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sábado, 20 de março de 2021

LIVRE-ARBÍTRIO E PROVIDÊNCIA "A alma é criada para a felicidade, mas essa felicidade, para apreciá-la no seu valor, para conhecer-lhe o preço, deve ela própria conquistá-la e, para isso, desenvolver livremente as potências que nela estão. Sua liberdade de ação e sua responsabilidade aumentam com sua elevação, pois, quanto mais se esclarece, mais pode e deve conformar o jogo de suas forças pessoais às leis que regem o Universo.""

 

A questão do livre-arbítrio é uma das que mais tem preocupado os filósofos e os teólogos. Conciliar a vontade, a liberdade do homem com o jogo das leis naturais e a vontade divina, pareceu tanto mais difícil quanto a fatalidade cega parecia pesar, aos olhos de um grande número, sobre o destino humano. O ensino dos espíritos elucidou o problema. A fatalidade aparente que semeia de males o caminho da vida é apenas a consequência do nosso passado, o efeito retornando para a causa; é o cumprimento do programa aceito por nós antes de renascermos, segundo os conselhos de nossos guias espirituais, para o nosso grande bem e nossa elevação.

Nas camadas inferiores da criação, o ser ainda se ignora.
Só o instinto e a necessidade o conduzem, e somente nos tipos mais evoluídos que aparecem, como uma aurora pálida, os primeiros rudimentos das faculdades. No estado de humanidade, a alma atingiu a liberdade moral. Seu raciocínio, sua consciência desenvolvem-se cada vez mais, à medida que percorre sua imensa jornada. Colocada entre o bem e o mal, compara e escolhe livremente.
Esclarecida através de suas decepções e seus males, é no meio das provas que sua experiência se forma, que sua força moral se tempera.

A alma humana, dotada de consciência e de liberdade, não pode degenerar na vida inferior. Suas encarnações se sucedem até que tenha adquirido esses três bens imperecíveis, alvo de seus longos trabalhos: a sabedoria, a Ciência e o amor. Sua posse liberta-a para sempre dos renascimentos e da morte e abre-lhe o acesso à vida celeste.

Pelo uso de seu livre-arbítrio, a alma fixa seus destinos, prepara suas alegrias ou suas dores. Mas, nunca, no decorrer de sua marcha, na prova amarga como no meio da ardente luta da paixão, nunca os socorros do Alto lhe foram recusados.
Por mais que se abandone a si mesma, por mais indigna que pareça, desde que desperte sua vontade de caminhar pelo caminho reto, a via sacra, a Providência a ajuda e sustenta.

A Providência, é o espírito superior, é o anjo que vela sobre o infortúnio, é o consolador invisível, cujos fluidos vivificantes sustentam os corações acabrunhados; é o farol aceso na noite para a salvação daqueles que erram no mar tempestuoso da vida. A Providência, é ainda, é sobretudo, o amor divino derramando-se em abundância sobre a criatura.
E que solicitude, que previdência nesse amor! Não é apenas para a alma, para servir de moldura à sua vida, de teatro para os seus progressos, que ela dependurou os mundos no espaço, acendeu os sóis, formou os continentes e os mares? Somente para a alma essa grande obra efetua-se, as forças naturais se combinam, os universos eclodem no seio das nebulosas.

A alma é criada para a felicidade, mas essa felicidade, para apreciá-la no seu valor, para conhecer-lhe o preço, deve ela própria conquistá-la e, para isso, desenvolver livremente as potências que nela estão. Sua liberdade de ação e sua responsabilidade aumentam com sua elevação, pois, quanto mais se esclarece, mais pode e deve conformar o jogo de suas forças pessoais às leis que regem o Universo.

A liberdade do ser se exerce, portanto, num círculo limitado, de um lado, pelas exigências da lei natural, que nenhum ultraje pode sofrer, nenhuma alteração na ordem do mundo; do outro, pelo seu próprio passado, cujas consequências jorram sobre ele através dos tempos, até a reparação completa. Em nenhum caso o exercício da liberdade humana pode entravar a execução dos planos divinos; sem isso, a ordem das coisas seria a cada instante perturbada. Acima das nossas visões limitadas e mutantes, a ordem imutável do Universo se mantém e prossegue. Somos, quase sempre, maus juízes daquilo que é para nós o verdadeiro bem; e se a ordem natural das coisas tivesse que se dobrar aos nossos desejos, que perturbações medonhas não resultariam disso?

O primeiro uso que o homem faria de uma liberdade absoluta seria o de afastar de si todas as causas de sofrimento e de assegurar para si, desde aqui na Terra, uma vida de felicidades. Ora, se há males que a inteligência humana tem o dever e os meios de conjurar e de destruir, — por exemplo, aqueles que provêm do meio terrestre — há outros, inerentes à nossa natureza moral, que só a dor e a compreensão podem dominar e vencer; tais são os nossos vícios. Nesse caso, a dor torna-se uma escola, ou melhor, um remédio indispensável e as provas suportadas são apenas uma repartição equitativa da infalível justiça. É, portanto, a nossa ignorância dos fins objetivados por Deus que nos faz recriminar a ordem domundo e suas leis. Se as criticamos é porque ignoramos osmeios ocultos.

O destino é a resultante, através das nossas vidas sucessivas, dos nossos atos e das nossas livres resoluções. Mais esclarecidos sobre nossas imperfeições, no estado de espíritos, preocupados com os meios de atenuá-los, aceitamos a vida material sob a forma e nas condições que nos parecem próprias para realizar esse objetivo.

Os fenômenos do hipnotismo e da sugestão mental explicam o que acontece, em caso semelhante, sob a influência de nossos protetores espirituais. No estado de sonambulismo, a alma, sob a sugestão do magnetizador, empenha-se em executar tal ou qual ato, num dado tempo. De retorno ao estado de vigília, sem ter conservado nenhuma lembrança aparente dessa promessa, executa-a exatamente. Da mesma maneira, resoluções são tomadas antes de renascer; mas, chegada a hora, ela se adianta à frente dos acontecimentos previstos e deles participa na medida necessária ao seu adiantamento ou à execução da inelutável lei.


sábado, 27 de fevereiro de 2021

DA LEI DE IGUALDADE

 1 - PRIMITIVISMO OU SUBNUTRIÇÃO:


"Perante Deus, são iguais todos os bomens?"


"Sim, todos tendem para o mesmo fim e Deus fez suas leis para todos. Dizeis frequentemente: "O Sol é luz para todos" e enunciais assim uma verdade maior e mais geral do que pensais. " Questâo n° 803 (Da Lei de Igualdade).


Partindo do princípio de que Deus é a equidade perfeita, a justiça sem mácula, é evidente que considera iguais todos os homens. Fomos criados para um mesmo fim: a Perfeição. Mais cedo ou mais tarde lá chegaremos, quer queiramos ou não, porquanto essa é a vontade do Criador, que não falha jamais em seus objetivos.


Dentro de milhares ou milhões de anos - espaço de tempo vasto para os padrões humanos, mas insignificante diante da Eternidade - teremos desenvolvido plenamente nossas potencialidades criadoras, ajustando-nos adequadamente as Leis Divinas. Seremos, então, prepostos do Senhor, co-partícipes na obra da Criação, e embora as limitações do relativo diante do Absoluto, da criatura diante do Criador, seremos deuses, segundo expressão do salmista, citada por Jesus (João, 10;34).


Nessa longa jornada rumo aos objetivos finais de nossa existência, não partimos todos ao mesmo tempo. Há, por isso, Espíritos em variadas faixas de evolução. Natural, portanto, que os encontremos na Terra, encarnados ou desencarnados, revelando profunda diversificação de entendimento, compreensão, inteligência, vocação, moralidade.


