo 10º — Item 4

Livro: Florações Evangélicas
Joana de Angelis
Psicografado por Divaldo

Mágoa


MÁGOA
Síndrome alarmante, de desequilíbrio, a presença da mágoa faculta a
fixação de graves enfermidades físicas e psíquicas no organismo de quem a
agasalha.
A mágoa pode ser comparada à ferrugem perniciosa que destrói o metal em
que se origina.
Normalmente se instala nos redutos do amor próprio ferido e
paulatinamente se desdobra em seguro processo enfermiço, que termina por vitimar
o hospedeiro.
De fácil combate, no início, pode ser expulsa mediante a oração singela e
nobre, possuindo, todavia, o recurso de, em habitando os tecidos delicados do
sentimento, desdobrarse
em modalidades várias, para sorrateiramente apossarse
de
todos os departamentos da emotividade, engendrando cânceres morais irreversíveis.
Ao seu lado, instalase,
quase sempre, a aversão, que estimula o ódio, etapa grave do
processo destrutivo.
A magoa, não obstante desgovernar aquele que a vitaliza, emite verdadeiros
dardos morbíficos que atingem outras vítimas incautas, aquelas que se fizeram as
causadoras conscientes ou não do seu nascimento... Borra sórdida, entorpece os
canais por onde transita a esperança, impedindolhe
o ministério consolador.
Hábil, disfarçase,
utilizandose
de argumentos bem urdidos para negarse
ao perdão ou fugir ao dever do esquecimento.
Muitas distonias orgânicas são o resultado do veneno da mágoa, que,
gerando altas cargas tóxicas sobre a maquinaria mental, produz desequilíbrio no
mecanismo psíquico com lamentáveis conseqüências nos aparelhos circulatório,
digestivo, nervoso...
O homem é, sem dúvida, o que vitaliza pelo pensamento. Suas idéias, suas
aspirações constituem o campo vibratório no qual transita e em cujas fontes se nutre.
Estiolando os ideais e espalhando infundadas suspeitas, a mágoa consegue
isolar o ressentido, impossibilitando a cooperação dos socorros externos,
procedentes de outras pessoas.
* * *
Caça implacavelmente esses agentes inferiores, que conspiram contra a tua
paz.
59 – FLORAÇÕES EVANGÉLICAS (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
O teu ofensor merece tua compaixão, nunca o teu revide.
Aquele que te persegue sofre desequilíbrios que ignoras e não é justo que te
afundes, com ele, no fosso da sua animosidade.
Seja qual for a dificuldade que te impulsione à mágoa, reage, mediante a
renovação de propósitos, não valorizando ofensas nem considerando ofensores.
Através do cultivo de pensamentos salutares, pairarás acima das viciações
mentais que agasalham esses miasmas mortíferos que, infelizmente, se alastram pela
Terra de hoje, pestilenciais, danosos, aniquiladores.
Incontáveis problemas que culminam em tragédias quotidianas são
decorrência da mágoa, que virulenta se firmou, gerando o nefando comércio do
sofrimento desnecessário.
* * *
Se já registras a modulação da fé raciocinada nos programas da renovação
interior, apura aspirações e não te aflijas.
Instado às paisagens Inferiores, ascende na direção do bem.
Malsinado pela Incompreensão, desculpa.
Ferido nos melhores brios, perdoa.
Se meditares na transitoriedade do mal e na perenidade do bem, não terás
outra opção, além daquela: amar e amar sempre, impedindo que a mágoa estabeleça
nas fronteiras da tua vida as balizas da sua província infeliz.
*
“Quando estiver des or ando, se tiver des alguma coisa contr a alguém, per doailhe,
para que vosso Pai que está nos Céus, vos per doe as vossas ofensas”.
(Marcos, 11:25)
*
“Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! Exclama ger almente o
homem em todas as posições sociais. Isto, meus car os filhos, pr ova melhor do
que todos os r aciocínios possíveis, a ver dade desta máxima do Eclesiastes:
A felicidade não é deste mundo”.
François NicolasMadeleine
(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo 5º — Item 20)

Livro: Florações Evangélicas
Ditada por Joana de Angelis
Psicografada por Divaldo.

