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quinta-feira, 22 de julho de 2021

O DESERTO E NÓS







                         
[...]Estamos no deserto de nós mesmos em múltiplas e diferentes ocasiões: nos testemunhos das doenças prolongadas, com árduos tratamentos; nas experiências íntimas e dolorosas  das decepções, deserções e traições; nos momentos intransferíveis das escolhas decisivas; nas ações solitárias da consciência iluminada na direção do Bem em seu caleidoscópio de possibilidades; na vivência da saudade do magnetismo e presença dos entes queridos que nos antecederam na grande viagem; na solidão das tarefas iluminativas e reparadoras; nas aspirações sublimes de plenitude[...]Uma verdade, porém, é incontestável: temos que entrar no deserto de nós mesmos, com coragem e decisão, para nele encontrarmos as lições que nos conduzirão aos caminhos seguros ...
Fragmento de texto 




O DESERTO E NÓS


Quando ouvimos falar na Terra Santa prometida pelo Senhor, somos conduzidos pela imaginação a pensar numa terra extremamente bela, rica e fértil.
Equívoco!
A Terra Prometida tem sim, algumas belezas, riquezas e fertilidade, mas possui também um imenso deserto. Quais os sentidos dessa estranha presença?
Que lições podemos encontrar no deserto?

Na chamada Terra Santa ,o deserto é uma característica determinante na vida e na cultura dos povos que a habitam, apresentando-se ao leste de qualquer grande cidade: Jerusalém, Belém, Hebron, dentre outras. Mas é um deserto diferente: nada de imensas dunas de areias mas incontáveis montanhas marrons, cascalhos de erosão, cânions e vales, calor, serpentes, escorpiões, perigos e mortes e, claro, alguns oásis nos seus milhares de quilômetros.

A tradição judaico-cristã está marcada pela presença do deserto e suas lições. Abraão, Jacó, Moisés e o povo que conduzia, Davi, Elias, João Batista, Jesus e os discípulos, Paulo viveram experiências no deserto em ocasiões e sentidos diferentes.

Que sentidos podem apresentar essas experiências no deserto? Fé e obediência para Abraão, por exemplo; desafio e formação para Moisés e seu povo; abrigo para Jacó, Davi e Elias; cenário de meditação e ensino para João Batista e Jesus; disciplina e educação para Paulo.

O homem que descia de Jerusalém para Jericó, na parábola narrada por Jesus, o fazia por um caminho pelo deserto, o que torna a ação compassiva, socorrista e fraternal do samaritano ainda mais extraordinária, pois atender o agredido pelos bandidos implicava em colocar sua própria vida em risco.

Jesus e os discípulos se dirigiam frequentemente ao deserto para recolhimento e oração.

Curiosamente, nos relatos bíblicos, Deus aprecia falar no deserto e o fez com Abraão, Moisés, Elias. Isso nos faz pensar que o deserto é uma experiência de escuta e de autoescuta.

Foi no deserto de Dan, em companhia do casal Áquila e Prisca, que Paulo realizou um profundo processo de autoeducação: autoconhecimento, autoavaliação, meditação, disciplinas morais, privações, lutas internas, convívio fraternal, trabalho, mudança de paradigmas. Para o Apóstolo dos Gentios, o deserto foi uma experiência formativa para seu novo caráter que, a partir de então, passa a ter Jesus e o Evangelho como padrão de conduta.

E nossa experiência desértica? Podemos ou a temos de fato? Não precisaremos exatamente do deserto físico, material, mas da experiência do autoencontro e da autoescuta, da solidão no deserto de nós mesmos.

Estamos no deserto de nós mesmos em múltiplas e diferentes ocasiões: nos testemunhos das doenças prolongadas, com árduos tratamentos; nas experiências íntimas e dolorosas  das decepções, deserções e traições; nos momentos intransferíveis das escolhas decisivas; nas ações solitárias da consciência iluminada na direção do Bem em seu caleidoscópio de possibilidades; na vivência da saudade do magnetismo e presença dos entes queridos que nos antecederam na grande viagem; na solidão das tarefas iluminativas e reparadoras; nas aspirações sublimes de plenitude.

A multiplicação dos pães e peixes, que alimentou milhares de pessoas, ocorreu no deserto para onde as multidões seguiam a fim de ouvir o Senhor e dEle receber as bênçãos e curas.

Façamos o mesmo! Sigamos para nosso deserto agora em busca do Seu alimento, Sua bênção de curas das nossas dificuldades e temores internos, Seus ensinos libertadores.

Ao estar no deserto, enfim, podemos nos revoltar ou nos redimir, nos entregar aos seus perigos e suas consequências ou nos fortalecer no enfrentamento positivo dos desafios da Vida. Uma verdade, porém, é incontestável: temos que entrar no deserto de nós mesmos, com coragem e decisão, para nele encontrarmos as lições que nos conduzirão aos caminhos seguros nos labirintos da existência, ao autoencontro da harmonia conosco, com o próximo, com Deus e com a Natureza.


 Por Sandra Borba Pereira (RN)/  dezembro/2014 

segunda-feira, 26 de abril de 2021

JOÃO À PAULO DE TARSO : A CAUSA É DO CRISTO!

 Em Éfeso, após uma noite tumultuada, com violências , onde a massa ,inconsciente,  foi lograda, por um grande comerciante, através de  boatos, disseminados por amotinadores pagos , no enredo, de  que Paulo e seus seguidores iriam destruir o templo de Diana e seus artefatos , prejudicando, assim, o trabalho. Paulo lamentou o ocorrido ,sobretudo com as prisões de Áquila e Prisca, e com muita tristeza , junto a João, desabafou: 




[...] " com os olhos mareados de lágrimas.

— ( Paulo ) Como tudo isto me contrista! Áquila e Prisca têm sido meus companheiros de luta, desde as primeiras horas da minha conversão a Jesus. Por eles devia eu sofrer tudo, pelo muito amor que lhes devo; assim, não julgo razoável que sofram por minha causa.

A causa é do Cristo! — respondeu João com acerto.

O ex-rabino pareceu conformar-se com a observação e sentenciou:


— Sim, o Mestre nos consolará.


E, depois de concentrar-se longamente, murmurou:


Estamos em lutas incessantes na Ásia, há mais de vinte anos… Agora, preciso retirar-me da Jônia,  sem demora. Os golpes vieram de todos os lados. Pelo bem que desejamos, fazem-nos todo o mal que podem. Ai de nós se não trouxéssemos as marcas do Cristo Jesus!


O pregador valoroso, tão desassombrado e resistente, chorava! João percebeu, contemplou-lhe os cabelos prematuramente encanecidos e procurou desviar o assunto:


Não te vás por enquanto — disse solícito —, ainda és necessário aqui.


— Impossível — respondeu com tristeza


 

—, a revolução dos artífices continuaria. Todos os irmãos pagariam caro a minha companhia.


Mas não pretendes escrever o Evangelho, consoante as recordações de Maria? — perguntou melifluamente o filho de Zebedeu.


— É verdade — confirmou o ex-rabino com serenidade amarga —, entretanto, é forçoso partir. Caso não mais volte, enviarei um companheiro para colher as devidas anotações.


— Contudo, poderias ficar conosco.


O tecelão de Tarso fitou o companheiro com tranquilidade e explicou, em atitude humilde:


— Talvez estejas enganado. Nasci para uma luta sem tréguas, que deverá prevalecer até ao fim dos meus dias. Antes de encontrar as luzes do Evangelho, errei criminosamente, embora com o sincero desejo de servir a Deus. Fracassei, muito cedo, na esperança de um lar. Tornei-me odiado de todos, até que o Senhor se compadecesse de minha situação miserável, chamando-me às portas de Damasco.
Então, estabeleceu-se um abismo entre minha alma e o passado. 


 Abandonado pelos amigos da infância, tive de procurar o deserto e recomeçar a vida. Da tribuna do Sinédrio,   regressei ao tear pesado e rústico. 


 Quando voltei a Jerusalém, o judaísmo considerou-me doente e mentiroso. Em Tarso experimentei o abandono dos parentes mais caros. Em seguida, recomecei em Antioquia a tarefa que me conduzia ao serviço de Deus. Desde então, trabalhei sem descanso, porque muitos séculos de serviço não dariam para pagar quanto devo ao Cristianismo. E saí às pregações. 


