Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
Mostrando postagens com marcador familia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador familia. Mostrar todas as postagens
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021
EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE CONVULSÃO SOCIAL- RAUL TEIXEIRA
Fonte : https://youtu.be/9gAKYdGf3xI
Marcadores:
Alcoolismo,
Convulsão Social,
Corrupção,
dinheiro,
Drogas,
Educação,
Educação Familiar,
familia,
Filhos,
Prostituição,
Raul Teixeira,
rebeldia
sexta-feira, 24 de maio de 2019
Anticonceptivos e Planejamento Familiar
[...]O homem pode e deve programar a família que deseja e lhe convém ter: número de filhos, período propício para a maternidade, nunca, porém, se eximirá aos imperiosos resgates a que faz juz, tendo em vista o seu próprio passado.[...]A cautela de que se utilizam alguns pais, aguardando comodidade financeira para pensar na progenitura, nem sempre é válida, graças às próprias vicissitudes que conduzem uns à ruína econômica e outros à abastança por meios imprevisíveis. A programação da família não pode ser resultado da Opinião genérica dos demógrafos assustados, mas fruto do diálogo franco e ponderado dos próprios cônjuges, que assumem a responsabilidade pelas atitudes de que darão conta.O uso dos anticonceptivos como a implantação no útero de dispositivos anticoncepcionais, mesmo quando considerado legal, higiênico, necessita Possuir caráter moral, a fim de se evitarem danos de variada conseqüência ética. A chamada necessidade do “amor livre” vem impondo o uso desordenado dos anovulatórios, de certo modo favorecendo a libertinagem humana, a degenerescência dos Costumes[...]
Alegações ponderosas que merecem consideração vêm sendo arroladas para justificar-se a planificação familiar através do uso dos anticonceptivos de variados tipos. São argumentos de caráter sociológico, ecológico, econômico, demográfico, considerando-se com maior vigor os fatores decorrentes das Possibilidades de alimentação numa Terra tida como semi-exaurida de recursos para nutrir aqueles que se multiplicam geometricamente com espantosa celeridade...
Entusiastas sugerem processos definitivos de impedimento procriativo pela esterilização dos casais com dois filhos, sem maior exame da questão, no futuro, transformando o indivíduo e a sua função genética em simples máquina que somente deve ser acionada para o prazer, nem sempre capaz de propiciar bem-estar e harmonia.
Sem dúvida, estamos diante de um problema de alta magnitude, que deve ser, todavia, estudado à luz do Evangelho e não por meios dos complexos cálculos frios da precipitação materialista.
O homem pode e deve programar a família que deseja e lhe convém ter: número de filhos, período propício para a maternidade, nunca, porém, se eximirá aos imperiosos resgates a que faz juz, tendo em vista o seu próprio passado.
Melhor usar o anticonceptivo do que abortar...
Os filhos, porém, não são realizações fortuitas, decorrentes de circunstâncias secundárias, na vida. Procedem de compromissos aceitos antes da reencarnação pelos futuros progenitores, de modo a edificarem a família de que necessitam para a própria evolução. É-lhes lícito adiar a recepção de Espíritos que lhes são vinculados, impossibilitando mesmo que se reencarnem por seu intermédio.
Irrisão, porém, porqüanto as Soberanas Leis da Vida dispõem de meios para fazer que aqueles rejeitados venham por outros processos à porta dos seus devedores ou credores, em circunstâncias quiçá mui dolorosas, complicadas pela irresponsabilidade desses cônjuges que ajam com leviandade, em flagrante desconsideração aos códigos divinos.
Assevera-se que procriar sem poder educar, ter filhos sem recursos para cuidá-los, aumentando, incessantemente, a população da Terra, representa condená-los à miséria e a sociedade do futuro a destino inditoso...
Ainda aí o argumento se reveste do sofisma materialista, que um dia inspirou Malthus na sua conceituação lamentável e no não menos infeliz néo-malthusianismo que adveio posteriormente...
Ninguém pode formular uma perfeita visão do porvir para a Humanidade, e os futurólogos que aí se encontram têm estado confundidos pelas próprias previsões, nas surpresas decorrentes da sucessão dos acontecimentos ainda nos seus dias...
A cada instante recursos novos e novas soluções são encontrados para os problemas humanos.
Escasso, porém, é o amor nos corações, cuja ausência fomenta a fome de fraternidade, de afeição e de misericórdia, responsável pelas misérias que se multiplicam em toda parte.
Não desejamos aqui reportar-nos às guerras de extermínio, que o próprio homem tem engendrado e de que se utiliza a divindade para manter o equilíbrio demográfico, nem tão-pouco às calamidades sísmicas que irrompem cada dia Voluptuosas, Convidando a salutares reflexões.
Quando um filho enriquece um lar, traz com ele os valores indispensáveis à própria evolução, Intrínseca e extrinsecamente.
A cautela de que se utilizam alguns pais, aguardando comodidade financeira para pensar na progenitura, nem sempre é válida, graças às próprias vicissitudes que conduzem uns à ruína econômica e outros à abastança por meios imprevisíveis.
A programação da família não pode ser resultado da Opinião genérica dos demógrafos assustados, mas fruto do diálogo franco e ponderado dos próprios cônjuges, que assumem a responsabilidade pelas atitudes de que darão conta.
O uso dos anticonceptivos como a implantação no útero de dispositivos anticoncepcionais, mesmo quando considerado legal, higiênico, necessita Possuir caráter moral, a fim de se evitarem danos de variada conseqüência ética.
A chamada necessidade do “amor livre” vem impondo o uso desordenado dos anovulatórios, de certo modo favorecendo a libertinagem humana, a degenerescência dos Costumes, a desorganização moral, e, conseqüentemente, social dos homens, que se tornam vulneráveis à delinqüência, à violência e às múltiplas frustrações que ora infelicitam verdadeiras multidões que transitam inermes e hebetadas, arrojando-se aos abusos alucinógenos à loucura, ao suicídio...
Experiências de laboratório com roedores, aos quais se permitem a procriação incessante, hão demonstrado que a Superpopulação em espaços exíguos os alucina e os incapacita.
Daí defluem, apressados, que o mesmo se vem dando com o homem, para justificarem a falência dos valores éticos, e utilizando-se da observação a fim de fomentarem a necessidade de impedir-se a natalidade espontânea... Em realidade, porém, os fatos demonstram que, com o homem, o fenômeno não é análogo.
Quando os recursos do Evangelho forem realmente utilizados, a pacificação e a concórdia dominarão os corações...
Antes das deliberações finalistas quanto à utilização deste ou daquele recurso anticonceptivo, no falso pressuposto de diminuir a densidade de habitantes, no mundo, recorre ao Evangelho, ora e medita.
Deus tudo provê, sem dúvida, utilizando o próprio homem para tais fins.
Em toda parte na Criação vigem as leis do equilíbrio, particularmente do equilíbrio biológico.
Olha em derredor e concordarás.
Os animais multiplicam-se, as espécies surgem ou desaparecem por impositivos evolutivos, naturais.
Muitas espécies ora extintas sofreram a sanha do homem desarvorado. Mas a ordem divina sempre programou com sabedoria a reprodução e o desaparecimento automático.
O fantasma da fome de que se fala, mesmo quando a Terra não possuía super-população, como as pestes e as guerras dizimou no passado cidades, países inteiros.
Conserva os códigos morais insculpidos no espírito e organiza tua família, confiante, entregando-te a Deus e porfiando no Bem, porqüanto em última análise dEle tudo procede como atento Pai de todos nós.
S.O.S. FAMÍLIA
DIVALDO PEREIRA FRANCO
quinta-feira, 27 de julho de 2017
Os Pais e os Filhos Problema " (...)Nossos filhos, em verdade, não são nossos filhos: São filhos de Deus[...]Emmanuel explica: "Os filhos-problema são aqueles mesmos espíritos que prejudicamos, desfigurando-lhes o caráter e envenenando-lhes os sentimentos"[...]A primeira atitude construtiva dos pais, ante os filhos rebeldes, é desenvolverem em si mesmos a grande compreensão[...] O evangelho de Allan Kardec nos ensina: "Não recuseis, portanto, o filho que no berço repele a mãe, nem aquele que vos paga com a ingratidão: não foi o acaso que o fez assim e que o enviou. Uma intuição imperfeita do passado se revela e dela podeis deduzir que um ou outro já odiou ou foi odiado[...]Os pais espíritas com cérebros esclarecidos e os corações iluminados pela Doutrina Kardecista, devem ficar felizes por encontrarem esta oportunidade grandiosa de cooperar na recuperação de espíritos infelizes; a quem devem e que talvez, há longo tempo, esperam por esta bênção do reencontro.
