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sábado, 1 de setembro de 2012

Lições Espirituais: Obsessão

Artigo publicado no século 18, no jornal "O Paiz", no Rio de Janeiro

Já como temos provado que do espaço nos vêm revelar espíritos, que foram nossos conhecidos em vida; que não há nisso fraudes satânicas, porque Satã é uma invenção humana, temos a questão das comunicações espíritas colocadas em condições idênticas para o materialista, para o católico, para todo ser racional, os quais não procuram fugir ao conhecimento da Verdade.
Posto isto, a Verdade das manifestações dos mortos não é hoje um mistério; é patente a quem quiser ver, como temos dito e repetido à sociedade.
O mais refratário, se fizer a experiência, será convencido, porque dia-a-dia colherá diversas provas de ser o espírito desencarnado quem se manifesta.
Por este modo, teremos provado experimentalmente: 1º) que existe o espírito; 2º) que o espírito sobrevive à morte do corpo; 3º) que, separado do corpo, continua, ou pode continuar, em constante comunicação com os vivos.
Entretanto, cumpre fazer notar que o “eu” humano, desembaraçado da prisão corpórea, adquire maior lucidez para descortinar os horizontes da criação, cada um na esfera de seu progresso.
Assim ensinam as comunicações de além-túmulo; estas mostram criaturas, que foram estúpidas e ignorantes na vida, dando, do espaço, provas de muita compreensão e saber.
As lições dos espíritos têm, pois, um alcance que não pode ser comparado ao das lições dos nossos sábios terrenos: primus, (primeiro) porque eles falam o que vêm; sécundus, (segundo) porque os sábios da Terra falam o que conjecturam.
É desnecessário dizermos que nos referimos às coisas do mundo invisível ou dos espíritos.
A palavra dos espíritos tem, portanto, tanta ou maior autoridade sobre as coisas da outra vida, como tem a do sábio sobre as coisas da Ciência que professa.
Podem, ambos, enganar-se, mas ali está o corretivo que é o criterium (critério) absoluto da Verdade.
Além de que, tratando-se de um fato que afeta, pessoalmente, todos os espíritos, isto é, o de terem eles tido mais que uma existência, seu depoimento é de visu, (por ter visto) quando o parecer do sábio é baseado em conjecturas e provas indiretas.
Se, pois, não um, porém muitos, mas se todos os espíritos afirmarem que têm tido mais de uma experiência corpórea, a lei das reencarnações tem, ipso facto, (por isso mesmo) passado pela prova experimental.
A Doutrina Espírita é a codificação dos ensinos dados aos homens pelos espíritos desencarnados, que se dizem mensageiros das Verdades prometidas pelo Cristo a seus discípulos.
Nessa Doutrina, firmada no ensino dos espíritos reveladores, está o principio da pluralidade das existências, sem a qual, como foi demonstrado no principio desta exposição, nada se pode explicar da vida humana, sem se ferirem os divinos atributos.
Daí, vem-nos um valioso testemunho, uníssono e autorizado pela superioridade dos espíritos que o deram.
Como, porém, nosso fim, hoje, não é apelar para a autoridade de quem quer que seja, mas, sim, dar uma prova experimental ao alcance de quem quiser observar, falaremos do que temos visto e pode ser visto por quem duvidar.
O estudo das obsessões, se não aceitarmos o ensino que nos vêm dar os luminares do espaço, é o que mais, eficazmente, separa a questão.
Trata-se de uma moça de família muito conhecida na grande roda da Corte, e sofre perseguição da parte de um espírito perverso, o qual a levou ao estado de loucura.
Um dia, o espírito da pobre vítima desprende-se, momentaneamente, do corpo, que jaz em sono, e vai a um Centro manifestar suas dores e pedir proteção.
Ali conta a sua história, que é a seguinte:
“Há séculos era eu uma moça cristã, devotada à caridade, por índole, e porque seguia os exemplos de meu bom pai:
Um homem (dá o nome) abusou de minha inocência, e, coagido por meu pai, reparou o mal que me fez, porém me tratou de modo a reduzir-me ao desespero.
Por fim, levou sua danação a abusar da própria filha, de minha filha, que era a minha única felicidade!
Tinha resistido a tudo; mas aquele golpe prostrou-me; arrastou-me ao suicídio.
Sofri no espaço castigos indescritíveis, até que Deus foi servido compadecer-se de mim, dando-me outra existência, para nela eu reparar as faltas do passado.
Prometi fazê-lo, mas não tive a força de cumprir o que prometi.
Degradei-me a ponto de fazer-me à favorita do rei; mas não foi isso o pior. O pior foi ter abusado de meu poder para fazer mal aos meus inimigos, e, especialmente, ao que fora meu marido.
Morri nesse estado de reincidência e sofri torturas atrozes, até que, arrependida, obtive a graça da presente encarnação para resgatar por boas obras meu negro passado.
Minha missão foi sofrer tanto quanto fiz sofrer e hoje tremo em pensar que ainda posso desfalecer”
Aquele desgraçado espírito que, sem nenhum interesse, contou-nos a história de três das suas existências corpóreas, deixou-nos consternados.
Imediatamente, o obsessor, aquele que perseguia a pobre moça, para se vingar do mal que lhe fizera a favorita, apareceu pelo mesmo médium, jurando fazer o mal à sua vitima até a morte, e dizendo a razão de tanto ódio.
O que ele contou conferia, exatamente, com o que ela havia contado!
Qual o positivista que poderá resistir a uma prova destas, e a três e quatro provas iguais, se tanto julgar preciso?
Há, por aí, mais de um grupo que faz trabalhos de obsediados.
Não faltam, pois, a quem tiver boa vontade, meios de verificar por si a exatidão de nossos estudos experimentais.
Indicamos, de preferência, os trabalhos de obsessões, porque por eles a prova é certa, visto que a obsessão é sempre obra de vingança por ofensas de uma vida anterior.
Aí, o observador não tem muito que esperar.

Aritgo escrito por Bezerra de Menezes quando ainda encarnado.

Texto retirado do site Irmã Clara