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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

MEDO ---- [...]" Quanto mais pensarmos e voltarmos nossa atenção para as calamidades e desastres, mais teremos a impressão de que o mundo está limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de vê-lo e senti-lo."



"O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade".


Ao lançarmos mão de uma lanterna em uma noite escura e focalizarmos determinado lugar, vamos torná-lo evidente. Quando destacamos algo, convergimos todas as nossas percepções mais íntimas para o motivo de nossa atenção e, ao examiná-lo, estaremos estabelecendo profundas ligações mentais através de nosso olhar ligado a esse lugar específico.

Focalizar com a lanterna de nossas atenções os lugares, as pessoas, os fatos, os eventos e as coisas em geral significa que estaremos enfatizando, para nós mesmos, o que queremos que a vida nos mostre e nos forneça.

"O Espírito unicamente vê e ouve o que quer. Dizemos isto de um ponto de vista geral e, em partícular, com referência aos Espíritos elevados (...)"
A percepção é um atributo do espírito.

Quanto maior o estado de consciência do indivíduo, maior será sua capacidade de perceber a vida, que não se limita apenas aos fragmentos da realidade, mas sim à realidade plena .

Colocar nossa atenção nas coisas da vida é fator importante para o nosso desenvolvimento mental, emocional e espiritual, todavia, é necessário saber direcionar convenientemente nossa percepção e atenção no momento exato e para o lugar certo.

Quanto mais pensarmos e voltarmos nossa atenção para as calamidades e desastres, mais teremos a impressão de que o mundo está limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de vê-lo e senti-lo.

Nas oportunidades de crescimento que nos oferecem nossas experiências, temos a possibilidade de validar e potencializar determinadas crenças e conceitos que poderão nos desestruturar psiquicamente, levando-nos a uma verdadeira hipnose mental. A partir disso, esquecemo-nos de visualizar o restante do mundo que nos cerca. Passamos a viver simplesmente voltados para a opinião que adotamos como "única verdade", assustados e amedrontados entre constantes atmosferas de receio e apreensão.

Em muitas ocasiões, ficamos parados à margem do caminho, focalizando nossos conflitos, dificuldades e problemas, deixando a vida girar em torno deles. 

Colocamos nossos dilemas como peças centrais e, quando essas forças conflitantes começam a nos ameaçar, sentimo-nos apavorados.

O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e quando devemos atuar será a atmosfera do temor que nos envolve.

Ancorados pelo receio e pela desconfiança, criamos resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar. Passamos, então, a não viver novas experiências, não receber novos pensamentos e não fazer novas amizades, estacionando e dificultando nossa caminhada e progresso íntimo.

As sensações do medo sobrecarregam as energias dos "chakras" do plexo solar e do cardíaco, provocando, quase sempre, uma impressão de vácuo no estômago e um descontrole nas batidas do coração. Contudo, não seríamos afetados por nenhum acontecimento de maneira tão desgastante, se estivéssemos centrados em nós mesmos.

Nosso centro não é nossa mente, nem nossos sentimentos ou emoções, mas é, em verdade, nossa alma - a essência divina por meio da qual testemunhamos tudo o que ocorre dentro e fora de nós.

Cada um vê o universo das coisas pelo que é. Vemos o mundo e as criaturas segundo o nível de desenvolvimento da consciência em que vivemos. Quanto maior esse nível, mais estaremos centrados e vivendo estáveis e tranqüilos. Quanto menor, mais teremos um juízo primário de tudo e uma estreita visão dos fatos e das pessoas.

Aprendendo a focalizar e a desfocalizar nossas crises, traumas, medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos desastrosos do cotidiano - dando-lhes a devida importância e regulando o tempo necessário, a fim de analisá-los proveitosamente -, teremos metas sempre adequadas e seguras que favorecerão nosso progresso espiritual. Não devemos jamais subestimá-los ou ignorá-los.

Lembremo-nos de que "a beleza não está somente nas flores do jardim, mas, antes de tudo, nos olhos de quem as admira'.

Hammed

domingo, 22 de julho de 2018

Adversários Perigosos "(...) Atraídos pelas imperfeições humanas, imantam-se àqueles com os quais sintonizam, realizando um terrível comércio espiritual.Tenazes e perigosos, espreitam, na situação em que se encontram, as suas futuras vítimas(...)Invadem o campo da vontade daqueles que se permitem sofrer-lhes o assédio, empurrando-os para situações calamitosas, nas quais se comprazem(...)Em grupo, tornam-se mais perigosos, porque logram assenhorear-se de comunidades inteiras, que submetem a obsessões coletivas em forma epidêmica(...) Quando sentires desalento, experimentando desconfiança em relação ao teu próximo, insegurança na realização a que te afeiçoas, mal-estar no serviço do bem, tem cuidado, porquanto esses são sinais de alarme que prenunciam situação porvindoura grave(...)Unge-te sempre de amor e de compaixão, de caridade e de perseverança, graças a cujas vibrações as energias do mal não poderão romper-te as defesas, gerando dificuldades ou interrompendo o teu idealismo...


Existem, sim, em número expressivo, interessados em perturbar a marcha das criaturas humanas.

Nenhuma dúvida sobre esta questão.

Pululam, ao lado dos homens e das mulheres, como nuvem que os acompanha, conforme observou o Apóstolo Paulo.

Atraídos pelas imperfeições humanas, imantam-se àqueles com os quais sintonizam, realizando um terrível comércio espiritual.

Tenazes e perigosos, espreitam, na situação em que se encontram, as suas futuras vítimas, e logo dispõem de possibilidade cercam-nas, envolvendo-as em pensamentos perturbadores com tal insistência que as desarmonizam.

Outras vezes, sitiam-lhes as emoções, descarregando energias deletérias que terminam por descontrolar os centros do equilíbrio, levando-as a transtornos depresssivos, do pânico, obsessivos-compulsivos.

Invadem o campo da vontade daqueles que se permitem sofrer-lhes o assédio, empurrando-os para situações calamitosas, nas quais se comprazem.

Em incontáveis ocasiões atiram pessoas imprevidentes, umas contra as outras, gerando situações embaraçosas, causando graves distúrbios no comportamento, nos relacionamentos sociais.

São hábeis na produção da cizânia, nutrindo-se da maledicência em que os frívolos se demoram, aplicando o tempo que poderia ser útil em sistemática difamação do seu próximo.

Perversos, não respeitam os valores éticos nem morais, preferindo, naturalmente, as pessoas que se encontram no claro-escuro da distonia psicológica, que mais lhes facilita a identificação.
Produzem enfermidades simuladas que desorientam aqueles que as padecem.

Utilizando-se do conhecimento das leís dos fluídos, conseguem produzir desconforto e insatisfação em todas as pessoas de quem se acercam, intoxicando-as psíquica e fisicamente.
Alguns existem que se especializam no mecanismo da perseguição, encarregando-se de orientar outros menos hábeis, que são convocados para as suas fileiras.

Isoladamente, por inveja, malquerença, desocupação ou desdita pessoal, tornam-se verdadeiros flagelos para a Humanidade e, com a sua insistência calamitosa, desviam do rumo aqueles contra quem investem com fúria continuada.

Em grupo, tornam-se mais perigosos, porque logram assenhorear-se de comunidades inteiras, que submetem a obsessões coletivas em forma epidêmica.

Estamo-nos referindo aos Espíritos desencarnados que perderam o endereço de Deus e se entregaram à volúpia da própria alucinação.

É indispensável ter-se muito cuidado com eles.
Esses Espíritos, em razão da inferioridade em que se encontram, imiscuem-se em todos os cometimentos humanos, dominados pela perversidade ou simplesmente pela falta do que fazer, mediante loucas tentativas de desforço contra a sociedade, para a qual transferem a responsabilidade pelo fracasso das suas infelizes existências terrenas.

Inescrupulosos, gostariam de manter um estado de terror ou de infelicidade entre as demais criaturas que tentam avançar no rumo do progresso, na busca da felicidade.
Orgulhosos e odientos, atribuem-se força e poder que realmente não possuem, sendo os seus logros mais devidos à leviandade daqueles com os quais convivem mentalmente do que propriamente à sua capacidade de agir.

Odeiam, com especial ressentimento, todos quantos trabalham pelo bem, pelo progresso da sociedade, insurgindo-se contra as suas lides e difícultando-lhes a marcha do dever abraçado retamente.

Especialmente, em relação aos espiritistas, que os conhecem, que os desmascaram, por estarem lúcidos em torno do mundo espiritual e dos seus habitantes, mantêm acentuado rancor, perseguindo-os com inclemência, em tentativas de eliminar-lhes as realizações, de confundi-los, a fim de demonstrar que tudo se encontra no caos ...

Conseguem, dessa forma, gerar a desconfiança, produzir o medo, disseminar o desalento, empurrando para o pessimismo.

Não lhes dês tréguas nem lhes permitas identificação de propósitos, quando no serviço dos ideais que esposas.

Quando sentires desalento, experimentando desconfiança em relação ao teu próximo, insegurança na realização a que te afeiçoas, mal-estar no serviço do bem, tem cuidado, porquanto esses são sinais de alarme que prenunciam situação porvindoura grave.

Reveste-te de paciência e renova-te na prece, por cujo intermédio haurirás nas Fontes Generosas da Vida as forças indispensáveis para prosseguir com entusiasmo.

O bem que fazes, somente poderá proporcionar-te alegria e entusiasmo. Caso ocorra o contrário, algo de equivocado está a desenvolver-se.

Medita, e descobrirás de onde vêm as ondas de aborrecimento ou as insinuantes idéias de abandono do trabalho.

Dedicas-te à realização enobrecedora, porque ela te enriquece de vida e te produz empatia especial. Portanto, nenhuma razão existe para que ocorram sensações contrárias, senão quando irrompam interferências espirituais maléficas.

Unge-te sempre de amor e de compaixão, de caridade e de perseverança, graças a cujas vibrações as energias do mal não poderão romper-te as defesas, gerando dificuldades ou interrompendo o teu idealismo.

Não são poucos os que desistem, quando defrontados pela má-fé de amigos, pela contínua descarga de pessimismo e de acusações ingratas dos companheiros, pela incessante competição desonesta de quantos deveriam avançar ao lado, preferindo o enfrentamento e utilizando-se, para tanto, da mentira, da calúnia, de acusações injustificáveis.

Trata-se de um bem elaborado programa das Forças do Mal, personificadas em Entidades que as constituem.

Algumas fazem parte do teu passado espiritual, são o resultado das tuas ações também nefastas, inimizades que geraste e deves recuperar, tornando-as afeições nem sempre exitosas imediatamente.

A maioria, porém, é constituída por adversários do Bem.

Insensatos, grosseiros e presunçosos, tentaram enfrentar Jesus mais de uma vez.

Numa sinagoga, num sábado, um deles tomou de um obsesso e gritou: Jesus de Nazaré, eu sei quem és.

Foi imediatamente rechaçado pelo Mestre que o conhecia, quando lhe impôs: Cala-te, pois que ainda não é chegado o meu momento.

Utilizaram-se de fariseus, saduceus, sacerdotes relapsos que com eles sintonizavam, a fim de tentarem gerar dificuldades para o Senhor.
Certa feita, audaciosamente atreveram-se mesmo a tentá-lO, sendo sempre vencidos.

Por fim, no dia do julgamento arbitrário e da crucificação, porque encontraram campo mental favorável, ampliaram a tragédia do Gólgota, antes aturdindo Judas, que traiu Jesus; Pedro, que O negou, tornando-se, sem dar-se conta, motivo de maior glória para o Ressuscitado, sem cuja morte não haveria a demonstração da sublime imortalidade.

Joanna de Ângelis

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Jesus e a Inteligência Emocional



Autor: Suely Caldas Schubert

Afirma Daniel Goleman em seu livro “Inteligência Emocional” que os grandes mestres espirituais como Jesus e Buda “tocaram o coração dos seus discípulos falando na linguagem da emoção, ensinando por parábolas, fábulas e contos”. Segundo o escritor estes mestres espirituais falam no “vernáculo do coração”, o que do ponto de vista racional tem pouco sentido.

Goleman explica ainda que segundo Freud, em seu “conceito primário” de pensamento, essa lógica da mente emocional é a “lógica da religião e da poesia, da psicose e das crianças, do sonho e do mito”. Isto engloba também as metáforas e imagens como as artes, romances, filmes, novelas, música, teatro, ópera, etc., pois tocam de forma direta a mente emocional.

Isto nos leva a entender por que as expressões religiosas e artísticas agradam tanto: é que a imensa maioria das pessoas é dominada pela emoção. Também explica o motivo dessa preferência das multidões a essas crenças novas, rotuladas de evangélicas, que manipulam as emoções como fator de atração e direcionamento de seus adeptos.

Mas, o que é a EMOÇÃO? O dicionário registra: qualquer agitação ou perturbação da mente; sentimento; paixão; qualquer sentimento veemente ou excitado.

Segundo Goleman: “EMOÇÃO se refere a um sentimento e seus pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos, e a uma gama de tendências para agir.”