Os filhos doentes são mensageiros de amor que Deus te envia, para que o amor se desentranhe de qualquer forma do egoísmo enquistado e se inflame de luz, na luz da sublimação". (Emmanuel)
Os laços de família não se verificam por acaso: há uma Lei Divina comandando o destino e a união das almas na vida corpórea. Antes de acolhermos nos braços, com ternura, o ser pequenino, pelas vias da maternidade sagrada, idealizamos para ele o melhor: o corpo mais perfeito, a saúde orgânica integral, a inteligência lúcida; mas não devemos esquecer que essa escolha já foi feita realmente por nós, desde muito tempo, sem ilusões e sonhos, na maioria das vezes, antes de reencarnarmos. Deste modo não devemos alarmar-nos com o que os filhos possam trazer para nós de trabalhos dificuldades e problemas, desde tenra idade.
Nossos filhos, em verdade, não são nossos filhos: São filhos de Deus, e temporariamente se encontram sob nossos cuidados. Junto aos filhos simpáticos, pacíficos e obedientes, surgem também aqueles outros que, desde o berço, já começam a provocar preocupações, irritações, tensões emocionais, aborrecimentos, angústias e canseiras físicas e psíquicas, por apresentarem um temperamento forte de rebeldia e desobediência, destacando-se pela insubordinação e leviandade. São os filhos problema que a Lei da Reencarnação trouxe ao nosso convívio familiar, ensejando a oportunidade de renovação de seus destinos. É o reencontro para a reconciliação indispensável entre pais e filhos, em busca de um melhor futuro espiritual. Na intimidade do coração, os pais sempre indagam quem são estes filhos diferentes que trazem uma maior dose de lutas e trabalhos. O mentor espiritual Emmanuel explica: "Os filhos-problema são aqueles mesmos espíritos que prejudicamos, desfigurando-lhes o caráter e envenenando-lhes os sentimentos".
Os filhos difíceis são filhos de nossas próprias obras, em vidas passadas, que a Providência Divina agora encontra a possibilidade de nos unir pelos laços da consanguinidade, dando-nos a maravilhosa chance de resgate, reparação e os serviços árduos da educação.
A primeira atitude construtiva dos pais, ante os filhos rebeldes, é desenvolverem em si mesmos a grande compreensão, para não se deixarem dominar pela revolta e amargura, julgando que são infelizes e perseguidos pela má sorte... O evangelho de Allan Kardec nos ensina: "Não recuseis, portanto, o filho que no berço repele a mãe, nem aquele que vos paga com a ingratidão: não foi o acaso que o fez assim e que o enviou. Uma intuição imperfeita do passado se revela e dela podeis deduzir que um ou outro já odiou ou foi odiado, que um ou outro veio para perdoar ou para expiar".
Encontramos no livro do espírito André Luiz, "Nos Domínios da Mediunidade" cap. 24, psicografia de Francisco C. Xavier, um fato interessante sobre reencarnação e família. Na encarnação atual, vamos encontrar o pai de nome Júlio, espírita convicto, acometido de paralisia das pernas e que possui quatro filhos desorientados: Américo sofre de perturbação mental. Márcio é vítima do alcoolismo e Guilherme e Benício vivem na leviandade e extravagâncias noturnas. Os Espíritos Superiores revelaram a André Luiz que, em vida passada Júlio, o pai, fora chefe de um grupo de assaltantes e desencaminhou quatro rapazes para aventuras delituosas, os quais, hoje, são seus filhos desequilibrados. Teremos sempre os filhos de que precisamos e merecemos, dentro dos estatutos da Justiça Divina e através dos processos redentores das reencarnações expiatórias.
Os pais espíritas com cérebros esclarecidos e os corações iluminados pela Doutrina Kardecista, devem ficar felizes por encontrarem esta oportunidade grandiosa de cooperar na recuperação de espíritos infelizes; a quem devem e que talvez, há longo tempo, esperam por esta bênção do reencontro.
Walter Barcelos
sábado, 23 de maio de 2015
AVERSÕES
Emmanuel
Os que encarnam numa
família, sobretudo como parentes próximos são, as mais das vezes,
Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam
por uma afeição recíproca na vida terrena.
Mas, também pode
acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos,
afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem
na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação.
Não são os da
consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da
comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos, antes, durante e depois
de suas encarnações.
Do item 8, do Cap.
XIV, de "O Evangelho
Segundo o Espiritismo".
Somos defrontados,
em todos os departamentos da família humana, pelas ocorrências da aversão
inata.
Pais e filhos,
irmãos e parentes outros, não raro, se repelem, desde os primeiros
contactos.
Claramente
verificáveis os fenômenos da hostilidade, entre adultos e crianças,
trazidos pelo imperativo do berço à intimidade do dia-a-dia.
Pais existem
nutrindo antipatia pelos próprios rebentos, desde que esses rebentos lhes
surgem no lar, e existem filhos que se inimizam com os próprios pais, tão
logo senhoreiam o campo mental, nos labores da encarnação.
Arraigado no
labirinto de existências menos felizes, decerto que o problema das reações
negativas, culpas, remorsos, inibições, vinganças e tantos outros está
presente no quadro familiar, em que o ódio acumulado em estâncias do
pretérito se exterioriza, por meio de manifestações catalogáveis na
patologia da mente.
Nessa base de
raciocínio, determinada criança terá sofrido essa ou aquela humilhação da
parte dos pais ou tutores e se desenvolveu abafando propósitos de desforço,
com o que intoxicou a si mesma, no curso do tempo, e certos pais haverão
sentido inesperada animosidade por esse ou aquele filho recém-nato,
alimentando ciúme contra ele, embora sufocando tal sentimento, com
benéficas atitudes de convenção.
Não muito raro, os
cadastros policiais registam infanticídios em que pais ou mães aniquilam o
corpo daqueles mesmos Espíritos aos quais favoreceram com a encarnação na
Terra.
Indubitavelmente, o
tratamento psicológico, visando à cura mental e à sublimação da
personalidade, é o caminho ideal para semelhantes pacientes; urge
entender, porém, que médicos e analistas humanitários conseguirão efetuar
prodígios de compreensão e de amor, liberando enfermos dessa espécie; no
entanto, o estudo da reencarnação é igualmente chamado a funcionar, nos
alicerces da obra de salvamento.
Quantos milhares de
existências terminam anualmente, no mundo, pelos golpes da criminalidade?
Claro está que as vítimas não foram arrebatadas para céus ou infernos
teológicos.
Se compenetradas,
quanto às leis de amor e perdão que dissipam as algemas do ódio,
promovem-se a trabalho digno na Espiritualidade, às vezes até mesmo em
auxílio aos próprios algozes.
Na maioria das
circunstâncias, todavia, persistem no caminho daqueles que lhes
dilapidaram a vida profunda, transformando-se em perseguidores magoados ou
vingativos, jungidos mentalmente aos antigos ofensores, e finalmente
reconduzidos, pelos princípios cármicos, ao renascimento junto deles, a
fim de sanarem, no clima da convivência, os complexos de crueldade que
ainda se lhes destilem do ser.
Quando isso
aconteça, o apostolado de reajuste há-de iniciar-se nos pais, porquanto,
despertos para a lógica e para o entendimento, são convocados pela
sabedoria da vida ao apaziguamento e à renovação.
Observemos, no
entanto, que em semelhantes domínios da alma o apoio da fé religiosa se
erguerá em socorro e terapêutica.
É indispensável amar
e desculpar, compreender e servir, tantas vezes quantas se façam
necessárias, de modo a que sofrimento e dissensão desapareçam e a fim de
que, nas bases da compreensão e da bondade de hoje, as crianças de hoje se
levantem na condição de Espíritos reajustados, perante as Leis do
Universo, garantindo aos adultos, nas trilhas das reencarnações
porvindouras, a redenção de seus próprios destinos.
Psicografia : Francisco
Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
O lar de uma família espírita
O lar de uma família espírita
(Revista Espírita, setembro de 1859)
Há
três anos a Sra. G... ficou viúva, com quatro crianças. O filho mais
velho é um rapaz amável, de dezessete anos, e a filha mais moça uma
encantadora menina de seis. Desde muito tempo essa família se dedica ao
Espiritismo, e antes mesmo que esta crença se tivesse tornado tão
popular como hoje, marido e mulher tinham uma espécie de intuição que
diversas circunstâncias haviam desenvolvido. O pai do Sr. G... havia
aparecido para ele várias vezes, na mocidade, sempre para preveni-lo de
coisas importantes ou para lhe dar conselhos úteis. Fatos semelhantes
também se haviam passado entre os seus amigos, de sorte que para eles a
existência de além-túmulo não era objeto da menor dúvida, assim como não
o era a possibilidade de nos comunicarmos com nossos entes queridos.
