(Sociedade Espírita de Paris. Médium senhora Costel.)
Venho falar-te, da coisa que mais importa, nesta época de crise e de
transformação; no momento em que as nações vestem a roupa viril, no momento em
que o céu descoberto vos mostra, flutuando nos espaços infinitos, os Espíritos
daqueles que acreditáveis dispersos como moléculas ou servindo de pasto aos
verdes; neste momento solene, é necessário que, se armando da fé, o homem
não caminhe mais às cegas nas trevas do personalismo e do materialismo. Como
outrora os pastores, guiados por uma estrela, vieram adorar o Menino-Deus, é
necessário que o homem, guiado pela brilhante aurora do Espiritismo, caminhe,
enfim, para a Terra prometida da liberdade e do amor; é necessário que,
compreendendo o grande mistério, saiba que o objetivo harmonioso da Natureza,
seu ritmo admirável, são os modelos da Humanidade. Nessa espantosa diversidade
que confunde os Espíritos, distingui a perfeita semelhança das relações entre as
coisas criadas e os seres criados, e que essa poderosa harmonia vos inicie a
todos, homens de ação, poetas, artistas, trabalhadores, à união na qual devem
fundir-se os esforços comuns durante a peregrinação da vida. Caravanas
assaltadas pelas tempestades e pelas adversidades, estendei-vos mãos amigas, e
caminhai com os olhos fixos no Deus justo que recompensa, ao cêntuplo, aquele
que tiver aliviado o fraco e o oprimido.
GEORGES.
Revista Espírita 1861