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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Médiuns Irresponsáveis - Manoel Philomeno de Miranda

Médiuns Irresponsáveis - Manoel Philomeno de Miranda

Associou-se indevidamente à pessoa portadora de mediunidade ostensiva a qualidade de Espírito elevado.

O desconhecimento do Espiritismo ou a informação superficial sobre a sua estrutura deu lugar a pessoas insensatas considerarem que, o fato de alguém ser possuidor de amplas faculdades medianímicas, caracteriza-se como um ser privilegiado, digno de encômios e projeção, ao mesmo tempo possuidor de um caráter diamantino, merecendo relevante consideração e destaque social.


Enganam-se aqueles que assim procedem, e agem perigosamente, porquanto, a mediunidade é faculdade orgânica, de que quase todos os indivíduos são portadores, variando de intensidade e de recursos que facultem o intercâmbio com os Espíritos, encarnados ou não.

Neutra, do ponto de vista moral, em si mesma, a mediunidade apresenta-se como oportunidade de serviço edificante, que enseja ao seu portador os meios de auto-iluminar-se, de crescer moral e intelectualmente, de ampliar os dons espirituais, sobretudo, preparando-se para enfrentar a consciência após a desencarnação.

Às vezes, Espíritos broncos e rudes apresentam admiráveis possibilidades mediúnicas, que não sabem ou não querem aproveitar devidamente, enquanto outros que se dedicam ao Bem, que estudam as técnicas da educação das faculdades psíquicas, não conseguem mais do que simples manifestações, fragmentárias, irregulares, quase decepcionantes.

Não se devem entristecer aqueles que gostariam de cooperar com a mediunidade ostensiva, porquanto a seara do amor possui campo livre para todos os tipos de serviço que se possa imaginar.

Ser médium da vida, ajudando, no lar e fora dele, exercitando as virtudes conhecidas, constitui forma elevada de contribuir para o progresso e desenvolvimento da Humanidade.

Através da palavra, oral e escrita, quantos socorros podem ser dispensados, educando-se as criaturas, orientando-as, levando-as à edificação pessoal, na condição de médium do esclarecimento?!

Contribuindo, nas atividades espirituais da Casa Espírita, pela oração e concentração durante as reuniões especializadas de doutrinação, qualquer um se torna médium de apoio.

Da mesma forma, através da aplicação dos passes, da fluidificação da água, brindando a bioenérgia, logra-se a posição de médium da saúde.

Na visita aos enfermos, mantendo diálogos confortadores, ouvindo-os com paciência e interesse, amplia-se o campo da mediunidade de esperança.

Mediante o dialogo com os aturdidos e perversos, de um ou do outro plano da vida, exerce-se a mediunidade fraternal da iluminação de consciência.

Neste mister, aguça-se a percepção espiritual e desenvolvem-se os pródromos das faculdades adormecidas, que se irão tornando mais lúcidas, a fim de serem usadas dignamente em futuros cometimentos das próximas reencarnações.

Ser médium é tornar-se instrumento; e, de alguma forma, como todos nos encontramos entre dois pontos distantes, eis-nos incursos na posição de intermediários.

Ter facilidade, porém, para sentir os Espíritos é compromisso que vai além da simples aptidão de contatá-los.

Desse modo, à semelhança da inteligência que se pode apresentar em indivíduos de péssimo caráter, que a usam egoística, perversamente, ou como a memória, que brota em criaturas desprovidas de lucidez intelectual, e perde-se, pela falta de uso, também a mediunidade não é sintoma de evolução espiritual.

Requisitos para o Médium Seguro - João Cleofas

Requisitos para o Médium Seguro - João Cleofas

A fim de colimar êxito no empreendimento das comunicações espirituais inteligentes, deve o médium que se candidata ao ministério socorrista preencher, no mínimo, as seguintes condições:

Equilíbrio – Sem uma perfeita harmonia entre a mente e as emoções, dificilmente conseguem, os filtros psíquicos, coar a mensagem que provém do Mundo Maior.

Conduta – Não fundamentada a vida em uma conduta de austeridades morais, só mui raramente logra, o intermediário dos Espíritos, uma sintonia com os Mentores Elevados.

Concentração – Após aprender a técnica de isolar-se do mundo externo para ouvir interiormente, e sentir a mensagem que flui através das suas faculdades mediúnicas, poderá conseguir, o trabalhador honesto, registrá-la com fidelidade.

Oração – Não exercitando o cultivo da prece como clima de serenidade interior, ser-lhe-á difícil abandonar o círculo vicioso das comunicações vulgares, para ascender e alcançar uma perfeita identificação com os Instrutores da Vida Melhor.

Disposição – Não se afeiçoando à valorização do serviço em plena sintonia com o ideal espírita, compreensivelmente, torna-se improvável a colheita de resultados satisfatórios no intercâmbio medianímico.

Humildade – Escasseando o autoconhecimento, bem poucas possibilidades o médium disporá para uma completa assimilação do ditado espiritual, porquanto, nos temperamentos rebeldes e irascíveis a supremacia da vontade do próprio instrumento anula a interferência das mentes nobres desencarnadas.

