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segunda-feira, 17 de maio de 2021

UM VERDADEIRO ISRAELITA: "Apresentava um Pai de misericórdia, de justiça e de amor em contraposição ao parcialíssimo Jeová, senhor dos exércitos;Não se submetia às tradições inócuas e combatia os dogmas e os ritos exteriores;

 

"Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de que Moisés escreveu na lei e os profetas Jesus de Nazaré, filho de José. "Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré ! Disse-lhe Filipe: Vem e vê. "Jesus viu Natanaelvir ter com ele disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo. "João, 1:45-49)


Num dos versículos acima Jesus fez franco elogio a um homem "Eis um verdadeiro israelita em quem não há mácula".


Nos Evangelhos existem raras ocorrências dessa natureza e podem ser contadas. A apologia da personalidade de Natanael foi uma das poucas.


Não iremos, entretanto, nos aprofundar no mérito deste elogio, passando a discorrer sobre outros ensinamentos ensejados pelo trecho evangélico acima.


Afirma Mateus, em seu Evangelho, que Herodes indagou dos Príncipes dos sacerdotes e dos escribas do povo, onde haverá de nascer o Cristo. E eles disseram: Em Belém da Judéia, porque assim está escrito pelo profeta: "E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o guia que há de apascentar o meu povo de Israel" (Mateus, 2:4-6).


Mais adiante sustenta o mesmo apóstolo: "Ouvindo José que Arquelau reinava na Judéia em lugar de Herodes, receou ir para lá mas, avisado por meio de revelação espiritual, foi para a Galiléia, decidindo-se a habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora predito pelos profetas: "Ele será chamado Nazareno" (Mateus, 2:22-23).


A Galiléia era província bastante atrasada e Nazaré uma de suas principais cidades. Pelo fato de ser a região infestada de salteadores, sua reputação não era das melhores, sendo esse o motivo que levou Natanael a se surpreender com a afirmação de Filipe, de que o Cristo procedia de Nazaré, ou que Nazaré pudesse produzir alguma coisa boa.


João afirma nos versículos 41, 42 e 52, do Capítulo 7, do seu Evangelho, que havia controvérsia entre os judeus em torno da procedência do Cristo: "Vem pois o Cristo da Galiléia? Não diz a escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, da aldeia donde era Davi? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu".


Essa idéia havia contaminado Natanael, e foi o que o levou a exclamar: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?".


Era questão pacífica entre os judeus que o Messias seria um profeta maior que Moisés e viria da linhagem de Davi.

Um grande rei era então esperado. Um guerreiro indômito era ansiosamente aguardado para, com sua espada, submeter todos os povos circunvizinhos e subtrair Israel do jugo romano. 

O Messias deveria ter o gênio expansionista de Moisés e viver como Davi, no fastígio da glória humana, impondo uma autoridade ímpar e abatendo com sua funda quantos Golias aparecessem.


O esperado Messias surgiu, entretanto, de modo a contrariar todas as expectativas alimentadas pelos orgulhosos escribas e fariseus.


- Nasceu numa cidade sem expressão e viveu numa província de reputação pouco invejável;


- Era filho de humilde carpinteiro;


- Seus companheiros de tarefa foram obscuros pescadores convocados às margens do Mar da Galiléia;


- Procurava, de preferência, os pequeninos e os humildes;


- Freqüentava a casa de publicanos e visitava outros pecadores;


- Apregoava a paz e a tolerância em vez da guerra e do ódio;


- Prometia a bem-aventurança aos pacificadores e aos mansos;


- Não cogitava ser o rei de Israel, na acepção humana;


- Apresentava um Pai de misericórdia, de justiça e de amor em contraposição ao parcialíssimo Jeová, senhor dos exércitos;


- Não se preocupava muito com a conversão dos grandes e potentados, mas caminhava léguas e léguas em demanda de um pecador que estivesse predisposto a aceitar a sua mensagem;


- Não se submetia às tradições inócuas e combatia os dogmas e os ritos exteriores;


- Apologiava os simples e limpos de coração e verberava a atuação dos escribas e fariseus hipócritas.


Tal situação jamais poderia vir ao encontro dos anseios nacionalistas e religiosos dos hebreus, e nem poderia encher as medidas daqueles que anulavam os preceitos da Lei de Deus por causa de suas tradições.


Como decorrência, o ódio transbordou e a crucificação do tão esperado Messias foi exigida em altos brados.


O Ungido de Deus pagou com a vida a "ousadia" de trazer ao mundo uma mensagem de luz e de amor.


Paulo A. Godoy