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quinta-feira, 29 de abril de 2021

O ÓBULO DA VIÚVA POBRE " Seu ato foi, portanto, um ato de santidade, porque de suprema renúncia."

O ÓBULO DA VIÚVA POBRE
 
"Sentando-se Jesus em frente ao gazofilácio, observava como o povo punha ali as suas dádivas. Muitos ricos deitavam grandes quantias; chegando, porém, uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, que valem um quadrante. Chamando, então, Jesus os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais que todos os ofertantes; pois estes deram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, tudo de que dispunha para o seu sustento".

Vendo em Jesus o Mestre, o Educador que ensina através das páginas do livro da vida fazendo do mundo uma escola, vamos considerar o fruto de sua observação, com respeito à dádiva dos ricos e à da viúva pobre. 

 Narra o texto que Jesus acompanhava o gesto daqueles que depositavam no tesouro do templo as suas ofertas. O excelso intérprete da justiça divina verificou que os homens ricos lançavam vultosas somas no gazofilácio, julgando, talvez, assegurar com seu ouro uma bela posição no reino dos céus. O que, porém, chamou a atenção dele, de modo particular, foi a insignificante oferta da viúva pobre, que deitou no cofre sacro duas moedinhas de cobre, no valor dum quadrante, ou seja, 4 centavos.

O Mestre observa a atitude daquela mulher, penetra o seu íntimo, devassa os recessos mais secretos do seu coração e predica assim aos discípulos: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais na arca do templo que todos os ofertantes. Porque estes deram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, tudo o que tinha reservado para o seu sustento. É significativa a expressão — em verdade vos digo — com que Jesus costumava preceder as sentenças graves que proferia. Em verdade quer dizer na realidade, de fato, isto é assim, e não como os homens querem que seja, ou supõem que há de ser.

A linguagem humana é capciosa: traduz o convencionalismo de cada época; reflete a opinião sempre errônea e falsa da conceituação vigente adotada pela maioria, ou, ainda, a expressão da ignorância oficializada pelos usos e costumes sociais. Apartando-se deste círculo vicioso, o Sábio Instrutor da humanidade acentua que o seu dizer é — em verdade — isto é, fora de todo o conceito terreno eivado de dolo; fora de todo o juízo humano pronunciado levianamente, sem conhecimento de causa, na ignorância dos fatores ocultos que determinam os acontecimentos e os fenômenos que caem sob o domínio dos sentidos.

Ele estava em condições de apreciar os fatos da vida com justeza, pois que não os julgava pelas aparências, porém mediante plena compreensão dos elementos que entram em jogo para produzi-lo. Daí a sua autoridade acerca dos julgamentos que emitia e das lições que ministrava, fazendo-as preceder desta advertência: em verdade vos digo. Vejamos, agora, o que Ele, em verdade, nos ensina neste caso do óbolo da viúva pobre.

A maneira como Jesus aprecia o mérito ou demérito das nossas obras difere, sobremaneira, do critério, usado pelos homens. No episódio, que ora nos serve de tema, vemos que Ele reputou a oferenda da viúva como a maior de todas depositadas no gazofilácio. Nada obstante, foi a menor, a mais pequenina numericamente falando. Isto porque o Mestre se louvou, não nas aparências, isto é, no que se podia perceber com os sentidos, mas nos motivos íntimos que impeliram os ofertantes a lançar suas dádivas na arca do templo. Por que o fizeram eles? Quais os fatores que preponderaram no ânimo dos ricos para que dessem grandes somas?
A vaidade, talvez, porque as ofertas eram feitas publicamente; o interesse — quem sabe? — de comprar com o seu ouro a simpatia dos deuses, esperando, por esse processo, alcançar a desejada felicidade futura; ou, ainda, para serem agradáveis aos influentes sacerdotes e aos poderosos pontífices, usufrutários e desfrutadores das rendas do templo. Tais motivos, por si só, invalidam, moralmente, as mais vultosas dádivas. Os que agiram visando àqueles alvos já receberam a sua recompensa, de acordo com os planos concebidos.

Quanto à viúva, cabe-lhe o mérito da máxima sinceridade com que agiu. Essa virtude é que dá valimento ao seu gesto. Ela considerava a espórtula ao templo como um dever sagrado, portanto imprescindível. A prova do que dizemos está no esforço que fez; mais do que esforço, no sacrifício, visto como se privou do único recurso pecuniário de que dispunha, o qual se destinava ao seu próprio sustento! Seu ato foi, portanto, um ato de santidade, porque de suprema renúncia.

A soma total de todo o ouro, deitado, no decurso dos séculos, no gazofilácio do famoso templo de Jerusalém, não valia, por certo, a excelsitude do sentimento que, do fundo do coração daquela pobre mulher desprotegida, a compeliu a privar-se das suas duas únicas moedinhas, reservadas para atender à mais premente e cruel das necessidades humanas — que é o pão de cada dia.

O Soberano Intérprete da divina justiça costumava computar, no seu julgamento, os valores morais, e não somente os de ordem material, como fazem os homens. Por isso teve em maior estimação a mesquinha oferta da viúva, comparada com a opulenta doação dos ricos: estes, sem nenhum esforço deram uma insignificante parcela do muito que possuíam. O juízo humano se funda no testemunho dos sentidos. O juízo divino se baseia no critério da razão e no senso do coração. A verdade, como disse muito bem Flammarion, não está no que vemos, mas naquilo que escapa à apreciação dos nossos órgãos visuais.

A balança da excelsa justiça não pesou o ouro que os ricos deitaram no gazofilácio, mas sim, o ouro que eles retiveram em seu poder. Estabelecido o confronto, constatou que a dádiva foi exígua. No que respeita, porém, à viúva pobre, a oferta foi maravilhosa, pois que ela havia dado tudo quanto tinha. Quem dá tudo que possui dá o máximo. Não é possível haver dádiva maior. Tal o critério que Jesus empregou ao proferir a sentença: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais que todos os ricos.

Pela ordem destas considerações, ou seja, por associação natural de idéias em torno deste episódio evangélico, ocorre-nos à mente um fato que nos vem provar quanto a nossa sociedade vive divorciada dos precípuos elementos de justiça. Queremos nos referir à maneira de aquilatar-se o valor do trabalho, de onde decorre, conseqüentemente, a distribuição da riqueza. Costuma-se dividir o trabalho humano em duas categorias: o intelectual e o manual, isto é, o da inteligência e o dos músculos.
Os primeiros fazem jus a remunerações desproporcionalmente maiores que os últimos. O trabalho intelectual chega, por vezes, à culminância de um valor meramente estimativo, fora de qualquer princípio de equidade, enquanto que o labor dos músculos, quanto mais rude e mais penoso, tanto menos valia representa. Será justa semelhante maneira de julgar o produto da atividade humana? Por que motivo vale muito o esforço intelectual e vale pouco, quase nada, o esforço muscular? Será, talvez por que se empresta uma certa nobreza ao trabalho intelectual? Mas será, acaso, menos elevado ou menos nobre o trabalho manual?

