Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
Mostrando postagens com marcador Conhecimento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Conhecimento. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Parafraseando a parábola dos talentos

ESTUDO   DA   PARÁBOLA
 Irmão X

Comentávamos a necessidade da divulgação da Doutrina Espírita, quando o rabí Zoan ben Ozias, distinto orientador israelita, hoje consagrado às verdades do Evangelho no Mundo Espiritual, pediu licença a fim de parafrasear a parábola dos talentos, contada por Jesus, e falou, simples:
- Meus amigos, o Senhor da Terra, partindo, em caráter temporário, para fora do mundo, chamou três dos seus servos e, considerando a capacidade de cada um, confiou-lhes alguns dos seus próprios bens, a título de empréstimo, participando-lhes que os reencontraria, mais tarde, na Vida Superior...
Ao primeiro transmitiu o Dinheiro, o Poder, o Conforto, a Habilidade e o Prestígio; ao segundo concedeu a Inteligência e a Autoridade, e ao terceiro entregou o Conhecimento Espírita.
Depois de longo tempo, os três servidores, assustados e vacilantes, compareceram diante do Senhor para as contas necessárias.
O primeiro avançou e disse:
- Senhor, cometi muitos disparates e não conseguí realizar-te a vontade, que determina o bem para todos os teus súditos, mas, com os cinco talentos que me puseste nas mãos, comecei a cultivar, pelo menos com pequeninos resultados, outros cinco, que são o Trabalho, o Progresso, a Amizade, a Esperança e a Gratidão, em alguns dos companheiros que ficaram no mundo... Perdoa-me, ó Divino Amigo, se não pude fazer mais!...
O Senhor respondeu tranquilo:
- Bem está, servo fiel, pois não erraste por intenção... Volta ao campo terrestre e reinicia a obra interrompida, renascendo sob o amparo das afeições que ajudaste.
Veio o segundo e alegou:
- Senhor, digna-te desculpar-me a incapacidade... Não te pude compreender claramente os desígnios que preceituam a felicidade igual para todas as criaturas e perpetrei lastimáveis enganos... Ainda assim, mobilizei os dois valores que me deste e, com eles, angariei outros dois que são a Cultura e a Experiência para muitos dos irmãos que permanecem na retarguarda...
O Excelso Benfeitor replicou, satisfeito:
- Bem está, servo fiel, pois não erraste por intenção... Volta ao campo terrestre e reinicia a obra interrompida, renascendo sob o amparo das afeições que ajuntaste.
O terceiro adiantou-se e explicou:
- Senhor, devolvo-te o Conhecimento Espírita, intocado e puro, qual o recebi de tua munificência... O Conhecimento Espírita é Luz, Senhor, e, com ele, aprendi que a tua Lei é obra dura demais, atribuindo a cada um conforme as próprias obras. De que modo usar uma lâmpada assim, brilhante e viva, se os homens na Terra estão divididos por pesadelos de inveja e ciúme, crueldade e ilusão? Como empregar o clarão de tua verdade sem ferir ou incomodar? e como incomodar ou ferir, sem trazer deploráveis consequências para mim próprio? Sabes que a Verdade, entre os homens, cria problemas onde aparece... Em vista disso, tive medo de tua Lei e julguei como sendo a medida mais razoável para mim o acomodar-me com o sossego de minha casa... Assim pensando, ocultei o dom que me recomendaste aplicar e restituo-te semelhante riqueza, sem o mínimo toque de minha parte!...
O Sublime Credor, porém, entre austero e triste, ordenou que o tesouro do Conhecimento Espírita lhe fosse arrancado e entregou, de imediato, aos dois colaboradores diligentes que se encaminhariam para a Terra, de novo, declarando, incisivo:
- Servo infiel, não existe para a tua negligência outra alternativa senão a de recomeçares toda a tua obra pelos mais obscuros entraves do principio...
- Senhor!... Senhor!... – chorou o servo displicente. – Onde a tua equidade? Deste aos meus companheiros o Dinheiro, o Poder, o Conforto, a Habilidade, o Prestígio, a Inteligência e a Autoridade, e a mim concedeste tão-só o Conhecimento Espirita... Como fazes cair sobre mim todo o peso de tua severidade?
O Senhor, entretanto, explicou, brandamente:
- Não desconheces que te atribuí a luz da Verdade como sendo o bem maior de todos. Se ambos lhes faltava o discernimento que lhes podias ter ministrado, através do exemplo, de que fugiste por medo da responsabilidade de corrigir amando e trabalhar instruindo... Escondendo a riqueza que te emprestei, não só te perdeste pelo temor de sofrer e auxiliar, como também prejudicaste a obra deficitária de teus irmãos, cujos dias no mundo teriam alcançado maior rendimento no Bem Eterno, se houvessem recebido o quinhão de amor e serviço, humildade e paciência que lhes negaste!...
- Senhor!... Senhor!... porquê? – soluçou o infeliz – porque tamanho rigor, se a tua Lei é de Misericórdia e Justiça.
Então, os assessores do Senhor conduziam o servo desleal para as sombras do recomeço, esclarecendo a ele que a Lei, realmente, é disciplina de Misericórdia e Justiça, mas com uma diferença: para os ignorantes do dever. A Justiça chega pelo alvará da Misericórdia; mas, para as criaturas conscientes das próprias obrigações, a Misericórdia chega pelo cárcere da Justiça.

