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quinta-feira, 22 de julho de 2021

O DESERTO E NÓS







                         
[...]Estamos no deserto de nós mesmos em múltiplas e diferentes ocasiões: nos testemunhos das doenças prolongadas, com árduos tratamentos; nas experiências íntimas e dolorosas  das decepções, deserções e traições; nos momentos intransferíveis das escolhas decisivas; nas ações solitárias da consciência iluminada na direção do Bem em seu caleidoscópio de possibilidades; na vivência da saudade do magnetismo e presença dos entes queridos que nos antecederam na grande viagem; na solidão das tarefas iluminativas e reparadoras; nas aspirações sublimes de plenitude[...]Uma verdade, porém, é incontestável: temos que entrar no deserto de nós mesmos, com coragem e decisão, para nele encontrarmos as lições que nos conduzirão aos caminhos seguros ...
Fragmento de texto 




O DESERTO E NÓS


Quando ouvimos falar na Terra Santa prometida pelo Senhor, somos conduzidos pela imaginação a pensar numa terra extremamente bela, rica e fértil.
Equívoco!
A Terra Prometida tem sim, algumas belezas, riquezas e fertilidade, mas possui também um imenso deserto. Quais os sentidos dessa estranha presença?
Que lições podemos encontrar no deserto?

Na chamada Terra Santa ,o deserto é uma característica determinante na vida e na cultura dos povos que a habitam, apresentando-se ao leste de qualquer grande cidade: Jerusalém, Belém, Hebron, dentre outras. Mas é um deserto diferente: nada de imensas dunas de areias mas incontáveis montanhas marrons, cascalhos de erosão, cânions e vales, calor, serpentes, escorpiões, perigos e mortes e, claro, alguns oásis nos seus milhares de quilômetros.

A tradição judaico-cristã está marcada pela presença do deserto e suas lições. Abraão, Jacó, Moisés e o povo que conduzia, Davi, Elias, João Batista, Jesus e os discípulos, Paulo viveram experiências no deserto em ocasiões e sentidos diferentes.

Que sentidos podem apresentar essas experiências no deserto? Fé e obediência para Abraão, por exemplo; desafio e formação para Moisés e seu povo; abrigo para Jacó, Davi e Elias; cenário de meditação e ensino para João Batista e Jesus; disciplina e educação para Paulo.

O homem que descia de Jerusalém para Jericó, na parábola narrada por Jesus, o fazia por um caminho pelo deserto, o que torna a ação compassiva, socorrista e fraternal do samaritano ainda mais extraordinária, pois atender o agredido pelos bandidos implicava em colocar sua própria vida em risco.

Jesus e os discípulos se dirigiam frequentemente ao deserto para recolhimento e oração.

Curiosamente, nos relatos bíblicos, Deus aprecia falar no deserto e o fez com Abraão, Moisés, Elias. Isso nos faz pensar que o deserto é uma experiência de escuta e de autoescuta.

Foi no deserto de Dan, em companhia do casal Áquila e Prisca, que Paulo realizou um profundo processo de autoeducação: autoconhecimento, autoavaliação, meditação, disciplinas morais, privações, lutas internas, convívio fraternal, trabalho, mudança de paradigmas. Para o Apóstolo dos Gentios, o deserto foi uma experiência formativa para seu novo caráter que, a partir de então, passa a ter Jesus e o Evangelho como padrão de conduta.

E nossa experiência desértica? Podemos ou a temos de fato? Não precisaremos exatamente do deserto físico, material, mas da experiência do autoencontro e da autoescuta, da solidão no deserto de nós mesmos.

Estamos no deserto de nós mesmos em múltiplas e diferentes ocasiões: nos testemunhos das doenças prolongadas, com árduos tratamentos; nas experiências íntimas e dolorosas  das decepções, deserções e traições; nos momentos intransferíveis das escolhas decisivas; nas ações solitárias da consciência iluminada na direção do Bem em seu caleidoscópio de possibilidades; na vivência da saudade do magnetismo e presença dos entes queridos que nos antecederam na grande viagem; na solidão das tarefas iluminativas e reparadoras; nas aspirações sublimes de plenitude.

A multiplicação dos pães e peixes, que alimentou milhares de pessoas, ocorreu no deserto para onde as multidões seguiam a fim de ouvir o Senhor e dEle receber as bênçãos e curas.

Façamos o mesmo! Sigamos para nosso deserto agora em busca do Seu alimento, Sua bênção de curas das nossas dificuldades e temores internos, Seus ensinos libertadores.

Ao estar no deserto, enfim, podemos nos revoltar ou nos redimir, nos entregar aos seus perigos e suas consequências ou nos fortalecer no enfrentamento positivo dos desafios da Vida. Uma verdade, porém, é incontestável: temos que entrar no deserto de nós mesmos, com coragem e decisão, para nele encontrarmos as lições que nos conduzirão aos caminhos seguros nos labirintos da existência, ao autoencontro da harmonia conosco, com o próximo, com Deus e com a Natureza.


 Por Sandra Borba Pereira (RN)/  dezembro/2014 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

MEDO ---- [...]" Quanto mais pensarmos e voltarmos nossa atenção para as calamidades e desastres, mais teremos a impressão de que o mundo está limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de vê-lo e senti-lo."



"O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade".


Ao lançarmos mão de uma lanterna em uma noite escura e focalizarmos determinado lugar, vamos torná-lo evidente. Quando destacamos algo, convergimos todas as nossas percepções mais íntimas para o motivo de nossa atenção e, ao examiná-lo, estaremos estabelecendo profundas ligações mentais através de nosso olhar ligado a esse lugar específico.

Focalizar com a lanterna de nossas atenções os lugares, as pessoas, os fatos, os eventos e as coisas em geral significa que estaremos enfatizando, para nós mesmos, o que queremos que a vida nos mostre e nos forneça.

"O Espírito unicamente vê e ouve o que quer. Dizemos isto de um ponto de vista geral e, em partícular, com referência aos Espíritos elevados (...)"
A percepção é um atributo do espírito.