O assunto exige cuidado para não incorrermos no engano de avaliar a condição evolutiva do indivíduo pela posição que ocupa na sociedade. Há Espíritos altamente cultos e intelectualizados que ressurgem na Terra em situação de penúria, experimentando limitações que os ajudarão a vencer sentimentos inferiores de ambição, orgulho, vaidade ...


Por outro lado, há Espíritos de mediana evolução que, por força de experiências necessárias ao seu aprendizado, reencarnam no seio de classes abastadas, onde terão amplas facilidades de aprendizado e ação no meio social, detendo valiosos patrimônios materiais.


Encontramos nas camadas mais pobres uma incidência significativa de indivíduos sem iniciativa, inspirando-nos a impressão de que, nesse vasto segmento da população, em países subdesenvolvidos, localizam-se Espíritos primitivos ... Visitadores de organizações assistenciais defrontam-se, frequentemente, com famílias que parecem absolutamente incapazes de melhorar sua condição social, ainda que orientadas, ajudadas e estimuladas.


São Espíritos primitivos ou estamos diante de problemas decorrentes da própria situação em que se encontram? Até que ponto o Espírito de mediana evolução conseguiria superar condicionamentos psicológicos e culturais impostos pela pobreza?


Consideremos outro fator importante: a nutrição.


Sabe-se que durante a gestação e nos primeiros anos de vida é de fundamental importância que a criança tenha uma alimentação sadia, enriquecida principalmente por proteínas, a fim de que sua estrutura orgânica e, particularmente, suas células cerebrais, tenham um desenvolvimento adequado. Caso contrário, poderá sofrer danos irreparáveis, tornando-se apática, sem iniciativa, com dificuldade de raciocínio e atenção. Salvo em circunstâncias especiais, envolvendo Espíritos altamente evoluídos, as leis biológicas não serão contrariadas.


Recordamos o clássico exemplo do exímio violinista, usando instrumento defeituoso. Por mais se esforce, não conseguirá emprestar brilho a execução. Da mesma forma, Espíritos reencarnados de razoável desenvolvimento mental e intelectual terão imensas dificuldades em exercitar suas potencialidades, se houverem sofrido carências nutritivas nos primeiros anos de vida.


O renascimento em lares extremamente pobres pode ocorrer por uma questão de disponibilidade. À falta de portas melhores para o retorno a carne, Espíritos preementemente necessitados da experiência física reencarnam em lares paupérrimos, onde as portas jamais se fecham.


Mas, se a Providência faculta essa Possibilidade, não é pela vontade de Deus que o indivíduo seja subnutrido, faminto, miserável... A Vida é dádiva do Criador; a condição de vida é obra da criatura. O Homem é responsável pela existência de pessoas que morrem de fome, de crianças condenadas a um futuro problemático em face da subnutrição. Semelhantes limitações não podem ser debitadas a inamovíveis desígnios divinos - nenhum pai deseja isso para seu filho - mas à omissão de uma sociedade regida pelo egoísmo, onde cada um cuida de si e "o resto que se dane".


A compreensão de que somos todos iguais perante Deus implica na responsabilidade de oferecermos idênticas oportunidades aos Espíritos que reencarnam, não à custa de simples medidas governamentais, sempre omissas e limitadas, nem de revoluções armadas, que repetem velhos enganos e fomentam eternas ambições, perpetuando injustiças e desigualdades, mas por iniciativa da própria sociedade, daqueles que, em situação melhor, se disponham a ajudar os seus irmãos.


Imaginemos que prodígios de promoção humana, de recuperação da pobreza operaríamos com a simples mobilização das classes sociais mais bem aquinhoadas, a procurar os lares humildes para oferecer aos Espíritos que ali iniciam sua romagem terrena condições para um desenvolvimento físico e mental sadio !


Aos que supõem que semelhante esforço é mera utopia, recordamos que Jesus não foi um visionário empolgado por sonhos irrealizáveis. Ao empenhar seu apostolado no esforço em favor dos humildes, deixou bem claro que verdadeira utopia é pretender que o Reino de Deus se estabeleça no Mundo por decreto divino, sem adesão da criatura humana aos princípios de solidariedade e fraternidade que o fundamentam.


2 - MOBILIZAÇÃO


"Há pessoas que, por culpa sua caem na miséria. Nenhuma responsabilidade caberá disso à sociedade?"

"Mas, certamente. Já dissemos que a sociedade é muitas vezes a principal culpada de semelhante coisa. Demais, não tem ela que velar pela educação moral dos seus membros? Quase sempre, é a má educação que lhes falseia o critério, ao invés de sufocar-lhes as tendências perniciosas." Questão n° 813 (Da Lei de Igualdade)


A idéia do determinismo, o "malktub" (estava escrito), da filosofia oriental, está profundamente arraigada no espírito religioso. Não são poucos os profitentes a conceberem que Deus sabe o que faz, e se há miséria, infelicidade e sofrimento no Mundo, é porque deve ser assim.


Os espíritas nem sempre fazem melhor. O princípio da Reencarnação inspira a muitos companheiros a impressão de que, se estamos todos resgatando dívidas cármicas e se cada indivíduo se movimenta em faixa evolutiva própria, com suas tendências e necessidades, não será lícito pretender grandes mudanças, o que, hipoteticamente, somente ocorrerá quando a Terra for promovida na sociedade dos, mundos, deixando a condição de planeta de expiação e provas.


Isto equivale a dizer que os males do Mundo são obra de Deus, o que está fundamentalmente errado. Eles são produzidos pelo Homem, que, com suas ambições, sua incúria, seus preconceitos, gera os desníveis sociais, as crises econômicas, as guerras destruidoras, a crônica infelicidade.


Quando Jesus proclama que não cai uma folha da árvore sem que seja pela vontade de Deus, isto não significa que Deus derrube as folhas. O Criador sustenta a vida, que se perpetua no transformismo incessante da Natureza, segundo as leis por Ele instituídas.


Da mesma forma, Deus não gera os males humanos, mas permite que aconteçam para que o Homem aprenda, com a força ele suas experiências, o que é melhor para ele, no incessante transformismo da moral em evolução, igualmente orientada por leis divinas.


Imperioso, portanto, superar a atitude contemplativa ou de indiferença que marca o comportamento humano. É preciso mobilizar os homens pela palavra e pelo exemplo, demonstrando ser indispensável estabelecer dos de solidariedade entre os componentes da sociedade, a fim de que possamos, efetivamente, superar as misérias da Terra.


Não se trata, simplesmente, de beneficiar o semelhante, mas, essencialmente, a nós mesmos com esse empenho. Se moramos no campo e observamos o mato crescer em torno de nossa casa, invadindo a lavoura, podemos dizer: "O mato cresce pela vontade de Deus." No entanto, se nos acomodarmos, embalados por essa convicção, o mato continuará a crescer, sufocará a plantação, favorecerá o aparecimento de répteis e insetos nocivos. Viveremos miseravelmente, com ameaças à própria integridade física. O que diremos depois? "Foi a vontade de Deus?"


Os bolsões de miséria crescem em toda parte, como mato insidioso, gerado por injustiças sociais. Dali sai a grande maioria dos crimes, dos roubos, dos assassinatos, das prostituições, males que assolam a sociedade. Imperioso derrubar esse matagal, ajudando de forma efetiva aqueles que enfrentam problemas dessa natureza, a fim de que não sejam tentados pela tendência humana de resolvê-las na marginalidade criminosa.


Fala-se muito em mudanças nas estruturas sociais.


