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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 137

 
 

sábado, 6 de abril de 2013

EADE-LIVRO I - CRISTIANISMO E ESPIRITISMO - MÓDULO II " O CRISTIANISMO" ROTEIRO 7 FENÔMENOS PSÍQUICOS NO EVANGELHO

EADE - LIVRO I
ROTEIRO 7
Objetivos
• Conceituar milagre segundo a Doutrina Espírita.
• Analisar alguns fenômenos psíquicos provocados por Jesus.
IDÉIAS PRINCIPAIS
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO II - O CRISTIANISMO
• Um dos caracteres do milagre propriamente dito é o ser inexplicável, por isso
mesmo que se realiza com exclusão das leis naturais. É tanto essa a idéia que
se lhe associa, que, se um fato milagroso vem encontrar explicação, se diz que
já não constitui milagre, por muito espantoso que seja. Allan Kardec: A gênese.
Cap. 13, item 1.
• O Espiritismo, pois, vem, a seu turno, fazer o que cada ciência fez no seu advento:
revelar novas leis e explicar, conseguintemente, os fenômenos compreendidos
na alçada dessas leis. Esses fenômenos, é certo, se prendem à existência dos
Espíritos e à intervenção deles no mundo material e isso é, dizem, o em que
consiste o sobrenatural. Mas, então, fora mister se provasse que os Espíritos e
suas manifestações são contrárias às leis da Natureza; que aí não há, nem pode
haver, a ação de uma dessas leis. Allan Kardec: A gênese. Cap. 13, item 4.
• A possibilidade da maioria dos fatos que o Evangelho cita como operados por Jesus
se acha hoje completamente demonstrada pelo Magnetismo e pelo Espiritismo,
como fenômenos naturais. Allan Kardec: Obras póstumas. Primeira parte, p.140.

FENÔMENOS PSÍQUICOS NO EVANGELHO
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita

1. Milagres
Os Fenômenos psíquicos realizados por Jesus, por seus apóstolos e demais
discípulos eram tidos como milagres ou de ordem sobrenatural. A Doutrina
Espírita veio esclarecer quanto à origem e à forma de manifestação desses
fenômenos, provando a possibilidade deles. 13
Na acepção etimológica, a palavra milagre (de mirari, admirar) significa: admirável, coisa
extraordinária, surpreendente. [...] Na acepção usual, essa palavra perdeu, como tantas
outras, a significação primitiva. De geral, que era, se tornou de aplicação restrita a uma
ordem particular de fatos. No entender das massas, um milagre implica a idéia de um
fato extra natural; no sentido teológico, é uma derrogação das leis da Natureza, por meio
da qual Deus manifesta o seu poder. Tal, com efeito, a acepção vulgar, que se tornou o
sentido próprio, de modo que só por comparação e por metáfora a palavra se aplica às
circunstâncias ordinárias da vida. Um dos caracteres do milagre propriamente dito é o
ser inexplicável, por isso mesmo que se realiza com exclusão das leis naturais. É tanto
essa a idéia que se lhe associa, que, se um fato milagroso vem a encontrar explicação,
se diz que já não constitui milagre, por muito espantoso que seja. O que, para a Igreja,
dá valor aos milagres é, precisamente, a origem sobrenatural deles e a impossibilidade
de serem explicados. [...] Outro caráter do milagre é o ser insólito, isolado, excepcional.
Logo que um fenômeno se reproduz, quer espontânea, quer voluntariamente, é que
está submetido a uma lei e, desde então, seja ou não seja conhecida a lei, já não pode
haver milagres. 1
É por este motivo que certos fatos científicos são, igualmente, considerados
milagrosos, uma vez que o vulgo desconhece as leis que regem a sua
manifestação. Da mesma forma, o desconhecimento dos mecanismos que
originam os fenômenos psíquicos, mediúnicos ou anímicos, induz as pessoas
a considerá-los como misteriosos ou sobrenaturais.
Entretanto [...] o conhecimento do princípio espiritual, da ação dos fluidos sobre a
economia geral, do mundo invisível dentro do qual vivemos, das faculdades da alma,
da existência e das propriedades do perispírito, facultou a explicação dos fenômenos de
ordem psíquica, provando que esses fenômenos não constituem, mais do que os outros,
derrogações das leis da Natureza, que, ao contrário, decorrem quase sempre de aplicações
destas leis. Todos os efeitos do magnetismo, do sonambulismo, do êxtase, da dupla vista,
do hipnotismo, da catalepsia, da anestesia, da transmissão do pensamento, a presciência,
as curas instantâneas, as possessões [subjugações], as obsessões, as aparições e transfigurações,
etc., que formam a quase totalidade dos milagres do Evangelho, pertencem àquela
categoria de fenômenos. Sabe-se agora que tais efeitos resultam de especiais aptidões e
disposições psicológicas; que se hão produzido em todos os tempos e no seio de todos
os povos e que foram considerados sobrenaturais pela mesma razão que todos aqueles
cuja causa não se percebia. 15
Sendo assim, o Espiritismo não produz milagres nem prodígios de qualquer
natureza. Há uma explicação lógica e racional para a manifestação dos
fenômenos psíquicos.
Do [...] mesmo modo que a Física, a Química, a Astronomia e a Geologia revelaram as
leis do mundo material, ele revela outras leis desconhecidas, as que regem as relações do
mundo corpóreo com o mundo espiritual, leis que, tanto quanto aquelas outras da Ciência,
são leis da Natureza. Facultando a explicação de certa ordem de fenômenos incompreendidos
até o presente, ele destrói o que ainda restava do domínio do maravilhoso. [...]
Esse é um dos resultados do desenvolvimento da ciência espírita; pesquisando a causa
de certos fenômenos, de sobre muitos mistérios levanta ela o véu. 17
A Doutrina Espírita esclarece «[...] o que cada ciência fez no seu advento:
revelar novas leis e explicar, conseguintemente, os fenômenos compreendidos
na alçada dessas leis. Esses fenômenos, é certo, se prendem à existência dos
Espíritos e à intervenção deles no mundo material e isso é, dizem, em que
consiste o sobrenatural.» 2
O Espiritismo desmistifica o caráter sobrenatural dos fenômenos psíquicos,
explicando-os de forma simples e consistente.
A intervenção de inteligências ocultas nos fenômenos espíritas não os torna mais milagrosos
do que todos os outros fenômenos devidos a agentes invisíveis, porque esses
seres ocultos que povoam os espaços são uma das forças da Natureza, força cuja ação é
incessante sobre o mundo material, tanto quanto sobre o mundo moral. Esclarecendo150
nos acerca dessa força, o Espiritismo faculta a elucidação de uma imensidade de coisas
inexplicadas e inexplicáveis por qualquer outro meio e que, por isso, passaram por prodígios
nos tempos idos. Do mesmo modo que o magnetismo, ele revela uma lei, senão
desconhecida, pelo menos mal compreendida; ou, melhor dizendo, conheciam-se os
efeitos, porque eles em todos os tempos se produziram, porém não se conhecia a lei e
foi o desconhecimento desta que gerou a superstição. Conhecida essa lei, desaparece o
maravilhoso e os fenômenos entram na ordem das coisas naturais. 3

