Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
Mostrando postagens com marcador Drogas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Drogas. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

COMPORTAMENTO POR OBSESSÃO

COMPORTAMENTO POR OBSESSÃO

Quando a morte interrompe o ciclo de atividades viscosas, que o homem incorpora à sua natureza, de forma alguma o problema deixa de atormentá-lo.

A situação espiritual de quantos partem da Terra, dependentes de condicionamentos prejudiciais, é das mais dolorosas. Dificilmente pode-se descrever com fidelidade o tormento que experimentam, por variar, de indivíduo para indivíduo, não raro, enlouquecendo, nas tentativas de prosseguir com a situação nefasta...

Tal é o estado em que se debate, que não se dá conta da morte física, embora as estranhas e penosas sensações que o visitam em contínuo tormento. A esse estado soma a carência do que antes considerava prazer e agora lhe falta, afligindo-o mais.

Na conjuntura, mesmo desconhecido as “leis dos fluidos” que facultam as afinidades espirituais e intercambiam sensações com outros viciados ou iniciantes no comércio da ilusão, domiciliados na matéria, a princípio, inconscientemente, para depois estreitar os laços e fixações em demorada e torpe obsessão, em que ambos mais se desgastam e pioram o psiquismo, até que as Leis divinas façam cessar a coabitação perniciosa.

Casos outros há em que o desencarnado, identificando a conjuntura nova, formula e executa um programa de vampiração obsessiva em tentames exitosos, enredando os invigilantes que a ele se associam no plano físico,em largos cursos de alucinação e desgraça.
Muito mais grave do que parece é a obsessão, nos problemas sociais do comportamento humano.

Alcoolismo, tabagismo, drogas alucinógenas, sexolatria, jogatina, gula recebem grande suporte espiritual, sendo não poucas vezes, iniciada a viciação de cá para aí, por inspiração que fomenta a curiosidade e por necessidade que estimula o prosseguimento.

O enfermo, dificilmente, consegue evadir-se, por si mesmo, da dificuldade. De um lado, pelos nefastos prejuízos orgânicos de que se ressente e, por outro, em razão da incidência mental do
obsessor, que o utiliza como instrumento da loucura de que se vê possuído.

As verdadeiras multidões de dependentes de drogas ou de outras viciações estertoram, mesmo sem o saberem, em danosos processos de obsessão lamentável.

A falta de orientação religiosa, as permissividades morais, o desconhecimento proposital ou não das realidades do Espírito, a falta de tempo e a neurose que avassalam o homem respondem pela calamitosa ocorrência, que se agrava a cada dia.

O problema deve merecer o interesse e o estudo de cada um e de todos os cidadãos, porque a todos envolve e ameaça.
Antes, era rara a incidência das drogas, agora, com um e grave.
Ao invés de se aprofundarem as pesquisas das causas, com as naturais soluções,buscam-se leis mais tolerantes, comércio livre, certamente que por falência ética, sem dúvida.

O homem, convivendo com os fatores de qualquer porte, prefere aceitá-los a vencê-los,numa atitude sempre cômoda.
No que concerne ao mecanismo da evolução, essa atitude comporta, o que, porém, não é idêntico, quando muda a situação para o campo moral
.
O Espiritismo, esclarecendo a criatura em torno da vida moral e das relações que existem entre os Espíritos e a obsessão, combatendo-lhe, ao menos, neste capítulo,algumas das suas causas, que são os vícios.

Mantendo-se hábitos de higiene moral e social, ceif a-se, na raiz, a gênese desse problema malfazejo.

Outrossim, orientando a conduta humana, propõe uma terapia curadora, sem dúvida, salutar.

Na base das alienações espirituais, o homem desempenha importante papel, em decorrência da sua conduta, da sua atividade, do seu mundo interior.

Esforçar-se por alterar os estados mórbidos e as de pendências viciosas é tarefa de urgência, que se pode lograr através do esforço moral pessoal, do esclarecimento pelo estudo, da oração, da fluidoterapia e da desobsessão de que são encarregadas as nobres
Sociedades Espíritas que se dedicam ao mister da evangelização e da caridade,conforme os ensinos de Jesus e de Allan Kardec.

MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA
(Roteiro de Libertação)

sábado, 1 de novembro de 2014

Comportamento e Vida

Comportamento e Vida

Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito)

O fatalismo biológico, estabelecido mediante as
conquistas pessoais de cada indivíduo, não é
definitivo em relação à data da sua morte.

A longevidade como a brevidade da existência
corporal, embora façam parte do programa
adrede estabelecido para cada homem, alteram-
se para menos ou para mais, de acordo com o
seu comportamento e do contributo que oferece
à aparelhagem orgânica para a sua preservação
ou desgaste.

Necessitando de um período de tempo em cada
existência física para realizar a aprendizagem
evolutiva em cujo curso está inscrito, o Espírito
tem meios para abreviar-lhe ou ampliar-lhe o
ciclo, mediante os recursos de que dispõe e são
facultados a todos.

É óbvio que o estróina desperdiça maior quota de
energias, impondo sobrecargas desnecessárias
aos equipamentos fisiológicos, do que o
indivíduo prudente.

As ocorrências que lhes sucedam têm as suas
causas no comportamento que se permitem.

Igualmente, a forma de desencarnar, sem fugir
ao impositivo do destino que é de construção
pessoal, resulta das experiências que são vividas.
O homem imprevidente e precipitado,
desrespeitador dos códigos de lei estabelecidos,
toma-se fácil presa de infaustos acontecimentos,
que ele mesmo se propicia como efeito da
conduta arbitrária a que se entrega.

Acidentes, homicídios, intoxicações, desastres de
vários tipos que arrebatam vidas, resultam da
imprevidência, da irresponsabilidade, do orgulho
dos que lhes são vitimas, na maioria das vezes e
no maior número de acontecimentos.

Devendo aplicar a inteligência e a bondade como
norma de conduta habitual, grande parte das
criaturas prefere a arrogância, a discussão acesa,
o desrespeito ao dever, a negligência, tornando-
se, afinal, vitimas de si mesmas, suicidas
indiretas.