Parece-nos que aqueles que arroteiam o solo, abrindo leiras para receber a semente no milagre cotidiano da multiplicação dos pães, exercem o mais humano e santo dos labores. Demais, o que cumpre considerarmos é a utilidade do trabalho executado. A significação do vocábulo trabalho, segundo os economistas, é a atividade humana empregada na produção de utilidades. Ora, o trabalho dos músculos é tão necessário à sociedade como o da inteligência. Um não é, em rigor, superior a outro, porque ambos os ramos de atividade preenchem as necessidades da vida humana.

Onde, pois, a razão de tamanha disparidade no cômputo que se faz dos produtos manuais em comparação com os intelectuais? A única explicação está em que são os intelectuais que fazem as leis e regulam a sua aplicação na sociedade. Vivemos sob o despotismo da inteligência. Daí procede a iniquidade. Sim, a iniquidade porquanto o lixeiro ou o cavoucador que despende o seu maior esforço e que, como a viúva pobre, dá tudo quanto tem, merece perceber um salário que lhe proporcione, e à sua família, relativo conforto e bem-estar. Eles têm direito à vida e aos legítimos prazeres que refrigeram e amenizam as asperezas da luta cotidiana.

O que Jesus apreciou na dádiva da viúva foi o supremo esforço que ela empregou, despojando-se de tudo que possuía, para atender às solicitações da sua crença. Por isso, e só por isso, as suas duas moedinhas de cobre valiam mais que os punhados de ouro que os nababos daquela época lançaram na arca do templo. Apliquemos este critério no valor que damos ao trabalho, e cheguemos à conclusão de que muito merece aquele que muito se esforça, aquele que faz o melhor que pode no exercício do mister que exerce, seja este de que natureza for.

Em realidade, todo o trabalho é intelectual. Os músculos são dirigidos pela inteligência. Não há labor puramente manual, pois que o homem não é máquina de função mecânica e monótona. Os que exercem os rudes misteres musculares são aqueles cuja inteligência ainda não foi educada suficientemente para lhes proporcionar um trabalho menos árduo e mais compensador.

Neste mundo, dadas as suas condições de planeta atrasado, de mundo expiatório, os que sabem mais se locupletam dos que sabem menos, sendo esta a razão das formidáveis desproporções no aquilatar-se o valor das várias modalidades de trabalho, e, como consequência, da distribuição da riqueza.

E, assim se explica a advertência do Mestre dirigida aos seus discípulos: Se a vossa justiça não for superior à dos escribas e fariseus, não entrareis no reino de Deus. A justiça que vigora neste mundo é justiça de escribas e fariseus, cujos frutos são a miséria, as rivalidades e as guerras.

Vinícius

Do Livro : Na Escola do Mestre

segunda-feira, 26 de abril de 2021

JOÃO À PAULO DE TARSO : A CAUSA É DO CRISTO!

 Em Éfeso, após uma noite tumultuada, com violências , onde a massa ,inconsciente,  foi lograda, por um grande comerciante, através de  boatos, disseminados por amotinadores pagos , no enredo, de  que Paulo e seus seguidores iriam destruir o templo de Diana e seus artefatos , prejudicando, assim, o trabalho. Paulo lamentou o ocorrido ,sobretudo com as prisões de Áquila e Prisca, e com muita tristeza , junto a João, desabafou: 




[...] " com os olhos mareados de lágrimas.

— ( Paulo ) Como tudo isto me contrista! Áquila e Prisca têm sido meus companheiros de luta, desde as primeiras horas da minha conversão a Jesus. Por eles devia eu sofrer tudo, pelo muito amor que lhes devo; assim, não julgo razoável que sofram por minha causa.

A causa é do Cristo! — respondeu João com acerto.

O ex-rabino pareceu conformar-se com a observação e sentenciou:


— Sim, o Mestre nos consolará.


E, depois de concentrar-se longamente, murmurou:


Estamos em lutas incessantes na Ásia, há mais de vinte anos… Agora, preciso retirar-me da Jônia,  sem demora. Os golpes vieram de todos os lados. Pelo bem que desejamos, fazem-nos todo o mal que podem. Ai de nós se não trouxéssemos as marcas do Cristo Jesus!


O pregador valoroso, tão desassombrado e resistente, chorava! João percebeu, contemplou-lhe os cabelos prematuramente encanecidos e procurou desviar o assunto:


Não te vás por enquanto — disse solícito —, ainda és necessário aqui.


— Impossível — respondeu com tristeza


 

—, a revolução dos artífices continuaria. Todos os irmãos pagariam caro a minha companhia.


Mas não pretendes escrever o Evangelho, consoante as recordações de Maria? — perguntou melifluamente o filho de Zebedeu.


— É verdade — confirmou o ex-rabino com serenidade amarga —, entretanto, é forçoso partir. Caso não mais volte, enviarei um companheiro para colher as devidas anotações.


— Contudo, poderias ficar conosco.


O tecelão de Tarso fitou o companheiro com tranquilidade e explicou, em atitude humilde:


— Talvez estejas enganado. Nasci para uma luta sem tréguas, que deverá prevalecer até ao fim dos meus dias. Antes de encontrar as luzes do Evangelho, errei criminosamente, embora com o sincero desejo de servir a Deus. Fracassei, muito cedo, na esperança de um lar. Tornei-me odiado de todos, até que o Senhor se compadecesse de minha situação miserável, chamando-me às portas de Damasco.
Então, estabeleceu-se um abismo entre minha alma e o passado. 


 Abandonado pelos amigos da infância, tive de procurar o deserto e recomeçar a vida. Da tribuna do Sinédrio,   regressei ao tear pesado e rústico. 


 Quando voltei a Jerusalém, o judaísmo considerou-me doente e mentiroso. Em Tarso experimentei o abandono dos parentes mais caros. Em seguida, recomecei em Antioquia a tarefa que me conduzia ao serviço de Deus. Desde então, trabalhei sem descanso, porque muitos séculos de serviço não dariam para pagar quanto devo ao Cristianismo. E saí às pregações. 


 Peregrinei por diversas cidades, visitei centenas de aldeias, mas de nenhum lugar me retirei sem luta áspera. Sempre saí pela porta do cárcere, pelo apedrejamento, pelo golpe dos açoites. Nas viagens por mar, já experimentei o naufrágio mais de uma vez; nem mesmo no bojo estreito de uma embarcação, tenho podido evitar a luta. Mas Jesus me tem ensinado a sabedoria da paz interior, em perfeita comunhão de seu amor.


Essas palavras eram ditas em tom de humildade tão sincera que o filho de Zebedeu não conseguia esconder sua admiração.


— És feliz, Paulo — disse ele convicto —, porque entendeste o programa de Jesus a teu respeito. Não te doa a recordação dos martírios sofridos, porque o Mestre foi compelido a retirar-se do mundo pelos tormentos da cruz. Regozijemo-nos com as prisões e sofrimentos. Se o Cristo partiu sangrando em feridas tão dolorosas, não temos o direito de acompanhá-lo sem cicatrizes…


O Apóstolo dos gentios prestou enorme atenção a essas palavras consoladoras e murmurou:


— É verdade!…


— Além do mais — acrescentou o companheiro emocionado —, devemos contar com calvários numerosos. Se o Cordeiro Imaculado padeceu na cruz da ignomínia, de quantas cruzes necessitaremos para atingir a redenção? Jesus veio ao mundo por imensa misericórdia. Acenou-nos brandamente, convocando-nos a uma vida melhor… Agora, meu amigo, como os antepassados de Israel, que saíram do cativeiro do Egito à custa de sacrifícios extremos, precisamos fugir da escravidão dos pecados, violentando-nos a nós mesmos, disciplinando o espírito, a fim de nos juntarmos ao Mestre, correspondendo à sua imensa bondade.