Quanto maior o estado de consciência do indivíduo, maior será sua capacidade de perceber a vida, que não se limita apenas aos fragmentos da realidade, mas sim à realidade plena .

Colocar nossa atenção nas coisas da vida é fator importante para o nosso desenvolvimento mental, emocional e espiritual, todavia, é necessário saber direcionar convenientemente nossa percepção e atenção no momento exato e para o lugar certo.

Quanto mais pensarmos e voltarmos nossa atenção para as calamidades e desastres, mais teremos a impressão de que o mundo está limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de vê-lo e senti-lo.

Nas oportunidades de crescimento que nos oferecem nossas experiências, temos a possibilidade de validar e potencializar determinadas crenças e conceitos que poderão nos desestruturar psiquicamente, levando-nos a uma verdadeira hipnose mental. A partir disso, esquecemo-nos de visualizar o restante do mundo que nos cerca. Passamos a viver simplesmente voltados para a opinião que adotamos como "única verdade", assustados e amedrontados entre constantes atmosferas de receio e apreensão.

Em muitas ocasiões, ficamos parados à margem do caminho, focalizando nossos conflitos, dificuldades e problemas, deixando a vida girar em torno deles. 

Colocamos nossos dilemas como peças centrais e, quando essas forças conflitantes começam a nos ameaçar, sentimo-nos apavorados.

O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e quando devemos atuar será a atmosfera do temor que nos envolve.

Ancorados pelo receio e pela desconfiança, criamos resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar. Passamos, então, a não viver novas experiências, não receber novos pensamentos e não fazer novas amizades, estacionando e dificultando nossa caminhada e progresso íntimo.

As sensações do medo sobrecarregam as energias dos "chakras" do plexo solar e do cardíaco, provocando, quase sempre, uma impressão de vácuo no estômago e um descontrole nas batidas do coração. Contudo, não seríamos afetados por nenhum acontecimento de maneira tão desgastante, se estivéssemos centrados em nós mesmos.

Nosso centro não é nossa mente, nem nossos sentimentos ou emoções, mas é, em verdade, nossa alma - a essência divina por meio da qual testemunhamos tudo o que ocorre dentro e fora de nós.

Cada um vê o universo das coisas pelo que é. Vemos o mundo e as criaturas segundo o nível de desenvolvimento da consciência em que vivemos. Quanto maior esse nível, mais estaremos centrados e vivendo estáveis e tranqüilos. Quanto menor, mais teremos um juízo primário de tudo e uma estreita visão dos fatos e das pessoas.

Aprendendo a focalizar e a desfocalizar nossas crises, traumas, medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos desastrosos do cotidiano - dando-lhes a devida importância e regulando o tempo necessário, a fim de analisá-los proveitosamente -, teremos metas sempre adequadas e seguras que favorecerão nosso progresso espiritual. Não devemos jamais subestimá-los ou ignorá-los.

Lembremo-nos de que "a beleza não está somente nas flores do jardim, mas, antes de tudo, nos olhos de quem as admira'.

Hammed

domingo, 19 de maio de 2019

O Deserto

[...]O deserto, facultando a solidão, o silêncio, induz o Espírito à reflexão, especialmente se buscado para essa finalidade.
Hodiernamente, o deserto pode ser considerado como a viagem de interiorização, na busca da realidade que se é.
A mente, auto-analisando-se, percebe quais as necessidades verdadeiras e aquelas secundárias que são distrações, mediante a busca do poder e do prazer, facultando-se eleger as melhores diretrizes para conseguir a superação do sofrimento, o encontro com Deus, que no mundo agitado faz-se quase impossível de o conseguir.
Nessa região inexplorada e desértica da alma, o Espírito refrigera-se na esperança, renovando a coragem para enfrentar as refregas do cotidiano, sem os atropelos injustificáveis nem os recuos proporcionados pelo desânimo.[...]O deserto faz parte da existência humana. Não são poucos os indivíduos que nele se precipitam, infelizmente, nas regiões inóspitas do sentimento, vazias de realidade, abandonadas pelas aspirações superiores da vida. É o abismo da alma, ao qual se atiram aqueles que perdem os objetivos imediatistas, que desfalecem nos combates por falta de confiança em novas batalhas, que se entregam ao medo, à frustração ou se deixam consumir pela revolta, pelo ódio, pelo ressentimento ...