Nos autocídios de ação prolongada ou imediata,
a responsabilidade é total daqueles que tomam a
decisão infeliz e a levam a cabo, inspirados ou
não por Entidades perversas com as quais
sintonizam.

Derrapando em comportamentos pessimistas a
que se aferram, a atitudes agressivas nas quais
se comprazem, na fixação de idéias tormentosas
em que se demoram, em ambições desenfreadas
e rebeldia sistemática, a etapa final, infelizmente,
não pode ser outra. Com o gesto que supõem de
libertação, tombam, por largos anos de dor, em
mais cruel processo de recuperação e desespero,
para que aprendam disciplina e submissão contra
as quais antes se rebelaram.

Depreende-se, portanto, que o comportamento
do homem a todo instante contribui de maneira
rigorosa para a programação da sua vida.

São de duas classes as causas que influem na sua
existência, dentro do determinismo da evolução
humana: as próximas, desta reencarnação, na
qual se movimenta, e as remotas, que procedem
das ações pretéritas. Estas últimas estabeleceram
já os impositivos de reparação a que o indivíduo
não pode fugir, amenizando-os ou vencendo-os
através de atuais ações do rumor, que promovem
quem as vitaliza e aquele a quem são dedicadas.
As primeiras, no entanto, as da presente
existência, vão gerando novos compromissos
que, se negativos, podem ser atenuados de
imediato por meio de atitudes opostas, e, se
positivos, ampliados na sua aplicação.

O tabagismo, o alcoolismo, a toxicomania, a
sexolatria, a glutonaria, entre outros fatores
dissolventes e destrutivos, são de livre opção
anual, não incursos no processo educativo de
ninguém. Quem, a qualquer deles se vincula,
padecer-lhe-á, inexoravelmente, o efeito
prejudicial, não se podendo queixar ou aguardar
solução de emergência.

O tabagismo responde por cárceres de várias
procedências, na língua, na boca, na laringe, por
inúmeras afecções e enfermidades respiratórias,
destacando-se o terrível enfisema pulmonar.
Todo aquele que se lhe submete à dependência
viciosa, está incurso, espontaneamente, nessa
fatalidade destruidora, que não estava no seu
programa e foi colocada por imprevidência ou
presunção.

O alcoolismo é gerador de distúrbios orgânicos e
psíquicos de inomináveis conseqüências,
gerando desgraças que, de forma nenhuma
deveriam suceder. É ele o desencadeador da
loucura, da depressão ou da agressividade, na
área psíquica, sendo o responsável por distúrbios
gástricos, renais e, principalmente, pela
irreversível cirrose hepática. Seja através da
aguardente popular ou do whisky elegante, a
alcoolofilia dízima multidões que se lhe
entregam espontaneamente.

A toxicomania desarticula as sutis engrenagens
da mente e desagrega as moléculas do
metabolismo orgânico, lesando vários órgãos e
alucinando todos quantos se comprazem nas
ilusões mórbidas que dizem viver, não obstante
de breve duração. Iniciada a dependência que se
fez espontânea, desdobrara-se à frente longos
anos, numa e noutra reencarnação, para que
sejam reparados todos os danos que poderiam
ter sido evitados quase sem esforço.

A sexolatria gera distonias emocionais, por
conduzir o indivíduo ao reduto das sensações
primitivas, mantendo-os nas áreas do gozo
insaciável, que o leva à exaustão, a terríveis
frustrações na terceira idade, se a alcança, e a
depressões sem conta pelo descalabro que
desorganiza o corpo e perturba a mente. Além
desses, são criados campos de dificuldade
afetiva, de responsabilidade emocional com os
parceiros utilizados, estabelecendo-se
compromissos desditosos para o Ii1turo.

A glutoneria, além de deformar a organização
física, é agente de males que sobrecarregam o
corpo produzindo contínuas distinções
gastrointestinais, dispepsias, acidez, ulcerações,
alienando o homem que vive para comer, quando
deveria, com equilíbrio, comer para viver.

São muitos os agentes dos infortúnios para o
homem, que ele aceita no seu comportamento,
afetando-lhe a vida.

Entretanto, através de outras atitudes e conduta
poderia preserva-la, prolongá-la, dar-lhe beleza,
propiciando-lhe harmonia e felicidade.

Além de atingir aquele que elege esta ou aquela
maneira de agir, os resultados alcançam os
descendentes que, através das heranças
transmissíveis, conforme as suas necessidades
evolutivas, as experimentarão.

O comportamento do Espírito, no corpo ou fora
dele, é responsável pela vida, contribuindo de
maneira eficaz na sua programática, igualmente
interferindo na conduta do grupo em que se
movimenta e onde atua, como dos descendentes
que de alguma forma se lhe vinculam.

As ações corretas prolongam a existência do
corpo e promovem o equilíbrio da mente,
enquanto as atribuladas e agressivas produzem o
inverno.

Nunca será demasiado repetir-se que, assim
como o homem pensa e age, edificará a sua
existência, vivendo-a de conformidade com o comportamento elegido.

Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Temas da Vida e da Morte


Fonte: O Espiritismo
<http://www.oespiritismo.com.br/textos/ver.php?id1=381> Acessado: 01/11/2014

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Não vos inquieteis pelo dia de amanhã (...)"Quais as causas de a Humanidade haver chegado a tão deplorável desequilíbrio psíquico? A nosso ver, a causa é uma só: a falta de FÉ! Não dessas "fezinhas" denominacionais, estreitas, sectárias, que superabundam por aí, mas da FÉ mesmo, sem qualquer adjtivação, significando "confiança absoluta em Deus".(...)


"Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã a si mesmo trará seu cuidado. Basta a cada dia a sua própria aflição" (Mateus, 6:34)
Ressalta à observação comum que os homens nunca viveram tão inquietos e amedrontados como na atualidade. Haja vista a quantidade fabulosa de drogas "tranquilizantes" que consomem.
Parece terem perdido completamente as esperanças de um futuro melhor, que algo terrível, qual espada de Dâmocles, lhes ameaça os destinos, e daí a angústia ou o desespero com que encaram "o dia de amanhã".
Alguns tentam dissimular esse estado de ânimo, procurando ganhar fortuna, de qualquer maneira, por ser o dinheiro o "abre-te", Sésamo" do prestígio social, por ensejar-lhes a satisfação de toda a sorte de prazeres, permitindo-lhes, enfim, "gozar a vida", antes que o mundo se acabe...
Ao impacto dos desenganos, ou por via da saciedade, tais quimeras, entretanto, logo se desfazem, quais bolhas de sabão, e, desiludidos frustrados, reconhecem afinal que nunca houve, realmente, nem paz nem alegria em seus corações.
Quais as causas de a Humanidade haver chegado a tão deplorável desequilíbrio psíquico? A nosso ver, a causa é uma só: a falta de FÉ!
Não dessas "fezinhas" denominacionais, estreitas, sectárias, que superabundam por aí, mas da FÉ mesmo, sem qualquer adjtivação, significando "confiança absoluta em Deus".
Sim, o que está faltando à Humanidade, para que ela se tranquilize e seja relativamente feliz, tanto quanto permitam as condições deste mundo de expiações e de provas, é, pura e simplesmente - FÉ EM DEUS.
Possuíssem os homens essa preciosa virtude, estivessem plenamente convictos da solicitude do Pai Celestial para com todas as Suas criaturas, e outra seria a maneira de reagirem à frente das vicissitudes da existência.
Compreenderiam que, sendo Deus a expressão máxima do Amor, só deseja o nosso bem, a nossa felicidade; assim, não desempara ninguém e sempre encontra meios de prover-nos do "pão de cada dia". Mas, como é também a Justiça perfeita, deixa que sintamos as consequências de nossos erros, para que os procuremos evitar, assim como permite que soframos o choque de retorno de nossas maldades, para que aprendamos a "não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam".
Lembrados do que dizem as Escrituras: "Nenhum passarinho cairá por terra sem a vontade do Pai e até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados" (Mateus, 10:29-30), conheceriam que tudo obedece aos soberanos desígnios de Deus.
Suportariam, então, pacientemente, toda e qualquer situação penosa que não pudessem remover, por sabê-la justo resgate de faltas pretéritas, quando não uma experiência útil e necessária à lapidação de suas almas, condição indispensável a que se aproximem do Criador, tornando-se particípes de Sua glória.
Coragem, pois.
Não nos deixemos vencer pelo desânimo, pelo pessimismo, pela descrença. Por maiores que sejam os nossos padecimentos no dia de hoje, lembremo-nos de que "amanhã será outro dia" e bem pode ser que Deus, em Sua misericórdia, lhes ponha fim.
Por outro lado, alijemos de nossa mente e de nosso coração pensamentos funestos, apreensões e temores, porquanto muitas e muitas vezes nos atormentamos à toa, por coisas que nunca chegam a realizar-se.
"Basta a cada dia a sua própria aflição."
Rodolfo Calligaris
Sermão da Montanha

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Entrevistando Chico Xávier ( continuação)"Educação e Religião,Crianças,filhos adotivos."

42
Lenda Hindu
Ao final da sessão em que o médium Luiz Antonio Gasparetto, em transe,
pintou telas com assinaturas de Picasso, Manet, Modigliani, Tissot, Delacroix,
Van Gogh e vários outros, Chico Xavier submeteu-se a uma espécie de
sabatina acessível às centenas de pessoas presentes à reunião do Grupo
Espírita da Prece.
Por exemplo, discutia-se o problema de meninos integrantes de lares bem
postos que cedo se mostram ineducáveis, seduzidos por viciações e estilos de
vida que por vezes os levam ao suicídio entre a idade de 12 a 14 anos. Uma
educadora participante fazia colocações do problema abrangendo desde Freud
até as modernas conquistas pedagógicas nesse campo. Depois de ouvi-la,
Chico Xavier, fez o seguinte comentário: Vocês, de certo, conhecem a lenda
hindu do marajá que não permitia fossem contrariados os desejos de seu filho
de seis anos? Não conhecem?
Então vamos lá! Certo dia esse menino manifestou desejo de montar num
elefante, no que foi prontamente atendido pelos servos do poderoso marajá.
Sucedeu que uma vez montado não quis descer do lombo do animal. Os
servos lhe serviram ali mesmo o café e as demais refeições e, à noite, como se
negasse a descer da montaria arranjaram uma cama para que dormisse como
melhor lhe apetecesse. No dia seguinte, preocupado com a permanência do
filho naquela situação, mandou chamar um médico, um psicólogo e um
professor, mas estes não conseguiram que a criança arredasse pé dali.
Finalmente, já aflito, o marajá mandou buscar às pressas um velho tibetano
que vivia na montanha e tinha fama de muito sábio. Ali chegando, o ancião,
inicialmente, pediu uma escada, no que foi atendido. Tendo subido cochichou
meia dúzia de palavras ao ouvido da criança. Foi o bastante para que esta de
pronto descesse do animal. Encantado com o notável feito, perguntou o
marajá: «Mas, afinal, o que é que o senhor disse ao meu filho que fez com que
ele descesse tão depressa?”
‘Disse-lhe” — retrucou o sábio montanhês — «que se não descesse dali
imediatamente iria lhe aplicar uma boa surra de vara”. (FW, agosto de 1976)