Quando
o Espiritismo surgiu, foi apenas a confirmação de uma ideia bem
assentada e santificada pelo sentimento de uma religião esclarecida,
pois aquela família é um modelo de piedade e de caridade evangélica. Na
nova ciência aprenderam os meios mais diretos de comunicação. A mãe e um
dos filhos tornaram-se excelentes médiuns. Mas, longe de empregar essa
faculdade em questões fúteis, todos consideravam-na precioso dom da
Providência, do qual não era permitido servir-se senão para coisas
sérias. Assim, jamais a praticavam sem recolhimento e respeito, e longe
das vistas dos importunos e curiosos.
Nesse
meio tempo o pai adoeceu. Pressentindo seu fim próximo, reuniu os
filhos e lhes disse: “Meus caros filhos e minha amada mulher. Deus me
chama para Ele. Sinto que vou deixar-vos daqui a pouco, mas também sinto
que por vossa fé na imortalidade encontrareis força para suportar esta
separação com coragem, assim como eu levo o consolo de que poderei
sempre estar entre vós e vos ajudar com os meus conselhos. Assim,
chamai-me quando eu não estiver mais na Terra. Virei sentar-me ao vosso
lado e conversar convosco, como o fazem os nossos antepassados. Na
verdade, estaremos menos separados do que se eu partisse para uma terra
distante.
Minha
cara esposa, deixo-te uma grande tarefa, mas quanto mais pesada for,
mais gloriosa será. Tenho certeza de que os nossos filhos te ajudarão a
suportá-la. Não é, meus filhos? Auxiliareis a vossa mãe; evitareis tudo
quanto possa fazê-la sofrer; sereis sempre bons e benevolentes para com
todos; estendereis a mão aos vossos irmãos infelizes, porque não haveis
de querer estendê-la um dia pedindo em vão para vós. Que a paz, a
concórdia e a união reinem entre vós. Que jamais o interesse vos separe,
porque o interesse material é a maior barreira entre a Terra e o Céu.
Pensai que estarei sempre junto a vós; que vos verei como vos vejo neste
momento, e ainda melhor, pois verei o vosso pensamento. Não queirais,
assim, entristecer-me depois da morte, do mesmo modo que não o fizestes
durante a minha vida”.
É
um espetáculo realmente edificante a vida dessa piedosa família.
Alimentadas nas ideias espíritas, essas crianças não se consideram
separadas do pai. Para elas, ele está presente. Temem praticar a menor
ação que possa desagradá-lo. Uma noite por semana, e às vezes mais, é
consagrada a conversar com ele. Existem, porém, as necessidades da vida,
que devem ser providas, pois a família não é rica. É por isso que um
dia certo é marcado para essas conversas piedosas e sempre esperadas com
impaciência. Muitas vezes pergunta a pequenina: “É hoje que papai vem?”
Esse dia transcorre entre conversas familiares e instruções
proporcionadas à inteligência, algumas vezes infantis, outras vezes
graves e sublimes. São conselhos dados a propósito de pequenas
travessuras que ele assinala. Se faz elogios, também não poupa críticas,
e o culpado baixa os olhos, como se o pai estivesse diante dele;
pede-lhe perdão, que por vezes só é concedido depois de algumas semanas
de prova. Sua sentença é esperada com febril ansiedade. Então, que
alegria, quando o pai diz: “Estou contente contigo!” Entretanto, a mais
terrível sentença é: “Não virei na próxima semana.”
A
festa anual não é esquecida. É sempre um dia solene, para o qual
convidam os avós e demais mortos da família, sem esquecer um irmãozinho,
falecido há alguns anos. Os retratos são enfeitados de flores e cada
criança prepara um pequeno trabalho, por vezes apenas uma saudação
tradicional. O mais velho faz uma dissertação sobre assunto grave; uma
das meninas toca um trecho de música; a menor conta uma fábula. É o dia
das grandes comunicações, e cada convidado recebe uma lembrança dos
amigos que deixou na Terra.
Como
são belas essas reuniões, na sua tocante simplicidade! Como tudo, ali,
fala ao coração! Como é possível sair delas sem estar impregnado do amor
ao bem? Nenhum olhar de mofa, nenhum sorriso cético vem perturbar o
piedoso recolhimento. Alguns amigos que partilham das mesmas convicções e
que são devotos da religião da família, são os únicos admitidos a
participar desse banquete do sentimento.
Ride
quanto quiserdes, vós que zombais das coisas mais santas. Por mais
soberbos e endurecidos que sejais, não vos faço a injúria de acreditar
que o vosso orgulho possa ficar impassível e frio ante tal espetáculo.
Um
dia, entretanto, foi de luto para a família, dia de verdadeiro pesar: o
pai havia anunciado que durante algum tempo, longo tempo mesmo, não
poderia vir. Ele havia sido chamado para uma importante missão longe da
Terra. A festa anual não deixou de ser celebrada, mas foi triste, pois o
pai lá não estava. Ao partir, ele havia dito: “Meus filhos, que ao meu
retorno eu vos encontre todos dignos de mim”, e cada um se esforça por
tornar-se digno dele. Eles ainda estão esperando.
ALLAN KARDEC.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
O Dilema da Disciplina
CEZAR BRAGA SAID
É bastante comum em nossos dias ouvirmos reclamações de pais e
professores, em torno do comportamento indisciplinado de crianças e jovens.
Palavrões, brigas, pichações, desrespeito aos mais velhos, desleixo com a
aparência, iniciação sexual precoce, gravidez na adolescência, etc., fazem parte
do rol de atitudes mencionadas para caracterizar esse comportamento
indisciplinado.
Não se pode perder de vista o despreparo dos pais na condução da prole.
Quando bem dotados financeiramente, matriculam os filhos nas melhores
escolas, proporcionam-lhes viagens de estudos e entretenimento, oferecem-lhes
cursos de informática e idiomas, alimentação apurada, cuidando com extremo
desvelo do corpo, investindo somente na sua formação intelectual.
A formação moral, quando lembrada, é relegada para alguma religião ou
transferida para a escola, pois estes mesmos pais estão muito ocupados com
outros afazeres ou envolvidos com outras atividades que consideram relevantes.
Nas famílias menos dotadas de recursos materiais, o desenvolvimento da
criança já se vê comprometido em razão da carência alimentar, da falta de tempo
dos pais para orientá-los, pois saem muito cedo para trabalhar e retornam muito
tarde. Existindo então outros compiladores.
Às vezes a criança é filha de pais separados, que por razões diversas nem
sempre conseguem atender convenientemente às suas carências e necessidades.
A televisão tornou-se de um tempo para cá a companheira e a educadora
de muitas das nossas crianças e jovens, e, infelizmente, uma companhia
altamente questionável.
É preciso que se diga, ainda, que os professores, na grande maioria, não
foram preparados para lidar com crianças que apresentam problemas de
comportamento e nem com aquelas portadoras de necessidades especiais.
Quando conseguem um mínimo de conhecimento teórico, é porque fazem algum
curso adicional ou a larga experiência dos anos lhes fez acumular conhecimentos
suficientes sobre o assunto.
Ao despreparo dos pais junta-se o despreparo dos professores.
Considerando essa variedade de fatores que, até certo ponto, explicam os
problemas apresentados pelos educandos, não podemos esquecer que eles são
Espíritos reencarnados, trazendo tendências e aptidões das vidas passadas. E
que os mesmos possuem afetos e desafetos no mundo espiritual, influenciando lhes
direta ou indiretamente o comportamento.
Com tudo isso, como estabelecer uma disciplina que prepare, oriente e
colabore na formação de homens de bem?
Didaticamente podemos pensar em três níveis de disciplina:
· PREVENTIVA
· PUNITIVA
· REPARADORA
A disciplina preventiva é aquela que é trabalhada desde a gestação,
perpassando todas as fases do desenvolvimento biopsicossocial da criança.
Paulo Freire (1989) salienta que a disciplina externa é necessária para
estruturar a interna e que a criança entregue a si mesma dificilmente se
disciplina. A presença e o exercício da autoridade paterna e materna é
indispensável na construção da sua autonomia.
Parafraseando o educador Rubem Alves (1988), afirmamos que é
necessário libertar a criança das disciplinas desnecessárias, a fim de que ela
consiga lidar com aquelas que são inevitáveis no caminho de qualquer pessoa
adulta, e até mesmo aceitá-las.