Livro Estante  da  Vida  –  Pelo Espírito “Irmão X” - Psicografia Francisco C. Xavier

sexta-feira, 22 de março de 2013

Educar-se Para Educar. "(...)Como poderemos orientar, dirigir, indicar o caminho a quem quer que seja, se ainda não o trilhamos? Daí a necessidade imperiosa do nosso trabalho de auto-educação. Só quem ama é capaz de emitir vibrações de amor e, portanto, de educar na Escola Edificante da Vida..." , (...)Nenhum de nós poderá pretender ser Educador, se não se educar a si mesmo. Mas também é inegável que todo aquele que fala, que escreve, que exerce faculdades mediúnicas, que pretende doutrinar e convencer Espíritos obsessores, que colabora nas Escolas de Evangelização Espírita, nas Juventudes e Mocidades ou em outras agremiações religiosas, desempenha função educativa intencional, e tem, portanto, maior responsabilidade, bem como corre mais risco de se transformar em cego, condutor de cegos..."

Educar-se Para Educar
PASSOS LÍRIO
“Jesus é o nosso Divino Mestre. Eduquemo-nos com Ele, a fim de podermos realmente educar.”
Emmanuel
.
Todos nós, ainda que inconscientemente, exercemos ação educativa ou, ao
contrário,deseducativa sobre outrem.
Nossas atitudes, nossas ações, os conceitos que emitimos (pela palavra falada ou escrita), nossas realizações em todo e qualquer campo de atividade constituem influências que estamos
exercendo sobre os indivíduos e a sociedade e, por vezes, até mesmo sobre a posteridade.
Podemos, então, exercer influência positiva ou negativa, o que firmará uma
das espécies de responsabilidade com que teremos de arcar.
Tudo isto, considerando a influência educativa ocasional, não intencional nem
sistemática. Teremos, a considerar, ainda, a ação educativa intencional exercida
por aqueles que têm o propósito de educar.
Procurar educar é pretender dar direção e sentido aos fatores inerentes ao
educando. A própria representação gráfica da palavra, na linguagem primitiva, tem
este significado ( conduzir , em latim, e dirigir , em grego). Quem se propõe a educar,
propõe-se, portanto, a orientar, a dirigir outrem ou alguém.
Como poderemos orientar, dirigir, indicar o caminho a quem quer que seja, se
ainda não o trilhamos?
Daí a necessidade imperiosa do nosso trabalho de auto-educação. Só quem
ama é capaz de emitir vibrações de amor e, portanto, de educar na Escola Edificante
da Vida. Só quem possui equilíbrio interior é capaz de educar na Escola doDomínio
de Si Mesmo, de ajudar alguém nessa prática. Só quem detém capacid ade de renúncia e
sacrifício dispõe de força bastante para educar em tal Escola.
Acresce, ainda, a circunstância de que, quanto maior for a rebeldia do educando,
quanto mais ele for vazio dos sentimentos que pretendemos edificar, tanto maior
intensidade de tais sentimentos será necessária ao educador, para que logre êxito.
É por isso que os alunos ou os filhos rebeldes constituem um desafio perm anente a quem
pretende se consagrar a semelhante mister.
Nem foi por outro motivo que Deus, Pai de Misericórdia, nos enviou Jesus,
todo pureza, para educar Espíritos como nós outros, tão endurecidos no mal. Precisamente
por isso é que para nós, espiritistas cristãos, o Mestre terá de ser só, prioritariamente e sempre,
Jesus.
Vem a pêlo relembrarmos a passagem evangélica referente à cura de um lunático, para cuja obtenção os discípulos não lograram êxito. Consultado o Mestre
sobre o porquê do fracasso, Ele disse: “por causa da vossa pouca fé”; mas enfatizou: “esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum ”. (Lucas, 17:14-23.)
Depreendemos, da palavra de Jesus, não disporem ainda os discípulos de
suficiente preparo espiritual imprescindível ao sucesso de tal cometimento, ou seja,
carência de virtudes na formação da estrutura de suas personalidades, que então
lhes possibilitassem serbem-sucedidos.
No fundo, faltava a eles eficiente lastro de auto-educação.1
Nenhum de nós poderá pretender ser Educador, se não se educar a si mesmo.
Mas também é inegável que todo aquele que fala, que escreve, que exerce faculdades
mediúnicas, que pretende doutrinar e convencer Espíritos obsessores,
que colabora nas Escolas de Evangelização Espírita, nas Juventudes e Mocidades
ou em outras agremiações religiosas, desempenha função educativa intencional, e
tem, portanto, maior responsabilidade, bem como corre mais risco de se transformar em
cego, condutor de cegos. Donde a imperiosa e prioritária opção de colocar
a Educação acima de qualquer dessas e de outras atividades, ou melhor, de bem
aproveitá-las todas, como valiosos estímulos e imperdíveis oportunidades educativas para nós mesmos.
Oportunidades educativas... como? dentro de que padrões? em que Escola?
com que Mestre?
É a tais inquirições que
Emmanuel vem de nos responder: “Jesus é o nosso
Divino Mestre. Eduquemo-nos com Ele, a fim de podermos realmente educar.”