Paulo meneou a cabeça, pensativo, e acentuou:


Desde que o Senhor se dignou convocar-me ao serviço do Evangelho, não tenho meditado noutra coisa.


Nesse ritmo cordial conversaram muito tempo, até que o Apóstolo dos gentios concluiu mais confortado:


— O que de tudo concluo é que minha tarefa no Oriente está finda. O espírito de serviço exige que me vá além… Tenho a esperança de pregar o Evangelho do Reino, em Roma, na Espanha e entre os povos menos conhecidos…


Seu olhar estava cheio de visões gloriosas e João murmurou humildemente:

— Deus abençoará os teus caminhos


fonte: 
LIVRO:Paulo e Estevão-28ª edição.
Ditado por Emmanuel em parceria com Francisco Cândido Xavier.


Trecho retirado do capítulo 7 - As

Epístolas - pág.439-441

O DISCURSO DE PEDRO - A PROFECIA DE JOEL

 


Mas Pedro, estando em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Homens da Judéia e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e prestai ouvidos às minhas palavras. Pois estes homens não estão embriagados, como vós supondes, visto que é ainda a hora terceira do dia; mas cumpre-se o que dissera o profeta Joel:


"E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos mancebos terão visões; e os vossos velhos sonharão; e também sobre os meus servos e minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.


E mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na Terra; sangue e fogo, vapor e fumo; o Sol se converterá em trevas e a Lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo". II - v.v. 14-21.


O discurso de Pedro não termina nestes versículos. Continua até o versículo 36. Para não tomar espaço deixamos de transcrever a última parte, recomendando-a à atenção dos leitores , pois em qualquer "Novo Testamento" com facilidade encontrá-la-ão. Nessa parte o Apóstolo lembra aos Israelitas os grandes poderes de Jesus, os prodígios por Ele operados e os sinais que Deus fez por meio d'Ele, bem como o seu crucificamento por mãos de iníquos, a sua ressurreição, a incorruptibilidade de seu corpo, as antigas profecias avisando tudo o que ia suceder, etc.


Pedro foi um dos primeiros discípulos que Jesus escolheu.


Se lermos atentamente os Evangelhos, veremos que esse homem era um excelente médium, intuitivo e inspirado. Já anteriormente ele tomara a palavra e falara inspirado pelo Espírito, em nome dos Doze.


No cap. XVI de Mateus, v.v. 15 e 16, os leitores verão que perguntando o Mestre aos seus discípulos quem diziam eles ser o Filho do Homem, foi Pedro quem falou em nome dos Doze, e falou inspirado pelo Espírito, transmitindo a REVELAÇÃO, sobre a qual Jesus disse que edificaria sua igreja.


Pedro começou o seu discurso citando a profecia de Joel, profecia esta inserta no "Antigo Testamento" e que anuncia os acontecimentos que se realizariam não só naquela época, como, com mais precisão ainda, na em que nos achamos e num futuro próximo.


Essa profecia é bem clara e se verificou no Cenáculo com a produção de línguas estrangeiras, pelos médiuns poliglotas, que em número de cento e vinte ali se achavam. Mancebos tiveram visões, pois viram "as chamas como que línguas de fogo" repousando sobre todos.


Não consta, entretanto, dos "Atos", que os "velhos tivessem sonhos", o que quer dizer que a profecia não foi realizada em sua totalidade.


Mas depois, conforme veremos no decorrer dos nossos estudos, outras manifestações, como curas, etc., foram verificadas, até que chegada à Era Nova, em que nos achamos, têm-se dado manifestações de todo o gênero, como as que temos observado, segundo os relatos transmitidos pelos sábios e experimentadores que, com o auxílio de poderosos médiuns, tão poderosos como os Apóstolos, e talvez mais ainda, têm prestado todo o seu serviço para desmoronar o "templo do materialismo", erguendo sobre a grande pirâmide do Amor, o belo farol da Imortalidade.


Nós cremos, entretanto, que, por ocasião do Cristianismo nascente, muitos médiuns (quantidade inumerável, mesmo) se desenvolveram e foram desenvolvidos, o que levou Paulo a estabelecer regras para o bom sucesso das reuniões que se efetuavam naquela época.


Na Epístola aos Romanos, cap. XII, 4, diz Paulo:


"Pois assim como temos muitos membros em um só corpo, e todos os membros não têm a mesma função; assim nós, sendo muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. E tendo dons diferentes, segundo a graça que nos foi dada: se é profecia, profetizemos, segundo a proporção da nossa fé; se é ministério, dediquemo-nos ao nosso ministério; ou o que ensina, dedique-se ao que ensina; ou o que exorta, à sua exortação; o que reparte, faça-o com simplicidade; o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria".


É bastante este trecho para nos deixar ver qual era a vida dos Discípulos e seus atos. Tarefa toda espiritual que não poderia dispensar o auxílio dos Espíritos encarregados de fazer reviver neles as Palavras de Jesus e guiá-los em todas as suas ações. Aí está bem clara a missão do profeta, que deve salientar a profecia.


O Apóstolo da Luz, comparando a diversidade de membros do nosso corpo, cada qual com sua serventia e seu mister, fez ver a diversidade de dons, de faculdades psíquicas, faculdades essas que devem ser orientadas pelos Preceitos do Cristo, que é a cabeça (o Chefe), assim como todos os nossos membros sujeitos estão à cabeça.


Na 1ª aos Coríntios, XII, 4 - 31, o Doutor dos Gentios é ainda mais explícito, mostrando que todas as manifestações são orientadas, ou para melhor dizer, permitidas por Deus. Todos os rios de água viva, aos quais o Mestre se referiu, que manariam do ventre daquele que n'Ele cresse, fazendo alusão ao Espírito que haviam de receber, tinham uma só Fonte que é Deus.


Vamos aproveitar a palavra de tão ilustre Doutor:


"Ora, há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito; e há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor; e há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para proveito. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência, segundo o mesmo Espírito; a outro, fé, no mesmo Espírito; a outro, dons de curar, em um só Espírito; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, diversidade de línguas, e a outro a interpretação de línguas; mas todas estas coisas opera um só e o mesmo Espírito, distribuindo a cada um particularmente o que lhe apraz".


O "Dom do Espírito Santo", como dizem as Igrejas, vê-se bem claro que é o dom da mediunidade e comunicação dos Espíritos. Cada médium tem a sua missão: sabedoria, ciência, fé, curas, maravilhas, profecia, línguas, etc., etc. Mas é preciso não esquecer que existem também os que têm o dom de discernimento dos Espíritos. Ora, se existem indivíduos encarregados do discernimento dos Espíritos, e se este dom foi enumerado por Paulo, parece claro e lógico que não é só um Espírito que produz tudo, não é sempre o mesmo Espírito que produz maravilhas, curas, profecias, etc., etc., mas sim, muitos, sendo que há adiantados e atrasados, senão não haveria necessidade de discernimento. Quis Paulo dizer que todos os Espíritos são provenientes de Deus, e não como julgavam os judeus, que os havia por parte do diabo.


