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sábado, 27 de fevereiro de 2021

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS Q.821 - LEI DE IGUALDADE - IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER

 821. As funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão importância tão grande quanto as deferidas ao homem?


“Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções da vida.”




COMENTÁRIOS DE MIRAMEZ


FUNÇÕES DA MULHER



As funções da mulher são grandiosas, por vezes até maiores que as do homem, pois é ela que gera filhos na sua intimidade, alimentando-os com o seu amor.


A geração de um filho, pode-se dizer que é a maravilha das maravilhas. Quem não vê Deus neste fenômeno, é cego, por não querer examinar os processos da vida. Isso é a manifestação da própria Divindade dentre os seres encarnados, que opera nos animais, nas aves e mesmo no reino vegetal, em se observando os frutos e as flores.


A função da mulher no lar é divina, mesmo tendo expressão humana. Quando se diz que a mulher é parte fraca, é por força de expressão; diante do corpo do homem, é um complexo humano aprimorado que o futuro espera para grandes realizações. Não se quer aqui desprezar o seu companheiro, que ocupa na vida funções grandiosas também; cada um no seu lugar, onde Deus põe as criaturas para a co-realização de muitas coisas, buscando sua própria paz. Se Deus fez o homem e a mulher, qual de nós poderemos menosprezar a vontade do Criador? A razão do Espírito tem pouco alcance no que tange à verdade. Somente Deus sabe de tudo; sendo onisciente e onipresente, gera a vida sem erro.


Os seres humanos têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem; são dotados de muitos sentidos, mas dormem pela ignorância, por isso não se interessam pela verdade. Os que sabem mais um pouco, reconhecem com isso que nada sabem ante a presença do Criador. A humanidade se encontra caminhando para melhores dias em tudo, até e mesmo no que se refere ao aperfeiçoamento do instrumento físico, que ainda deixa muito a desejar, quando o comparamos ao de um mundo altamente evoluído; no entanto, o corpo de carne na Terra é uma bênção de Deus, instrumento divino para o aperfeiçoamento das almas.


Em João, capítulo seis, versículo quarenta e oito, se vê narrado assim:


Eu sou o pão da vida.


Mas, como encontrar esse pão da vida, para que não tenhamos mais fome? Somente a reencarnação pode nos despertar para essa procura, porque as provações despertam as criaturas para tais interesses. Jesus é o pão da vida, mas como encontrar Jesus? é pelas vidas sucessivas, pois, por elas, recordamos e fixamos na consciência o que a teoria nos ensinou no mundo espiritual. Não podemos esquecer que foi a Doutrina Espírita que mais explicou e revelou essa verdade aos homens que, conscientes dela, entendem a libertação física mais próxima do Pão da Vida, que se aproxima mais de nós, a saciar a nossa fome.


Se a mulher é que dá aos homens as primeiras noções de vida, ela merece o respeito de todos e a devida atenção para cumprir ainda melhor sua missão, que beneficiará a todos.


Nós, do plano espiritual, falando às mulheres, tornamos a dizer que elas são o ponto alto para nós, onde poderemos derramar os elevados conceitos no silêncio para os seus corações sensíveis, e que possam direcionar todos eles para a educação daqueles que as rodeiam. Que não percam a paciência, pois ninguém perde em ser dócil aos ensinamentos de Jesus. Preparem-se para os dias de amanhã, onde os próprios homens enriquecerão seus valores na condição de companheiros e irmãos na mesma jornada, e que o terceiro milênio seja abençoado por Deus pelos canais de Jesus Cristo, para que a Terra seja o paraíso prometido e esperado pelos homens de fé. No entanto, isso é conquista de todas as criaturas reunidas.


Que Deus abençoe o homem e a mulher, para que os dois se tornem um.



Filosofia Espírita  Volume XVIII - cap. 5

João Nunes Maia em parceria com Espírito Miramez


sábado, 20 de fevereiro de 2021

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS Q.820 - LEI DE IGUALDADE - IGUALDADE DE DIREITOS DO HOMEM E MULHER ===(A vida deu à mulher menos força física, entretanto, dotou-a de sensibilidade maior, como que buscando, nas regiões espirituais, idéias e condições elevadas, como uma ponte da Terra ao Céu, para que pudesse educar seus filhos com o amor que lhe compete doar.)



 820. A debilidade física da mulher não a coloca naturalmente na dependência do homem?

— Deus deu a força a uns para proteger o fraco e não para o escravizar.

AK:Deus apropriou a organização de cada ser às funções que ele deve desempenhar. Se deu menor força física à mulher, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, em relação com a delicadeza das funções materiais e a debilidade dos seres confiados aos seus cuidados.


COMENTÁRIO DE MIRAMEZ:


DEPENDÊNCIA


 


Deus deu a força a uns para defenderem aos fracos, e não para maltratá-los, nem explorá-los. Quem assim o faz, responderá pelas conseqüências. Já dissemos que homem e mulher se completam para a felicidade dos dois que, unidos, percebem com mais profundidade a beleza da vida.


O casal troca energias, na sutileza da vida, que nenhuma ciência da Terra pode igualar, com a mesma eficiência. Neste caso, somente o coração pode servir de laboratório divino, na divina ascensão dos Espíritos, transformando a força de Deus em amor, no quilate que necessita para viver em plena harmonia, que se expressa em alegria superior.


Aquilo que se chama de dependência não é escravidão e, sim, situação indispensável para o complemento da aquisição do estado de felicidade da Terra. O homem, no que tange à fortaleza, não é, e não poderemos considerá-lo, como bruto ou violento; ele passa por um estado de vida temporário na arregimentação de valores para o equilíbrio da sua vida diante dos compromissos assumidos. A vida deu à mulher menos força física, entretanto, dotou-a de sensibilidade maior, como que buscando, nas regiões espirituais, idéias e condições elevadas, como uma ponte da Terra ao Céu, para que pudesse educar seus filhos com o amor que lhe compete doar.


Mas, como se encontram no mundo, o homem tem a razão mais apurada para as devidas atividades de que necessita um lar; o homem tem a razão e a mulher, intuição. A mulher que, geralmente, é dada à renúncia em favor dos filhos e do lar em paz, ganha muito em Espírito. Aparentemente, mostra pobreza de Espírito, como se diz no mundo, no entanto, vejamos o que Jesus fala neste sentido, conforme anotado por Mateus, no capítulo cinco, versículo três:


Bem-aventurado os humildes de Espírito, porque deles é o reino dos céus.


Vejamos, também, na carta de Tiago, no capítulo um, versículo doze:


Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.


O dever do homem é suportar todas as adversidades do mundo, vencendo-as, para receber a coroa da vida no mundo espiritual. E os dois juntos novamente, no mundo dos Espíritos, serão abençoados para novas etapas, buscando vencer as provas que eliminam os resíduos da velha consciência.


Não existe dependência, em se referindo ao aspecto negativo, quando o indicado para ser dependente ama e serve em nome de Jesus. Deus nos coloca em lugares apropriados para o devido despertamento dos valores imortais da vida. Quem abusar das oportunidades, responde pelas distorções que praticar, seja homem ou mulher.


Mas, Jesus, pela Doutrina dos Espíritos, veio por misericórdia ensinar às criaturas como proceder ante a sociedade e Deus, limpando os caminhos que devem percorrer e preparar o campo aonde forem chamados para servir.