Há revoluções, sucedem-se os regimes e sistemas - comunismo, socialismo, parlamentarismo, fascismo, presidencialismo, monarquismo, totalitarismo, capitalismo, - enquanto se perpetuam a miséria e o infortúnio. No entanto, qualquer "ismo" funcionaria bem, resolveria os problemas sociais, se conseguíssemos eliminar um outro "ismo", presente em todos eles: o egoísmo, o culto a própria personalidade.


A vida em sociedade implica em responsabilidades, a começar pela mais elementar: trabalhar pelo bem comum, ideal inatingível enquanto considerável parcela da sociedade estiver marginalizada pela enfermidade, pela penúria, por problemas de comportamento.


Há dois mil anos o Cristo deixou na Terra os fundamentos do Reino de Deus. Outros tantos milênios poderão passar sem que seja edificado, se não desenvolvermos o espírito de serviço no campo da Fraternidade, ensaiando desprendimento e boa vontade.


Em todas as cidades há grupos de trabalho de variadas denominações religiosas, despertos para semelhante realidade, cujos membros estão tentando viver a mensagem de Jesus, participando de organizações de assistência e promoção humanas, motivados por sagrado idealismo.


Se esses poucos abnegados produzem tanto, imaginemos que prodígios seriam feitos, se houvesse uma ampla mobilização de todos os segmentos da população em condições de participar !


Um dia todos compreenderemos que a Vida vem de Deus, mas à qualidade de vida vem do Homem.


O Cristo mostra-nos o caminho, mas não pode caminhar por nós. Oferecendo-nos orientação e exemplo, o Mestre deixou bem claro que o serviço da redenção humana, de erradicação do Mal, da miséria, do infortúnio, é trabalho impostergável de todos os homens.


3 - O HOMEM E A MULHER


"São iguais perante Deus o bomem e a mulher e têm os mesmos direitos? "


"Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?" Questão n° 817 (Da Lei de Igualdade).


"Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina. Se, porém, querem aprender alguma cousa, interroguem, em casa, a seus próprios maridos, porque para a mulher é vergonhoso falar nas igrejas."


Estas preconceituosas recomendaçôes, que reduzem a mulher a mera ouvinte nas atividades religiosas, surpreendentemente foram feitas pelo apóstolo Paulo, em sua Primeira Epístola aos Coríntios (capítulo 13, versículos 34 e 35). Não obstante sua inteligência e lucidez, o grande arauto do Cristianismo não conseguiu superar as limitaçôes de seu tempo em relação a mulher, considerada então um ser inferior, mera serva do homem, que podia, dentre outras prerrogativas, dispensá-la como esposa, se não a desejasse mais, obriga-la a coabitar com concubinas ou mandá-la apedrejar se suspeitasse de sua fidelidade.


Ela era marginalizada até mesmo em razão de suas funções biológicas. A menstruação a tornava impura. O mesmo ocorria no nascimento de filhos, obrigando-a a severas disciplinas e a indispensáveis rituais de purificação.


Nem mesmo a gloriosa mensagem do Cristo, combatendo todos os preconceitos, foi suficiente para libertar a mulher de discriminações que perduraram até o início deste século.


Em 1857, quando foi lançado "O Livro dos Espíritos", era inconcebível qualquer pretensão de igualdade entre os sexos. Estavam por ser articulados os movimentos feministas que garantiriam a mulher o direito de votar, de exercer profissão liberal, de gerir seus próprios negócios, de exercitar o livre-arbítrio. Nesta como em muitas outras questões, a Doutrina Espírita situava-se numa vanguarda de idéias renovadoras em favor de uma sociedade mais justa.


Nem poderia ser diferente, partindo do princípio doutrinário segundo o qual o Espírito não tem sexo. Tanto pode encarnar em corpo masculino ou feminino. Iguais quanto à origem e destinação, inteligentes e perfectíveis, o homem e a mulher devem exercitar direitos idênticos.


Estão distantes os tempos em que "filósofos" discutiam se a mulher tem alma e somente em sociedades primitivas pode persistir a concepção de que ela é inferior ao homem.


Contribuíram para essa desejada igualdade os imperativos da sociedade atual, em que a mulher é convocada a exercer uma atividade profissional, não simplesmente por uma necessidade de auto-afirmação, mas, sobretudo, em decorrência de um problema econômico, a fim de auxiliar na formação de renda que atenda às necessidades de subsistência da família. Raros os lares que podem dispensar tal iniciativa.


Há quem afirme que a liberação feminina, longe de representar um progresso, transformou-se em instrumento de conturbação da sociedade, favorecendo o aumento da infidelidade conjugal, o negligenciamento dos filhos e a dissolução da família.


Apesar do caráter machista que acompanha críticas dessa natureza, forçoso reconhecer que o processo de liberação da mulher não se faz de forma pacífica, gerando dificuldades no relacionamento familiar e inspirando perturbadoras iniciativas na alma feminina.


Muitos lares estão em crise porque a mulher não admite ser contestada em sua disposição de fazer o que julga conveniente, em favor de sua auto-realização, não vacilando em partir para a separação se encontra resistência no cônjuge.


Semelhantes problemas são passageiros, situando-se como tremores de superfície que acompanham modificaçôes nas profundezas, e serão superados na medida em que a Humanidade assimilar plenamente um princípio fundamental, enunciado na questão número 822-a, de "O Livro dos Espíritos", quando Kardec interroga se uma legislação perfeitamente justa deve consagrar a igualdade de direitos entre o homem e a mulher. Respondem os Mentores:


"Dos direitos, sim; das funçôes, não. Preciso é que cada um esteja no lugar que lhe compete" ...


Pretender absoluta igualdade envolvendo as funções é contrariar a própria biologia. O homem foi estruturado para o trabalho mais pesado, no esforço da subsistência familiar; a mulher é convocada às responsabilidades do lar, particularmente no cuidado dos filhos.


O progresso moral iguala ambos quanto aos direitos.


O progresso material os aproxima no desempenho de funções, na medida em que o trabalho se torna menos pesado na atividade profissional e mais prático no lar, com as conquistas da tecnologia. Ambos podem dividir parte de suas atribuições.


No entanto, é preciso reconhecer que à mulher está afeta a mais sublime nisso, o mais elevado ideal, a tarefa redentora por excelência: a preparação do ser humano para a Vida. Edificaremos um mundo melhor na medida em que a criança for convenientemente orientada. E esse serviço, por mais o neguem as feministas intransigentes, compete muito mais a mulher. Ela é a preceptora por excelência, a educadora mais eficiente. A maternidade é, talvez, a mais sacrificial e árdua de todas as missões, mas, se exercitada em plenitude é, também, a mais gloriosa de todas as realizações humanas.


Não pretendemos a reinstituição das Amélias, o retorno da mulher à condição de escrava do lar. Ela tem o direito e, mais que isso, a necessidade de desenvolver atividades na comunidade. Mas é preciso reconhecer que acima dos sucessos no campo social e profissional, está a suprema realização feminina como esposa e mãe, sustentando o lar, que é reconhecidamente a célula básica da civilização.


Evocando as funções redentoras da alma feminina, Victor Hugo tece significativas comparações entre o homem e a mulher:


"O homem é a mais elevada das criaturas. A mulher o mais sublime dos ideais. Deus fez para o homem um trono; para a mulher um altar. O trono exalta; o altar santifica.


O homem é o cérebro; a mulher o coração. O cérebro produz a luz; o coração o amor. A luz fecunda. O amor ressuscita.


O homem é um gênio; a mulher um anjo. O gênio é imensurável; o anjo indefinível. A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher a virtude extrema. A glória traduz grandeza; a virtude traduz divindade.


O homem tem a supremacia; a mulher a preferência. A supremacia representa a força; a preferência o direito. O homem é forte pela razão; a mulher é invencível pela lágrima. A razão convence, a lágrima comove.