 Peregrinei por diversas cidades, visitei centenas de aldeias, mas de nenhum lugar me retirei sem luta áspera. Sempre saí pela porta do cárcere, pelo apedrejamento, pelo golpe dos açoites. Nas viagens por mar, já experimentei o naufrágio mais de uma vez; nem mesmo no bojo estreito de uma embarcação, tenho podido evitar a luta. Mas Jesus me tem ensinado a sabedoria da paz interior, em perfeita comunhão de seu amor.


Essas palavras eram ditas em tom de humildade tão sincera que o filho de Zebedeu não conseguia esconder sua admiração.


— És feliz, Paulo — disse ele convicto —, porque entendeste o programa de Jesus a teu respeito. Não te doa a recordação dos martírios sofridos, porque o Mestre foi compelido a retirar-se do mundo pelos tormentos da cruz. Regozijemo-nos com as prisões e sofrimentos. Se o Cristo partiu sangrando em feridas tão dolorosas, não temos o direito de acompanhá-lo sem cicatrizes…


O Apóstolo dos gentios prestou enorme atenção a essas palavras consoladoras e murmurou:


— É verdade!…


— Além do mais — acrescentou o companheiro emocionado —, devemos contar com calvários numerosos. Se o Cordeiro Imaculado padeceu na cruz da ignomínia, de quantas cruzes necessitaremos para atingir a redenção? Jesus veio ao mundo por imensa misericórdia. Acenou-nos brandamente, convocando-nos a uma vida melhor… Agora, meu amigo, como os antepassados de Israel, que saíram do cativeiro do Egito à custa de sacrifícios extremos, precisamos fugir da escravidão dos pecados, violentando-nos a nós mesmos, disciplinando o espírito, a fim de nos juntarmos ao Mestre, correspondendo à sua imensa bondade.


Paulo meneou a cabeça, pensativo, e acentuou:


Desde que o Senhor se dignou convocar-me ao serviço do Evangelho, não tenho meditado noutra coisa.


Nesse ritmo cordial conversaram muito tempo, até que o Apóstolo dos gentios concluiu mais confortado:


— O que de tudo concluo é que minha tarefa no Oriente está finda. O espírito de serviço exige que me vá além… Tenho a esperança de pregar o Evangelho do Reino, em Roma, na Espanha e entre os povos menos conhecidos…


Seu olhar estava cheio de visões gloriosas e João murmurou humildemente:

— Deus abençoará os teus caminhos


fonte: 
LIVRO:Paulo e Estevão-28ª edição.
Ditado por Emmanuel em parceria com Francisco Cândido Xavier.


Trecho retirado do capítulo 7 - As

Epístolas - pág.439-441

O DISCURSO DE PEDRO - A PROFECIA DE JOEL

 


Mas Pedro, estando em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Homens da Judéia e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e prestai ouvidos às minhas palavras. Pois estes homens não estão embriagados, como vós supondes, visto que é ainda a hora terceira do dia; mas cumpre-se o que dissera o profeta Joel:


"E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos mancebos terão visões; e os vossos velhos sonharão; e também sobre os meus servos e minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.


E mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na Terra; sangue e fogo, vapor e fumo; o Sol se converterá em trevas e a Lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo". II - v.v. 14-21.


O discurso de Pedro não termina nestes versículos. Continua até o versículo 36. Para não tomar espaço deixamos de transcrever a última parte, recomendando-a à atenção dos leitores , pois em qualquer "Novo Testamento" com facilidade encontrá-la-ão. Nessa parte o Apóstolo lembra aos Israelitas os grandes poderes de Jesus, os prodígios por Ele operados e os sinais que Deus fez por meio d'Ele, bem como o seu crucificamento por mãos de iníquos, a sua ressurreição, a incorruptibilidade de seu corpo, as antigas profecias avisando tudo o que ia suceder, etc.


Pedro foi um dos primeiros discípulos que Jesus escolheu.


Se lermos atentamente os Evangelhos, veremos que esse homem era um excelente médium, intuitivo e inspirado. Já anteriormente ele tomara a palavra e falara inspirado pelo Espírito, em nome dos Doze.


No cap. XVI de Mateus, v.v. 15 e 16, os leitores verão que perguntando o Mestre aos seus discípulos quem diziam eles ser o Filho do Homem, foi Pedro quem falou em nome dos Doze, e falou inspirado pelo Espírito, transmitindo a REVELAÇÃO, sobre a qual Jesus disse que edificaria sua igreja.


Pedro começou o seu discurso citando a profecia de Joel, profecia esta inserta no "Antigo Testamento" e que anuncia os acontecimentos que se realizariam não só naquela época, como, com mais precisão ainda, na em que nos achamos e num futuro próximo.


Essa profecia é bem clara e se verificou no Cenáculo com a produção de línguas estrangeiras, pelos médiuns poliglotas, que em número de cento e vinte ali se achavam. Mancebos tiveram visões, pois viram "as chamas como que línguas de fogo" repousando sobre todos.


Não consta, entretanto, dos "Atos", que os "velhos tivessem sonhos", o que quer dizer que a profecia não foi realizada em sua totalidade.


Mas depois, conforme veremos no decorrer dos nossos estudos, outras manifestações, como curas, etc., foram verificadas, até que chegada à Era Nova, em que nos achamos, têm-se dado manifestações de todo o gênero, como as que temos observado, segundo os relatos transmitidos pelos sábios e experimentadores que, com o auxílio de poderosos médiuns, tão poderosos como os Apóstolos, e talvez mais ainda, têm prestado todo o seu serviço para desmoronar o "templo do materialismo", erguendo sobre a grande pirâmide do Amor, o belo farol da Imortalidade.


Nós cremos, entretanto, que, por ocasião do Cristianismo nascente, muitos médiuns (quantidade inumerável, mesmo) se desenvolveram e foram desenvolvidos, o que levou Paulo a estabelecer regras para o bom sucesso das reuniões que se efetuavam naquela época.


Na Epístola aos Romanos, cap. XII, 4, diz Paulo:


"Pois assim como temos muitos membros em um só corpo, e todos os membros não têm a mesma função; assim nós, sendo muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. E tendo dons diferentes, segundo a graça que nos foi dada: se é profecia, profetizemos, segundo a proporção da nossa fé; se é ministério, dediquemo-nos ao nosso ministério; ou o que ensina, dedique-se ao que ensina; ou o que exorta, à sua exortação; o que reparte, faça-o com simplicidade; o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria".


É bastante este trecho para nos deixar ver qual era a vida dos Discípulos e seus atos. Tarefa toda espiritual que não poderia dispensar o auxílio dos Espíritos encarregados de fazer reviver neles as Palavras de Jesus e guiá-los em todas as suas ações. Aí está bem clara a missão do profeta, que deve salientar a profecia.


O Apóstolo da Luz, comparando a diversidade de membros do nosso corpo, cada qual com sua serventia e seu mister, fez ver a diversidade de dons, de faculdades psíquicas, faculdades essas que devem ser orientadas pelos Preceitos do Cristo, que é a cabeça (o Chefe), assim como todos os nossos membros sujeitos estão à cabeça.


Na 1ª aos Coríntios, XII, 4 - 31, o Doutor dos Gentios é ainda mais explícito, mostrando que todas as manifestações são orientadas, ou para melhor dizer, permitidas por Deus. Todos os rios de água viva, aos quais o Mestre se referiu, que manariam do ventre daquele que n'Ele cresse, fazendo alusão ao Espírito que haviam de receber, tinham uma só Fonte que é Deus.


Vamos aproveitar a palavra de tão ilustre Doutor:


"Ora, há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito; e há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor; e há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para proveito. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência, segundo o mesmo Espírito; a outro, fé, no mesmo Espírito; a outro, dons de curar, em um só Espírito; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, diversidade de línguas, e a outro a interpretação de línguas; mas todas estas coisas opera um só e o mesmo Espírito, distribuindo a cada um particularmente o que lhe apraz".


