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sábado, 4 de agosto de 2012

Crueldade - II

Crueldade - II


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Escrito por HAMMED   
 
 
 
Cada ato de agressividade que ocorre neste mundo tem como origem básica uma criatura que ainda não aprendeu a amar.
 
A crueldade, como pena de morte, já se achava estabelecida em quase todos os povos da Antiguidade. Em Atenas, dava-se ao sentenciado à morte opções de escolha: o estrangulamento, que era considerado por todos humilhante; o corte de cabeça através do cutelo, o que era muito doloroso; e o envenenamento, o preferido pela maioria dos condenados.
Na Roma Antiga, em época anterior a Júlio César, o enforcamento e a decapitação eram as sentenças mais generalizadas. Porém, ao homicida de pais e irmãos era aplicada uma pena invulgar: ser cozido vivo e depois atirado ao mar. A condenação dos incendiários eram as chamas da fogueira. Os hebreus preferiam o apedrejamento, ou a decapitação, pois atribuíam estar na cabeça a localização dos delitos. Na China, havia um processo de deixar cair gotas d’água na testa do condenado, sempre no mesmo lugar, até conduzi-lo à completa loucura. No Japão, os sentenciados à morte tinham a permissão dos juízes para rasgar o próprio ventre com o sabre.
Impossível descrever aqui, nestas rápidas reflexões, os atos terríveis de personalidade da história da humildade, ou analisar sua natureza primitiva e rudimentar, inata nas almas em seus primeiros passos de ascensão espiritual. Nomearemos apenas algumas criaturas que tiveram comportamentos degenerados; como Nero, Calígula, Caracala, Gêngis-Cã, Ivã – o Terrível, Tamerlão, e outras, sem nos determos nas atitudes dessas figuras do passado ou do presente, nem nas incontáveis condutas cruéis de homens que passaram anonimamente pela Terra. Todavia, não poderíamos deixar de registrar o fanatismo e o autoritarismo da “Santa Inquisição” – também conhecida como o “Santo Ofício”, criada em 1233 pelo papa Gregório IX -, que entrou para a História como uma das mais brutais demonstrações de ferocidade e violência contra os direitos humanos.
Não saberemos avaliar com precisão quais os atos mais perversos e sanguinários: os realizados pelos executores, ou os praticados pelos executados. Aliás, pessoas lutam e matam até hoje “em nome de Deus”, para justificar e proteger suas crenças religiosas.
A atrocidade, o sadismo, a perversidade e a desumanidade são características provenientes da insensibilidade ou enrijecimento da psique humana, em processo inicial de desenvolvimento espiritual. A Espiritualidade, na terceira parte, capítulo VI, de “O Livro dos Espíritos”, expõe: “(...) o senso moral existe, como princípio, em todos os homens (...) dos seres cruéis fará mais tarde seres bons e humanos (...)”
As faculdades do homem estão em estado latente, “como o princípio do perfume no germe da flor, que ainda não desabrochou”, assim, também, em essência somos todos unos com a Perfeição Divina que habita em nós.
Todo processo de aprendizagem resulta em uma expansão da consciência, o que nos possibilita, gradativamente, abandonar os gestos bárbaros. Quando a criatura integrar na sua mentalidade o senso moral, que nela reside em estado embrionário, converterá os atos agressivos em atitudes sensatas e humanas.
Um traço comum em toda a Natureza é a evolução. Evoluir é o grande objetivo da Vida, pois, quanto mais progredirmos, mais resolveremos nossos problemas com harmonia e sensatez. A maioria dos indivíduos se comporto como se os problemas existissem por "s“ sós" ” exige que o mundo exterior os resolva. Mas as dificuldades não existem fora, e sim dentro de nós mesmos. Nesse caso, quanto mais percebemos essa realidade, mais aprenderemos como solucioná-las sem brutalidade.
Cada ato de agressividade que ocorre neste mundo tem como origem básica uma criatura que ainda não aprendeu a amar. Naturalmente, todos nós ficamos indignados com a rudeza ou a maldade, mas devemos entender que isso é um processo natural da humanidade em amadurecimento e crescimento espirituais.
Por trás de todo ato de crueldade, sempre existe um pedido de socorro. Precisamos escutar esse apelo inarticulado e dissolver a violência com nossos gestos de amor.
Os atos e a vida do Cristo apresentam, sob muitos aspectos, sempre algo de novo a ser interpretado em seu significado mais profundo. A História da humanidade nunca registrou nem registrará fato tão cruel e violento na vida de um ser humano com aquele ocorrido há quase dois mil anos.
Os judeus tinham, nas redondezas de Jerusalém, uma colina que se destinava à execução dos condenados da época.
Era um terreno de acentuado declive, aspecto pesado e sombrio, onde crucificavam assassinos e ladrões. Os gregos deram-lhe o nome de Gólgota, do hebraico “gulgoleth” (crânio”, os romanos chamavam de Calvário, do latim “calvarium” (“lugar das caveiras”). Esse sítio tinha uma formação rochosa que se assemelhava a uma caveira, além de nele se encontrarem, por todos os lados, crânios em decomposição, expostos ao tempo.
Nesse tétrico lugar, um ser extraordinário, que queria simplesmente despertar nos homens sua “dimensão esquecida”, ou ligar esse “elo perdido” ao Poder da Vida, foi crucificado penosamente.
“E, quando chegaram a um lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, juntamente com dois malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Mesmo diante do sofrimento, Jesus dizia: Pai perdoe-lhes, porque não sabem o que fazem.”
O grande número de pessoas ali presente representava a violência humana; para elas não havia sequer um laivo de maldade em suas ações, e se ofenderiam, certamente, se fossem acusadas de perversas. Jesus, no entanto, as entendia em sua infância espiritual.
Todos nós, na atualidade, preocupados em saber como lidar com a violência, que explode de tempos em tempos no seio da sociedade terrena, devemos sempre fazer uma busca interior para compreender integralmente o significado majestoso dessa atitude de entendimento, perdão e amor que Jesus Cristo legou para toda a humanidade.
 
 
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma

Crueldade

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Escrito por hammed   
 
A auto-crueldade é, sem dúvida, a mais dissimulada de todas as opressões.
 