O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher de todos os martírios. O heroísmo enobrece; o martírio sublima. O homem é o código; a mulher o evangelho. O código corrige; o evangelho aperfeiçoa. O homem é um templo; a mulher um sacrário. Ante o templo, nós nos descobrimos; ante o sacrário, ajoelhamo-nos.


O homem pensa; a mulher sonha. Pensar é ter cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola. O homem é um oceano; a mulher um lago. O oceano tem a pérola que o embeleza; o lago tem a poesia que o deslumbra. O homem é uma águia que voa; a mulher um rouxinol que canta. Voar é dominar os espaços; cantar é conquistar a alma. O homem tem um fanal: a consciência. A mulher tem uma estrela: a esperança. O fanal guia e a esperança salva.


Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra. A mulher onde começa o Céu.


Richard Simonetti

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS Q.821 - LEI DE IGUALDADE - IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER

 821. As funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão importância tão grande quanto as deferidas ao homem?


“Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções da vida.”




COMENTÁRIOS DE MIRAMEZ


FUNÇÕES DA MULHER



As funções da mulher são grandiosas, por vezes até maiores que as do homem, pois é ela que gera filhos na sua intimidade, alimentando-os com o seu amor.


A geração de um filho, pode-se dizer que é a maravilha das maravilhas. Quem não vê Deus neste fenômeno, é cego, por não querer examinar os processos da vida. Isso é a manifestação da própria Divindade dentre os seres encarnados, que opera nos animais, nas aves e mesmo no reino vegetal, em se observando os frutos e as flores.


A função da mulher no lar é divina, mesmo tendo expressão humana. Quando se diz que a mulher é parte fraca, é por força de expressão; diante do corpo do homem, é um complexo humano aprimorado que o futuro espera para grandes realizações. Não se quer aqui desprezar o seu companheiro, que ocupa na vida funções grandiosas também; cada um no seu lugar, onde Deus põe as criaturas para a co-realização de muitas coisas, buscando sua própria paz. Se Deus fez o homem e a mulher, qual de nós poderemos menosprezar a vontade do Criador? A razão do Espírito tem pouco alcance no que tange à verdade. Somente Deus sabe de tudo; sendo onisciente e onipresente, gera a vida sem erro.


Os seres humanos têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem; são dotados de muitos sentidos, mas dormem pela ignorância, por isso não se interessam pela verdade. Os que sabem mais um pouco, reconhecem com isso que nada sabem ante a presença do Criador. A humanidade se encontra caminhando para melhores dias em tudo, até e mesmo no que se refere ao aperfeiçoamento do instrumento físico, que ainda deixa muito a desejar, quando o comparamos ao de um mundo altamente evoluído; no entanto, o corpo de carne na Terra é uma bênção de Deus, instrumento divino para o aperfeiçoamento das almas.


Em João, capítulo seis, versículo quarenta e oito, se vê narrado assim:


Eu sou o pão da vida.


Mas, como encontrar esse pão da vida, para que não tenhamos mais fome? Somente a reencarnação pode nos despertar para essa procura, porque as provações despertam as criaturas para tais interesses. Jesus é o pão da vida, mas como encontrar Jesus? é pelas vidas sucessivas, pois, por elas, recordamos e fixamos na consciência o que a teoria nos ensinou no mundo espiritual. Não podemos esquecer que foi a Doutrina Espírita que mais explicou e revelou essa verdade aos homens que, conscientes dela, entendem a libertação física mais próxima do Pão da Vida, que se aproxima mais de nós, a saciar a nossa fome.


Se a mulher é que dá aos homens as primeiras noções de vida, ela merece o respeito de todos e a devida atenção para cumprir ainda melhor sua missão, que beneficiará a todos.


Nós, do plano espiritual, falando às mulheres, tornamos a dizer que elas são o ponto alto para nós, onde poderemos derramar os elevados conceitos no silêncio para os seus corações sensíveis, e que possam direcionar todos eles para a educação daqueles que as rodeiam. Que não percam a paciência, pois ninguém perde em ser dócil aos ensinamentos de Jesus. Preparem-se para os dias de amanhã, onde os próprios homens enriquecerão seus valores na condição de companheiros e irmãos na mesma jornada, e que o terceiro milênio seja abençoado por Deus pelos canais de Jesus Cristo, para que a Terra seja o paraíso prometido e esperado pelos homens de fé. No entanto, isso é conquista de todas as criaturas reunidas.


Que Deus abençoe o homem e a mulher, para que os dois se tornem um.



Filosofia Espírita  Volume XVIII - cap. 5

João Nunes Maia em parceria com Espírito Miramez


sábado, 20 de fevereiro de 2021

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS Q.820 - LEI DE IGUALDADE - IGUALDADE DE DIREITOS DO HOMEM E MULHER ===(A vida deu à mulher menos força física, entretanto, dotou-a de sensibilidade maior, como que buscando, nas regiões espirituais, idéias e condições elevadas, como uma ponte da Terra ao Céu, para que pudesse educar seus filhos com o amor que lhe compete doar.)



 820. A debilidade física da mulher não a coloca naturalmente na dependência do homem?

— Deus deu a força a uns para proteger o fraco e não para o escravizar.

AK:Deus apropriou a organização de cada ser às funções que ele deve desempenhar. Se deu menor força física à mulher, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, em relação com a delicadeza das funções materiais e a debilidade dos seres confiados aos seus cuidados.


COMENTÁRIO DE MIRAMEZ:


DEPENDÊNCIA


 


Deus deu a força a uns para defenderem aos fracos, e não para maltratá-los, nem explorá-los. Quem assim o faz, responderá pelas conseqüências. Já dissemos que homem e mulher se completam para a felicidade dos dois que, unidos, percebem com mais profundidade a beleza da vida.


O casal troca energias, na sutileza da vida, que nenhuma ciência da Terra pode igualar, com a mesma eficiência. Neste caso, somente o coração pode servir de laboratório divino, na divina ascensão dos Espíritos, transformando a força de Deus em amor, no quilate que necessita para viver em plena harmonia, que se expressa em alegria superior.


Aquilo que se chama de dependência não é escravidão e, sim, situação indispensável para o complemento da aquisição do estado de felicidade da Terra. O homem, no que tange à fortaleza, não é, e não poderemos considerá-lo, como bruto ou violento; ele passa por um estado de vida temporário na arregimentação de valores para o equilíbrio da sua vida diante dos compromissos assumidos. A vida deu à mulher menos força física, entretanto, dotou-a de sensibilidade maior, como que buscando, nas regiões espirituais, idéias e condições elevadas, como uma ponte da Terra ao Céu, para que pudesse educar seus filhos com o amor que lhe compete doar.


Mas, como se encontram no mundo, o homem tem a razão mais apurada para as devidas atividades de que necessita um lar; o homem tem a razão e a mulher, intuição. A mulher que, geralmente, é dada à renúncia em favor dos filhos e do lar em paz, ganha muito em Espírito. Aparentemente, mostra pobreza de Espírito, como se diz no mundo, no entanto, vejamos o que Jesus fala neste sentido, conforme anotado por Mateus, no capítulo cinco, versículo três:


Bem-aventurado os humildes de Espírito, porque deles é o reino dos céus.


Vejamos, também, na carta de Tiago, no capítulo um, versículo doze:


Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.


O dever do homem é suportar todas as adversidades do mundo, vencendo-as, para receber a coroa da vida no mundo espiritual. E os dois juntos novamente, no mundo dos Espíritos, serão abençoados para novas etapas, buscando vencer as provas que eliminam os resíduos da velha consciência.


