Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 8
A Afabilidade e a Doçura
A Afabilidade e a Doçura
Lázaro
Paris, 1861
6. A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo,
produz a afabilidade e a doçura, que são a sua manifestação. Entretanto,
nem sempre se deve fiar nas aparências, pois a educação e o traquejo do
mundo podem dar o verniz dessas qualidades. Quantos há, cuja fingida
bonomia é apenas uma máscara para uso externo, uma roupagem cujo corte
bem calculado disfarça as deformidades ocultas! O mundo está cheio de
pessoas que trazem o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são
doces, contanto que ninguém as moleste, mas que mordem à menor
contrariedade; cuja língua, dourada quando fala face a face, se
transforma em dardo venenoso, quando falam por trás.
A essa classe pertencem ainda esses homens que são benignos fora de
casa, mas tiranos domésticos, que fazem a família e os subordinados
suportarem o peso do seu orgulho e do seu despotismo, como para
compensar o constrangimento a que se submetem lá fora. Não ousando impor
sua autoridade aos estranhos, que os colocariam no seu lugar, querem
pelo menos ser temidos pelos que não podem resistir-lhes. Sua vaidade se
satisfaz com o poderem dizer: "Aqui eu mando e sou obedecido", sem
pensar que poderiam acrescentar, com mais razão: "E sou detestado".
Não basta que os lábios destilem leite e mel, pois se o coração nada
tem com isso, trata-se de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura
não são fingidas, jamais se desmente. É o mesmo para o mundo ou na
intimidade, e sabe que se pode enganar os homens pelas aparências, não
pode enganar a Deus.
Copyright 2004 - LAKE - Livraria Allan Kardec Editora
(Instituição Filantrópica) Todos os Direitos Reservados
Fonte: Evangelho Segundo o Espiritismo
Traduzido por Herculano Pires
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Fonte: Evangelho Segundo o Espiritismo
Traduzido por Herculano Pires