Como é importante a presença de limites, de regras na fase infantil. E
disciplina não é apenas um conjunto de normas que estipulam deveres a ser
cumpridos. A natureza possui uma disciplina sem a qual os mares invadiriam as
regiões continentais, os continentes gelados se derreteriam, as cadeias
alimentares entrariam em desequilíbrio, os planetas colidiriam uns com os outros.
O amor estabelece a disciplina do bem--querer, do perdoar incessantemente, do
fazer o bem a quem nos faz o mal e assim por diante.
Não podemos e nem devemos associar disciplina a surras e agressões,
pois esse tipo de postura já é violência e não disciplina.
Joanna de Ângelis (1991) fala-nos de três tipos de indivíduos adultos, que
resultam de uma educação bem ou mal orientada:
a) Os insatisfeitos: são aqueles que foram vítimas de pais instáveis
emocionalmente, despreparados para orientarem seus filhos para a vida. Pais
violentos ou indiferentes.
b) Os dependentes: são aqueles que foram mimados, tiveram todas as
suas vontades e caprichos satisfeitos, viveram numa redoma e quando em
contato com o mundo, precisando cortar o cordão umbilical e decidir, optar,
entram em crises ou sempre recorrem a quem possa decidir por eles.
c) Os realizados: são pessoas que vivem instantes de dependência e de
insatisfação, mas conseguem administrar bem os seus conflitos. Normalmente
conviveram com regras e tiveram afeto durante a infância, e graças a isso,
desenvolveram uma capacidade de decidir com autonomia, correndo os riscos
necessários e assumindo as conseqüências dos seus atos.
A disciplina punitiva é aquela aplicada nos presídios, nos lares onde os
pais corrigem com violência seus filhos, nos países onde o crime é punido com
outro crime (pena de morte), e que, inevitavelmente, não promove, não remove
as causas da indisciplina.
A esse respeito Pedro de Camargo (1977) escreveu:
“Para bem agirmos em prol do saneamento moral, precisamos partir deste
princípio: o crime não é o criminoso, o vício não é o viciado, o pecado não é o
pecador (...) o doente não é a doença. Assim como se combatem as
enfermidades e não os enfermos, assim também se deve combater o crime, o
vício e o pecado, e não o criminoso, o viciado e o pecador”.
Theobaldo Miranda Santos (1964) afirma que os castigos ministrados com
raiva até acentuam a revolta da criança. É necessário que ela perceba na
correção de que é objeto o propósito do seu aperfeiçoamento.
A disciplina reparadora é a única capaz de ir até as causas da indisciplina,
que se localizam no Espírito imortal, e que segundo Ney Lobo (1989), citando
Allan Kardec, residem no instinto de conservação exagerado e no
desconhecimento do passado e do futuro do Espírito. Só ela pode minimizar a
crença na superioridade individual, o orgulho e o egoísmo, que conduzimos em
nosso cerne.
Exemplificando, é preciso que a criança seja levada a corrigir o que errou,consertar o que quebrou, repor o que retirou, desculpar-se com quem ofendeu, fazendo sempre uma ação contrária e correta àquela que foi considerada uma indisciplina.
Conscientizando-se de que errou.
É claro que isso não se consegue sempre no exato momento em que ela é
flagrada em erro. É preciso que os educadores, de modo geral, tenham o tato
necessário para aguardar a hora certa de solicitar a correção. No calor das
emoções exaltadas é muito difícil que a criança se predisponha a essa
reparação. E não raro, quando se exige isso logo de imediato, comete-se um
outro erro, o de humilhá-la, obrigando-a a uma correção forçada e exterior, sem
que ela se convença do seu equívoco. Escreve o filósofo Ney Lobo (1989) que:
“O grau de responsabilidade disciplinar do educando deve ser diretamente
proporcional à gravidade da falta, ao grau de liberdade em cometê-la ou não e a
sua idade, não somente biológica ou mental, mas relativa ao nível espiritual. Esta
idade espiritual se apresenta através dos componentes: inteligência e moralidade
(variáveis de um espírito para outro)”.
É com a disciplina reparadora que a criança conseguirá ser um adulto
realizado, nas palavras de Joanna de Ângelis, libertando-se de sentimentos de
culpa, da censura social, estruturando sua disciplina interna e utilizando seu livrearbítrio
sempre para o bem.
Diz-nos também Allan Kardec (1997) no livro “O Céu e o Inferno”:
“Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três
condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas
conseqüências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela
esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o
efeito destruindo-lhe a causa.”
Só nos resta investir cada vez mais na Educação do Espírito, se
quisermos fazer da Terra um mundo feliz, governado por Homens inteligentes e
bons, regidos pela disciplina do Amor. L
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo. Rio de
Janeiro, FEB,1997.
ALVES, Rubem. O Enigma da Religião. Campinas: Papirus, 1988.
CAMARGO, Pedro de. O Mestre na Educação. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Consciência. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador: Alvorada, 1991.
FREIRE, Paulo. Dialogando sobre disciplina. In: D’ANTOLA, Arlette (org). Disciplina na
escola: Autoridade versus autoritarismo. São Paulo: EPU, 1989.
LOBO, Ney. Filosofia Espírita da Educação. Rio de Janeiro: FEB, 1989.
SANTOS, Theobaldo Miranda. Noções de Filosofia da Educação. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 1964
Reformador : Dezembro de 1999
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
A criança
pedro de camargo
Fonte: O Mestre na Educação - FEB - 6ª Edição
Recordemos
duas sentenças acerca da criança, proferidas pelo Profeta de Nazaré.
Disse ele: “Deixai vir a mim os pequeninos; não os impeçais, porque
deles é o reino dos céus”.
E mais: “Em verdade vos digo, que, se não vos fizerdes como as crianças, não entrareis no reino dos céus”.
A primeira destas duas assertivas não exprime tão somente uma expressão carinhosa, um gesto afetuoso, aliás, muito próprio do caráter e da personalidade do Divino Mestre; encerra também sabedoria, revelando o perfeito conhecimento das condições em que as crianças se encontram ao encetarem a sua entrada no seio da Humanidade, e, ao mesmo tempo, recorda e põe em destaque os compromissos daqueles que aqui as recebem, notadamente os pais e preceptores.
A criança – notemos bem – não é uma entidade recém-criada: é, apenas, recém-nascida, fenômeno este que se consuma em cada uma das vezes que o Espírito imortal reveste a indumentária carnal, permanecendo no plano terreno por tempo incerto, que pode ser mais ou menos dilatado.
Quando, pois, Jesus diz – deixai vir a mim os pequeninos – adverte-nos quanto à época propícia ao lançamento das bases educativas.
Não forçamos a interpretação. Jesus não é mestre? O mister que exerceu neste mundo, não foi ensinar a curar?
Portanto, encaminhar as crianças a ele, importa em educá-las segundo os preceitos de sua escola. Consideremos ainda o que Jesus afirmou de si mesmo: Eu sou a Verdade. Eu sou a luz do mundo.
Ora, o que é educar, no legítimo sentido da expressão, senão orientar o Espírito na aquisição parcial, porém progressiva, da Verdade? Dessa Verdade que é luz; dessa luz que é redenção? - na conformidade de mais esta frase elucidativa da missão do Verbo encarnado: Se permanecerdes nas minhas palavras, sereis realmente meus discípulos; e conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará?
Esquadrinhemos o quanto possível o pensamento do Mestre:
Após o – deixai vir a mim os pequeninos – ele acrescentou: Não os impeçais – isto, porque os discípulos pretenderam impedir que as crianças se aproximassem dele. Nós – nos dias de hoje, descurando da educação infantil – o que estamos fazendo senão impedir que as crianças se instruam e se iluminem conforme os preceitos da escola cristã?
Deixar de proporcionar à infância essa oportunidade, é contribuir para o seu extravio, quando está em nossas possibilidades conduzi-la àquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Prosseguindo, consideremos a terceira parte da sentença ora comentada: porque delas – das crianças – é o reino dos céus.
A velha ortodoxia ensina que o reino dos céus lhes pertence porque elas são inocentes, e, assim, desencarnando nessa condição, vão integrar-se naquele reino.
Semelhante interpretação, porém, não procede; não resiste mesmo ao mais ligeiro sopro de raciocínio.
Senão vejamos: Onde o mérito da criança para obter o céu? Que fez ela digno de tamanha recompensa, considerando, sobretudo, o conceito desta frase, que foi enfaticamente proclamada por Jesus?!: A cada um será dado segundo as suas obras.