Não existe dependência, em se referindo ao aspecto negativo, quando o indicado para ser dependente ama e serve em nome de Jesus. Deus nos coloca em lugares apropriados para o devido despertamento dos valores imortais da vida. Quem abusar das oportunidades, responde pelas distorções que praticar, seja homem ou mulher.


Mas, Jesus, pela Doutrina dos Espíritos, veio por misericórdia ensinar às criaturas como proceder ante a sociedade e Deus, limpando os caminhos que devem percorrer e preparar o campo aonde forem chamados para servir.


A felicidade tem começo no próprio coração, que é a sala de visita da consciência.


FONTE: FILOSOFIA ESPÍRITA -VOLUME XVII-CAP.4 
AUTORES : JOÃO NUMES MAIA EM PARCERIA COM ESPÍRITO MIRAMEZ

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS Q.819 -LEI DE IGUALDADE - IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER--("A mulher é mãe, tendo no coração o amor mais acentuado; o homem é pai, que gera nos sentimentos mais energia no que se refere à disciplina. Todavia, os pais de um lar, não devem entrar em discórdia, pois deste modo desarmonizam a casa e desajustam os filhos que receberam para educar.)

 


819. Com que fim a mulher é fisicamente mais fraca do que o homem?

— Para lhe assinalar funções particulares. O homem se destina aos trabalhos rudes, por ser mais forte; a mulher aos trabalhos suaves; e ambos a se ajudarem mutuamente nas provas de uma vida cheia de amarguras.


COMENTÁRIO DE MIRAMEZ:


FRAGILIDADE FÍSICA


 

Homem e mulher certamente que não poderiam ser iguais nas suas estruturas físicas; não haveria razão de ser, porque cada um tem funções diferentes, que se completam na união entre os dois. Enquanto a alma não despertar todas as suas qualidades espirituais, um precisa do outro, e os dois necessitam de todos os amigos na troca de valores indispensáveis à vida e, ao mesmo tempo, de olvidar o egoísmo.


Quando a criatura dominar todas as suas paixões, sentir o amor puro no coração e amar verdadeiramente, a sua dependência será somente em relação a Deus. Com os outros companheiros do seu nível tornar-se-ão um todo, sem, contudo, dar lugar nos sentimentos ao egoísmo e ao orgulho. Será aquele Espírito que já se unificou com Jesus, sentindo-se permanentemente filho de Deus.


A mulher, sendo mais fraca fisicamente, deve cuidar dos trabalhos mais leves, aquele exercício sublimado do lar, enquanto o homem tem estrutura mais grosseira para os trabalhos da sua espécie. Eis aí como um completa o outro para a paz e o bem-estar da família.


O casamento é a porta pela qual as almas começam a trabalhar e a compreender a si mesmas. Nada se pode fazer sozinho na Terra, e mesmo no céu se agrupam Espíritos com os mesmos ideais; assim não sendo, não realizarão o grande ideal de servir com mais eficiência. No entanto, esses grupos de almas têm sempre um que os dirige, em se apresentando mais livre, com mais experiências, comandando com destreza aqueles de boa vontade.


Em tudo na natureza podemos notar agrupamentos para melhor servir na função a que se foi chamado a cooperar, desde os átomos até os mundos. A libertação começa no Espírito e cresce nele de maneira que pode chegar a raias inconcebíveis aos que se movimentam na Terra envolvidos na carne.


A mulher dos dias que correm, por motivo de testemunhos a que deve se submeter, está se envolvendo nos trabalhos dos homens, e eles, por vezes, nos das mulheres, por motivos que eles mesmos desconhecem. No entanto, o tempo mostrará que essas necessidades desaparecerão com o tempo, deixando cada um em seu verdadeiro lugar. Desde quando se pode trocar de vestes, de homem ou de mulher, acabam as necessidades de um fazer o trabalho do outro, quando se tem uma sociedade justa, que assiste todos nos seus devidos lugares. Não há, imperiosamente, necessidade de a mulher ocupar o lugar do homem, ela que foi feita especialmente para o lar, em primeiro lugar, bem como de o homem ocupar-se com as obrigações da mulher, já que foi abençoado por Deus para os trabalhos mais rudes, na responsabilidade de enfrentá-los, recolhendo experiências no ramo que precisa para viver. Isto não quer dizer que, sendo o corpo da mulher mais fraco, o Espírito também o é, o mesmo ocorrendo em relação ao homem.


A mulher é mãe, tendo no coração o amor mais acentuado; o homem é pai, que gera nos sentimentos mais energia no que se refere à disciplina. Todavia, os pais de um lar, não devem entrar em discórdia, pois deste modo desarmonizam a casa e desajustam os filhos que receberam para educar.


Lembremos João, no capítulo seis, versículo quarenta e três, que assim registrou:


Respondeu-lhes Jesus: Não murmureis entre vós.


O casal não deve murmurar; é de seu dever compreender um ao outro em todos os aspectos da vida, para que a vida em casa possa entrar em sintonia com o Evangelho de Jesus. Os filhos têm muita facilidade de copiar os pais, condicionando o que vêem e ouvem dos seus genitores. A responsabilidade é muito grande, ante a paternidade maior.


A vida na Terra é cheia de amargor. Os problemas e sacrifícios são sem conta. Sabemos disso por experiências, contudo, Deus não se esquece dos Seus filhos, principalmente daqueles em exercício na Terra, carregando um corpo físico. O forte e o fraco se completam para notarem que existe a felicidade depois das inúmeras tempestades.


FONTE: FILOSOFIA ESPÍRITA-VOLUME XVII-CAPÍTULO 3/ AUTORES: JOÃO NUNES MAIA EM PARCERIA COM O ESPÍRITO MIRAMEZ.

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sábado, 6 de fevereiro de 2021

ESPECIALMENTE A MULHER ---- "Se te encontras na experiência feminina, ante os impositivos da evolução, é natural te compreendas, no mesmo nível do homem relativamente à cultura e à inteligência, com a mesma segurança de competência. Mas para a demonstração disso, não busques os pontos de vivência em que a maioria dos homens falhou tantas vezes."





 Conversávamos antes da reunião sobre os direitos da mulher perante o homem. Os comentários eram os mais diversos, quanto ao que ocorre no mundo neste sentido. Quando os deveres em pauta nos chamaram à tarefa, O Livro dos Espíritos, aberto ao acaso, deu-nos a questão 201 para estudo. Após as explanações habituais, o nosso caro Emmanuel trouxe-nos a página “Especialmente à Mulher”.


Homem e mulher guardam idênticos direitos perante as Leis da Vida.

E ambos, análogas características de imortalidade; nos dois, os mesmos atributos do Espírito eterno.

Entretanto, a Sabedoria da Criação entregou à mulher as chaves da vida. Com ela, a repetição do berço, nos prodígios do renascimento.

O homem dominará a natureza, erguerá impérios, influenciará povos ou marcará época; no entanto a humanização de tudo isso pertence à mulher que o embala nos vínculos de sua própria renovação.

Por muito poderosos hajam sido os conquistadores da Terra, no passado e no presente, e por mais cultos os filósofos que traçam as diretrizes da cultura humana, de nenhum deles a vida suprimiu a necessidade das entranhas femininas para que se lhes gerasse a existência; e ainda agora, quando a ciência do mundo se dispõe a intervir nos processos da reencarnação, procurando nova nidação dos recursos genéticos, a favor da gestação em proveta criadora, nenhum sistema de sublimação espiritual pode substituir a assistência materna, no trabalho do renascimento físico, porque unicamente o amor é a luz da civilização, conduzindo-a para a integração com Deus.

Se te encontras na experiência feminina, ante os impositivos da evolução, é natural te compreendas, no mesmo nível do homem relativamente à cultura e à inteligência, com a mesma segurança de competência. Mas para a demonstração disso, não busques os pontos de vivência em que a maioria dos homens falhou tantas vezes.

