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domingo, 12 de agosto de 2012

O MISTÉRIO DE PAULO


Pode o Espiritismo explicar a misteriosa figura do apóstolo Paulo? A súbita conversão do fogoso perseguidor, nas portas de Damasco, reveste-se, aparentemente, das características do milagre. Sua atividade posterior é considerada por muitos como superior à do próprio Cristo, na implantação do Evangelho. Chega-se a dizer que o Cristianismo é obra de Paulo e não do Cristo. Há, também, quem veja em Paulo uma espécie de reformador do Cristianismo, sustentando a existência de divergências profundas entre o Evangelho e as Epístolas do apóstolo dos gentios.

A mente humana é cheia de escaninhos sombrios e, às vezes, se apresenta como caprichoso labirinto. O Espiritismo é inteiramente contrário a essas teorias disparatadas. A conversão de Paulo não se deu por acaso, nem da maneira brusca por que costumam apresentá-la. “Tudo se encadeia no Universo”, diz O Livro dos Espíritos. Houve, também, um encadeamento de causas e efeitos na vida de Paulo, para levá-lo ao encontro do Cristo, na Estrada de Damasco. Os interessados no esclarecimento desse problema encontrarão amplos esclarecimentos na obra Paulo e Estêvão, de Emmanuel, psicografada por Chico Xavier, que acaba de ser lançada em oitava edição, pela Livraria da Federação Espírita Brasileira.

Não se trata de um romance, como geralmente se pensa, mas de uma biografia romanceada, de uma reconstituição da vida de Paulo, abrangendo aspectos fundamentais da época heróica de expansão do Cristianismo; as fontes da conversão de Paulo na sua própria dedicação a Moisés. Emmanuel não se serve da bibliografia terrena para essa reconstituição, mas das “tradições do mundo espiritual”. Vemos, então, que Gamaliel, mestre de Paulo, que devia suceder o mestre no Sinédrio, foi também um convertido. E duas figuras praticamente desconhecidas dos investigadores da História cristã, o pregador Estêvão e sua irmã Abigail, que foi noiva do jovem Saulo de Tarso, representam papel decisivo na preparação do seu espírito para o encontro com o Cristo.

As lutas de Saulo, após a conversão, são longas e dolorosas. Mas a sua inteligência poderosa e a sua profunda sinceridade, levam-no a compreender o Cristianismo como ninguém ainda pudera fazê-lo. Os que vêem diferenças entre Paulo e o Cristo, fazem confusão entre as interpretações parciais da mensagem cristã, espalhadas no mundo, e a interpretação legítima e total do apóstolo dos gentios. Paulo nada acrescentou, nem teve a mais leve pretensão de modificar o Cristianismo. Sua principal virtude, nas lides cristãs, é a fidelidade a Cristo, opondo-se até mesmo aos erros judaizantes dos apóstolos que haviam convivido com o Messias.

Paulo e Estêvão é uma obra que justificaria, sozinha, a existência e o apostolado mediúnico de Chico Xavier, na atualidade. Mas não é livro para ser lido como romance, com interesse apenas pelos lances românticos do enredo. É livro para ser estudado, para ser lido e meditado. Na bibliografia mediúnica mundial talvez não exista nenhum livro de maior importância do que esse. Os leitores que ainda não o conhecem devem aproveitar a oportunidade desta oitava edição, que completa sessenta e cinco milheiros de exemplares, lançados em nosso país, fora as traduções que correm o mundo.

O Mistério do Bem e do Mal
Herculano Pires

Queria primeiro o acréscimo, para depois procurar o Reino


Contradições entre teoria e prática doutrinária
– Quando se entende somente para os outros
– Uma lição mediúnica.
Miranda, velho amigo estudioso da doutrina do Consolador e pregador apreciado, uma dia me confessou: “Há muito que entro no Evangelho, mas o Evangelho não entra em mim. Por incrível que pareça, quanto mais o leio, quanto mais me absorvo nele, menos o sigo. Não sou mau, nem viciado em coisa alguma, nada faço contra ninguém. Mas sou áspero, irritadiço, não tolero ofensas e não entendo como se possa procurar primeiro o Reino de Deus, quando a Terra, diariamente, exige tanto de mim”.
Respondi-lhe que nós todos somos assim. Todos temos os nossos defeitos, as nossas deficiências de compreensão. Mas isso é natural, e não tem importância, desde que lutemos para nos corrigir. Se fôssemos perfeitos não estaríamos aqui, nem precisaríamos do Espiritismo. Estaríamos em mundo melhor, em plano superior, na companhia daqueles que, para as várias religiões, são os eleitos. Lembrei-lhe o que dizia Kardec: “O verdadeiro espírita se conhece pela sua transformação moral.” Kardec não exigia a perfeição, mas o avanço constante rumo a ela.
Miranda ouviu atentamente, com um pequeno volume do Evangelho nas mãos. Concordou, em parte. Mas logo acrescentou: “E se me esforço, mas não consigo melhorar-me? Já pensaste nisso? No drama do espírita que deseja melhorar e não consegue? Volto a insistir no caso do Reino de Deus. Como posso pensar nele, com a conta do empório no bolso e o ordenado já gasto? Essa é uma imperfeição que não venço. Sou obrigado a mentir, a trapacear, para resolver a situação.”
Perguntei-lhe se já havia examinado bem o conteúdo do ensino evangélico a que se referia. Respondeu que sim. Perguntei-lhe, então, o que entendia pelo Reino de Deus. Disse que entendia ser o reino da pureza, da verdade e do amor. Buscá-lo, pois, seria portar-se de acordo com esses princípios. Mas, como ser puro, se precisava mentir e trapacear? Como ser verdadeiro, se precisava simular? Como cultivar o amor, se os semelhantes o ofendiam, censuravam-no impiedosamente, amarguravam-no? Baixou a fronte, pensativo, rodando nas mãos o volumezinho do Evangelho, como uma coisa inútil. Suspirou e exclamou, num desabafo: “Acho que o melhor é deixar de falar na doutrina. E fazer como se diz por aí: fé em Deus e unha no próximo!”
Procurei, ainda, consolá-lo por mil maneiras. Inútil. Miranda estava amargurado consigo mesmo, revoltado. Mas à noite, aparentemente por acaso, encontramo-nos com um médium amigo. Conversa vai, conversa vem, resolvemos fazer uma prece em conjunto, para ajudar o Miranda. E mal a terminávamos, uma entidade amiga se incorporava no médium, dirigindo-se ao companheiro, desolado:
– Miranda, você não quer buscar o Reino de Deus e a sua justiça? Pois então, meu irmão, busque o outro.
– Que outro? perguntou Miranda, assustado.
– O do Diabo e a sua injustiça.
– Mas o Diabo não existe – objetou Miranda – É uma invencionice, uma interpretação errada dos textos. Chamas de diabo os espíritos imperfeitos, como eu, que andam trapaceando por aí.
– Pois então, Miranda, continue no seu Reino e na sua injustiça. Ninguém o obriga a buscar o Reino de Deus.
Miranda não se conteve. Lágrimas ardentes lhe correram pelo rosto. Disse-me, depois que, no momento, todo o absurdo da sua atitude lhe surgira de inopino aos olhos da alma. Então a entidade amiga, compassiva, disse-lhe:
– Como vê, Miranda, meu irmão, não há outro caminho. Mancando ou não, você tem mesmo é de seguir por aí. Em vez de mentir, confesse humildemente aos credores a verdade da sua situação. Em vez de trapacear, procure fazer negócios sérios. A princípio, vai ser um pouco difícil, porque o seu passado é um tanto escuro. Mas, insista no caminho reto, e será ajudado. Ponha o pé no Reino de Deus, e o acréscimo começará a aparecer. Até agora, você tem falado do que entendeu. Agora, ponha em prática o entendimento, e fale do que experimentou.
Ao sairmos da reunião, Miranda mostrava um semblante mais tranqüilo. E, em breve, se abriu conosco, num desabafo salutar:
– É verdade, amigos, tenho falado do que entendi, mas não tenho praticado. Nunca fui insincero nas minhas pregações. Mas acontece que eu ensinava os outros, e eu mesmo não aprendia. Curioso! Eu desejava o acréscimo, sem buscar o Reino! De agora em diante vou fazer o contrário. E os Espíritos me ajudarão.

O criminoso é nosso próximo, como o melhor entre os homens

Aspectos anticristãos do problema da pena de morte
– Uma lição do pastor Stanley Jones – Elisabeth de França
e sua comunicação sobre o problema dos criminosos.
As discussões sobre a pena de morte revelam a falta de compreensão cristã dos problemas humanos em nosso tempo. E essa falta é tanto mais alarmante quando vemos representantes de igrejas cristãs e de correntes espiritualistas defenderem e postularem, de público, a instituição da pena capital em nosso país. Por mais que se alegue a defesa da sociedade, da ordem, da segurança das famílias, a verdade é que o Cristianismo, quer pelo ensino, ou pelo exemplo do Cristo, não autoriza a adoção dessa medida brutal e violenta. E, caso a autorizasse, estaria em contradição consigo mesmo.
O Espiritismo, na sua feição de restabelecimento da pureza inicial dos princípios cristãos, não admite a pena de morte. Por essa atitude clara, definida, além de se manter coerente com a essência dos ensinos de Jesus, mantém-se, também, fiel a si mesmo no plano filosófico. Porque a verdade é a seguinte: quer se encare o Espiritismo no seu aspecto religioso, ou no seu aspecto filosófico ou, ainda, no científico, a doutrina se apresenta coerente, una, homogênea, baseada sempre nos sólidos alicerces dos princípios cristãos.
Admitir a pena de morte é negar a capacidade de recuperação e regeneração da criatura humana. Negar essa capacidade é admitir a falência da ação de Deus no mundo, é admitir a contradição e o absurdo no processo da vida. Para o espírita seria, ainda, negar a eficiência da lei de evolução. Entretanto, a história do mundo nos mostra que os erros humanos são corrigíveis e que os maiores criminosos são suscetíveis de regeneração. Aqui mesmo, em nosso país, não temos o exemplo de grandes cangaceiros que se transformaram em homens de bem?
Alguns espíritas, levados pelo horror de certos crimes, e sobretudo influenciados pela falsa argumentação dos defensores da pena de morte, chegam às vezes a admiti-lo. Se pensassem, porém, nos princípios fundamentais da doutrina, jamais a admitiriam. Se aceitamos que os espíritos foram criados por Deus para a perfeição, e que esta se realiza através das vicissitudes e experiências da alma, como podemos aceitar a idéia de interromper a vida de uma criatura, em nome dos interesses da sociedade? E o que é a sociedade, senão o meio formado por essas próprias experiências, o meio em que essas experiências se desenvolvem, propiciando a uns o esclarecimento e mantendo outros nas trevas da ignorância e da crueldade?
Um grande pastor protestante, Stanley Jones, ensina que devemos ver em cada criatura humana um ser pelo qual o Cristo deu a vida. Essa é uma lição realmente cristã. Se meditarmos nela, veremos o absurdo dos que pretendem tirar a vida a um criminoso, pelo qual o Cristo morreu. Mas, na pena de morte não há somente o absurdo da violência social contra o criminoso, filho e produto da própria sociedade. Há também o absurdo da oficialização do homicídio, que passa a ser uma instituição, produzindo no país uma nova e horripilante classe social: a dos funcionários do crime. Esses funcionários, como acentuou Victor Hugo, seriam os assassinos oficiais, punindo friamente, com a morte burocrática, os infelizes que, no desespero de suas paixões ou no desequilíbrio profundo de sua crueldade mórbida, praticarem crimes.
Kardec incluiu, em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, uma comunicação mediúnica de Elizabeth de França, que termina com estas belas palavras, ao tratar do criminoso: “O arrependimento pode comover seu coração, se pedirdes com fé. É vosso próximo, como o melhor entre os homens. Sua alma, transviada e rebelde, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar. Ajudai-o, pois, a sair do lodaçal, e rogai por ele”. Como vemos, a lei do amor transparece em cada uma destas palavras, acordando-nos para o verdadeiro sentido das responsabilidades sociais em face dos criminosos.

O Mistério do Bem e do Mal
Herculano Pires

Necessidade do estudo de Kardec para discernimento doutrinário


Confusões intencionais e não-intencionais, lançadas nos meios espíritas – O problema umbandista – Mensagens de Ramatis.
Há muitas confusões, feitas intencionalmente ou não, entre o Espiritismo e numerosas formas de crendice popular, inclusive as formas de sincretismo religioso afro-brasileiro, hoje largamente difundidas. Adversários da doutrina espírita costumam fazer intencionalmente essas confusões, com o fim de afastar do Espiritismo as pessoas cultas. Por outro lado, alguns espíritas mal-orientados, que não conhecem a própria doutrina, colaboram nesse trabalho de confusão, admitindo como doutrinárias as mais estranhas manifestações mediúnicas e as mais evidentes mistificações.
Alguns leitores se mostram justamente alarmados com a larga aceitação que vêm tendo, em certos meios doutrinários, práticas de Umbanda e comunicações de Ramatis. E nos escrevem a respeito, pedindo uma palavra nossa sobre esses assuntos. Na verdade, já escrevemos numerosas crônicas tratando da necessidade de vigilância nos meios espíritas, de maior e mais seguro conhecimento dos nossos princípios, e apontando os perigos decorrentes do entusiasmo fácil, da aceitação apressada de certas inovações. Mas, para atender às solicitações, voltaremos hoje ao assunto.
Kardec dizia, como muita razão, que os adeptos demasiado entusiastas são mais perigosos para a doutrina do que os próprios adversários. Porque estes, combatendo o que não conhecem, evidenciam a própria fraqueza e contribuem para o esclarecimento do povo, enquanto os adeptos de entusiasmo fácil comprometem a causa. O que estamos vendo hoje, no meio espírita brasileiro, não é mais do que a confirmação dessa assertiva do codificador. Espíritas demasiado entusiastas estão sempre prontos a receber qualquer “nova revelação” que lhes seja oferecida e a divulgá-la sofregamente, como verdades incontestáveis. Que diferença entre o equilíbrio e a ponderação de Kardec e essa afoiteza inútil e prejudicial!
No tocante à Umbanda, já dissemos aqui, numerosas vezes, que se trata de uma forma de sincretismo religioso, ou seja, de mistura de religiões e cultos, com a qual o Espiritismo nada tem a ver. As formas de sincretismo religioso são, praticamente, as nebulosas sociais de que nascem as novas religiões. A Umbanda já superou a fase inicial de nebulosa, estando agora em plena fase de condensação. É por isso que ela de difunde com mais intensidade. Já se pode dizer que é uma nova religião, formada com elementos das crenças africanas e indígenas, misturados a crenças e formas de culto do catolicismo e do islamismo em franco desenvolvimento entre nós. O Espiritismo não participou da sua formação, embora os nossos sociólogos, em geral, exatamente por desconhecerem o Espiritismo, digam o contrário, pois confundem o mediunismo primitivo, de origem africana e indígena, com os princípios de uma doutrina moderna. Nós, espíritas, devemos respeitar na Umbanda uma religião nascente, mas não podemos admitir confusões entre as suas práticas sincréticas e as práticas espíritas.
Quando às mensagens de Ramatis, também já tivemos ocasião de declarar que se trata de mensagens mediúnicas a serem examinadas. De nossa parte, consideramo-las como mensagens confusas, dogmáticas, vazadas na linguagem típica dos espíritos pseudo-sábios, a que Kardec se refere na escala espírita de O Livro dos Espíritos. Cheias de afirmações absurdas e até mesmo contraditórias, essas mensagens revelam uma fonte que devia ser encarada com menos entusiasmo e com mais cautela pelos espíritas. Em geral, nossos confrades se entusiasmam com “as novas revelações” aparentemente contidas nas mesmas, esquecendo-se de passá-las, como aconselhava Kardec, pelo crivo da razão.
O que temos de aconselhar a todos, pelo menos a todos os que nos consultam a respeito, é mais leitura e mais estudo de Kardec, e menos atenção a espíritos que tudo sabem e a tudo respondem com tanta facilidade, usando sempre uma linguagem envolvente, em que nem todos sabem dividir a verdade do erro. “O Espiritismo”, dizia Cairbar Schutel, “é uma questão de bom-senso”. Procuremos andar de maneira sensata, na aceitação de mensagens mediúnicas.

Livro: O mistério do Bem e do Mal
Herculano Pires

Divaldo- Jesus e Vida


Seminário com Carlos Baccelli- tema psicografia de Chico Xavier


Educação Espírita- Raul Teixeira


Lei de Reencarnação- Raul Teixeira