Dimas: Arrependimento e Recuperação
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
sexta-feira, 28 de maio de 2021
DIMAS : ARREPENDIMENTO E RECUPERAÇÃO
Dimas: Arrependimento e Recuperação
domingo, 9 de maio de 2021
PERTO DE DEUS " SERÁS MÃE"
Perto de Deus
Entre a alma, prestes a reencarnar na Terra, e o Mensageiro Divino travou-se expressivo diálogo:
— Anjo bom — disse ela —, já fiz numerosas romagens no mundo. Cansei-me de prazeres envenenados e posses inúteis… Se posso pedir algo, desejaria agora colocar-me em serviço, perto de Deus, embora deva achar-me entre os homens…
— Sabes efetiamente a que aspiras? que responsabilidade procuras? — replicou o interpelado. — Quando falham aqueles que servem à vida, perto de Deus, a obra da vida, em torno deles, é perturbada nos mais íntimos mecanismos.
— Por misericórdia, anjo amigo! Dar-me-ás instruções…
— Conseguirás aceitá-las?
— Assim espero, com o amparo do Senhor.
— O Céu, então, conceder-te-á o que solicitas.
— Posso informar-me quanto ao trabalho que me aguarda?
— Porque estarás mais perto de Deus, conquanto entre os homens, recolherás dos homens o tratamento que eles habitualmente dão a Deus…
— Como assim?
— Amarás com todas as fibras de teu espírito, mas ninguém conhecerá, nem te avaliará as reservas de ternura!… Viverás abençoando e servindo, qual se carregasses no próprio peito a suprema felicidade e o desespero supremo. Nunca te fartarás de dar e os que te cercarem jamais se fartarão de exigir…
— Que mais?
— Dar-te-ão no mundo um nome bendito, como se faz com o Pai Celestial; contudo, qual se faz igualmente até hoje na Terra com o Todo-Misericordioso, reclamar-se-á tudo de ti, sem que se te dê coisa alguma. Embora detendo o direito de fulgir à luz do primeiro lugar nas assembleias humanas, estarás na sombra do último… Nutrirás as criaturas queridas com a essência do próprio sangue; no entanto, serás apartada geralmente de todas elas, como se o mundo esmerasse em te apunhalar o coração. Muitas vezes, serás obrigada a sorrir, engolindo as próprias lágrimas, e conhecerás a verdade com a obrigação de respeitar a mentira… Conquanto venhas a residir no regozijo oculto da vizinhança de Deus, respirarás no fogo invisível do sofrimento!…
— Que mais?
— Adornarás as outras criaturas para que brilhem nos salões da beleza ou nos torneios da inteligência; entretanto, raras te guardarão na memória, quando erguidas ao fausto do poder ou ao delírio da fama. Produzirás o encanto da paz; todavia, quando os homens se inclinem à guerra, serás impotente para afastar-lhes o impulso homicida… Por isso mesmo, debalde chorarás quando se decidirem ao extermínio uns dos outros, de vez que te acharás perto do Todo-Sábio e, por enquanto, o Todo-Sábio é o Grande Anônimo, entre os povos da Terra…
— Que mais?
— Todas as profissões no planeta são honorificadas com salários correspondentes às tarefas executadas, mas o teu ofício, porque estejas em mais íntima associação com o Eterno e para que não comprometas a Obra da Divina Providência, não terá compensações amoedadas.
Outros seareiros da Vinha Terrestre serão beneficiados com a determinação de horários especiais; contudo, já que o Supremo Pai serve dia e noite, não disporás de ocasiões para descanso certo, porquanto o amor te colocará em permanente vigília!
…Não medirás sacrifícios para auxiliar, com absoluto esquecimento de ti; no entanto, verás teu carinho e abnegação apelidados, quase sempre, por fanatismo e loucura…
Zelarás pelos outros, mas os outros muito dificilmente se lembrarão de zelar por ti… Farás o pão dos entes amados… Na maioria das circunstâncias, porém, serás a última pessoa a servir-se dos restos da mesa, e, quando o repouso felicite aqueles que te consumirem as horas, velarás, noite a dentro, sozinha e esquecida, entre a prece e a aflição… Espiritualmente, viverás mais perto de Deus, e, em razão disso, terás por dever agir com o ilimitado amor com que Deus ama…
— Anjo bom — disse a Alma, em pranto de emoção e esperança —, que missão será essa?