Para te mostrares tão eficiente quanto os melhores companheiros da Terra, não é necessário desças aos precipícios a que tantos se arrojaram na própria imprevidência.

Recrda que podes ombrear com todos eles em matéria de trabalho e habilitação, entendimento e responsabilidade, mas é preciso pensar que Deus não confiou aos homens os dons que te concedeu na perpetuação da vida e no sustento do amor.


Emmanuel

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS : Q.818 - LEI DE IGUALDADE - - IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER.---"A Doutrina Espírita vem remover essas idéias de inferioridade da mulher ante o homem e insuflar, no coração do mesmo, o perdão."

 



818. Donde provém a inferioridade moral da mulher em certos países?
“Do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. É resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre homens moralmente pouco adiantados, a força faz o direito.”

COMENTÁRIO DE MIRAMEZ
INFERIORIDADE
A suposta inferioridade moral da mulher, em certos países, é produto da ignorância dos homens, e do predomínio da força bruta, que supõe tudo resolver pela violência. Esse massacre dos valores da mulher é que causa os distúrbios da sensibilidade nos desvios dos seus valores imortais.
Nessa violência contra a fragilidade dos corpos femininos, sofre, outrossim, a alma, com a interpretação satânica de certos teólogos, de que a mulher não tinha Espírito, por ter sido feita da costela de Adão. Essa ilusão de que a humanidade nasceu de Adão e Eva criou muitos erros e deu nascimento a muitos distúrbios que fizeram paralisar ou retardar as manifestações do amor de Deus para com a humanidade. Até mesmo almas eminentes sofreram a influência dessa teologia das trevas; eis porque falamos sempre do condicionamento de certas idéias sem fundamento na verdade.
Procuremos inquirir, no silêncio da própria vida, porque a mulher é inferior moralmente ao homem. Esse preconceito escapa ao raciocínio, ao bom senso, à bondade de Deus e à razão. Esta desvalorização dos valores femininos não tem sentido. "O Livro dos Espíritos" nos mostra, na sua beleza espiritual, todas as leis e a igualdade da criação do homem e da mulher, nas suas operações diversas, mas com os mesmos direitos e deveres perante Deus.
O Espírito não tem sexo; os corpos que ele usa nas vidas sucessivas têm diferenças uns dos outros, para que se tornem complementares às suas necessidades. A crueldade do homem, no seu primitivismo, é que fez marginalizar a mulher, para que pudesse crescer o seu poder como "rei" da criação. Mas, como as leis naturais são imutáveis, a lei da justiça é a mesma e o será sempre, em todas as épocas da humanidade. Os próprios homens é que deverão, por maturidade, reconhecer as coisas de Deus.
A mulher terá a sua glória; se perdeu alguma liberdade no mundo, ganhou sua paz na consciência, gerou em si forças de sustentação e o domínio de ser útil às gerações, como mãe. Ela, aparentemente, perdeu, mas, na realidade, nada perdeu na área da eternidade. Muitas estão ocupando corpos masculinos para mostrar aos homens como se deve amar, pedindo e trabalhando para a igualdade dos direitos em todas as atividades que possam alcançar.
A Doutrina Espírita vem remover essas idéias de inferioridade da mulher ante o homem e insuflar, no coração do mesmo, o perdão. Se os ignorantes desejam ficar na Terra, que fiquem até surgir a maturidade, mas com a consciência pesada temem perder o que eles mesmo destruíram, com a prepotência.
Vejamos o que nos diz João, no capítulo sete, versículo trinta e quatro, mostrando 'o que pode acontecer e que já ocorreu com muitos no plano espiritual:
Haveis de procurar-me, e não me achareis; também onde eu estou, vós não podeis ir.
Mas, vem a misericórdia de Deus, que é sempre Pai, dando oportunidade para o desenvolvimento dos poderes espirituais, de modo que esses Espíritos entrem em êxtase e por um pouco possam encontrar aqueles que foram desprezados, agredidos e maltratados, até que se suavize o fardo e fique leve o jugo. O sofrimento de uns desenvolveu-lhes a capacidade de entender mais a vida, e os que agrediram embruteceram suas possibilidades de se libertarem no campo do Espírito. Entretanto, pela bênção da possibilidade de intercâmbio entre os dois mundos, possibilitou-se às criaturas o conhecimento das leis, tornando-as livres dos velhos preconceitos humanos e alegrando-as na alegria divina, com o Cristo no centro da consciência.
Fonte: Filosofia Espírita volume XVII

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

O Ricaço Distraído - " não te esqueças de que o tesouro de cada homem permanece onde tem o coração, porque toda alma reside onde coloca o pensamento.[...homem, sem qualquer proveito para os semelhantes, transformam-no em prisioneiro delas. A lei determina sejamos escravos dos excessos a que nos entregarmos.]

 

Existiu um homem devoto que chegou ao Céu e, sendo recebido por um Anjo do Senhor, implorou, enlevado:

- Mensageiro Divino, que devo fazer para vir morar, em definitivo, ao lado de Jesus?

- Faze o bem - informou o Anjo - e volta mais tarde.

- Posso rogar-te recursos para semelhante missão?

- Pede o que desejas.

- Quero dinheiro, muito dinheiro, para socorrer o meu próximo.

O emissário estranhou o pedido e considerou:

- Nem sempre o ouro é o auxiliar mais eficiente para isso.

- Penso, contudo, meu santo amigo, que, sem ouro, é muito difícil praticar a caridade.

- E não temes as tentações do caminho?

- Não.

- Terás o que almejas - afirmou o mensageiro -, mas não te esqueças de que o tesouro de cada homem permanece onde tem o coração, porque toda alma reside onde coloca o pensamento. Tuas possibilidades materiais serão multiplicadas. No entanto, não olvides que as dádivas divinas, quando retidas despropositadamente pelo homem, sem qualquer proveito para os semelhantes, transformam-no em prisioneiro delas. A lei determina sejamos escravos dos excessos a que nos entregarmos.

Prometeu o homem exercer a caridade, servir extensamente e retornou ao mundo.

Os Anjos da Prosperidade começaram, então, a ajudá-lo.

Multiplicaram-lhe, de início, as peças de roupa e os pratos de alimentação; todavia, o devoto já remediado suplicou mais roupas e mais alimentos. Deram-lhe casa e haveres. Longe, contudo, de praticar o bem, considerava sempre escassos os dons que possuia e rogou mais casas e mais haveres. Trouxeram-lhe rebanhos e chácaras, mas o interessado em subir ao paraíso pela senda da caridade, temendo agora a miséria, im­plorou mais rebanhos e mais chácaras. Não cedia um quarto, nem dava uma sopa a ninguém, declarando-se sem recursos para auxiliar os necessitados e esperava sempre mais, a fim de distribuir algum pão com eles. No entanto, quanto mais o Céu lhe dava, mais exigia do Céu.

De espontâneo e alegre que era, passou a ser desconfiado, carrancudo e arredio.

Receando amigos e inimigos, escondia grandes somas em caixa forte, e quando envelheceu, de todo, veio a morte, separando-o da imensa fortuna.

Com surpresa, acordou em espírito, deitado no cofre grande.

Objetos preciosos, pedaços de ouro e prata e vastas pilhas de cédulas usadas serviam-lhe de leito. Tinha fome e sede, mas não podia servir-se das moedas; queria a liberdade, porém, as notas de banco pareciam agarrá-lo, à maneira do visco retentor de pássaro cativo.

- Santo Anjo! - gritou, em pranto - vem! Ajuda-me a partir, em direção à Casa Celestial!...