Amor – Não estando o Espírito encarnado aclimatado à compreensão dos deveres fraternos em nome do amor que desculpa, do amor que ajuda, do amor que perdoa, do amor que edifica, torna-se, invariavelmente, medianeiro de Entidades perniciosas com as quais se compraz afinar.

O ministério do intercâmbio mediúnico é, sobretudo, um labor de auto-burilamento, no qual o encarnado mais se beneficia.

Quem não pretende domar-se, não consegue ajudar os que se debatem na indocilidade, sob as vergastadas da frustração e do equilíbrio.

Aquele que se recusa ascender por esta ou aquela razão, na teimosia das paixões em que se demora, sincroniza mentalmente com os Espíritos rebelados que o martirizam, e cuja companhia se lhe torna habitual.

Mediunidade é faculdade psíquica que se pode considerar meio, instrumento, ponte que faculta o intercâmbio entre duas situações vibratórias.

Aquele que não prepara este meio convenientemente, jamais logra sair de si mesmo, tão vencido se encontra pela predominância da personalidade em desalinho.

Ofertemos as nossas disposições a Jesus Cristo, o Amigo Operante, que soube transformar-se no excelente Médium de Deus, deixando que a suprema vontade do Pai se lhe fizesse a própria vontade, até o momento do holocausto por amor a todos nós.

Se não formos capazes de manter o nosso concurso mediúnico em forma de testemunho de amor pelo nosso próximo, na esfera física, não teremos condição de abrir a alma em flor ao sol da misericórdia divina, em benefício dos nossos irmãos infelizes do Mundo Espiritual, que esperam por nós.

Pelo Espírito de: João Cléofas
Psicografado por: Divaldo Pereira Franco
Livro: Intercâmbio Mediúnico – Salvador, BA: LEAL, 1986, cap. 12
 
Fonte: http://mediunsemediunidade.blogspot.com.br/2012/02/requisitos-para-o-medium-seguro-joao.html

Rivalidade entre os Médiuns

Rivalidade entre os Médiuns - Vianna de Carvalho


Remanescentes dos instintos agressivos, a rivalidade é presença negativa no caráter humano, que a criatura deve superar.

Se a competição saudável é estimuladora para desenvolver os valores humanos, potenciais momentaneamente adormecidos, a rivalidade decorre do primarismo animal, que atira as criaturas umas contra as outras.

O rival é antagonista apaixonado, a um passo da violência, na qual derrapa, facilmente, facultando-se a explosão de danos graves para si mesmo, bem como para os outros.

Infelizmente, perturbando a sociedade, na luta pela predominância do egoísmo, a rivalidade entre os homens leva-os aos estados belicosos, quando a solidariedade os engrandeceria, propiciando bênçãos a toda a comunidade.


É natural que, também, entre os médiuns, o morbo das rivalidades injustificáveis irrompa, virulento, enfermando quantos lhe permitem o contágio.
Invigilantes, olvidam-se da terapia do amor e deixam-se infelicitar, asfixiados pela inveja, pela mágoa, pelo ciúme, contribuindo para as lutas inglórias que, lamentavelmente, se instalam nos Grupos, nos quais esses se encontram em serviço.

No contubérnio que se estabelece, a rede de insensatez divide os membros do trabalho, que passam a antagonizar-se, embora abraçando os ideais da liberdade, da tolerância, do amor, da caridade.

Tais rivalidades têm sido responsáveis pelo malogro de empreendimentos significativos, elaborados com carinho através dos anos e que se desgastam, se desorganizam com facilidade, tornando-se redutor de decepções e amarguras.

A rivalidade é um mal que aguarda solução, combate de urgência.

Surge de forma sutil; instala-se com suavidade, qual erva parasita em tronco generoso, e passa a roubar a energia de que se nutre, terminando por prejudicar o hospedeiro que lhe dá guarida.

O médium deve ser um servidor da Vida, em benefício de todas as vidas.

A sua, há que se tornar a luta pelo auto aprimoramento, observando as mazelas e estudando as deficiências, a fim de mais crescer na escala dos valores morais, de modo a sintonizar com as Entidades Venerandas, nem sempre as que se tornaram famosas no Mundo, mas, que construíram as bases da felicidade pelo amanho do solo dos corações na execução do bem.

A ele cabe disputar a honra de servir e não a de aparecer; de ceder e nunca de impor; de amar e jamais a de fruir, apagando-se, para que fulja a luz da verdade imortal de que se faz instrumento.

Como do homem de bem se esperam a preservação e vivência dos valores éticos, do instrumento mediúnico se aguarda o perfeito entrosamento emocional e existencial entre o de que se faz portador e o comportamento cotidiano.

O médium espírita é simples, sem afetação, desprovido do tormento de provar a sua honestidade aos outros, porque sabe, que, no mundo, somente se experimenta, aflições, conforme o ensinou Jesus. Ademais, ele reconhece que está a serviço do bem, ao qual lhe cumpre atender com naturalidade e paz.

Médiuns rivais são antagonistas em justas infelizes, buscando vitória em nome das vaidades que corrompem o coração e envenenam a razão.

Se alguém se apresenta mais bem aquinhoado para o serviço mediúnico, mais endividado, certamente, o será, porquanto, a mediunidade a serviço do bem é via de acesso e de redenção para o Espírito e não moldura brilhante para as fulgurações terrestres.

Ao invés de rivalidade competitiva, as orações e os auxílios fraternais entre todos, a fim de que o êxito se apresente, não pelo aplauso humano, porém, pela abnegação e largo trabalho de edificação do bem entre os homens.
Vianna de Carvalho
(Página psicografada pelo médium Divaldo pereira Franco, em 06.03.1989, no Centro Espírita “Caminho da Redenção”, em Salvador, Bahia e publicada em “Reformador” de julho de 1990, e no livro "Médiuns e Mediunidade")

Glossário:
Amanho: lavoura, cultivo;
Contubérnio: Vida em comum, convivência, familiaridade, camaradagem, concubinato, mancebia. Tenda de campanha;
Fulgir: resplandecer, sobressair;
Justa: na idade média, combate entre dois cavaleiros, torneio, combate;
Morbo: estado patológico; doença.


Fonte: http://mediunsemediunidade.blogspot.com.br/2011/05/rivalidade-entre-os-mediuns-vianna-de.html

Mediunidade Espírita

Mediunidade Espírita - Odilon Fernandes

A mediunidade espírita é a que se alicerça em Jesus e Allan Kardec.
A mediunidade é uma faculdade psíquica que independe de rótulo religioso – encontraremos a sua presença na origem de quase todas as crenças. Os grandes iniciados de todas as religiões eram intérpretes dos espíritos que os inspiravam. Os profetas eram missionários da mediunidade sobre a terra. Os apóstolos, na festa de pentecostes, ficaram mediunizados. Os santos reverenciados pela igreja Católica possuíam o dom de curar, a clarividência, efeitos físicos; caíam em transe com freqüência.
Todavia com Allan Kardec é que a mediunidade se tornou um intercâmbio consciente entre os Dois Mundos. Estudando os mais diversos dons medianímicos, criando terminologia própria, o codificador devassou o Invisível, tornando natural o diálogo dos vivos com os chamados mortos.
Portanto não existe mediunidade legitimamente exercida, fora dos padrões da Doutrina dos Espíritas. O médium espírita é o que se submete à orientação doutrinária, colocando-se a serviço da Causa e não de si mesmo. O médium personalista é um médium rebelado contra os princípios que se consubstanciam no “daí de graça o que de graça recebestes.

“O Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma Filosofia. Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando.” – Allan KardecInfelizmente, muitos medianeiros promissores acabam por se entregar única e exclusivamente à orientação dos espíritos que se comunicam por seu intermédio – marginalizam os fundamentos básicos de “O Livro dos Médiuns” e adotam uma linha de conduta que conflita com os propósitos do medianeiro bem intencionado.
Há quem busque na mediunidade a satisfação do seu próprio ego; não está movido pela intenção de servir, mas de projetar-se, de ter o seu nome exaltado, de alimentar a vaidade.
O médium presunçoso, mais cedo ou mais tarde, se comprometerá. Sem retaguarda espiritual que lhe garanta o equilíbrio, estará à mercê dos espíritos sem discernimento, que o induzirão a cometer absurdos.
Antes, pois, de cogitar do desenvolvimento mediúnico em si, deve o candidato aos serviços espirituais no campo da mediunidade interessar-se pela sua iluminação no exercício constante da humildade.
Médiuns personalistas são agentes desagregadores; ao invés de somarem esforços, de motivarem os companheiros à prática do bem, inspiram desconfiança e estabelecem a disputa na casa espírita…

A idéia de que seja um espírito missionário tem sido obstáculo ao roteiro que o ser encarnado traçou para si mesmo. Imbuído de tais pensamentos, fascinado quanto às suas próprias possibilidades, foge aos compromissos imediatos, que, então, passa a considerar de natureza inferior, como sejam: o casamento e a constituição da família, o esmero na profissão e a sua participação ativa nos assuntos da comunidade.

Todo médium é um tarefeiro, longe, conforme se imagina, de ser um missionário. Raros são os sensitivos que reencarnam com tarefa definida no campo da mediunidade; para a grande maioria, o trabalho vai se definindo com base no seu devotamento. Alguns renascem com o compromisso, fazendo jus à supervisão espiritual das Altas Esferas; outros se decidem por ele ao travarem contato com o Espiritismo, atraindo a atenção dos Espíritos Superiores que deles se aproximam na medida exata da confiabilidade que externem…
Mediunidade é compromisso de trabalho e oportunidade de resgate. Sobretudo, o médium é um espírito com elevados débitos cármicos que necessita se conscientizar de sua necessidade de servir incondicionalmente!
Livro: Conversando com os Médiuns
Espírito: Odilon Fernandes
Médium: Carlos A. Baccelli
Fonte:  http://mediunsemediunidade.blogspot.com.br/2011/06/mediunidade-espirita-odilon-fernandes.html

OBSESSÃO NO CENTRO ESPÍRITA.


Enganam-se quantos imaginam que os espíritos obsessores não tenham acesso à casa espírita, influenciando os medianeiros que nela trabalham.
Os espíritos têm acesso a qualquer lugar para o qual se sintam atraídos, seja pelas atitudes de invigilância ou pelos pensamentos infelizes de quem lhes ofereça sintonia.
Um centro espírita pode, perfeitamente, estar sob a direção espiritual de entidades não evangelizadas, de espíritos que não tenham comprometimento com o Evangelho. Díriramos mesmo que, determinados núcleos espíritas, ou que se rotulem com tais, são verdadeiros quartéis-generais de espíritos inimigos da Doutrina, entidades pseudo-sábias e sofistas cuja única preocupação é a de estabelecer a cizânia.
Na casa espírita onde predominem os bons sentimentos de seus freqüentadores, o desejo do bem e o estudo da Doutrina, os espíritos obsessores não têm acesso podem até, como na maioria das vezes acontece, mover-lhe uma perseguição externa, na tentativa de atingi-la indiretamente, mas não conseguem varar o bloqueio natural que a preserva do assédio direto das trevas.
Existem pontos no centro espírita sobre os quais os seus dirigentes carecem de exercer uma maior vigilância.
Já tivemos oportunidade de nos referir aos perigos de uma reunião de desobsessão desorganizada, levada a efeito sem os devidos cuidados doutrinários. Uma outra atividade, todavia, que pode dar margem a muita perturbação para o grupo é justamente a relacionada ao passe. Como percebemos sempre uma tarefa ligada ao exercício da mediunidade.
Dentro da cabina de passe, os médiuns carecem estar sempre atentos, cooperando na vigilância uns dos outros. Costuma ser ali que os espíritos obsessores, valendo-se da proximidade física das pessoas, encontram facilidade para se insinuarem com os seus pensamentos maledicentes. Nada, por exemplo, de um médium atender sozinho no passe uma pessoa do sexo oposto ou de sentir necessidade de tocar o corpo de quem está se beneficiando dos recursos terapêuticos dispensados no momento do passe. Nada, ainda, de dar passividade pela incorporação às entidades espirituais que possivelmente estejam acompanhando o assistido… A mediunidade legítima é sempre exercida com discrição.
Costumam ser no instante no passe, devido ao grande afluxo de encarnados na instituição, que os médiuns se fragilizam a obsessão, não raro, pode começar a se instalar por um simples olhar invigilante!
O médium ainda algo personalista, querendo se prevalecer sobre os demais, não se contenta com a transmissão do passe transmite, a todo momento, supostos recados do Mais Além a quem sai, fornece diagnósticos a respeito de enfermidades inexistente, fazem previsões absurdas, descrevem quadros de sua imaginação… Este comportamento necessita ser combatido, para que, por exemplo, um médium de faculdades promissoras não extrapole.
É na cabina de passes que muitos medianeiros começam a acalentar a idéia de um trabalho de cura só para si!
Quando o médium perde a simplicidade sentimento de auto defesa que lhe garante imunidade contra a obsessão -, ele se transfigura em intérprete da perturbação, passando a ser na casa espírita um problema de difícil solução.
Odilon Fernandes
CENTROS MAL ORIENTADOS
Infelizmente, algumas casas espíritas prestam um desserviço à Doutrina dão-nos a impressão de que foram construídas apenas para atender a vaidade dos médiuns que as edificaram.
Não somos contrários aos diretores reconhecidamente bem intencionados e idealistas que permanecem por longo tempo nos cargos que ocupam. A causa espírita necessita dos que não abram mão de seus deveres para com ela. Excesso de liberalidade doutrinária é tão prejudicial à casa espírita quanto aos regimes ditatoriais impostos por alguns diretores, que anseiam por se perpetuar nos postos de direção.
Por vezes, a renovação da diretoria é de vital importância para que a casa espírita se renove em suas atividades, com a descentralização do poder. No entanto precisamos reconhecer que, por outro lado, muitos novos diretores costumam ser um desastre, pois, consentindo que o cargo lhes suba à cabeça, tomam atitudes arbitrárias e passam a ser elementos desagregadores.
Não se admite em um núcleo espírita, a luta pelo poder. Jesus nos advertiu quanto aos perigos de uma casa dividida, afirmando que ela não seria capaz de se manter de pé.
Nos centros espíritas de boa formação doutrinária, prevalece o espírito de equipe; ninguém trabalha com o desejo de aparecer, de reter as chaves da instituição no bolso, de modo que certas portas não sejam abertas sem a sua presença… Não se tecem comentários desairosos sobre os companheiros, como se, o que se pretendesse, fosse desestabilizá-los nas tarefas que permanecem sob a sua responsabilidade.
Os dirigentes de uma instituição espírita necessitam ter pulso firme, transparência nas decisões, fraternidade no trato para com todos, submetendo-se sempre à orientação da Doutrina. Pontos de vista estritamente pessoais não devem ter espaços no Movimento.