Em face da balbúrdia que estruge voluptuosa em toda parte, o ser humano movimenta-se aturdido, sem rumo.
A sensibilidade emocional aguçada, em decorrência da ansiedade como da frustração, torna-o insatisfeito, atormentado, paranóide com tendência esquizóide que o vergasta, infelicitando-o.
Os apelos incessantes para as extravagâncias e os apetites sexuais desorganizam-no interiormente, fazendo-o sentir-se incompleto, mesmo quando tudo, aparentemente, se encontra com aspecto compensador.
Ocorre que o Espírito é o ser fundamental e não o corpo, ao qual se imanta pela necessidade de evolução, permanecendo escravo, quando jovem, pelo que gostaria de fruir e quando idoso, lamentando o que não desfrutou.
Essa dificuldade de entender o objetivo real da vida proporciona-lhe um comportamento paradoxal, pois que, podendo conquistar a liberdade, demora-se na escravidão espontânea, vivenciar a felicidade, fixa-se nos tormentos, conseguir o bem-estar pleno, detém-se na insegurança do que já dispõe.
Cada um vive exteriormente as paisagens íntimas que cultiva.
Apegando-se aos valores relativos do mundo, alegra-se e aflige-se, conquista e perde, demorando-se em vicissitudes desnorteantes.
A cada momento faz-se-lhe mais urgente a introspecção, a análise cuidadosa das aspirações, bem como dos projetos de vida.
No passado e ainda em alguns lugares no presente, homens e mulheres necessitados de paz têm buscado o silêncio em monastérios de reclusão, em eremitérios especiais, nos montes isolados, nos desertos ...
A fim de refundir o ânimo e a capacidade do povo judeu, longamente escravizado pelos egípcios, nele despertando sentimentos novos, Moisés levou-o ao deserto por quarenta anos, a fim de que tivesse tempo de avaliar a própria situação. Embora os rudes embates experimentados, criou uma cultura rígida e fiel aos postulados abraçados, que vem atravessando os milênios, sem perda do objetivo anelado.
O príncipe Sidartha Gautama, anelando pela paz, após haver experimentado o poder, a dissolução e o ócio, procurou técnicas de recolhimento sem o conseguir, até que, no deserto, adquiriu a iluminação.
Jesus, ensinando esquecimento de si mesmo, ante a imperiosa necessidade de prosseguir Uno com Deus, buscou o deserto onde jejuou por quarenta dias e quarenta noites.
Saulo de Tarso, após o encontro revolucionário com Jesus, foi para o deserto a fim de meditar, amadurecendo os conceitos novos que lhe chegaram, de modo que não lhe diminuísse o ânimo nem o devotamento, quando se resolveu por dedicar-se ao ministério de iluminação.
O deserto, facultando a solidão, o silêncio, induz o Espírito à reflexão, especialmente se buscado para essa finalidade.
Hodiernamente, o deserto pode ser considerado como a viagem de interiorização, na busca da realidade que se é.
A mente, auto-analisando-se, percebe quais as necessidades verdadeiras e aquelas secundárias que são distrações, mediante a busca do poder e do prazer, facultando-se eleger as melhores diretrizes para conseguir a superação do sofrimento, o encontro com Deus, que no mundo agitado faz-se quase impossível de o conseguir.
Nessa região inexplorada e desértica da alma, o Espírito refrigera-se na esperança, renovando a coragem para enfrentar as refregas do cotidiano, sem os atropelos injustificáveis nem os recuos proporcionados pelo desânimo.
O grande silêncio, ao qual não está acostumado invade-o, dando-lhe uma sensação de segurança e de paz, enquanto a mente desperta para o exame de si mesma, diluindo os vapores tóxicos do imediatismo, pensando no futuro irisado de bênçãos.
Ali não há lugar para conflitos, logo passam os primeiros períodos de recolhimento, quando então as ambições acalmam-se, e no seu lugar permanecem o equilíbrio e a alegria.
Em face da transitoriedade de tudo quanto é terreno, diante do permanente onde a vida se desenvolve, as questões fundamentais assomam e passam a direcionar a razão e a emoção, propiciando bem-estar, fortalecimento e harmonia. 

Mesmo no convívio com as demais pessoas que se encontram em turbulência, as conquistas hauridas no deserto mais se fortalecem, estimulando ao prosseguimento das afirmações internas que agora brotam em exuberância.
A paz irradia-se do coração, e a mente encontra-se aberta às propostas do amor e da caridade, como até antes ainda não havia ocorrido.
Sem a aprendizagem na quietação da alma, nessa noite escura que o silêncio clareia de luzes formosas, o amor como a caridade são apressados, assinalados pelos interesses do ego, facilmente alteráveis, conforme o humor de cada momento. A saturação, o vazio existencial, o cansaço, assomam com freqüência porque a ação é feita de entusiasmo sem reflexão e de audácia sem sabedoria.
Conta-se que São Bernardo, certo dia, sentindo-se agitado, diante dos muitos afazeres, enquanto transitava de um para outro lado, deteve-se e refletiu: Bernardo, para onde estás correndo, se somente um destino é o correto - Jesus?! De imediato, asserenou-se, passando a resolver todas as questões em clima de alegria e de bom humor, sem pressa nem tormento.
Quando se está afadigado na busca de diferentes objetivos, superficiais uns e desnecessários outros, a vida transcorre agitada, o tempo-sem-tempo faz-se um tormento, retirando os benefícios da luta.
Por isso, torna-se necessária a ida ao deserto, a fim de conseguir-se os tesouros que proporcionam soluções adequadas e respostas próprias a todas as questões afligentes da existência.
É natural que o ser humano procure viver de maneira compatível com a época e as circunstâncias sociais em que se encontra. Todavia, é-lhe um desafio a eleição de conduta em torno da sua realidade espiritual, que não deve ser ignorada ou, quando identificada, não ser postergada .
O deserto faz parte da existência humana.
Não são poucos os indivíduos que nele se precipitam, infelizmente, nas regiões inóspitas do sentimento, vazias de realidade, abandonadas pelas aspirações superiores da vida. É o abismo da alma, ao qual se atiram aqueles que perdem os objetivos imediatistas, que desfalecem nos combates por falta de confiança em novas batalhas, que se entregam ao medo, à frustração ou se deixam consumir pela revolta, pelo ódio, pelo ressentimento ...
Nessa área de difícil saída estorcegam aqueles que se descuidaram de si mesmos e rumaram pelos caminhos sem saída apresentados pela ilusão.
Quando buscado conscientemente, para meditar, orar, descobrir-se, o deserto refloresce em uma primavera intérmina sob os cuidados de Jesus.
Joanna de Ângelis

Fonte: Site : A Casa do Espiritismo

sábado, 21 de novembro de 2015

REALIDADE E SUPOSIÇÃO . "Em vista disso, compadeçamo-nos dos outros para que os outros se compadeçam de nós."