O ADOLESCENTE, O AMOR E A PAIXÃO

O ADOLESCENTE, O AMOR E A PAIXÃO
Período de exuberância hormonal, a adolescência se caracteriza pelos
impulsos e desmandos da emotividade. Confundem-se as emoções, e todo o
ser é um conjunto de sensações desordenadas, num turbilhão de impressões
que aturdem o jovem. Irrompem, naturalmente, os desejos da sensualidade, e
se confundem os sentimentos, por falta da capacidade de discernir gozo e
plenitude, êxtase sexual e harmonia interior.
É nessa fase que se apresentam as paixões avassaladoras e
irresponsáveis que desajustam e alucinam, gerando problemas psicológicos e
sociais muito graves, quando não são controladas e orientadas no sentido da
superação dos desejos carnais.
Subitamente o jovem descobre interesses novos em relação a outro,
àquele com quem convive e nunca antes experimentara nada de original, que
se diferenciasse da fraternidade, da amizade sem compromisso. A libido se lhe
impõe e propele-o a relacionamentos apressados quão ardorosos, que logo se
esfumam. Quando não atendida, por circunstâncias violentas, dá surgimento a
estados depressivos, que podem perturbar profundamente o adolescente, que
passa a cultivar o pessimismo e a angústia, derrapando em desajustes
psicológicos de curso demorado.
O ideal, nesse momento, é a canalização dessa força criadora para as
experiências da arte, do trabalho, do estudo, da pesquisa, que a transformam
em energia superior, potencializada pela beleza e pelo equilíbrio. Nesse
sentido, deve-se recorrer aos desportos, à ginástica, às caminhadas e
atividades ecológicas que, além de úteis à comunidade, também gastam o
excesso hormonal, tanto físico quanto psíquico.
As licenças morais da atualidade e os veículos de comunicação
pervertidos contribuem para um amadurecimento precoce, indevido, e a
irrupção da libido, em razão das provocações audio-visuais, das conversações
insanas, que têm sempre por base o sexo em detrimento da sexualidade, do
conjunto de valores que se expressam na personalidade, leva os jovens
imaturos a relacionamentos inoportunos, por curiosidade ou precipitação,
impondo-lhes falsas necessidades, que passam a atormentá-los, seviciando-os
emocionalmente, ou empurrando-os para os mecanismos exaustivos da autosatisfação,
com desajustes da função sexual em si mesma agredida e
mentalmente mal direcionada.
O amor, na adolescência, é um sentimento de posse, que se apresenta
como necessidade de submeter o outro à sua vontade, para que sejam
atendidos os caprichos da mais variada ordem. Por imaturidade emocional,
nessa fase, não se tem condições de experimentar as delícias do respeito aos
direitos do outro a quem se diz amar, antes impondo sua forma de ser; não há
capacidade para renunciar em favor daquele a quem se direciona o afeto, mas
se deseja receber sempre sem a preocupação da retribuição iúevitável, que é o
sustentáculo basilar do amor.
O amor real é expressão de maturidade, de firmeza de caráter, de
coerência, de consciência de responsabilidade, que trabalham em favor dos
envolvidos no sentimento que energiza, enriquecendo de aspirações pelo bom,
pelo belo, pela felicidade. Envolve-se em ternura e não agride, sempre disposto
a ceder, desde que do ato resulte o bem-estar para o ser amado. Rareia, como
é natural, no período juvenil, que o tempo somente consolida mediante as
experiências dos relacionamentos bem sucedidos.
Há jovens capazes de amar em profundidade, sem dúvida, por serem
Espíritos experientes nas lutas evolutivas, encontrando-se em corpos novos,
em desenvolvimento, porém investidos da capacidade vigorosa de sentir e
entender.
Celebrizaram-se, na História, os amores-lendários de Romeu e Julieta,
terminando em tragédia, em razão da imaturidade dos enamorados. Enquanto
eles se entregaram ao autocídio inditoso, surgem as imagens alcandoradas da
ternura de Dante e Beatriz, de Abelardo e Heloísa, amadurecidos pela própria
vida e dispostos à renúncia, desde que redundando em felicidade do outro.
O amor produz encantamento e adorna a alma de beleza, vitalizando o
corpo de hormônios específicos, porém oferecendo capacidade de sacrifícios
inimagináveis.
Maria de Madalena, jovem pervertida e enferma da alma, encontra Jesus
e O ama, tocada nos sentimentos nobres que estavam asfixiados pela lama
das paixões servis, levantando-se para a dignificação pessoal.
Saulo de Tarso, ainda jovem, perseguidor inclemente dos homens do
caminho, encontra Jesus e enternece-se, deixando-se dominar pela Sua
presença e dá-se-Lhe até o holocausto.
Mais de um milhão de vidas, que foram tocadas pelo Seu amor,
facultaram-se banir, ultrajar, morrer, sem qualquer reação, confiantes na
compensação afetiva que deflui do amor, e que experimentavam.
Não somente o amor na sua feição espiritual, mas também o maternal, o
fraternal, o sexual, quando não tem por meta somente o relacionamento célere,
mas sim, a convivência agradável e vitalizadora que se converte em razão da
própria vida.
A paixão é como labareda que arde, devora e se consome a si mesma
pela falta de combustível. O amor é a doce presença da alegria, que envolve as
criaturas em harmonias luarizantes e duradouras. Enquanto uma termina sem
deixar saudades, o outro prossegue sem abrir lacunas, mesmo quando as
circunstâncias não facultam a presença física. A primeira é arrebatadora e
breve; o segundo é confortador e permanente.
Desse modo, explodem muitas paixões na adolescência, e poucas vezes
nasce o amor que irá definir os rumos afetivos do jovem.
É nesse período que, muitos compromissos se firmam, sem estrutura
para o prosseguimento, para os desafios, para o futuro, quando as aspirações
se modificam por imperativo da própria idade e os quadros de valores se
apresentam alterados. Tais uniões, nessa fase de paixões, tendem ao
fracasso, se por acaso não forem assentadas em bases de segurança bem
equilibradas. Passado o fogo dos desejos, termina a união, acaba o amor, que
afinal jamais existiu...
É indispensável que, no período juvenil, todos se permitam orientar pela
experiência e maturidade dos pais e mestres, a fim de transitar com segurança,
não assumindo compromissos para os quais ainda não possui resistência
psicológica, moral, existencial.
Cabe, portanto, ao adolescente, a submissão dinâmica, isto é, a aceitação
consciente das diretrizes e roteiros que lhes são apresentados pelos genitores,
no lar, pelos educadores, na Escola, a fim de seguirem sem deixar marcas na
retaguarda.
A disciplina sexual, nessa ocasião, contribui muito para equilibrar as
emoções e dinamizar as experiências físicas, dando resistência para enfrentar
os apelos das paixões traumatizantes que surgem com freqüência no curso da
vida.
A paixão, na adolescência, quando cultivada no silêncio da timidez,
transforma-se em verdugo caprichoso que dilacera por dentro, conduzindo a
sua vítima a estados patológicos muito graves, de onde podem nascer
manifestações psicóticas portadoras de tendências criminosas e perversas.
Realizar a catarse das paixões, comunicando-se com todos e vivendo
fraternalmente, em clima de legítima amizade, abre campo para as
manifestações da afetividade sadia, que se converte em amor, à medida que
transcorre o tempo e a pessoa adquire compreensão e discernimento a
respeito dos objetivos essenciais da sua reencarnação