Revista O Reformador  julho de 2000

terça-feira, 19 de março de 2013

Uma tomada de consciência.(...)"Ninguém ou quase ninguém compreende que sem uma estruturação cultural elevada, sem estudos aprofundados no plano cultural, que revelem as novas dimensões do mundo e do homem na perspectiva espírita, o espiritismo não passará de uma seita religiosa de fundo egoísta, buscando a salvação pessoal de seus adeptos, precisamente aquilo que Kardec lutou para evitar. A finalidade do espiritismo, como Kardec acentuou, não é a salvação individual, mas a transformação total do mundo, num vasto processo de redenção coletiva.(...)",(...)"Temos de dar às novas gerações a possibilidade de afirmarem, diante do desenvolvimento das ciências e do avanço geral da cultura, como disse Denis Bradley: “Eu não creio, eu sei!” Porque é pelo saber, e não pela crença, pela fé racional e não pela fé cega, pelo conhecimento e não pelas teorias indemonstráveis, que o espiritismo, como revelação espiritual, terá de modelar a nova realidade terrena, apoiado na confirmação científica, pela pesquisa, dos seus postulados fundamentais. A revelação humana confirma e comprova a revelação divina."..., (...)"Chega de pieguice religiosa, de palestras sem fim sobre a fraternidade impossível no meio de lobos vestidos de ovelhas. Chega de caridade interesseira, de imprensa condicionada à crença simplória, de falações emotivas que não passam de formas de chantagem emocional. Precisamos da Religião viril que remodela o homem e o mundo na base da verdade comprovada. Da caridade real que não se traduz em esmolas, mas na efetivação da fraternidade humana oriunda do conhecimento de nossa constituição orgânica e espiritual comuns, ou seja, da inelutável igualdade humana....",(...)Estudemos a doutrina aprofundando-lhe os princípios. Remontemos o nosso pensamento às lições viris do Cristo, restabelecendo na Terra as dimensões perdidas do seu Evangelho. Essa é a nossa tarefa...."

Uma tomada de consciência PDF Imprimir E-mail
Escrito por J. Herculano Pires   
sociedadeO apego ao contingente, ao imediato, apaga na consciência dos nossos dias o senso da responsabilidade espiritual. Nem mesmo a ronda constante da morte consegue arrancar o homem atual da embriaguez do presente. O problema do espírito e da imortalidade só se aviva quando ligado diretamente a questões de interesse pessoal. O católico, o protestante, o espírita se equivalem nesse sentido. Todos buscam os caminhos do espírito para a solução de questões imediatistas ou para garantirem a si mesmos uma situação melhor depois da morte.