Emmanuel
 
Quando te sintas em dificuldade no relacionamento com os outros, observa que, muitas vezes, esses mesmos outros suportam problemas e percalços muito maiores do que os nossos.
Semelhante exercício te renovará os pensamentos e a compaixão te surgirá no íntimo, obstando-te a queda em pessimismo e revolta.
Se possuísses um engenho capaz de radiografar os sentimentos alheios, reconhecerias, de pronto, o contraste entre a suposição e a realidade.
Aquele chefe, supostamente arbitrário, guarda consigo a mente esfogueada de inquietações pelo próprio serviço de que recebes os recursos que se te fazem necessários à vida.
Provavelmente o amigo que não te notou a presença carrega as próprias idéias e emoções concentradas num filhinho doente.
A senhora que tantos julgavam excessivamente enfeitada, assim se preparou diversos dias a fim de solicitar emprego a determinadas autoridades para o esposo recém demitido da organização em que trabalhava.
O rapaz que passou, conduzindo o carro em alta velocidade, é portador de um cérebro enfermiço.
O artista que se negou a colaborar contigo na realização das boas obras em que te empenhas, estará sob o peso terrível da estafa.
A ninguém julguemos precipitadamente.
Procuremos o melhor de cada situação e de cada criatura, de modo a seguirmos para diante com o melhor a fazer, esquecendo o desnecessário.
Em muitos lances de marcha na direção de Deus erramos, a fim de aprender com segurança, ou caímos, de modo a levantar-nos para conquistar o equilíbrio seguro.
Ninguém segue sem o apoio de alguém nos caminhos da vida.
Em vista disso, compadeçamo-nos dos outros para que os outros se compadeçam de nós.
Emmanuel - Livro: O Essencial - Psic. Chico Xavier

Fonte: http://www.robertomacedo.com/autoajuda/chicoxavier/Chico_Xavier/O%20ESSENCIAL/REALIDADE.htm

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A Desforra é Perdoar



Psicólogos modernos sustentam que o ódio é uma necessidade, que tanto devemos amar como odiar.

Em alguns, mais ferozes na sua concepção da vida, chegam mesmo a afirmar que devemos odiar com o máximo de intensidade e externar o ódio para que ele não nos envenene.

O conceito do homem que essa psicologia nos apresenta é em si mesmo um grave sintoma de enfermidade mental.

A imagem desse homem animalesco decorre de uma visão mórbida da criatura humana esmagada pelos instintos animais.

Não obstante, a própria Psicanálise, imantada inicialmente ao conceito da libido, já desde Freud encontrou a válvula da sublimação.

É que avanços posteriores, ao lado de progressos notáveis da Psiquiatria e das pesquisas psicológicas em vários campos, confirmaram a teoria espírita dos instintos espirituais que orientam a nossa formação humana.

Querer extinguir o ódio com a prática da odiosidade é o mesmo que pretender apagar o fogo com gasolina.

O ódio gera o ódio.

Por isso, como Cornélio Pires ilustra nas suas quadras, o incêndio do ódio, que alimentarmos em nós e nos outros, terá de ser apagado pelos princípios da vida através da reencarnação.

O Evangelho do Cristo substitui a lei bíblica do olho por olho e dente por dente pela lei do amor ao próximo, incluindo no próximo os próprios inimigos.

Onde não existir a luz do perdão as reencarnações dolorosas se processarão em círculo vicioso.

Ficaremos presos à roda viva dos resgates penosos, por séculos e milênios, até aprendermos a mar os inimigos.

O ódio é destruidor, é o ácido corrosivo da inferioridade espiritual.

O homem que odeia se animaliza, rebaixa-se ao nível das feras.

O amor é a força criadora que distingue o homem do bicho.

A desforra do homem inferior é a injúria, a agressão, a vingança, o assassinato.

A desforra do homem superior é o perdão.

Quando perdoamos, desarmamos o adversário, ajudamo-lo a fazer-se criatura humana, a ser gente.

Toda cultura humana se assenta no amor.

O ódio é a negação da cultura, o domínio da barbárie, como vemos diariamente no mundo do crime.

Só os loucos defendem e pregam o ódio, porque a mente desequilibrada semeia o desequilíbrio.