O mensageiro dignou-se baixar até ele e, reparando-lhe o sofrimento, exclamou:

- É muito tarde para súplicas! Estás sufocado pela corrente de facilidades materiais que o Senhor te confiou, porque a fizeste rolar tão sômente em torno de ti, sem qualquer benefício para os irmãos de luta e experiencia...

- E que devo fazer - implorou o infeliz -para retomar a paz e ganhar o paraíso?

 

O Anjo pensou, pensou... e respondeu:

- Espalha com proveito as moedas que ajuntaste inutilmente, desfaze-te da terra vasta que retiveste em vão, entrega à circulação do bem todos os valores que recebeste do Tesouro Divino e que amontoaste em derredor de teus pós, atendendo ao egoísmo, à vaidade, à avareza e à ambição destrutiva e, depois disso, vem a mim para retomarmos o entendimento efetuado há sessenta anos...

Reconhecendo, porém, o homem que já não dispunha de um corpo de carne para semelhante serviço, começou a gritar e blasfemar, como se o inferno estivesse morando em sua própria consciência.

 

XAVIER, Francisco Cândido. Alvorada Cristã. Pelo Espírito Neio Lúcio. FEB. Capítulo 9.

domingo, 31 de janeiro de 2021

CONDESSA PAULA : O PERIGO DA RIQUEZA COMO PROVA

Fonte de  estudo da questão 815 do  Livro dos Espíritos


 

A Condessa Paula, espírito feliz , relata sua prova mais perigosa:

 

Não foi sem labores que alcancei a posição que ora ocupo na vida espiritual; e fiquei ciente de que a minha última existência, por mais meritória que porventura lhe pareça, não era por si só e a tanto suficiente. Em várias existências passei por provas de trabalho e miséria que voluntariamente havia escolhido para fortalecer e depurar o meu espírito; dessas provas tive a dita de triunfar, vindo a faltar entanto uma, porventura a mais perigosa: a da fortuna e bem-estar materiais, um bem-estar sem sombras de desgosto. Nessa consistia o perigo. Antes de o tentar quis sentir-me assaz forte para não sucumbir. Deus, tendo em vista as minhas boas intenções, concedeu-me a graça do seu auxílio. Muitos Espíritos há que, seduzidos por aparências, pressurosos escolhem essa prova, mas, fracos para afrontar-lhe os perigos, deixam que as seduções do mundo triunfem da sua inexperiência."

 

 

 

TRECHO RETIRADO DO LIVRO "O CÉU E O INFERNO" - 2ª PARTE - CAPÍTULO II - ESPÍRITOS FELIZES - CONDESSA PAULA

 


APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS: Q. 815 - CAP. IX LEI DE IGUALDADE -AS PROVAS DE RIQUEZA E MISÉRIA

 815. Qual das duas provas é mais terrível para o homem, a da desgraça ou a da riqueza?


“São-no tanto uma quanto outra. A miséria provoca as queixas contra a Providência, a riqueza incita a todos os excessos.”


COMENTÁRIO DO ESPÍRITO DE MIRAMEZ

A MAIS TERRÍVEL



Não existem provas piores nem melhores; elas são paralelas às necessidades do aprendiz. Deus não põe fardo pesado em ombros frágeis, isto nos diz o Evangelho de Nosso Senhor. A cruz que se carrega na vida, foi estruturada, medida e pesada, para que se possa caminhar com coragem. As reclamações são mostras de Espírito fraco, que ainda não recolheu a experiência necessária nas lutas terrenas.


As mensagens do além que descem sem cessar para os homens, mostram os deveres de cada criatura ante os compromissos assumidos. Na consciência se encontra o registro do que se compromete com Deus, e Ele, o Soberano Senhor, conhece e tem paciência com Seus filhos. Mas, Ele não retira dos seus caminhos os professores que os possam educar e instruir. Tanto a riqueza quanto a pobreza têm o mesmo peso, em se somando suas dificuldades e sua força de corrigir as criaturas.


Uns lamentam, outros desprezam as oportunidades valiosas, que deverão reconhecer depois do túmulo. No entanto, não se pode dizer que o pobre é o bem-aventurado: isso depende do seu comportamento na vida com a prova da miséria. Não se pode dizer que o rico é o que goza do bem-estar, que Deus o premiou com os bens terrenos. Todos estão na mesma faixa de provas e podem ou não sair-se bem delas, dependendo do grau já alcançado na escala da evolução espiritual. Não devemos julgar, mas podemos analisar em silêncio e tirar dessas deduções experiências para o nosso caminho.


Sofreremos muito mais, se já conhecemos as leis de Deus e não vivemos de acordo com elas. Se o Evangelho de Jesus já está em nossas mãos e em nossa consciência, não percamos a oportunidade de vivê-lo, pelo menos de começar essa vivência. Com o tempo, passaremos a gozar das delícias de urna consciência em paz.


Novamente, vamos lembrar Lucas, no capítulo doze, versículo quarenta e sete:


Aquele servo, porém, que conheceu a vontade do seu Senhor e não se aprontou, nem fez conforme a Sua vontade, será punido com muitos açoites.


Conhecer é muito bom, mas traz para todos nós responsabilidades maiores, porque, conhecendo e nos fazendo de esquecidos, seremos açoitados pelas provas, qual o boi que sai do seu carreiro: o vaqueiro sabe corrigi-lo, e a lei de condicionamento faz lembrar ao mesmo animal, quando pensar em afastar do rebanho, o ferrão do condutor. Assim acontece com os seres humanos.


As provas são variáveis, e nos parece que não existe maior nem menor; todas são iguais, de acordo com as necessidades do aprendiz em questão. Se a miséria provoca as queixas, as riquezas impulsionam para os excessos de todas as ordens. O pobre geralmente deseja ser rico, e o rico, quando no mundo espiritual, deseja ser pobre na sua volta para o mundo físico. Qual dos dois está certo? São lições diferentes, diplomas necessários aos homens, que somente o recebem pelo processo das vidas sucessivas. Tal é a lei.


MIRAMEZ

FONTE: FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVI - CAP. 50

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS: Q. 814 - CAP. IX LEI DE IGUALDADE -AS PROVAS DE RIQUEZA E MISÉRIA

 

814. Por que Deus a uns concedeu as riquezas e o poder, e a outros, a miséria?

 

“Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com freqüência.”


COMENTÁRIO DO ESPÍRITO DE MIRAMEZ:


 
Deus testa Seus filhos de várias maneiras: a uns dá a riqueza e, conseqüentemente, poderes; a outros, miséria, e junto a ela a escravidão de todas as ordens. Quem não compreende as leis, como a da reencarnação, acha que Deus é injusto, ou então, para não ofendê-Lo, fala sem conhecimento de causa que o Senhor sabe o que faz. Todas as duas versões do fato são incorretas e sem sabedoria.