A maioria absoluta dos espiritualistas está sempre disposta a investir (este é o termo exato) em obras assistenciais, mas revela o maior desinteresse pelas obras culturais. Apegam-se os religiosos de todos os matizes à tábua de salvação da caridade material, aplicando grandes doações em hospitais, orfanatos e creches, mas esquecendo-se dos interesses básicos da cultura. Garantem os juros da caridade no após-morte, mas contraem pesadas dívidas no tocante à divulgação, sustentação e defesa de princípios fundamentais da renovação da cultura planetária.
A imprensa, a literatura, o ensaio, o estudo, a fixação das linhas mestras da nova cultura terrena ficam ao deus-dará. Falta uma tomada de consciência, particularmente no meio espírita, da responsabilidade de todos na construção e na elaboração da Nova Era, que é trabalho dos homens na Terra. Ninguém ou quase ninguém compreende que sem uma estruturação cultural elevada, sem estudos aprofundados no plano cultural, que revelem as novas dimensões do mundo e do homem na perspectiva espírita, o espiritismo não passará de uma seita religiosa de fundo egoísta, buscando a salvação pessoal de seus adeptos, precisamente aquilo que Kardec lutou para evitar.
A finalidade do espiritismo, como Kardec acentuou, não é a salvação individual, mas a transformação total do mundo, num vasto processo de redenção coletiva. Proporcionar aos jovens uma formação cultural apoiada na mais positiva e completa base espiritual, que mostre a insensatez das concepções materialistas e pragmatistas, dando-lhes a firmeza necessária na sustentação e defesa dos princípios doutrinários, não é só caridade, mas também realização efetiva dos objetivos superiores do espiritismo nesta fase de transição. Sem esse trabalho não poderemos avançar com segurança e eficácia na direção da Era do Espírito. Temos de dar às novas gerações a possibilidade de afirmarem, diante do desenvolvimento das ciências e do avanço geral da cultura, como disse Denis Bradley: “Eu não creio, eu sei!” Porque é pelo saber, e não pela crença, pela fé racional e não pela fé cega, pelo conhecimento e não pelas teorias indemonstráveis, que o espiritismo, como revelação espiritual, terá de modelar a nova realidade terrena, apoiado na confirmação científica, pela pesquisa, dos seus postulados fundamentais. A revelação humana confirma e comprova a revelação divina.
Esse é o problema que ninguém parece compreender. Todos sonham com o momento em que a ciência deverá proclamar a realidade do espírito. Mas essa proclamação jamais será feita, se a ciência espírita não atingir a maioridade, não se confirmar por si mesma, podendo enfrentar virilmente, no plano da inteligência e da cultura, a visão materialista do mundo e a concepção materialista do homem. Por isso precisamos de universidades espíritas, de institutos de cultura espírita dotados de recursos para uma produção cultural digna de respeito, de laboratórios de pesquisa psíquica estruturados com aparelhagem eficiente e orientados por metodologia segura, planejada e testada por especialistas de verdade, capazes de dominar o seu campo de trabalho e de enfrentar com provas irrefutáveis os sofismas dos negadores sistemáticos. É uma batalha que se trava, o bom combate de que falava o apóstolo Paulo, agora desenvolvido com todos os recursos da tecnologia.
Chega de pieguice religiosa, de palestras sem fim sobre a fraternidade impossível no meio de lobos vestidos de ovelhas. Chega de caridade interesseira, de imprensa condicionada à crença simplória, de falações emotivas que não passam de formas de chantagem emocional. Precisamos da Religião viril que remodela o homem e o mundo na base da verdade comprovada. Da caridade real que não se traduz em esmolas, mas na efetivação da fraternidade humana oriunda do conhecimento de nossa constituição orgânica e espiritual comuns, ou seja, da inelutável igualdade humana. De exposições sábias e profundas dos problemas do espírito, nascidas da reflexão madura e do estudo metódico e profundo. Temos de acordar os dorminhocos da preguiça mental e convocar a todos para as trincheiras da guerra incruenta da sabedoria contra a ignorância, da realidade contra a ilusão, da verdade contra a mentira. Sem essa revolução em nossos processos não chegaremos ao mundo melhor que já está batendo, impaciente, às nossas portas.
Não façamos do espiritismo uma ciência de gigantes em mãos de pigmeus. Ele nos oferece uma concepção realista do mundo e uma visão viril do homem. Arquivemos para sempre as pregações de sacristão, os cursinhos de miniaturas de anjos, à semelhança das miniaturas japonesas de árvores. Enfrentemos os problemas doutrinários na perspectiva exata da liberdade e da responsabilidade de seres imortais. Reconheçamos a fragilidade humana, mas não nos esqueçamos da força e do poder do espírito encerrado no corpo. Não encaremos a vida cobertos de cinzas medievais. Não façamos da existência um muro de lamentações. Somos artesãos, artistas, operários, construtores do mundo e temos de construí-lo segundo o modelo dos mundos superiores que explendem nas constelações.
Estudemos a doutrina aprofundando-lhe os princípios. Remontemos o nosso pensamento às lições viris do Cristo, restabelecendo na Terra as dimensões perdidas do seu Evangelho. Essa é a nossa tarefa.