Irmão Saulo / Do Livro: Astronautas do Além /Chico Xavier e Herculano Pires

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A psicologia da oração

A psicologia da oração

Convencionou-se, ao longo do tempo, que a oração é um recurso emocional e psíquico para rogar e receber benefícios da Divindade, transformando-a em instrumento de ambição pessoal, realmente distante do seu alto significado psicológico.
A oração é um precioso recurso que faculta a aquisição da autoconsciência, da reflexão, do exame dos valores emocionais e espirituais que dizem respeito à criatura humana.
Tornando-se delicado campo de vibrações especiais, faculta a sintonia com as forças vivas do Universo, constitui veículo de excelente qualidade para a vinculação da criatura com o seu Criador.
Todos os seres transitam vibratoriamente em faixas especiais que correspondem ao seu nível evolutivo, ao estágio intelecto-moral em que se encontram, às suas aspirações e aos seus atos, nos quais se alimentam e constroem a existência.
A oração é o mecanismo sublime que permite a mudança de onda para campos mais sensíveis e elevados do Cosmo.
Orar é ascender na escala vibratória da sinfonia cósmica.
Em face desse mecanismo, torna-se indispensável que se compreenda o significado da prece, sua finalidade e a maneira mais eficaz pela qual se pode alcançar o objetivo desejado.
Inicialmente, orar é abrir-se ao amor, ampliar o círculo de pensamentos e de emoções, liberando-se dos hábitos e vícios, a fim de criar-se novos campos de harmonia interior, de forma que todo o ser beneficie-se das energias hauridas durante o momento especial.
A melhor maneira de alcançar esse parâmetro é racionalmente louvar a Divindade, considerando a grandeza da Criação, permitindo-se vibrar no seu conjunto, como seu filho, assimilando as incomparáveis concessões que constituem a existência.
Considerar-se membro da família universal, tendo em vista a magnanimidade do Pai e Sua inefável misericórdia, enseja àquele que ora o bem-estar que propicia a captação das energias saudáveis da vida.
Logo depois, ampliar o campo do raciocínio em torno dos próprios limites e necessidades imensas, predispondo-se a aceitar todas as ocorrências que dizem respeito ao seu processo evolutivo, mas rogando compaixão e ajuda, a fim de errar menos, acertar mais, e de maneira edificante, o passo com o bem.
Nesse clima emocional, evitar a queixa doentia, a morbidez dos conflitos e exterioridades ante a magnitude das bênçãos que são hauridas, apresentando-se desnudado das aparências e circunlóquios da personalidade convencional.
Não é necessário relacionar sofrimentos, nem explicitar anseios da mente e do coração, porque o Senhor conhece a todos os Seus filhos, que são autores dos próprios destinos e ocorrências, mediante o comportamento mantido nas multifárias experiências da evolução.
Por fim, iluminado pelo conhecimento da própria pequenez ante a grandeza do Amor, externar o sentimento de gratidão, a submissão jubilosa às leis que mantêm o arquipélago de astros e a infinitude de vidas.
*   *   *
Tudo ora no Cosmo, desde a sinfonia intérmina dos astros em sua órbita, mantendo a harmonia das galáxias, até os seres infinitesimais no mecanismo automático de reprodução, fazendo parte do conjunto e da ordem estabelecidos.
Em toda parte vibra a vida nos aspectos mais complexos e simples, variados e uniformes.
Sem qualquer esforço da consciência, circula o sangue por mais de 150 mil quilômetros de veias, vasos, artérias, em ritmo próprio para a manutenção do organismo humano tanto quanto de todos os animais.
Funções outras mantidas pelo sistema nervoso autônomo obedecem a equilibrado ritmo que as preserva em atividade harmônica.
As estações do tempo alternam-se facultando as variadas manifestações dos organismos vivos dentro de delicadas ondas de luz e de calor que lhes possibilitam a existência, a manifestação, o desabrochar, o adormecimento, a espera.
O ser humano, enriquecido pela faculdade de pensar e dotado do livre-arbítrio, que lhe propicia escolher, atado às heranças do primarismo da escala animal ancestral pela qual transitou, experiencia mais as sensações do imediato do que as emoções da beleza, da harmonia, da paz, da saúde integral,
Reconhece o valor incalculável do equilíbrio, no entanto, estigmatizado pela herança do prazer hedonista, entrega-se-lhe à exorbitância pela revolta nos transtornos de conduta, como forma de imposição grotesca.
Ao descobrir a oração, logo se permite exaltar falsas ou reais necessidades, desejando respostas imediatas, soluções mágicas para atendê-las, distantes do esforço pessoal de crescimento e de reabilitação.
É claro que aquele que assim procede não alcança as metas propostas, pois que elas ainda não podem apresentar-se por nele faltarem os requisitos básicos para o estabelecimento da harmonia interior.
A oração é campo no qual se expande a consciência e o Espírito eleva-se aos páramos da luz imarcescível do amor inefável.
Quem ora ilumina-se de dentro para fora, tornando-se uma onda de superior vibração em perfeita consonância com a ordem universal.
O egoísmo, os sentimentos perversos não encontram lugar na partitura da oração.
Torna-se necessário desfazer-se desses acordes perturbadores, para que haja sincronização do pensamento com as dúlcidas notas da musicalidade divina.
A psicologia da oração é o vasto campo dos sentimentos que se engrandecem ao compasso das aspirações dignificadoras, que dão sentido e significado à existência na Terra.
Inutilmente, gritará a alma em desespero, rogando soluções para os problemas que lhe compete equacionar, mesmo que atraindo os numes tutelares sempre compadecidos da pequenez humana.
Desde que não ocorre sintonia entre o orante e a Fonte exuberante de vida, as respostas, mesmo quando oferecidas, não são captadas pelo transtorno da mente exacerbada.
*   *   *
Quando desejares orar, acalma o coração e suas nascentes, assumindo uma atitude de humildade e de aceitação, a fim de que possas falar àquele que é o Pai de misericórdia, que sempre providencia todos os recursos necessários à aquisição humana da sua plenitude.
Convidado a ensinar aos seus discípulos a melhor maneira de expressar a oração, Jesus foi taxativo e gentil, propondo a exaltação ao Pai em primeiro lugar, logo após as rogativas e a gratidão, dizendo:
- Pai Nosso, que estais nos Céus...
Entrega-te, pois, a Deus, e nada te faltará, pelo menos tudo aquilo que seja importante à conquista da harmonia mediante a aquisição da saúde integral.
 
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 29 de
outubro de 2012, em Sydney, Austrália.

Em 24.5.2013.

Vida e Valores (Conflitos existenciais)

Vida e Valores (Conflitos existenciais)