Livro: Adolescência e Vida.
Ditado pelo Espírito de Joana de Angelis
Psicografado por Divaldo.

O ADOLESCENTE NA BUSCA DA IDENTIDADE E DO IDEALISMO

O ADOLESCENTE NA BUSCA DA IDENTIDADE E DO IDEALISMO
O desabrochar da adolescência, à semelhança do que ocorre com o
botão de rosa que se abre ante a carícia do Sol, desvela-lhe a intimidade que
se encontra adormecida, e desperta, suavemente, aspirando a vida,
exteriorizando aroma e oferecendo pólen para a fertilização e ressurgimento
em novas e maravilhosas expressões.
A plenitude da vida, na fase da adolescência, estua e exterioriza-se,
deixando que todos os conteúdos arquivados no inconsciente do ser passem a
revelar-se, em forma de tendências, aptidões, anseios e tentativas de
realização.
Nem sempre esse despertar é tranqüilo, podendo, às vezes, ser uma
irrupção vulcânica de energias retidas que estouram, produzindo danos.
Noutras ocasiões pode expressar-se como sofrimento íntimo, caracterizado por
fobias de aparência inexplicável, mas que procedem dos registros
perispirituais, mergulhados no inconsciente, que repontam como conflitos,
consciência de culpa, pudor exacerbado, misticismo, em mecanismos bem
elaborados de fuga da realidade.
Reencarnando-se, para reparar os erros e edificar o bem em si mesmo, o
Espírito atinge a adolescência orgânica, vivenciando o transformar de energias
e hormônios sutis quão poderosos, que o despertam para as manifestações do
sexo, mas também para as aspirações idealistas, desenvolvendo a busca da
própria identidade.
Carregando a soma das personalidades vividas em outras reencarnações,
a sua identificação com o mundo atual demanda tempo e amadurecimento,
mediante os quais pode aquilatar quem realmente é e o que legitimamente
deseja.
Não tendo o discernimento ainda para eleger o que é melhor, quase
sempre se entrega à busca do mais imediato, porque mais simples, procurando
acomodar-se às manifestações fisiológicas do comer, dormir, praticar sexo,
vencer o tempo sem grande esforço. Trata-se de um atavismo pernicioso, que
deve ser melhor direcionado, a fim de que seja descoberta a finalidade da
existência e como alcançar esse patamar que o aguarda.
Se o lar oferece segurança afetiva e compreensão, o adolescente tem
facilidade para selecionar os valores e aceitar aqueles que lhe são mais
favoráveis para o progresso. Todavia, se o grupo familiar é traumatizante, foge
para comportamentos oportunistas, que parecem afugentar as mágoas e
libertá-lo do cárcere doméstico.
A influência dos pais é decisiva na elaboração e desenvolvimento do
idealismo, na afirmação da própria identidade, sem que haja pressão ou
autoritarismo dos genitores, antes oferecimento de meios para o diálogo
esclarecedor, sem a sujeição aos conselhos castradores e impositivos, sempre
de maus resultados.
Há uma tendência no jovem para fugir aos programas elaborados, às
experiências vividas por outrem, ao aproveitamento da sabedoria dos mais
antigos. Cada ser é uma realidade especial, que necessita vivenciar suas
próprias aspirações, muitas vezes equivocando-se para melhor compreender o
caminho por onde deve seguir. Em razão disso, experiência e uma conquista
pessoal, que cada qual aprende pelo próprio esforço, não raro, através de erros
que são corrigidos e insucessos que se fazem ultrapassados pelo êxito.
Quando alguém deseja impor seu ponto de vista, transfere realização não
lograda, para que o outro a consiga, assim alegrando aquele que se lhe torna
mentor.
A educação propõe e o educando aprende mediante o exercício, a
reflexão, o amadurecimento.
Os modelos devem ser silenciosos, falando mais pelos exemplos, pela
alegria de viver, pelos valores comprovados, ao invés das palavras sonoras,
mas cujas práticas demonstram o contrário.
Quando alguém convive com adolescente encontra-se sob a alça de mira
da sua acurada observação. Ele compara as atitudes com as palavras, o
comportamento cotidiano com os conteúdos filosóficos, não acreditando senão
naquilo que édemonstrado, jamais no que é proposto pelo verbo. Em razão
disso, surgem os conflitos domésticos, nos quais os genitores se dizem
incompreendidos e não seguidos, olvidando-se que são os responsáveis, até
certo ponto, pelo insucesso das suas proposições.
A identidade de cada um tem suas características pessoais, e essas não
podem, nem devem ser clones, nos quais se perde a individualidade.
A busca da identidade no adolescente é demorada, qual ocorre com o
indivíduo em si mesmo, prolongando-se pelo período da razão,
amadurecimento e velhice.
Por isso mesmo, nem sempre a avançada idade biológica é sinônimo de
sabedoria, de equilíbrio. Jovens há, maduros, enquanto idosos existem que
permanecem aprisionados na criança caprichosa e renitente da infância não
ultrapassada.
O idealismo brota do âmago do ser e deve ser cultivado pelos genitores,
que estimularão as tendências positivas do filho, oferecendo-lhe os recursos
emocionais e afetivos para que ele possa materializar a aspiração do mundo
íntimo. Quando se revelar a tendência para o idealismo perverso, o
desequilíbrio firmado no egoísmo, no capricho, nos desregramentos morais, é
necessário ensinar-lhe a técnica de como canalizar as energias para o lado
melhor da vida, propondo ideais práticos e mais imediatos, que sejam
compensadores psicologicamente, de forma que a eleição se opere com
naturalidade, por meio da substituição daqueles que são perturbadores por
esses outros que são satisfatórios.
Ao invés das lutas contínuas, que se fazem imposições descabidas,
enriquecidas de queixas e lamentações pelo investimento dirigido ao filho, a
quem se informa não saber aproveitar tudo quanto recebe, é justo que todas as
propostas sejam apresentadas de forma edificante, sem acusações nem
rejeições, mas com espírito de tolerância e compreensão, até que o
discernimento do adolescente aceite como fenômeno natural a contribuição,
tendo em mente que a escolha foi própria e que isso é bom para ele, não
porque outros assim o queiram, porém porque mais o conforta e o agrada.
A adolescência é ainda fase de amoldamento, de adaptação, ao mesmo
tempo de transformações, que merece e exige paciência e habilidade
psicológica.
De um lado, existe o interesse familiar, que trabalha para o melhor do
educando, mas por outra parte se encontra o grupo social, nem sempre
equilibrado, na Escola, no Clube, na rua, no trabalho, conspirando contra as
atitudes saudáveis que se deseja oferecer e que naturalmente atraem o
adolescente, porque ele gosta de ser igual aos demais, não chamar a atenção,
ou quando, em conflito, quer destacar-se, exibir-se, exatamente porque vive
inseguro, experimenta dramas, que mascara sob a desfaçatez, o cinismo
aparente...
Com o tranqüilizar do fluxo sexual, mediante a reflexão e o trabalho,
através do estudo e das aspirações superiores que se devem ministrar com
cuidado, ele passa a identificar-se com o mundo, com as pessoas e por fim
com ele mesmo. Essa auto-identificação é mais demorada, porque mais
profunda, prolongando-se por toda a existência bem orientada pelo dever e
pelas aspirações enobrecidas.
O idealismo torna-se-lhe um alimento que deve ser ingerido com
freqüência, a fim de que não haja carência emocional e perda de identidade no
tumulto das propostas sociais, econômicas e artísticas...
Invariavelmente o Espírito reencarna para dar prosseguimento a tarefas
que ficaram interrompidas, e ressurgem nos painéis mentais como aspirações
e tendências mais acentuadas. Outras vezes, no entanto, deve começar a
experimentar atividades novas, mediante as quais progredirá no rumo da vida e
de Deus.
Na fase da insegurança pela adolescência, toda a vigilância é necessária,
de modo a auxiliar o jovem a encontrar-se e a definir o seu ideal de vida,
entregando-se-lhe confiante e rico de perseverança até conseguir a meta
ambicionada.

Livro: Adolescência e Vida.
Ditado pelo Espírito de Joana de Angelis
Psicografado por Divaldo.

Nas Crises

Nas Crises

Estarás talvez diante de algum problema que te parece positivamente insolúvel.
Não acredites que a fuga te possa auxiliar.

Pensa nas reservas de força que jazem dentro de ti e aceita as dificuldades como se apresentem.

Não abandones a tua possibilidade de trabalhar e continua fiel aos próprios deveres.

Assume as responsabilidades que te dizem respeito.

Evita comentar os aspectos negativos da provação que atravesses.

Ora – mas ora com sinceridade – pedindo a proteção de Deus em favor de todas as pessoas envolvidas no assunto que te preocupa, sejam elas quem sejam.

Se existem ofensores no campo das inquietações em que, porventura, te vejas, perdoa e esquece qualquer tipo de agressão de que hajas sido objeto.
Esforça-te por estabelecer a tranqüilidade em tuas áreas de ação, sem considerar sacrifícios pessoais que serão sempre pequenos, por maiores te pareçam, na hipótese de serem realmente o preço da paz de que necessitas.

Se nenhuma iniciativa de tua parte é capaz de resolver o problema em foco, nunca recorras à violência, mas sim continua trabalhando e entrega-te a Deus.


Autor: Emmanuel
Psicografia de Chico xavier. Livro: Calma

Transformação Íntima

Transformação Íntima

Tendências viciosas como impulsos para a virtude procedem, sim, do Espírito, agente determinante do comportamento humano.

Não podendo a organização celular definir estados psicológicos e emocionais, estes obedecem às impressões espirituais de que se encharcam, exteriorizando-se como fatores propelentes para uma ou outra atitude.

Destituída de espontaneidade, exceto dos fenômenos que lhe são inerentes, graças aos automatismos atávicos, a matéria orgânica é resultado das aquisições eternas do Espírito que dela se veste para as experiências da evolução.

A hereditariedade vigente nos mapas dos genes e dos cromossomas encarrega-se de transmitir inúmeros caracteres morfológicos, fisiológicos, sem exercer preponderância fundamental nos arcabouços psicológicos e morais, que pertencem ao ser espiritual, modelador das necessidades inerentes ao progresso e fomentador dos recursos que se lhe fazem indispensáveis a esse processo de crescimento a que se destina.

Descartar-se o valor dos implementos espirituais nos fenômenos comportamentais do homem, é uma tentativa de reduzi-lo a um amontoado de tecidos frágeis que o acaso organiza e desmantela ao próprio talante.

A vida pessoal escreve nas experiências de cada ser as diretrizes para as suas conquistas futuras.

Vícios e delitos ignóbeis, virtudes sacrificiais e abnegação, pertencem à alma que os externa nos momentos hábeis conforme o seu estágio evolutivo.

Vicente de Paulo e Francisco de Sales, fascinados pelo amor aos infelizes, liberaram as altas forças que lhes jaziam inatas, a serviço da caridade e da dedicação sem limite.

Ana Nery e Eunice Weaver, sensibilizadas pelo sofrimento humano, esqueceram-se de si mesmas e dedicaram-se, a primeira, aos combatentes feridos, e a segunda, à salvação dos filhos sadios dos hansenianos.

Eichmann e inúmeros carrascos nazistas acariciavam, comovidos, os filhinhos, após enviarem, cada dia, milhares de outras crianças e adultos aos fornos crematórios em inúmeros lugares dos países subjugados.

Tamerlão incendiava as cidades conquistadas, após degolar os sobreviventes, para depois dormir tranqüilo ao lado daqueles a quem amava.

Homens e mulheres virtuosos, sempre revelaram o alto grau de amor que lhes jazia em latência, da mesma forma que sicários e criminosos sanguissedentos deixaram transparecer a crueldade assassina desde os primeiros anos de infância...

As exceções demonstram o poder da vontade, que é manifestação do Espírito, quando acionada, propelindo para uma ou para outra atitude.

O hábito vicioso arraigado remanesce, impondo de uma para outra reencarnação suas características, assim impelindo o homem para manter a sua continuidade.

Da mesma forma, os salutares esforços no bem e na virtude ressumam dos refolhos da alma, e conduzem vitoriosos aos labores de edificação.

Toda ação atual, portanto, tem as suas matrizes em outras que as precedem, impressas nos arquivos profundos do ser.

Estás, na Terra, com a finalidade de abrir sepulturas para os vícios e dar asas às virtudes.

Substituindo o mau pelo bom hábito, o equivocado pelo correto labor, corrigirás a inclinação moral negativa, criando condicionamentos sadios que se apresentarão como virtudes a felicitar-te a vida.

Teus vícios de hoje, transforma-os, no teu mundo íntimo, em virtudes para amanhã ao teu alcance desde agora.

Libera-te pois, com esforço e valor moral, do mau gênio que permanece dominador, das paixões perturbadoras que te inquietam, e renova-te para o bem, pelo bem que flui do Eterno Bem.





Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Vigilância

Reflexões sobre a calúnia

Reflexões sobre a calúnia

Ninguém passa pela jornada terrestre sem experimentar o cerco da ignorância e da imperfeição humana.


Considerado como planeta-escola, o mundo físico é abençoado reduto de aprendizagem, no qual são exercitados os valores que dignificam, em detrimento das heranças ancestrais que assinalam o passado de todas as criaturas, no seu penoso processo de aquisição da consciência.


Herdando as experiências transatas nos seus conteúdos bons e maus, por um largo período predominam aqueles de natureza primitiva, por estarem mais fixados nos painéis dos hábitos morais, mantendo os instintos agressivos-defensivos que se vão transformando em emoções, prioritamente egoicas, em contínuos conflitos com o Si-mesmo e com todos aqueles que fazem parte do grupo social onde se movimentam. Inevitalmente, as imposições inferiores são muito mais fortes do que aquelas que proporcionam a ascensão espiritual, liberando o orgulho, a inveja, o ressentimento, a agressividade, o despotismo, a perseguição, a mentira, a calúnia e outros perversos comportamentos que defluem do ego atormentado.


Toda vez, quando o indivíduo se sente ameaçado na sua fortaleza de egotismo pelos valores dignificantes do próximo, é dominado pela inveja e investe furibundo, atacando aquele que supõe seu adversário.


Porque ainda se compraz na situação deplorável em que se estorcega, não deseja permitir que outros rompam as barreiras que imobilizam as emoções dignas e os esforços de desenvolvimento espiritual, assacando calúnias contra o inimigo, gerando dificuldades ao seu trabalho, criando desentendimentos em sua volta, produzindo campanhas difamatórias, em mecanismos de preservação da própria inferioridade.


Recusando-se, consciente ou inconscientemente, a crescer e igualar-se àqueles que estão conquistando os tesouros do discernimento, da verdade, do bem, transforma-se, na ociosidade mental e moral em que permanece, em seu cruel perseguidor, não lhe dando trégua e retroalimentando-se com a própria insânia.


Torna-se revel e não aceita esclarecimento, não admitindo que outrem se encontre em melhor situação emocional do que ele, que se autovaloriza e se autopromove, comprazendo-se em persegui-lo e em malsiná-lo.

Ninguém consegue realizar algo de enobrecido e dignificante na Terra sem sofrer-lhe a sanha, liberando a inveja e o ciúme que experimenta quando confrontado com as pessoas ricas de amor e de bondade, de conhecimentos e de realizações edificantes.


A calúnia é a arma poderosa de que se utilizam esses enfermos da alma, que a esgrimem de maneira covarde para tisnar a reputação do seu próximo, a quem não conseguem equiparar-se, optando pelo seu rebaixamento, quando seria muito mais fácil a própria ascensão no rumo da felicidade.


A calúnia, desse modo, é instrumento perverso que a crueldade dissemina com um sorriso e certo ar de vitória, valendo-se das imperfeições de outros cômpares que a ampliam, sombreando a estrada dos conquistadores do futuro.


Nada obstante, a calúnia é também uma névoa que o sol da verdade dilui, não conseguindo ir além da sombra que dificulta a marcha e das acusações aleivosas que afligem a quem lhe ofereça consideração e perca tempo em contestá-la.



* * *



Nunca te permitas afligir, quando tomes conhecimento das acusações mentirosas que se divulgam a teu respeito, assim como de tudo quanto fazes.


Evita envenenar-te com os seus conteúdos doentios, não reservando espaço mental ou emocional para que se te fixem, levando-te a reflexões e análises que atormentam pela sua injustiça e maldade.


Se alguém tem algo contra ti, que se te acerque e exponha, caso seja honesto.


Se cometeste algum erro ou equívoco que te coloque em situação penosa e outrem o percebe, sendo uma pessoa digna, que se dirija diretamente a ti, solicitando esclarecimentos ou oferecendo ajuda, a fim de que demonstre a lisura do seu comportamento.


Se ages de maneira incorreta em relação a outrem e esse experimenta mal-estar e desagrado, tratando-se de alguém responsável, que te procure e mantenha um diálogo esclarecedor.


Quando, porém, surgem na imprensa ou nas correspondências, nas comunicações verbais ou nos veículos da mídia, acusações graves contra ti,sem que antes haja havido a possibilidade de um esclarecimento de tua parte, permanece tranquilo, porque esse adversário não deseja informações cabíveis, mas mantém o interesse subalterno de projetar a própria imagem, utilizando-se de ti...


Quando consultado pelos iracundos donos da verdade e policiais da conduta alheia com a arrogância com que se comportam, exigindo-te defesas e testemunhos, não lhes dês importância, porque o valor que se atribuem, somente eles mesmos se permitem...


Não vives a soldo de ninguém e o teu é o trabalho de iluminação de consciências, de desenvolvimento intelecto-moral, de fraternidade e de amor em nome de Jesus, não te encontrando sob o comando de quem quer que seja. Em razão disso, faculta-te a liberdade de agir e de pensar conforme te aprouver, sem solicitar licença ou permissão de outrem.


Desde que o teu labor não agride a sociedade, não fere a ninguém, antes, pelo contrário, é de socorro a todos quantos padecem carência, continua sem temor nem sofrimento na realização daquilo que consideras importante para a tua existência.



Desmente a calúnia mediante os atos de bondade e de perseverança no ideal superior do Bem.


Somente acreditam em maledicências, aqueles que se alimentam da fantasia e da mentira.


Alegra-te, de certo modo, porque te encontras sob a alça-de-mira dos contumazes inimigos do progresso


Todos aqueles que edificaram a sociedade sob qualquer ângulo examinado, padeceram a crueza desses Espíritos infelizes, invejosos e insensatos.


Criando leis absurdas para aplicarem-nas contra os outros, estabelecendo dogmas e sistemas de dominação, programando condutas arbitrárias e organizando tribunais perversos, esses instrumentos do mal, telementalizados pelas forças tiranizantes da erraticidade inferior, tornaram-se em todas as épocas inimigos do progresso, da fraternidade que odeiam, do amor contra o qual vivem armados...


Apiada-te, portanto, de todo aquele que se transforme em teu algoz, que te crie embaraços às realizações edificantes com Jesus, que gere ciúmes e cizânia em referência às tuas atividades, orando por eles e envolvendo-te na lã do Cordeiro de Deus, sedo compassivo e misericordioso, nunca revidando-lhes mal por mal, nem acusação por acusação...


A força do ideal que abraças, dar-te-á coragem e valor para o prosseguimento do serviço a que te dedicas, e quanto mais ferido, mais caluniado, certamente mais convicto da excelência dos teus propósitos, da tua vinculação com o Sumo Bem.



* * *



Como puderam, aqueles que conviveram com Jesus, recusar-Lhe o apoio, a misericórdia, a orientação?


Após receberem ajuda para as mazelas que os martirizavam, como é possível compreender que, dentre dez leprosos, somente um voltou para agradecer-Lhe?


Como foi possível a Pedro, que era Seu amigo, que O recebia no seu lar, que convivia em intimidade com Ele, negá-lO, não uma vez, mas três vezes sucessivas?!


...E Judas, que O amava, vendê-lO e beijá-lO a fim de que fosse identificado pelos Seus inimigos naquela noite de horror?!


Sucede que o véu da carne obnubila o discernimento mesmo em alguns Espíritos nobres, e as injunções sociais, culturais, emocionais, neles produzem atitudes desconcertantes, em antagonismos terríveis às convicções mantidas na mente e no coração.


Todos os seres humanos são frágeis e podem tornar-se vítimas de situações penosas.


Assim, não julgues a ninguém, entregando-te em totalidade Àquele que nunca Se enganou, jamais tergiversou, e deu-Se em absoluta renúncia do ego, para demonstrar que é o Caminho da Verdade e da Vida.





Joanna de Angelis.



Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco,na manhã de 29 de outubro de 2010, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia

Apelo de Cárita

Cárita
Abri-me!
APELO DE CÁRITA

Escrevem-nos de Lyon:

“...O Espiritismo, esse grande traço de união entre todos os filhos de Deus, abriu-nos tão vastos horizontes que podemos olhar, de um a outro ponto, todos os corações esparsos que as circunstâncias colocaram no Oriente e no Ocidente, e os ver vibrar a um só apelo de Cárita. Ainda me lembro da profunda emoção que senti quando, no ano passado, a Revista Espírita nos dava conta da impressão produzida em todas as partes da Europa por uma comunicação desse bondoso Espírito. Por certo se poderá dizer tudo quanto se queira contra o Espiritismo: é uma prova de que ele cresce, pois geralmente não se atacam as pequenas causas,
mas os grandes efeitos. Aliás, a que se assemelham esses ataques? À cólera de uma criança que atirasse pedras ao oceano, para o impedir de murmurar. Os detratores do Espiritismo quase não suspeitam que, denegrindo a doutrina, pagam todas as despesas de uma propaganda que dá aos que a lêem vontade de conhecer esse temível inimigo, que tem como palavra de ordem: Fora da caridade
não há salvaçã o...” Esta carta estava acompanhada da seguinte comunicação, ditada pelo Espírito Cárita, a eloqüente e graciosa pedinte, que os bons corações conhecem tão bem.

(Lyon, 8 de novembro de 1865)

“Faz frio, chove, o vento sopra muito forte; abri-me.

“Fiz uma longa viagem através do país da miséria e volto com o coração mortificado, os ombros sobrecarregados pelo fardo de todas as dores. Abri-me bem depressa, meus amados, vós que sabeis que a caridade só bate à vossa porta quando encontra muitos infelizes em seu caminho. Abri o vosso coração para receber as minhas confidências; abri a vossa bolsa para enxugar as lágrimas de meus protegidos e escutai-me com essa emoção que a dor faz subir de vossa alma aos vossos lábios. Oh! vós que sabeis o que Deus reserva, e que muitas vezes chorais essas lágrimas de amor que o Cristo chamava o orvalho da vida celeste, abri-me!... Obrigada! eu entrei.

“Parti esta manhã; chamavam-me de todos os lados. O sofrimento tem a voz tão vibrante que um único apelo é suficiente. Minha primeira visita foi para dois pobres velhos: marido e mulher. Viveram ambos esses longos dias em que o pão escasseia, o sol se esconde e falta trabalho aos braços valentes que o chamam; sepultaram a miséria no lar da dignidade e ninguém pôde adivinhar que muitas vezes o dia transcorria sem trazer seu pão quotidiano. Depois chegou a idade, os membros se enrijeceram, os olhos ficaram velados e o patrão, que fornecia trabalho, disse: Nada mais tenho a fazer. Entretanto, a morte não veio; a fome e o frio são os visitantes habituais, diários, da pobre morada. Como responder a essa miséria? Proclamando-a? Oh, não! Há feridas que não se  curam arrancando o aparato que as cobre. O que acalma o coração é uma palavra de consolo, dita por uma voz amiga que adivinhou, com sua alma, o que lhe ocultaram aos olhos. Para esses pobres, abri-me!

“E, depois, vi uma mãe repartir seu único pedaço de pão com os três filhinhos; e como o naco era muito pequeno, nada guardou para si. Vi a lareira apagada, o pobre catre; vi os membros tiritantes envolvidos em farrapos; vi o marido entrar em casa sem ter encontrado trabalho; enfim, vi o filho caçula morrer sem socorro, porque o pai e a mãe são espíritas e tiveram que sofrer humilhações das obras de beneficência.

“Vi a miséria em toda a sua horrenda chaga; vi os corações se atrofiarem e a dignidade extinguir-se sob o verme roedor da necessidade de viver. Vi criaturas de Deus renegarem sua origem imortal, porque não compreendiam a provação. Vi, enfim, o materialismo crescer com a miséria e em vão gritei: Abri-me! eu sou a caridade; venho a vós com o coração cheio de ternura; não choreis mais, eu venho vos consolar. Mas o coração dos infelizes não me escutou: suas entranhas tinham muita fome!

“Então me aproximei de vós, meus bons amigos, de vós que me escutastes, de vós que sabeis que Cárita pede esmola para os pobres e vos disse: Abri-me!

“Acabo de vos contar o que vi em minha longa jornada e, eu vos suplico, tendes para os meus pobres um pensamento, uma palavra, uma doce lembrança, a fim de que à noite, à hora da prece, eles não adormeçam sem agradecer a Deus, porque lhes sorristes de longe. Sabeis que os pobres são a pedra de toque que Deus envia à Terra para experimentar vossos corações. Não os repilais, a fim de que, um dia, quando tiverdes transposto o limiar que conduz ao espaço, Deus vos reconheça pela pureza de vossos corações e vos admita na morada dos eleitos! – Cárita.”

É com alegria que nos fazemos intérpretes da boa Cárita, esperando que ela não tenha dito em vão: Abri-me! Se bate à porta com tanta insistência, é que o inverno aí bate por seu lado.
R.E. , dezembro de 1865, p. 471

O Blog comenta:
Linda Mensagem de abnegação, de humildade desse espírito Benfeitor, um obreiro de Deus dedicado ao próximo, como um irmão realmente.
Kardec nos fala que fora da Caridade não há salvação, e para podermos exercê-la temos que nos autoconhecer e buscar transformar os nossos vícios em virtudes , mas para essa transformação é necessário ir a prática, e devemos iniciar dentro de nosso próprio lar junto aos nossos familiares buscando  conciliação,  tolerância,  compreensão ,  benevolência .
Um trabalho árduo, que temos iniciar com coragem, ânimo , fé e amor não podendo esquecer que se estamos buscando nos modificar de conduta estaremos assistidos por espíritos que nos quer o bem, e o auxílio da oração em momentos de crise ajuda e muito para resistirmos as investidas de nosso ser velho com manias e vícios do passado.
Aguardamos o comentários de todos vocês.
Saudações Fraternas.
Negy

DEZ APONTAMENTOS DE PAZ

DEZ  APONTAMENTOS  DE  PAZ
 André Luiz
 
1º Aprenda a desculpar infinitamente para que os seu erros, à frente dos outros, sejam esquecidos e perdoados.
2º Cale-se, diante do escárnio e da ofensa, sustentando o silêncio edificante, capaz de ambientar-lhe a palavra fraterna em momento oportuno.
3º Não cultive desafetos, recordando que a aversão por determinada criatura é, quase sempre, o resultado da aversão que lhe impuseste.
4º Não permita que o egoísmo e a vaidade, o orgulho e a discórdia se enraízem no seu coração, lembrando que toda a idéia de superstimação dos próprios valores é adubo nos espinheiros da irritação e do ódio.
5º Perante o companheiro que se rendeu às tentações de natureza inferior, deixe que a compaixão lhe ilumine os pontos de vista, pensando que, em outras circunstâncias, poderia você ocupar-lhe a indesejável situação e o lugar triste.
6o Não erga a sua voz demasiado e nem tempere a sua frase com fel para que a sua palavra não envenene as chagas do próximo.
7º Levante-se, cada dia, com a disposição de servir sem a preocupação de ser servido, de auxiliar sem retribuição e cooperar sem recompensa, para que a solidariedade espontânea te favoreça com os créditos e recursos da simpatia.
8º Esqueça a calúnia e a maledicência, a perversidade e as aflições que lhe dilaceram a alma, entendendo nas dores e obstáculos do mundo as suas melhores oportunidades de redenção.
9º Lembre-se de que os seus credores estão registrando a linguagem de seus exemplos e perdoar-lhe-ão as faltas e os débitos, à medida que você se fizer o benfeitor desinteressado de muitos.
10º Não julgue que o serviço da paz seja mero problema da boca mas, sim, testemunho de amor renúncia, regeneração e humildade da própria vida, porque, somente ao preço de nosso próprio suor, na obra do bem, é que conseguiremos reconciliar-nos, mais depressa, com os nossos adversários, segundo a lição do Senhor.
Se vos internardes pelo terreno baldio da queixa, em breve, vos achareis mergulhados no charco de compridos lamentações.
 
LIVRO:  MENTORES E SEAREIROS  -  Francisco Cândido Xavier e Autores Diversos