Na conclusão do capítulo, Paulo trata da necessidade da unidade espiritual da congregação, repetindo o que havia dito aos Romanos e acrescentando várias considerações elucidativas, muito ao alcance de todos e da compreensão dos que nos lêem.


Depois, porém, de terminado o discurso de Pedro, a multidão que o ouvia perguntou a Pedro e aos Apóstolos, o que se deveria fazer para se tornar cristão. Eles responderam:


"Arrependei-vos e cada um seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão do pecado e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois, para vós é a promessa e para os vossos filhos e para todos os que estão longe e a quantos chamar o Senhor nosso Deus. E os exortava: Salvai-vos desta geração perversa. E os que receberam a palavra foram batizados e foram admitidas naquele dia quase três mil pessoas; e perseveraram na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor e muitos prodígios e milagres eram feitos pelos Apóstolos. E todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum e vendiam as suas propriedades e bens e os repartiam por todos, conforme a necessidade de cada um".


Este trecho caracteriza perfeitamente a conversão positiva daquela gente simples e humilde que foi incluída nas fileiras da Nova Doutrina, de abnegação, de humildade, de bondade, de desapego, de amor, que o Cristo havia anunciado, e pela qual não temeu nem recuou à morte afrontosa da cruz.


O batismo de que fala os Atos é o batismo de adoção da Nova Fé. Não se julgue este batismo, nem se o compare com os batismos das Igrejas que desnaturam o Cristianismo, estabelecendo cultos e sacramentos exóticos, que não falam à alma, nem ao coração e só têm servido para produzir incrédulos e fanáticos.


O batismo dos Apóstolos era um sinal que deveria imediatamente produzir outro sinal visível de demonstração de Fé, tornando o indivíduo uma nova criatura, no seu falar, no seu proceder, na sua palavra, nas suas ações e até nos seus pensamentos. Não passava de um sinal, sinal invisível, porque era feito com água que não deixa marca, mas que servia tão somente no indivíduo para dar uma impressão de que tinha necessidade de produzir sinais visíveis da sua regeneração, da sua conversão. A água nenhum valor tinha. Mera exterioridade para satisfazer exigências pessoais, ela não podia representar o batismo de Jesus, ou do Espírito, recomendado por João Batista.


E isto se conclui com toda lógica, lendo-se com atenção o cap. II, v. v. 43 e seguintes, que assinalam o modo de vida dos conversos: "E em cada alma havia temor, e muitos prodígios e milagres eram feitos pelos Apóstolos. E todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum, e vendiam as suas propriedades e bens e os repartiam por todos, conforme a necessidade de cada um".


O batismo produziu neles este sinal visível e os fazia queridos de todos.


Cairbar Schutel

domingo, 25 de abril de 2021

O TRIBUNO

CAPÍTULO 8 - O TRIBUNO

Castorino Silveira, dono de oratória eloquente, era daqueles que fazia da tribuna espírita a vitrine dos seus incontestáveis conhecimentos doutrinários.

Ao menos quinzenalmente, assumia - exibindo o porte e a altivez de um sacerdote - o púlpito da sociedade espírita a que se filiara e, por mais de hora, desfiava, a ouvintes pasmados, argumentos insofismáveis.

Condenava, veementemente, próceres*( influentes)  de outras religiões tachando-os, em reprimenda, de falsos profetas, pastores enganadores e outros epítetos*(sobrenomes).

Destarte( deste modo ) , ia largando sua semente entre espinheiros e terras inférteis, na malversação de suas riquezas verbais. Não contendo o seu entusiasmo, mais se perdia em largas gesticulações teatrais do que plantava amor e humildade.

Ao final das reuniões, todos transbordavam, uns em abraços, outros em lisonjas e elogios, outros ainda serenos ou desconfiados. Alguns ainda ruminavam as críticas ásperas que ouviram, talvez por incompreensão, ou mesmo porque não sentiam, na palavra inflamada de Castorino, a luminosa vibração que se irradia dos espíritos humildes. Se a uns Castorino Silveira convencia, a outros, todavia, sua pregação soava como uma algaravia*( tagarelice) , como o pipocar de rojões em festejos de roça. Eram lantejoulas verbais que apenas cintilavam, sem o valor intrínseco dos ensinamentos divinos, jóias da espiritualidade maior.

Um dia, Castorino Silveira, ao ser interpelado ao final de uma de suas palestras, sentiu uma dor aguda no peito. Despindo-se do fardo material, entre gemidos e estertores, viu-se subitamente, do outro lado da vida.

Quase que de imediato foi carregado em uma padiola*, no plano espiritual, rumo a um hospital, sob os cuidados de bondosos benfeitores.

Meses depois, Castorino recebeu alta. Desembaraçado, dirigiu-se, em companhia de um irmão, ao departamento onde seria entrevistado, para melhor avaliação de sua condição naquela colônia espiritual.
A essa altura, supondo-se refeito e adaptado, cogitava até em pleitear oportunidade para reiniciar as pregações doutrinárias, junto aos espíritos mais carentes.

Depois dos cumprimentos e apresentações, o irmão Benevides, um assistente social, lendo uma ficha que estava sobre a mesa, indagou:

- Então é o irmão Castorino Silveira?

- Claro! - confirmou Castorino, feliz por ser reconhecido de imediato, acrescentando:

- Como o irmão deve saber, eu fui um grande orador espírita. Desencarnei, vítima de um enfarte, ao sair de uma sessão. O tema da minha palestra, naquele dia, foi "A parábola do semeador".

- Sim, nós sabemos disso - interrompeu o irmão Benevides. Olhando fixamente para Castorino, esclareceu:

- Sua semeadura, irmão Castorino, se alguma vez germinou e produziu frutos em outras pessoas, não deu, para você mesmo, uma boa safra.

- Como assim? - indagou Castorino espantado, prosseguindo indignado:

- Eu fui um incansável lavrador da Seara do Mestre, espalhando a semente de O Evangelho Segundo o Espiritismo aos quatro ventos, com o meu verbo inflamado!

- É verdade, meu irmão. Você espalhou a semente aos quatro ventos, mas nenhuma germinou em seu coração.
Caído na superfície de sua alma, o calor da vaidade e do orgulho queimou-as.
Suas palavras, irmão Castorino, eram vazias de amor e de humildade. Visavam mais à promoção pessoal do que propriamente ao plantio do amor exemplificado pelo Mestre.

Castorino Silveira abaixou a cabeça. Em sua mente, projetavam-se cenas de suas incontáveis palestras, nas quais, gesticulando com ardor, discursava enfaticamente, demonstrando sua eloquente oratória.

Apercebeu-se, no quadro fluídico, de sua preocupação com a própria imagem, relegando a divulgação da Boa Nova a segundo plano.