A felicidade tem começo no próprio coração, que é a sala de visita da consciência.


FONTE: FILOSOFIA ESPÍRITA -VOLUME XVII-CAP.4 
AUTORES : JOÃO NUMES MAIA EM PARCERIA COM ESPÍRITO MIRAMEZ

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS Q.819 -LEI DE IGUALDADE - IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER--("A mulher é mãe, tendo no coração o amor mais acentuado; o homem é pai, que gera nos sentimentos mais energia no que se refere à disciplina. Todavia, os pais de um lar, não devem entrar em discórdia, pois deste modo desarmonizam a casa e desajustam os filhos que receberam para educar.)

 


819. Com que fim a mulher é fisicamente mais fraca do que o homem?

— Para lhe assinalar funções particulares. O homem se destina aos trabalhos rudes, por ser mais forte; a mulher aos trabalhos suaves; e ambos a se ajudarem mutuamente nas provas de uma vida cheia de amarguras.


COMENTÁRIO DE MIRAMEZ:


FRAGILIDADE FÍSICA


 

Homem e mulher certamente que não poderiam ser iguais nas suas estruturas físicas; não haveria razão de ser, porque cada um tem funções diferentes, que se completam na união entre os dois. Enquanto a alma não despertar todas as suas qualidades espirituais, um precisa do outro, e os dois necessitam de todos os amigos na troca de valores indispensáveis à vida e, ao mesmo tempo, de olvidar o egoísmo.


Quando a criatura dominar todas as suas paixões, sentir o amor puro no coração e amar verdadeiramente, a sua dependência será somente em relação a Deus. Com os outros companheiros do seu nível tornar-se-ão um todo, sem, contudo, dar lugar nos sentimentos ao egoísmo e ao orgulho. Será aquele Espírito que já se unificou com Jesus, sentindo-se permanentemente filho de Deus.


A mulher, sendo mais fraca fisicamente, deve cuidar dos trabalhos mais leves, aquele exercício sublimado do lar, enquanto o homem tem estrutura mais grosseira para os trabalhos da sua espécie. Eis aí como um completa o outro para a paz e o bem-estar da família.


O casamento é a porta pela qual as almas começam a trabalhar e a compreender a si mesmas. Nada se pode fazer sozinho na Terra, e mesmo no céu se agrupam Espíritos com os mesmos ideais; assim não sendo, não realizarão o grande ideal de servir com mais eficiência. No entanto, esses grupos de almas têm sempre um que os dirige, em se apresentando mais livre, com mais experiências, comandando com destreza aqueles de boa vontade.


Em tudo na natureza podemos notar agrupamentos para melhor servir na função a que se foi chamado a cooperar, desde os átomos até os mundos. A libertação começa no Espírito e cresce nele de maneira que pode chegar a raias inconcebíveis aos que se movimentam na Terra envolvidos na carne.


A mulher dos dias que correm, por motivo de testemunhos a que deve se submeter, está se envolvendo nos trabalhos dos homens, e eles, por vezes, nos das mulheres, por motivos que eles mesmos desconhecem. No entanto, o tempo mostrará que essas necessidades desaparecerão com o tempo, deixando cada um em seu verdadeiro lugar. Desde quando se pode trocar de vestes, de homem ou de mulher, acabam as necessidades de um fazer o trabalho do outro, quando se tem uma sociedade justa, que assiste todos nos seus devidos lugares. Não há, imperiosamente, necessidade de a mulher ocupar o lugar do homem, ela que foi feita especialmente para o lar, em primeiro lugar, bem como de o homem ocupar-se com as obrigações da mulher, já que foi abençoado por Deus para os trabalhos mais rudes, na responsabilidade de enfrentá-los, recolhendo experiências no ramo que precisa para viver. Isto não quer dizer que, sendo o corpo da mulher mais fraco, o Espírito também o é, o mesmo ocorrendo em relação ao homem.


A mulher é mãe, tendo no coração o amor mais acentuado; o homem é pai, que gera nos sentimentos mais energia no que se refere à disciplina. Todavia, os pais de um lar, não devem entrar em discórdia, pois deste modo desarmonizam a casa e desajustam os filhos que receberam para educar.


Lembremos João, no capítulo seis, versículo quarenta e três, que assim registrou:


Respondeu-lhes Jesus: Não murmureis entre vós.


O casal não deve murmurar; é de seu dever compreender um ao outro em todos os aspectos da vida, para que a vida em casa possa entrar em sintonia com o Evangelho de Jesus. Os filhos têm muita facilidade de copiar os pais, condicionando o que vêem e ouvem dos seus genitores. A responsabilidade é muito grande, ante a paternidade maior.


A vida na Terra é cheia de amargor. Os problemas e sacrifícios são sem conta. Sabemos disso por experiências, contudo, Deus não se esquece dos Seus filhos, principalmente daqueles em exercício na Terra, carregando um corpo físico. O forte e o fraco se completam para notarem que existe a felicidade depois das inúmeras tempestades.


FONTE: FILOSOFIA ESPÍRITA-VOLUME XVII-CAPÍTULO 3/ AUTORES: JOÃO NUNES MAIA EM PARCERIA COM O ESPÍRITO MIRAMEZ.

http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/fev17q819c.html

sábado, 6 de fevereiro de 2021

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS : Q.818 - LEI DE IGUALDADE - - IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER.---"A Doutrina Espírita vem remover essas idéias de inferioridade da mulher ante o homem e insuflar, no coração do mesmo, o perdão."

 



818. Donde provém a inferioridade moral da mulher em certos países?
“Do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. É resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre homens moralmente pouco adiantados, a força faz o direito.”