43
Diálogo de Amor
FW - Voltando ao problema do jovem - prossegue a educadora —sou a favor
de que se diga a verdade ao adolescente, principalmente quanto ao tóxico. Há
jornais que fazem mal veiculando notícias segundo as quais a maconha não
afeta os tecidos nervosos.
Afirmo que afeta, e muito.
Entendemos que, com esses jovens, está faltando um diálogo de amor. Na
base, porém, é falta de apoio familiar, com raízes na religiosidade. Também
sou a favor de que se diga a verdade aos moços, mas para exemplificar,
estamos numa reunião, o jovem envolvido em tóxicos vem aqui ouve a verdade
sobre as conseqüências do que está fazendo, percebe que realmente tal
prática é um malefício, mas depois sai, chega em casa e encontra a mesma
incompreensão, a mesma falta de apoio. Teria valido só o saber a verdade?
Não esqueçamos que temos responsabilidade nos problemas afetivos que
tenhamos suscitado neles. Todos somos filhos e — 50% — sócios de Deus.
Qwando Jesus disse “Crescei e Multiplicai vos’ não foi só em sentido reprodutivo
mas, também, com vistas ao desenvolvimento das virtudes espirituais. A
paternidade é uma oportunidade evolutiva que a Graça Divina concede às
criaturas. (agosto de 1976)

144
Kramer versus Kramer
MN - O filme Kramer versus Kramer questiona o problema da paternidade e
da maternidade a partir da separação de uma casal e da educação do filho
resultante dessa união. Você acha que a Jurisprudência deveria introduzir
novos critérios nas questões da família e permitir ao pai, em maior número de
casos, ficar com a guarda do filho?
Nós que lidamos com o assunto de reencarnação, somos compelidos a
entender que no espírito feminino ou da criatura que atravessou larga faixa de
séculos no campo da feminilidade, o amor está plasmado para a criatividade
perante a vida.
Por enquanto, eu não posso conceber que no espírito de masculinidade haja
recursos suficientes para que a criação dos filhos ou a condução da criança,
em si, encontre um campo bastante fortalecido para que a criatura se
desenvolva em nosso meio terrestre. Creio que seja uma inversão de valores.
Não posso entender muito bem esta parte, pelo menos para os próximos
anos, porque então teríamos de educar a mulher para ter as atividades do
homem e educar o homem para ter as atividades da mulher o que seria um
contra-senso, sobretudo se fôssemos exigir isso de um momento para outro.
(junho de 1980)

WAC - Márcia, a mulher vem buscando, seguidamente, a sua independência,
tendo surgido com isso, certos movimentos feministas. Você tem
conversado alguma coisa com Chico Xavier quanto a esses movimentos?
Márcia - Algumas vezes conversamos a este respeito, e o que ele retratou
através de suas respostas foi que a mulher tem um papel muito importante,
assim como o homem, no desenvolvimento da própria sociedade. Que ela tem
sua função dentro do lar e mesmo no campo da vida profissional, sempre
caminhando ao lado do homem, para que, realmente, possa se efetivar um
progresso maior. E, ainda, que o verdadeiro feminismo é aquele da
maternidade, da mulher procurar se colocar na condição de um espírito no
mundo, servindo como tarefa maior na sua missão dentro da família.
(Entrevista em julho de 1990)

145
Mais Assistência à Criança
MN - Foi feito um simpósio em São Paulo cujo tema central foi A Morte e
suas diferentes interpretações quanto ao caminho a seguir após a sua
inexorável ocorrência. Dizem que o fluxo foi enorme, sobretudo de jovens.
Você não vê nesses assuntos todos uma ligação comum: a criança precisa ser
melhor alertada quanto à sua verdadeira destinação na Terra?
A criança precisa de mais assistência na Terra, isto é afirmação inegável em
quaisquer das áreas da evolução terrestre. Quanto aos problemas da morte,
creio que as religiões são ainda as melhores escolas para articular as
respostas devidas sobre o tema, porque a morte é um fenômeno da vida que
exige o máximo de responsabilidade para ser tratada com acerto. (março de
1983)

46
Crianças Desequilibradas
Geraldo Lemos Neto - Chico, temos visto muitas crianças sendo
encaminhadas às reuniões de tratamento desobsessivo. Que fazer diante deste
problema, cada vez mais freqüente?
Os Amigos Espirituais nos tem falado amiúde acerca da questão da criança
em desequilíbrio, o que demanda larga dose de compreensão e carinho da
família a que pertença.
Lembram-nos os nossos mentores que em matéria de desajustes infantis o
remédio eficaz será sempre o do acendrado amor dos pais, no recesso do
próprio lar. O amor em família é a construção da harmonia com vistas ao futuro
promissor de cada qual. Desajustes, muitas vezes, nada mais são que o reflexo
da falta de amor nos lares, gerando perturbações.
Ao tratarmos questões como a desobsessão, os Instrutores Espirituais nos
recomendam a utilização cotidiana de bom-senso. E o bom-senso nos indica
que a mente infantil não está preparada para compreender os complexos
fundamentos de uma reunião de desobsessão; que provavelmente as crianças
se impressionariam de maneira contraproducente se freqüentassem estes
serviços espirituais.
Então, se os pais não estão com o tempo necessário de dedicação e amor
para com as crianças dentro do próprio lar; se, por outro lado, não convém à
mente infantil em desajuste freqüentar as reuniões de desobsessão, logo,
devemos suplicar à bondade infinita de Deus que inspire aos trabalhadores das
casas espíritas dedicados à evangelização infantil, que organizem em seus
quadros de serviços reuniões apropriadas ao amparo e ao acolhimento de
crianças desajustadas. Reuniões específicas para a mente infantil, que
funcionariam vinculadas aos núcleos ativos de desobsessão do centro.
Reuniões intermediárias de socorro e esclarecimento evangélico. Esta
colaboração poderia trazer muitos benefícios em favor da tranqüilidade familiar.
(outubro de 1991)