Se não é licito imputar culpa às crianças, também, de igual modo, não lhes podemos conceder merecimentos. A prevalecer aquele postulado, isto é, que a criança desencarnada vai para o céu, a melhor ventura, o maior bem que lhe poderia suceder, seria, por certo, a morte. Em tal hipótese deveriam desaparecer a Puericultura e a Pediatria como ciências heréticas, e levantar-se um monumento a Herodes I, o tetrarca, da Galiléia, porque tendo decretado a degola de milhares de crianças nascidas em Belém e suas cercanias, enviou ao reino dos céus grande falange de almas sem pecado. Tampouco teria fundamento os protestos da nossa imprensa chamando a atenção das autoridades para o vultoso número de crianças que sucumbem em nossa sociedade; antes, fariam jus, essas autoridades, a louvores, por estarem carreando essas levas sucessivas de inocentes para os tabernáculos eternos.
Semelhante erronia procede do desconhecimento da verdade a respeito da criança e das leis que regem e regulam a marcha evolutiva dos seres conscientes, e, por isso, responsáveis.
Sendo a criança que nasce um Espírito que se reencarna, a sua inocência resulta da ignorância do mal no decurso dos primeiros anos de cada existência. E, mais ainda, porque o novo aparelho, a matéria, em vias de desenvolvimento, obscurece a mente, constrangendo o Espírito dentro de limites acanhados, determinando um recomeço. Assim é necessário, pois é mediante essas reiniciações verificadas através das existências sucessivas que se processam as retificações que a alma imortal vai imprimindo na linha mais ou menos sinuosa de sua evolução.
Cada passagem pela Terra importa numa oportunidade, sendo que os sete anos iniciais são os mais adequados e propícios ao lançamento das bases educativas, segundo ensinam os nossos irmãos maiores, devendo, por isso, merecer dos pais e dos preceptores os mais atentos cuidados.
É após aquele período que o Espírito integra o seu aprisionamento na carne, sendo, portanto, a fase mais adequada às iniciações renovadoras.
A criança nessa época ignora os preconceitos de raça, nacionalidade, classe, credos e posição social. Elas são propensas a se confraternizarem. Se, por vezes, rixam e se hostilizam mutuamente, não guardam ressentimentos, pois jamais o sol se põe sem que se hajam reconciliado. Às contendas da manhã, sucedem, invariavelmente, as fraternas amistosidades da tarde.
É tão acentuada a naturalidade de suas atitudes, que, desconhecendo o direito de propriedade que vigora em nossa sociedade da maneira mais rigorosa, as crianças vão-se apossando de qualquer objeto ou brinquedo que encontram ao alcance e lhes desperta interesse, desfrutando o prazer de admirá-lo e dele se servirem como coisa sua.
Conforme verificamos, tanto no fato de não guardarem animosidade, como também no que respeita ao modo como encaram as utilidades da vida, as crianças dão lições aos homens, justificando estes dizeres do Divino Educador: se não vos fizerdes como as crianças não entrareis no reino de Deus.
Cada nova existência importa, pois, no retorno do aluno ao ciclo de aprendizagem, e ao centro de experiências renovadas. Desprezar tais oportunidades, deixando de orientar e conduzir as crianças – é crime de lesa-humanidade cometido pelos responsáveis, considerando que, dentre estes, nós, os espíritas, assumimos a parte mais acentuada dentro do critério desta luminosa sentença do Cristo de Deus: A quem muito foi dado, muito será exigido.
Pensemos, portanto, no problema da Educação, dando escola às crianças, pois do contrário estaremos falhando lamentavelmente ao cumprimento do mais imperioso dever que nos cabe desempenhar.
E mais: “Em verdade vos digo, que, se não vos fizerdes como as crianças, não entrareis no reino dos céus”.
A primeira destas duas assertivas não exprime tão somente uma expressão carinhosa, um gesto afetuoso, aliás, muito próprio do caráter e da personalidade do Divino Mestre; encerra também sabedoria, revelando o perfeito conhecimento das condições em que as crianças se encontram ao encetarem a sua entrada no seio da Humanidade, e, ao mesmo tempo, recorda e põe em destaque os compromissos daqueles que aqui as recebem, notadamente os pais e preceptores.
A criança – notemos bem – não é uma entidade recém-criada: é, apenas, recém-nascida, fenômeno este que se consuma em cada uma das vezes que o Espírito imortal reveste a indumentária carnal, permanecendo no plano terreno por tempo incerto, que pode ser mais ou menos dilatado.
Quando, pois, Jesus diz – deixai vir a mim os pequeninos – adverte-nos quanto à época propícia ao lançamento das bases educativas.
Não forçamos a interpretação. Jesus não é mestre? O mister que exerceu neste mundo, não foi ensinar a curar?
Portanto, encaminhar as crianças a ele, importa em educá-las segundo os preceitos de sua escola. Consideremos ainda o que Jesus afirmou de si mesmo: Eu sou a Verdade. Eu sou a luz do mundo.
Ora, o que é educar, no legítimo sentido da expressão, senão orientar o Espírito na aquisição parcial, porém progressiva, da Verdade? Dessa Verdade que é luz; dessa luz que é redenção? - na conformidade de mais esta frase elucidativa da missão do Verbo encarnado: Se permanecerdes nas minhas palavras, sereis realmente meus discípulos; e conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará?
Esquadrinhemos o quanto possível o pensamento do Mestre:
Após o – deixai vir a mim os pequeninos – ele acrescentou: Não os impeçais – isto, porque os discípulos pretenderam impedir que as crianças se aproximassem dele. Nós – nos dias de hoje, descurando da educação infantil – o que estamos fazendo senão impedir que as crianças se instruam e se iluminem conforme os preceitos da escola cristã?
Deixar de proporcionar à infância essa oportunidade, é contribuir para o seu extravio, quando está em nossas possibilidades conduzi-la àquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Prosseguindo, consideremos a terceira parte da sentença ora comentada: porque delas – das crianças – é o reino dos céus.
A velha ortodoxia ensina que o reino dos céus lhes pertence porque elas são inocentes, e, assim, desencarnando nessa condição, vão integrar-se naquele reino.
Semelhante interpretação, porém, não procede; não resiste mesmo ao mais ligeiro sopro de raciocínio.
Senão vejamos: Onde o mérito da criança para obter o céu? Que fez ela digno de tamanha recompensa, considerando, sobretudo, o conceito desta frase, que foi enfaticamente proclamada por Jesus?!: A cada um será dado segundo as suas obras.
Se não é licito imputar culpa às crianças, também, de igual modo, não lhes podemos conceder merecimentos. A prevalecer aquele postulado, isto é, que a criança desencarnada vai para o céu, a melhor ventura, o maior bem que lhe poderia suceder, seria, por certo, a morte. Em tal hipótese deveriam desaparecer a Puericultura e a Pediatria como ciências heréticas, e levantar-se um monumento a Herodes I, o tetrarca, da Galiléia, porque tendo decretado a degola de milhares de crianças nascidas em Belém e suas cercanias, enviou ao reino dos céus grande falange de almas sem pecado. Tampouco teria fundamento os protestos da nossa imprensa chamando a atenção das autoridades para o vultoso número de crianças que sucumbem em nossa sociedade; antes, fariam jus, essas autoridades, a louvores, por estarem carreando essas levas sucessivas de inocentes para os tabernáculos eternos.
Semelhante erronia procede do desconhecimento da verdade a respeito da criança e das leis que regem e regulam a marcha evolutiva dos seres conscientes, e, por isso, responsáveis.
Sendo a criança que nasce um Espírito que se reencarna, a sua inocência resulta da ignorância do mal no decurso dos primeiros anos de cada existência. E, mais ainda, porque o novo aparelho, a matéria, em vias de desenvolvimento, obscurece a mente, constrangendo o Espírito dentro de limites acanhados, determinando um recomeço. Assim é necessário, pois é mediante essas reiniciações verificadas através das existências sucessivas que se processam as retificações que a alma imortal vai imprimindo na linha mais ou menos sinuosa de sua evolução.
Cada passagem pela Terra importa numa oportunidade, sendo que os sete anos iniciais são os mais adequados e propícios ao lançamento das bases educativas, segundo ensinam os nossos irmãos maiores, devendo, por isso, merecer dos pais e dos preceptores os mais atentos cuidados.
É após aquele período que o Espírito integra o seu aprisionamento na carne, sendo, portanto, a fase mais adequada às iniciações renovadoras.
A criança nessa época ignora os preconceitos de raça, nacionalidade, classe, credos e posição social. Elas são propensas a se confraternizarem. Se, por vezes, rixam e se hostilizam mutuamente, não guardam ressentimentos, pois jamais o sol se põe sem que se hajam reconciliado. Às contendas da manhã, sucedem, invariavelmente, as fraternas amistosidades da tarde.