COMENTÁRIO DE MIRAMEZ
INFERIORIDADE
A suposta inferioridade moral da mulher, em certos países, é produto da ignorância dos homens, e do predomínio da força bruta, que supõe tudo resolver pela violência. Esse massacre dos valores da mulher é que causa os distúrbios da sensibilidade nos desvios dos seus valores imortais.
Nessa violência contra a fragilidade dos corpos femininos, sofre, outrossim, a alma, com a interpretação satânica de certos teólogos, de que a mulher não tinha Espírito, por ter sido feita da costela de Adão. Essa ilusão de que a humanidade nasceu de Adão e Eva criou muitos erros e deu nascimento a muitos distúrbios que fizeram paralisar ou retardar as manifestações do amor de Deus para com a humanidade. Até mesmo almas eminentes sofreram a influência dessa teologia das trevas; eis porque falamos sempre do condicionamento de certas idéias sem fundamento na verdade.
Procuremos inquirir, no silêncio da própria vida, porque a mulher é inferior moralmente ao homem. Esse preconceito escapa ao raciocínio, ao bom senso, à bondade de Deus e à razão. Esta desvalorização dos valores femininos não tem sentido. "O Livro dos Espíritos" nos mostra, na sua beleza espiritual, todas as leis e a igualdade da criação do homem e da mulher, nas suas operações diversas, mas com os mesmos direitos e deveres perante Deus.
O Espírito não tem sexo; os corpos que ele usa nas vidas sucessivas têm diferenças uns dos outros, para que se tornem complementares às suas necessidades. A crueldade do homem, no seu primitivismo, é que fez marginalizar a mulher, para que pudesse crescer o seu poder como "rei" da criação. Mas, como as leis naturais são imutáveis, a lei da justiça é a mesma e o será sempre, em todas as épocas da humanidade. Os próprios homens é que deverão, por maturidade, reconhecer as coisas de Deus.
A mulher terá a sua glória; se perdeu alguma liberdade no mundo, ganhou sua paz na consciência, gerou em si forças de sustentação e o domínio de ser útil às gerações, como mãe. Ela, aparentemente, perdeu, mas, na realidade, nada perdeu na área da eternidade. Muitas estão ocupando corpos masculinos para mostrar aos homens como se deve amar, pedindo e trabalhando para a igualdade dos direitos em todas as atividades que possam alcançar.
A Doutrina Espírita vem remover essas idéias de inferioridade da mulher ante o homem e insuflar, no coração do mesmo, o perdão. Se os ignorantes desejam ficar na Terra, que fiquem até surgir a maturidade, mas com a consciência pesada temem perder o que eles mesmo destruíram, com a prepotência.
Vejamos o que nos diz João, no capítulo sete, versículo trinta e quatro, mostrando 'o que pode acontecer e que já ocorreu com muitos no plano espiritual:
Haveis de procurar-me, e não me achareis; também onde eu estou, vós não podeis ir.
Mas, vem a misericórdia de Deus, que é sempre Pai, dando oportunidade para o desenvolvimento dos poderes espirituais, de modo que esses Espíritos entrem em êxtase e por um pouco possam encontrar aqueles que foram desprezados, agredidos e maltratados, até que se suavize o fardo e fique leve o jugo. O sofrimento de uns desenvolveu-lhes a capacidade de entender mais a vida, e os que agrediram embruteceram suas possibilidades de se libertarem no campo do Espírito. Entretanto, pela bênção da possibilidade de intercâmbio entre os dois mundos, possibilitou-se às criaturas o conhecimento das leis, tornando-as livres dos velhos preconceitos humanos e alegrando-as na alegria divina, com o Cristo no centro da consciência.
Fonte: Filosofia Espírita volume XVII

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS Q.817 - LEI DE IGUALDADE --IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER

 Igualdade dos direitos do homem e da mulher


817. São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direitos?


“Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?”


COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ


HOMEM E MULHER


São duas formas diferentes, mas com o mesmo objetivo de vida, exercitando-se ambas, na busca da libertação espiritual. Ninguém foi criado para ser preso, mas subordinado à lei que dirige a todos, em seqüências variadas do despertamento das suas faculdades espirituais, e somente juntos em forma de família, os Espíritos têm mais possibilidades, acionando mais depressa o acordar dos seus talentos.


O homem se expressa no corpo físico com características diferentes da mulher. Ele busca mais as coisas da Terra e sabe responder às exigências do mundo na pauta dos seus valores e, neste trabalho, recolhe experiências valiosas, porque, no fundo, em todas elas vibra a lei divina do amor, que veste muitas roupagens por existirem diversas modalidades de se educar.

O homem, no curso das suas existências, passa a indagar a si mesmo, usando da razão, qual é o melhor caminho a seguir e, empenhado nessa especulação, acaba encontrando as advertências como ajuda e descobrindo a verdade que o liberta. O tempo é seu amigo inseparável, que age até quando for preciso; quando atinge sua iluminação interior, desaparece o próprio tempo, não se fala mais de espaço e nem mesmo de leis. A educação existe por causa da ignorância; se esta cessar, aquela não será mais necessária.

A mulher tem uma razão de ser na vida do homem, sem a qual a vida do seu companheiro se tornaria vazia e sem impulsos para a busca da verdade. Deus nunca erra nos Seus objetivos. Pela sua sensibilidade, sua ação é mais direcionada ao enlevo, em rumo complementar do homem, como que uma ponte intuitiva que busca o mais além, distribuindo o que de lá recebe com os que com ela vivem em família. O aprimoramento do papel de esposa e mãe é a oferta da água viva, como a que a samaritana recebeu do Cristo à beira do poço de Jacó.

Observemos os apontamentos de João sobre a fala do Mestre, que assim se expressa no capítulo quatro, versículo onze:

Respondeu-lhe ela:

Senhor, tu não tens com que a tirar e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?

Vejamos que simbolismo divino: o Mestre oferta à mulher a água da vida, aquela com a qual ela nunca mais teria sede. Era a água do amor, e a maternidade pode ser um poço dessa água, para aqueles que, por seu intermédio, ela poderia saciar.

O sexo, na Terra, é força viva que os faz unir, na esperança de que, pelo amor, passem do plano espiritual para a Terra outros companheiros do passado, na esperança de tranqüilizarem a consciência e compreenderem o porquê da vida. O companheiro é um instrumento para ajudar na operação, na constância de edificar esse amor, cada vez mais espiritualizado: um, trabalhando nos horizontes da Terra, e o outro abençoando com as forças do céu.

Os direitos do homem e da mulher são iguais, mesmo na diversificação dos seus ideais. Não há diferença de valores dos Espíritos; há, sim, de posições pelas vestimentas carnais que a natureza lhes empresta para o despertamento dos tesouros da vida.

As mulheres sofreram muito em épocas recuadas, pela ignorância humana, mas como nada se perde, elas recolheram valores maiores, que devem se expressar no futuro ao comandarem e direcionarem, pelos seus próprios valores, os altos postos que lhes foram tomados, invalidados pela força. O trabalho maior da mulher é a missão de educar aqueles que, por bênção de Deus, vêm para seus braços nas linhas do perdão.

Eis porque a reencarnação constitui bênção maior para todos os filhos de Deus; ela os inspira para o amor universal e as vidas sucessivas matam o orgulho e fazem desaparecer o egoísmo, em um trabalho que opera no desfile dos evos.

 Fonte : Filosofia Espírita Volume XVII

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS :Q.816 - CAP. IX LEI DE IGUALDADE - AS PROVAS DA RIQUEZA E MISÉRIA

 


816. Estando o rico sujeito a maiores tentações, também não dispõe, por outro lado, de mais meios de fazer o bem?


“Mas é justamente o que nem sempre faz. Torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. Com a riqueza, suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si.”

A alta posição do homem neste mundo e a autoridade sobre os seus semelhantes são provas tão grandes e tão escorregadias como a miséria, porque, quanto mais rico e poderoso é ele, tanto mais obrigações tem que cumprir e tanto mais abundantes são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder.

A riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição espiritual. Por isso foi que Jesus disse: “Em verdade vos digo que mais fácil é passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um rico no reino dos céus.” (266)



Comentários pelo Espírito , Miramez:




O RICO E A CARIDADE


O rico certamente tem melhores chances de prestar serviços ao próximo, de fazer a mais bela caridade que se possa praticar, que é aquela de oportunizar ao pobre a ganhar o seu sustento, para viver feliz com a sua família. No entanto, é o que não faz a maior parte dos ricos; uns são obrigados a fazê-lo porque dependem do trabalho daqueles, e não multiplicam seus bens sem os braços dos chamados miseráveis.

Com a riqueza, as suas necessidades materiais crescem e eles gastam o que não deveriam em viagens pouco úteis a lugares que os atraem, inspirados na vaidade e mesmo no orgulho. Assim, vão embrutecendo cada vez mais seu sentimento de caridade, que deveria ser exercitado com aqueles que os ajudam a ganhar a fortuna. Enquanto gastam milhões em jornadas para conhecer outros povos, seus assalariados passam fome, frio e, por vezes, não têm teto, nem os seus filhos têm escolas. É certo que muitos vieram com a provação da pobreza, mas o que é desperdiçado poderia amenizar seus sofrimentos.