O "Dom do Espírito Santo", como dizem as Igrejas, vê-se bem claro que é o dom da mediunidade e comunicação dos Espíritos. Cada médium tem a sua missão: sabedoria, ciência, fé, curas, maravilhas, profecia, línguas, etc., etc. Mas é preciso não esquecer que existem também os que têm o dom de discernimento dos Espíritos. Ora, se existem indivíduos encarregados do discernimento dos Espíritos, e se este dom foi enumerado por Paulo, parece claro e lógico que não é só um Espírito que produz tudo, não é sempre o mesmo Espírito que produz maravilhas, curas, profecias, etc., etc., mas sim, muitos, sendo que há adiantados e atrasados, senão não haveria necessidade de discernimento. Quis Paulo dizer que todos os Espíritos são provenientes de Deus, e não como julgavam os judeus, que os havia por parte do diabo.


Na conclusão do capítulo, Paulo trata da necessidade da unidade espiritual da congregação, repetindo o que havia dito aos Romanos e acrescentando várias considerações elucidativas, muito ao alcance de todos e da compreensão dos que nos lêem.


Depois, porém, de terminado o discurso de Pedro, a multidão que o ouvia perguntou a Pedro e aos Apóstolos, o que se deveria fazer para se tornar cristão. Eles responderam:


"Arrependei-vos e cada um seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão do pecado e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois, para vós é a promessa e para os vossos filhos e para todos os que estão longe e a quantos chamar o Senhor nosso Deus. E os exortava: Salvai-vos desta geração perversa. E os que receberam a palavra foram batizados e foram admitidas naquele dia quase três mil pessoas; e perseveraram na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor e muitos prodígios e milagres eram feitos pelos Apóstolos. E todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum e vendiam as suas propriedades e bens e os repartiam por todos, conforme a necessidade de cada um".


Este trecho caracteriza perfeitamente a conversão positiva daquela gente simples e humilde que foi incluída nas fileiras da Nova Doutrina, de abnegação, de humildade, de bondade, de desapego, de amor, que o Cristo havia anunciado, e pela qual não temeu nem recuou à morte afrontosa da cruz.


O batismo de que fala os Atos é o batismo de adoção da Nova Fé. Não se julgue este batismo, nem se o compare com os batismos das Igrejas que desnaturam o Cristianismo, estabelecendo cultos e sacramentos exóticos, que não falam à alma, nem ao coração e só têm servido para produzir incrédulos e fanáticos.


O batismo dos Apóstolos era um sinal que deveria imediatamente produzir outro sinal visível de demonstração de Fé, tornando o indivíduo uma nova criatura, no seu falar, no seu proceder, na sua palavra, nas suas ações e até nos seus pensamentos. Não passava de um sinal, sinal invisível, porque era feito com água que não deixa marca, mas que servia tão somente no indivíduo para dar uma impressão de que tinha necessidade de produzir sinais visíveis da sua regeneração, da sua conversão. A água nenhum valor tinha. Mera exterioridade para satisfazer exigências pessoais, ela não podia representar o batismo de Jesus, ou do Espírito, recomendado por João Batista.


E isto se conclui com toda lógica, lendo-se com atenção o cap. II, v. v. 43 e seguintes, que assinalam o modo de vida dos conversos: "E em cada alma havia temor, e muitos prodígios e milagres eram feitos pelos Apóstolos. E todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum, e vendiam as suas propriedades e bens e os repartiam por todos, conforme a necessidade de cada um".


O batismo produziu neles este sinal visível e os fazia queridos de todos.


Cairbar Schutel

domingo, 19 de maio de 2019

O Deserto

[...]O deserto, facultando a solidão, o silêncio, induz o Espírito à reflexão, especialmente se buscado para essa finalidade.
Hodiernamente, o deserto pode ser considerado como a viagem de interiorização, na busca da realidade que se é.
A mente, auto-analisando-se, percebe quais as necessidades verdadeiras e aquelas secundárias que são distrações, mediante a busca do poder e do prazer, facultando-se eleger as melhores diretrizes para conseguir a superação do sofrimento, o encontro com Deus, que no mundo agitado faz-se quase impossível de o conseguir.
Nessa região inexplorada e desértica da alma, o Espírito refrigera-se na esperança, renovando a coragem para enfrentar as refregas do cotidiano, sem os atropelos injustificáveis nem os recuos proporcionados pelo desânimo.[...]O deserto faz parte da existência humana. Não são poucos os indivíduos que nele se precipitam, infelizmente, nas regiões inóspitas do sentimento, vazias de realidade, abandonadas pelas aspirações superiores da vida. É o abismo da alma, ao qual se atiram aqueles que perdem os objetivos imediatistas, que desfalecem nos combates por falta de confiança em novas batalhas, que se entregam ao medo, à frustração ou se deixam consumir pela revolta, pelo ódio, pelo ressentimento ...

Em face da balbúrdia que estruge voluptuosa em toda parte, o ser humano movimenta-se aturdido, sem rumo.
A sensibilidade emocional aguçada, em decorrência da ansiedade como da frustração, torna-o insatisfeito, atormentado, paranóide com tendência esquizóide que o vergasta, infelicitando-o.
Os apelos incessantes para as extravagâncias e os apetites sexuais desorganizam-no interiormente, fazendo-o sentir-se incompleto, mesmo quando tudo, aparentemente, se encontra com aspecto compensador.
Ocorre que o Espírito é o ser fundamental e não o corpo, ao qual se imanta pela necessidade de evolução, permanecendo escravo, quando jovem, pelo que gostaria de fruir e quando idoso, lamentando o que não desfrutou.
Essa dificuldade de entender o objetivo real da vida proporciona-lhe um comportamento paradoxal, pois que, podendo conquistar a liberdade, demora-se na escravidão espontânea, vivenciar a felicidade, fixa-se nos tormentos, conseguir o bem-estar pleno, detém-se na insegurança do que já dispõe.
Cada um vive exteriormente as paisagens íntimas que cultiva.
Apegando-se aos valores relativos do mundo, alegra-se e aflige-se, conquista e perde, demorando-se em vicissitudes desnorteantes.
A cada momento faz-se-lhe mais urgente a introspecção, a análise cuidadosa das aspirações, bem como dos projetos de vida.
No passado e ainda em alguns lugares no presente, homens e mulheres necessitados de paz têm buscado o silêncio em monastérios de reclusão, em eremitérios especiais, nos montes isolados, nos desertos ...
A fim de refundir o ânimo e a capacidade do povo judeu, longamente escravizado pelos egípcios, nele despertando sentimentos novos, Moisés levou-o ao deserto por quarenta anos, a fim de que tivesse tempo de avaliar a própria situação. Embora os rudes embates experimentados, criou uma cultura rígida e fiel aos postulados abraçados, que vem atravessando os milênios, sem perda do objetivo anelado.
O príncipe Sidartha Gautama, anelando pela paz, após haver experimentado o poder, a dissolução e o ócio, procurou técnicas de recolhimento sem o conseguir, até que, no deserto, adquiriu a iluminação.
Jesus, ensinando esquecimento de si mesmo, ante a imperiosa necessidade de prosseguir Uno com Deus, buscou o deserto onde jejuou por quarenta dias e quarenta noites.
Saulo de Tarso, após o encontro revolucionário com Jesus, foi para o deserto a fim de meditar, amadurecendo os conceitos novos que lhe chegaram, de modo que não lhe diminuísse o ânimo nem o devotamento, quando se resolveu por dedicar-se ao ministério de iluminação.
O deserto, facultando a solidão, o silêncio, induz o Espírito à reflexão, especialmente se buscado para essa finalidade.
Hodiernamente, o deserto pode ser considerado como a viagem de interiorização, na busca da realidade que se é.
A mente, auto-analisando-se, percebe quais as necessidades verdadeiras e aquelas secundárias que são distrações, mediante a busca do poder e do prazer, facultando-se eleger as melhores diretrizes para conseguir a superação do sofrimento, o encontro com Deus, que no mundo agitado faz-se quase impossível de o conseguir.
Nessa região inexplorada e desértica da alma, o Espírito refrigera-se na esperança, renovando a coragem para enfrentar as refregas do cotidiano, sem os atropelos injustificáveis nem os recuos proporcionados pelo desânimo.
O grande silêncio, ao qual não está acostumado invade-o, dando-lhe uma sensação de segurança e de paz, enquanto a mente desperta para o exame de si mesma, diluindo os vapores tóxicos do imediatismo, pensando no futuro irisado de bênçãos.
Ali não há lugar para conflitos, logo passam os primeiros períodos de recolhimento, quando então as ambições acalmam-se, e no seu lugar permanecem o equilíbrio e a alegria.
Em face da transitoriedade de tudo quanto é terreno, diante do permanente onde a vida se desenvolve, as questões fundamentais assomam e passam a direcionar a razão e a emoção, propiciando bem-estar, fortalecimento e harmonia. 