É tão acentuada a naturalidade de suas atitudes, que, desconhecendo o direito de propriedade que vigora em nossa sociedade da maneira mais rigorosa, as crianças vão-se apossando de qualquer objeto ou brinquedo que encontram ao alcance e lhes desperta interesse, desfrutando o prazer de admirá-lo e dele se servirem como coisa sua.
Conforme verificamos, tanto no fato de não guardarem animosidade, como também no que respeita ao modo como encaram as utilidades da vida, as crianças dão lições aos homens, justificando estes dizeres do Divino Educador: se não vos fizerdes como as crianças não entrareis no reino de Deus.
Cada nova existência importa, pois, no retorno do aluno ao ciclo de aprendizagem, e ao centro de experiências renovadas. Desprezar tais oportunidades, deixando de orientar e conduzir as crianças – é crime de lesa-humanidade cometido pelos responsáveis, considerando que, dentre estes, nós, os espíritas, assumimos a parte mais acentuada dentro do critério desta luminosa sentença do Cristo de Deus: A quem muito foi dado, muito será exigido.
Pensemos, portanto, no problema da Educação, dando escola às crianças, pois do contrário estaremos falhando lamentavelmente ao cumprimento do mais imperioso dever que nos cabe desempenhar.
Marcadores:
Criança,
Doutrina Espírita,
Educação,
Evangelho,
Evangelização,
familia,
Família,
Filhos,
Mensagens,
Pais,
Pedro de Camargo(Vinícius)
instrução e educação
Pedro de camargo
Fonte: O Mestre na Educação - FEB - 6ª Edição
É
preciso não confundir instrução com educação. A educação abrange a
instrução, mas pode haver instrução desacompanhada de educação.
A instrução relaciona-se com o intelecto: a educação com o caráter. Instruir é ilustrar a mente com certa soma de conhecimentos sobre um ou vários ramos científicos. Educar é desenvolver os poderes do Espírito, não só na aquisição do saber, como especialmente na formação e consolidação do caráter.
O intelectualismo não supre o cultivo dos sentimentos. “Não basta ter coração, é preciso ter bom coração”, disse Hilário Ribeiro, o educador emérito cuja extraordinária competência pedagógica estava na altura da modéstia e da simplicidade que lhe exortam o formoso espírito.
Razão e coração devem marchar unidos na obra do aperfeiçoamento do espírito, pois em tal importa o senso da vida. Descurar a aprendizagem da virtude, deixando-se levar pelos deslumbramentos da inteligência, é erro de funestas conseqüências.
Sobre este assunto, não há muito, o presidente dos Estados Unidos da América do Norte citou um julgado da “Suprema Corte de Justiça” de Massachusetts, no qual, entre outros princípios de grande importância, se enunciou o de que “o poder intelectual só e a formação cientifica, sem integridade de caráter, podem ser mais prejudiciais que a ignorância. A inteligência, superiormente instruída, aliada ao desprezo das virtudes fundamentais, constitui uma ameaça”.
Convém acentuar aqui que a consciência religiosa corresponde, neste particular, ao fator principal na formação dos caracteres. Já de propósito usamos a expressão – consciência religiosa – ao invés de religião, para que não confundam idéias distintas entre si. Religiões há muitas, mas a consciência religiosa é uma só. Por essa designação entendemos o império interior da moral pura, universal e imutável conforme foi ensinada e exemplificada por Jesus Cristo. A consciência religiosa importa em um modo de ser, e não em um modo de crer.
É possível que nos objetem: mas, a moral cristã é tão velha, e nada tem produzido de eficiente na reforma dos costumes. Retrucaremos: não pode ser velho aquilo que não foi usado. A moral cristã é, em sua pureza e em sua essência, desconhecida da Humanidade. Sua atuação ainda não se fez sentir ostensivamente. O que se tem espalhado como sendo o Cristianismo é a sua contrafação. Da sanção dessa moral é que está dependendo a felicidade humana sob todos os aspectos.
O intelectualismo, repetimos, não resolve os grandes problemas sociais que estão convulsionando o mundo. O fracasso da Liga das Nações é um exemplo frisante; é, como esse, muitos outros estão patentes para os que têm olhos de ver.
Bem judiciosas são as seguintes considerações de Vieira sobre o inestimável valor da educação sob seu aspecto moral:
Em todas as ciências é certo que há muitos erros, dos quais nasce a diferença de opiniões; em todas as ciências há muitas ignorâncias, as quais confessam todos os maiores letrados que não compreendem nem alcançam. Pois se veio a Sabedoria divina ao mundo, por que alumiou estes erros, por que não tirou estas ignorâncias? Porque errar ou acertar em todas as matérias, sabê-las ou não as saber, pouca coisa importa; o que só importa é saber salvar, o que só importa é acertar a ser bom: e isto é justo é o que nos veio ensinar o Filho de Deus. Nem ensinou aos filósofos a composição dos continentes, nem aos geômetras a quadratura do circulo, nem aos mareantes a altura de Leste e Oeste, nem aos químicos o descobrimento da pedra filosofal, nem aos médicos as virtudes das ervas, das plantas e dos mesmos elementos; nem aos astrólogos e astrônomos o curso, a grandeza, o número e as influências dos astros: só nos ensinou a perdoar as injúrias, só nos ensinou a sofrer perseguições pela causa da justiça, só nos ensinou a chorar e aborrecer o pecado e amar e exercitar a virtude; porque estas são as regras e as conclusões, estes os preceitos e os teoremas por onde se aprende a ser bom, a ser justo, que é a ciência que professou e veio ensinar o Filho de Deus.
***
É de semelhante espécie de ensino que precisam os homens de nossos dias. Todos os problemas do momento atual se resumem em uma questão de caráter: só pela educação podem ser solucionados.
Demasiada importância se liga às várias modalidades do saber, descurando-se o principal, que é a ciência do bem.
Os pais geralmente se preocupam com a carreira que os filhos deverão seguir, deixando-se impressionar pelo brilho e pelo resultado utilitário que de tais carreiras possam advir. No entanto, deixam de atentar para a questão fundamental da vida, que se resolve em criar e consolidar o caráter. Antes de tudo, e acima de tudo, os pais devem curar da educação moral dos filhos, relegando às inclinações e vocações de cada um a escolha da profissão, como acessório.
A crise que assoberba o mundo é a crise de caráter, responsável por todas as outras.
O momento reclama a ação de homens honestos, escrupulosos, possuídos do espírito de justiça e compenetrados das suas responsabilidades.
Temos vivido sob o despotismo da inteligência. Cumpre sacudir-lhe o jugo fascinador, proclamando o reinado do caráter, o império da consciência, da moral e dos sentimentos.
A instrução relaciona-se com o intelecto: a educação com o caráter. Instruir é ilustrar a mente com certa soma de conhecimentos sobre um ou vários ramos científicos. Educar é desenvolver os poderes do Espírito, não só na aquisição do saber, como especialmente na formação e consolidação do caráter.
O intelectualismo não supre o cultivo dos sentimentos. “Não basta ter coração, é preciso ter bom coração”, disse Hilário Ribeiro, o educador emérito cuja extraordinária competência pedagógica estava na altura da modéstia e da simplicidade que lhe exortam o formoso espírito.
Razão e coração devem marchar unidos na obra do aperfeiçoamento do espírito, pois em tal importa o senso da vida. Descurar a aprendizagem da virtude, deixando-se levar pelos deslumbramentos da inteligência, é erro de funestas conseqüências.
Sobre este assunto, não há muito, o presidente dos Estados Unidos da América do Norte citou um julgado da “Suprema Corte de Justiça” de Massachusetts, no qual, entre outros princípios de grande importância, se enunciou o de que “o poder intelectual só e a formação cientifica, sem integridade de caráter, podem ser mais prejudiciais que a ignorância. A inteligência, superiormente instruída, aliada ao desprezo das virtudes fundamentais, constitui uma ameaça”.
Convém acentuar aqui que a consciência religiosa corresponde, neste particular, ao fator principal na formação dos caracteres. Já de propósito usamos a expressão – consciência religiosa – ao invés de religião, para que não confundam idéias distintas entre si. Religiões há muitas, mas a consciência religiosa é uma só. Por essa designação entendemos o império interior da moral pura, universal e imutável conforme foi ensinada e exemplificada por Jesus Cristo. A consciência religiosa importa em um modo de ser, e não em um modo de crer.
É possível que nos objetem: mas, a moral cristã é tão velha, e nada tem produzido de eficiente na reforma dos costumes. Retrucaremos: não pode ser velho aquilo que não foi usado. A moral cristã é, em sua pureza e em sua essência, desconhecida da Humanidade. Sua atuação ainda não se fez sentir ostensivamente. O que se tem espalhado como sendo o Cristianismo é a sua contrafação. Da sanção dessa moral é que está dependendo a felicidade humana sob todos os aspectos.