O Emissário Divino endereçou-lhe profundo olhar e respondeu num gesto de bênção: — Serás mãe!…
Irmão X
LIVRO: ESTANTE DA VIDA
sábado, 18 de maio de 2019
Infortúnio materno
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Gratidão Infinita
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na tarde de 29
de abril de 2014, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.
Em 26.5.2014.
Fonte:http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Mães abnegadas, filhos ingratos
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica da noite de 13 de março de 2013, no Centro Espírita
Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
quarta-feira, 13 de março de 2013
Vida e Valores ( A missão da maternidade )
Vida e Valores (A missão da maternidade)
Que mistério é esse que envolve as mães?
Eis
uma pergunta difícil de explicar. Não existe uma única criatura no
mundo que não haja experimentado o envolvimento de sua mãe.
Seja
um envolvimento positivo, amoroso, seja um envolvimento lamentável,
doentio, patológico. Mas, ninguém escapa da presença da mãe.
Alguém pode nascer sem a presença do pai, mas é impossível alguém nascer no mundo sem a presença da mãe.
A mãe é essa criatura tão especial que, muitas vezes, atormenta a vida dos filhos, desejosa de impulsionar as suas vidas.
Muitas vezes abafa o filho, querendo protegê-lo.Quanto é importante essa figura no mundo!
Em O livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, ele pergunta aos seres espirituais qual é a missão
mais importante dentre aquelas que Deus concedeu aos homens na Terra. Os
Imortais respondem a Allan Kardec que a missão mais importante é a da
mulher. E complementam – porque é ela que educa o homem.
Quando
pensamos nisso, verificamos a importância da mulher consciente, quando
ela tem esse apercebimento do seu papel e essa certeza de sua
influência, porque não há uma única mãe que não exerça influência sobre
seus filhos.
Podemos
mesmo ousar e dizer que, como base de todo o bruto, de todo o homem
grotesco que houve na Humanidade, havia a figura de uma mulher, sua mãe.
Porque
foi ela que fez com que ele não levasse desaforos para casa, foi ela
que o ensinou a devolver agressão com agressão, ensinou-o a ser egoísta.
Mas,
por baixo da história de todo santo, de todo missionário, de toda
criatura do bem, existe a figura de uma mulher, de sua mãe.
Foi ela que disse: Meu
filho, quando um não quer, dois não brigam. Meu filho, é melhor um
covarde vivo do que um corajoso morto. Meu filho, venha lavar em casa os
problemas da rua, porque em casa você encontrará amor. Roupa suja, meu
filho, se lava em casa.
Assim, encontramos mães que criaram seus filhos para cima, e mães que empurraram seus filhos para baixo.
Encontramos
aquelas que sabem que seus filhos não lhes pertencem, sabem que seus
filhos são filhos de Deus essencialmente, são filhos da vida e que para a
vida elas os deverão educar.
Há
outras que supõem que eles sejam seus pertences, inoculam neles as suas
fragilidades, os seus medos, os seus temores, seus pontos de vista.
Aí,
começarmos a pensar na trajetória da mãe sobre o mundo, quando ela
tiver essa consciência do seu papel junto aos filhos, quando ela admitir
que serão seus filhos os professores de amanhã, os médicos, os
advogados, os juízes, os políticos.
Quando
ela admitir que serão seus filhos que administrarão as cidades, os
Estados, os países, que responsabilidades terão em suas mãos, ela
própria se tratará melhor, para que não tenha a cabeça infernizada por
complexos de culpa, por conflitos e possa passar para os seus filhos
esse respeito à vida, esse respeito aos outros.
Jamais
essas mães ensinarão aos seus filhos que têm que respeitar os mais
velhos, mas ensinarão aos seus filhos que eles têm que respeitar a todo o
ser humano, a todo ser vivente. Ensinarão os filhos a amar os vegetais,
a proteger as florestas, começando a cuidar dos jardins em casa.
Ensinarão o respeito aos animais.
Quem começa das coisas simples, terá capacidade de realizar as coisas complexas.
Ah, mulher mãe! Que mistérios envolverão a sua figura?
* * *
A
missão da mulher é uma missão misteriosa, porque ela consegue penetrar a
alma do seu filho, consegue conhecer seu filho como ninguém.
Se
pararmos para pensar, a mulher passa nove meses lunares carregando nas
entranhas o seu rebento, nove meses em que ela faz um curso de
especialização em percepção fluídica, em percepção psíquica.