Uma das coisas mais comuns no ser humano é a insatisfação. Esse espinho da insatisfação acompanha o homem, desde as mais longínquas idades e costuma gerar conflitos.
Mas, ao lado da insatisfação, existem dúvidas que geram insatisfações. Há ansiedades em função das insatisfações. Em verdade, percebemos na criatura humana, um número muito grande de conflitos.
Esses conflitos vazam da intimidade do ser e acabam contaminando as coisas feitas por esse ser.
Encontramos nas criaturas humanas, em cada um de nós, os mais variados tipos de conflitos, que costumam se manifestar nas intensidades mais diversas.
Encontramos aqueles que têm, por exemplo, conflitos relativamente ao seu biótipo.
Há pessoas que se acham feias e, porque se acham feias, passam a se punir, a se castigar ou a buscar uma série de supostas atenuantes para sua suposta feiura.
Por causa desse sentimento de feiura, elas têm autoestima baixa, porque a criatura que se julga feia, não tem coragem de sair, de se arrumar, de encontrar um namorado, uma namorada, de ir a festas porque estará sempre supondo que alguém não gosta da sua expressão.
Há aqueloutros que sofrem conflitos, que vivem conflitos, ainda por causa do biótipo, não propriamente por se acharem feios, mas por se acharem gordos, magros demais, baixos demais, altos demais.
Por mais incrível que isso possa parecer, os indivíduos se atormentam por quaisquer dessas situações.
Aqueles que são gordos demais ou que se acham gordos demais poderiam bem imaginar-se numa outra situação. Entre as classes melhor aquinhoadas, não se diz que alguém está gordo, se diz que alguém está forte e a simples palavra mudada de gordo para forte dá uma outra expressividade.
Aquelas criaturas que se acham gordas demasiadamente passam a usar preto, se vestem de preto, porque se diz nos mundos da moda, nos campos da moda, que preto emagrece.
Se isso fosse verdade não se venderiam outras cores no mundo. Em realidade, a cor escura diminui a visão do contorno, mas a criatura continua portando a mesma massa.
Desse modo por que se atormentar porque o corpo é maior do que o convencional?
Mas, qual é o convencional? Estabelecemos que o convencional é ser magro e aí temos os problemas das anorexias com as modelos, com os modelos. Encontramos tantos problemas porque as pessoas desejam ser magras e outras porque são magras.
Quem é magro se acaba de tomar substâncias, de comer alimentos, na tentativa de mudar o processamento glandular, celular e engordar.
E quem é gordo se acaba de fazer dietas da lua, do sol, da água, de Beverly Hills para perder massa.
Os conflitos são os mais variados. Mas há aqueles que têm conflitos porque são baixinhos e usam saltos tenebrosos. Saltos que lhes deformam a coluna vertebral, que lhes causam problemas gravíssimos de postura.
Aqueles que são altos ficam tão complexados que começam a se envergar. Na Inglaterra, uma familiar real mandou cortar parte dos ossos das pernas para baixar um pouco a sua estatura. Conflitos.
Contudo, esses conflitos estão ao nível do corpo, das coisas externas, daquilo que se vê, daquilo que se observa, mas há diversos outros conflitos que estouram no íntimo da alma, se manifestam nas atitudes das criaturas e que ninguém sabe como é que eles nascem, de onde é que eles vêm e o que é que provocarão.
*   *   *
Nesse território dos conflitos, encontramos conflitos de outras ordens. Imaginemos o que vem a ser o conflito sexual nas pessoas. Terrível.
É muito comum que os indivíduos se debatam e isso é uma característica da Humanidade em geral, entre as pressões da sua libido, as pressões da sua imaginação, das suas fantasias, as pressões do seu passado, das suas bagagens, do seu passado espiritual, da sua bagagem ético-moral. Há aqueles que vivem o conflito da definição quanto à sua orientação sexual. Sentem pressões internas para a homossexualidade, mas têm horror porque a sociedade castiga a homossexualidade.
Pretendem ficar no território da heterossexualidade, mas fazendo fantasias homossexuais, bissexuais, multissexuais. Porque tudo isso corresponde a etapas no desenvolvimento da criatura humana.
Não é feio ser hetero, ser homo, ser bi. A criatura se encaixa no seu momento evolutivo.
Não é bonito ser hetero, ser homo, ser bi. O importante é que dirijamos a própria mente para o que precisamos fazer na Terra.
A dignidade, a honestidade, o trabalho por nós mesmos, a ajuda às pessoas e vamos disciplinando da maneira como conseguimos, como nos é mais fácil a expressividade da sexualidade.
É muito comum imaginar-se que a sexualidade está na genitália, na expressão genital. A sexualidade é uma força que está na mente, na alma, no íntimo das criaturas.
Muita gente que se manifesta exteriormente segundo uma característica sexual, digamos, da heterossexualidade, na sua fantasia interna onde a verdade existe, ela vibra em outra sintonia, lida com outras realidades e isso lhe gera conflito.
Devo ficar no armário? Como se diz popularmente, devo sair do armário? Devo me apresentar na praça pública? Pintar-me, não pintar-me, vestir-me opostamente?
Nada disso é sexualidade. Tudo isso faz parte do exibicionismo das pessoas. Porque há mulheres que se vestem de homens, há homens que se vestem de mulheres. Tudo isso faz parte do seu gosto por se fantasiar.
A nossa roupa é uma fantasia, é uma maneira que se escolhe para se apresentar no mundo.
Eu quero me vestir de roxo, de preto, de amarelo. Eu quero com mangas compridas, com mangas curtas. Eu quero com dez botões, com quinze botões. São fantasias.
A realidade mais verdadeira é a que pulsa dentro do ser. Os conflitos sexuais vão desde os problemas meramente psicológicos, que um analista ajudaria resolver, aos homicídios, aos suicídios, à suposição de que está sendo violado, de que está sendo traído, de que está sendo enganado.
Há os conflitos de ordem religiosa: Eu devo ou  não devo ser religioso? O que é ser religioso? Adoto a religião A, a religião B ou a C? Curvo-me aos meus líderes religiosos, faço o que eles me mandam fazer e perco a minha liberdade de escolha? Será que eles de fato conversam com Deus?
Será que realmente eles são intermediários entre mim e Deus? Afinal de contas, devo repetir o que se diz na minha crença ou devo pensar por mim mesmo e ter a minha cabeça baseando-me na minha crença? Os conflitos.
Devo ser fanático? Aqueles que não creem como eu estão no inferno, estão perdidos? Mas os outros que creem diferente de mim alegam que eu também estou perdido. Em que patamar eu fico? Em que patamar me estabeleço?
É muito importante pensar nesses conflitos. De acordo com sua intensidade, eles precisam de um socorro, de uma ajuda. Às vezes, de uma ajuda profissional, de um psicólogo bem recomendado, bem estruturado, porque há vários muito desestruturados.
Precisamos do apoio de um médico, de um psiquiatra. O psiquiatra não é médico de loucos, é um médico que nos ajuda a não ficar loucos ou a tratar a insanidade que surja.
Muitas vezes, precisamos de um apoio do nosso líder religioso, uma conversa, um diálogo para que ele nos ajude a equilibrar as próprias tensões internas. No mundo, não há uma única pessoa que não viva conflitos, de quaisquer ordens.
Há aqueles conflitos que são do cotidiano: se como ou se não como, se vou ou se não vou. Mas há conflitos de ordem grave, que exigem uma resposta séria, uma busca por solução, seja em nível médico, em nível social, em nível psicológico mas, fundamentalmente, que seja uma resolução dentro de nós.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 160, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em julho de 2008. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 22.11.2009.
Em 31.01.2010.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O REVOLUCIONÁRIO SINCERO- "A revolução é sempre o engano trágico daqueles que desejam arrebatar a outrem o cetro do governo. Quando cada servidor entende o dever que lhe cabe no plano da vida, não há disposição para a indisciplina, nem tempo para a insubmissão...."