Fonte: Jornal Mensagem, órgão do Grupo Espírita Cairbar Schutel, sob a direção de J. Herculano Pires - Ano 1 - Set/75

Curiosidade e renovação .(..)" Há outra forma de curiosidade, bem intencionada e às vezes piedosa, não há dúvida, mas improdutiva, porque não sai da rotina, não opera qualquer mudança de ideias ou de hábitos. É o caso, por exemplo, das pessoas que vão ao centro espírita somente por causa dos guias espirituais e, por isso mesmo, toda a atenção se dirige ao médium, a ninguém mais. De certo tempo em diante, a curiosidade rotineira termina criando a "idolatria do médium" e a "devoção dos guias". E o aprendizado? E a renovação da criatura? E a mudança de hábitos? Nada. Há pessoas que frequentam centros espíritas há cinco ou dez anos, ouvindo a palavra dos guias, pedindo mensagens e comparecendo religiosamente às sessões mediúnicas, mas continuam pensando como pensavam antes: ainda têm medo de "azar", ainda acreditam no inferno, ainda fazem penitência...", (...)"certas pessoas são capazes de caminhar muitos quilômetros à procura de um médium, com chuva ou com sol quente, seja lá onde for, mas não têm a paciência nem o interesse de ficar meia hora pelo menos no recinto de um centro para ouvir uma palestra, uma elucidação doutrinária". ...