Um frio cortou-lhe o coração ao ouvir as últimas palavras do irmão Benevides:

- Prepare-se, irmão Castorino, para em breve regressar à Terra. E, uma vez que nessa última encarnação você se engrandeceu e gratificou-se, esquecido de que o orador espírita deve dar provas cabais de humildade, retornará agora à vida física, na condição de surdo-mudo, para efetiva tarefa espírita em organização de deficientes. Aprenderá a Doutrina Espírita por meio da leitura silenciosa. Será um professor, e ensinará a outros irmãos, igualmente surdos-mudos, valendo-se apenas da gesticulação das mãos e dos dedos.

Irmão X


FONTE: 

LIVRO : CASOS E COISAS, DAQUI E DAÍ - 1ª EDIÇÃO / ANO: 2003

DITADO PELO ESPÍRITO : IRMÃO X

PSICOGRAFADO POR : HEITOR LUZ FILHO

sábado, 24 de abril de 2021

ESCRIBAS E FARISEUS:"Acautelai-vos, primeiramente, do fermento dos fariseus que é a hipocrisia"

 


"Mas, ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!"


Os Evangelhos falam, reiteradamente, nos escribas e fariseus. Lucas (12:1), encontramos Jesus Cristo prevenindo os seus discípulos contra a doutrina dos fariseus, dizendo: "Acautelai-vos, primeiramente, do fermento dos fariseus que é a hipocrisia." Em outras passagens do Novo Testamento notamos que o Mestre verberava, acerbamente, a atuação desses homens, salientando suas falhas e demonstrando a precariedade do sistema por eles ofendido.


Fariseu (do hebraico Parash significava divisão ou separação), obviamente pelo fato de ter sido uma das muitas seitas dissidentes entre os antigos judeus, as quais mantinham entre si verdadeiras profundas discórdias, cada uma delas pretendendo ter o monopólio da verdade. A seita dos fariseus, cuja origem remonta aos anos 180 ou 200 a.C., exercia grande influência sobre o povo tinha, inicialmente, por chefe um doutor judeu nascido em Babilónia, de nome Hillel, cuja escola sustentava o princípio de que "somente se devia depositar fé nas Escrituras".


Numerosos reis moveram intensas campanhas contra os fariseus, em épocas distintas; entretanto, Alexandre, rei da Síria, lhes restituiu os bens e deferiu-lhes muitas honras, propiciando-lhes os meios necessários para adquirirem o antigo prestígio e poderio, que conseguiram manter até o ano 70 da Era cristã, quando ocorreu a dispersão dos judeus.


Os fariseus tinham em alta conta os atos exteriores do culto; mantinham pomposos cerimoniais, tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas e eram animados de um zelo religioso os limites do fanatismo, sendo, como tais, acerbos renovadores. Sustentavam, de forma aparente, grande severidade de princípios; entretanto, debaixo da capa da hipocrisia, alimentavam vivo desejo de dominação, sendo a religião utilizada como meio para se atingir determinados fins.


Objetivando fazer evidenciar os costumes dissolutos que debaixo de aparências exteriores, Jesus Cristo não se cansou de demonstrar os seus verdadeiros intentos, por isso disse: "Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem, mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam, pois atam pesados fardos e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens! Eles, porém, nem com o dedo querem movê-los, e fazem todas as obras, a fim de serem vistos pelos homens, pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas dos seus vestidos, e amam os primeiros lugares nas ceias e as cadeiras nas sinagogas."


Os fariseus acreditavam na Providência, na Ressurreição dos mortos, na eternidade das penas e na imotalidade da alma, e, como vissem em Jesus Cristo um inovador, que procurava abalar o precário sistema religioso então não trepidaram em formar um conluio com os principais sacerdotes e com os escribas, no sentido de amotinar o povo contra Jesus.


Por isso mereceram do Cristo as mais acerbas admoestação, pois o mestre comumente os chamava de "túmulos caiados, vistosos por fora, mas, por dentro, cheio de ossadas e de podridões; hipócritas que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e depois o terdes feito, o fazeis filho das trevas duas vezes mais do que vós."


O nome escriba era dado, em épocas imemoriais, aos auxiliares dos reis de Judá e a determinados intendentes do exército; entretanto, na época do advento de Jesus, os escribas eram os doutores que ensinavam e interpretavam as leis estabelecidas por Moisés e outros profetas, e, como tais, faziam causa comum com os fariseus, de cujas idéias compartilhavam, sendo de se destacar, também, o ódio que votavam contra os renovadores. Jesus Cristo não vacilou em envolvê-los nas mesmas reprovações lançadas aos fariseus.


No Evangelho segundo Lucas (11:45) deparamos com a informação de que, lançando o Mestre as suas recriminações sobre os fariseus, foi interrompido por um escriba (doutor da lei) que ali estava, e protestou veementemente, dizendo: "Mestre, quando dizes isso, também nos afrontas a nós", ao que o Senhor retrucou:


"Ai de vós, também, doutores da lei, que carregais os homens com cargas difíceis de transportar, e vós mesmos nem ainda com um dos vossos dedos ousais tocá-las. Ai de vós, que edificais os sepulcros dos profetas e vossos pais os mataram; bem testificais, pois, que consentis nas obras de vossos pais. Ai de vós, doutores da lei, que tirastes a chave da ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam."


A influência dos escribas e fariseus em Jerusalém era enorme, por isso, eles contribuíram, de forma decisiva, para que o Mestre fosse condenado e crucificado.


Afirma o evangelista Mateus (12:22-28) que os fariseus, não conseguindo explicar ao povo a procedência do poder de que Jesus Cristo estava investido, decidiram afirmar que "ele expulsava os maus espíritos por intermédio do príncipe dos demônios (Belzebu)", ao que o Senhor retrucou: "E, se o príncipe dos demônios expulsa o príncipe dos demônios, é sinal que está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino? E, se eu expulso os maus espíritos por Belzebu, por quem os expulsam então os vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes, mas, se eu expulso os maus Espíritos pelo Espírito de Deus, é, conseguintemente, chegado a vós o Reino de Deus".


Paulo A. Godoy

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Zaqueu, amigo íntimo de Jesus.



Jesus percorria pela derradeira vez os caminhos da Palestina. Deixando a Galileia, dirigira-se ao território da Judeia, além do Jordão.1 Nessa viagem, quando já próxima a hora extrema do Gólgota, encontra-se com Zaqueu às portas de Jericó.

Descrita no Velho Testamento como a Cidade das Palmeiras,2 Jericó foi edificada numa das mais ricas zonas agrícolas de todo o Oriente Médio.3 Verdadeiro oásis no deserto, cercada por quilômetros de terra árida e rochosa, exibe – contrastando com os seus arredores – campos floridos, árvores balsâmicas, amendoeiras, romãzeiras, tamareiras, sicômoros, e, sobretudo, palmeiras. Tornou-se célebre nos tempos de Jesus. Clima mitigado pela abundância de águas canalizadas, esplêndidos jardins e belas construções fizeram dela a cidade invernal da aristocracia de Jerusalém, preferência de Herodes Magno.4
Passagem obrigatória a caravanas de mercadores e peregrinos religiosos, Jericó alcançou grande importância econômica, contando com estabelecimentos bancários, várias lojas comerciais e diversos armazéns providos de toda mercadoria. Diariamente, desde as primeiras horas da manhã, negociantes, proprietários, lavradores, agentes e cambistas fervilhavam em suas ruas, entre discussões, compras, vendas e assinaturas de contratos, num febril vaivém. Somente com as primeiras sombras da noite, costumava diminuir o bulício na Cidade das Palmeiras.