Ela
capta as emissões do seu feto, do seu filho ainda feto e as interpreta,
como qualquer sensitivo interpretaria uma influenciação espiritual
sobre seu psiquismo.
É
dessa interpretação, das emissões do filho reencarnante que nascem os
famosos desejos da mulher durante a gravidez. É a interpretação que ela
faz do que está sentindo.
Nem
sempre são verdadeiras as interpretações, como nem sempre as criaturas
transmitem corretamente aquilo que recebem dos seres espirituais. O
fenômeno é o mesmo.
Podemos
afirmar que a gravidez corresponde ao período de maior transe mediúnico
de que se tem notícia. São nove meses em que a mulher mãe filtra o
psiquismo de seu filho. São nove meses em que ela projeta sobre ele seu
próprio psiquismo.
Tanto ele conhece a sua mãe intimamente, tanto ela conhece seu filho como ninguém.
A mãe conhece os filhos pelo andar deles, pelo modo deles respirarem, pelo modo de olharem. Ela conhece seu filho.
Jamais um filho se esconderá de sua mãe porque ela conhece suas emissões, seus fluidos, seu psiquismo.
Do
mesmo modo, jamais uma mãe se esconderá do seu filho. Ele consegue ler
na sua mãe se ela está contente, se ela está triste, se ela está feliz,
se ela está aborrecida. Ele consegue ler sem que ela diga nada, por
causa dessa habitualidade em conviver um com o outro, com essa
intimidade visceral.
As
nossas mães são aquele instrumento de que Deus lançou mão para que Ele
se manifestasse na Terra, enviando-nos à Terra através delas.
A
mulher rica, a mulher inteligente, intelectual quanto a mulher pobre, a
mulher simples e ignorante têm a mesma habilidade para ser mãe. Toda
mulher, psiquicamente, nasce com essa estrutura para a maternidade.
Às vezes, elas não conseguem ser mães de filhos carnais, mas são
mães dos sobrinhos, são mães dos irmãos mais novos, são mães de todas
as crianças que se lhes acerquem, porque é da mulher esse instinto da
maternidade, ainda que não tenha seus próprios filhos carnais.
Verificamos que há um mistério notável na maternidade, e esse mistério se chama amor.
Esse
amor que vem se desenvolvendo do instinto para a razão. É esse amor,
nas devidas dimensões, que faz o ninho entre os irracionais, que faz com
que a galinha guarde seus pintainhos sob as asas, que faz com que os
felinos lambam suas crias, que faz com que os pássaros ponham na boca
dos seus filhotes o alimento que trouxeram no seu próprio estômago.
É
isso que se desenvolveu ao longo dos milênios e explodiu cá em cima na
coroa humana e recebeu o nome de amor de mãe, profundamente irracional.
A mãe ama seu filho independentemente do que ele seja, de quem ele seja.
O maior santo recebe o amor de sua mãe, o maior vilão, o mais espúrio dos seres recebe o amor de sua mãe.
Em
todas as cadeias públicas, nos dias de visita, pode faltar a esposa, o
filho, o amigo, nunca a mãe. Ela estará sempre lá, amando seu filho, na
felicidade ou na desdita, na alegria ou na tristeza. Porque ser mãe é de
fato trazer uma proposta de Deus para aliviar as lutas do mundo.
Enquanto Deus mandar à Terra Seus filhos no seio das mulheres-mães é porque Ele ainda confia no progresso da Humanidade.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 147,
apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da
Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em
abril de 2008. Exibido pela NET, Canal 20,
Curitiba, no dia 10 de maio de 2009.
Em 06.08.2009.
|
||
Conhecendo o Livro Céu e o Inferno " Os Suicidas" parte 4
MÃE E FILHO
Em março de 1865, o Sr. M. C..., negociante em pequena cidade dos arredores de Paris, tinha em sua casa, gravemente enfermo, o mais velho dos seus filhos, que contava 21 anos de idade. Este moço, prevendo o desenlace, chamou sua mãe e teve forças ainda para abraçá-la. Esta, vertendo copiosas lágrimas, disse-lhe: "Vai, meu filho, precede-me, que não tardarei a seguir-te." Dito isto, retirou-se, escondendo o rosto entre as mãos.As pessoas presentes a essa cena desoladora consideravam simples explosão de dor as palavras da Sra. C ..., dor que o tempo acalmaria. Morto o doente, procuraram-na por toda a casa e foram encontrá-la enforcada num celeiro. O enterro da suicida foi juntamente feito com o do filho.