2. Jesus e os fenômenos psíquicos
Os fenômenos psíquicos intermediados por Jesus, em razão da excelsitude
do seu Espírito, são por demais complexos para supô-los como de natureza
mediúnica. É difícil imaginar que Jesus tenha agido como médium de outro
Espírito.
Antes de tudo, precisamos compreender que Jesus não foi um filósofo e nem poderá
ser classificado entre os valores propriamente humanos, tendo-se em conta os valores
divinos de sua hierarquia espiritual, na direção das coletividades terrícolas. Enviado
de Deus, Ele foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu
amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas da vida
no Infinito. Diretor angélico do orbe, seu coração não desdenhou a permanência direta
entre os tutelados míseros e ignorantes, [...]. 18
Os fatos relatados no Evangelho nada tiveram de milagroso, no sentido
teológico do termo. Estavam fundamentados nas faculdades e nos atributos
excepcionais do seu Espírito.
Jesus como [...] homem, tinha a organização dos seres carnais; porém, como Espírito
puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida
corporal, de cujas fraquezas não era passível. A sua superioridade com relação aos homens
não derivava das qualidades particulares do seu corpo, mas das do seu Espírito,
que dominava de modo absoluto a matéria e da do seu perispírito, tirado da parte mais
quintessenciada dos fluidos terrestres. Sua alma, provavelmente, não se achava presa
ao corpo, senão pelos laços estritamente indispensáveis. Constantemente desprendida,
ela decerto lhe dava dupla vista, não só permanente, como de excepcional penetração
e superior de muito à que de ordinário possuem os homens comuns. O mesmo havia
de dar-se, nele, com relação a todos os fenômenos que dependem dos fluidos perispirituais
ou psíquicos. A qualidade desses fluidos lhe conferia imensa força magnética,
secundada pelo incessante desejo de fazer o bem. Agiria como médium nas curas que
operava? Poder-se-á considerá-lo poderoso médium curador? Não, porquanto o médium
é um intermediário, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados
e o Cristo não precisava de assistência, pois que era ele quem assistia os outros. Agia
por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, em certos casos,
os encarnados, na medida de suas forças. Que Espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe
seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir? Se algum influxo estranho
recebia, esse só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele era
médium de Deus. 4
Contudo, independentemente de o Espiritismo explicar com clareza como
se realiza um fenômeno mediúnico, não podemos esquecer que o próprio Jesus
qualificou alguns dos seus feitos como milagrosos.
É [...] que nisto, como em muitas outras coisas, lhe cumpria apropriar sua linguagem aos
conhecimentos dos seus contemporâneos. Como poderiam estes apreender os matizes
de uma palavra que ainda hoje nem todos compreendem? Para o vulgo, eram milagres
as coisas extraordinárias que ele fazia e que pareciam sobrenaturais, naquele tempo e
mesmo muito tempo depois. Ele não podia dar-lhes outro nome. Fato digno de nota é
que se serviu dessa denominação para atestar a missão que recebera de Deus, segundo
suas próprias expressões, porém nunca se prevaleceu dos milagres para se apresentar
como possuidor de poder divino. 16

3. Alguns fenômenos psíquicos provocados por Jesus

3.1 - Fenômeno de dupla vista
Este fenômeno pode ser atestado, a título de exemplo, nas seguintes citações
evangélicas:
• “Ide à aldeia que está defronte de vós e logo encontrareis uma jumenta
presa e um jumentinho com ela; desprendei-a e trazei-mos.” (Mateus, 21:2)
• “E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze. E, enquanto eles
comiam, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair.” (Mateus,
26, 20:21)
• “E, quando acabou de falar, disse a Simão: faze-te ao mar alto, e lançai
as vossas redes para pescar.E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo
trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a rede.
E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes
a rede.” (Lucas, 5:4-6)
Nada apresentam de surpreendentes estes fatos, desde que se conheça o poder da dupla
vista e a causa, muito natural, dessa faculdade. Jesus a possuía em grau elevado e pode
dizer-se que ela constituía o seu estado normal, conforme o atesta grande número de atos
de sua vida, os quais, hoje, têm a explicá-los os fenômenos magnéticos e o Espiritismo.
A pesca qualificada de miraculosa igualmente se explica pela dupla vista. Jesus não pro152
duziu espontaneamente peixes onde não os havia; ele viu, com a vista da alma, como teria
podido fazê-lo um lúcido vígil, o lugar onde se achavam os peixes e disse com segurança
aos pescadores que lançassem aí suas redes. 5