Israel vivia então sob o senhorio romano, sujeito aos ditames do grande império. Como todos os povos conquistados pelos césares, pagava-lhes pesados tributos, destinados ao luxo do patriciado e à manutenção da máquina governamental, cujos exércitos, sempre crescentes, requeriam gastos mais e mais elevados.
Os judeus, mesmo oprimidos, não declinavam de suas crenças, cultivando-as com intenso ardor. Arrimados à fé dos seus patriarcas, consolidada ao longo dos séculos, mantinham-se coesos como nação, ainda quando exilados, vivendo em terras estranhas. O governo romano, então, normalmente adotava política de tolerância para com as práticas religiosas dos povos dominados.

Naqueles dias, os israelitas se preparavam para a páscoa, comemoração à sua libertação do jugo egípcio. Numerosos viajores cruzavam as estradas e caminhos do país, na direção de Jerusalém. Jericó, mais que outras localidades, regurgitava de passantes.

Jesus, com os doze, igualmente se encaminhava à capital da Judeia.5 Vencida quase toda a distância entre Cafarnaum e Jerusalém – contornando ao leste o território samaritano6 – chegou às cercanias de Jericó. 

Pelos caminhos, ensinava a Boa-Nova, consolava os aflitos e curava os enfermos; verdadeira multidão o acompanhava desde a Galileia.
Jericó, como já dito, constituía rota obrigatória para mercadores e peregrinos. Movimentado comércio local e acentuada circulação de riquezas em suas fronteiras garantiam- lhe elevada arrecadação tributária; despertava o interesse dos governantes e a ambição dos publicanos.

Conforme as regras estatuídas então, cabia aos publicanos coletar os impostos. Desde Caio Graco, Tribuno da Plebe nos anos 123 a.C. e 122 a.C., nova forma de concessão para arrecadação tributária fora estabelecida nas províncias asiáticas, sendo mais tarde aplicada às demais possessões romanas. 

Os tributos passaram a ser recolhidos mediante contrato firmado, pelo prazo de cinco anos, entre o vencedor da hasta pública e o tesouro romano, devendo o vencedor antecipar o pagamento desses tributos ao Estado. Os participantes desses leilões, naturalmente, eram homens muito ricos, com fortuna pessoal mínima de quatrocentos mil sestércios, segundo alguns historiadores.

A adoção desse sistema de arrecadação tributária, conquanto eficiente, teve graves consequências. 
Os publicanos, livres para cobrar quanto quisessem, exorbitavam nas taxas exigidas, multiplicando suas fortunas vertiginosamente. Movidos por indisfarçável ânsia lucrativa, tornaram-se símbolo de avidez e desonestidade, sendo detestados pela população em geral.

Zaqueu era rico publicano, chefe dos publicanos em Jericó.
Em concorrência pública, como ditava o costume, arrematara o direito à cobrança de impostos na urbe famosa. Além dos interesses da alfândega, dirigia outros negócios particulares, todos muito rentáveis; contava com grande número de empregados. 

Os judeus olhavam-no com desdém, como faziam a todos os publicanos, considerando-o traidor da pátria, por transigir com os romanos invasores.
Raros lhe dirigiam a palavra e, quando o faziam, quase sempre o faziam obrigados pelas circunstâncias, não disfarçando o íntimo desprezo que lhe votavam.

Ouvira falar de Jesus!
As notícias que lhe chegavam davam conta de sua amorosa mensagem, portadora de fé e esperança. Da boca popular, escutava referências a seus muitos milagres e soubera que exprobrava a conduta de fariseus e saduceus, exortando os homens ao bom caminho. Tinha conhecimento de que Ele se fazia acompanhar, sobretudo, dos simples e deserdados, que não desprezava a ninguém, considerando a todos como irmãos. Ouvira dizer, até, que entre os seus mais próximos seguidores, havia um que fora conhecido publicano.

Queria ver o novo Messias, quem sabe, falar ao Mestre nazareno.
Sua alma sonhava novos horizontes, cansada das coisas do mundo. De há muito, acalentava secreto desejo de conhecer aquele de quem se falava tantas maravilhas.

Caía a tarde na velha cidade do vale do Jordão. Seus estabelecimentos comerciais cerravam as portas, seus habitantes regressavam aos lares e os peregrinos procuravam pernoite. Desusado movimento agitava Jericó. Nos últimos dias, muito aumentara o fluxo local de caravanas com destino à Cidade Santa.
Zaqueu também findara seu trabalho, rumava para casa. Romeiros de variadas procedências anunciavam a chegada do Rabi galileu. Excitados, gesticulavam muito, diziam que Ele curara o cego Bartimeu.7

Não longe, compacta muralha humana cercava o carpinteiro galileu. Rápido, Zaqueu se acercou da multidão, empolgado pela possibilidade do ambicionado encontro. De pequena estatura, contudo, por mais tentasse, não conseguia ver Jesus. Tomado de resolução – temia perder a oportunidade há tanto esperada – correu à frente do povaréu, subiu num velho sicômoro e aguardou a passagem do Mestre.
Logo divisou a sua figura augusta, sentiu-se invadir de paz intraduzível. Atraído pelo seu amoroso magnetismo, acompanhava-lhe os menores gestos, apurava os ouvidos para escutá-lo.
Que pensamentos acudiam nessa hora a Zaqueu? Que sentimentos dominavam seu coração? Que visões contemplava seu Espírito? Talvez passasse em revista sua existência, reexaminasse os valores que lhe vinham norteando as decisões, vislumbrasse nesgas do caminho espiritual. Decerto que experimentava íntima e estranha inquietação; chegara o instante glorioso do seu encontro com a Verdade.
Aproximando-se da árvore em que se alojara o publicano, Jesus ergueu os olhos, fitando-o, e disse-lhe: “Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa”.8 Zaqueu deu-se pressa em descer, recebendo-o com muita alegria. “À vista desse fato – anota o evangelista – murmuravam todos, dizendo: Foi hospedar-se na casa de um homem pecador!”.
Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: “Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo-lhe o quádruplo”. Então, Jesus lhe disse: “Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido”.9

Zaqueu exultava de alegria, sentia-se no limiar de um novo mundo. Vivera até ali como os comuns de sua época, preocupado com as aquisições materiais, escravo das coisas ilusórias. Chegava agora a novo estágio evolutivo. Quais os caminhos do seu despertar espiritual? Quais os degraus superados até alcançar a condição de amigo íntimo de Jesus?
Acompanhando a sua marcha ascensional, naquilo que podemos apreciar, concluímos que muito peregrinou nas sombras dos enganos e vacilações, antes de penetrar a porta estreita, rumo à Espiritualidade superior.
Dedicou os primeiros anos de sua existência às conquistas mundanas – dinheiro, fama, status, poder – dominado pelas exigências dos prazeres egoístas, conquanto, desde antes, almejasse respirar noutra atmosfera. A alma humana nessa etapa de aprendizado,  quando não nega a paternidade divina, costuma ignorá-la propositadamente, como se temesse as consequências desse reconhecimento

Intui secretamente as responsabilidades que daí advirão, e, como a dormideira, recolhe-se em si mesma, preferindo manter-se alienada acerca da existência de Deus.

