Considerando a Parábola do Bom Samaritano
"Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto
é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho."
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO Capítulo 15º - Item 3.
Conta Lucas, no versículo 25 e seguintes, do Capítulo 10, do Evangelho,
que interrogado o Mestre por um doutor pusilâmine que o tentava, a respeito da
herança celeste, narrou-lhe o Senhor, após inquiri-lo sobre a Lei, a parábola do
bom samaritano, a fim de informar-lhe, na aplicação do amor, quem seria o próximo.
Sintetizemos a narrativa: "Assaltado por malfeitores, um pobre homem foi
deixado à margem da estrada que descia de Jerusalém a Jericó. Casualmente
passou pela mesma via um doutor, e depois um levita que, embora o vissem,
seguiram indiferentes. Um samaritano, porém, por ali passando e o vendo,
tomou-se de piedade e o assistiu carinhosamente, conduzindo-o na sua
alimária até uma hospedaria onde o deixou cercado de cuidados, dispondo-se
a resgatar quaisquer compromissos excessivos, quando por ali passasse de
retorno". E ante o assombro do interlocutor O Mestre indagou-lhe, quem seria o
próximo do homem sofrido, ao que este respondeu: "O que usou de misericórdia
para com ele". Disse, então, Jesus: "Vai, e faze da mesma maneira".
Considerando as nobres sessões de socorro mediúnico aos
desencarnados em sofrimento, hoje realizadas pelos adeptos da Doutrina
Cristã, recorramos ao ensino de Jesus, na excelente parábola.
O recinto das experiências medianímicas pode ser comparado à
hospedagem acolhedora e gentil; o homem caído na orla do caminho,
consideremo-lo o espírito tombado nos próprios enganos; o médium doutrinador
assemelhemo-lo ao encarregado da estalagem; os médiuns
recalcitrantes examinemo-los como o doutor indiferente e o levita sem piedade;
o médium obediente ao mandato do serviço socorrista tenhamo-lo como o bom
samaritano e a via entre Jerusalém e Jericó convencionemos a estrada dos
deveres fraternos por onde todos transitamos. Ainda poderíamos considerar o
bálsamo e o unguento postos nas feridas do assaltado como sendo as orações
do círculo de corações devotados à tarefa mediúnica; as moedas pagas ao
hospedeiro simbolizemo-las como as renúncias e dificuldades, lutas e
testemunhos solicitados aos membros da reunião e o doutor da lei, zombeteiro
e frio, representemos como sendo os companheiros conhecedores da vida
imortal, notificados das surpresas além-do-túmulo, indiferentes, entretanto, às
tarefas sacrificiais do auxílio fraterno.
Se abrasado pela mensagem espírita, militas na mediunidade, em
qualquer das suas múltiplas manifestações, ou fazes parte de algum círculo de
socorro espiritual, unge-te de bondade e dá a tua quota de esforço aos falidos
na via da Imortalidade.
Não lhes imponhas verbosidades estrondosas nem debatas, apaixonado,
convicções...
Fala-lhes do novo Amanhã e medica-os agora, socorrendo-os com
bondade e abnegação.
Sê, em qualquer função que desempenhes na tarefa espírita de
assistência mediúnica, o "bom samaritano", considerando todo e qualquer
espírito que chegue ao núcleo de trabalho, não como o adversário de ontem, o
obsessor de hoje ou o sempre inimigo, mas como o teu próximo a quem deves
ajudar, assim como Jesus, redivivo na Mensagem Espírita, continua ajudando-te
carinhoso e anônimo.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 32.
Fonte:http://www.reflexoesespiritas.org/mensagens-espiritas/2338-considerando-a-parabola-do-bom-samaritano