Evocação deste, muitos dias depois do fato. - P. Sabeis do suicídio de vossa mãe, em conseqüência do desespero que lhe causou a vossa perda? - R. Sim, e, sem o pesar causado por essa fatal resolução da parte dela, julgar-me-ia completamente feliz. Pobre, excelente mãe! Não pôde suportar a prova dessa separação momentânea, e tomou, para se unir ao filho, o caminho que dele mais deveria afastá-la. E por quanto tempo! Assim, retardou indefinidamente uma reunião que tão pronta teria sido se sua alma se conformasse submissa às vontades do Senhor; se fosse resignada, humilde, arrependida diante da provação que se lhe impunha, da expiação que deveria purificá-la! Orai, oh! orai por ela!. .. e sobretudo não a imiteis, vós outras, mães que vos comoveis com a narrativa da sua morte. - Não acrediteis que ela amasse mais que as outras mães, a esse filho que era o seu orgulho, não; é que lhe faltaram a coragem e a resignação. Mães, que me ouvis, quando a agonia empanar o olhar dos vossos filhos, lembrai-vos de que, como o Cristo, eles sobem ao cimo do Calvário, donde deverão alçar-se à glória eterna. Benjamin C...
Evocação da mãe. - R. Quero ver meu filho. Tendes o poder de dar-mo? Cruéis!... Tomaram-mo para levá-lo à luz, e a mim me deixaram em trevas. Quero-o... quero-o porque me pertence!... Nada vale então o amor materno? Pois quê! tê-lo carregado no ventre por nove meses; tê-lo amamentado; nutrido a carne da sua carne, sangue do seu sangue; guiado os seus primeiros passos; ensinado a balbuciar o sagrado nome de Deus e o doce nome de mãe; ter feito dele um homem cheio de atividade, de inteligência, de probidade, de amor filial, para perdê-lo quando realizava as esperanças concebidas a seu respeito, quando brilhante futuro se lhe antolhava! Não, Deus não é justo; não é o Deus das mães, não lhes compreende as dores e desesperos ... E quando me dava a morte para me não separar de meu filho, eis que novamente mo roubam!... Meu filho! meu filho, onde estás?
Evocador. - Pobre mãe, compartilhamos da vossa dor. Buscastes, no entanto, um triste recurso para vos reunirdes ao vosso filho: - O suicídio é um crime aos olhos de Deus, e deveis saber que Deus pune toda infração das suas leis. A ausência do vosso filho é a vossa punição.
Ela. - Não; eu julgava Deus melhor que os homens; não acreditava no seu inferno, porém cria na reunião das almas que se amaram como nós nos amávamos... Enganei-me... Deus não é justo nem bom, por isso que não compreende a grandeza da minha dor como do meu amor!... Oh! quem me dará meu filho? Tê-lo-ei perdido para sempre? Piedade! piedade, meu Deus!
Evocador. - Vamos, acalmai o vosso desespero; considerai que, se há um meio de rever vosso filho, não é blasfemando de Deus, como ora o fazeis. Com isso, em vez de atrairdes a sua misericórdia, fazeis jus a maior severidade.
Ela. - Disseram-me que não mais o tornaria a ver, e compreendi que o haviam levado ao paraíso. E eu estarei, acaso, no inferno? no inferno das mães? Ele existe, demais o vejo...
Evocador. - Vosso filho não está perdido para sempre; certo tomareis a vê-lo, mas é preciso merecê-lo pela submissão à vontade de Deus, ao passo que a revolta poderá retardar indefinidamente esse momento. Ouvi-me: Deus é infinitamente bom, mas é também infinitamente justo. Assim, ninguém é punido sem causa, e se sobre a Terra Ele vos infligiu grandes dores, é porque as merecestes. A morte de vosso filho era uma prova à vossa resignação; infelizmente, a ela sucumbistes quando em vida, e eis que após a morte de novo sucumbis; como pretendeis que Deus recompense os filhos rebeldes? A sentença não é, porém, inexorável, e o arrependimento do culpado é sempre acolhido. Se tivésseis aceito a provação com humildade; se houvésseis esperado com paciência o momento da vossa desencarnação, ao entrardes no mundo espiritual, em que vos achais, teríeis imediatamente avistado vosso filho, o qual vos receberia de braços abertos. Depois da ausência, vê-lo-íeis radiante. Mas. o que fizestes e ainda agora fazeis, coloca entre vós e ele uma barreira. Não o julgueis perdido nas profundezas do Espaço, antes mais perto do que supondes - é que véu impenetrável o subtrai à vossa vista.