Um texto tão atual, que serve como bússola nos dias atuais e reflexão diante das turbulências(comentário do blog)


O  REVOLUCIONÁRIO  SINCERO
Neio Lúcio

No curso das elucidações domésticas, Judas conversava, entusiástico, sobre as anomalias na governança do povo, e, exaltado, dizia das probabilidades de revolução em Jerusalém, quando o Senhor comentou, muito calmo: — Um rei antigo era considerado cruel pelo povo de sua pátria, a tal ponto que o principal dos profetas do reino foi convidado a chefiar uma rebelião de grande alcance, que o arrancasse do Trono.
O profeta não acreditou, de início, nas denúncias populares, mas a multidão insistia.
“O rei era duro de coração, era mau senhor, perseguia, usurpava e flagelava os vassalos em todas as direções” — clamava-se desabridamente.
Foi assim que o condutor de boa-fé se inflamou, igualmente, e aceitou a idéia de uma revolução por único remédio natural e, por isso, articulou-a em silêncio, com algumas centenas de companheiros decididos e corajosos.
Na véspera do cometimento, contudo, como possuía segura confiança em Deus, subiu ao topo dum monte e rogou a assistência divina com tamanho fervor que um Anjo das Alturas lhe foi enviado para confabulação de espírito a espírito.
À frente do emissário sublime, o profeta acusou o soberano, asseverando quanto sabia de oitiva e suplicando aprovação celeste ao plano de revolta renovadora.
O mensageiro anotou-lhe a sinceridade, escutou-o com paciência e esclareceu: — “Em nome do Supremo Senhor, o projeto ficará aprovado, com uma condição.
Conviverás com o rei, durante cem dias consecutivos, em seu próprio palácio, na posição de servo humilde e fiel, e, findo esse tempo, se a tua consciência perseverar no mesmo propósito, então lhe destruirás o trono, com o nosso apoio.” O chefe honesto aceitou a proposta e cumpriu a determinação.
Simples e sincero, dirigiu-se à casa real, onde sempre havia acesso aos trabalhos de limpeza e situou-se na função de apagado servidor; no entanto, tão logo se colocou a serviço do monarca, reparou que ele nunca dispunha de tempo para as menores obrigações alusivas ao gosto de viver.
Levantava-se rodeado de conselheiros e ministros impertinentes, era atormentado por centenas de reclamações de hora em hora.
Na qualidade de pai, era privado da ternura dos filhos; na condição de esposo, vivia distante da companheira.
Além disso, era obrigado, freqüentemente, a perder o equilíbrio da saúde física, em vista de banquetes e cerimônias, excessivamente repetidos, nos quais era compelido a ouvir toda a sorte de mentiras da boca de súditos bajuladores e ingratos.
Nunca dormia, nem se alimentava em horas certas e, onde estivesse, era constrangido a vigiar as próprias palavras, sendo vedada ao seu espírito qualquer expressão mais demorada de vida que não fosse o artifício a sufocar-lhe o coração.
O orientador da massa popular reconheceu que o imperante mais se assemelhava a um escravo, duramente condenado a servir sem repouso, em plena solidão espiritual, porquanto o rei não gozava nem mesmo a facilidade de cultivar a comunhão com Deus, por intermédio da prece comum.
Findo o prazo estabelecido, o profeta, radicalmente transformado, regressou ao monte para atender ao compromisso assumido, e, notando que o Anjo lhe aparecia, no curso das orações, implorou-lhe misericórdia para o rei, de quem ele agora se compadecia sinceramente.
Em seguida, congregou o povo e notificou a todos os companheiros de ideal que o soberano era, talvez, o homem mais torturado em todo o reino e que, ao invés da suspirada insubmissão, competia-lhes, a cada um, maior entendimento e mais trabalho construtivo, no lugar que lhes era próprio dentro do país, a fim de que o monarca, de si mesmo tão escravizado e tão desditoso, pudesse cumprir sem desastres a elevada missão de que fora investido.
E, assim, a rebeldia foi convertida em compreensão e serviço.
Judas, desapontado, parecia ensaiar alguma ponderação irreverente, mas o Mestre Divino antecipou-se a ele, falando, incisivo: — A revolução é sempre o engano trágico daqueles que desejam arrebatar a outrem o cetro do governo.
Quando cada servidor entende o dever que lhe cabe no plano da vida, não há disposição para a indisciplina, nem tempo para a insubmissão.

Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier

terça-feira, 2 de julho de 2013

HORAS DE TRANSIÇÃO

HORAS  DE  TRANSIÇÃO
Emmanuel 
 
          Cultiva a paciência e resguarda-te em paz.
          Recorda a multidão descontrolada, ante o perigo iminente.
          Memoriza os desastres ocorridos, seja nos recintos fechados ou nos estádios abertos, quando algum grito alucinante anuncia determinadas perturbações.
          Grupos amedrontados se entrechocam, por vezes a se ferirem, ou a se massacrarem mutuamente.
          Semelhante imagem se aplica igualmente à Terra, nos dias de transição, quais os da atualidade, em que milhões de criaturas encontram problemas a se agigantarem de extensão.
          O mundo, nesses eventos, lembra efetivamente um anfiteatro de proporções imensas, no qual vastas multidões sofrem a pressão de acontecimentos cruéis.
          E essas crises pesam sobre a vida particular, motivando estranhos comportamentos na esfera de individuo para individuo.
          E assim que anotamos companheiros de experiência a se desorientarem, nas mais diversas condições de trabalho e de luta.
          Esse exige a desvinculação apressada de compromissos que abraçou voluntariamente pouco lhe importando as lagrimas daqueles que se estorcegam de dor, em se observando lesados nos sentimentos mais caros; outro pisa sobre os irmãos indefesos que tombam, aqui e ali, sem perguntar pelos sofrimentos que causam; aquele agride quantos lhe cruzem o caminho; e ainda outros muitos assumem atitudes infelizes, precipitando-se na mutilação deles mesmos, a pretexto de senhorearem a frente do escape.
          Se te encontras  diante de situações assim complexas, em que pessoas amadas parecem enlouquecidas, no anseio unicamente dos interesses próprios, desertando de obrigações respeitáveis, dilapidando alheios sentimentos, depredando corações ou largando-se nos gestos temerários que lhes acarretam inimagináveis padecimentos, acalma-te e ora, serve e espera.
          A tormenta é transitória.
          Lembra o Sol renascente, recompondo o campo, após uma noite de tempestade e entenderás a harmonia inarredável com que a vida marca as obras de Deus.
 