A saciedade proporcionada pelas conquistas inferiores, todavia, carece de perenidade, possui existência efêmera. Não demora e a alma sente vazio inexprimível, vítima da impermanência das coisas deste mundo. Até alcançar os bens eternos, sofrerá crises periódicas desse vazio.

O filósofo pessimista alemão, Arthur Schopenhauer, observando o cotidiano do homem comum, diz que a vida é um pêndulo que oscila entre o sofrimento e o tédio. Sofremos enquanto não conseguimos o que desejamos e, quando conseguimos o que desejamos, sentimos tédio. É então que elegemos novo objeto de desejo para, novamente, oscilarmos entre o sofrimento e o tédio, numa infinita alternância.

Zaqueu vivia essa alternância, pendulando entre o pesar e o fastio.

Saturado do que é transitório, experimenta invencível fascínio pelo transcendente, impulsionado pelo que podemos chamar de tropismo divino; é o início da sua busca espiritual, termo da sua alienação de Deus.

Talvez ninguém lhe tivesse notado a mudança, nem mesmo os mais próximos, muitíssimo engolfados nos assuntos da matéria. Jesus, porém, atento às mais discretas manifestações de nossa alma, identifica os primeiros clarões de sua luz interior e lhe vêm à procura. Zaqueu buscava Jesus, Jesus buscava Zaqueu. Entre eles uma multidão, símbolo dos obstáculos que o publicano necessitava transpor para alcançar o Mestre. Do alto da figueira, Zaqueu espia Jesus. Encontrara o que procurava, segredava-lhe a consciência. De repente, ouve surpreso: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa.
Desde quando anelava semelhante dádiva? Que fizera para merecer tamanha bênção? Humilde, cria-se indigno de hospedar o Messias. Mas, depressa, desce e vai correndo preparar-lhe régia ceia e as melhores acomodações de sua rica residência.
A cena nos sugere oportunas reflexões.

O sicômoro ou figueira doida, 10 como também é conhecido, com suas raízes profundas, folhas ásperas e frutos de inferior qualidade, oferece singular imagem das riquezas materiais, cuja aparência de viço, solidez e perpetuidade engana o observador menos percuciente.

Zaqueu no alto da figueira, acima da multidão, traduz o homem içado aos mais proeminentes postos o mundo. O desce depressa nos fala da imperiosidade de abandonarmos as convenções meramente humanas, para encontrarmos o Cristo.

Zaqueu transbordava alegria.
Límpidos raciocínios agora iluminavam seu espírito; trilhava os primeiros passos na senda. As posses materiais e os favores de sua elevada posição social não o haviam impedido de chegar a Jesus. Sabia-se, contudo, longe da completa emancipação espiritual, preciso era prosseguir.

À mesa, com o sublime visitante, ouvia-o com deleite, considerava quanto estivera distanciado do verdadeiro caminho. Imerso em doce onda de amor, priva pela primeira vez da intimidade de Jesus. É aí que se resolve a dar metade dos seus bens aos pobres e a restituir em quádruplo a quem haja defraudado.

…É a fase da entrega!… É a fase da consagração!
Vencida a alienação, realizada a busca, Zaqueu se entrega àquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Esvazia-se das coisas deste mundo, disposto a preencher-se das coisas celestes. Abre mão de sua riqueza… Distribui seus bens aos pobres… Indeniza a quem prejudicou… Abdica de sua posição social… Reconhece que mesmo sem o saber, sempre buscara o Cristo de Deus. Enlevado, despe sua alma, lavando com lágrimas as lembranças de suas defecções, para ouvir do Senhor:
Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido.9
Selada estava eterna aliança entre Zaqueu e Jesus.

E ali na casa de Zaqueu, ainda naquela noite, Jesus contou a parábola das dez minas– para a maioria dos exegetas – uma variante da parábola dos talentos, apesar das diferenças textuais havidas entre as duas narrativas.11

Zaqueu é uma daquelas personagens bíblicas sobre quem muito pouco se sabe. Além do episódio relatado por Lucas, não encontramos nas páginas evangélicas qualquer outra referência ao publicano de Jericó. Estudiosos do Novo Testamento, todavia, hão sustentado que tudo deixou para seguir a Jesus.
Clemente de Roma afirma que ele se tornou companheiro de viagens de Simão Pedro, sendo, mais tarde, nomeado Bispo de Cesareia Marítima, pelo Pescador de Cafarnaum.12 Clemente de Alexandria sugere que adotou o nome Matias, induzindo muitos à falsa inferência de que haja substituído Judas Iscariotes no Colégio dos Doze.13 O legendário medieval o identifica como Santo Amador, considerado o fundador do santuário francês de Rocamadour.Modernos pesquisadores da história do Cristianismo – alguns com decênios dedicados ao assunto – comungam com muito dessas tradições.

Devemos,contudo,escoimar essas tradições – todas tardias, e por isso, pálidas de valor histórico – daquilo que faleça a mais severo exame.
Hoje, alguns poucos ainda pretendem que Zaqueu seja Matias, o 13º Apóstolo. Diríamos que essa é uma opinião insustentável, dado que não resiste à mais leve análise, quando na presença dos textos testemunhais desses eventos.
Atos dos Apóstolos (1:15, 21, 22, 23 e 26) registra:
Naqueles dias, Pedro levantou-se no meio dos irmãos – o número das pessoas reunidas era de mais ou menos cento e vinte e disse:
“É necessário, pois, que, dentre estes homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu em nosso meio, a começar do batismo de João até o dia em que dentre nós foi arrebatado, um destes se torne conosco testemunha da sua ressurreição”.
Apresentaram então dois: José, chamado Barsabás e cognominado Justo, e Matias. Lançaram a sorte sobre eles, e a sorte veio a cair em Matias, que foi então contado entre os onze apóstolos.

A leitura acima não exige mais grave meditação para infirmar a ideia de que Zaqueu seja o 13º apóstolo. Declara, literalmente, que, desde o início, tanto um quanto outro – José e Matias – tomou parte ativa na vida messiânica de Jesus. Zaqueu, como é sabido, somente o conheceria na última viagem do Mestre a Jerusalém.14
Além disso, caminhando nessa direção, assevera Eusébio de Cesareia:
E um documento ensina também que Matias – o que foi juntado à lista dos apóstolos em substituição a Judas – e o outro que com ele teve a honra de disputar a sorte foram dignos de serem dos setenta. […]15

E, mais adiante, diz: O primeiro, pois, que a sorte designou para o apostolado em substituição a Judas, o traidor, foi Matias, que também tinha sido um dos discípulos do Salvador, como já foi provado.15

De acordo, pois, com o texto ora transcrito, José e Matias pertenciam ao grupo dos setenta, 16 episódio anterior ao encontro entre Jesus e Zaqueu. Logo, conclui-se: Zaqueu não é Matias, o 13º apóstolo.

Ademais, ainda que evocado por alguns, como fonte favorável a esse entendimento, Clemente de Alexandria – longe de estear tal juízo – escreve, simplesmente:
Diz-se, portanto, que Zaqueu, ou, segundo alguns, Matias, o chefe dos publicanos, ao ouvir que o Senhor se dignou a Brasivir a ele, disse: Senhor, e se eu defraudei alguém em alguma coisa, restituo-lhe o quádruplo. E o Senhor disse, por sua vez: o Filho do homem vindo aqui, encontrou o que estava perdido.17

E, ainda, para alguns historiadores, Natanael18 foi quem tomou o lugar de Judas Iscariotes, embora habitualmente o identifiquem como o apóstolo Bartolomeu.19

À margem das dissensões históricas – válidas, mas não essenciais – subsiste a convicção da aliança entre Zaqueu e Jesus. Ditados e revelações espirituais – transmitidos a medianeiros de reconhecida credibilidade – reforçam esse pensamento.
Humberto de Campos enfatiza que Zaqueu, desde muitos anos, procurava empregar o dinheiro a benefício de todos à sua volta, voluntariamente hipotecando-se ao Mestre.20
Amélia Rodrigues conta que, com frequência, ele socorria o cego Bartimeu. Gostava de acudir a miséria alheia e suavizar as dores do próximo. Mais tarde, assistido por Jesus, foi dirigir florescente igreja cristã em terras de Cesareia.21

Léon Tolstoi declara tê-lo ouvido discursar no mundo espiritual:
– A bondade do Mestre galileu… […] tocou-me para sempre o coração […]. E conquistou-me assim, por toda a consumação dos séculos…
[…] Não, eu não o abandonei jamais, desde aquele dia em que passou por Jericó! […] Soube, é certo, da ressurreição que a todos revigorou de esperanças… Mas não logrei tornar a ver e ouvir o Mestre […]. Ele só se apresentou, depois da ressurreição, aos discípulos – homens e mulheres – e aos Apóstolos…22

Affonso Soares, amigo e confidente de Yvonne do Amaral Pereira, disse-me que a notável médium fluminense repetia sempre que Zaqueu fora o venerável Bezerra de Menezes.23

Zaqueu venceu antigas vacilações e transpôs densas barreiras, para, naquele dia memorável, tornar-se amigo íntimo de Jesus, lembrando as letras de Apocalipse (3:20):
Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele, e ele comigo.

Referências: 
1 Mateus, 19:1; Marcos, 10:1; e Lucas, 9:51-53. (Para os textos evangélicos utilizamos a Bíblia Sagrada, tradução de João Ferreira de Almeida, e a Bíblia de Jerusalém.)
2 Deuteronômio, 34:1 a 3; e 2 Crônicas, 28:15.
3 Vale do Jordão. Situada a quase trezentos metros abaixo do nível do mar, numa das maiores depressões absolutas do planeta, Jericó é considerada a mais antiga cidade do mundo. Pesquisas arqueológicas apontam sua fundação entre nove e dez mil anos atrás.
4 Herodes e seu filho Arquelau embelezaram Jericó. Entre as construções mais famosas contavam-se o anfiteatro da cidade e o castelo de Kypros. Este último, construído e batizado em homenagem à mãe de Herodes.
5 Lucas, 18:31 a 34.
6 Lucas, 9:51 a 56. – Não encontrando guarida em uma das vilas da Samaria, Jesus decidiu fazer o mais longo trajeto entre as duas cidades. Possivelmente tomou a direção de Decápole e atravessou a Pereia, antes de alcançar Jericó. Dali seguiria para Betânia e Jerusalém.
7 Patronímico traduzido por filho de Timeu, conforme Marcos (10:46 a 52). Os demais evangelistas – Mateus (20:29 a 34); e Lucas (18:35 a 43) – não mencionam o nome do cego de Jericó. Diferente de Lucas, que situa esse episódio à entrada da cidade, Marcos e Mateus o descrevem como ocorrido à saída de Jericó, com este último anotando que foram dois os cegos ali curados por Jesus.
8 Jesus visitou algumas casas durante sua atividade messiânica. Revelam os evangelhos que esteve nas casas de Pedro, Levi, Jairo, Simão, Lázaro, Zaqueu e nas Bodas de Caná. Parece-nos que sempre a convite dos seus moradores, exceção feita à sua visita ao publicano de Jericó.
9 Lucas, 19:1 a 10.
10 Ficus sycomorus – Atinge 20 metros de altura.
11 Lucas, 19:11 a 27; e Mateus, 25:14 a 30.
12 Homilia III, 59 a 72.
13 Stromateis IV, cap. 6, § 35.
14 Lucas, 19:1 a 10.
15 CESAREIA, Eusébio. História eclesiástica. Wolfgang Fischer. São Paulo (SP): Novo Século, 2002. liv. I, cap. XII – Dos discípulos de nosso Salvador, it. 3. p. 28; e liv. II, cap. I – Da vida dos apóstolos depois da ascensão do Cristo, it. 1, p. 33. Disponível em: <pt.slideshare.net/OBREIRO/histria-eclesistica-eusbio-de-cesaria>.
16 Missão dos setenta discípulos – Lucas, 10:1 a 13.
17 Stromateis IV, cap. 6, § 35.
18 Referido em João, 1:45 a 51 e 21:1 e 2.
19 MCKENZIE, John L. Dicionário bíblico. Álvaro Cunha, Elsa Maria Berredo Peixoto, Gaspard Gabriel Neerick, I. F. L. Ferreira, Josué Xavier. 10. ed. São Paulo: Paulus, 2011. p. 589.
20 XAVIER, Francisco C. Boa nova. Pelo Espírito Humberto de Campos. 37. ed. 4. imp. Brasília: FEB, 2014. cap. 23, p. 149.
21 FRANCO, Divaldo P. Primícias do reino. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. 4. ed. Salvador: LEAL, 1987. p. 144, 145 e 149.
22 PEREIRA, Yvonne do Amaral. Ressurreição e vida. Pelo Espírito Léon Tolstoi. 12. ed. 2. imp. Brasília: FEB, 2014. cap. 1, p. 20-21.
23 Affonso Borges Gallego Soares, diretor da Federação Espírita Brasileira. Pedro Camilo traz essa revelação em sua obra, Yvonne Pereira: uma heroína silenciosa.
BAUCKHAM, Richard. Jesus e as testemunhas oculares. São Paulo: Paulus, 2011. p. 151-152.
CORASSIN, Maria Luiza. A reforma agrária na Roma Antiga. São Paulo: Brasiliense, 1988. p. 62-63.
NICOLET, Claude. Un ensayo de historia social: el Orden Ecuestre en las postrimerias de la Republica Romana. In: Ordenes, estamentos y classes: Coloquio de historia social Saint-Cloud, 24-25 de mayo de 1967. Madrid: Siglo-Veintiuno, 1978. p. 36-51.
Samuel Nunes Magalhães
Fonte: http://www.souleitorespirita.com.br/reformador/noticias/zaqueu-amigo-intimo-de-jesus/