Centros espíritas mal orientados passam para a comunidade uma imagem deturpada do Espiritismo. A divulgação da Doutrina começa pela fachada de uma casa espírita. Até o seu ambiente físico carece ser acolhedor, iluminado. Construções suntuosas muitas vezes espiritualmente estão vazias. Os centros espíritas devem ter a preocupação de ser a continuidade da Casa dos Apóstolos, em Jerusalém amparo aos desvalidos e luz para os que vagueiam nas sombras, sempre, em nome do Senhor, de portas descerradas à necessidade de quem quer que seja.
Num templo espírita é indispensável à divisão de tarefas; muitos núcleos permanecem de portas fechadas na maioria dos dias da semana, porque os seus dirigentes não sabem promover os companheiros… O ciúme e o apego injustificável de muitos dirigentes acabam por deixar ocioso o espaço de uma casa espírita, quase a semana inteira. Não vale a justificativa de que os seareiros sejam poucos… Cuide-se das atividades doutrinárias de base a evangelização e a mocidade e não se terá o problema de escassez de braços para o trabalho doutrinário.
Nos centros mal orientados, nos quais o campo de serviço é restrito, os Espíritos Superiores não têm muito que fazer. Quanto mais numerosas, diversificadas e sérias as atividades de uma casa espírita, maior a tutela da Espiritualidade e maior a equipe dos desencarnados que com ela se dispõem a colaborar.
Os dirigentes, médiuns responderão pela sua omissão e arbitrariedade à frente de um núcleo espírita.
REUNIÃO DE DESOBSESSÃO I
Há de ser cautela na organização de uma tarefa ligada à desobsessão. Para tanto, o grupo necessita estar bem estruturado, com um tempo mais ou menos longo de convivência entre os seus componentes. O estudo sério e metódico deve anteceder toda prática mediúnica.
A reunião de desobsessão tanto pode ser útil ao equilíbrio do grupo quanto nociva à sua harmonização.
Existem casas espíritas que começam a se desarticular a partir da reunião mediúnica mal orientada, onde predomina o personalismo dos médiuns e de seus dirigentes.
Convém lembrarmos que os desencarnados apenas agem quando encontram campo de atuação. Os obsessores não podem ser responsabilizados diretamente pela desorganização que impera num trabalho de natureza mediúnica.
Os integrantes de uma casa espírita não devem ser afoitos na instalação de uma reunião de enfermagem espiritual aos desencarnados. Semelhante atividade, para ser levada a efeito de maneira proveitosa, carece de recolhimento e seriedade.
Quanto mais o médium se apague, mais a luz da mediunidade nele resplandecerá!
Infelizmente, companheiros existem que, mal informados, direcionam as tarefas mediúnicas que promovem no sentido de atender os seus caprichos – digamos,promovem uma sessão de desobsessão particular, com o intuito de abordarem o Mundo Espiritual com os seus questionamentos pessoais.
Na reunião de desobsessão é onde o espírita tem a oportunidade de praticar a mais legítima caridade nada de indagações ao espírito comunicante, exigindo provas de autencidade, nada de perguntar a ele sobre a vida de outros confrades, valendo-se da oportunidade para saber de terceiros mais do que deve…
A tarefa mediúnica necessita de ordem, disciplina, sinceridade de propósitos. Se a intenção dos médiuns não for boa, breve estarão a mercê de espíritos que os fascinem, mostrando-se completamente refratários às orientações que recebam em advertência.
Atividades mediúnicas sérias solicitam especialização, ou seja: em alguns tem os espíritas, a reunião de assistência espiritual aos desencarnados mistura-se às chamadas reuniões de cura ou, ainda, dedica-se, registrando a palavras dos espíritos, a solucionar problemas de ordem interna. A reunião de desobsessão é organizada com o propósito de auxiliar no esclarecimento dos espíritos infelizes, ainda apegados a questões materiais, e não para submeter as entidades comunicantes a injustificável interrogatório.
Quando a reunião não tem bases sólidas, dá margem a inúmeras mistificações, ensejando que medianeiros desavisados tomem este ou aquele partido.
A faculdade mediúnica não pode ser direcionada para o interesse particular de quem quer que seja incluindo o do medianeiro. Quando tal acontece, ela perde o que lhe confere maior credibilidade a espontaneidade.
Somos, pois, de opinião que a casa espírita não deve priorizar atividades mediúnicas, em detrimento das tarefas doutrinárias de esclarecimento público, mesmo porque as reuniões consagradas ao estudo da Doutrina se constituem em genuínas sessões de desobsessão, pois obram com base na evangelização de encarnados e desencarnados.
A obsessão é um envolvimento psíquico – o que o obsidiado escuta, o obsessor registra. Ninguém sai de um processo obsessivo, sem que se decida pela reforma interior. Não adianta afastar o verdugo da vítima, sem que a vítima tome a decisão de romper com o verdugo!
ODILON FERNANDES- CONVERSANDO COM OS MÉDIUNS