De todas as violências que padecemos, as que fazemos contra nós mesmos são as que mais nos fazem sofrer. Nessa crueldade, não se derrama sangue, somente se constroem cercas e cercas, que passam a nos sufocar e a nos afligir por dentro.
Montaigne, célebre filósofo francês do século XVI, escreveu: “A covardia é mãe da crueldade”. Realmente, é assim que se inicia nossa auto-agressão. Em razão de nossa fragilidade interior e de nossos sentimentos de inferioridade, aparece o temor, que nos impede de expressar nossas mais íntimas convicções, dificultando-nos falar, pensar e agir com espontaneidade ou descontração.
A auto-crueldade é, sem dúvida, a mais dissimulada de todas as opressões. Além de vir adornada de fictícias virtudes, recebe também os aplausos e as considerações de muitas pessoas, mas, mesmo assim, continua delimitando e esmagando brutalmente. Essa atmosfera virtuosa que envolve os que buscam ser sempre admirados e aceitos deve-se ao papel que representam incessantemente de satisfazer e de contentar a todos, em quaisquer circunstâncias. Buscam contínuos elogios, colecionando reverências e sorrisos forçados, mas pagam por isso um preço muito alto: vivem distantes de si mesmos.
A causa básica do “auto-tormento” consiste em algo muito simples: viver a própria vida nos termos estabelecidos pela aprovação alheia.
A timidez pode ser considerada uma auto-crueldade. O acanhado vigia-se e, ao mesmo tempo, vigia os outros, vivendo numa auto-prisão. Em razão de ser aceito por todos, ele não defende sua vontade, mas sim a vontade das pessoas. Pensa que há algo de errado com ele, não desenvolve a autoconfiança e, continuamente, se esconde por inibição.
Pensar e agir, defendendo nosso íntimo e nossos direitos inatos e, definindo nossas perspectivas pessoais, sem subtrair os direitos dos outros, é a imunização contra a auto-crueldade.
Para vivermos bem com nós mesmos, é preciso estabelecer padrões de auto-respeito, aprendendo a dizer “não sei”, “não compreendo”, “não concordo” e “não me importo”.
As criaturas que procuram bajulação e exaltação martirizam-se para não cometer erros, pois a censura, a depreciação e a desestima é o que mais as atemorizam. Esquecem-se de que os erros são significativas formas de aprendizagem das coisas. É muito compreensível falarmos à lógica numa tomada de decisão, ou mudarmos de idéia no meio do caminho; no entanto, quando errarmos, será preciso que assumamos a responsabilidade pelos nossos desencontros e desacertos e apreendamos o ensinamento da lição vivenciada.
Quem busca consenso, crédito e popularidade não julgam seus comportamentos por si mesmo, mas procura, ansiosamente, as palmas dos outros, oferecendo inúmeras razões para que suas atitudes sejam totalmente consideradas.
Vivendo e seguindo seus próprios passos, poderá inicialmente encontrar dificuldades momentâneas, mas, com o tempo, será recompensado com um enorme bem-estar e uma integral segurança da alma.
Estar alheio ou sair de si mesmo, na ânsia de ser amado por todos aqueles que consideram modelos importantes, será uma meta alienada e inatingível. O único modo de alcançar a felicidade é viver, particularmente, a própria vida.
A fixação que temos de olhar o que os outros acham ou acreditam, sem possuirmos a real consciência do que queremos, podemos, sentimos, pensamos e almejamos, é o que promove a destruição em nossa vida interior, ou seja, o esfacelamento da própria unidade como seres humanos e, por conseqüência, nossa unidade com a vida que está em tudo e em todos.
Consultam Kardec os Obreiros do Bem: “A obrigação de respeitar os direitos alheios tira ao homem o de pertencer-se a si mesmo?” E eles responderam: “De modo algum, porquanto este é um direito que lhe vem da Natureza”.
“Pertencer-se a si mesmo”, conforme nos asseveram os Espíritos, é exercer a liberdade de não precisar conciliar as opiniões dos homens e de livrar-se das amarras da tirania social, da escravidão do convencionalismo religioso, das vulgaridades do consumismo, da constrição de ser dependente, enfim, do medo do que dirão os outros.
A solução para a auto-crueldade será a nossa tomada de consciência de que temos a liberdade por “direito que vem da Natureza”. Contudo, de quase nada nos servirá a liberdade exterior, se não cultivarmos uma autonomia interior, porque quem está internamente entre grilhões e amarras jamais poderá pensar e agir livremente.
 
 
 
 
 
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.

Inveja - Parte 2

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Escrito por Hammed   
 
Não há nada a nos censurar por apreciarmos os feitos das pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o único problema é que não podemos nos comparar e querer tomar como modelo o padrão vivencial do outro.
 
 
 
Se tivermos o hábito de investigar nossos comportamentos autodestrutivos e fizermos uma análise desses antecedentes históricos em nossa vida, poderemos, cada vez mais, compreender o porquê de permanecermos presos em certas áreas prejudiciais à nossa alegria de viver.
Esses comportamentos infelizes a que nos referimos não são apenas as atitudes evidentemente desastrosas, mas os diminutos atos cotidianos que podem passar como aceitáveis e completamente admissíveis. Entretanto, tais atos são os grandes perturbadores de nossa paz interior.
Muitos indivíduos não se preocupam em estudar as raízes de seus comportamentos rotineiros, porque acreditam que, para despender um enorme sacrifício. Sendo assim, preferem permanecer apegados aos antigos costumes, utilizando-se dos preconceitos e de crenças distorcidas, sem se darem conta de que estes são as matrizes de seus pontos vulneráveis.
Para afastar todo e qualquer anseio de transformação interior, utilizam-se de um processo psicológico denominado “racionalização” – artifício criado para desviar a atenção dos “verdadeiros motivos” das atitudes e ações – para se verem livres das “crises de consciência”, procurando assim justificar os fatos inadequados de suas vidas.
Somente alteraremos nossos atros e atitudes doentias quando tomarmos plena consciência de que são eles as raízes de nossas perturbações emocionais e dos inúteis desgastes energéticos. É examinando nosso dia-a-dia à luz das escolhas que fizemos ou que deixamos de fazer é que veremos com clareza que somos, na atualidade, a “soma integral” de nossas opções diante da vida.
Os indivíduos que possuem o hábito da critica destrutiva estão, em verdade, dissimulando outras emoções, talvez a inveja ou mesmo o despeito. Existem posturas efetuadas tão costumeiramente e que se tornam tão imperceptíveis que poderíamos denominá-las “atitudes crônicas”.
A inveja é definida como sendo o desejo de possuir e de ser o que os outros são, podendo tornar-se uma atitude crônica na vida de uma criatura. É uma forma de cobiça, um desgosto em face da constatação da felicidade e superioridade de outrem.
Observar a criatura sendo, tendo, criando e realizando provoca uma espécie de dor no invejoso, por ele não ser, não ter, não criar e não realizar. A inveja leva, por conseqüência, à maledicência, que tem por base ressaltar os equívocos e difamar; assim é a estratégia do depreciador: “Se eu não posso subir, tento rebaixar os outros; assim, compenso meu complexo de inferioridade”.
A inveja nasce quase sempre por nos compararmos constantemente com os outros. Nessa comparação, o homem desconhece o fato de sua singularidade, possuidor de expressões íntimas completamente diferente das dos outros seres. É verdade, porém, que possuímos algumas semelhanças e características comuns com outros homens, mas, em essência, somos almas criadas em diferentes épocas pelas mãos do Criador e, por isso, passamos por experiências distintas e trazemos na própria intimidade missões peculiares.
Anormalidade, normalidade, sobre naturalidade e paranormalidade são de fato catalogações da incompreensão humana alicerçadas sobre as chamadas comparações.
A ausência do amadurecimento espiritual faz com que rotulemos, de forma humilhante e pretensiosa, os credos religiosos, a heterogeneidade das raças, os costumes de determinados povos, as tendências sexuais diferentes, os movimentos sociais inovadores, as decisões, o comportamento, o sucesso dos outras e muitas coisas ainda. Tudo isso ocorre porque não conseguimos digerir com ponderação a grandeza do processo evolutivo agindo de forma diversificada sob as leis da Natureza.
O autêntico impulso natural quer que sejamos simplesmente nós mesmos. Não faz parte dos impulsos inatos da alma humana a pretensão de nos considerarmos melhor que as outras pessoas. O que devemos fazer é admirar-nos como somos, é respeitar nossas diferenças e reconhecer nossos valores.
O extraordinário educador Rivail questiona os Mensageiros do amor: “Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo?”. E eles respondem com notável orientação: “... isso lhes é suplício, porque compreendem que estão dela privados por sua culpa...”
A inveja é o extremo oposto da admiração. É uma ferramenta cômoda que usamos sempre que não queremos assumir a responsabilidade por nossa vida. Ela nos faz censurar e apontar as supostas falhas das pessoas, distraindo-nos a mente do necessário desenvolvimento de nossas potencialidades interiores. Em vez de nos esforçarmos para crescer e progredir, denegrimos os outros para compensar nossa indolência e ociosidade.
Não há nada a nos censurar por apreciarmos os feitos das pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o único problema é que não podemos nos comparar e querer tomar como modelo o padrão vivencial do outro.
A inveja e a censura nascem da auto-rejeição que fazemos conosco, justamente por não acreditarmos em nossos potenciais evolutivos e por procurarmos fora de nós as explicações de como deveremos sentir, pensar, falar , fazer e agir, ora dando uma importância desmedida aos outros, ora tentando convencê-los a todo custo de nossas verdades.
 
 
 
 
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.

Inveja - Parte 1

Inveja - Parte 1


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Escrito por Hammed   
 
 
 
O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia até a exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos.
 