Quando o rico se lembra da caridade, ele exige, muitas vezes, tanta coisa das pessoas e das casas de caridade, que esfriam esse sentimento no coração. Não sabe o rico que a riqueza e a alta posição que ela traz é porta para o despenhadeiro das imundícies morais, o incentivo para a negação de tributos e o endurecimento do coração para com a sociedade submissa, que o ajuda a viver na fartura.

O mau rico nunca quer saber das coisas espirituais. Acha que o dinheiro faz tudo e oferta, por vezes, alguma coisa para as instituições religiosas, como porta para a salvação, sem saber que não é por esse meio que se salva e, sim, pela caridade que não desfigura o amor. Somente pode se salvar, se aplicar a auto-disciplina, reformando os velhos sentimentos das paixões inferiores, quando apagar o orgulho e o egoísmo, quando a renúncia atingir seu coração, de modo a levá-lo a administrar seus bens sem ser apegado a eles.

Jesus, o dono de tudo, o dirigente do planeta, disse: "O filho do homem não tem uma pedra para reclinar a cabeça". O rico do mundo tem em suas mãos inúmeros meios de fazer o bem, mas faz, quase sempre, o mal com o ouro que possui.

A riqueza e o poder podem dar origem a todo o tipo de paixões inferiores, desvirtuando os mais elevados sentimentos. Ricos, deveríeis falar qual Francisco de Assis, ante a lembrança do Cristo:

- "Senhor, que quereis que eu faça?" Em seguida, abrir os ouvidos para escutar a resposta do Mestre e passar a viver o que Ele diz no Evangelho da vida; fazer a caridade e praticar o amor, aquele que emana de Deus, nosso Pai.

Se é difícil um rico entrar no reino do céu, o pobre não tem facilidade também, porque a todos os dois falta maturidade espiritual. Somente conhecendo a verdade pode-se ser livre, de modo que a consciência fique imperturbável para sempre. E para conhecermos o Espírito livre, Lucas registrou a fala do Mestre, no capítulo doze, versículo vinte e nove:

Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber, e não vos entregueis a inquietações.

Fonte: Livro Filosofia Espírita Volume XVI

domingo, 31 de janeiro de 2021

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS: Q. 814 - CAP. IX LEI DE IGUALDADE -AS PROVAS DE RIQUEZA E MISÉRIA

 

814. Por que Deus a uns concedeu as riquezas e o poder, e a outros, a miséria?

 

“Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com freqüência.”


COMENTÁRIO DO ESPÍRITO DE MIRAMEZ:


 
Deus testa Seus filhos de várias maneiras: a uns dá a riqueza e, conseqüentemente, poderes; a outros, miséria, e junto a ela a escravidão de todas as ordens. Quem não compreende as leis, como a da reencarnação, acha que Deus é injusto, ou então, para não ofendê-Lo, fala sem conhecimento de causa que o Senhor sabe o que faz. Todas as duas versões do fato são incorretas e sem sabedoria.

Estudando a reencarnação e o progresso dos Espíritos, notar-se-á que o rico de hoje pode ser o pobre de amanhã e vice-versa. Riqueza e miséria são extremos da vida, extremos esses mutáveis. Um pode ocupar o lugar do outro, em se buscando experiências, enriquecendo os celeiros do conhecimento para futura paz de consciência. Em muitos casos, essas provas de riqueza e miséria foram escolhidas pelos próprios Espíritos, por sentirem necessidade do aprendizado.
Ninguém deve ser culpado por nada que acontece; tudo foi feito para a elevação das almas, para o despertamento dos dons enraizados nos corações. A evolução das almas é diferente, mas elas são iguais em sua origem. Vejamos os corpos: comparemos o do rico com o do pobre, do ignorante com o do estadista. Eles têm a mesma forma, a mesma composição, os mesmos órgãos; respiram o mesmo ar, bebem da mesma água e vivem todos se aquecendo com o mesmo sol e andando sobre a mesma Terra. Ainda mais, todos têm como pai o mesmo Deus. As diferenças são ilusórias e breves, que o tempo desmancha quando achar conveniente. Aos ricos, nós podemos dizer que usem bem as suas riquezas e não deixem que o orgulho nem o egoísmo comandem suas faculdades de pensar e sentir. Eles devem pensar na miséria dos outros, pedindo sempre a Deus que os inspire para não acumularem riquezas que não sirvam para o bem-estar coletivo. Ao pobre, dizemos que viva mais resignado com o que tem e que confie mais em Deus, que nunca abandona Seus filhos. Ele deve lembrar sempre das bem-aventuranças. Jesus está sempre no meio dos que sofrem e não abandona os escorraçados pela justiça dos homens.Os ricos que sucumbem com freqüência não perdem as experiências; algo fica guardado nos escaninhos da alma, para se completar no amanhã. Assim também acontece com os pobres. As reencarnações têm essa função de escola para todas as criaturas na face da Terra. Tudo na vida muda de vez em quando de roupagem, pela forma do progresso, pela força do amor de Deus, cujas leis são justas.

Anotemos o que registrou Lucas, no capítulo quatorze, versículo nove:
Vindo aquele que te convidou e também a ele te diga: Dá o lugar a este. Então, irás envergonhado, ocupar o último lugar.
Quem não faz o seu dever direito, volta a fazê-lo, com um aprendizado diferente. A quem reencarna como rico, em berço de ouro, e não sabe desempenhar bem o seu papel, a reencarnação pode levar para o último lugar na escala das provas, até aprender a humildade e o amor, mesmo como rico. A Doutrina dos Espíritos, pelos processos mediúnicos, deixa bem visível, tanto para o rico como para o pobre, as suas tarefas, diferentes, porém, com os mesmos objetivos.

A função da reencarnação é despertar os valores espirituais e morais das criaturas, levando-os aqui e ali, por ação das leis naturais criadas por Deus. Pensemos nisto, estudemos e trabalhemos honestamente, que as inspirações dos Céus jamais nos faltarão.

MIRAMEZ 
FONTE: FILOSOFIA ESPÍRITA-VOLUME XVI

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Aprendendo com o livro dos Espíritos questão 206



Parte Segunda

Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos



CAPÍTULO IV

DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS



Parentesco, filiação



206. Do fato de não haver filiação entre os Espíritos dos descendentes de qualquer família, seguir-se-á que o culto dos avoengos seja ridículo?



“De modo nenhum. Todo homem deve considerar-se ditoso por pertencer a uma família em que encarnaram Espíritos elevados. Se bem os Espíritos não procedam uns dos outros, nem por isso menos afeição consagram aos que lhes estão ligados pelos elos da família, dado que muitas vezes são atraídos para tal ou qual família pela simpatia, ou pelos laços que anteriormente se estabeleceram. Mas, ficai certos de que os vossos antepassados não se honram com o culto que lhes tributais por orgulho. Em vós não se refletem os méritos de que eles gozem, senão na medida dos esforços que empregais por seguir os bons exemplos que vos deram. Somente nestas condições lhes é grata e até mesmo útil a lembrança que deles guardais.”





COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA”


FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME V



Questão 206 comentada

CAPÍTULO 02

0206/LE

CULTO AOS ANCESTRAIS



Não estamos negando o culto àqueles que nos foram caros, que cooperaram no nosso retorno à carne para novas experiências; de forma alguma. Quando nos lembrarmos deles, devemos acrescentar sempre gratidão e orar pelos avoengos pedindo a Deus para os abençoar onde eles se encontrarem e, ainda mais, devemos cultivar o bem que eles plantaram, através das sementes de moralidade, de trabalho e de amor.

Se nenhuma das ovelhas se perde, no dizer de Jesus, como cultuar somente os nossos antepassados, se todos se fundem em uma só família? Experimentemos, pois, amar a humanidade. A lei de amor nos diz que somos um todo em Deus, que representamos elos da família universal, e que corre em todos os corpos uma energia divina procedente do Todo Poderoso.

Seitas e religiões espiritualistas existem cuja filosofia se baseia no culto aos ancestrais, cuja direção ou comando são passados de pai para filho, ou descendente mais próximo, na ilusão enganosa de que se pode ligar, parcimoniosamente, as coisas da Divindade. Mas quando ocorre que, na família ancestral, tenha havido alguns cujos comportamentos possam envergonhar os descendentes, estes procuram esquecê-los ou apagá-los.

Afirma-nos Jesus que são os doentes que precisam de médicos, e não os sãos. Não podemos ignorar que o sangue que corre nas veias de um nobre é o mesmo que viaja no corpo de um plebeu.

A lei da reencarnação é um socorro para os Espíritos que ainda precisam dela, por fazê-los encontrar os inimigos do passado frente a frente, de modo a aceitarem a reconciliação como a melhor forma de paz. O culto aos ancestrais nunca é ridículo; é um ato de amor e gratidão. Somente o que a lei do amor não aceita é que esse culto fique limitado ao lar onde nasceu. Que seja estendido para os outros lares, para outras nações e para o mundo inteiro. Não gosta o homem de visitar, quando pode, países diferentes daquele em que estagia? De lá não traz coisas para a sua alegria e o seu conforto? Por que não abençoar esse povo que não difere da sua própria forma? São nossos irmãos, são também nossos próximos, que Jesus nos pede para amar como sendo os nossos irmãos. O próprio casamento com pessoas de raça diferente contribui para nos unirmos, para libertar o amor familiar, e é por esse processo que passamos a nos ligar com muitas famílias, para que elas se tornem uma só.

Jesus disse que "nos céus não se casa nem se dá em casamento". O Espírito não descende do Espírito. Quando um casal desencarna, se encontra livre, e, às vezes, é chamado a ingressar em outra família, no país onde animou um corpo, ou em outro, ele vai encontrar ancestrais de outras famílias, onde deve exercitar o amor e universalizar os seus sentimentos.

Não se deve ficar pedindo aos parentes desencarnados para fazerem o que se quer que seja feito na Terra; banalidades, às vezes, que envergonham a própria consciência. Se se desconhece o estado deles no plano da vida espiritual, não se deve incomodá-los com as coisas da Terra. Eles, quando elevados, ficarão alegres quando seus "familiares" principiarem a abolir os erros, dissipando as trevas do seu mundo mental.

Quando o nosso amor quebrar as amarras do lar, dos parentes, e atingir os seres humanos sem distinção, pela caridade, respeitando o direito de todos, nos sentiremos felizes por sabermos que no futuro haverá um só rebanho e um só Pastor, que é Jesus Cristo. Devemos, sim, cultuar os ancestrais, mas, de todos os povos, como sendo a nossa família, a família de Deus.

http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/fev5q206c.html



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O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo IV - Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo » A reencarnação fortalece os laços de famíla, » 21

21. Vejamos agora as conseqüências da doutrina anti-reencarnacionista. Ela, necessariamente, anula a preexistência da alma. Sendo as almas criadas ao mesmo tempo que os corpos, nenhum laço anterior há entre elas, que, nesse caso, serão completamente estranhas umas às outras. O pai é estranho a seu filho. A filiação das famílias fica assim reduzida à só filiação corporal, sem qualquer laço espiritual. Não há então motivo algum para quem quer que seja glorificar-se de haver tido por antepassados tais ou tais personagens ilustres. Com a reencarnação, ascendentes e descendentes podem já se terem conhecido, vivido juntos, amado, e podem reunir-se mais tarde, a fim de apertarem entre si os laços de simpatia. 

Fonte: http://www.ipeak.net/site/estudo_janela_conteudo.php?origem=889&idioma=1








Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 205

Parte Segunda
Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos

CAPÍTULO IV
DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

Parentesco, filiação

205. A algumas pessoas a doutrina da reencarnação se afigura destruidora dos laços de família, com o fazê-los anteriores à existência atual.

“Ela os distende; não os destrói. Fundando-se o parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os deveres da fraternidade, porquanto, no vosso vizinho, ou no vosso servo, pode achar-se um Espírito a quem tenhais estado presos pelos laços da consangüinidade.”

a) - Ela, no entanto, diminui a importância que alguns dão à genealogia, visto que qualquer pode ter tido por pai um Espírito que haja pertencido a outra raça, ou que haja vivido em condição muito diversa.

“É exato; mas essa importância assenta no orgulho. Os títulos, a categoria social, a riqueza, eis o que esses tais veneram nos seus antepassados. Um, que coraria de contar, como ascendente, honrado sapateiro, orgulhar-se-ia de descender de um gentil-homem devasso. Digam, porém, o que disserem, ou façam o que fizerem, não obstarão a que as coisas sejam como são, que não foi consultando-lhes a vaidade que Deus formulou as leis da Natureza.”


COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA”

FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME V

Questão 205 comentada
CAPÍTULO 01
0205/LE
AMOR UNIVERSAL

A doutrina da reencarnação não se afigura como destruidora dos laços de família. Pelo contrário, ela, como lei que vigora em todos os mundos onde os Espíritos reencarnam, alicerça a verdadeira fraternidade, por alimentar o amor universal entre todas as criaturas.
Cultivar o amor somente entre os ancestrais, oferecer atenção somente àqueles com os quais convivemos, amar só os nossos familiares a consciência em Cristo nos diz que reforça o egoísmo e o próprio orgulho, não só dos que nos acompanham como, igualmente, de toda uma raça.
A lei da reencarnação é divina por eliminar os limites de onde poderemos viver. Negá-la é desconhecer Jesus, que nos pede para amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, e acrescentamos: amar a todos e a tudo, pois, se a criação vem de Deus, somos todos irmãos, na graça e misericórdia do Senhor.
O princípio das vidas sucessivas nunca destrói os lares; ele os distende ao infinito e se forma na Terra uma única família para que tenhamos oportunidade de exercitar o amor; sem a reencarnação, não há condições de se estender o amor além das fronteiras do lar. Mas, com o tempo, as almas vão crescendo e percebendo, que precisam umas das outras, mesmo que se encontrem distantes. Basta ao homem olhar o que come, o que usa e o que não foi feito por suas próprias mãos nem pelos seus familiares e que, por vezes, vieram de fora, de outras nações. Façamos como o ar e as águas, que desconhecem barreiras de estados e nações, levando o conforto e a alegria onde quer que seja. Imitemos o sol: a sua luz se divide, manifestando saúde e doando vida onde pode alcançar para servir.
O conhecimento das vidas múltiplas destrói a importância exagerada que dispensamos aos nossos parentes, porque pode nos levar a nascer em vários lugares, percebendo, por intuição na recordação silenciosa, que a vida é amor, aquele amor que não se transforma em exigências, que não se vende e nem se compra, força criadora de harmonia e de paz, trabalhando no soerguimento de todos os caídos, por prazer de servir.
A falsa idéia de sangue real é que faz muitos negarem a reencarnação. O apego às heranças é embaraço para se crer que nascemos tantas vezes quantas forem necessárias; contudo, Deus não nos pediu opinião para fazer as leis que correspondem às nossas necessidades de despertamento espiritual. Quem ainda não deseja entender a lei da reencarnação esteja certo de que o tempo se encarregará dele e a escola das vidas sucessivas ensinará que essa lei, como dogma divino, é para o seu próprio bem, porque nos ajuda a entender e vivenciar o amor universal.
Trocamos os muitos corpos na nossa caminhada, para que possamos abolir o carma, corrigindo erros e ampliando nossos conhecimentos sobre a vida que continua em todas as direções do existir. Quem deseja ser livre haverá de conhecer a verdade, assim nos diz Nosso Senhor Jesus Cristo. Deus não consulta a vaidade dos homens para formular leis no universo, repetimos.
Quem não pôde ainda conceber a lei da reencarnação, como bênção de Deus em nosso favor, que medite sobre ela, que ore pedindo inspiração. O céu nunca foi pobre de conhecimentos, principalmente no que tange à libertação dos Espíritos. Para derrubar o passado, não basta alguns segundos de arrependimento. O arrependimento na reforma interna, pelo amor e pela caridade, pelo trabalho e pela compreensão. Tudo que possamos ver e sentir, troca de formas periodicamente, porque a vida é movimento, sendo que é a mesma luz divina que move as formas que cada vez mais ascendem para a luz da verdade.
Quem nasce, renasce; esta é a lei.
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Revista Espírita 1862 » Março » Os Espíritos e o brasão
Entre os argumentos apresentados por certas pessoas em oposição à doutrina da reencarnação, um há que devemos examinar porque, à primeira vista, parece especioso.
Dizem que ela tenderia a romper os laços da família, multiplicando-os, pois aquele que concentrasse sua afeição sobre o pai deveria reparti-la por tantos pais quantas as reencarnações. Como, então, uma vez no mundo dos Espíritos, se reconhecer no meio dessa progenitura? Por outro lado, em que se torna a filiação dos antepassados, se aquele que se julga descendente em linha reta de Hugo Capeto ou de Godofredo de Bulhões viveu várias vezes? Se, depois de ter sido um grão senhor, pode tornar-se um plebeu? Eis, assim, toda uma linhagem derrubada!
Para começar responderemos que de duas uma: ou isso é ou não é. Se for, todas as recriminações pessoais não impedirão que seja, porque, para regular a ordem das coisas, Deus não pede conselho a este ou àquele, do contrário cada um quereria que o mundo fosse regido à sua vontade. Quanto à multiplicidade dos laços de família, diremos que certos pais não têm senão um filho, enquanto outros têm dez, doze e mais. Já se pensou em acusar Deus de obrigá-los a dividir a afeição em tantas partes? E esses filhos, que por sua vez têm filhos, tudo isso não forma uma família numerosa da qual avô ou bisavô se vangloria, em vez de lamentar-se? Vós, que fazeis vossa genealogia remontar a cinco ou seis séculos, uma vez no mundo dos Espíritos, não devereis partilhar a vossa afeição entre todos os vossos ascendentes? Se vos atribuís uma dúzia de avós, então tereis o duplo ou o triplo, eis tudo! Mas tendes uma ideia muito mesquinha dos vossos sentimentos afetuosos, pois temeis que não bastem para querer a várias pessoas. Tranquilizai-vos, porém. Vou provar que com a reencarnação vossa afeição será menos dividida do que se não existisse. Com efeito, suponhamos que na vossa genealogia contásseis cinquenta avós, tanto ascendentes diretos quanto colaterais, o que é pouco, se remontardes às cruzadas. Pela reencarnação pode ser que alguns dentre eles voltem várias vezes, e que assim, em lugar de cinquenta Espíritos que contais na Terra, só encontreis a metade no outro mundo.
Passemos à questão de filiação. Com o vosso sistema chegais a um resultado diferente daquele que esperais. Se não houver preexistência, anterioridade da alma, a alma ainda não viveu. Nesse estado de coisas, não tem nenhuma relação com nenhum dos vossos antepassados. Suponhamos que descendais em linha reta de Carlos Magno. O que é que há de comum entre vós e ele? O que foi que vos transmitiu intelectual e moralmente? Nada, absolutamente nada. Por que vos apegais a ele? Por uma série de corpos que apodreceram todos, destruídos e dispersados? Não há nisso por que vos sentirdes orgulhosos. Com a preexistência da alma, ao contrário, podeis ter tido com os vossos antepassados relações reais, sérias e mais lisonjeiras para o amor-próprio. Portanto, sem a reencarnação existe apenas um parentesco corporal, pela transmissão de moléculas orgânicas da mesma natureza que a dos cavalos puro-sangue. Com a reencarnação há um parentesco espiritual. Qual dos dois é melhor?
Certamente objetareis que com a reencarnação um Espírito estranho pode infiltrar-se na vossa linhagem e que, em vez de nela contar apenas gentis-homens, pode-se aí encontrar um sapateiro. É perfeitamente certo, mas isso não quer dizer nada. São Pedro era um pobre pescador. Ele não seria de uma casa suficientemente digna que nos fizesse corar por tê-lo em nossa família?
Depois, entre seus antepassados de nomes brilhantes, tiveram todos uma conduta edificante, a nosso ver a única coisa de que, até certo ponto, nos poderíamos honrar, posto o seu mérito nada tenha com o nosso? Que se perscrute a vida particular desses paladinos, desses grandes barões que roubavam sem escrúpulos os transeuntes e que, em nossos dias, seriam simplesmente arrastados à barra do tribunal por seus grandes feitos; de certos grão senhores para quem a vida de um vilão não valia uma peça de caça, pois faziam enforcar um homem por causa de um coelho. Tudo isso eram pecadilhos que não manchavam brasões. Mas fazer um casamento desigual; introduzir na família um sangue plebeu era um crime imperdoável. Ora, por mais que se faça, quando soar a hora da partida ─ e soa para os grandes como para os pequenos ─ terão que deixar na Terra as roupas bordadas e os pergaminhos de nada servirão diante do juiz supremo, que pronuncia esta sentença terrível: Aquele que se exaltar será humilhado!
Se bastasse descender de qualquer grande homem para ter seu lugar marcado previamente no Céu, a gente o compraria barato, pois custaria apenas o mérito alheio. A reencarnação dá uma nobreza mais meritória ─ a única aceita por Deus ─ a de haver pessoalmente animado uma série de homens de bem. Feliz aquele que puder depor aos pés do Eterno o tributo dos serviços feitos à Humanidade em cada uma de suas existências, porque a soma de seus méritos será proporcional ao número de suas existências. Mas àquele que apenas puder prevalecer-se da ilustração de seus antepassados, perguntará Deus: “Por que vós mesmo não vos ilustrastes?”.
Um outro sistema poderia, aparentemente, conciliar as exigências do amor-próprio com o princípio da não reencarnação. É aquele pelo qual o pai não transmitiria ao filho apenas o corpo, mas também uma porção da alma, de modo que, se descendêsseis de Carlos Magno, vossa alma poderia ter seu tronco na dele. Muito bem. Vejamos, porém, a que consequência chegamos. Em virtude de tal sistema, a alma de Carlos Magno teria o seu tronco na de seu pai e, assim, elo por elo, chegaríamos a Adão. Se a alma de Adão é o tronco de todas as almas do gênero humano, as quais transmitem aos sucessores uma porção de si própria, as almas atuais seriam um produto de fracionamento tal que ultrapassaria todas as subdivisões homeopáticas. Disso resultaria que a alma do pai comum deveria ser mais completa e mais inteira que a dos descendentes. Resultaria, ainda, que Deus teria criado apenas uma alma, que se subdividiria ao infinito e assim cada um de nós não seria uma criação direta de Deus.
Aliás, tal sistema deixaria imenso problema a ser resolvido: o das aptidões especiais. Se o pai transmitisse a seu filho os atributos de sua alma, necessariamente transmitiria suas virtudes e seus vícios, seus talentos e sua inépcia, como lhe transmite certas enfermidades congênitas. Como, então, explicar por que homens virtuosos ou de gênio têm filhos maus ou cretinos e vice-versa? Por que uma linhagem seria misturada de bons e de maus? Dizei, ao contrário, que cada alma é individual; que tem existência própria e independente; que progride em virtude de seu livre-arbítrio, por uma série de existências corporais, em cada uma das quais adquire algo de bom e deixa algo de mau, até que tenha atingido a perfeição, e tudo se explica, tudo se acomoda à razão, à justiça de Deus, mesmo em proveito do amor-próprio.
O Sr. Salgues, de Antuérpia, de quem falamos no número passado, não é partidário da reencarnação. Depois do aparecimento de O Livro dos Espíritos ele escreveu-nos uma longa carta, na qual combatia essa doutrina com argumentos baseados na sua incompatibilidade com os laços de família. Nessa carta, datada de 18 de setembro de 1857, dá-nos a sua genealogia, que remonta aos carolíngios e pergunta em que se torna essa gloriosa filiação, com a mistura de Espíritos pela reencarnação. Dela extraímos a seguinte passagem:

“Mas para que serviriam os quadros genealógicos? Tenho o meu completo, regular: de um lado, desde os antepassados de Carlos Magno, e do outro, desde a filha do emir Muza, um dos descendentes abassidas de Maomé, décima geração por seu casamento com Garcia, príncipe de Navarra, pai, com ela, de Garcia Ximenes, rei de Navarra; e, enfim, essa genealogia continuou, por meio de alianças, por soberanos de quase todas as cortes da Europa, até a época de Afonso VI, rei de Castela, depois nas casas de Comminges, de Lascaris Vintimille, de Montmorency, de Turenne e finalmente dos condes e senhores Pelhasse de Salgues, no Languedoc.
“Tudo isto se pode verificar na Arte de verificar as datas, nos Beneditinos de Saint-Maur, no Dicionário da nobreza da França, no Armorial, no Padre Anselmo, Noreri, etc. Mas se não nos ligamos aos nossos pais senão pela matéria carnal que recebeu o nosso Espírito, não há em toda parte lacunas e soluções de continuidade? É um caminho traçado na areia, que se perde em milhares de direções.
Então, que nos seja permitido crer que se o Espírito não se transmite, a alma é para o homem o que o aroma é para a flor. Ora, Swedenborg não diz nos Arcanos que nada se perde na Natureza, e que o aroma das flores reproduz novas flores em outras regiões, que não aquela de onde saiu? É, pois, pela alma, que não é Espírito, que talvez existisse uma cadeia semiespiritual das gerações. Se tivesse contentado ao meu Espírito saltar oito ou dez gerações de vez em quando, onde poderia reconhecer meus antepassados?”