Fontes:  http://www.batuiranet.com.br/espiritismo/1510/estudando-a-desobsessao-ii-odilon-fernandes-espirito/

COMO SE ORAVA NO TEMPO DE JESUS?

"Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos." (Lucas, 11:1)
Os apóstolos pediram a Jesus que os ensinasse a orar, como o fazia o profeta João Batista com seus discípulos.
O Mestre ensinou-lhes, então, uma prece que é um modelo de concisão e de extrema beleza, na qual tudo é pedido a Deus, em troca de quase nada.
"Pai, santificado seja o teu nome. Venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no Céu. O pão nosso, de cada dia, nos dá hoje. E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal porque teu é o reino, o poder, e a glória, para sempre. Que assim seja."
Os apóstolos, certamente, pediram a Jesus que os ensinasse, porque na época existia uma oração que os Judeus recitavam, mas, devido a ser muito longa, certamente não era decorada ou guardada na memória de muitos por isso, em sua simplicidade, os fiéis seguidores do Mestre solicitaram-lhe que os ensinasse uma maneira mais simples.
Por ser demasiadamente longa, daremos a seguir, em resumo, as frases principais da prece de louvor, agradecimento e evocação messiânica, usada pelos Judeus daquela época:
- "Sê louvado, ó eterno Senhor nosso. Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, e nosso Deus Magno e Todo-poderoso, Supremo Criador de todas as coisas, viventes ou inertes. Dispensador Invisível de graças e benefícios.
- Lembra-te, ó Senhor, da piedade de nossos Pais, e, para nos manifestares o Teu amor por eles, envia-nos logo o Libertador dos Filhos de Israel, o Bom-portador-de-mensagem que nos venha glorificar o teu nome.
- Senhor, faze soar logo a trombeta da Libertação dos Filhos de Israel, Tu que és o Verdadeiro Libertador de Israel e o mais poderoso dos Elohim. Desfralda, ó Senhor, o Estandarte Novo sob o qual se reunirão todos os nossos irmãos dispersos pelos quatro cantos da Terra. Sê louvado, Senhor, por haveres prometido a nós, pelos Profetas, reunir breve todo o Teu Povo. Faze para esse fim brotar logo, do tronco de Davi, o 'Rebento Esperado', ou se Ele já estiver entre nós, O enchas de luz e glórias com Tua presença n'Ele, com Tua direta assistência a Ele, com Teu concurso imediato a Ele.
-Só em Ti, ó Senhor, só em Ti, Deus nosso, repousam a esperança de salvação. Vem, com Tua presença entre nós, salvar os filhos de Israel.
-Senhor. Tu que és o Senhor dos 'vivos' e dos 'mortos' alimenta os 'vivos' com Tua graça e ressuscita os 'mortos'" com Tua misericórdia. Cumpre, Senhor, Nosso Deus, a Tua promessa de fazeres voltar a vida os nossos 'mortos'. Sê louvado, ó Eterno Senhor, que ressusciutas os 'mortos'. Santo és e Santo seja sempre Teu nome.
- Ó Rei Celeste, Guia nosso, Escudo nosso, Libertador vem a nós e faze em Sião o teu reino.
- Pai nosso, perdoa-nos, pois pecamos. Absolve-nos, pois estamos arrependidos de Te ofender.
- Vê com bondade nossa miséria, ó Pai que estás nos Céus. Liberta-nos da miséria em que vivemos, fazendo nascer breve o nosso Salvador."
Como se vê, essa prece é longa e cheia de repetições, e, apenas, citamos as passagens mais vivas e elucidativas.
O emérito Dr. Canuto de Abreu, além do texto desta prece, nos deu a seguinte informação:
"Cumpre aqui salientar que os Judeus nunca oravam de joelhos, nem olhando para o Céu, como o fazem muitos cristãos. Sabe-se também que, no Templo, os Judeus oravam de face voltada para o "Santo dos Santos", de olhos abertos, e de cabeça velada com um véu especial. Fora do Templo, rezavam de rosto virado para o Templo, se o podiam localizar (o que era fácil dentro de Jerusalém). Fora da porta ou distantes de Jerusalém, procuravam sempre orar voltados para a Cidade."
Conforme se depara da prece acima, os Judeus contemporâneos do Cristo, esperavam não um Redentor, para que viesse libertar suas almas do obscurancismo, do fanatismo e dos apegos às tradições inócuas, mas um Guia político, guerreiro, munido de escudo e espada, para libertar o povo israelita do jugo do Império Romano. Um Messias nos moldes de Moisés ou Davi, guerreiro indômito, que, além de expulsar os invasores romanos, dilatasse as acanhadas fronteiras da velha Palestina .
A prece do Pai Nosso, também conhecida por Oração Dominical, por outro lado, encerra um conteúdo muito mais edifícante.
Rogando a Deus, no sentido de fazer baixar até nós o seu Reino, deve-se compreender que isso não tem o significado do advento de um reino nos moldes conhecidos na Terra, mas do surgimento, entre nós, de um reinado de paz e amor, no qual imperam a fraternidade, a concórdia, o amor e a infinita misericórdia de deus.
Indubitavelmente, com o advento desse reino, a Humanidade passará a desfrutar de melhores dias, quando todas as Lágrimas serão enxutas e todas as dores minoradas, desconhecendo-se a intemperança, o orgulho, a vaidade e todo o gênero de maldades. A implantação desse reino se dará no recesso dos nossos corações.
Pedindo que nos dê o pão de cada dia, não significa pretender receber tudo graciosamente, sem o menor esforço, mas nos propiciar meios, modos de conquistar o sustento para os nossos corpos, através do trabalho edificador, que conduz ao progresso, e também o pão espiritual, imprescindível para o soerguimento de nossas almas, fazendo com que elas se aproximem cada vez mais de Deus.
Imprecando para livrar-nos das tentações, passaremos a compreender que Deus é o escudo, para que as nossas almas se livrem de toda a sorte de tentações, que, muitas vezes, são as causadoras da estagnação dos Espíritos no decurso da imenso escalada evolutiva, pois as investidas das trevas obscurecem os caminhos da vida, dificultando aos homens a conquista da luz interior, indispensável para a libertação espiritual, para a redenção dos nossos Espíritos.
Paulo G. Godoy