A inveja sempre foi uma emoção sutilmente disfarçada em nossa sociedade, assumindo aspectos ignorados pela própria criatura humana. As atitudes de rivalidade, antagonismo e hostilidade dissimulam muito bem a inveja, ou seja, a própria “prepotência da competição”, que tem como origem todo um séqüito de antigas frustrações e fracassos não resolvidos e interiorizados.
O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia até a exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos. Faz o gênero de superior, quando, em realidade, se sente inferiorizado; por isso, quase sempre deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu olhar, para ocultar dos outros seu precário contato com a felicidade.
Acreditamos que, apesar de a inveja e o ciúme possuírem definições diferentes, quase sempre não são diferenciadas ou corretamente percebidos por nós. As convenções religiosas nos ensinaram que jamais deveríamos sentir inveja, pelo fato de ela se encontrar ligada à ganância e à cobiça dos bens alheios. Em relação ao ciúme, os padrões estabeleceram que ele estaria, exclusivamente, ligado ao amor. É por isso que passamos a acreditar que ele é aceitável e perfeitamente admissível em nossas atitudes pessoais.
Analisando as origens atávicas e inatas da evolução humana, podemos afirmar que a emoção da inveja não é uma necessidade aprendida. Não foi adquirida por experiência nem por força da socialização, mas é uma reação instintiva e natural, comum a qualquer criatura do reino animal. O agrado e carinho a um cão pode provocar agressividade e irritação em outro, por despeito.
Nos adultos essas manifestações podem ser disfarçadas e transformadas em atos simulados de menosprezo ou de indiferença. Já as crianças, por serem ingênuas e naturais, mordem, batem, empurram, choram e agridem.
A inveja entre irmãos é perfeitamente normal. Em muitas ocasiões, ela surge com a chegada de um irmão recém-nascido, que passa a obter, no ambiente familiar, toda atenção e carinho. Ela vem à tona também nas comparações de toda espécie, feitas pelos amigos e parentes, sobre a aparência física privilegiada de um deles. Muitas vezes, a inveja manifesta-se em razão da forma de tratamento e relacionamento entre pais e filhos. Por mais que os pais se esforcem para tratá-los com igualdade, não o conseguem, pois cada criança é uma alma completamente diferente da outra. Em vista disso, o modo de tratar é consequentemente desigual, nem poderia ser de outra maneira, mas os filhos se sentem indignados com isso.
A emoção da inveja no adulto é produto das atitudes internas de indivíduos de idade psicológica bem inferior à idade cronológica, os quais, embora ocupem corpos desenvolvidos, são verdadeiras almas de crianças mimadas, impotentes e inseguras, que querem chamar a atenção dos maiores no lar.
O Mestre de Lyon interroga as Vozes do Céu: “Será possível e já terá existido a igualdade absoluta das riquezas? E elas, com muita sabedoria, informam: “...Há, no entanto, homens que julgam ser esse o remédio aos males da sociedade (...) São sistemáticos esses tais, ou ambiciosos cheios de inveja...”
A necessidade de poder e de prestígio desmedidos que encontramos em inúmeros homens públicos nas áreas religiosa, política, profissional, esportiva, filantrópica, de lazer e outras tantas, deriva de uma “aspiração de dominar” ou de um “sentimento de onipotência”, com o que tentam contrabalançar emocionalmente o complexo de inferioridade que desenvolveram na fase infantil.
Encontramos esses indivíduos, aos quais os Espíritos se reportam na questão acima, nas lutas partidárias, em que, só aparentemente, buscam a igualdade dos “direitos humanos”, prometem a “valorização da educação”, asseguram a melhoria da “saúde da população” e a “divisão de terras e rendas”. Sem ideais alicerçados na busca sincera de uma sociedade equânime e feliz, procuram, na realidade, compensar suas emoções de inveja mal elaboradas e guardadas desde a infância, difícil e carente, vivida no mesmo ambiente de indivíduos ricos e prósperos.
Tanto é verdade que a maioria desses “defensores do povo”, quando alcança os cumes sociais e do poder, esquece-se completamente das suas propostas de justiça e igualdade.
Eis alguns sintomas interiorizados de inveja que podemos considerar como dissimulados e negados:
-         perseguições gratuitas e acusações sem lógica ou fantasiadas;
-         inclinações superlativas à elegância e ao refinamento, com aversão à grosseria;
-         insatisfação permanente, nunca se contentando com nada;
-         manifestação de temperamento teatral e pedantismo nas atitudes;
-         elogios afetados e amores declarados exageradamente;
-         animação competitiva que leva às raias da agressividade;
O caráter invejoso conduz o indivíduo a uma imitação perpétua à originalidade e criação dos outros e, como conseqüência lógica, à frustração. Isso acarreta uma sensação crônica de insatisfação, escassez, imperfeição e perda, além de estimular sempre uma crescente dor moral e prejudicar o crescimento espiritual das almas em evolução. 
 
 
 
 
 
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.

Reunião de Desobsessão-I

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Escrito por Odilon Fernandes   
Há de ser cautela na organização de uma tarefa ligada à desobsessão. Para tanto, o grupo necessita estar bem estruturado, com um tempo mais ou menos longo de convivência entre os seus componentes. O estudo sério e metódico deve anteceder toda prática mediúnica.
A reunião de desobsessão tanto pode ser útil ao equilíbrio do grupo quanto nociva à sua harmonização.
Existem casas espíritas que começam a se desarticular a partir da reunião mediúnica mal orientada, onde predomina o personalismo dos médiuns e de seus dirigentes.
Convém lembrarmos que os desencarnados apenas agem quando encontram campo de atuação. Os obsessores não podem ser responsabilizados diretamente pela desorganização que impera num trabalho de natureza mediúnica.
Os integrantes de uma casa espírita não devem ser afoitos na instalação de uma reunião de enfermagem espiritual aos desencarnados. Semelhante atividade, para ser levada a efeito de maneira proveitosa, carece de recolhimento e seriedade.
Quanto mais o médium se apague, mais a luz da mediunidade nele resplandecerá!
Infelizmente, companheiros existem que, mal informados, direcionam as tarefas mediúnicas que promovem no sentido de atender os seus caprichos – digamos,promovem uma sessão de desobsessão particular, com o intuito de abordarem o Mundo Espiritual com os seus questionamentos pessoais.
Na reunião de desobsessão é onde o espírita tem a oportunidade de praticar a mais legítima caridade nada de indagações ao espírito comunicante, exigindo provas de autencidade, nada de perguntar a ele sobre a vida de outros confrades, valendo-se da oportunidade para saber de terceiros mais do que deve...
A tarefa mediúnica necessita de ordem, disciplina, sinceridade de propósitos. Se a intenção dos médiuns não for boa, breve estarão a mercê de espíritos que os fascinem, mostrando-se completamente refratários às orientações que recebam em advertência.
Atividades mediúnicas sérias solicitam especialização, ou seja: em alguns tem os espíritas, a reunião de assistência espiritual aos desencarnados mistura-se às chamadas reuniões de cura ou, ainda, dedica-se, registrando a palavras dos espíritos, a solucionar problemas de ordem interna. A reunião de desobsessão é organizada com o propósito de auxiliar no esclarecimento dos espíritos infelizes, ainda apegados a questões materiais, e não para submeter as entidades comunicantes a injustificável interrogatório.
Quando a reunião não tem bases sólidas, dá margem a inúmeras mistificações, ensejando que medianeiros desavisados tomem este ou aquele partido.
A faculdade mediúnica não pode ser direcionada para o interesse particular de quem quer que seja incluindo o do medianeiro. Quando tal acontece, ela perde o que lhe confere maior credibilidade a espontaneidade.
Somos, pois, de opinião que a casa espírita não deve priorizar atividades mediúnicas, em detrimento das tarefas doutrinárias de esclarecimento público, mesmo porque as reuniões consagradas ao estudo da Doutrina se constituem em genuínas sessões de desobsessão, pois obram com base na evangelização de encarnados e desencarnados.
A obsessão é um envolvimento psíquico - o que o obsidiado escuta, o obsessor registra. Ninguém sai de um processo obsessivo, sem que se decida pela reforma interior. Não adianta afastar o verdugo da vítima, sem que a vítima tome a decisão de romper com o verdugo!
 
 
 
Livro: Conversando com os Médiuns
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.

Mediunidade Espírita "O médium presunçoso, mais cedo ou mais tarde, se comprometerá. Sem retaguarda espiritual que lhe garanta o equilíbrio, estará à mercê dos espíritos sem discernimento, que o induzirão a cometer absurdos."

Mediunidade Espírita




 
A mediunidade espírita é a que se alicerça em Jesus e Allan Kardec. A mediunidade é uma faculdade psíquica que independe de rótulo religioso - encontraremos a sua presença na origem de quase todas as crenças. Os grandes iniciados de todas as religiões eram intérpretes dos espíritos que os inspiravam. Os profetas eram missionários da mediunidade sobre a terra. Os apóstolos, na festa de pentecostes, ficaram mediunizados. Os santos reverenciados pela igreja Católica possuíam o dom de curar, a clarividência, efeitos físicos; caíam em transe com freqüência.

Todavia com Allan Kardec é que a mediunidade se tornou um intercâmbio consciente entre os Dois Mundos. Estudando os mais diversos dons medianímicos, criando terminologia própria, o codificador devassou o Invisível, tornando natural o diálogo dos vivos com os chamados mortos.

Portanto não existe mediunidade legitimamente exercida, fora dos padrões da Doutrina dos Espíritas. O médium espírita é o que se submete à orientação doutrinária, colocando-se a serviço da Causa e não de si mesmo. O médium personalista é um médium rebelado contra os princípios que se consubstanciam no “daí de graça o que de graça recebestes.”

Infelizmente, muitos medianeiros promissores acabam por se entregar única e exclusivamente à orientação dos espíritos que se comunicam por seu intermédio - marginalizam os fundamentos básicos de “O Livro dos Médiuns” e adotam uma linha de conduta que conflita com os propósitos do medianeiro bem intencionado.

Há quem busque na mediunidade a satisfação do seu próprio ego; não está movido pela intenção de servir, mas de projetar-se, de ter o seu nome exaltado, de alimentar a vaidade.

O médium presunçoso, mais cedo ou mais tarde, se comprometerá. Sem retaguarda espiritual que lhe garanta o equilíbrio, estará à mercê dos espíritos sem discernimento, que o induzirão a cometer absurdos.

Antes, pois, de cogitar do desenvolvimento mediúnico em si, deve o candidato aos serviços espirituais no campo da mediunidade interessar-se pela sua iluminação no exercício constante da humildade.

Médiuns personalistas são agentes desagregadores; ao invés de somarem esforços, de motivarem os companheiros à prática do bem, inspiram desconfiança e estabelecem a disputa na casa espírita...

Todo médium é um tarefeiro, longe, conforme se imagina, de ser um missionário. Raros são os sensitivos que reencarnam com tarefa definida no campo da mediunidade; para a grande maioria,o trabalho vai se definindo com base no seu devotamento.Alguns renascem com o compromisso, fazendo jus à supervisão espiritual das Altas Esferas; outros se decidem por ele ao travarem contato com o Espiritismo, atraindo a atenção dos Espíritos Superiores que deles se aproximam na medida exata da confiabilidade que externem...

A idéia de que seja um espírito missionário tem sido obstáculo ao roteiro que o ser encarnado traçou para si mesmo. Imbuído de tais pensamentos, fascinado quanto às suas próprias possibilidades, foge aos compromissos imediatos, que, então, passa a considerar de natureza inferior, como sejam: o casamento e a constituição da família, o esmero na profissão e a sua participação ativa nos assuntos da comunidade.

Mediunidade é compromisso de trabalho e oportunidade de resgate. Sobretudo, o médium é um espírito com elevados débitos cármicos que necessita se conscientizar de sua necessidade de servir-Se servir incondicionalmente!
 
Livro: Conversando com os Médiuns
Espírito: Odilon Fernandes
Médium: Carlos A. Baccelli

Apoio aos Médiuns

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Escrito por Odilon Fernandes   
 
 
Se o elogio pode produzir efeitos negativos sobre o médium, a palavra de incentivo não lhe deve ser negada.
 
Os médiuns, de uma maneira geral, necessitam de mecenas que os auxiliem a perseverar, de companheiros devotados que lhes secundem os esforços na Doutrina.
 
O pequeno ou grande grupo que orbita em torno do medianeiro é o seu sustentáculo na tarefa; companheiros que orem por ele, que escutem os seus desabafos, que registrem as suas queixas, que auscultem as suas necessidades sim, porque com facilidade se esquece que o médium é um ser humano. Não se trata de idolatria; trata-se de irmãos que estejam dispostos a doar a ele as energias imprescindíveis à continuidade do serviço espiritual...
 
Dirigentes de reuniões mediúnicas indiferentes às provas dos médiuns que com eles operam deveriam, a nosso ver, abdicar de suas funções. Criar condições para que o medianeiro produza é tão importante quanto ser médium. Que seria da terra sem a enxada do lavrador? Por mais fértil e justamente por isto , seria tomada pela erva daninha.
 
O dirigente espírita precisa cobrar presença do medianeiro nas reuniões, insistir mesmo pelo seu comparecimento e não simplesmente dizer que cada qual sabe de sua responsabilidade... Dirigir significa orientar, tomar providências, solucionar problemas, antecipar-se a eles, enfim, zelar para que a atividade seja produtiva. Não é tornar o medianeiro dependente psicologicamente, mas criar uma atmosfera espiritual que lhe seja propícia, que o faça querer comparecer à casa espírita onde, com certeza, haverá de se refazer dos seus desgastes psíquicos.
 
O médium carece não apenas do apoio dos instrumentos espirituais desencarnados; muitas vezes, o amparo dos confrades encarnados é que o auxilia nos instantes de compreensível debilidade, quando as suas imperfeições afloram e ele se deixa dominar pelo desânimo. Não é apenas receber, através do concurso do medianeiro, a palavra esclarecedora da espiritualidade – ignorar a carência dos médiuns é deixá-los, seguindo, sob a influência das trevas. Somos de parecer que cada núcleo espírita deveria manter um grupo de apoio aos médiuns – apoio doutrinário e mediúnico, mas também pessoal. É claro que, para tanto, o discernimento é indispensável, pois, em qualquer setor de atividades, o excesso produz deformações.
 
O dirigente espírita indiferente aos seus médiuns seria o mesmo que o pastor que não se importasse com o rebanho. Jesus após o episódio da crucificação, ainda não esteve por cerca de quarenta dias com os companheiros com os companheiros, cooperando para que vencessem as indecisões de ordem íntima?! Será que os apóstolos teriam se lançado com tanta determinação ao serviço de pregação da Boa Nova, se o Senhor não tivesse voltado do túmulo?!...
 
A tarefa do dirigente espírita junto aos médiuns é muito importante, decisiva mesmo nas opções que venham a fazer; ele deve se assemelhar à de um pai preocupado com a formação dos filhos... Muitos medianeiros que têm feito a glória do Espiritismo talvez tivessem se perdido, caso não tivessem contado com o pulso firme de um benfeitor encarnado.
 
Não é só obter do médium o que ele possa oferecer, sem noção de suas lutas para ser fiel ao compromisso assumido. Se a poda periódica é indispensável à árvore, objetivando-lhe o fortalecimento, o adubo igualmente o é.
 
Médium: Carlos A. Baccelli.
Espírito: Odilon Fernandes.
Livro: Conversando com os Médiuns.

VÍCIO :"Os vícios ou hábitos destrutivos são, em síntese, métodos defensivos que as pessoas assumiram nesta existência, ou mesmo os trazem de outras encarnações, como um forma inadequada de promover segurança e proteção. "

Vício

       


Inúmeros indivíduos tomam as mais diferentes atitudes diante da vida, porque diferentes informações lhes foram transmitidas quando eram crianças.

Conceitos diferentes são ensinados para crianças européias, asiáticas e africanas e todas se desenvolvem acreditando que estão completamente certas, convencidas de que as outras estão totalmente erradas.

O vício pode ser um “erro de cálculo” na procura de paz e serenidade, porque todos queremos ser felizes e ninguém, conscientemente, busca de propósito viver com desprazer, aflição e infelicidade.

Nosso modo de ser no mundo está sendo moldado por nossas atitudes interiores; aliás, estamos, diariamente, aprendendo como desenvolver atitudes cada vez mais adequadas e coerentes em favor de nós mesmos.

Hábitos preferidos se formam através do tempo e se sedimentam com repetidas manobras mentais. O que funcionou muito bem em situações importantes de nossa vida, mantendo nossa ansiedade controlada e sob domínio, provavelmente será reproduzido em outras ocasiões. Por exemplo: se na fase infantil descobrimos que, “quando chorávamos logo em seguido mamávamos”, essa atitude mental poderá ser perpetuada através de um hábito inconsciente que julgamos irresistível.

A estratégia psíquica passa a ser: “quando tenho um problema, preciso comer algo para resolvê-lo”. O que a princípio foi uma descoberta compensadora e benéfica mais tarde pode ser um mecanismo desnecessário, tornando-se um impulso neurótico e desagradável em nosso dia-a-dia.

Existem diversos casos de obesidade que surgiram no clima de lares onde a mãe é superexigente, perfeccionista e dominadora, forçando constantemente a criança a se alimentar, não levando em conta suas necessidades naturais. Pela insistência materna, ela desenvolve o hábito de comer exageradamente, prejudicando o desenvolvimento do senso interior, que lhe dá a medida de quando começar e de quando parar de comer.

A bulimia cria para seus dependentes uma barreira que os separa da realidade e funciona como uma falsa proteção e segurança, pois eles constroem seu mundo de explicações falsas por não perceberem os fatos verdadeiros.

Por outro lado, alguns podem argumentar sobre a ação dos distúrbios glandulares ou genéticos, mas, mesmo assim, a causa fundamental dos problemas se encontra no psiquismo humano que, em realidade, é quem comanda todo o cosmo orgânico.

Geralmente, a obesidade nasce da falta de coragem para enfrentar novas experiências; é a compensação que a “criança carente”, existente no adulto, encontra para sentir-se protegida.

“... A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização.”
Paralelamente, encontramos também na dependência da comida um vício alicerçado no “medo de viver”. O temor das provas e dos perigos naturais da caminhada terrena pode nos levar a uma suposta fuga.

Os dependentes negam seu medo e se escondem à beira do caminho. Interrompem a “procura existencial”, dificultando, assim, o fluxo do desenvolvimento espiritual que acontece através da busca do novo. A evolução tudo melhora, sempre esteve e sempre estará desenvolvendo, desde os menores reinos da Natureza até as mais complexas estruturas da consciência humana.

O vício aparece constantemente onde há uma inadaptação à vida social. Por incrível que pareça, o viciado é um “conservador”, pois não quer correr o risco de se lançar à vida, tornando-se, desse modo, um comodista por medo do mundo que, segundo ele, o ameaça.

Os vícios ou hábitos destrutivos são, em síntese, métodos defensivos que as pessoas assumiram nesta existência, ou mesmo os trazem de outras encarnações, como um forma inadequada de promover segurança e proteção.

Assim considerando e a fim de nos aprofundar no assunto, para saber lidar melhor com as chamadas viciações humanas, devemos perguntar a nós mesmos:
- Como organizamos nossa personalidade? Como eram as crenças dos adultos com os quais convivemos na infância? Que tipo de atos permitimos ou proibimos entrar nesse processo? Quais a linhas de conduta que nos foram fechadas, ou quais os modelos de vida que priorizamos em nossa organização mental?

Somente aí, avaliando demoradamente os antecedentes de nossa vida, é que estaremos promovendo uma auto-análise proveitosa, para identificarmos nossos padrões de pensamentos deficitários, diferenciando aqueles que nos são úteis daqueles que não nos servem mais. Dessa forma, libertamo-nos das compulsões desgastantes e dos hábitos infelizes.

Não nos esqueçamos, contudo, de que, conforme as afirmações dos Nobres Espíritos da Codificação, o homem “tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização”, considerando, obviamente, que todo excesso é produto de uma viciação em andamento.

Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.

Práticas Esotéricas


As ditas práticas esotéricas nada têm a ver com a prática genuína; não se constituem em exercício mediúnico sob a orientação da Doutrina, que não endossa nenhuma delas...
Essas terapias alternativas que têm sido introduzidas em alguns núcleos espíritas fazem parte de um movimento de descaracterização, e são companheiros menos avisados que a elas se consagram – menos avisados ou interessados em algum tipo de ganho.
A crença de quem quer que seja necessita ser respeitada, mas a doutrina não pode ser usada para veicular o que não se coaduna com os seus princípios; os templos espíritas carecem de ser preservados em sua pureza de culto, na simplicidade despida de qualquer formalismo, de tudo o que valoriza mais a forma que a essência...
Cromoterapia, pirâmides, rituais, vestimentas dessa ou daquela cor, disposição especial das cadeiras ou dos bancos, toalhas brancas sobre a mesa, músicas de transcendência e tantos outros recursos cabalísticos, nada têm em comum com o espiritismo, cuja tarefa precípua é a revivescência do evangelho.
Muitos desses expedientes esotéricos guardam a finalidade de distrair o homem do seu esforço de renovação íntima; o objetivo de uma reunião espírita é o de justamente facilitar a introspecção, ou seja, a análise sincera de si mesmo, na identificação das mazelas que ainda lhe são próprias...
Em uma reunião espírita, de natureza mediúnica ou não, deve prevalecer a singeleza – nada de aparatos, de providências externas para o culto da interioridade.
Voltamos a repetir que toda manifestação de fé nos merece consideração e não nos cabe repreender ninguém; no entanto o trabalho de Allan Kardec, sob a égide do Espírito Verdade, foi no sentido de escoimar a vivência do Evangelho de qualquer fanatismo.
Não há, em toda a obra de Codificação, um só trecho que justifique essas “inovações” do Espiritualismo que, infelizmente, vêm sendo adotadas por algumas casas espíritas, através dos seus dirigentes ainda excessivamente apegados às antigas tradições do paganismo.
Para que os Espíritos Superiores encontrem ambiente propício para agir em benefício dos enfermos ou no esclarecimento das almas, é importante zelar pela pureza de sentimentos; através do passe, da água magnetizada, da oração proferida com amor, da reflexão sincera em torno das lições do Evangelho, do devotamento ao próximo, da assistência aos desvalidos, da confraternização com os companheiros, do desejo de ser útil, da conscientização quanto às próprias fragilidades – os Espíritos realizam prodígios no campo da cura e no combate à ignorância!...
Excesso de formalidade em qualquer manifestação religiosa, inibe a expansão da alma, em sua comunhão com o criador.
O espírita deve estar sempre voltado para si mesmo, lutando contra as deficiências morais que o acompanham desde outras eras.
Esses misticismos esotéricos na casa espírita deturpam a verdadeira imagem da Doutrina, que muitos, com escusos interesses, desejam vincular aos cultos afro-brasileiros ou, conforme dissemos, às religiões orientais que se propagaram no mundo.
Estudar o Espiritismo e vivenciá-lo, notadamente na prática mediúnica, é o único meio eficiente de se lhe preservar a integridade doutrinária, em seu abençoado vínculo com o Evangelho.


Livro: Conversando com os Médiuns.
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.

Solidão

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Mensagens
 
Ouçamos com os ouvidos internos, pois ninguém pode assimilar bem uma experiência que não provenha de sua própria orientação interior.

Segundo Pascal, o grande pensador científico-filosófico do século XVII, “a verdadeira natureza do homem, seu verdadeiro bem, sua verdadeira virtude e a verdadeira religião são coisas cujo conhecimento é inseparável.”
Nem sempre a solidão pode ser encarada como dor ou insânia. É, em muitas ocasiões, períodos de preparação, tempos de crescimento, convites da vida ao amadurecimento.
De acordo com o pensamento de Pascal, o âmago do ser está intimamente ligado ao bem, à virtude e à religião. É justamente nas “épocas de solidão” que conseguimos a motivação necessária para estabelecer a verdade sobre esse fato.
Na solidão, é que encontramos sanidade para nosso mundo interior, respostas seguras para nossos caminhos incertos e nutrição vitalizante para os labores que enfrentamos em nossa viagem terrena.
Nestes nossos apontamentos sobre a solidão, não estamos nos referindo à “tristeza de estar só”, mas sim, necessariamente, à “quietude íntima”, tão importante e saudável para que façamos um trabalho de autoconsciência, valorizando as nuances de nossa vida interior.
Muitos indivíduos vivem dentro de um ciclo diário estafante. Realizam suas atividades num ambiente de competitividade, agitação, pressa e rivalidade, vivendo em constante tensão psicológica e, por conseqüência, alterando suas funções fisiológicas. Por viverem num estado de cansaço e desgaste contínuos, não conseguem fazer uma real interação entre o meio ambiente e seu mundo interno, o que ocasiona sérios problemas de convivência e inúmeros conflitos pessoais.
Nem sempre é possível abandonarmos a vida alvoroçada, os ruídos e as músicas estridentes, talvez seja até mesmo inviável; mas é perfeitamente realizável dedicarmos algum tempo à solidão, retirando-nos para momentos de reflexão.
Nos instantes de silêncio, exercitamos o aprendizado que nos levará a abrir um canal receptivo à Consciência Divina. É nesse momento que ficamos cientes de que realmente não estamos sozinhos e que podemos entrar em contato com a voz da consciência. A voz de Deus, por assim dizer, começará a “falar em nós”.
Inúmeras criaturas criam uma mente agitada por temerem que estão vazias, pensam não haver nada dentro delas que lhes dê proteção, apoio e segurança. Acreditam que são uma casca que precisa exclusivamente de sustentação exterior; por isso, continuam ocupando a casa mental ansiosamente, obstruindo seu acesso à luz espiritual.
A mente pode ser uma ajuda efetiva, ou mesmo um obstáculo ferrenho na escolha da melhor direção para atingirmos o amadurecimento íntimo. A crença em nossa limitação é que faz com que restrinjamos nossa mente. Isso se agrava quando envolvemo-la no burburinho de vozes, no tumulto e na agitação do cotidiano, passando assim a não avaliarmos corretamente seu verdadeiro potencial.
São muitos os caminhos de Deus, e a solidão pode ser um deles. “E saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram.”
Jesus Cristo, constantemente, se retirava para a intimidade que o silêncio proporciona, pois, entendia que a elevação de alma somente é possível na “privacidade da solidão”.
O Cristo Amoroso sabia que, quando houvesse silêncio no coração e no intelecto, se estabeleceriam as bases seguras da relação entre a criatura e o Criador, proporcionando a percepção de que somos unos com a Vida e unos com todos os seres.
“...buscam no retiro a tranqüilidade que certos trabalhos reclamam. (...) Isso não é retraimento absoluto do egoísta. Esses não se insulam da sociedade, porquanto para ela trabalham.”
A Espiritualidade Maior entende que, nos retiros de tranqüilidade, criamos uma sustentação interior, que nos permite sintonizar com as leis divinas e com os valores reais da consciência cristã.
Ouçamos com os ouvidos internos, pois ninguém pode assimilar bem uma experiência que não provenha de sua própria orientação interior.
Ninguém é capaz de seguir sua verdadeira estrada existencial, se não refletir sobre sua essência. Não encontraremos o caminho de que verdadeiramente necessitamos, se nós mesmos não o buscarmos, usando nossos inerentes recursos da alma para perceber as inarticuladas orientações divinas em nós.
Somente cada um pode interpretar as razões da Vida em si mesmo.
Adotemos o aprendizado com o Senhor Jesus, exemplificado no Horto das Oliveiras: retiremo-nos para um lugar à parte e cultivemos os interesses de nossa alma.
Se não encontrarmos um recanto externo que facilite a meditação, nem alguma paisagem mais afastada junto à Natureza, onde possamos repousar da inquietação da multidão, mesmo assim poderemos penetrar o nosso santuário íntimo.
Sigamos o Mestre, recolhendo-nos na solidão e no silêncio do templo da alma, onde exclusivamente encontraremos as reais concepções do amor e da justiça, da felicidade e da paz, de que todos temos direito por Paternidade Divina.

Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.

Sombra e Luz

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Ninguém deve recuar diante das dificuldades e dos desafios, ninguém deve fugir à luta com receio da tentação, ninguém deve se esconder temendo a intempérie da prova...
Todos, sobre a terra, onde estiverem, estarão expostos aos problemas que eles próprios criaram através de seu livre-arbítrio.
Onde o homem estiver e com quem estiver, ele estará sempre consigo mesmo na necessidade inadiável de superar-se.
Não adianta que o homem fuja ou que abdique dos seus compromissos. Todos estão vinculados as suas carências e renasceram ligados uns aos outros, mas, especialmente, àqueles juntos aos quais o compromisso fala mais alto.
É indispensável, portanto, que o homem não deixe a cruz à margem da estrada, imaginando que seus passos haverão de se tornar mais lépidos na caminhada... Os que alijam nos ombros o madeiro que talharam com as próprias mãos haverão de retomá-lo, e aqueles que dão as costas a determinadas situações expiatória facearão problemas muito mais complexos, porque, em realidade, a batalha que o homem trava não se encontra alhures – o seu campo de batalha é sua própria alma!
Sobre si mesmo o homem deve ansiar a sua maior vitória e a sua maior conquista! Assim pensando, na brevidade da vida física e na transitoriedade das situações sobre o mundo material, onde tudo está sujeito a intermináveis mudanças, que o homem persista no cumprimento do dever, não rompendo com o compromisso assumido diante da consciência.
As dificuldades são inúmeras, embaraçosas, quase intermináveis, permeando a jornada do homem praticamente do berço ao túmulo... Ninguém espera a paz absoluta, a tranqüilidade inalterável... Enquanto estiver a caminho, sombra e luz haverão de se alternar sobre a entrada em que o homem se movimenta em busca de sua redenção espiritual, mas, além das nuvens espessas que tisnam a claridade solar, brilha o astro-rei no firmamento...

Irmão José
Carlos A. Baccelli
Mediunidade, Corpo e Alma

Desenvolvimento mediúnico

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“Para que um espírito possa se comunicar, é necessário, entre ele e o médium, relacionamento fluídico que não se estabelece sempre instantaneamente; não é senão a medida que a faculdade se desenvolve que o médium adquire, pouco a pouco, aptidão necessária para entrar em relação com o primeiro espírito que chegue”. (“livro dos médiuns”, Segunda Parte, Cap.XVII, Item 203, Edição IDE)