47
Ensino da Religião
Chico Xavier escreve aos amigos do Instituto Espírita de Educação de São
Paulo:
Muito me alegram as notícias das belas realizações do Instituto Espírita de
Educação, que os estimados companheiros estão sustentando com tanto valor.
Entendo que, sem educação, todo o nosso esforço será sempre aquele das
iniciativas, por vezes admiráveis, das palavras e dos gestos exteriores
respeitáveis e nobres na obra do bem que acabam comumente entre a
ineficácia e o desencanto. Com a educação, porém, o serviço do bem assume
as suas características de eternidade.
Prosseguindo, pondera: Pensei muito no que me conta a sua bondade,
acerca do Externato Hilário Ribeiro, fundado para representar a missão de
escola-modelo do instituto. Guardo a certeza de que vocês saberão mantê-la
no elevado nível para que foi criada e ainda ontem, ouvindo o nosso abnegado
Emmanuel, disse-me ele que vocês permanecem sob esclarecida assistência
espiritual em andamento.
Consultado acerca do ensino espírita no Instituto, Chico expressa assim o
seu anseio:
Diante, contudo, de sua manifestação clara e sincera para comigo e na
condição de servo e aprendiz dos companheiros de São Paulo, que me
habituei a querer e a admirar profundamente, medito no que poderá suceder,
amanhã, se a escola-modelo do Instituto omitir, deliberadamente, o ensino da
Doutrina Espírita à infância. Nossos benfeitores espirituais costumam dizer-me
que o Evangelho do Senhor e o tesouro das bênçãos divinas que nos investirá
na posse do Céu em nós mesmos, e que a Doutrina Espírita é a chave que
Jesus nos envia para penetrar-lhe a Glória e a riqueza, entrando na luz da vida
eterna. Se negamos aos pequeninos, filhos de espíritas ou não, numa escolamodelo
espírita, essa chave do Senhor que é a Doutrina Espírita, não será o
caso de estarmos em simples acomodação social, prosseguindo nos velhos
moldes do verniz para a inteligência com descaso do coração? Falamos
habitualmente que formaremos alicerces evangélicos no espírito da
fraternidade cristã dentro da escola, mas não socorremos a alma da criança
com o conhecimento justo.
Claro que não me refiro a cursos minuciosos para os meninos, mas às
noções de nossa redentora Doutrina, como seja a sobrevivência além da
morte, a comunicação espiritual e a reencarnação que, a meu ver, assimiladas
na infância, fortalecem a criatura para todos os dias da existência.
Tenho a escola como sendo nossa mãe. E aquilo que verte do coração
maternal é luz para todos os filhinhos. Assim sendo, com todo o meu respeito a
vocês, creio que a Doutrina Espírita, em noções simples e leves, deve ser
ensinada a todas as crianças e aquelas que não desejam recolher esse
alimento de luz, naturalmente devem ser livres para se retirarem sem qualquer
constrangimento.
Não emito essa opinião por fanatismo religioso. Tenho a felicidade de
possuir afeições nos mais vários setores de fé, inclusive a de contar com a
amizade de padres católicos e pastores protestantes, a quem respeito e estimo
com muito prazer, veneração e sinceridade.
Entretanto, eu faltaria com a minha consciéncia se não conversasse com o
querido amigo, sobre o assunto, com a lealdade que lhe devo, reconhecendo
embora que os amigos do instituto, atentos a circunstáncias que ignoro,
saberão conduzir a escola com a bênção de Jesus para os mais altos destinos.
Redobremos os nossos esforços, a fim de que, numa ação conjunta, possamos
resolver o mais momentoso problema doutrinário, introduzindo nas nossas
escolas, sem espírito sectário, o ensino da Religião como matéria de cultura
geral, à semelhança do que se faz com a Ciência e a Filosofia, sem o que não
podemos atender aos reclamos do transcendente da criatura, comprometendo,
portanto, a sua educação integral.

48
Uma Orientação sobre Filhos Adotivos
Há pouco tempo, depois de uma palestra, uma senhora me procurou para
expôr o seu problema. Não pudera gerar seus próprios filhos e, em
conseqüência, adotara três lindas crianças.
Ninguém, a não ser o médico pediatra conhecia o problema; nos éramos a
segunda pessoa com quem conversava abordando o assunto que a
preocupava muito.
Durante a sua narrativa percebemos o imenso amor pelas crianças; de
quando em vez, seus olhos marejavam. Contou que seu esposo era excelente,
um verdadeiro pai também para as duas garotas e o robusto menino. Os três
foram adotados quando ainda contavam poucos dias.
Conversamos com ela longamente, dando-lhe as explicações espíritas de
praxe, alicerçadas na reencarnação e na lei de causa e efeito. De nossa parte,
comovidos, dissemos a ela que não se precipitasse nada, porqüanto ela estava
em dúvida se dizia ou não a verdade para os filhos.
Sentimos que ela era muito mais mãe deles do que as que puderam gerá los.
No final falamos com aquela senhora que, se surgisse oportunidade,
procurariamos ouvir nosso irmão Chico sobre o assunto.
Num sábado à noite, no Grupo Espírita da Prece, após as tarefas habituais,
expusemos para ele o caso. Depois de ouvir-nos, foi claro em dizer que ela
deveria revelar para as crianças a verdade, porqüanto não conhecia ninguém
que sabendo de tudo depois de crescido não se revoltasse; a idade infantil —
os três irmãos têm idades que variam de seis a oito anos — era propícia,
favorável.
Mas diga a ela, Baccelli — prosseguiu Chico — que tem que ser com muito
amor, muito carinho. Se um animal nos atende quando nos dirigimos a ele com
amor, quanto mais um ser humano! Diga a ela para reuni-los, orar com eles e
dizer que gostaria muito que tivessem nascido dela, mas que Deus resolveu
diferente.
Sim, quantos ficam sabendo depois de adultos — e não há nenhum que não
fique sabendo — a verdade a respeito de suas origens e se rebelam, saem de
casa, causam desgostos, procuram as drogas, quando não o suicídio.
Ao contrário, contando a verdade, as crianças crescem com reconhecimento,
estima, gratidão e compreensão.
Quando não se conta, arrisca-se a ver o amor transformar-se em inexplicável
aversão; quando se diz a verdade, o máximo que pode acontecer é ter os
nomes de “pai” e “mãe” substituidos por “tio e “tia”.
Aquela senhora daria a vida pelos seus filhos adotivos, mas temos certeza
que ela compreendeu e, com a revelação, surgiu um relacionamento muito
mais forte, muito mais sadio, consciente, entre ela e os meninos.
Esconder a realidade é trair-lhes a confiança, e poucos entenderão que tal foi
feito por muito amor. Mas há também os que ocultam por preconceito, por
vergonha de não terem podido gerar seus próprios rebentos.
Aqui a culpa, se é que podemos classificar a atitude de culpa, é maior,
porqüanto pensou-se mais em si do que nos filhos, no trauma que mais tarde
poderia vir a pesar-lhes nos ombros. Enfim, a verdade deve ser dita mas com
amor; verdade dita com carinho nunca magoa ninguém.
Estamos escrevendo enfocando o tema porque sabemos que por aí afora
existem centenas de pais vivendo drama semelhante; o período infantil é o
mais propício à revelação.
Escreveu o célebre Gibran: “Os filhos vêm através de vós, mas não vêm de
vós...”. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, lemos:
“O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito” , quer
dizer: Pai mesmo só Deus o é.