ESTEVE PEDRO EM ROMA?

"Não será assim entre vós, mas todo aquele que quiser entre
vós fazer-se grande, seja vosso serviçal." (Mateus, 20:26)
Visitando as ruínas da Roma antiga, donde o grande Império dominava o mundo, várias indagações brotaram em nossa mente, entre elas uma de grande importância: a controvertida questão da estada do apóstolo Pedro em Roma.
Afirma a história eclesiástica que Simão Pedro esteve na cidade de Roma, onde foi crucificado de cabeça para baixo, provavelmente no ano 67, afirmação essa que conflita com o testemunho de vários historiadores e mesmo de alguns doutores da igreja, entre eles o Bispo Strossmayer, que em seu inflamado discurso proferido por ocasião da realização do Concilio de 1870, disse o seguinte: "Só a tradição, veneráveis irmãos, é que nos diz ter S. Pedro estado em Roma; e como a tradição é tão-somente a tradição da sua estada em Roma, é com ela que me provareis seu episcopado e sua supremacia? Scalígero, um dos mais eruditos historiadores, não vacila em dizer que o episcopado de S. Pedro e sua residência em Roma devem-se classificar no número das lendas ridículas!"
Jesus Cristo reservou ao apóstolo Paulo de Tarso a tarefa de divulgação da sua doutrina no seio dos povos pagãos, então chamados gentios, o que ele próprio confirmou, em Espírito, quando da sua manifestação a Ananias, logo após a conversão da estrada de Damasco: Este é para mim um vaso escolhido (médium escolhido) para levar o meu nome diante dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel. (Atos, 9:15).
Os apóstolos, incluindo Pedro, não tinham muita propensão para o trato com os chamados gentios; eles preferiam antes o contato com as ovelhas desgarradas da casa de Israel.
Respeitáveis historiadores sustentam que a ação dos doze apóstolos (os onze e Matias) se limitou a Jerusalém e algumas regiões circunvizinhas. Eles preferiram o controle da situação na antiga Judéia, e isso era uma necessidade imperiosa, uma vez que o próprio Cristo lhes havia recomendado essa limitação, pois o povo judeu era o único que havia sido preparado, no decurso de milênios, para a implantação do monoteísmo e para em seu seio acontecer o advento de Jesus Cristo. A ação dos apóstolos no seio de povos politeístas teria sido extremamente difícil e havia muito trabalho a se fazer entre os próprios judeus, no sentido de manter viva a chama da nova Doutrina.
Formulando um apelo para ser julgado pelos tribunais romanos, Paulo de Tarso foi transferido para Roma, graças ao privilégio que possuía de, além de ser judeu, desfrutar o status de cidadão romano (Atos, 22:26-27). A transferência do jovem tarsense para Roma estava, obviamente, nos desígnios do Plano Maior, a fim de que a palavra de Jesus pudesse também ser difundida no seio de povos estrangeiros, principalmente da mais importante cidade do mundo ocidental.
Na capital do Império, durante dois anos, desfrutou Paulo de relativa liberdade a fim de apregoar os ensinamentos evangélicos (Atos, 28:30-31). Somente quando Nero ordenou a perseguição aos cristãos, foi ele novamente preso, remetido à prisão, e dali saiu condenado, sendo entregue ao executor. Foi levado para fora da cidade, seguido por uma turba do mais baixo calão. Chegando ao local fatal, ajoelhou-se junto do cepo; o machado do algoz reverberou ao sol e caiu; e a cabeça do grande apóstolo rolou pelo chão.
É indiscutível, pois, que houve deturpação histórica no tocante à ida e sacrifício de Pedro em Roma, o que serviu tão-somente para justificar a transferência da sede da igreja de Jerusalém para Roma, uma vez que a dispersão dos judeus e o conseqüente domínio da Palestina pelos árabes, não oferecia seguras condições para que a velha Jerusalém servisse de sede para um poder que a igreja objetivava estabelecer sobre o mundo.
Tornando-se romana, a igreja deixou de ser universal. Logo surgiu o chamado Grande Cisma do Oriente, com a dissidência da igreja grega. A unidade, que se objetivava estabelecer, cedeu terreno à discórdia, agravada posteriormente mais ainda pela reforma protestante.
Tudo, porém, tem a sua época. Vivemos na atualidade os tempos preditos pelo Cristo, quando o Cristianismo tem de ser restaurado em suas primícias, e, como decorrência, o Espiritismo surgiu no momento psicológico para que o Evangelho seja restabelecido em toda a sua plenitude.
O Espiritismo vem, pois, assumir o seu relevante papel, representando o fruto da promessa de Jesus sobre o advento do Espírito Consolador, muito lhe resta fazer, uma vez que os desígnios de Deus não são bitolados. Não sabemos quantos séculos serão necessários. Deus o sabe, mas o Cristianismo terá que ser reimplantado na face da Terra, para que toda a verdade seja manifesta.
A religião do futuro terá por base o intercâmbio com o mundo espiritual e somente o Espiritismo preenche na atualidade esse requisito, cumprindo aos espíritas vigiar para que a pureza doutrinária da Terceira Revelação seja mantida, fazendo assim com que Humanidade conheça a verdade para que ela possa se tornar livre. (Roma, 18 de maio de 1973.)
Paulo A.Godoy