Livro- “Pronto Socorro” – Autor – Emmanuel – Psicografia – Francisco Candido Xavier.
Digitado por Doris Day.

VINCULAÇÕES

VINCULAÇÕES

 Emmanuel

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena.
Do item 8, do Cap. XIV, de "O evangelho Segundo o Espiritismo".
 
Estudos e pesquisas se multiplicam, nos domínios da psicologia, quanto às complexidades do mundo infantil, e o exame das vinculações se destaca à vista.
Cada pequenino é um campo de tendências inatas, com tamanha riqueza de material para a observação do analista, que, debalde, se lhe penetrará os meandros da individualidade, Baseando-nos no trabalho biológico de construção do ser, assente em milênios numerosos, é indubitável que surpreenderemos na criança todo o equipamento dos impulsos sexuais prontos à manifestação, quando a puberdade lhe assegure mais amplo controle do carro físico.
E, com esses impulsos, eis que lhe despontam do espírito as inclinações para maior ou menor ligação com esse ou aquele companheiro do núcleo familiar.
O jogo afetivo, porém, via de regra se desenrola mais intensivamente entre ela e os pais, reconhecendo-se para logo se os laços das existências passadas estão mais fortemente entretecidos com o genitor ou a genitora.
Debitando-se ao impulso sexual quase todos os alicerces da evolução sobre os quais se nos levanta a formação de espírito, é compreensível que o sexo apareça nas cogitações dos pequeninos em seu desenvolvimento natural, e, nesse território de criações da mente infantil, ser-nos-á fácil definir a direção dos arrastamentos da criança, se para os ascendentes paternos ou maternos, porquanto aí revelará precisamente as tendências trazidas de estâncias outras que o passado arquivou.
Com freqüência, mas não sempre, as filhas propendem mais acentuadamente para a ligação com os pais, enquanto que os filhos se pronunciam por mais entranhado afeto para com as mães.
Subsistirá, no entanto, qualquer estranheza nisso, quando não ignoramos que toda a estrutura psicológica, em que se nos erguem os destinos, foi manipulada com os ingredientes do sexo, através de milhares de reencarnações? e, aceitando os princípios de causa e efeito que nos lastreiam a experiência, desconheceremos, acaso, que os instintos sexuais nos orientaram a romagem, por milênios e milênios, no reino animal, edificando a razão que hoje nos coroa a inteligência? Apreciando isso, recordemos o cipoal das relações poligâmicas de que somos egressos, quanto aos evos transcorridos, e entenderemos.
Com absoluta naturalidade, os complexos da personalidade infantil.
Assim sucede, porque herdamos espiritualmente de nós mesmos, pelas raízes do renascimento físico, reencontrando, matematicamente, na posição de filhos e filhas, aqueles mesmos companheiros de experiência sentimental, com os quais tenhamos contas por acertar.
Atentos a semelhante realidade, somos logicamente impulsionados a concluir que os vínculos da criança, de uma forma ou de outra, em qualquer distrito de progresso e em qualquer clima afetivo, solicitam providências e previdências, que sintetizaremos tão-somente numa palavra única: educação.
Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo
 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

DIANTE DAS PROVAÇÕES

Emmanuel

Diante das provas e tribulações do dia-a-dia, se pausarmos, vez em vez, por alguns instantes, para a necessária reflexão...
E se no curso de nossas reflexões, ponderarmos nas bênçãos que temos recebido; nas vantagens que usufruímos perante os companheiros em dificuldades maiores que as nossas na retaguarda;
na importância da indulgência;
nos resultados contraproducentes da irritação;
no caráter destrutivo de quaisquer manifestações de rebeldia ou azedume;
nas lições que nos será possível obter dos obstáculos dignamente suportados;
nos donativos da calma e bondade que os outros esperam de nós, a fim de garantirem a segurança que lhes é própria;
no significado das nossas atitudes de generosidade e entendimento;
nos lucros de ordem geral que nos será lícito auferir da tolerância;
e nos testemunhos de prudência e compreensão que todos podemos oferecer, colaborando com os Mensageiros do Cristo de Deus, na sustentação do bem e da paz, do bom ânimo e da alegria de todos aqueles que nos cercam na experiência comum, decerto que saberíamos colocar a esperança e o trabalho, acima de todas as desilusões e de todos os insucessos, sem nos afastar da paciência hora alguma.

Livro: “Urgência” – Psicografia Francisco Cândido Xavier – Espírito Emmanue

HOMOSSEXUALIDADE

Homossexualidade

 Emmanuel

Pergunta - Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher? Resposta: - Isso pouco lhe importa.
O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar.
Item n° 202, de "O Livro dos Espíritos".

A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação.
Observada a ocorrência, mais com os preconceitos da sociedade, constituída na Terra pela maioria heterossexual, do que com as verdades simples da vida, essa mesma ocorrência vai crescendo de intensidade e de extensão, com o próprio desenvolvimento da Humanidade, e o mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas heterossexuais.
A coletividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinqüência.
A vida espiritual pura e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, através de milênios e milênios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas.
O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta.
A face disso, a individualidade em trânsito, da experiência feminina para a masculina ou vice versa, ao envergar o casulo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese ao corpo de formação masculina que o segregue, verificando-se análogo processo com referência à mulher nas mesmas circunstâncias.
Obviamente compreensível, em vista do exposto, que o Espírito no renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não apenas atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor de ação, como também no que concerne a obrigações regenerativas.
O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins.
E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e, conseqüentemente, na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores da Vida Maior que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem.
Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam.
Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual.
E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia.
Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um.
Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo