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sábado, 11 de janeiro de 2014

O Alcoolismo

O Alcoolismo

Autor: Victor Hugo (espírito)

Sem nos determos no exame dos fatores sócio-psicológicos causais do alcoolismo generalizado, de duas ordens são as engrenagens que o desencadeiam, - observado o problema do ponto de vista espiritual.
Antigos viciados e dependentes do álcool, em desencarnando não se liberam do hábito, antes sofrendo-lhe mais rude imposição.
Prosseguindo a vida, embora a ausência do corpo, os vícios continuam vigorosos, jungindo os que a eles se aferraram a uma necessidade enlouquecedora. Atônitos e sedentos, alcoólatras desencarnados se vinculam às mentes irresponsáveis, de que se utilizam para dar larga à continuação do falso prazer, empurrando-os, a pouco e pouco, do aperitivo tido como inocente ao lamentável estado de embriaguez.
Os que lhes caem nas malhas, tornam-se, por isso mesmo, verdadeiros recipientes por meio dos quais absorvem os vapores deletérios, caindo, também, em total desequilíbrio, até quando a morte advém à vítima, ou as Soberanas Leis os recambiam à matéria, que padecerá das dolorosas injunções constritoras que lhe impõe o corpo perispiritual...
Normalmente, quando reencarnados, os antigos viciados recomeçam a atividade mórbida, servindo, a seu turno, de instrumento do gozo infeliz, para os que se demoram na Erraticidade inferior...
Outras vezes, os adversários espirituais, na execução de uma programática de desforço pelo ódio, induzem os seus antigos desafetos à iniciação alcoólica, mediante pequenas doses, com as quais no transcurso do tempo os conduzem à obsessão, desorganizando-lhes a aparelhagem físio-psíquica e dominando-os totalmente.
No estado de alcoolismo faz-se muito difícil a recomposição do paciente, dele exigindo um esforço muito grande para a recuperação da sanidade.
Não se afastando a causa espiritual, torna-se menos provável a libertação, desde que, cessados os efeitos de quaisquer terapêuticas acadêmicas, a influência psíquica se manifesta, insidiosa, repetindo-se a lamentável façanha destruidora...
A obsessão, através do alcoolismo, é mais generalizada do que parece.
Num contexto social permissivo, o vício da ingestão de alcoólicos torna-se expressão de status, atestando a decadência de um período histórico que passa lento e doído.
Pelos idos de 1851, porque enxameassem os problemas derivados da alcoolofilia, Magno Huss realizou, por vez primeira, um estudo acurado da questão, promovendo um levantamento dos danos causados no indivíduo e alertando as autoridades para as conseqüências que produz na sociedade.
Os que tombam na urdidura alcoólica, justificam-lhe o estranho prazer, que de início lhes aguça a inteligência, faculta-lhes sensações agradáveis, liberando-os dos traumas e receios, sem se darem conta de que tal estado é fruto das excitações produzidas no aparelho circulatório, respiratório com elevação da temperatura para, logo mais produzir o nublar da lucidez, a alucinação, o desaparecimento do equilíbrio normal dos movimentos...
Inevitavelmente, o viciado sofre uma congestão cerebral intensa ou experimenta os dolorosos estados convulsivos, que se tornam perfeitos delírios epilépticos, dando margem a distúrbios outros: digestivos, circulatórios, nervosos que podem produzir lesões irreversíveis, graves.
A dependência e continuidade do vício conduz ao delirium tremens, resultante da cronicidade do alcoolismo, gerando psicoses, alucinações várias que culminam no suicídio, no homicídio, na loucura irrecuperável.
Mesmo em tal caso, a constrição obsessiva segue o seu curso lamentável, já que, não obstante destrambelhadas as aparelhagens do corpo, o espírito encarnado continua a ser dominado pelos seus algozes impenitentes em justas de difícil narração...
Além dos danos sociais que o alcoolismo produz, engendrando a perturbação da ordem, a queda da natalidade, a incidência de crimes vários, a decadência econômica e moral, é enfermidade espiritual que o vero Cristianismo erradicará da Terra, quando a moral evangélica legítima substituir a débil moral social, conveniente e torpe.

Ao Espiritismo cumpre o dever de realizar a psicoterapia valiosa junto a tais enfermos e, principalmente, a medida preventiva pelos ensinos corretos de como viver-se em atitude consentânea com as diretrizes da Vida Maior.

Livro: Calvário de Libertação. Psicografia de Divaldo Franco

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Processos Obsessivos



Afirmamos que os processos obsessivos são meticulosamente planejados e que, na

trama dos acontecimentos humanos, sempre há a acção das mentes desencarnadas; a

que protegem e guiam a Humanidade, como aquelas que conspiram contra o bem estar

do homem. Não restam dúvidas quanto à vitória final dos construtores dos povos e

do homem integral, pela vinculação mantida com a Divindade que os inspira e, a

seu turno, os conduz.



Os outros, os que ainda se estribam na violência, recebem, igualmente, os


nobres impulsos para a perfeição, demorando-se nos propósitos inferiores,

enquanto lapidam as arestas e adquirem as experiências da razão e da intuição,

liberando-se das altas cargas das sensações e paixões animalizantes, que os

asselvajam.



Lamentável é. a falta de siso dos espiritualistas e geral e de alguns


espiritistas em particular, porque, informados da sobrevivência fio Espírito ao

túmulo, bem como da sua preexistência ao berço e das naturais interferências que

consegue nas actividades humanas, não se consciencializam em definitivo,

assumindo uma atitude mental e moral que os precate, os imunize contra a

agressão desses infelizes espirituais, cuja psicosfera que produzem de par com

as emanações dos seus obsessos, gera a poluição mental que vem vitimando milhões

de incautos em trânsito pelo mundo.



Nos seus variados processos- de perseguição, utilizam-se das horas do repouso


físico aos seus desafectos do passado ou antagonistas do presente, a fim de os

surpreenderem, no parcial desdobramento pelo sono, atemorizando-os, quando não

os conseguem conduzir aos antros de sombra onde vivem, exaurindo-lhes as

resistências pela insidiosa e constante vigilância, mediante absorção

vampirizante, com que impossibilitam o repouso necessário ao equilíbrio físico e

à harmonia mental.



Aparecem-lhes com aspecto pavoroso, assumindo personificações bizarras de


demónios com figurações além das mais férteis imaginações, produzem hipnoses de

profundidade, instalam matrizes nos centros cerebrais - onde se encontram os

registros psíquicos das dívidas e erros -, que desconectam a pouco e pouco,

mediante pertinaz perseverança...



...E os pesadelos atormentam os futuros obsessos, infligindo-lhes pavores à


hora do sono. desanimando-os nos processos de paz.



Somente as acções da beneficência, a vigilância nos actos morais, a prece ungida


de fervor constituem antídotos a tais estratégias do mal, por situarem o

espírito que se enobrece em faixa vibratória superior, inacessível às suas

interferências, proporcionando uma sintonia com as mentes engrandecidas dos

Instrutores e Guardiães da criatura humana.



Enquanto não se consiga uma conscientização geral, através da educação


espiritual do ser, feita nas bases e métodos da razão, do esclarecimento e do

amor, a Terra e a sua quase totalidade de habitantes sofrerão os revezes da

própria incúria. até quando ao Senhor aprouver mudar as estruturas vigentes

através de metodologias outras que nos escapam ao entendimento.



Autor: Victor Hugo

Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Calvário de Libertação


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Capítulo do Livro Árdua Ascensão que nos conta os bastidores que trouxeram o Espiritismo para o Brasil. Leiam e comentem.

O PORQUÊ DO ESPIRITISMO NO BRASIL

Quando se estruturava a programática da reencarnação do Missionário Allan Kardec, em Lyon, na França, como Embaixador do Cristo, para dar início à Era do Espírito Imortal, considerando-se as tarefas que ali desenvolvera, dezenove séculos atrás, na condição de sacerdote druida, tiveram em mente, os Instrutores da Humanidade, eleger Paris para tal advento, levando-se em conta o elenco dos obreiros da latinidade que o acompanhariam, antecipando-o e dando prosseguimento ao extraordinário acontecimento.
Graças às vivências anteriores, em que amadurecera as experiências relevantes e acurara a sabedoria, mártir, mais de uma vez, sacrificado em holocausto dos ideais humanistas, filosóficos e cristãos, Allan Kardec mergulharia na densa névoa carnal, após a França retirar dos ombros a hegemonia política dos Bourbons, quando as aspirações máximas da humanidade, que a revolução de 89 viera implantar, abrissem campo aos supremos anseios da felicidade.
Nenhuma país reunia condições, naquele momento histórico, que pudessem rivalizar com as ali conquistadas, e lugar algum, exceto Paris, dispunha dos requisitos culturais e tradições da inteligência para o tentame ímpar.
En douceur1, os gênios benfeitores do homem estabeleceram que a França, mais uma vez, hospedaria o Missionário, a fim de que dali partissem, pulcras e imbatíveis, as diretrizes para o pensamento em relação ao futuro.
Laboratório de idéias que fermentavam ante a força dos elementos em debate, estavam presentes, então, todos os recursos para a avaliação dos conceitos expostos, no momento em que a Ciência, libertando-se das algemas dogmáticas e dos preconceitos do magister dixit2, alicerçava os seus fundamentos na insuperável linguagem dos fatos testados nas experimentações incessantes.
Ao mesmo tempo, a Filosofia arrebentara os grilhões das escolas ancestrais e abria campo a novos cometimentos, aliando-se, no futuro, ao materialismo dialético, histórico e mecanicista, num afã de destruir o passado para edificar o futuro em bases inteiramente descomprometidas com quaisquer vinculações precedentes.
Nesse ínterim, a Religião, dividida em ortodoxias, rivais que se digladiavam reciprocamente, apresentava a paisagem desvitalizada do Cristianismo, numa Instituição formal e de superfície, que em nada recordava o Revolucionário do Amor, que libertara as consciências para um reino sem fronteiras, onde pudessem viger a fraternidade sem limite e a paz sem qualquer convulsão.
As idéias, em conseqüência, nesse campo de batalha, muitas vezes nasciam ao amanhecer, envelheciam ao meio-dia e morriam à noite, sepultadas, logo depois, nos jazigos do esquecimento.
"Melhor ser vaiado em Paris - afirmava-se, então - e no mundo inteiro ignorado, do que aplaudido em toda parte, mas, em Paris, desconhecido."
Não era jactância, nem presunção, e sim o retrato vivo de uma cidade que se sabia iluminada, de um povo ateniense que a habitava consciente das próprias conquistas. C'est tout dire3.
Ora, esperava-se que o impacto de uma ciência nova, de cujos alicerces ressumasse um conteúdo filosófico, no barátro das escolas de pensamento as mais proeminentes, deveria ser amortecido pelo choque decorrente do atrito com as demais áreas ideológicas, conforme havia sucedido antes e acontecia continuamente. Isto, porém, não se deu em relação ao Espiritismo.
Incontestado na sua origem - o fenômeno da imortalidade da alma, confirmado através da comunicação mediúnica -, porque todas as contradições que se levantaram careciam de estrutura experimental e as aguerridas acusações de que padecera resvalavam pela rampa do fanatismo, religioso ou do materialista sem os subsídios dos fatos, sobreviveu, adquirindo cidadania científica.
Concomitantemente, o seu contexto filosófico, remontando às mais antigas doutrinas do reencarnacionismo oriental, do pitagorismo e do idealismo grego, constitui a única forma cultural de compreender Deus e a origem da vida, o homem e as causas das aflições, o destino e a finalidade do ser na Terra...
Ao mesmo tempo, afirmando que Jesus é o "Ser mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para servir-lhe de Modelo e Guia"4, ressuscita a Sua Doutrina, em toda a sua grandeza moral, cujos princípios dividiram a História, trazendo as linhas mestras do comportamento ético-social do indivíduo em relação a Deus, a si próprio e ao seu próximo.
Resistindo a todas objurgatórias, assim como demonstrando-as falsas, o Espiritismo venceu os acanhados dom-quixotes das lutas inglórias e saiu dos arraiais sitiados onde parecia submetido, para ganhar as léguas do mundo...
Religião do amor, empreendia a batalha da transformação do mundo por meio da renovação e aprimoramento ético do homem, que se utiliza do progresso intelectual para adquirir o moral, definitivo, religando, em perfeita união, o Criador à Sua criatura.
Quando Allan Kardec desencarnou, a Doutrina permaneceu e firmou os seus pilotis no cerne da cultura adversa que, lentamente, o absorveu e aceitou, face ao desempenho dos seus adeptos e à fortaleza dos conceitos apresentados, que decorrem da demonstração experimental, resistente a quaisquer suspeitas e indisposições adredemente estabelecidas.
Entretanto, quando se organizavam os roteiros para o advento do Consolador na Terra, mediante a Doutrina Espírita, os abnegados e sábios Mentores da França foram informados de que ali se iniciaria o programa, que, todavia, se iria fixar, por algum tempo, em outro país, de onde se dilataria, abraçando todo o planeta ao largo dos séculos...
A alma francesa contribuiria com o tesouro cultural para os primórdios da "fé raciocinada", contudo, seria num continente jovem, num povo em formação, no qual se caldeavam raças e caracteres, que mais ampla e facilmente se desenvolveria, especialmente, levando-se em conta a falta de carmas coletivos naquela nacionalidade.
A França, onde renasceram os atenienses, estava assinalada por glórias e misérias, guerras externas e lutas intestinas que lhe não permitiriam, por enquanto, a dilatação dos ensinamentos cristãos nos enfoques da vivência moderna, demonstrando moralmente a grandeza do Espiritismo.
Desse modo, tão logo estivesse implantado o ideal espírita, seria trasladada a árvore evangélica, de cuja seiva a ciência se sustentaria para os arrojados cometimentos futuros e em cuja filosofia racional as criaturas se nutririam, adquirindo o vigor para as existências enobrecidas.
O Brasil, porque destituído de débitos coletivos mais graves, houvera sido escolhido para esse segundo período da realização e crescimento espiritista.
Sem comentar os acontecimentos de menor gravidade histórica, a escravatura negra e a guerra do Paraguai pesam-lhe na economia evolutiva.
A primeira, como herança dos colonizadores, que a Princesa Isabel encerrou, mediante a Lei Áurea, e a segunda, a nação, no futuro se reabilitaria, por meio de inestimável auxílio ao progresso do país irmão, que lhe fora vítima, após a provocação perpetrada pelo seu então ditador Rosas...
Convencionou-se, desse modo, que muitos franceses fossem transferidos, em Espírito, para as terras novas, a fim de receberem a Doutrina, oportunamente, quando para o Continente americano do sul fosse transportada.
Esse acordo precedeu ao renascimento de Allan Kardec, em Lyon, que anuíra de boa mente com o estabelecido.
Sem embargo, porque na psicosfera da nacionalidade francesa permanecessem dezenas de milhares de revolucionários frustrados, infelizes, vitimados pela arma de José Guillotin, que os ventres das mulheres aturdidas se negavam a receber em maternidade redentora, assim abortando em larga escala, foi concertado que o Brasil receberia esses Espíritos sofridos, de modo a auxiliá-los no processo da evolução, reparando as faltas e ajustando-se ás linhas do progresso intelecto-moral, ao mesmo tempo que contribuiriam para a fraternidade e a liberdade de consciência de que o Espiritismo se faz paradigma por excelência.
O método dialético e o cartesiano utilizados por Allan Kardec para estruturar a Codificação no cimento da lógica e do fato, exigem atenção e discernimento para de início serem penetrados.
Dessa forma, tão logo os reflexos doutrinários da Mensagem alcançaram as praias brasileiras da cultura, nos primórdios dos anos 60, do século XIX, a sintonia filosófica dos antigos revolucionários, dos lidadores da latinidade gaulesa, reencontrou o pensamento, de imediato adotando a sua ética e aceitando os seus postulados que, ao tempo que lhe falavam à mente arguta, sensibilizavam-nos, acalmando-lhes os sentimentos controvertidos e angustiados...
Não seja, pois, de estranhar-se a predestinação do Brasil para o labor espírita nem a sua aceitação ampla e profunda por todos os segmentos da sua sociedade desde o princípio, salvadas raras exceções.
Após a desencarnação de Allan Kardec, companheiros seus de lide e médiuns que cooperaram na realização da Obra colossal, retornaram ao corpo, na pátria brasileira, para darem continuação ao programa estabelecido com entranhada fidelidade aos postulados que exigem dedicação, renúncia até ao sacrifício, e fé estribada na razão.
Renasceram, portanto, em número expressivo, espíritas por segunda vez, alguns outros que conheceram a Doutrina antes do retorno ao corpo, a fim de promoverem a grande arrancada da divulgação e da realização doutrinária, capacitando-se a devolvê-la ao berço de origem e ao mundo, na mesma pureza e limpidez com que a herdaram do insigne Missionário.
Não que tudo transcorresse em clima de facilidade e mesmo de harmonia, porque onde se encontra o homem, aí se fazem presentes as suas paixões.
O trabalho se apresentava e prossegue gigantesco.
Faze derrubar velhas e arcaicas estruturas do comportamento ancestral, utilitarista e apaixonado, para dos escombros emergir uma nova mentalidade aberta à vida, que faculte espaços à solidariedade e ao amor, constitui um desafio dos mais expressivos. Ainda mais, se for examinado que muitos dos modernos trabalhadores da seara espírita são antigas personagens comprometidas com facções religiosas beligerantes, bem como partidos políticos exaltados, ora aprendendo disciplina e submissão, transferidas das posições relevantes para as de serviço, que o mergulho no corpo não pôde obnubilar completamente as anteriores impressões que lhes caracterizavam antes a conduta.
Penetrando no espírito do Espiritismo, ressumam, inevitavelmente, em todas as criaturas, as suas antigas predisposições, seja na área da informação científica, ou da filosófica, ou da religiosa. Todavia, na síntese perfeita em que se apresenta a Doutrina, como campo de harmonia desses três fundamentos do conhecimento humano, é que se expressa o conteúdo do Espiritismo que não pode nem deve ter dissociado nenhum dos seus membros.
Objetivando, porém, essencialmente, preparar o homem para a continuação da vida além do túmulo com todas as responsabilidades que lhe dizem respeito, é inevitável que a feição moral, rica de religiosidade, desperte-lhe os sentimentos superiores, plasmando-lhe a conduta evangélica, conseqüência natural da comprovação científica e da compreensão filosófica.
Outrossim, porque consoladora, alcança de imediato o ser perdido nos abismos do desespero, da angústia e da saudade, liberando-o dos tormentos, por atingir o âmago das questões que desencadeiam os sofrimentos e acenar-lhe com as esperanças felizes, mediante a ação do trabalho e a experiência auto-iluminativa da caridade.
Eis por que os litigantes de ontem, os delinqüentes do passado, que arrastam pelos séculos os caprichos e efeitos dos crimes, vieram reencontrar-se no pequeno burgo interiorano da comunidade brasileira, cenário novo para as lutas de redenção. Formavam no grupo dos que haviam sido transferidos, reencarnando-se ou não, para as plagas onde não tinham compromisso infelizes e poderiam com melhores probabilidades redimir-se, purificando-se no crisol das aflições que o encontra com o Espiritismo decantaria, na sucessão das experiências da evolução.

(Espírito de Victor Hugo - Divaldo Pereira Franco - Obra: Árdua Ascensão).



Notas do compilador: 1 - En douceur = devagar, sem pressa; 2 - Magister dixit = expressão dogmática com que os escolásticos da Idade Média ofereciam, como argumento sem réplica, a opinião do mestre (Aristóteles), como também diziam os discípulos de Pitágoras. Modernamente, diz-se de todo chefe de escola, doutrina ou partido; pode, também, ser dita a expressão ipso dixit (grego: Autos ephe); 3 - C'est tout dire = É quanto basta; 4 - "Jesus é o Ser mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para servir-lhe de Modelo e Guia" - resposta dos Espíritos Superiores à pergunta 625 de "O Livro dos Espíritos".

Obs. do compilador: Fatos importantes são esclarecidos por Victor Hugo neste artigo. Todos personagens proeminentes (revolucionários e filósofos) que criaram as condições para as mudanças nos séculos 18 e 19, foram antigos atenienses reencarnados. Ele também afirma que Allan Kardec em encarnações anteriores havia sido mártir e sacrificado em holocausto (Em outras informações de Espíritos sabemos que Kardec havia sido Jan Huss).

terça-feira, 31 de julho de 2012

O Alcoolismo

O Alcoolismo

Autor: Victor Hugo (espírito)

Sem nos determos no exame dos fatores sócio-psicológicos causais do alcoolismo generalizado, de duas ordens são as engrenagens que o desencadeiam, - observado o problema do ponto de vista espiritual.
Antigos viciados e dependentes do álcool, em desencarnando não se liberam do hábito, antes sofrendo-lhe mais rude imposição.
Prosseguindo a vida, embora a ausência do corpo, os vícios continuam vigorosos, jungindo os que a eles se aferraram a uma necessidade enlouquecedora. Atônitos e sedentos, alcoólatras desencarnados se vinculam às mentes irresponsáveis, de que se utilizam para dar larga à continuação do falso prazer, empurrando-os, a pouco e pouco, do aperitivo tido como inocente ao lamentável estado de embriaguez.
Os que lhes caem nas malhas, tornam-se, por isso mesmo, verdadeiros recipientes por meio dos quais absorvem os vapores deletérios, caindo, também, em total desequilíbrio, até quando a morte advém à vítima, ou as Soberanas Leis os recambiam à matéria, que padecerá das dolorosas injunções constritoras que lhe impõe o corpo perispiritual...
Normalmente, quando reencarnados, os antigos viciados recomeçam a atividade mórbida, servindo, a seu turno, de instrumento do gozo infeliz, para os que se demoram na Erraticidade inferior...
Outras vezes, os adversários espirituais, na execução de uma programática de desforço pelo ódio, induzem os seus antigos desafetos à iniciação alcoólica, mediante pequenas doses, com as quais no transcurso do tempo os conduzem à obsessão, desorganizando-lhes a aparelhagem físio-psíquica e dominando-os totalmente.
No estado de alcoolismo faz-se muito difícil a recomposição do paciente, dele exigindo um esforço muito grande para a recuperação da sanidade.
Não se afastando a causa espiritual, torna-se menos provável a libertação, desde que, cessados os efeitos de quaisquer terapêuticas acadêmicas, a influência psíquica se manifesta, insidiosa, repetindo-se a lamentável façanha destruidora...
A obsessão, através do alcoolismo, é mais generalizada do que parece.
Num contexto social permissivo, o vício da ingestão de alcoólicos torna-se expressão de status, atestando a decadência de um período histórico que passa lento e doído.
Pelos idos de 1851, porque enxameassem os problemas derivados da alcoolofilia, Magno Huss realizou, por vez primeira, um estudo acurado da questão, promovendo um levantamento dos danos causados no indivíduo e alertando as autoridades para as conseqüências que produz na sociedade.
Os que tombam na urdidura alcoólica, justificam-lhe o estranho prazer, que de início lhes aguça a inteligência, faculta-lhes sensações agradáveis, liberando-os dos traumas e receios, sem se darem conta de que tal estado é fruto das excitações produzidas no aparelho circulatório, respiratório com elevação da temperatura para, logo mais produzir o nublar da lucidez, a alucinação, o desaparecimento do equilíbrio normal dos movimentos...
Inevitavelmente, o viciado sofre uma congestão cerebral intensa ou experimenta os dolorosos estados convulsivos, que se tornam perfeitos delírios epilépticos, dando margem a distúrbios outros: digestivos, circulatórios, nervosos que podem produzir lesões irreversíveis, graves.
A dependência e continuidade do vício conduz ao delirium tremens, resultante da cronicidade do alcoolismo, gerando psicoses, alucinações várias que culminam no suicídio, no homicídio, na loucura irrecuperável.
Mesmo em tal caso, a constrição obsessiva segue o seu curso lamentável, já que, não obstante destrambelhadas as aparelhagens do corpo, o espírito encarnado continua a ser dominado pelos seus algozes impenitentes em justas de difícil narração...
Além dos danos sociais que o alcoolismo produz, engendrando a perturbação da ordem, a queda da natalidade, a incidência de crimes vários, a decadência econômica e moral, é enfermidade espiritual que o vero Cristianismo erradicará da Terra, quando a moral evangélica legítima substituir a débil moral social, conveniente e torpe.

Ao Espiritismo cumpre o dever de realizar a psicoterapia valiosa junto a tais enfermos e, principalmente, a medida preventiva pelos ensinos corretos de como viver-se em atitude consentânea com as diretrizes da Vida Maior.

Livro: Calvário de Libertação. Psicografia de Divaldo Franco