Mesmo no convívio com as demais pessoas que se encontram em turbulência, as conquistas hauridas no deserto mais se fortalecem, estimulando ao prosseguimento das afirmações internas que agora brotam em exuberância.
A paz irradia-se do coração, e a mente encontra-se aberta às propostas do amor e da caridade, como até antes ainda não havia ocorrido.
Sem a aprendizagem na quietação da alma, nessa noite escura que o silêncio clareia de luzes formosas, o amor como a caridade são apressados, assinalados pelos interesses do ego, facilmente alteráveis, conforme o humor de cada momento. A saturação, o vazio existencial, o cansaço, assomam com freqüência porque a ação é feita de entusiasmo sem reflexão e de audácia sem sabedoria.
Conta-se que São Bernardo, certo dia, sentindo-se agitado, diante dos muitos afazeres, enquanto transitava de um para outro lado, deteve-se e refletiu: Bernardo, para onde estás correndo, se somente um destino é o correto - Jesus?! De imediato, asserenou-se, passando a resolver todas as questões em clima de alegria e de bom humor, sem pressa nem tormento.
Quando se está afadigado na busca de diferentes objetivos, superficiais uns e desnecessários outros, a vida transcorre agitada, o tempo-sem-tempo faz-se um tormento, retirando os benefícios da luta.
Por isso, torna-se necessária a ida ao deserto, a fim de conseguir-se os tesouros que proporcionam soluções adequadas e respostas próprias a todas as questões afligentes da existência.
É natural que o ser humano procure viver de maneira compatível com a época e as circunstâncias sociais em que se encontra. Todavia, é-lhe um desafio a eleição de conduta em torno da sua realidade espiritual, que não deve ser ignorada ou, quando identificada, não ser postergada .
O deserto faz parte da existência humana.
Não são poucos os indivíduos que nele se precipitam, infelizmente, nas regiões inóspitas do sentimento, vazias de realidade, abandonadas pelas aspirações superiores da vida. É o abismo da alma, ao qual se atiram aqueles que perdem os objetivos imediatistas, que desfalecem nos combates por falta de confiança em novas batalhas, que se entregam ao medo, à frustração ou se deixam consumir pela revolta, pelo ódio, pelo ressentimento ...
Nessa área de difícil saída estorcegam aqueles que se descuidaram de si mesmos e rumaram pelos caminhos sem saída apresentados pela ilusão.
Quando buscado conscientemente, para meditar, orar, descobrir-se, o deserto refloresce em uma primavera intérmina sob os cuidados de Jesus.
Joanna de Ângelis

Fonte: Site : A Casa do Espiritismo

sábado, 25 de novembro de 2017

Médiuns Curadores--- [...]O verdadeiro amor ao próximo trás consigo uma alegria sem mescla e deixa em nós algo de luminoso, que encanta e eleva a alma. Assim procuramos, tanto quanto nos permitem nossas imperfeições, compenetrarmo-nos dos deveres do verdadeiro espírita, que não devem ser senão a aplicação dos preceitos evangélicos.[...]Nosso guia espiritual Lamennais nos encarrega do tratamento dessa rebelde obsessão. Deus nos daria também o poder de expulsar os demônios? Se assim fosse, teríamos que nos humilhar ante tão grande favor, em vez de nos orgulharmos. Quanto maior ainda não seria para nós a obrigação de nos melhorarmos, para testemunhar-lhe o nosso reconhecimento e para não perdermos dons tão preciosos?”[...]nossos médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus e por reconhecer que por si mesmos nada podem. Eles fazem, por isto mesmo, um ato de humildade, de abnegação, e então, confessando-se fracos por si mesmos, Deus, em sua solicitude, lhes envia poderosos socorros que o primeiro não pode obter, porque ele se julga suficiente para o empreendimento. Deus sempre recompensa a humildade sincera, elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho. Esse socorro que ele envia, são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium com seu fluido benéfico, que este transmite ao doente

Um oficial de caçadores, espírita de longa data, e um dos numerosos exemplos de reformas morais que o Espiritismo pode operar, nos transmite estes detalhes:

“Caro mestre,
“Aproveitamos as longas horas de inverno para nos entregarmos com ardor ao desenvolvimento de nossas faculdades mediúnicas. A tríade do 4.º regimento de caçadores, sempre unida, sempre viva, inspira-se em seus deveres, e ensaia novos esforços. Sem dúvida desejais conhecer o objeto de nossos trabalhos, a fim de saber se o campo que cultivamos não é estéril. Podereis julgá-lo pelos detalhes seguintes:
“De alguns meses para cá, nossos trabalhos têm por objeto o estudo dos fluidos. Esse estudo desenvolveu em nós a mediunidade curadora, de forma que agora a aplicamos com sucesso. Há alguns dias, uma simples emissão fluídica de cinco minutos, com minha mão, bastou para tirar uma nevralgia violenta.
“Há vinte anos a Sra. P... estava afetada por uma hiperestesia aguda ou exagerada sensibilidade da pele, moléstia que há quinze anos a retinha em seu quarto. Ela mora numa pequena cidade vizinha, e tendo ouvido falar de nosso grupo espírita, veio buscar alívio junto de nós. Ao cabo de trinta e cinco dias ela voltou para casa completamente curada. Durante esse tempo ela recebeu diariamente um quarto de hora de emissão fluídica, com o concurso de nossos guias espirituais.
“Ao mesmo tempo estendíamos os nossos cuidados a um epiléptico, afetado por esse mal há vinte e sete anos. As crises se repetiam quase todas as noites, durante as quais sua mãe passava longas horas à sua cabeceira. Trinta e cinco dias bastaram para essa cura importante, e como ficou feliz aquela mãe, levando seu filho radicalmente curado! Nós nos revezávamos os três de oito em oito dias. Para a emissão do fluido, ora colocávamos a mão no vazio do estômago do doente, ora sobre a nuca, na raiz do pescoço. Cada dia o doente podia constatar alguma melhora. Nós mesmos, após a evocação e durante o recolhimento, sentíamos o fluido exterior nos invadir, passar em nós e escapar-se dos dedos estirados e do braço distendido para o corpo do pa­ciente que tratávamos.
“Neste momento estamos prestando atendimento a um segundo epiléptico. Desta vez a moléstia talvez seja mais rebelde, por ser hereditária. O pai deixou nos quatro filhos o germe dessa afecção. Enfim, com a ajuda de Deus e dos bons Espíritos, esperamos reduzi-la nos quatro.
“Caro mestre, reclamamos o socorro de vossas preces e das preces dos irmãos de Paris. Esse auxílio será para nós um encorajamento e um estimulante para os nossos esforços. Depois, vossos bons Espíritos podem vir em nosso auxílio, tornar o tratamento mais salutar e abreviar a sua duração.
“Não aceitamos como recompensa, como podeis imaginar, e ela deve ser suficiente, senão a satisfação de ter feito o nosso dever e de ter obedecido ao impulso dos bons Espíritos. O verdadeiro amor ao próximo trás consigo uma alegria sem mescla e deixa em nós algo de luminoso, que encanta e eleva a alma. Assim procuramos, tanto quanto nos permitem nossas imperfeições, compenetrarmo-nos dos deveres do verdadeiro espírita, que não devem ser senão a aplicação dos preceitos evangélicos.
“O Sr. G... de L.... deve trazer-nos o seu cunhado, que um Espírito malévolo subjuga há dois anos. Nosso guia espiritual Lamennais nos encarrega do tratamento dessa rebelde obsessão. Deus nos daria também o poder de expulsar os demônios? Se assim fosse, teríamos que nos humilhar ante tão grande favor, em vez de nos orgulharmos. Quanto maior ainda não seria para nós a obrigação de nos melhorarmos, para testemunhar-lhe o nosso reconhecimento e para não perdermos dons tão preciosos?”

Lida esta carta tão interessante na Sociedade Espírita de Paris, na sessão de 18 de dezembro de 1863, um dos nossos bons médiuns obteve espontaneamente as duas comunicações seguintes:

“Existindo no homem a vontade em diferentes graus de desenvolvimento, em todas as épocas, ela tanto serviu para curar quanto para aliviar. É lamentável sermos forçados a constatar que ela também foi fonte de muitos males, mas isto é uma das consequências do abuso que muitas vezes as pessoas têm feito de seu livre-arbítrio.
“A vontade tanto desenvolve o fluido animal quanto o espiritual, porque, como todos sabeis agora, há vários gêneros de magnetismo, em cujo número estão o magnetismo animal e o magnetismo espiritual que, conforme a ocorrência, pode pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.
“A vontade muitas vezes foi mal compreendida. Em geral o que magnetiza não pensa senão em desdobrar sua força fluídica, em derramar seu próprio fluido sobre o paciente submetido aos seus cuidados, sem se preocupar se há ou não uma Providência interessada no caso tanto ou mais que ele. Agindo sozinho, ele não pode obter senão o que a sua força sozinha pode produzir, ao passo que nossos médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus e por reconhecer que por si mesmos nada podem. Eles fazem, por isto mesmo, um ato de humildade, de abnegação, e então, confessando-se fracos por si mesmos, Deus, em sua solicitude, lhes envia poderosos socorros que o primeiro não pode obter, porque ele se julga suficiente para o empreendimento. Deus sempre recompensa a humildade sincera, elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho. Esse socorro que ele envia, são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium com seu fluido benéfico, que este transmite ao doente. Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium. Enquanto o magnetizador ordinário se esgota, por vezes em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos. No entanto, esse concurso só é concedido à fé sincera e à pureza de intenção.”

MESMER
(Médium, Sr. Albert)

“Uma palavra sobre os médiuns curadores, dos quais acabais de falar. Eles estão todos nas mais louváveis disposições; eles têm a fé que transporta montanhas, o desinteresse que purifica os atos da vida e a humildade que os santifica.
“Que eles perseverem na obra de beneficência que empreenderam; que se lembrem bem que aquele que pratica as leis sagradas que o Espiritismo ensina, aproxima-se constantemente do Criador. Que, ao empregarem sua faculdade, a prece, que é a vontade mais forte, seja sempre o seu guia, seu ponto de apoio.
“Em toda a sua existência, o Cristo vos deu a mais irrefutável prova da mais firme vontade, mas era a vontade do bem e não a do orgulho. Quando, por vezes, ele dizia eu quero, essa palavra estava cheia de unção. Seus apóstolos, que o cercavam, sentiam abrir-se seus corações a esta palavra santa.
“A doçura constante do Cristo, sua submissão à vontade de seu Pai, sua perfeita abnegação, são os mais belos modelos de vontade que se pode propor como exemplo.”

PAULO, apóstolo.
(Médium: Sr. Albert)

Algumas explicações facilmente darão a compreender o que se passa nesta circunstância. Sabe-se que o fluido magnético ordinário pode dar a certas substâncias propriedades particulares ativas. Neste caso, ele age de certo modo como agente químico, modificando o estado molecular dos corpos. Não há, pois, nada de extraordinário no fato de ele ter a capacidade de modificar o estado de certos órgãos, mas compreende-se igualmente que sua ação, mais ou menos salutar, deve depender de sua qualidade, daí as expressões “bom ou mau fluido; fluido agradável ou penoso.”
Na ação magnética propriamente dita, é o fluido pessoal do magnetizador que é transmitido, e sabe-se que esse fluido, que não é senão o perispírito, participa sempre, mais ou menos, das qualidades materiais do corpo, ao mesmo tempo que sofre a influência moral do Espírito. É, pois, impossível que o fluido próprio de um encarnado seja de uma pureza absoluta, razão pela qual sua ação curativa é lenta, por vezes nula, outras vezes até nociva, porque ele pode transmitir ao doente princípios mórbidos.
Considerando-se que um fluido é suficientemente abundante e enérgico para produzir efeitos ins­tantâneos de sono, de catalepsia, de atração ou de repulsão, absolutamente não se segue que ele tenha as necessárias qualidades para curar. É a força que derruba, mas não o bálsamo que suaviza e restaura. Dessa forma, há Espíritos desencarnados de ordem inferior cujo fluido pode até mesmo ser muito maléfico, o que os espíritas a cada passo têm ocasião de constatar.
Somente nos Espíritos superiores o fluido perispiritual está despojado de todas as impurezas da matéria; está, de certo modo, quintessenciado; sua ação, por conseguinte, deve ser mais salutar e mais pronta: é o fluido benfazejo por excelência. Como ele não pode ser encontrado entre os encarnados, nem entre os desencarnados vulgares, então é preciso pedi-lo aos Espíritos elevados, como se vai procurar em terras distantes os remédios que se não encontram na própria.
O médium curador emite pouco de seu próprio fluido. Ele sente a corrente do fluido estranho que o penetra e para a qual serve de condutor. É com esse fluido que ele magnetiza, e aí está o que caracteriza o magnetismo espiritual e o distingue do magnetismo animal: um vem do homem, o outro, dos Espíritos. Como se vê, aí nada existe de maravilhoso, mas um fenômeno resultante de uma lei da Natureza que não era conhecida.
Para curar pela terapêutica ordinária não bastam os pri­meiros medicamentos que surgem. São necessários medicamentos puros, não avariados ou adulterados, e convenientemente preparados. Pela mesma razão, para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais saudáveis. Como esses fluidos benéficos são uma propriedade dos Espíritos superiores, então é o concurso deles que é preciso obter, por isso a prece e a invocação são necessárias. Mas para orar, e sobretudo para orar com fervor, é preciso ter fé. Para que a prece seja escutada, é preciso que seja feita com humildade e ditada por um real sentimento de benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem desinteresse. Sem estas condições, o magnetizador, privado da assistência dos bons Espíritos, fica reduzido às suas próprias forças, por vezes insuficientes, ao passo que com o concurso deles, elas podem ser centuplicadas em poder e em eficácia. Entretanto, não há licor, por mais puro que seja, que não se altere ao passar por um vaso impuro. Assim acontece com o fluido dos Espíritos superiores, ao passar pelos encarnados. Daí, para os médiuns nos quais se revela essa preciosa faculdade, e que querem vê-la crescer e não se perder, a necessidade de trabalhar por seu melhoramento moral.
Entre o magnetizador e o médium curador há, pois, uma diferença capital, porque o primeiro magnetiza com o seu próprio fluido, e o segundo com o fluido depurado dos Espíritos. Daí se segue que os Espíritos dão o seu concurso a quem querem e quando querem; que podem recusá-lo e, consequentemente, tirar a faculdade daquele que dela abusasse ou a desviasse de seu fim humanitário e caridoso para dela fazer comércio.
Quando Jesus disse aos apóstolos: “Ide! Expulsai os demônios, curai os doentes”, ele acrescentou: Dai de graça o que de graça recebestes.”
Os médiuns curadores tendem a multiplicar-se, como anunciaram os Espíritos, e isto com o objetivo de propagar o Espiritismo, pela impressão que esta nova ordem de fenômenos não pode deixar de produzir nas massas, porque não há quem não ligue para a sua saúde, mesmo os mais incrédulos. Assim, pois, quando virem que é possível obter com a intervenção dos Espíritos o que a Ciência não pode dar, hão de convir que há uma força fora do nosso mundo. Dessa forma, a Ciência será conduzida a sair da via exclusivamente material em que permaneceu até hoje. Quando os magnetizadores antiespiritualistas ou antiespíritas virem que existe um magnetismo mais poderoso que o seu, eles serão forçados a remontar à verdadeira causa.
Contudo, importa premunir-se contra o charlatanismo, que não deixará de tentar explorar em proveito próprio esta nova faculdade. Há para isto um meio simples, o de lembrar-se que não há charlatanismo desinteressado, e que o desinteresse absoluto, material e moral, é a melhor garantia de sinceridade. Se há uma faculdade dada por Deus com esse objetivo santo, sem a menor dúvida é esta, porque ela exige imperiosamente o concurso dos Espíritos superiores, e esse concurso não pode ser adquirido pelo charlatanismo. É para que se fique bem conscientizado quanto à natureza toda especial desta faculdade que a descrevemos com alguns detalhes.
Conquanto tenhamos podido constatar-lhe a existência por fatos autênticos, muitos dos quais passados aos nossos olhos, pode-se dizer que ela ainda é rara, e que só existe parcialmente nos médiuns que a possuem, quer por não terem todas as qualidades requeridas para a sua posse em toda a plenitude, quer por estar ela ainda em seu começo. É por isto que até hoje os fatos não tiveram muita repercussão, no entanto, não tardarão a tomar desenvolvimentos de natureza a chamar a atenção geral. Daqui a poucos anos ela se revelará nalgumas pessoas predestinadas para isto, com uma força que triunfará de muitas obstinações, mas estes não são os únicos fatos que o futuro nos reserva, e pelos quais Deus confundirá os orgulhosos e os convencerá de sua impotência. Os médiuns curadores são um dos mil meios providenciais para atingir este objetivo e apressar o triunfo do Espiritismo.
Compreende-se facilmente que esta qualificação não pode ser dada aos médiuns escreventes que recebem receitas médicas de certos Espíritos.
Não encaramos a mediunidade curadora senão do ponto de vista fenomênico e como meio de propagação, mas não como recurso habitual. Num próximo artigo trataremos de sua possível aliança com a medicina e com o magnetismo ordinários.

Revista Espírita 1864-Janeiro

quinta-feira, 27 de junho de 2013

EADE-Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita-Livro 1 - Roteiro 15-As Epístola de Paulo parte 2



EADE - LIVRO I
ROTEIRO
15
Objetivos
Analisar os principais ensinos existentes nas epístolas destinadas
aos gálatas, aos efésios, aos filipenses e aos colossenses.
IDÉIAS PRINCIPAIS
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO II - O CRISTIANISMO
Na epístola aos gálatas, Paulo faz uma súplica continuada e apaixonada sobre
as necessidades dos cristãos se manterem fiéis ao Evangelho.
Em efésios, o missivista evidencia preocupação de a comunidade cristã de
Éfeso não se deixar conduzir pelas idéias dos filósofos, artistas, retóricos e
historiadores contrárias aos ensinos evangélicos.
Na carta dirigida aos filipenses encontramos refletidos o amor e consideração
que o apóstolo dos gentios tinha pelos cristãos de Filipos, dedicados servidores
do Cristo.
A epístola de colossos recebe de Paulo alertas contra idéias estranhas, oriundas
das práticas pagãs, que poderiam contaminar a mensagem do Evangelho.
AS EPÍSTOLAS DE PAULO (2)
1. Epístola aos gálatas
Os gálatas viveram na Galácia, antiga província romana, região situada
no centro da Ásia Menor (atualmente, fica próxima de Ancara, na Turquia). A
Galácia original era formada de diversos povos e abrigava várias comunidades
cristãs primitivas. 1
Os gálatas originais eram celtas que, vindo da Europa central, tinham invadido a Ásia
Menor e se estabeleceram ali no século III a.C. Mas os soberanos da Galácia estenderam
seu poder sobre os territórios vizinhos, povoados por outros grupos étnicos; esses grupos
foram incluídos na província da Galácia e eram gálatas no sentido político, embora não
no sentido étnico. Alguns desses grupos pertenciam as cidades de Antioquia da Psídia,
Icônio, Listra e Derbe, que foram evangelizadas por Paulo e Barnabé por volta de 47
d.C. 2
Nessa carta, escrita, possivelmente, entre 48 e 55, foi enviada, em especial
às igrejas de Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe e, talvez, à Galácia
étnica. Paulo faz uma apaixonada súplica aos cristãos das diferentes igrejas
para que não se desviem do Evangelho. 3
Eles [...] estavam propensos a dar ouvidos a certos mestres que os exortavam a acrescentar
à sua fé em Cristo alguns traços característicos do Judaísmo, em particular a circuncisão.
Esses mestres tentavam também diminuir a autoridade de Paulo, insistindo em que ele
estava em dívida para como os líderes eclesiais de Jerusalém por sua delegação apostólica
e não tinham nenhum direito de desvia-los da prática [judaica] de Jerusalém. A epístola
pode ser lida contra o pano de fundo do ressugirmento do nacionalismo militante da
SUBSÍDIOS
MÓDULO II
Roteiro 15
Judéia nos anos após 44 d.C. Esses militantes (que vieram a ser chamados de zelotes)
tratavam os judeus que confraternizavam com gentios como traidores. 3
1.1 - Síntese dos principais ensinos da epístola aos gálatas
A análise dos ensinamentos que se seguem deve considerar, sempre, a ação
dos zelotes que desejavam, por um lado, que os judeus convertidos voltassem ao
Judaísmo, e, por outro, desmoralizar a mensagem cristã e a Paulo, considerado
traidor por ter-se tornado cristão.
• Constância na fé cristã
“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à
graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que
vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós
mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos
tenho anunciado, seja anátema. Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo
também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já
recebestes, seja anátema. Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou
procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria
servo de Cristo. Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi
anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de
homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo. [...] Nós somos judeus por
natureza e não pecadores dentre os gentios. Sabendo que o homem não é justificado
pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em
Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei,
porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que
procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados
pecadores, é, porventura, Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma.
[...] Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade,
a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado?
Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou
pela pregação da fé? Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito,
acabeis agora pela carne?” (Gl 1:8-12; 2:15-17; 3:1-4)
• Fidelidade ao Cristo
“É evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque
o justo viverá da fé. Ora, a lei não é da fé, mas o homem que fizer estas coisas
por elas viverá. [...] De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir
a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados. Mas, depois que a fé veio, já
não estamos debaixo de aio. Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo
Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de
Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho
nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo,
então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa.” (Gl 3:
11-12, 22-29)
• O homem com o Cristo é livre
“Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis
a meter-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se
vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. [...] Porque nós,
pelo espírito da fé, aguardamos a esperança da justiça.Porque, em Jesus Cristo,
nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas, sim, a fé que
opera por caridade. [...]Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não
useis, então, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros
pela caridade. Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o
teu próximo como a ti mesmo. [...] Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra
essas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as
suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no
Espírito. (Gl 5: 1-2, 5-6, 13-14,22-25)
A carta aos gálatas sintetiza a necessidade de se manter fiel ao Cristo em
benefício do próprio progresso espiritual.
Um dos maiores desastres no caminho dos discípulos é a falsa compreensão com que
iniciam o esforço na região superior, marchando em sentido inverso para os círculos
da inferioridade. Dão, assim, a idéia de homens que partissem à procura de ouro,
contentando-se, em seguida, com a lama do charco. [...]Observamos enfermos que se
dirigem à espiritualidade elevada, alimentando nobres impulsos e tomados de preciosas
intenções; conseguida a cura, porém, refletem na melhor maneira de aplicarem as
vantagens obtidas na aquisição do dinheiro fácil. [...]Numerosos aprendizes persistem
nos trabalhos do bem; contudo, eis que aparecem horas menos favoráveis e se entregam,
inertes, ao desalento, reclamando prêmio aos minguados anos terrestres em que tentaram
servir na lavoura do Mestre Divino e plenamente despreocupados dos períodos
multimilenários em que temos sido servidos pelo Senhor. Tais anomalias espirituais que
perturbam consideravelmente o esforço dos discípulos procedem dos filtros venenosos
compostos pelos pruridos de recompensa. Trabalhemos, pois, contra a expectativa de
retribuição, a fim de que prossigamos na tarefa começada, em companhia da humildade,
portadora de luz imperecível. 11
2. Epístola aos efésios
Os efésios eram os habitantes de Éfeso, cidade situada na costa odidental da Ásia Menor,
atualmente pertencente á Turquia. Era [...] sede da comunidade cristã a que a Epístola aos
efésios é dirigida. Geralmente reconhecida como a primeira e a mais notável metrópole
da província romana da Ásia. Éfeso desempenhou um papel histórico no movimento do
Cristianismo desde a Palestina até Roma. Atos [dos Apóstolos] descreve Éfeso como o
ponto culminante da atividade missionária de Paulo, e foi de Éfeso que Paulo escreveu as
Epístolas aos coríntios. [...] Do período clássico ao bizantino, Éfeso exerceu hegemonia
na região jônica. Era famosa pelos seus filósofos, artistas, poetas, historiadores e retóricos.
[...]. Não admira que Paulo seja visto ensinando “todos os dias na escola de Tirano”, em
Éfeso, durante dois anos (Atos, 19:9), que João tenha, ao que se conta, escrito o Quarto
Evangelho em Éfeso, e que tenha sido o local da conversão de Justino Mártir, o primeiro
filósofo cristão. 4
À época da instalação do Cristianismo primitivo, Éfeso possuía cerca de
250 mil habitantes, constituindo-se um dos centros urbanos e comerciais que
mais rapidamente cresceram nos domínios romanos do Oriente. Segundo
Flávio Josefo, embora na cidade existisse uma expressiva comunidade judaica,
de onde saíram inúmeros cristãos convertidos, a cidade também era famosa
como centro de magia e taumaturgia. Havia inúmeros exorcitas, judeus e
gentílicos, como o famoso pagão Apolônio de Tiana. Existiam também, ali,
inúmeros templos e panteões, objeto de cultos e rituais aos deuses, sendo o
mais importante o templo consagrado à deusa Artemisa, que foi considerado
uma das sete maravilhas do mundo antigo. 4
A epístola aos efésios foi escrita entre os anos 61-63, quando Paulo estava
preso, possivelmente em Roma, e faz parte do grupo das cartas denominadas
“epístolas do cativeiro.” 4 (Ef 1:1; 3:1-13; 4:1; 6: 19-22)
A autenticidade dessa epístola é questionada. Em 1729, o teólogo inglês
Edward Evanson colocou publicamente, pela primeira vez, a questão. No século
dezenove, estudiosos alemães chegaram à mesma conclusão: a epistola
não era de Paulo. Este é o pensamento atual, mantido pela maioria dos pés
quisadores.
A autoria da carta é atribuída a Onésimo, «[...] o escravo foragido mencionado
na epístola de Paulo a Filêmon, que é depois identificado também
com o bispo de Éfeso que usava o nome Onésimo [...].» 5
2.1 - Síntese dos principais ensinos da epístola aos efésios
• A salvação pela graça
Trata-se de pensamento, existente no capítulo dois da epístola, que contraria
a salvação pela fé, defendido por Paulo na epístola aos romanos e na aos
gálatas. Este deve ter sido um dos pontos que suscitaram dúvidas nos estudiosos.
O estilo e a linguagem são também diferentes (são de natureza mais teológica).
Analisemos a seguinte ordem de idéias: “E vos vivificou, estando vós mortos
em ofensas e pecados, em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera
nos filhos da desobediência; entre os quais todos nós também, antes, andávamos
nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e
éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é
riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando
nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela
graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos
lugares celestiais, em Cristo Jesus [...]. Porque pela graça sois salvos, por meio
da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.” (Ef 2: 1-6, 8)
• A unidade da fé no Cristo
“Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne
e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita
pela mão dos homens; que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados
da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo
esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes
estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa
paz, o qual de ambos os povos fez um [...] Rogo-vos, pois, eu, o preso do
Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com
toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos
outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da
paz: há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma
só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um
só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos. Mas a
graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” (Ef 2:
11-14; 4: 1-7)
• Santidade dos costumes
“E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam
também os outros gentios, na vaidade do seu sentido, entenebrecidos no entendimento,
separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela
dureza do seu coração, os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram
à dissolução, para, com avidez, cometerem toda impureza. [...]Pelo que
deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos
membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a
vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes,
trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir
com o que tiver necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe,
mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a
ouvem.” (Ef 4:17-19, 25-29)
• A armadura de Deus
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra
as astutas ciladas do diabo [...]. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para
que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estai, pois,
firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da
justiça,e calçados os pés na preparação do evangelho da paz; tomando sobretudo
o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados
do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que
é a palavra de Deus [...].” (Ef 6:10-11, 13-17)
A epístola aos efésios indica que os aprendizes do Evangelho devem procurar
levar uma vida simples e desprendida, vigiando os pensamentos e atos.
Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual. Os atos, palavras e pensamentos
constituem informações vivas da zona mental de que procedemos. Os filhos da
inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição. Os rebentos
da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo. Os cultivadores da irritação fulminam o
espírito da gentileza com os raios da cólera. Os portadores de interesses mesquinhos
ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.
Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam. Os afeiçoados
à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se
improvisam grandes males e grandes crimes.
Os cristãos, todavia, são filhos da luz. E a missão da luz é uniforme e insofismável. Beneficia
a todos sem distinção. Não formula exigências para dar. Afasta as sombras sem
alarde. Espalha alegria e revelação crescentes. Semeia renovadas esperanças. Esclarece,
ensina, ampara e irradia-se. 12
3. Epístola aos filipenses
Filipenses eram os habitantes de Filipos.
Importante [...] cidade da Macedônia oriental, na Grécia, sede da comunidade cristã
a que a Epístola de Paulo aos filipenses é dirigida. Após a batalha decisiva de 42 a .C.,
nas proximidades da cidade, o imperador Otaviano havia feito de Filipos uma colônia
romana e dado a seus cidadãos os direitos e privilégios dos que nasciam e viviam em
Roma. Segundo o relato de Atos, a igreja de Filipos começou assim: Paulo, em sua segunda
viagem missionária, deixou Ásia Menor pela Macedônia, foi a Filipos, pregou o
Evangelho; Lídia, uma mulher proeminente daquela região, e alguns outros se tornaram
cristãos. Ao que parece a igreja foi abrigada inicialmente na casa de Lídia. Apesar dos
seus começos modestos, cresceu e se tornou uma ativa comunidade cristã, desempenhando
importante papel no evangelismo, partilhando prontamente suas próprias posses
materiais, mesmo em meio a extrema pobreza, e enviando generosamente um dos seus
para ajudar Paulo em seu trabalho para auxiliá-lo quando estava na prisão. Paulo visitou
essa igreja em pelo menos três ocasiões [...]. 6
A epístola traz um apelo do apóstolo aos cristãos, pedindo-lhes «[...] que
vivam de maneira condigna do Evangelho, em unidade, harmonia e generosidade,
sem lamúrias nem queixas, mantendo sempre diante de si Jesus Cristo
como modelo supremo de toda ação moral [...].» 7
A epístola destaca as qualidades de Timóteo e Epafrodito, exemplos de
trabalhadores cristãos fiéis, prometendo enviá-los a Filipos. «[...] Adverte-os
contra evangelistas judeus ou judaizantes cujos ensinamentos e práticas são
contrários ao Evangelho [...].» 7
A autenticidade da epístola aos filipenses não é posta em dúvida. O que se
supõe é que, originalmente, existiu um conjunto de bilhetes ou três pequenas
cartas, posteriormente reunidos numa única epístola. 8
EADE - Roteiro 15 - As epístolas de Paulo (2)
A comunidade de Filipos devotava especial afeto ao apóstolo dos gentios,
cumpriram fielmente as suas orientações e o auxiliou, dentro das suas possibilidades,
quando caiu prisioneiro na Tessalônica e em Corinto. 7 Paulo lhes
escreve agradecendo o auxílio, recebido por intermédio de Epafrodito. (Fl 4,
10-20)
Filipenses faz parte do grupo das “epístolas do cativeiro”. Paulo se encontrava
prisioneiro quando a escreveu, não se sabe exatamente onde: em Roma,
em Cesaréia da Palestina ou em Éfeso. 7
A carta aos filipenses é de natureza pouco doutrinária. «[...] É uma efusão
do coração, uma troca de notícias, uma advertência contra os “maus operários”
que destroem alhures os trabalhos do Apóstolo e bem poderiam atacar
também os seus caros filipenses [...].» 8 A epístola destaca também o valor da
humildade. 8
3.1 - Síntese dos principais ensinos da epístola aos filipenses
• Exemplo de vivência do Evangelho
Os filipenses cristãos formavam uma comunidade pobre de bens materiais,
mas sinceramente devotada ao Evangelho. Os filipenses jamais esqueceram as
lições que lhes foram ensinadas por Paulo, auxiliando-o quando esteve preso
e, recebendo deste, os sentimentos de afeto e reconhecimento. Os filipenses
foram cristãos que souberam colocar em prática a vivência da caridade.
“Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo,
sempre com alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas, pela vossa
cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora. Tendo por certo isto
mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de
Jesus Cristo. Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho
em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas
minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho. Porque
Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável
afeição de Jesus Cristo. E peço isto: que a vossa caridade aumente mais e mais
em ciência e em todo o conhecimento.” (Fl 1: 3-9)
• Exortação à perseverança, ao amor fraternal e à humildade
“Somente deveis portar-vos dignamente conforme o Evangelho de Cris-
to, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que
estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo
pela fé do evangelho. [...] Nada façais por contenda ou por vanglória, mas
por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. [...] De
sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha
presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a
vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto
o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. Fazei todas as coisas sem
murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos
de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual
resplandeceis como astros no mundo; retendo a palavra da vida, para que, no
Dia de Cristo, possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.”
(Fl 1: 27; 2: 3, 12-16)
• Cuidados contra os maus obreiros. Cultivo dos bens espirituais
“Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de
escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós. Guardai-vos dos cães,
guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão! [...] Irmãos, quanto
a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendome
das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim,
prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
[...] Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai
assim firmes no Senhor, amados. [...] Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra
vez digo: regozijai-vos. Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto
está o Senhor. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições
sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de
graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos
corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos,
tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que
é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude,
e se há algum louvor, nisso pensai.” (Fl 3:1-2, 13-14; 4:1, 4-8)
A carta de Paulo aos filipenses atesta que estes representavam um exemplo
de cristão que absorveu o sentido espiritual do Evangelho: fora da caridade
não há salvação.
A caridade é, invariavelmente, sublime nas menores manifestações, todavia, inúmeras
pessoas muitas vezes procuram limitá-la, ocultando-lhe o espírito divino. Muitos aprendizes
crêem que praticá-la é apenas oferecer dádivas materiais aos necessitados de pão e
teto. Caridade, porém, representa muito mais que isso para os verdadeiros discípulos do
Evangelho. [...] Caridade essencial é intensificar o bem, sob todas as formas respeitáveis,
sem olvidarmos o imperativo de auto-sublimação para que outros se renovem para a
vida superior, compreendendo que é indispensável conjugar, no mesmo ritmo, os verbos
dar e saber.[...] Bondade e conhecimento, pão e luz, amparo e iluminação, sentimento
e consciência são arcos divinos que integram os círculos perfeitos da caridade. Não só
receber e dar, mas também ensinar e aprender. 13
4. Epístola aos colossenses
Paulo enviou três cartas às comunidades cristãs da província romana da
Ásia. Colossos foi uma delas, cidade localizada a aproximadamente duzentos
quilômetros de Éfeso.
Colossos localizava-se no oeste da Ásia Menor, ao sul do rio Meandro (atual Menderes),
6,4 km a leste de Denilzli na Turquia de hoje. Era uma cidade comercial até ser
incorporada pela vizinha Laodicéia, e abrigou a comunidade cristã a quem foi dirigida
a epístola aos colossenses. 9
Paulo teve contato com os colossenses a partir do seu trabalho missionário
em Éfeso (Atos dos Apóstolos, capítulo 19) e auxiliado por muitos companheiros,
através dos quais diversas igrejas cristãs foram erguidas na Ásia romana,
como as do Vale do Lico, da Laodicéia e de Hierápolis. As comunidades cristãs
fundadas nessas localidades dependeram do esforço de Epafras, dedicado
discípulo de Paulo, que o via como “leal ministro do Cristo.” 9
A epístola aos colossenses faz parte do grupo das “epístolas do cativeiro”.
Paulo estava na prisão (provavelmente em Roma) [...]. A epístola aos colossenses parece ter
sido escrita bastante cedo no período que Paulo estava na prisão, por volta de 60-61 a.C.
Epafras fizera uma visita a Paulo em Roma e o informara do estado das igrejas no vale do
Lico. Embora grande parte do relato fosse animador, uma característica inquietante era o
ensinamento atraente, mas falso recentemente introduzido na congregação; se não fosse
contido, subverteria o Evangelho e poria os colossenses numa servidão espiritual. 9
A dificuldade relatada por Epafras estava relacionada à idolatria e aos maus
costumes pagãos (liberalidade sexual), uma vez que as comunidades cristãs, da
região, eram basicamente constituídas de gentios convertidos.
Existem dúvidas se a carta aos colossenses é de autoria de Paulo. Alguns
estudiosos entendem que o estilo pesado e repetitivo não é o usualmente utilizado
pelo apóstolo. Há dúvidas também relacionadas a certas idéias teológicas,
principalmente as que fazem alusão ao corpo do Cristo, ao Cristo como cabeça
do corpo e à igreja universal. 8 São idéias semelhantes às divulgadas pelos
gnósticos no século II d.C. Outras idéias que são combatidas, pretensamente
por Paulo, estão relacionadas a conceitos essênicos, comuns entre os judeus
que seguiam os preceitos dos essênios (poderes celestes e cósmicos), seita
existente à época do Cristo. 10
4.1 - Síntese dos principais ensinos da epístola aos colossenses
• Exortação à espiritualidade e ao amor fraternal
“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de
cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são
de cima e não nas que são da terra [...].Mortificai, pois, os vossos membros
que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a
vil concupiscência e a avareza, que é idolatria [...]. Mas, agora, despojai-vos
também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras
torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do
velho homem com os seus feitos. [...] Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus,
santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade,
mansidão, longanimidade, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos
uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos
perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade,
que é o vínculo da perfeição.
E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um cor-po,
domine em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em
vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos
uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor
com graça em vosso coração. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras,
fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. (Cl 3:
1-2, 5, 8-9, 12-17)
A carta dirigida à comunidade cristã de Colossos evidencia o amor fraternal,
o espírito de cooperação que deve reger as relações interpessoais.
É impossível qualquer ação de conjunto, sem base na tolerância. Aprendamos com
o Cristo. A queixa desfigura a dignidade do trabalho, retardando-lhe a execução. Indispensável
cultivar a renúncia aos pequenos desejos que nos são peculiares, a fim de
conquistarmos a capacidade de sacrifício, que nos estruturará a sublimação em mais altos
níveis. Para que o trabalho nos eleve, precisamos elevá-lo. Para que a tarefa nos ajude,
é imprescindível nos disponhamos a ajudá-la. Recordemos que o supremo orientador
das equipes de serviço cristão é sempre Jesus. Dentro delas, a nossa oportunidade de
algo fazer constitui só por si valioso prêmio. Esqueçamo-nos, assim, de todo o mal, para
construirmos todo o bem ao nosso alcance. E, para que possamos agir nessas normas, é
imperioso suportar-nos como irmãos, aprendendo com o Senhor, que nos tem tolerado
infinitamente. 14

REFERÊNCIAS


1. BIBLIA DE JERUSALÉM. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo:
Paulus, 2002. Item: Introdução às epístolas de São Paulo, p. 1960.
2. ______. p. 1961.
3. ______. p. 1962.
4. DICIONÁRIO DA BÍBLIA. Vol. 1: As pessoas e os lugares. Organizado por
Bruce M. Metzger, Michael D. Coogan. Traduzido por Maria Luiza X. de
A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2002, Item: Colossos, p. 43.
5. ______. Item: Éfeso, p. 65.
6. ______. p. 66.
7. ______. Item: Filipos, p. 92-93.
8. ______. Item: Galácia, p. 95.
9. ______. p. 95-96.
10. ______. p. 96.
11.XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 35.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 163 (Aprendamos com Jesus), p. 397-
398.
12. ______. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 27.ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 155 (Contra a insensatez), p. 325-326.
13. ______. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 25.ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 116 (Não só), p. 263-264.
14. ______. Cap. 160 (Filhos da luz), p. 357-358.