3.2 - Fenômenos de cura
De todos os fatos que dão testemunho do poder de Jesus, os mais numerosos são, não
há contestar, as curas. Queria ele provar dessa dessa forma que o verdadeiro poder é o
daquele que faz o bem; que o seu objetivo era ser útil e não satisfazer à curiosidade dos
indiferentes, por meio de coisas extraordinárias. Aliviando os sofrimentos, prendia a si
as criaturas pelo coração e fazia prosélitos mais numerosos e sinceros, do que se apenas
os maravilhasse com espetáculos para os olhos. 9
• “E certa mulher, que havia doze anos tinha um fluxo de sangue, e
que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto
tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior, ouvindo falar de Jesus,
veio por detrás, entre a multidão, e tocou na sua vestimenta. Porque dizia: Se
tão-somente tocar nas suas vestes, sararei. E logo se lhe secou a fonte do seu
sangue, e sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal. E logo Jesus, conhecendo
que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão e disse:
Quem tocou nas minhas vestes? E disseram-lhe os seus discípulos: Vês que
a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou? E ele olhava em redor, para
ver a que isso fizera. Então, a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido,
temendo e tremendo, aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda
a verdade.E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste
teu mal.” (Marcos, 5: 25-34)
Estas palavras: conhecendo em si mesmo a virtude que dele saíra, são significativas. Exprimem
o movimento fluídico que se operara de Jesus para a doente; ambos experimentaram
a ação que acabara de produzir-se. É de notar-se que o efeito não foi provocado por
nenhum ato da vontade de Jesus; não houve magnetização, nem imposição das mãos.
Bastou a irradiação fluídica normal para realizar a cura. 6
• “E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego e rogaram-lhe que lhe
tocasse. E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindolhe
nos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa. E,
levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens, pois os vejo como árvores que
andam. Depois, tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos, e ele, olhando firmemente,
ficou restabelecido e já via ao longe e distintamente a todos.” (Marcos, 8:22-25)
Aqui, é evidente o efeito magnético; a cura não foi instantânea, porém gradual e conseqüente
a uma ação prolongada e reiterada, se bem que mais rápida do que na magnetização
ordinária. A primeira sensação que o homem teve foi exatamente a que experimentam
os cegos ao recobrarem a vista. Por um efeito de óptica, os objetos lhes parecem de
tamanho exagerado. 7
• “E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e
da Galiléia; e, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens
leprosos, os quais pararam de longe. E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre,
tem misericórdia de nós! E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos
sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.E um deles, vendo que
estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz.” (Lucas, 17:11-15)
Os samaritanos eram cismáticos, mais ou menos como os protestantes com relação aos
católicos, e os judeus tinham em desprezo, como heréticos. Curando indistintamente
os judeus e os samaritanos, dava Jesus, ao mesmo tempo, uma lição e um exemplo de
tolerância; e fazendo ressaltar que só o samaritano voltara a glorificar a Deus, mostrava
que havia nele maior soma de fé e de reconhecimento, do que nos que se diziam ortodoxos.
8
3.3 - Ressurreições
• “E eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e,
vendo-o, prostrou-se aos seus pés, e rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está
moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva.
E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava. [...] E, tendo
chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço e os que choravam
muito e pranteavam. E, entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais?
A menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele; porém ele, tendo-os
feito sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina e os que com ele estavam e
entrou onde a menina estava deitada. E, tomando a mão da menina, disse-lhe:
Talitá cumi, que, traduzido, é: Menina, a ti te digo: levanta-te. E logo a menina
se levantou e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande
espanto.” (Marcos, 5: 21-24; 38-42)
• “E aconteceu, pouco depois, ir ele à cidade chamada Naim, e com ele iam
muitos dos seus discípulos e uma grande multidão. E, quando chegou perto da
porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era
viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. E, vendo-a, o Senhor moveuse
de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou
o esquife (e os que o levavam pararam) e disse: Jovem, eu te digo: Levanta-te.
E o defunto assentou-se e começou a falar. E entregou-o à sua mãe.E de todos
se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se
levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo. E correu dele esta fama por toda
a Judéia e por toda a terra circunvizinha.” (Lucas, 7:11-17)
Contrário seria às leis da Natureza e, portanto, milagroso, o fato de voltar à vida corpórea
um indivíduo que se achasse realmente morto. Ora, não há mister se recorra a essa
ordem de fatos, para ter-se a explicação das ressurreições que Jesus operou. Se, mesmo
na atualidade, as aparências enganam por vezes os profissionais, quão mais freqüentes
não haviam de ser os acidentes daquela natureza, num país onde nenhuma precaução se
tomava contra eles e onde o sepultamento era imediato. É, pois, de todo ponto provável
que, nos dois casos acima, apenas síncope ou letargia houvesse. O próprio Jesus declara
positivamente, com relação à filha de Jairo: Esta menina, disse ele, não está morta, está
apenas adormecida. Dado o poder fluídico que ele possuía, nada de espantoso há em
que esse fluido vivificante, acionado por uma vontade forte, haja reanimado os sentidos
em torpor; que haja mesmo feito voltar ao corpo o Espírito, prestes a abandoná-lo, uma
vez que o laço perispirítico ainda se não rompera definitivamente. Para os homens daquela
época, que consideravam morto o indivíduo desde que deixara de respirar, havia
ressurreição em casos tais; mas, o que na realidade havia era cura e não ressurreição, na
acepção legítima do termo. 10
3.4 - Transfiguração
• “E, seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e
os levou sós, em particular, a um alto monte, e transfigurou-se diante deles.E
as suas vestes tornaram-se resplandecentes, em extremo brancas como a neve,
tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear. E apareceramlhes
Elias e Moisés e falavam com Jesus. E Pedro, tomando a palavra, disse a
Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui e façamos três cabanas, uma para
ti, outra para Moisés e outra para Elias. Pois não sabia o que dizia, porque
estavam assombrados. E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra,
e saiu da nuvem uma voz, que dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi. E,
tendo olhado ao redor, ninguém mais viram, senão Jesus com eles.” (Marcos,
9:2-8).
É ainda nas propriedades do fluido perispirítico que se encontra a explicação deste
fenômeno. A transfiguração, [...] é um fato muito comum que, em virtude da irradiação
fluídica, pode modificar a aparência de um indivíduo; mas, a pureza do perispírito de
Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor. Quanto à aparição de Moisés
e Elias cabe inteiramente no rol de todos os fenômenos do mesmo gênero. [...] De todas
faculdades que Jesus revelou, nenhuma se pode apontar estranhas às condições da humanidade
e que se não encontre comumente nos homens, porque estão todas na ordem da
Natureza. Pela superioridade, porém, da sua essência moral e de suas qualidades fluídicas,
aquelas faculdades atingiam nele proporções muito acima das que são vulgares. Posto de
lado o seu envoltório carnal, ele nos patenteava o estado dos puros Espíritos. 11
3.5 - Aparição de Jesus, após a sua crucificação
• “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas
as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou
Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco! E, dizendo isso,
mostrou-lhes as mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo
o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o
Pai me enviou, também eu vos envio a vós.E, havendo dito isso, assoprou sobre
eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. [...] E, oito dias depois, estavam
outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando
as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco! Depois,
disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e
põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu e disselhe:
Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste;
bem-aventurados os que não viram e creram! (João, 20:19-22; 26-30)
Antes da aparição aos discípulos, Jesus se manifesta perante Maria Madalena
e outras mulheres (Marcos,16:1-7), confirmando, assim, a sua ressurreição.
Aparece, mais tarde, aos dois discípulos, no caminho de Emaús (Lucas,
24:13-35).
Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após sua morte, com circunstanciados
pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato. Elas, aliás, se explicam
perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito e nada de anômalo
apresentam em face dos fenômenos do mesmo gênero, cuja história, antiga e contemporânea,
oferece numerosos exemplos, sem lhes faltar sequer a tangibilidade. Se notarmos as
circunstâncias em que se deram as suas diversas aparições, nele reconheceremos, em tais
ocasiões, todos os caracteres de um ser fluídico. Aparece inopinadamente e do mesmo
modo desaparece; uns o vêem, outros não [...]. Jesus, portanto, se mostrou com seu corpo
perispirítico, o que explica que só tenha sido visto pelos que ele quis que o vissem. Se
estivesse com seu corpo carnal, todos o veriam, como quando estava vivo. Ignorando a
causa originária do fenômeno das aparições, seus discípulos não se apercebiam dessas
particularidades, a que, provavelmente, não davam atenção. Desde que viam o Senhor e
o tocavam, haviam de achar que aquele era o seu corpo ressuscitado. 12
Como reflexão final, refletimos que os fatos extraordinários da vida de
Jesus marcaram a sua passagem entre nós, no plano físico. Entretanto, esses
não foram os seus maiores feitos.
O maior milagre que Jesus operou, o que verdadeiramente atesta a sua superioridade, foi
a revolução que seus ensinos produziram no mundo, mau grado à exigüidade dos seus
meios de ação. Com efeito, Jesus, obscuro, pobre, nascido na mais humilde condição, no
seio de um povo pequenino, quase ignorado e sem preponderância política, artística ou
literária, apenas durante três anos prega a sua doutrina, [...] Tinha contra si tudo o que
causa o malogro das obras dos homens, razão por que dizemos que o triunfo alcançado
pela sua doutrina foi o maior dos seus milagres, ao mesmo tempo que prova ser divina
a sua missão. Se, em vez de princípios sociais e regeneradores, fundados sobre o futuro
espiritual do homem, ele apenas houvesse legado à posteridade alguns fatos maravilhosos,
talvez hoje mal o conhecessem de nome. 14

1. KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 50. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 13, item 1, p. 297-298.
2. ______. item 4, p. 299.
3. ______. item 13, p. 305.
4. ______. Cap. 15, item 2, p. 354-355.
5. ______. item 9, p. 359.
6. ______. item 11, p. 361.
7. ______. item 13, p. 362.
8. ______. item 17, p. 364.
9. ______. item 27, p. 372.
10. ______. item 39, p. 379-380.
11. ______. item 44, p. 383-384.
12. ______. item 61, p.398.
13. ______. item 62, p. 399.
14. ______. item 63, p. 399-400.
15. ______. Obras póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de Janeiro:
FEB,2006. Primeira parte. (Estudo sobre a natureza do Cristo). Cap.
2, p. 140.
16. ______. p. 141.
17. ______. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro.
125. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 21, item 7, p. 362-363.
18. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26.
ed. Rio de Janeiro: FEB. 2006, q. 283, p. 168.

REFERÊNCIAS
ORIENTAÇÕES AO MONITOR
EADE - Roteiro 7 - Fenômenos psíquicos no Evangelho
Debater, inicialmente, o conceito milagre,
destacando o significado espírita. Dividir a turma
em pequenos grupos, orientando-os na realização
de leitura e análise dos fenômenos psíquicos produzidos
por Jesus, incluídos neste roteiro. Após o
trabalho em grupo, os participantes devem apresentar
a conclusão do trabalho, em plenária.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Transfiguração, Multiplicação dos pães, e "Ressurreições" operadas por Jesus



Autor: Therezinha Oliveira

A Transfiguração (Mt. 17 1/8, Mc. 9 2/8 e Lc. 9 28/36. )
Resumamos as narrativas evangélicas:

Jesus levou Pedro, Tiago e João em particular a um alto monte, com o propósito de orar.

Enquanto ele orava:

seu rosto se modificou, resplandecia como o sol;
suas vestes tomaram-se brancas como a luz.
E apareceram Moisés e Elias (ambos já desencontrados) e conversavam os três sobre sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém.

Explicação espírita do fenômeno
A transfiguração é "uma transformação fluídica, uma espécie de aparição perispirítica, que se produz sobre o próprio corpo do vivo" ; "geralmente é perceptível a todos os assistentes e com os olhos do corpo, precisamente por se basearem na matéria carnal visível". Pode-se dar pela vontade da própria pessoa ou sob influência externa. (Vide Allan Kardec, "A Gênese", cap. XIV, item 39; e a "Revista Espírita" de março de 1859.) Quando orou, Jesus se expandiu perispiritualmente, superpondo ao corpo novo aspecto e apresentando grande irradiação. A luminosidade propagou-se às suas vestes e através delas.

Quanto à presença de Moisés e Elias, foi um fenômeno de materialização (Pedro, Tiago e João eram médiuns de efeitos físicos), que será estudado em aula posterior.