Ele vos vê e ama sempre, deplorando a triste condição em que caístes pela falta de confiança em Deus e aguardando ansioso o momento feliz de se vos apresentar. De vós, somente, depende abreviar ou retardar esse momento. Orai a Deus e dizei comigo: "Meu Deus, perdoai-me o ter duvidado da vossa justiça e bondade; se me punistes, reconheço tê-lo merecido. Dignai-vos aceitar meu arrependimento e submissão à vossa santa vontade."
Ela. - Que luz de esperança acabais de fazer despontar em minha alma! É um como relâmpago em a noite que me cerca. Obrigada, vou orar... Adeus.
- Nota - A morte, mesmo pelo suicídio, não produziu neste Espírito a ilusão
de se julgar ainda vivo. Ele apresenta-se consciente do seu estado: - é que
para outros o castigo consiste naquela ilusão, pelos laços que os prendem ao
corpo. Esta mulher quis deixar a Terra para seguir o filho na outra vida: era,
pois, necessário que soubesse aí estar realmente, na certeza da desencarnação,
no conhecimento exato da sua situação. Assim é que cada falta é punida de
acordo com as circunstâncias que a determinam, e que não há punições uniformes
para as faltas do mesmo gênero.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
AOS PAIS DE FAMÍLIA
"Ó espíritas! compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que,
quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteiraivos
dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a
missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os
vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bemestar
futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do
filho confiado à vossa guarda?" ("O Evangelho segundo o Espiritismo" - Cap. XIV -
Comunicação de Santo Agostinho.)
Pediram-me que patrocinasse uma exposição da moral evangélica-espírita para uso dos pais
de família nos primeiros passos da educação religiosa e filosófica dos filhos.
Impossível seria furtar-me a esse convite tão sugestivo no momento difícil que a
Humanidade atravessa, quando a fé e a moral, a solidez dos costumes, o cumprimento do dever e a
responsabilidade de cada um se diriam em colapso, desorientando a muitos, vencendo outros tantos,
desanimando ou enrijecendo o coração de quase todos para lançar o caos na sociedade humana,
assinalando as últimas etapas do fim de uma civilização. Aquiesci, portanto, visto que ao servo
zeloso cumpre agenciar com os talentos confiados à sua guarda, a fim de renderem o máximo, para
gáudio do Senhor, que deseja ver a sua vinha habilmente cultivada, oferecendo frutos excelentes de
amor e justiça, para felicidade das gerações vindouras.
O lar é a grande escola da família, em cujo seio o indivíduo se habilita para a realização dos
próprios compromissos perante as leis de Deus e para consigo mesmo, na caminhada para o
progresso. É aí, de preferência a qualquer outra parte, que a criança, o cidadão futuro, o futuro
governante, o futuro elemento da sociedade, se deverá educar, adquirindo aquela sólida formação
moral-religiosa que resistirá, vitoriosamente, aos embates das lutas cotidianas, das provações e mil
complexos próprios de um planeta ainda inferior. Nem o mestre, nem o adepto de uma crença
qualquer, nem o amigo, por maior que lhes seja o desejo de servir, conseguirá cultivar no coração da
infância os valores da moral evangélica se os pais, por sua vez, não edificarem no próprio lar o
templo feliz do ensinamento que tenderá a florescer e frutescer para a eternidade. Daí a urgente
necessidade de os pais espíritas se habilitarem para dar aos filhos pequeninas aulas de moral, aulas
de Evangelho, aulas de legítimo Espiritismo e mesmo aulas de boa educação social e doméstica,
pois o espírita, antes de mais nada, necessita manter a boa educação doméstica e social, sem a qual
não será cristão. Outrossim, será necessário que, de uma vez para sempre, os pais de família
observem a prática do amor recíproco, que fornecerá forças para realizarem a tarefa que assumiram
ao se tornarem cônjuges, qual a conquista do progresso através da paternidade; que zelem pela
harmonia e a serenidade domésticas de cada dia, jamais se permitindo displicências de quaisquer
naturezas, discussões, hostilidades, pois será necessário que respeitem os filhos, lembrando-se de
que das suas atitudes surgirão exemplos para a prole e que esses exemplos deverão ser os melhores,
para que não enfraqueçam a própria autoridade e o respeito para dirigir a família. Se tais atitudes
não forem observadas, dificilmente poderão cumprir o próprio dever de orientadores da família, e a
grandes responsabilidades serão chamados na realidade do mundo espiritual.