Estudando a reencarnação e o progresso dos Espíritos, notar-se-á que o rico de hoje pode ser o pobre de amanhã e vice-versa. Riqueza e miséria são extremos da vida, extremos esses mutáveis. Um pode ocupar o lugar do outro, em se buscando experiências, enriquecendo os celeiros do conhecimento para futura paz de consciência. Em muitos casos, essas provas de riqueza e miséria foram escolhidas pelos próprios Espíritos, por sentirem necessidade do aprendizado.
Ninguém deve ser culpado por nada que acontece; tudo foi feito para a elevação das almas, para o despertamento dos dons enraizados nos corações. A evolução das almas é diferente, mas elas são iguais em sua origem. Vejamos os corpos: comparemos o do rico com o do pobre, do ignorante com o do estadista. Eles têm a mesma forma, a mesma composição, os mesmos órgãos; respiram o mesmo ar, bebem da mesma água e vivem todos se aquecendo com o mesmo sol e andando sobre a mesma Terra. Ainda mais, todos têm como pai o mesmo Deus. As diferenças são ilusórias e breves, que o tempo desmancha quando achar conveniente. Aos ricos, nós podemos dizer que usem bem as suas riquezas e não deixem que o orgulho nem o egoísmo comandem suas faculdades de pensar e sentir. Eles devem pensar na miséria dos outros, pedindo sempre a Deus que os inspire para não acumularem riquezas que não sirvam para o bem-estar coletivo. Ao pobre, dizemos que viva mais resignado com o que tem e que confie mais em Deus, que nunca abandona Seus filhos. Ele deve lembrar sempre das bem-aventuranças. Jesus está sempre no meio dos que sofrem e não abandona os escorraçados pela justiça dos homens.Os ricos que sucumbem com freqüência não perdem as experiências; algo fica guardado nos escaninhos da alma, para se completar no amanhã. Assim também acontece com os pobres. As reencarnações têm essa função de escola para todas as criaturas na face da Terra. Tudo na vida muda de vez em quando de roupagem, pela forma do progresso, pela força do amor de Deus, cujas leis são justas.

Anotemos o que registrou Lucas, no capítulo quatorze, versículo nove:
Vindo aquele que te convidou e também a ele te diga: Dá o lugar a este. Então, irás envergonhado, ocupar o último lugar.
Quem não faz o seu dever direito, volta a fazê-lo, com um aprendizado diferente. A quem reencarna como rico, em berço de ouro, e não sabe desempenhar bem o seu papel, a reencarnação pode levar para o último lugar na escala das provas, até aprender a humildade e o amor, mesmo como rico. A Doutrina dos Espíritos, pelos processos mediúnicos, deixa bem visível, tanto para o rico como para o pobre, as suas tarefas, diferentes, porém, com os mesmos objetivos.

A função da reencarnação é despertar os valores espirituais e morais das criaturas, levando-os aqui e ali, por ação das leis naturais criadas por Deus. Pensemos nisto, estudemos e trabalhemos honestamente, que as inspirações dos Céus jamais nos faltarão.

MIRAMEZ 
FONTE: FILOSOFIA ESPÍRITA-VOLUME XVI

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Aprendendo com o livro dos Espíritos questão 206



Parte Segunda

Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos



CAPÍTULO IV

DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS



Parentesco, filiação



206. Do fato de não haver filiação entre os Espíritos dos descendentes de qualquer família, seguir-se-á que o culto dos avoengos seja ridículo?



“De modo nenhum. Todo homem deve considerar-se ditoso por pertencer a uma família em que encarnaram Espíritos elevados. Se bem os Espíritos não procedam uns dos outros, nem por isso menos afeição consagram aos que lhes estão ligados pelos elos da família, dado que muitas vezes são atraídos para tal ou qual família pela simpatia, ou pelos laços que anteriormente se estabeleceram. Mas, ficai certos de que os vossos antepassados não se honram com o culto que lhes tributais por orgulho. Em vós não se refletem os méritos de que eles gozem, senão na medida dos esforços que empregais por seguir os bons exemplos que vos deram. Somente nestas condições lhes é grata e até mesmo útil a lembrança que deles guardais.”





COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA”


FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME V



Questão 206 comentada

CAPÍTULO 02

0206/LE

CULTO AOS ANCESTRAIS



Não estamos negando o culto àqueles que nos foram caros, que cooperaram no nosso retorno à carne para novas experiências; de forma alguma. Quando nos lembrarmos deles, devemos acrescentar sempre gratidão e orar pelos avoengos pedindo a Deus para os abençoar onde eles se encontrarem e, ainda mais, devemos cultivar o bem que eles plantaram, através das sementes de moralidade, de trabalho e de amor.

Se nenhuma das ovelhas se perde, no dizer de Jesus, como cultuar somente os nossos antepassados, se todos se fundem em uma só família? Experimentemos, pois, amar a humanidade. A lei de amor nos diz que somos um todo em Deus, que representamos elos da família universal, e que corre em todos os corpos uma energia divina procedente do Todo Poderoso.

Seitas e religiões espiritualistas existem cuja filosofia se baseia no culto aos ancestrais, cuja direção ou comando são passados de pai para filho, ou descendente mais próximo, na ilusão enganosa de que se pode ligar, parcimoniosamente, as coisas da Divindade. Mas quando ocorre que, na família ancestral, tenha havido alguns cujos comportamentos possam envergonhar os descendentes, estes procuram esquecê-los ou apagá-los.

Afirma-nos Jesus que são os doentes que precisam de médicos, e não os sãos. Não podemos ignorar que o sangue que corre nas veias de um nobre é o mesmo que viaja no corpo de um plebeu.

A lei da reencarnação é um socorro para os Espíritos que ainda precisam dela, por fazê-los encontrar os inimigos do passado frente a frente, de modo a aceitarem a reconciliação como a melhor forma de paz. O culto aos ancestrais nunca é ridículo; é um ato de amor e gratidão. Somente o que a lei do amor não aceita é que esse culto fique limitado ao lar onde nasceu. Que seja estendido para os outros lares, para outras nações e para o mundo inteiro. Não gosta o homem de visitar, quando pode, países diferentes daquele em que estagia? De lá não traz coisas para a sua alegria e o seu conforto? Por que não abençoar esse povo que não difere da sua própria forma? São nossos irmãos, são também nossos próximos, que Jesus nos pede para amar como sendo os nossos irmãos. O próprio casamento com pessoas de raça diferente contribui para nos unirmos, para libertar o amor familiar, e é por esse processo que passamos a nos ligar com muitas famílias, para que elas se tornem uma só.

Jesus disse que "nos céus não se casa nem se dá em casamento". O Espírito não descende do Espírito. Quando um casal desencarna, se encontra livre, e, às vezes, é chamado a ingressar em outra família, no país onde animou um corpo, ou em outro, ele vai encontrar ancestrais de outras famílias, onde deve exercitar o amor e universalizar os seus sentimentos.

Não se deve ficar pedindo aos parentes desencarnados para fazerem o que se quer que seja feito na Terra; banalidades, às vezes, que envergonham a própria consciência. Se se desconhece o estado deles no plano da vida espiritual, não se deve incomodá-los com as coisas da Terra. Eles, quando elevados, ficarão alegres quando seus "familiares" principiarem a abolir os erros, dissipando as trevas do seu mundo mental.

Quando o nosso amor quebrar as amarras do lar, dos parentes, e atingir os seres humanos sem distinção, pela caridade, respeitando o direito de todos, nos sentiremos felizes por sabermos que no futuro haverá um só rebanho e um só Pastor, que é Jesus Cristo. Devemos, sim, cultuar os ancestrais, mas, de todos os povos, como sendo a nossa família, a família de Deus.

http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/fev5q206c.html



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O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo IV - Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo » A reencarnação fortalece os laços de famíla, » 21

21. Vejamos agora as conseqüências da doutrina anti-reencarnacionista. Ela, necessariamente, anula a preexistência da alma. Sendo as almas criadas ao mesmo tempo que os corpos, nenhum laço anterior há entre elas, que, nesse caso, serão completamente estranhas umas às outras. O pai é estranho a seu filho. A filiação das famílias fica assim reduzida à só filiação corporal, sem qualquer laço espiritual. Não há então motivo algum para quem quer que seja glorificar-se de haver tido por antepassados tais ou tais personagens ilustres. Com a reencarnação, ascendentes e descendentes podem já se terem conhecido, vivido juntos, amado, e podem reunir-se mais tarde, a fim de apertarem entre si os laços de simpatia. 

Fonte: http://www.ipeak.net/site/estudo_janela_conteudo.php?origem=889&idioma=1