A multiplicação de pães e peixes
Relatam os evangelistas que Jesus por 2 vezes multiplicou pães e peixes para atender à multidão que o seguira até uma região "deserta" (longe de cidades) e ali ficara ouvindo-o e recebendo curas mas, por não se terem munido de alimentos, estavam a ponto de passar fome.

A primeira multiplicação é relatada por Mt, 14 vs. 13/23, Mc. 6 vs. 30/44, Lc. 9 vs, 10/17 e Jo. 6 vs, l/15. A segunda somente por Mt. 15 32/39 e Mc. 8 1/10.

As diferenças entre as duas são pequenas, pois em ambas Jesus:

aproveitou o de que dispunham (alguns pães e peixes) ;
mandou que o povo se assentasse em grupos (ordenou a multidão);
orou (tomando os pães e peixes, ergueu os olhos aos céus e os abençoou);
depois fez a repartição entre os discípulos e estes para o povo;
todos comeram à vontade (milhares de homens, além das mulheres e crianças) ;
e ainda sobraram muitos cestos com pedaços de pão e de peixe, que Jesus mandou recolher para nada se perder.
Como explicar esse fenômeno?
Kardec entende que não houve o fenômeno materialmente ("A Gênese", cap. XV, item 48). A passagem seria simbólica, representando que Jesus "alimentou" espiritualmente a multidão que, magnetizada por sua presença e atenta à sua palavra, nem sentiu a falta de alimento físico. Assim queria Jesus que os discípulos também "alimentassem" o povo, quando lhes disse:

"Não é preciso que se retirem; dai-lhes vós de comer".

Também se pode pensar que, além dos poucos pães e peixes trazidos pelos discípulos, outras pessoas tivessem mais alimentos consigo e, ante o exemplo de doação generosa, acabaram por entregá-los também para a repartição entre todos. Aí, deu e sobrou.

Entretanto, não seria impossível um fenômeno de efeitos físicos, materializando substâncias. Em "O Livro dos Médiuns" (cap. VIII, Do Laboratório do Mundo Invisível), vemos que os espíritos podem não só reproduzir aparência de alimentos mas fazer que essas substâncias materializadas dêem até "a impressão de saciedade", quando ingeridas.

Mas para que teria Jesus realizado um fenômeno de efeitos físicos assim, multiplicando pães e peixes? Talvez com o objetivo de ensinar que precisamos pensar no próximo, no que ele necessita, e ajudar a atender essa necessidade; fazer isso orientando e ordenando o povo, doando o que nos for possível, buscando também o auxílio espiritual (orou antes de multiplicar) e não desperdiçando recursos (mandou recolher o que sobrasse).

Qual foi a repercussão?
Foi grande. A multidão, depois, queria proclamar rei a Jesus.

Mas ele não aceitou. E advertiu a todos: "Trabalhai não pela comida que perece mas pela que permanece para a vida eterna", ou seja, que procurassem assimilar sua mensagem, seus ensinos e exemplos.

Ressurreições
No Velho e no Novo Testamentos, há relatos de ressurreições, isto é, de pessoas que estavam mortas e voltaram a viver.

Como aceitar tais relatos se, à luz da Ciência, fatos assim são impossíveis e também não mais os vemos ocorrer nos dias de hoje?

O que a Ciência constata são casos em que as pessoas sofreram:

morte clínica: com parada cardíaca, perda da respiração, da consciência e dos movimentos; ' - letargia (do latim, letargia): perda momentânea da sensibilidade e do movimento, dando ao corpo aparência de morte real;
catalepsia (do grego, katálepsis): perda momentânea, algumas vezes espontânea, da sensibilidade e do movimento em determinada parte do corpo.
São, os três, estados patológicos ou anômalos. Geralmente a pessoa pode se recuperar deles, em minutos ou dias, havendo as condições e ajuda adequadas.

Explicação espírita de tais estados
Havendo desligamento parcial do perispírito, o espírito deixa de tomar contato, temporariamente, com determinada região do corpo ou no seu todo, porque lhe falta o elemento de ligação com ele.