O desenvolvimento da mediunidade é lento e progressivo. Não basta que o médium entre em contato com os espíritos, para que se considere médium desenvolvido.
Como todas as faculdades humanas, a mediunidade requer tempo para aperfeiçoar-se.
Diríamos que o médium desencarna e não consegue completar o seu desenvolvimento mediúnico, visto que a mediunidade é um sentido que permanece em evolução no espírito alem da morte.
A grande maioria dos medianeiros espíritas da atualidade está simplesmente colhendo experiências para tarefas futuras, que serão chamados a cumprir.
Qual acontece entre dois ou mais amigos, a “intimidade mediúnica” entre os espíritos comunicantes e o médium de que se utilizam é construída paulatinamente.
Mesmo que haja prévio conhecimento em vidas pregressas, a afinidade entre o espírito e o médium carece de tempo para restabelecer-se a nível de consciência.
Os espíritos necessitam saber até onde podem confiar no medianeiro, e vice versa. E isto, porque muitos companheiros da mediunidade recuam ante o serviço que os espera.
É natural, portanto, que os primeiros comunicados de um espírito por determinado médium deixem a desejar. É natural que somente com o tempo o médium vá se identificando melhor com o espírito ou com os espíritos que tencionam valer-se de suas faculdades.
Muitos espíritos, quando se apresentam aos médiuns, não revelam a própria identidade, preferindo permanecer no anonimato. Não raro, apenas no mundo espiritual os medianeiros saberão de sua ligação afetiva com os espíritos com os quais trabalham.
De maneira geral, os espíritos que se aproximam de um médium para uma tarefa significativa têm com ele compromissos de outras vidas, e esses compromissos são cármicos, ou seja, exigem reparação.
Por outro lado, se o médium entra, periodicamente, em contato com espíritos de reconhecida idoneidade espiritual, isto não quer dizer que esses Espíritos Benfeitores estejam sempre ao seu lado... Os Espíritos Superiores podem fazer-se representar, junto dos médiuns, através de outros Mensageiros que lhes tomam o nome.
O médium em desenvolvimento carece de despreocupar-se totalmente com o nome do espírito que esteja a manifestar-se por seu intermédio. Com o tempo, se considerar útil, o espírito haverá de identificar-se, de forma total ou parcial.
Muitos medianeiros, excessivamente preocupados com o nome dos espíritos que se expressam através deles, caem no ridículo, porque se expõem mais facilmente aos espíritos que dão mais valor ao rótulo que ao conteúdo.
Portanto, de início, seja no exercício desta ou daquela mediunidade, que o médium de preocupe em afinar o seu instrumento mediúnico para que os espíritos, sejam eles quais forem, possam manifestar-se com proveito.
A identidade do espírito, embora importante, é de importância relativa no que tange ao nome, de vez que essencialmente o espírito se revela pelo teor do seu pensamento, como arvore que se identifica através dos frutos que produz.
Se o candidato ao desenvolvimento da própria mediunidade não tiver calma e perseverança, dificilmente a sua mediunidade será produtiva; ela aparecerá. Ensaiará os primeiros resultados e “desaparecerá” em seguida, porque o próprio medianeiro não se interessou em cultivá-la, esquecendo-se de que tudo pede tempo para firmar-se...
Que os médiuns improdutivos não se queixem de suas faculdades ou dos espíritos que as utilizam; queixem-se de si mesmos, porque todo médium bem intencionado que persiste no exercício mediúnico acabará por atrair a simpatia dos espíritos em condições de dar-lhe as alegrias que almeja.

Livro: Somos todos médiuns
Carlos A. Baccelli
Odilon Fernandes

Tarefa Mediúnica Ostensiva


Apenas algumas rápidas palavras em torno da mediunidade, que, de fato, é um assunto inesgotável,
A tarefa mediúnica mais intensa, principalmente aquela de contato com o público, em verdade não é uma tarefa para todos os médiuns.
Semelhante atitude medianímica, de caráter público, é penosa, difícil mesmo para os médiuns não amadurecidos o suficiente; é uma tarefa que não depende tanto da mediunidade em si, mas depende da têmpera do médium, do espírito do medianeiro, mas do que, inclusive, dos espíritos que se dispõe a colaborar com ele. Por esse motivo não podemos, indiscriminadamente incentivar o exercício ostensivo da mediunidade nos médiuns ainda incipientes, nos medianeiros que apenas agora estão iniciando os seus primeiros passos na caminhada que é, deveras, longa.
Antes que o médium se dedique ou se decida por uma tarefa de muitos contatos públicos, é imprescindível que sopese as dificuldades que faceará, porque, de certa forma, esse companheiro não mais se pertencerá; sentir-se-á privado de aspirações pessoais, tendo, ainda, cerceado a sua liberdade no que se refere a tempo, que lhe digam respeito, tanto no campo profissional quanto no campo afetivo...
A tarefa mediúnica ostensiva, aquela que se expõe na cura, na pintura ou, ainda, na oratória, requesita do medianeiro um grau de renúncia e de sacrifício que, infelizmente, nem todos os companheiros, candidatos ao serviço da mediunidade com Jesus, estão em condições de oferecer.
Estas nossas considerações vêm a propósito de muitos irmãos médiuns que anseiam por atividades mais amplas na casa espírita. Louvamos em todos eles a boa vontade e a reta intenção em cooperar coma difusão do Espiritismo, que revive, na atualidade, o Evangelho de Jesus. Entretanto temos catalogadas centenas e centenas de medianeiros que se propõem em realizar semelhantes atividades e nelas não logram perseverar mais do que algumas reuniões ou alguns poucos meses. Logo, se retraem, constrangidos por um sem número de problemas e obstáculos.
É indispensável, portanto, que o medianeiro, antes de tentar alçar vôos mais longínquos, melhor fortaleza as próprias asas, porque não lhe convirá, de forma alguma, a leviandade, a deserção ao dever, a fulga ao compromisso, sem que esteja arcando com as conseqüências oriundas de suas decisões.
A tarefa mediúnica pode ser comparada a uma escada de infinitos degraus, em que, o médium, que decide escalá-la, precisa ascender, passo a passo, não olvidando que, para tanto, o concurso do tempo é indispensável.
Sintetizando, não bastam os espíritos e não basta a mediunidade; é imprescindível verificar-se a têmpera do médium que se candidata a tarefa mediúnica de natureza ostensiva, expondo-se, publicamente, aqueles que, no medianeiro, quase sempre procura o que o medianeiro por si só não se encontra em condições de oferecer.

Odilon Fernandes
Carlos A. Baccelli
Mediunidade, Corpo e Alma.

Atravessando a Floresta


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O espírita no mundo assemelha-se ao homem que se embrenha na selva... Determinado a vencê-la, ele precisa atravessar a floresta encontrando a grande clareira no vale ensolarado; no entanto as dificuldades são imensas para que as supere...
Ele se defrontará com os mais diversos perigos e obstáculos; sem bússola que o norteie, correrá o risco de perder-se na mata fechada; forças da Natureza conspirarão contra o tentame, porquanto a floresta, nunca dantes devassada, quer permanecer inexplorada...
À medida que avança, o homem se depara com cipoais a se enrodilharem nas pernas, provocando-lhes sucessivas quedas... Terrenos escorregadios, pântanos, areias movediças, serpentes, troncos praticamente intransponíveis, insetos de todas as espécies, mas o homem procede decidido a vencer a escura floresta, para alcançar, do outro lado, a claridade solar...
Assim, simbolicamente, acontece com o espírita. Podemos vê-lo no mundo atravessando a gigantesca floresta das provações; alem de lutar contra o próprio carma, contra as próprias limitações, ele se vê diante de problemas e empecilhos exteriores, no entanto precisa vencer o matagal espesso da vida turbulenta e alcançar o outro lado, varar a floresta, abrindo picadas para que outros, mais tarde, possam seguir-lhe os passos. Às vezes, o homem, na floresta, se sente como que detido pelas ramagens; caminhada vacilante, dois passos adiante, um passo atrás, esfalfado e sedento...
Assim também acontece com o espírita. Quantas vezes o companheiro de ideal supõe não esta realizando pregresso algum na romagem terrestre?! Quantas vezes se imaginam retrocedendo, em vez de avançar e se pergunta agoniado e aflito: - Estarei verdadeiramente caminhando, saindo do lugar, buscando a luz que me proponho?!...
Figuradamente, o espírita se defronta com o chão desnivelado da incompreensão e como trecho escorregadio da vaidade pessoal, todavia ele não deve se deter e não deve se lançar a essa aventura sem bússola que o norteie, para que não ande em círculo e não se perca no labirinto das amargas experiências de desilusão.
Com a bússola da fé, o espírita é convidado a caminhar, passo a passo, superando as dificuldades, podando os galhos pontiagudos de suas próprias mazelas, corrigindo-se em seus equívocos... Naturalmente lhe será lícito o descanso, mas não o desânimo; ser-lhe-á lícito o repouso no refazimento das energias, mas não a desistência diante do que se propõe...
A vida na terra se assemelha a uma floresta em que o espírito desencarnado se embrenha, como propósito de vará-la e alcançar o vale majestoso e belo de sua própria redenção espiritual.
De fato, o trilho é estreito, convenhamos, no entanto, que, dentro de um matagal, quanto mais estreito o trilho, com mais segurança e noção de ruma se poderá movimentar ao longo do seu curso...
Impossível abrir-se um caminho largo em meio à floresta sem lamentável perda de tempo, mesmo por que, para que o homem possa atravessá-la com êxito, não há necessidade que ele construa uma estrada ampla... Bastar-lhe-á pequeno espaço desimpedido, onde apóie os pés com firmeza para seguir adiante...
Que o espírita agradeça tudo o quanto possa constrangê-lo a manter-se na direção e tudo o quanto possa discipliná-lo para que chegue ao outro lado, no nosso caso, o outro lado significa o regresso à Vida Espiritual com a bagagem da experiência acumulada...
Que os companheiros de Doutrina Espírita compreendam, pois, o imperativo de seguirem adiante, com determinação e coragem, e continuem varando a floresta repleta de gritos e gemidos que nos representem o eco da própria consciência culpada.

Irmão José
Carlos a. Baccelli
Mediunidade, Corpo e Alma.

ALEGRIA


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Alegria como experiência de religiosidade é um valor que não tem preço. Essa sensação da alma, mais do que qualquer outra coisa, contagia e abranda o coração dos homens.

A maioria das pessoas tem uma visão distorcida da alegria, pois a confunde com festas frívolas e divertimentos que provocam sensações intensas, risos exagerados; enfim, satisfações puramente emocionais.
Aliás, não há nada de errado em ser jovial, bem-humorado, festivo e risonho. Sentir as emoções terrenas inclui-se entre as prerrogativas que o Criador destinou a suas criaturas. Vivenciar a normalidade das sensações humanas é um processo natural estabelecido pelo Mente Celestial.
Talvez as religiões fundamentalistas tenham mesclado as idéias contidas nas palavras alegria e tentação. Na realidade, o Mestre ensinava a seus seguidores que vivessem com alegria. “Eu vos digo isso para que a minha alegria esteja em vós”, diz Jesus, “e vossa alegria seja plena”.
A verdadeira alegria está associada à entrega total da criatura nas mãos da Divindade, ou mesmo a aceitação de que a Inteligência Celestial a tudo provê e socorre.
É a confiança integral em que tudo está justo e certo e a convicção ilimitada nos desígnios infalíveis da Providência Divina.
A palavra aleluia tem origem no hebreu “hallelu-yah” e significa “louvai com júbilo o Senhor”. Tem sido usada como cântico de alegria ou de ação de graças pela liturgia de muitas religiões a fim de glorificar a Deus. A designação “sábado de aleluia”, utilizada pela Igreja Católica, tem como fundamento a exaltação à alegria, visto que nesse dia se comemora o reaparecimento de Jesus Cristo depois da crucificação.
Viver em estado de alegria é estar plenamente sintonizado com nossa paternidade divina, através das mensagens silenciosas e sábias que a Vida nos endereça.
A “entrega a Deus” é a base de toda a felicidade. No entanto, o problema reside em algumas religiões que recomendam a “entrega” não a Deus, mas a mandatários ou representantes “divinos”, ou mesmo a congregações doutrinárias que impõem obediência e subordinação a seus diretores.
Condutas semelhantes acontecem em seitas ou em grupos dissidentes de uma religião, em que há uma entrega incondicional dos adeptos ao líder religioso e que resulta, inicialmente, numa suposta sensação de alegria e satisfação.
Na realidade, quando existe subordinação na nossa “entrega a Deus”, ela não pode ser considerada real, pois, mais cedo ou mais tarde, a criatura vai notar que está encarcerada intimamente e que lhe falta a verdadeira comunhão com o Criador.
Viver “em estado de graça” ou em “comunhão com Deus” é estar perfeitamente harmonizados com nossa natureza espiritual. É a alegria de repetir com Jesus Cristo: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim”.
A felicidade é um trabalho interior que quase nunca depende de forças externas. Deus representa a base da alegria de viver, pois a felicidade provém da habilidade de percebermos as “verdadeiras intenções” da ação divina que habita em nós e do discernimento de que tudo o que existe no Universo tem sua razão de ser.
O homem carrega na sua consciência a lei de Deus, afirmam os Espíritos Superiores a Allan Kardec. “A lei natural é a lei de Deus e a única verdadeira para a felicidade do homem. Ela lhe indica o que deve fazer e o que não deve fazer, e ele não é infeliz, senão quando se afasta dela”.
Alegria como experiência de religiosidade é um valor que não tem preço. Essa sensação da alma, mais do que qualquer outra coisa, contagia e abranda o coração dos homens.
“Ninguém fica feliz por decreto”; sente imensa satisfação apenas quem está iluminado pela chama celeste. Rejubila-se realmente aquele que se identificou com a Divindade e descobriu que “a lei natural é a lei de Deus e a única verdadeira para a felicidade do homem”.
A alegria espontânea realça a beleza e a naturalidade dos comportamentos humanos. Cultivar o reino espiritual em nós facilita-nos a aprendizagem de que a alegria real não é determinada por fatos ou forças externas, mas se encontra no silêncio da própria alma, onde a inspiração divina vibra incessantemente.
(Francisco do Espírito Santo Neto por Hammed. In: Os prazeres da alma)

Construção Moral do Ser


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Construção Moral do Ser

O processo de transformação espiritual é lento; como tudo o que acontece na natureza é obra de paciência. Nada se improvisa. Ninguém se renova de um dia para outro ou mesmo de um ano para outro.
A renovação intima é obra demorada, que acontece através de perseverantes e repetidos esforços.
Ninguém se acredite ser o que ainda não é e ninguém espere dos outros o que ainda não consegue oferecer à expectativa alheia.
Em imprescindível que o espírito combata, sem tréguas, a si mesmo, corrigindo-se, pacientemente, nos menores deslizes, porque somente policiando os seus pensamentos considerados insignificantes e as suas reações tidas por desprezíveis, é que o espírito irá se fortalecendo na resistência contra a tentação que, em síntese, é fruto de suas próprias imperfeições – com trabalho paciente, como paciente é o trabalho do escultor que transforma em anjo a pedra bruta, como paciente é o trabalho da bordadeira que entretece no linho os mais perfeitos diagramas e como paciente é o esforço da árvore que, primeiro, produz flores para, depois, produzir frutos.
Ninguém desanime, porém; ninguém se entregue ao desalento ou desista de si mesmo! O trabalho da renovação interior é como se fora o trabalho da construção de um edifício: primeiro, o alicerce; depois, as paredes e o teto. Se essa primeira fase é relativamente rápida, a segunda, a fase do acabamento da construção moral do ser, é mais longa, exige habilidade, serviço especializado, bom gosto, apuro...
Muitas vezes percebemo-los desanimados diante das fraquezas que lhes são próprias; tristes diante dos equívocos que cometem no cotidiano... É que muitos de nós outros acreditamos trazer o Evangelho no coração quando, na realidade, apenas ainda o carregamos nas mãos...
Compreendamos! Tenhamos paciência. Não critiquemos. Sejamos indulgentes e esforçados, perseguindo o objetivo sem esmorecimento.
Que a paz do Senhor nos envolva e nos possibilite seguir sempre adiante na realização do melhor, nem que a caminhada para diante aconteça conosco como a caminhada do caracol que, a custo, arrasta sobre as costas o seu próprio fardo!...

Irmão José
Carlos A. Baccelli
Mediunidade Corpo e Alma