Nossos filhos não são nossos filhos, são, antes, irmãos. Os corpos que têm é
que são filhos dos nossos corpos, mais nada.
E, depois, o que é mais importante: os filhos consangüíneos ou os filhos do
coração? Os chamados filhos adotivos são os do coração; estão unidos a nós
por indestrutíveis laços espirituais.
É puro convencionalismo humano o que nos leva a classificá-los de adotivos;
somos todos adotivos uns do outro.
É preciso contar a verdade, para não chorar depois, ou vê-los chorar mais
tarde, perdendo a confiança, sentindo-se abortados do nosso carinho. (agosto
de 1983)

49
Ano Internacional da Criança
Na tela imensa da História,
A Era Cristã se eleva
Por luz num trono de treva
Sobre trágico estopim,
O mundo traz na memória
O terror da força bruta,
Vinte séculos de luta
Entre Jesus e Caim.
Depois de trezentos anos
De sacrifícios pungentes,
Os cristãos puros e crentes
Altearam-se em valor;
Aderindo aos novos planos
Da argúcia de Constantino,
Mudou-se-lhes o destino
Ao pulso do Imperador.
Desde o encontro de Nicéa,
A Cristandade partida
Na vivência dividida,
Por vezes, perde a razão;
Nas divergências de idéia,
Olvida ensinos e luzes
E explode em crises e obuses
Rugindo condenação.
Nos chamados Tempos Novos
Da cultura de alto nível,
A guerra, — loba terrível,
Parece oculta no ar.
Na trilha dos grandes povos,
Clama o Progresso: — “ao Porvir”!...
Pede o ódio: — “destruir”,
E o Tempo roga: — “Marchar”!...
O mundo atônito avança,
A Ciência vai à Lua,
O cérebro continua
Colecionando lauréis;
Nas almas, a insegurança
Gera conflitos violentos,
Nos países—armamentos,
Nos Lares — provas cruéis.
Na bárbara desavença,
A Criança vem à vida
117
Muitas vezes esquecida
Em lúgubres escarcéus.
Hoje, — Infância que não pensa
Atirada à indisciplina,
Amanhã, — queda e ruína
No abismo dos grandes réus.
Multidões gritam nas praças
Protestos, lutas e esquemas,
Apresentando os problemas
A que o Homem se conduz,
Indagam nações e raças:
“Antes que a Paz surja tarde,
Que gênio nos tome e guarde?”
Responde o Brasil: “Jesus”!
Castro Alves (novembro de 1979)

Lições de Sabedoria
Marlene Nobre

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

VIOLÊNCIA NO LAR - Entrevista de Raul Teixeira - Sobre a família




Por que tanta violência entre pais e filhos?
Raul – No capítulo da violência entre pais e filhos, deparamo-nos com adversários que reencarnam-se no mesmo conjunto doméstico, para atenderem ao serviço da recuperação de si mesmos, desfazendo rastros odientos e frustrações afetivas com o esforço devido; no entanto, ao lado desta realidade, conhecemos a indiferença e o abandono a que muitos filhos são relegados por seus pais, despertando velhos antagonismos, de conseqüências imprevisíveis.

Há que buscar-se o equilíbrio que o Evangelho de Jesus ensina. Aquele que mais compreender, sirva, oriente, perdoe, a fim de diminuir-se a onda de violência entre pais e filhos. Não esqueçamos, entretanto, que o abandono dos filhos, o ato de relegar-se sua orientação a escolas e a terceiros, a imposição sem explicação educativa, o fato de permitir aos filhos usos perigosos; apenas para não incomodar-se, não deixam de ser, à luz do Espiritismo, tenebrosos atos de violência, com os que atraiçoamos a confiança da Divindade, e que deveremos ajustar em tempos do futuro, e muitas vezes, de um futuro a iniciar-se hoje mesmo.

FILHOS ADOTIVOS
Os filhos adotivos: quando e como os pais devem falar a verdade?
Raul – Desde que são adotados, deverão sabê-lo. Não há porque aguardar que cresçam. Os filhos adotivos convivem muito bem com a revelação que lhes é feita, se feita com atenção e com ingredientes de carinho, sem a intenção de magoar, de ferir. Alegar-se-á a desencarnação dos verdadeiros pais ou a impossibilidade deles para criá-los, por insuperáveis dificuldades. Deixem-nos sentir que são amados, respeitados como filhos realmente, e nenhum problema advirá além das marcas com que a provação já os assinalou.

SEPARAÇÕES NO MATRIMÔNIO

A que se deve o número cada vez maior de separações no matrimônio?
Raul – Deve-se ao fato de não ter sido levado em conta a lei divina, conforme anota Allan Kardec, no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XXII, item 5.

Os problemas de intolerância, a liberalidade da formação do caráter, o despreparo para as responsabilidades do casamento, o orgulho soez e seus afins, representam elementos danosos a atentarem contra os lares de fracos alicerces.