Não obstante, será bom que a criança e o adolescente assistam a aulas educativas de moral
religiosa na sua agremiação espírita. Deverão mesmo fazê-lo, pois será também necessário cultivar a
convivência com os futuros companheiros de ideal, ampliar relações fraternas, desenvolver traquejo
para futuros certames de cunho espírita, e em razão de que o Centro Espírita dever ser
prolongamento do lar. O que, porém, é necessário e indispensável, o que é extremamente urgente é
que os pais não releguem a outrem o dever de encaminhar os filhos para Deus, dever com o qual secomprometeram perante as Leis ao reencarnar, perante as exigências sociais do matrimônio e
perante as disposições morais da paternidade.
A criança é grande enamorada dos próprios pais. Segue-os de olhos fixos. Uma lição, uma
advertência carinhosa dos pais, se prudente e sabiamente aplicadas, serão facilmente assimiladas
pelo filho, ainda frágil e simples. Se se descurou, porém, a educação na primeira infância, a
puberdade e a adolescência tornar-se-ão fases de orientação mais difícil. Mesmo em se tratando de
criança de índole rebelde, grandes benefícios advirão, se tal dever, o de educar, for fielmente
observado pelos pais. Jamais estes deverão alimentar a pretensão de que seu filho seja modelo de
boas qualidades, enquanto o filho do próximo é atestado de qualidades inferiores, visto que tal
ilusão entravará desastrosamente as providências educativas a favor do próprio filho. Que os pais
rejeitem, sem vacilações, a notícia, mediunicamente revelada, de que "grandes missionários" são
seus filhos reencarnados. Semelhantes informações serão quase sempre fruto de mistificação, de
preferência veiculadas por obsessores e não por amigos espirituais, porquanto estes seriam
prudentes em não se permitirem tais indiscrições, mais prejudiciais que úteis ao próprio futuro da
criança. Entretanto, à mãe compete ainda maior dose de responsabilidade no certame. O fato de ser
mãe não será apenas acontecimento biológico, mas posto de trabalho árduo, testemunho de
paciência, digno atestado de vigilância, de coragem, de amor, concordância com a renúncia e o
sacrifício. Não terá bem cumprido a própria tarefa a mulher que deixar de observar tal lema. Um
grande filósofo, adepto do Espiritismo, acentuou, numa das suas obras de educação e instrução, a
seguinte reflexão:
"...tal seja a mulher tal é o filho, tal será o homem. É a mulher que, desde o berço, modela a
alma das gerações. É ela que faz os heróis, os poetas, os artistas, cujos feitos e obras fulguram
através dos séculos."
"...para desempenhar, porém, tão sagrada missão educativa (na antigüidade grega), era
necessária a iniciação no grande mistério da vida e do destino, o conhecimento da lei das
preexistências e das reencarnações, porque só essa lei dá à vida do ser; que vai desabrochar sob a
égide materna, sua significação tão bela e tão comovedora." ¹
Patrocinando, pois, um ensaio literário-espírita para auxílio das mães e dos pais de família,
durante as noites de serão no lar, onde o Evangelho do Senhor e seus conseqüentes benefícios no
indivíduo e na sociedade serão ministrados e examinados, eu o faço no cumprimento dos próprios
deveres para com o Consolador, enviado pelo Céu à Terra como orientador da renovação moral de
cada um, para efetivação dos desígnios de Deus em relação à Humanidade.
Que tão belos serões renovadores do lar e dos corações obtenham êxitos na boa educação da
infância, é o meu desejo.
BEZERRA
(Comunicação obtida pela médium Yvonne A. Pereira, na noite de 11 de agosto de 1966, no Rio de
Janeiro - RJ, transcrita de “Obreiros do Bem”, de dezembro de 1976.)
REFORMADOR EDIÇÃO INTERNET
REFORMADOR, MAIO, 1997 14
__________
1. DENIS, Léon. "No Invisível". 17ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996. Cap. VII.