O desligamento perispiritual pode se dar por causas orgânicas ou espirituais (inclusive por influência de outrem). Mas enquanto os laços fluídicos não se desataram totalmente e o corpo ainda tem vitalidade, sem lesão irreversível nos órgãos, será possível fazer a pessoa retomar ao normal:

restaurando as condições do funcionamento orgânico;
auxiliando fluidicamente (magnetismo humano ou espiritual) ;
estimulando o espírito à ação sobre o corpo;
afastando o espírito perturbador (se houver).
Mas, ao tempo de Jesus, se uma pessoa caísse em estado letárgico não haveria no local um médico que a examinasse e soubesse reconhecer que ela estava viva. (Quase não havia "doutores" na Palestina, naquela época, e muitos dos que assim se consideravam eram rabinos e, às vezes, curandeiros ; conheciam-se poucos remédios genuínos, se bem que se usassem várias ervas medicinais).

Por isso, as pessoas em estado letárgico acabavam sendo consideradas mortas. E como o sepultamento de cadáveres era feito no próprio dia da morte (às vezes de modo imediato: Atos 5, 1/11), podia não dar tempo de a pessoa se recuperar da letargia.

Após estes esclarecimentos, leiamos e analisemos os 3 casos em que Jesus "ressuscitou" pessoas, que foram:

o filho da viúva de Naim (Lc. 7 vs. l1/17);
a filha de Jairo, chefe da sinagoga de Cafarnaum (Lc. 8 40/42 e 49/56) ;
Lázaro (Jo. l 1, 1/45).
Observações:
No caso da filha de Jairo e de Lázaro, Jesus afirma textualmente que a pessoa não está morta mas dorme. Também ocorreria o mesmo quanto ao filho da viúva de Naim.
Jesus orou antes de "ressuscitar" Lázaro; certamente o fez também nas outras vezes mas, ou não foi em voz alta, ou não ficou relatado.
Os discípulos estavam sempre por perto; mas provavelmente se utilizava Jesus dos fluidos de Pedro, Tiago e João (médiuns de efeitos físicos), pois estes apóstolos foram os únicos que admitiu entrassem com ele para fazer a "ressurreição" da filha de Jairo.
Jesus se encaminhou para o túmulo de Lázaro, que "era uma gruta, a cuja entrada tinham posto uma pedra". Esclarece bem o evangelista João, pois o sepultamento, entre os judeus, não era feito sob a terra (como o fazemos atualmente) mas nas rochas, em cavernas naturais ou artificiais, fechando-se a entrada por meio de pedras, para proteger de eventual ataque de animais. Preferiam sepultar em lugares distanciados das habitações, fora dos muros da c idade.
Portanto, apesar de sepultado logo após a sua "morte", Lázaro não estava sob a terra mas numa gruta, com oxigenação suficiente para sobreviver ao estado letárgico em que caíra.
"Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias", disse Marta, irmã de Lázaro, quando Jesus mandou removessem a pedra da entrada do sepulcro. Era o que Marta pensava mas não a realidade, pois Lázaro não morrera, e seu corpo, em estado letárgico, não estava em decomposição.
Nos três casos, Jesus falou diretamente à pessoa para que se levantasse. Em espírito, podiam ouvi-lo e agir sobre o corpo, após haverem recebido a ajuda fluídica de Jesus. No caso da menina, Lucas diz expressamente: "voltou-lhe o espírito" (quer dizer que estava afastado) e então "ela imediatamente se levantou".
(Vide "O Livro dos Espíritos", 2a parte, cap. VIII, pergs. 422/424 e "A Gênese", cap. XV, itens 37 a 40.) Por mais admirável que a "ressurreição" física nos pareça, ela é de efeito temporário, pois um dia o "ressuscitado" terá de desencarnar mesmo.

Que haverá "ressurreição" espiritual para todos nós, além da morte do corpo, é verdade, pois continuaremos a viver em espírito. Porém, em que estado despertaremos nesse além? Felizes ou infelizes, conforme nossos pensamentos, sentimentos e ações.

Que mais nos importa, então? É a "ressurreição" moral, o despertamento nosso em espírito, para sairmos da "morte espiritual" (erro, inércia, vício, usura, etc.) na direção da vivência correta e plena de nossas potencialidades espirituais.