O intelectualismo, repetimos, não resolve os grandes problemas sociais que estão convulsionando o mundo. O fracasso da Liga das Nações é um exemplo frisante; é, como esse, muitos outros estão patentes para os que têm olhos de ver.
Bem judiciosas são as seguintes considerações de Vieira sobre o inestimável valor da educação sob seu aspecto moral:
Em todas as ciências é certo que há muitos erros, dos quais nasce a diferença de opiniões; em todas as ciências há muitas ignorâncias, as quais confessam todos os maiores letrados que não compreendem nem alcançam. Pois se veio a Sabedoria divina ao mundo, por que alumiou estes erros, por que não tirou estas ignorâncias? Porque errar ou acertar em todas as matérias, sabê-las ou não as saber, pouca coisa importa; o que só importa é saber salvar, o que só importa é acertar a ser bom: e isto é justo é o que nos veio ensinar o Filho de Deus. Nem ensinou aos filósofos a composição dos continentes, nem aos geômetras a quadratura do circulo, nem aos mareantes a altura de Leste e Oeste, nem aos químicos o descobrimento da pedra filosofal, nem aos médicos as virtudes das ervas, das plantas e dos mesmos elementos; nem aos astrólogos e astrônomos o curso, a grandeza, o número e as influências dos astros: só nos ensinou a perdoar as injúrias, só nos ensinou a sofrer perseguições pela causa da justiça, só nos ensinou a chorar e aborrecer o pecado e amar e exercitar a virtude; porque estas são as regras e as conclusões, estes os preceitos e os teoremas por onde se aprende a ser bom, a ser justo, que é a ciência que professou e veio ensinar o Filho de Deus.
***
É de semelhante espécie de ensino que precisam os homens de nossos dias. Todos os problemas do momento atual se resumem em uma questão de caráter: só pela educação podem ser solucionados.
Demasiada importância se liga às várias modalidades do saber, descurando-se o principal, que é a ciência do bem.
Os pais geralmente se preocupam com a carreira que os filhos deverão seguir, deixando-se impressionar pelo brilho e pelo resultado utilitário que de tais carreiras possam advir. No entanto, deixam de atentar para a questão fundamental da vida, que se resolve em criar e consolidar o caráter. Antes de tudo, e acima de tudo, os pais devem curar da educação moral dos filhos, relegando às inclinações e vocações de cada um a escolha da profissão, como acessório.
A crise que assoberba o mundo é a crise de caráter, responsável por todas as outras.
O momento reclama a ação de homens honestos, escrupulosos, possuídos do espírito de justiça e compenetrados das suas responsabilidades.
Temos vivido sob o despotismo da inteligência. Cumpre sacudir-lhe o jugo fascinador, proclamando o reinado do caráter, o império da consciência, da moral e dos sentimentos.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
ESTUDO EVANGÉLICO NO LAR
Na
expressiva república do lar, onde se produzem as experiências de
sublimação, estabelece o estatuto do Evangelho de Jesus como diretriz
de segurança e legislação de sabedoria, a fim de equilibrares
e conduzires com retidão os que aí habitam em clima familial.
Semanalmente,
em regime de pontualidade e regularidade, abre as páginas fulgurantes
onde estão insculpidos os "ditos do Senhor" e estuda com o
teu grupo doméstico as sempre atuais lições que convidam
a maduras ponderações, de imediata utilidade.
Haurirás
inusitado vigor que te fortalecerá do Íntimo para o exterior,
concitando-te à alegria.
Compartirás,
no exame das questões sempre novas na pauta dos estudos, dos problemas
que inquietam os filhos e demais membros do clã, encontrando, pela inspiração
que fluirá abundante, soluções oportunas e simples para
as complexas dificuldades, debatendo com franqueza e honestidade as limitações
e os impedimentos, que não raro geram atrito, estimulando animosidade
no conserto de reparação na intimidade doméstica.
Penetrarás
elucidações dantes não alcançadas, robustecendo
o Espírito para as conjunturas difíceis em que transitarás
inevitavelmente.
Ensejar-te-ás
diálogos agradáveis sob a diamantina claridade da fé e
a balsâmica medicação da paz, estabelecendo vigorosos liames
de entrosamento anímico e fraternal entre os participantes do ágape
espiritual.
Dramas
que surgem na família; incompreensões que se agitavam; urdidas
traiçoeiras; pessoas em rampa de perigo iminente; enfermidades em fixação;
cerco obsessivo constritor; suspeitas em desdobramennto pernicioso; angústias
em crises a caminho do autocídio; inquietações de vária
ordem em painéis de agressividade ou loucura recebem no culto evangélico
do lar o indispensável antídoto com as conseqüenntes reservas
de esclarecimento e coragem para dirimir equívocos, finalizar perturbações,
predispor à paz e ajudar nos embates todos quantos aspirem à renovação,
entusiasmo e liberdade.
Onde
se acende uma lâmpada, coloca-se um impedimento à sombra e à
desfaçatez ...
No
lugar em que a ordem elabora esquema de produtividade, escasseia a incúria
e se debilita a estroinice.
O
convite do Evangelho, portanto, - lâmpada sublime e lei dignificante -
tem caráter primeiro.
Da
mesma forma que a enxada operosa requisita os braços diligentes e a terra
abençoada espera serviço de proteção e cultivo,
a lavoura do bem entre os homens exige trabalho contínuo e operários
especializados.
Começa,
desse modo, na família, a tua obra de extensão à fraternidade
geral.
Inconseqüente
arregimentar esforços de salvação externa e falires na
intimidade doméstica, adiando compromissos.
Faze
o indispensável, da tua parte, todavia, se os teus se negarem compartir
o ministério a que te propões, a sós, reservadamente, na
limitação da tua peça de dormir, instala a primeira lâmpada
de estudo evangélico e porfia ...
Se,
todavia, os teus filhos estiverem, ainda, sob a tua tutela, não creias
na validade do conceito de deixá-los ir, sem religião, sem Deus
... Como lhes dás agasalho e pão, medicamento e instrução,
vestuário e moedas, oferta-lhes, igualmente, o alimento espiritual, semeando
no solo dos seus Espíritos as estrelas da fé, que hoje ou mais
tarde se transformarão na única fortuna de que disporão,
ante o inevitável trânsito para o país do além-túmulo
...
Não
te descures.
A
noite da oração em família, do estudo cristão no
lar, é a festiva oportunidade de conviver algumas horas com os Espíritos
da Luz que virão ajudar-te nas provações purificadoras,
em nome daquele que é o Benfeitor vigilante e Amigo de todos nós.
Joanna
de Ângelis
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
FILHOS INGRATOS
A
ingratidão - chaga pestífera que um dia há de desaparecer
da Terra - tem suas nascentes no egoísmo, que e o remanescente mais vil
da natureza animal, lamentavelmente persistindo na Humanidade.
A
ingratidão sob qualquer forma considerada, expressa o primarismo espiritual
de quem a carrega, produzindo incoercível mal-estar onde se apresenta.
O
ingrato, isto é, aquele que retribui o bem pelo mal, a generosidade pela
avareza, a simpatia pela aversão, o acolhimento pela repulsa, a bondade
pela soberba é sempre um atormentado que esparze insatisfação,
martirizando quantos o acolhem e socorrem.
O
homem vitimado pela ingratidão supõe tudo merecer e nada retribuir,
falsamente acreditando ser credor de deveres do próximo para consigo,
sem qualquer compensação de sua parte.
Estulto,
desdenha os benefícios recolhidos a fim de exigir novas contribuições
que a própria insânia desconsidera. É arrogante e mesquinho
porque padece atrofia dos sentimentos, transitando nas faixas da semiconsciência
e da irresponsabilidade.
Sendo
a ingratidão, no seu sentido genérico, detestável nódoa
moral, a dos filhos para com os pais assume proporções relevantes,
desde que resulta num hediondo ato de rebeldia contra a Criação
Divina.
O
filho ingrato é dilacerador do coração dos pais, ímpio
verdugo que se não comove com as doloridas lágrimas maternas,
nem com as angústias somadas e penosas do sentimento paterno.
Com
a desagregação da família, que se observa generalizada
na atualidade, a ingratidão dos filhos torna-se responsável pela
presença de vários cânceres morais, no combalido organismo
social, cuja terapia se apresenta complexa e difícil.
Sem
dúvida, muitos pais, despreparados para o ministério que defrontam
em relação à prole, cometem erros graves, que influem consideravelmente
no comportamento dos filhos que, a seu turno, logo podem, se rebelam contra
estes, crucificando-os nas traves ásperas da ingratidão, da rebeldia
e da agressividade contínua, culminando, não raro, em cenas de
pugilato e vergonha.