AS QUATRO MARIAS

"Disse então Maria: A minha alma engrandece o Senhor." (Lucas, 1 :46)
Os Evangelbos nos dão conta da existência de quatro personalidades com o nome de Maria, todas elas desempenhando tarefas de maior ou menor envergadura, no Messiado de Jesus Cristo.
Maria de Nazaré é a que desenvolveu tarefa de maior saliência, pois, foi o Espírito escolhido por Deus para servir de mãe carnal de Jesus Cristo. Era uma mulher de condições humildes e extremamente dedicada. Serviu de medianeira para que o Espírito sublime de Gabriel revelasse ao mundo o advendo do tão esperado Messias. Maria nasceu na cidade de Nazaré, na Galiléia.
Quando ela, em companhia do esposo, levou o menino ao Templo, para que nele se cumprisse segundo as tradições, ou seja, para ser submetido ao ato de circunscisão, ali surgiu o médium Simeão que dirigindo-se a Maria, lhe disse: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição. E uma espada transpassará também a sua própria alma, para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
Maria de Nazaré assistiu, angustiada, à crucificação do seu fiilho, e, segundo a tradição, viveu os restos dos seus dias em companhia do apóstolo João, em Éfeso.
Maria de Betânia era irmã de Marta e de Lázaro. Seu nome era oriundo da sua cidade natal, a aldeia de Betânia. Jesus costumava hospedar-se em sua casa todas as vezes que ia àquela aldeia. Numa dessas visitas à casa de Lázaro, quando o Mestre confabulava com alguns dos presentes, Maria assentou-se a seus pés e se preocupou em ouvir suas palavras. Marta, um tanto irrequieta e preocupada com os afazeres da casa, indagou do Senhor: Mestre, não te parece injusto que Maria deveria vir ajúdar-me? Ao que ele respondeu prontamente:
-Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. Mas, uma só é necessária, e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será jamais tirada.
Estando uma vez em Betânia, na casa de Simão, o leproso, aproximou-se de Jesus a meiga Maria de Betânia, portando um vaso de alabastro, com ungüento de grande valor e derramou-o sobre a sua cabeça, quando ele estava assentado à mesa. Houve então um comentário por parte de um dos apóstolos: Por que este desperdício? Este ungúento poderia ter sido vendido por grande preço, dando-se o dinheiro aos pobres! Ouvindo esse comentário, o Mestre sentenciou: Por que afligis esta mulher? Pois ela praticou uma boa ação para comigo. Porquanto tendes sempre convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre, acrescentando, logo a seguir: Em verdade vos digo que onde quer que este Evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez, para memória sua.
Maria Madalena era uma mulher formosa, que vivia transviada nos caminhos da vida. Sua cidade de origem era Magdala.
Era dotada de apreciável beleza física e vestia-se ricamente.
Defrontando-se com ela, Jesus expeliu sete Espíritos obsessores que a atormentavam. Dali por diante, Maria passou a ser uma das suas mais assíduas assessoras, seguindo-o, sempre que possível, em suas peregrinações, deixando para trás toda a sua vida desregrada. A sua reforma íntima foi tão completa que, após a crucificação, a primeira pessoa para quem o Espírito de Jesus Cristo apareceu foi para Maria Madalena, a fim de demonstrar toda a sua admiração pelas lutas íntimas que ela travou, pois mais do que ninguém ela cometera contra si mesma tantas arbitrariedades, sobrepujando vícios difíceis de serem vencidos. Foi a mulher que aceitou em toda a sua plenitude a recomendação do Mestre: Quem tomar do arado, não deve mais olhar para trás.
Maria de Cleofas, era prima-irmã de Maria de Nazaré, mãe de Jesus. Era desposada com Alfeu ou Klopas, de onde origiou o nome de Maria de Cleofas. Foi mãe dos três apóstolos: Tiago Menor, Simão Cananita e Judas Tadeu. Segundo o testemunho dos evangelistas João e Marcos, ela esteve presente, juntamente com Maria de Nazaré e Maria de Madalena, por ocasião da crucificação de Jesus, no cimo do Calvário, participando da dor imensa que assolava os corações dos amigos do Meigo Nazareno.
Paulo A. Godoy