Curiosidade e renovação PDF Imprimir E-mail
Escrito por Deolindo Amorim   
Seg, 23 de Janeiro de 2012 14:07
obras bsicasDisse Allan Kardec, em relação ao espiritismo, que "o período da curiosidade já passou". Estávamos na segunda metade do século 19.
A observação de Kardec está na parte final de O livro dos espíritos – Conclusão 5. Teria passado mesmo? É a pergunta que muita gente ainda faz. Como não existe conceito absoluto na linguagem humana, devemos considerar que o período da pura curiosidade realmente já passou para aqueles que não se prendem mais à mesa mediúnica nem aos médiuns como o único ponto de interesse pelo espiritismo; mas ainda não passou para quantos ainda estão na fase inicial, durante anos a fio, consultando os mentores espirituais, sem um passo sequer no conhecimento aprofundado.
Tudo é relativo, todos sabem disto. Claro que o codificador se referia ao desenvolvimento natural do conhecimento através de etapas: primeiramente a curiosidade, o desejo de ver com os próprios olhos, a vontade incontida de falar com espíritos; depois naturalmente o raciocínio analítico, a reflexão; por fim, e pela ordem lógica, vem a convicção, a integração na doutrina. E daí por diante, não se pára mais de estudar e observar, pois a "sede de saber" não admite limitações.
Houve, de fato, um período de curiosidade, aliás necessário, e foi o período em que todas as preocupações se concentraram na parte mediúnica do espiritismo. O elemento mediúnico nunca deixou nem deixaria de ser necessário e sempre importante, mas a fixação exclusiva no fenômeno, como se não houvesse mais motivação, com o tempo cedeu lugar a outra ordem de cogitações, que se polarizaram exatamente na Doutrina e suas consequências. Um campo novo, que se abriu para muita gente no ciclo histórico das primeiras obras espíritas. E, por isso mesmo, Allan Kardec frisou muito bem: a curiosidade passou.
Claro que há curiosidade no sentido comum de apenas querer ver, sem qualquer objetivo sério, e curiosidade no sentido especial de procurar a verdade ou adquirir conhecimento. Esta última expressão de curiosidade revela bom senso e honestidade de propósitos. É, enfim, uma curiosidade que a própria doutrina espírita suscita a cada passo. Mas o que ainda se nota, em grande parte, é a curiosidade vulgar, sem a mínima preocupação de estudo ou de enriquecimento espiritual, isto é, a curiosidade dos que procuram apenas espetáculo, e nada mais. Há outra forma de curiosidade, bem intencionada e às vezes piedosa, não há dúvida, mas improdutiva, porque não sai da rotina, não opera qualquer mudança de ideias ou de hábitos. É o caso, por exemplo, das pessoas que vão ao centro espírita somente por causa dos guias espirituais e, por isso mesmo, toda a atenção se dirige ao médium, a ninguém mais. De certo tempo em diante, a curiosidade rotineira termina criando a "idolatria do médium" e a "devoção dos guias". E o aprendizado? E a renovação da criatura? E a mudança de hábitos? Nada. Há pessoas que frequentam centros espíritas há cinco ou dez anos, ouvindo a palavra dos guias, pedindo mensagens e comparecendo religiosamente às sessões mediúnicas, mas continuam pensando como pensavam antes: ainda têm medo de "azar", ainda acreditam no inferno, ainda fazem penitência. Os hábitos religiosos continuam sendo os mesmos. Isto quer dizer que não aprenderam espiritismo, não receberam ou não absorveram esclarecimentos da doutrina. Ainda permanecem na fase inicial da curiosidade comum, não deram um passo adiante, pois não apresentam qualquer mudança. É o caminho para o fanatismo. Mas o espiritismo é uma doutrina renovadora. À medida que se estuda a doutrina e que se absorve o ensino espírita, naturalmente alguma coisa começa a mudar, aos poucos: a visão da vida e das coisas, a concepção de Deus e sua suprema justiça; a noção de responsabilidade e assim por diante.
Já se disse, e não faz mal repetir, que certas pessoas são capazes de caminhar muitos quilômetros à procura de um médium, com chuva ou com sol quente, seja lá onde for, mas não têm a paciência nem o interesse de ficar meia hora pelo menos no recinto de um centro para ouvir uma palestra, uma elucidação doutrinária. No entanto, como ainda ensina Allan Kardec, que o espiritismo progrediu sobretudo desde que foi compreendido em sua "essência íntima". É realmente a essência da Doutrina, o conhecimento da doutrina que se aprende a valorizar a comunicação dos espíritos e sua significação no progresso moral. Enquanto a mesa mediúnica for apenas objeto de curiosidade ou simples motivo de devoção, não há renovação, não há progresso no conhecimento do espiritismo. Mas temos de reconhecer, finalmente, que a orientação de origem tem muita influência, sob este ponto de vista. Há centros que fazem questão de dar preferência aos trabalhos mediúnicos, como se fossem a razão de ser de sua existência, enquanto a doutrina fica em segundo plano e às vezes nem é comentada nas reuniões... Então, os frequentadores assíduos, se habituam à rotina e não entendem o espiritismo a não ser pela via mediúnica. Se é assim que entendem o espiritismo, evidentemente não se interessam pelas explanações doutrinárias. Lembro-me bem de um centro espírita, que frequentei no bairro de São Cristóvão, há muitos anos, nos primeiros contatos que tive com o espiritismo. O presidente era o médium da casa e fazia tudo: doutrinava mediunizado, dirigia o serviço de passes, cuidava das desobsessões etc. Nenhum livro da doutrina. Toda a assistência via o centro exclusivamente pela pessoa do médium. Tudo se fazia em função do médium. Tempos depois, apareceu alguém, que começou a colaborar no centro e conseguiu introduzir o estudo doutrinário, semanal. Então, ficou reservado um dia especialmente para a explanação da Doutrina. Pois bem, a maior parte da assistência, que já estava mal acostumada, reagiu desagradavelmente. Lembro-me bem, como se fosse hoje, de que certa vez um dos frequentadores, daqueles que nunca faltavam às sessões mediúnicas, ao chegar à sala, assim que viu no quadro de aviso que aquela noite seria de estudo doutrinário, voltou imediatamente e ainda falou assim, quase afrontado: "Isto não interessa!" e se foi mesmo... Em parte, alguns centros são responsáveis por essa discrepância, justamente porque não criam desde cedo o hábito do estudo, sem desprezar a parte fenomênica. O equilíbrio antes de tudo.

Texto publicado no jornal Correio Fraterno, edição 108,  dezembro de 1979

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Batismo para Salvar-se."...devemos procurar fazer tudo quanto Jesus fez, e não praticar tudo o que com Ele fizeram os homens ..."



* Se vocês, espíritas, não são batizados, como é que poderão salvar-se?

Esta pergunta me foi feita por um amigo em cama. Já houve quem me dissesse que o espírita deve batizar-se, sim, porque até Jesus o foi. A esta pessoa, baseando-me numa argumentação do médium e orador espírita José Raul Teixeira, respondi que, de fato, João Batista batizou Jesus nas águas do Jordão; no entanto, Jesus a ninguém batizou. Demais, os espíritos devemos procurar fazer tudo quanto Jesus fez, e não praticar tudo o que com Ele fizeram os homens porque, senão, neste descompassado, dentro em breve estaremos pregando um nosso semelhante qualquer numa cruz com uma coroa de espinhos.!

Outros alegam que o batismo evita que se morra pagão. Ouvi muito esta afirmativa quando eu era criança. Aproveito a oportunidade para explicar que a palavra pagão vem do Latim paganus e não designava, cm absoluto, o morador do Pagus, não. Quem informa é o ilustre catedrático paulista Silveira Bueno, católico convicto. Designava aquele que, para não servir na milícia romana, fugia das cidades, ia residir nos campos longe de Roma. Quando o Cristianismo triunfou com a aliança dos líderes políticos com os líderes religiosos, ao tempo de Constantino, século III depois de Cristo, deu-se à palavra paganus uma nova semântica', um novo significado. Desde então pagão seria todo aquele que não desejasse servir nas milícias celestiais, quer dizer, todo aquele que não quisesse pertencer ao Catolicismo.

O batismo é um ritual muito mais antigo do que comumente se pensa. Vem dos povos mais antigos, dos gregos, dos egípcios, dos hindus. As religiões tradicionalistas, ainda hoje, às panas do século XXI, insistem em conservá-lo, no que nada temos que ver. É um direito que elas têm e não seremos nós, os espíritas, que iremos cercear o livre-arbítrio de quem quer que seja, desde que não haja prejuízo alheio. Só que a Doutrina Espírita pura e simplesmente dispensa este ritual. Ou qualquer outro ritual também como preces especiais, casamentos religiosos, oferendas ou coisas do gênero. Perdão se me torno repetitivo, porém penso como Napoleão, segundo o qual a mais importante figura da retórica é a repetição.

O meu missivista, como ia dizendo, indagava como é que o espirita iria salvar-se pois que não fora batizado. A ele remeti longa cama. E porque talvez algum leitor amigo se defronte com esta mesma questão, atrevo-me sumariar a resposta enviada a ele. Devemos sempre fazer o devido esclarecimento espírita dos assuntos que nos são apresentados.

Bem, pessoalmente, para usar de sinceridade, eu não aprecio esta palavra salvação, não. Prefiro a expressão redenção ou libertação espiritual .Salvação, a meu ver, no que posso até estar errado, porque sou míope para longe e para perto, seria o oposto de perdição. Como não aceito a idéia de que Deus, definido por Jesus como Amor, deixe perder-se para sempre um só de seus filhos, dou preferência à redenção ou libertação espiritual. Mesmo porque Jesus declarou: Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará João, Cap. 8 vens. 32).

O que liberta a criatura do sofrimento, decorrente da violação às leis divinas, é a prática genuína e desinteressada do Bem. É a vivência espontânea da Fraternidade. É a vontade ardente de ver no semelhante um seu irmão voltando ao proscêncio terrestre para progredir, daí ser merecedor de melhores demonstrações de estima e consideração.

Nesse contexto, cabem duas palavras acerca do preconceito. Do preconceito racial, por exemplo. Determinado confrade fez um teste com um grupo de espíritas. Cada um dos componentes daquela brincadeira deveria fechar os olhos e imaginar-se sendo assaltado. Depois diria que emoção sentiu se fosse realidade o assalto. O leitor amigo poderá dizer qual foi a cor do assaltante imaginado pelos confrades espíritas envolvidos naquela experiência brejeira, porém muito significativa !

O que liberta a criatura é a Caridade, que, segundo uma definição do Irmão X, escrevendo pelo médium Chico Xavier, é servir sem descanso, é cooperar espontaneamente nas boas obras da comunidade, sem aguardar o convite ou o agradecimento dos outros, é não incomodar aquele que trabalha, é suportar sem revolta as (imitações alheias, auxiliando o próximo a supera-las.

O que liberta a criatura da ignorância é a paciente leitura de livros que nos dizem porque vivemos, para onde iremos depois da morte do corpo fisico (se é que ele morra, pois em verdade até ele simplesmente se transforma), de onde viemos ames do berço. Contudo, não basta a leitura. É necessária a sua reflexão. Impõe-se a vivência dos seus ensinos. Pois como já reconhecia Daudet, quanta gente há, em cuja biblioteca, poder-se-ia escrever "para uso externo", como nas garrafas das farmácias. Quer dizer, ler por ler simplesmente não vale a pena. Mister se faz modificar o comportamento, ampliar o horizonte cultural, aprofundar a análise do porquê da vida e sobretudo, repito, vivenciar o que os bons livros nos ensinam em termos de crescimento moral e espiritual.

O que liberta a criatura de suas imperfeições é o seu desejo de despojar-se de seus vícios morais como a inveja, a cobiça, o ciúme, a ira et caterva, forcejando por ser mais paciente, mais humilde, mais prudente, mais humano diante das dores alheias, mais tolerante diante das falhas da outra pessoa, sem cair na alienação dizendo amém a tudo e a todos, com esta atitude muito cômoda concordando com erronias que não podem de jeito nenhum contar com a nossa anuência.

O que liberta a criatura não é o batismo que recebeu em criança ou já adulto ao aceitar esta ou aquela solta religiosa. Não. O que liberta a criatura de seus erros do passado e de suas limitações anuais é este esforço diuturno de observar, na vida diária, tudo quanto o Cristo nos ensinou através da força do exemplo ! ...

Celso Martins

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

MEU LIVRO PREFERIDO:

17/12/2012


MEU LIVRO PREFERIDO

Dias atrás, aqui mesmo na Vida Espiritual, onde, não raro, temos a alegria de nos encontrar com velhos amigos que fizemos na Terra, um deles, após saudar-me efusivamente, perguntou-me:
- Dr. Inácio, desculpa-me a liberdade, mas eu gostaria imensamente de saber: dos livros da Codificação, qual é o de sua preferência?...
Sem pensar duas vezes, respondi:
- O meu livro preferido é “O Evangelho Segundo o Espiritismo”!...
- Por quê?! – tornou ele de imediato.
- Porque ninguém briga por conta dele...
- Como assim?! – insistiu o companheiro.
- Veja bem – procurei ponderar. – “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns” estão sempre dando margem a polêmicas e discussões, por vezes, infindáveis e estéreis entre os adeptos da Doutrina...
- É verdade – concordou.
- Por exemplo, sobre Reencarnação e Mediunidade, quase todo mundo quer saber um mais do que outro... A respeito da vida no Mundo Espiritual então nem se fala! Os conflitos doutrinários em torno do assunto chegam a criar verdadeiras animosidades...
- O senhor tem razão!
- Por outro lado, porém, eu nunca assisti ninguém brigando para ser mais caridoso do que outro...
- Para perdoar mais! – emendou.
- Ou para pedir mais perdão! – ressalvei. – Sem dúvida, para mim, “O Evangelho Segundo o Espiritismo” é o livro mais necessário, e, portanto, o de minha preferência.
- Bem, mas as demais obras do Pentateuco são igualmente importantes – “O Céu e o Inferno”, “A Gênese”...
- Importantíssimas! – antes que fosse mal interpretado, fiz questão de frisar. – Contudo, porque são repositórios da Verdade dinâmica não são obras acabadas...
- Explique-se, por favor – solicitou-me franzindo o cenho.
- Meu caro, estamos longe do conhecimento da Verdade integral, mas, em relação ao Amor nós já sabemos tudo o que precisamos saber... O “conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (grifei) nos remete ao futuro distante; contudo, o “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, refere-se ao passado remoto e recente e ao presente imediato!...
Depois de ligeira pausa, conclui:
- Muitos de nós estamos como quem, já tendo o pão garantido, largamos o pão que nos é necessário para brigar por conta de uma taia de mortadela que, diante do estômago que ronca de fome, é completamente supérfluo!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 17 de dezembro de 2012.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 28

 
Elas se nos mostram como sendo distintas; daí o considerarmo-las formando os dois princípios constitutivos do Universo. Vemos acima de tudo isso uma inteligência que domina todas as outras, que as governa, que se distingue delas por atributos essenciais. A essa inteligência suprema é que chamamos Deus.
=======================================================================
Comentários de Miramez por João Nunes Maia.