Muitos
progenitores, igualmente, imaturos ou versáteis, que transitam no corpo
açulados pelo tormento de prazeres incessantes - que os fazem esquecer
as responsabilidades junto aos filhos para os entregarem aos servos remunerados,
enquanto se corrompem na leviandade -, respondem pelo desequilíbrio e
desajuste da prole, na desenfreada competição da utópica
e moderna sociedade.
Todavia,
filhos há que receberam dos genitores as mais prolíferas demonstrações
e testemunhos de sacrifício e carinho, aspirando a um clima de paz, de
saúde moral, de equilíbrio doméstico, nutridos pelo amor
sem fraude e pela anegação sem fingimentos e revelam-se, de cedo,
frios, exigentes e ingratos.
Se
diante de pais irresponsáveis a ingratidão dos filhos jamais se
justifica ou procede, a proporcionada por aqueles que tudo recebem e tudo negam,
somente encontra explicação na reminiscência dos desajustes
pretéritos dos Espíritos que, não obstante reunidos outra
vez para recuperar-se, avivam as animosidades que ressumam do inconsciente e
se corporificam em forma de antipatia e aversão, impelindo-os à
ingratidão que os atira às rampas inditosas do ódio dissolvente.
A
família é abençoada escola de educação moral
e espiritual, oficina santificante onde se lapidam caracteres, laboratório
superior em que se caldeiam sentimentos, estruturam aspirações,
refinam ideais, transformam mazelas antigas em possibilidades preciosas para
a elaboração de misteres edificantes.
O
lar, em razão disso, mesmo quando assinalado pelas dores decorrentes
do aprimorar das arestas dos que o constituem, é forja purificadora onde
se devem trabalhar as bases seguras da Humanidade de todos os tempos.
Quando
o lar se estiola e a família se desorganiza, a Sociedade combale e estertora.
De
nobre significação, a família não são apenas
os que se amam, através dos vínculos da consaguinidade, mas, também,
da tolerância e solidariedade que devem doar os equilibrados e afáveis
aos que constituem os elos fracos, perturbadores e em deperecimento no clã
doméstico.
Aos
pais cabem sempre os deveres impostergáveis de amar e entender até
o sacrifício os filhos que lhes chegam pela vias sacrossantas da reencarnação,
educando-os e depondo-lhes nas almas as sementes férteis da fé,
das responsabilidades, instruindo-os e neles inculcando a necessidade da busca
da elevação e felicidade. O que decorra serão conseqüências
do estado moral de cada um, que lhes não cabem prever, recear ou sofrer
por antecipação pessimista.
Aos
filhos compete amar aos pais, mesmo quando negligentes ou irresponsáveis,
porquanto e do Código Superior da Vida, o impositivo: "Honrar pai
e mãe", sem excluir os que o são apenas por função
biológica, assim mesmo, por cujo intermédio a Excelsa Sabedoria
programa necessárias provas redentoras e pungitivas expiações
líberativas.
Ante
o filho ingrato, seja qual for a situação em que se encontre,
guarda piedade para com ele e dê-lhe mais amor, ..
Agressivo
e calceta, exigente e impiedoso, transformado em inimigo insensível quão
odioso, oferta ainda, paciência e mais amor. ..
Se
te falarem sobre recalques que ele traz da infância, em complexos que
procedem desta ou daquela circunstância, em efeito da libido tormentosa
com o que os simplistas e descuidados pretendem excusá-lo, culpando-te,
recorda, em silêncio, de que o Espírito precede ao berço,
trazendo gravados nas tecelagens sutis da própria estrutura gravames
e conquistas, elevação e delinqüência, podendo, então,
melhor compreendê-lo, mais ajudá-lo, desculpá-lo com eficiência
e socorrê-lo com probidade, prosseguindo com a família inditosa
e os filhos ingratos, resgatando pelo sofrimento e amor os teus próprios
erros, até o dia em que, redimido, possas reorganizar o lar feliz a que
aspiras.
Joana
de Ângelis
terça-feira, 4 de setembro de 2012
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
MAMÃE, AQUI ESTOU
(Revista Espírita, janeiro de 1858 - Evocações particulares)
A
Sra*** havia perdido, meses antes, a filha única, de catorze anos,
objeto de toda a sua ternura e muito digna de seus lamentos, pelas
qualidades que prometiam torná-la uma senhora perfeita. A moça falecera
de longa e dolorosa enfermidade. Inconsolável com a perda, dia a dia a
mãe via sua saúde alterar-se e repetia incessantemente que em breve iria
reunir-se à filha. Informada da possibilidade de se comunicar com os
seres de além-túmulo, a Sra*** resolveu procurar, na conversa com a
filha, um alívio para a sua pena. Uma senhora de seu conhecimento era
médium, mas pouco afeitas uma e outra a semelhantes evocações,
principalmente numa circunstância tão solene, pediram-me assistência.
Éramos apenas três: a mãe, a médium e eu. Eis o resultado dessa primeira
sessão.
A mãe: Em nome de Deus Todo-Poderoso, Espírito de Júlia, minha filha querida, peço-te que venhas, se Deus o permitir.
Júlia: Mamãe, aqui estou!
A mãe: És tu, minha filha, que me respondes? Como posso saber que és tu?
Júlia: Lili.
(Era
o apelido familiar, dado à moça em sua infância. Nem a médium o sabia,
nem eu, pois há muitos anos só a chamam Júlia. Com este sinal, a
identidade era evidente. Não podendo dominar sua emoção, a mãe rompeu em
soluços).
Júlia: Mãe, por que te afliges? Sou feliz, muito feliz. Não sofro mais e vejo-te sempre.
A mãe: Mas eu não te vejo! Onde estás?
Júlia: Aqui
ao teu lado, com a minha mão sobre a Sra. X (a médium) para que escreva
o que te digo. Vê a minha letra (a letra era realmente a da moça).
A mãe: Dizes: minha mão. Então tens corpo?
Júlia: Não
tenho mais o corpo que tanto me fez sofrer, mas tenho a sua aparência.
Não estás contente porque não sofro mais e porque posso conversar
contigo?
A mãe: Se eu te visse, te reconheceria, então?
Júlia: Sim, sem dúvida; e já me viste muitas vezes em teus sonhos.
A mãe: Com efeito eu te revi nos meus sonhos, mas pensei que fosse efeito da imaginação, uma lembrança.
Júlia: Não.
Sou eu mesma que estou sempre contigo e te procuro consolar; fui eu
quem te inspirou a ideia de me evocar. Tenho muitas coisas a te dizer.
Desconfia do Sr.***. Ele não é sincero.
(Esse
senhor, conhecido apenas da mãe, citado assim espontaneamente, era uma
nova prova de identidade do Espírito que se manifestava).
A mãe: Que pode fazer contra mim o Sr.***?
Júlia: Não te posso dizer. Isto me é vedado. Posso apenas te advertir que desconfies dele.
A mãe: Estás entre os anjos?
Júlia: Oh! ainda não. Não sou bastante perfeita.
A mãe: Entretanto, não te conhecia nenhum defeito. Eras boa, meiga, amorosa e benevolente para com todos. Então isto não basta?
Júlia: Para
ti, mãe querida, eu não tinha defeitos, e eu o acreditava, pois mo
dizias tantas vezes! Mas agora vejo o que me falta para ser perfeita.
A mãe: Como adquirirás essas qualidades que te faltam?
Júlia: Em novas existências, que serão cada vez mais felizes.
A mãe: É na Terra que terás novas existências?
Júlia: Nada sei a respeito.
A mãe: Desde que não fizeste o mal em tua vida, por que sofreste tanto?
Júlia: Prova!
Prova! Eu a suportei com paciência, pela minha confiança em Deus. Hoje
sou muito feliz por isto. Até breve, querida mamãe!
Ante
fatos como este, quem ousará falar do nada do túmulo, quando a vida
futura se nos revela, por assim dizer, palpável? Essa mãe, minada pelo
desgosto, experimenta hoje uma felicidade inefável em poder conversar
com a filha; entre elas não há mais separação; suas almas se confundem e
se expandem na intimidade espiritual, pela troca de seus pensamentos.
Apesar
da discrição em que envolvemos este relato, não o teríamos publicado se
não tivéssemos tido autorização formal. Aquela mãe nos dizia: Possam
todos quantos perderam suas afeições terrenas experimentar a mesma
consolação que experimento!
Acrescentaremos
apenas uma palavra aos que negam a existência dos bons Espíritos.
Perguntaremos como poderiam provar que o Espírito desta jovem era um
demônio malfazejo!
Assinar:
Postagens (Atom)