DIVÓRCIO E FILHOS
Quando o divórcio é iminente como fica a situação dos filhos?
Raul – A situação do divórcio do casal, com raríssimas exceções, perturba muito os filhos. Seja pela divisão emocional que se processa, seja pelo caráter odiento em que se estriba, os filhos ficam como que sufocados num clima desestruturador, desde a iminência, desde as conversas, as querelas, as friezas ou os desrespeitos.

Melhor seria que os casais se pudessem compreender melhor, evitando que essas aves implumes e dependentes, que são os filhos, caiam do ninho desfeito ou mal mantido, perturbando-se ao invés de avançar para Deus, em clima de segurança.

FILHOS ENVOLVIDOS COM DROGAS
Qual deve ser o comportamento dos pais, quando os filhos estão envolvidos com drogas?
Raul – O do esclarecimento lúcido, sem emoções desequilibradas, mostrando que eles, os filhos, são os primeiros e grandes lesados. A persistir o envolvimento, nenhum pai responsável e que ame seus filhos, deverá negar-se a conduzi-los a tratamento médico, ou médico e psicológico, com profissionais de comprovada confiança e, se necessário, pelo nível de descontrole a que cheguem ou pelos perigos para os implicados ou para a própria família, a internação em competente clínica. É bom que lembremos que, em tais casos, o paciente não tem que decidir se vai ou não internar-se, uma vez que já demonstrou não estar sabendo utilizar seu livre-arbítrio para o bem de si e dos que o rodeiam.

Ao lado do atendimento de profissionais, a oração e o tratamento da fluidoterapia espírita, em muito contribuirá para desfazer-se o quadro tormentoso, considerando-se a insuflação obsessiva que costuma estar presente em situações desse gênero.

INFLUÊNCIA DA TV
Como você vê a influência da televisão no lar?
Raul – Na atualidade são poucas as emissoras e programações de televisão que apresentam material de boa qualidade educativa ou divertimentos saudáveis para quem os vê. Quando não é o noticiário tendencioso e escandaloso, é a violência que, como um vírus, penetra e adoece o organismo doméstico, acompanhado por algumas novelas que apresentam tanta “realidade”, que conseguem desequilibrar, transtornar os de mentalidade mais frágil. Urge adotemos uma postura analítica perante as programações.

O costume de dialogarem os esposos, pais e filhos, os irmãos entre si, discutindo esse ou aquele aspecto do que viram e ouviram, auxiliará, sobremaneira, a que se forme um critério seletivo, seja individual, seja da equipe familiar, quando se chegue a um consenso positivo.

Por outro lado, percebemos que os indivíduos que põem no ar a ganga intelectual em forma de programas e atrações, são os elementos das famílias perturbados em si mesmos, vaidosos ou de moralidade cediça, o que nos permite destacar a importância, ainda mais, da educação que a família pode oferecer.

FAMÍLIA ATUAL
Sob que aspecto a família atual está mais descuidada?
Raul – Ao que podemos contemplar, a família acha-se, de um modo geral, descuidada nos mais diversificados aspectos da vida, considerando-se o seu papel de “escola das almas”, e a primeira escola por sinal dos que chegam no mundo terreno. Entretanto, as raízes atormentadoras de tanto desajuste familiar, vemos na vivência materialista, sem as noções básicas quanto ao Espírito imortal, a descrença em Deus, embora a maioria professe rituais e cultos variados e vazios de conteúdo mais profundo acerca da vida.

É aí que o conhecimento da reencarnação, da lei de causa e efeito, conforme ensina o Espiritismo, pode despertar os pais, os filhos, esposos, para que reflitam acerca das responsabilidades graves que têm, em face das relações familiares, com vistas ao futuro de alegrias e de paz.

MÃES QUE TRABALHAM
Mãe que trabalha fora do lar prejudica a educação dos filhos?
Raul – Em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec recebe dos Espíritos a informação de que a paternidade é uma verdadeira missão e, mais do que isto, que é um grandíssimo dever e que envolve, mais do que pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro, conforme notamos na questão 582. Acredito que a questão grave não seja a situação em que a mãe precisa trabalhar fora do lar, mas sim, como fará ela a necessária compensação, quando ao lar retorna.

É certo que admitimos que a ausência da mãe sempre provocará, sobre os filhos pequenos, processos de carências que ninguém suprirá devidamente. De acordo com o tipo de Espírito, essas carências poderão atingir índices altos de transtornos na formação da personalidade infantil, a desaguar nos desajustes da adolescência, quando não corrigidos a tempo.

Faze-se, assim, importante que a mãe que trabalhe fora de casa, empreenda maiores esforços para envolver a criança, atendê-la, entendê-la, ajudá-la em seus trabalhos escolares, dialogando sempre. Enfim, torna-se imprescindível que os pais, e particularmente a mãe, conversem com as crianças sobre as razões ponderáveis.

Não deverão os pais, em chegando ao lar, fixarem-se nas intermináveis novelas, em leituras de jornais delongadas, irritando-se com a aproximação ou solicitação dos pequenos, aos quais, antes deveriam buscar para aconchegá-los.

Nesses casos, depois que os pais cheguem em casa, eles próprios superarão o cansaço para cuidarem, com atenção e carinho, dos filhos que ficaram sem eles durante todo o dia, ou grande parte do dia. Os finais de semana, igualmente, deverão ser passados junto dos filhos, aproveitados na companhia deles, salvo em casos de necessidade imperiosa que determina o contrário.

Necessário se faz renunciar a alguns prazeres e divertimentos, enquanto os filhos disto careçam, a fim de formá-los no equilíbrio para o futuro, agindo dentro da orientação espírita, de acordo com o que nos lembra a Codificação Espírita.

EDUCAÇÃO SEXUAL
No mundo atual vemos aumentar o desequilíbrio no campo sexual. Até que ponto os pais têm influência na educação do sexo?
Raul – O sexo, representando uma das potências das quais se vale o Espírito, para progredir e cooperar com Deus na Obra universal, não encontrará equilíbrio, enquanto outras áreas do ser não forem bem trabalhadas pela educação superior. Jamais encontraremos sexualidade equilibrada em indivíduos egoístas, vaidosos, irascíveis, orgulhosos, violentos, mentirosos e usurpadores. Assim, no dizer do Espírito Joanna de Ângelis, a família deve educar seus filhos para Deus, para que, então, o todo se encaminhe para a faixa da harmonia.