Como se vê, o Sr. Salgues não se apega senão à procedência do corpo. Como, porém, conciliar as relações de Espírito a Espírito com a não preexistência da alma? Se houvesse entre eles, na filiação, relações necessárias, como o descendente de tantos soberanos seria hoje um simples proprietário anjuvino? Aos olhos do mundo não é uma regressão? Não pomos em dúvida a autenticidade de sua genealogia, e o felicitamos por ela, desde que isso lhe dá prazer, mas diremos que o prezamos mais por suas virtudes pessoais do que pelas dos antepassados.
A autoridade de Swedenborg é muito contestável, quando atribui ao aroma a reprodução das flores. Esse óleo essencial, volátil, que lhe dá o aroma, jamais teve a faculdade reprodutora, que reside unicamente no pólen. Falta, portanto, justeza à comparação, pois se a alma apenas influencia, com seu perfume, a alma que a sucede, não a cria. Contudo, deveria transmitir-lhe suas próprias qualidades e, em tal hipótese, não vemos por que o descendente de Carlos Magno não teria enchido o mundo com o brilho de suas ações, enquanto que Napoleão se apoiaria sobre uma alma vulgar. Diga-se, no entanto, que Napoleão descende de Carlos Magno, ou melhor, que ele foi Carlos Magno, que veio no século dezenove continuar a obra começada no oitavo, e a gente compreenderá. Mas, com o princípio da unicidade da existência, nada liga Carlos Magno aos seus descendentes, a não ser esse aroma, transmitido pouco a pouco sobre almas não criadas. Então, como explicar por que, entre seus descendentes, houve tantos homens nulos e indignos, e por que Napoleão é um gênio muito maior do que seus obscuros antepassados?
Faça-se o que se fizer, sem a reencarnação, a gente se bate, a cada passo, contra dificuldades insolúveis, que só a preexistência da alma resolve de maneira ao mesmo tempo simples, lógica e completa, porque dá a razão de tudo.
Outra questão. Um fato conhecido é que as famílias se abastardam e degeneram quando as alianças não saem da linha direta. Dá-se nas raças humanas o mesmo que nas raças animais. Por que, então, a necessidade de cruzamentos? Em que se torna, então, a unidade do tronco? Não há aí uma mistura de Espíritos, uma intrusão de Espíritos estranhos à família?
Um dia abordaremos este grave problema, com todos os desenvolvimentos que o assunto comporta.
O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo IV - Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo » A reencarnação fortalece os laços de famíla, » 18
AO PASSO QUE A UNICIDADE DA EXISTÊNCIA OS ROMPE
18. Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.
No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento. Cada vez menos presos à matéria, mais viva se lhes torna a afeição recíproca, pela razão mesma de que, mais depurada, não tem a perturbá-la o egoísmo, nem as sombras das paixões. Podem, portanto, percorrer, assim, ilimitado número de existências corpóreas, sem que nenhum golpe receba a mútua estima que os liga.
Está bem visto que aqui se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu. 
O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo XI - Amar o próximo como a si mesmo » Instrução dos Espíritos » A lei de amor » A lei de amor
8. O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a aflição da alma, nem a do corpo. Seus pés são leves e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra – amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois essa palavra ergue a pedra dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela ao homem deslumbrado o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela o conduz, mas à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito deve hoje resgatar o homem da matéria.
Disse eu que em seu começo o homem só tem instintos; aquele, pois, em quem os instintos dominam está mais perto do ponto de partida do que do fim. Para avançar na direção do objetivo precisa vencer os instintos em proveito dos sentimentos, isto é, aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, despojando-se pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos seus instintos. O Espírito deve ser cultivado como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor presente, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. É então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suaves da alma, prelúdios das alegrias celestes. – Lázaro. (Paris, 1862.)
9. O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. Este é um fato que já haveis podido constatar muitas vezes: o homem, por mais abjeto, vil e criminoso que seja, vota a um ente ou a um objeto qualquer viva e ardente afeição à prova de tudo quanto tendesse a diminuí-la e que alcança, não raro, sublimes proporções.
A um ente ou um objeto qualquer, disse eu, porque há entre vós indivíduos que, com o coração a transbordar de amor, despendem tesouros desse sentimento com animais, plantas e, até, com coisas materiais: espécies de misantropos que, a se queixarem da Humanidade em geral e a resistirem ao pendor natural de suas almas, que buscam em torno de si a afeição e a simpatia, rebaixam a lei de amor à condição de instinto. Entretanto, por mais que façam, não logram sufocar o gérmen vivaz que Deus lhes depositou nos corações ao criá-los. Esse gérmen se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência e, embora comprimido amiúde pelo egoísmo, torna-se a fonte das santas e doces virtudes que geram as afeições sinceras e duráveis e ajudam a criatura a transpor o caminho escarpado e árido da existência humana.
Há pessoas a quem repugna a reencarnação, com a idéia de que outros venham a partilhar das afetuosas simpatias de que são ciosas. Pobres irmãos! o vosso afeto vos torna egoístas; o vosso amor se restringe a um círculo íntimo de parentes e de amigos, sendo-vos indiferentes os demais. Pois bem! para praticardes a lei de amor, tal como Deus o entende, preciso se faz chegueis passo a passo a amar a todos os vossos irmãos indistintamente. A tarefa é longa e difícil, mas cumprir-se-á: Deus o quer e a lei de amor constitui o primeiro e o mais importante preceito da vossa nova doutrina, porque é ela que um dia matará o egoísmo, qualquer que seja a forma sob que se apresente, dado que, além do egoísmo pessoal, há também o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. Disse Jesus: “Amai o vosso próximo como a vós mesmos.” Ora, qual o limite com relação ao próximo? Será a família, a seita, a nação? Não; é a Humanidade inteira. Nos mundos superiores, o amor recíproco é que harmoniza e dirige os Espíritos adiantados que os habitam, e o vosso planeta, destinado a um progresso em breve, pela sua transformação social, verá praticada por seus habitantes esta sublime lei, reflexo da Divindade.
Os efeitos da lei de amor são o melhoramento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrestre. Os mais rebeldes e os mais viciosos se reformarão, quando observarem os benefícios resultantes da prática deste preceito: Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam; fazei-lhes, ao contrário, todo o bem que vos esteja ao alcance fazer-lhes.
Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor verdadeiro, ele, a seu mau grado, cede. É um ímã a que não lhe é possível resistir. O contacto desse amor vivifica e fecunda os germens dessa virtude que está em vossos corações em estado latente. A Terra, orbe de provação e de exílio, será então purificada por esse fogo sagrado e verá praticada a caridade, a humildade, a paciência, o devotamento, a abnegação, a resignação e o sacrifício, virtudes todas filhas do amor. Não vos canseis, pois, de escutar as palavras de João, o Evangelista. Como sabeis, quando a enfermidade e a velhice o obrigaram a suspender o curso de suas prédicas, limitava-se a repetir estas doces palavras: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros.”
Caros irmãos, aproveitai essas lições; é difícil o praticá-las, porém, a alma colhe delas imenso bem. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: “Amai-vos” e vereis a Terra em breve transformada num Paraíso onde as almas dos justos virão repousar. – Fénelon. (Bordeaux, 1861.)
10. Meus caros condiscípulos, os Espíritos aqui presentes vos dizem, por meu intermédio: “Amai muito, a fim de serdes amados.” É tão justo esse pensamento, que nele encontrareis tudo o que consola e abranda as penas de cada dia; ou melhor: pondo em prática esse sábio conselho, elevar-vos-eis de tal modo acima da matéria que vos espiritualizareis antes de deixardes o invólucro terrestre. Havendo os estudos espíritas desenvolvido em vós a compreensão do futuro, uma certeza tendes: a de caminhardes para Deus, vendo realizadas todas as promessas que correspondem às aspirações de vossa alma. Por isso, deveis elevar-vos bem alto para julgardes sem as constrições da matéria, e não condenardes o vosso próximo sem terdes dirigido a Deus o pensamento.
Amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontrareis, dentro de certo período, em mundos mais adiantados; e os Espíritos que a compõem são, como vós, filhos de Deus, marcados na fronte para se elevarem ao infinito. É por isso que não podeis recusar aos vossos irmãos o que Deus liberalmente vos outorgou, porquanto, de vossa parte, muito vos alegraria que vossos irmãos vos dessem aquilo de que necessitais. Para todos os sofrimentos, tende, pois, sempre uma palavra de esperança e de apoio, a fim de que sejais inteiramente amor e justiça.
Crede que esta sábia exortação: “Amai bastante, para serdes amados”, fará seu caminho; ela é revolucionária e segue a rota que é fixa, invariável. Mas, já ganhastes muito, vós que me ouvis, pois que já sois infinitamente melhores do que éreis há cem anos. Mudastes tanto, em proveito vosso, que aceitais de boa mente, sobre a liberdade e a fraternidade, uma imensidade de idéias novas, que outrora rejeitaríeis. Ora, daqui a cem anos, sem dúvida aceitareis com a mesma facilidade as que ainda vos não puderam entrar no cérebro.
Hoje, quando o movimento espírita há dado tão grande passo, vede com que rapidez as idéias de justiça e de renovação, constantes nos ditados espíritas, são aceitas pela parte mediana do mundo inteligente. É que essas idéias correspondem a tudo o que há de divino em vós. É que estais preparados por uma sementeira fecunda: a do século passado, que implantou no seio da sociedade terrena as grandes idéias de progresso. E, como tudo se encadeia sob a direção do Altíssimo, todas as lições recebidas e aceitas virão a encerrar-se na permuta universal do amor ao próximo. Por aí, os Espíritos encarnados, melhor apreciando e sentindo, se estenderão as mãos, de todos os confins do vosso planeta. Uns e outros reunir-se-ão, para se entenderem e amarem, para destruírem todas as injustiças, todas as causas de desinteligências entre os povos.
Grande pensamento de renovação pelo Espiritismo, tão bem exposto em O Livro dos Espíritos; tu produzirás o grande milagre do século vindouro, o da reunião de todos os interesses materiais e espirituais dos homens, pela aplicação desta máxima bem compreendida: “Amai bastante, para serdes amados.” Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.) 
O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo XIV - Honrai a vosso pai e vossa mãe » A parentela corporal e a parentela espiritual
8. Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.
Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Cap. IV, nº 13)
Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espírito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: “Eis aqui meus verdadeiros irmãos”. Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias. 
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35. Com a doutrina da criação da alma no instante do nascimento, vem-se a cair no sistema das criações privilegiadas; os homens são estranhos uns aos outros, nada os liga, os laços de família são puramente carnais; não são de nenhum modo solidários com um passado em que não existiam; com a doutrina do nada após a morte, todas as relações cessam com a vida; os seres humanos não são solidários no futuro. Pela reencarnação, são solidários no passado e no futuro e, como as suas relações se perpetuam, tanto no mundo espiritual como no corporal, a fraternidade tem por base as próprias leis da Natureza; o bem tem um objetivo e o mal conseqüências inevitáveis. 
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