A morigeração dos hábitos, o respeito à vida em todas as suas dimensões, o cuidado de si mesmo, a sinceridade de uma religião profunda, farão com que a família cresça conduzindo seus filhos para Deus, com suas energias de criação, de características sexuais, ajustadas ao respeito, à dignidade, ao bem geral.

FILHOS E CENTRO ESPÍRITA
Qual a atitude dos pais, quando os filhos não aceitam o encaminhamento ao Centro Espírita?
Raul – Se são filhos emancipados, com vida própria, caberá aos pais o respeito à sua condição e escolha. Entretanto, o mesmo não poderá ocorrer com os filhos menores, totalmente dependentes dos pais. É uma questão de coerência. Aos pais, neste caso, caberá persuadir, sem violência, mas com seriedade e severidade, para que participem da doutrina que auxilia o lar a manter-se em franco clima de progresso e de trabalho.

Os que perante Deus são incumbidos de dar o alimento, o calçado e a veste, a escola e o cobertor, por que não ensejariam aos filhos a opção do conhecimento espírita?

Mesmo que mais tarde, emancipados, se afastem do caminho espiritista, estarão lançadas as sementes da verdade, que um dia, germinarão, ainda que seja sob chuvas de testemunhos difíceis ou entre os ciclones de dores acerbas, ou, ainda, ante as exigências da alma, na sua sede de comunhão com Deus.
Entrevista concedida por Raul Teixeira em Catanduvas-SP e reproduzida pelo Jornal Mundo Espírita de agosto de 1986.
Fonte:www.raulteixeira.com
 
Previous
Next


Chico Xavier
"Lembremo-nos de que o homem interior se renova sempre. A luta enriquece-o de experiência, a dor aprimora-lhe as emoções e o sacrifício tempera-lhe o caráter. O Espírito encarnado sofre constantes transformações por fora, a fim de acrisolar-se e engrandecer-se por dentro."

Uma excelente explanação de Raul Teixiera sobre atitudes dos Pais que podem refletir em seus filhos sem se darem conta de como serão no futuro. Linda mensagem para refletirmos!



 A PAZ NASCE NO LAR - J. Raul Teixeira-
Você já se deu conta de que as guerras, tanto quanto a violência, nas suas múltiplas faces, nascem dentro dos lares?
Em tese, é no lar que aprendemos a ser violentos ou pacíficos, viciosos ou virtuosos.
Sim, porque quando o filho chega contando que um colega lhe bateu, os pais logo mandam que ele também bata no agressor.
Muitos pais ainda fazem mais, dizendo: "filho meu não traz desaforo para casa"; "se apanhar na rua, apanha em casa outra vez"!
Se o filho se queixa que alguém lhe xingou com palavrões, logo recebe a receita do revide: "faça o mesmo com ele". "vingue-se", "não deixe por menos".
Quando o amiguinho pega o brinquedo do filho, os pais intercedem dizendo: "tire dele, você é mais forte", "não seja bobo"!
Essas atitudes são muito comuns, e os filhos que crescem ouvindo essas máximas, só não aprendem a lição se tiverem alguma deficiência mental, ou se forem espíritos superiores, o que é raro na terra.
O que geralmente acontece é que aprendem a lição e se tornam cidadãos agressivos, orgulhosos, vingativos e violentos. Ingredientes perfeitos para fomentar guerras e outros tipos de violências.
Se, ao contrário, os pais orientassem o filho com conselhos sábios, como: perdoe, tolere, compartilhe, ajude, colabore, esqueça a ofensa, não passe recibo para a agressividade, os filhos certamente cresceriam alimentando outra disposição íntima.

Seriam cidadãos capazes de lidar com as próprias emoções e dariam outro colorido à sociedade da qual fazem parte.
Formariam uma sociedade pacífica, pois quando uma pessoa age diante de uma agressão, ao invés de reagir, a violência não se espalha.
A paz só será uma realidade, quando os homens forem pacíficos, e isso só acontecerá investindo-se na educação da infância.
Os pais talvez não tenham se dado conta disso, mas a maioria dos vícios também são adquiridos portas à dentro dos lares.
É o pai incentivando o filho a beber, a fumar, a se prostituir, das mais variadas formas.
É a mãe vestindo a filha com roupas que despertam a sensualidade, a vaidade, a leviandade.
Meninas, desde os três anos, já estão vestidas como se fossem moças, com roupas e maquiagens que as mães fazem questão de lhes dar.
Isso tudo fará diferença mais tarde, quando esses meninos e meninas estiverem ocupando suas posições de cidadãos na sociedade.

Então veremos o político agredindo o colega em frente às câmeras, medindo forças e perdendo a compostura.
Veremos a mulher vulgarizada, desvalorizada, exibindo o corpo para ser popular.
Lamentavelmente muitos pais ainda não acordaram para essa realidade e continuam semeando sementes de violência e vícios no reduto do lar, que deveria ser um santuário de bênçãos.
Já é hora de pensar com mais seriedade a esse respeito e tomar atitudes para mudar essa triste realidade.
É hora de compreender que se quisermos construir um mundo melhor, os alicerces dessa construção devem ter suas bases firmes no lar.
Pense nisso!
Jesus, nosso Irmão Maior, trouxe-nos a receita da paz. Com Ele poderemos erguer-nos, da treva à luz.
Da ignorância à sabedoria.
Do instinto à razão.
Da força ao direito.
Do egoísmo à fraternidade.
Da tirania à compaixão.
Da violência ao entendimento.
Do ódio ao amor.
Da extorsão à justiça.
Da dureza à piedade.
Do desequilíbrio à harmonia.
Do pântano ao monte.
Do lodo à glória.
Pensemos nisso!