Não podemos perder de vista as sutilezas em que as emoções se manifestam, para melhor entendimento do assunto e encaminhamento do nosso raciocínio.

Os estudiosos do tema propõem famílias básicas (assim co­mo as cores básicas); mencionaremos algumas:

IRA: fúria, revolta, ressentimento, raiva, exasperação, indignação vexame, animosidade, aborrecimento, irritabilidade, hostilidade e, no extremo, ódio e violência patológicos.

TRISTEZA: sofrimento, mágoa, desânimo, desalento, melancolia, autopiedade, solidão, desamparo, desespero e, quando patológica, severa depressão.

MEDO: ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror e, como psicopatologia, fobia e pânico.

PRAZER: felicidade, alegria, alívio, contentamento, deleite, diversão, orgulho, prazer sensual, emoção, arrebatamento, gratificação, satisfação, bom humor, euforia, êxtase e, no extremo, mania.

AMOR: aceitação, amizade, confiança, afinidade, dedicação, adoração, paixão, ágape (caridade).

E as virtudes e vícios que vão desde a fé, compaixão, esperança, coragem, altruísmo, perdão, equanimidade até dúvida, preguiça, tédio, etc. Há um debate científico sobre como classificar as emoções, já que podem ser igualmente um estado de espírito, temperamento ou se transformarem em distúrbios emocionais como depressão, angústia, ansiedade, fobias, etc.

Depreende-se, portanto, que em várias circunstâncias de nossa vida as emoções prevalecem e nos dominam. Quantas vezes nos surpreendemos diante de nossas alternâncias de estado de espírito, pois podemos ser muito racionais num momento e irracionais no seguinte quando o calor da emoção passa a comandar nossas atitudes.

É exatamente nos estados extremos das emoções que as pessoas cometem ações das quais se arrependem amargamente no minuto seguinte, quando a mente racional começa a reagir. É este o caminho dos crimes passionais, quando se diz que houve “privação dos sentidos”.

Portanto, emoções são sentimentos a se expressarem em impulsos e numa vasta gama de intensidade, gerando idéias, condutas, ações e reações. Quando burilados, equilibrados e bem conduzidos transformam-se em sentimentos elevados, sublimados, tomando-se, aí sim — virtudes.

O livro de Daniel Goleman traz-nos preciosas contribuições que devem ser analisadas à luz da Doutrina Espirita. Observemos, em princípio, o que consideramos a contribuição fundamental de sua obra: a distinção entre inteligência emocional e racional, em que “linguagem” a primeira se manifesta e todas as conseqüências que daí advêm. Mas, iremos analisar, especificamente, o discurso de Jesus, sob esta ótica.

Segundo o autor e conforme mencionamos linhas atrás, Jesus utilizou-se do “vernáculo do coração”, falava, portanto, a linguagem da emoção, e acrescentamos: do sentimento sublimado — por isto se diz que Ele trouxe a Lei de Amor.

Todavia, para a mentalidade racional que impera no Ocidente, nas elites intelectuais, sobretudo, essa mensagem passou a ser vista como sinônimo de psicose, infantilidade, poesia e utopia. Por outro lado, os principais fatores que geraram esse tipo de leitura foram as distorções, as interpolações e mutilações que o Evangelho sofreu e que o transformaram nesse cristianismo dos tempos atuais, muito distante da verdadeira Boa-Nova.

É exatamente no momento crucial em que a Europa, liderada pela França, entroniza a “deusa Razão”, zombando dos valores espirituais cultivados pela religião dominante, que a Terceira Revelação chega à Terra. O Espiritismo veio fazer uma leitura do Evangelho através da razão. Tendo em suas bases a moral cristã em sua pureza primitiva, interpretada, todavia, na linha do raciocínio a fim de que o seu aspecto emocional passe agora pela mente racional e possa ser aceita, assimilada pela mentalidade que prevalece em nossa época.

Cremos que a resistência na aceitação da Doutrina Espírita por parte dos países europeus (e mesmo norte-americanos), deve-se ao fato de não terem conseguido ainda assimilar essa nova mentalidade, pois destacam, de forma predominante, os valores intelectuais, a linha racional, não admitindo a prevalência da emoção ou a sua equiparação com a razão.

A Doutrina Espírita vem colocar o Evangelho do Cristo na linguagem da razão, com explicações racionais, filosóficas e científicas, mas, vejamos bem, sem abandonar, sem deixar de lado o aspecto emocional que é colocado na sua expressão mais alta, tal como o pretendeu Jesus, ou seja o sentimento sublimado, demonstrando assim que o SENTIMENTO E A RAZÃO podem e devem caminhar pela mesma via, pois constituem as duas asas de libertação definitiva do ser humano: O AMOR E A SABEDORIA.

A questão 627 de “O Livro dos Espíritos” traz-nos primorosa síntese das finalidades do Espiritismo e, a certa altura da resposta transmitida pelos Espíritos Superiores afirma: “O ensino dos Espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão. Estamos incumbidos de preparar o reino do bem que Jesus anunciou. Daí a necessidade de que a ninguém seja possível interpretar a lei de Deus ao sabor de suas paixões, nem falsear o sentido de uma lei toda de amor e de caridade.”


sábado, 8 de junho de 2013

RECEIO E DESÂNIMO

RECEIO  E  DESÂNIMO
Francisco Cândido Xavier
        
As tarefas da noite foram precedidas por muitas alegações de receio e desânimo, frente às lutas da vida na atualidade, por parte de dezenas de amigos que nos visitavam. Muitos episódios tristes, muitos casos de¿ provação.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu o item 19 do capítulo XXIV para estudo. E o nosso amigo espiritual, Emmanuel, complementando as lições da noite, escreveu por nosso intermédio a página Vencerás.
Nota – O item citado do capítulo XXIV é um breve comentário de Kardec ao ensino de Jesus: “Se alguém quiser seguir-me, negue-se a si mesmo e tome a sua cruz e siga--me”. O comentário acentua o sentido espiritual desse trecho evangélico, lembrando que enfrentamos na Terra as vicissitudes necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual.
 
VENCERÁS
 
Emmanuel
 
Não desanimes.
Persiste mais um tanto.
Não cultives pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.
Não te impressiones nas dificuldades.
Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia a dia.
Não desistas da paciência.
Não creias em realizações sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.
Não contes vantagens nem fracassos.
Não dramatizes provações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na vida íntima.
Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar. Age auxiliando.
Serve sem apego. E assim vencerás.
 
 
A TÉCNICA DA VITÓRIA
 
Irmão Saulo 
 
Todos sabemos que a vida é uma luta. Não estamos na Terra para sofrer nem para gozar, mas para vencer. Lutamos contra o meio ambiente, contra os desajustes da estrutura social, contra doenças e incompreensões, contra a maldade humana e a agressividade dos elementos, contra as influências espirituais negativas, mas principalmente contra as nossas próprias deficiências, contra as nossas ambições e o nosso egoísmo. O desânimo nos assalta quando nos consideramos injustiçados, esquecidos por Deus, submetidos a penas que não afligem os outros. É o momento em que o nosso egoísmo se manifesta na revolta do orgulho.
O exemplo de Jesus devia lembrar-nos a técnica da vitória. Ele tomou a sua cruz sem nada dever e na hora suprema do sacrifício injusto orou ao Pai em favor dos seus algozes. Alguns dentre nós, mesmo os mais aparentemente evoluídos, poderiam considerar-se mais dignos da atenção de Deus do que Jesus? Ele não nos mandou tomar a nossa cruz e avançar sozinhos, mas segui-la. Porque à frente de todos nós seguiu Ele ao peso da cruz que não merecia. Sua missão era transformar o mundo, salvar os homens da maldade, libertá-los do egoísmo que os fazia arrogantes e impiedosos. Sua técnica não foi a da revolta mas a da resignação e da fé.
Não há dúvida de que a fé pode vacilar no coração do homem que suporta pesadas provas, mormente quando essa fé é apenas emocional e não racional. Mas os que já aprenderam que a vida tem um sentido, tem uma finalidade, e que as provas da vida correspondem às necessidades evolutivas de cada um – devem possuir uma fé mais vigorosa. No meio do torvelinho lembremo-nos de que as forças desencadeadas tendem obrigatoriamente a restabelecer-se no equilíbrio natural. Tudo na vida humana é passageiro, nada permanece para sempre. Por que nos desesperamos quando sopra a ventania, se sabemos que ela passará inevitavelmente?
Emmanuel nos lembra ainda o poder do amor, o maior de todos os poderes, que podemos usar em nossa defesa. A confiança em Deus – pois Deus é amor, como ensinou o apóstolo João – e o conhecimento da lei do amor devem socorrer-nos nas horas de aflição. Usando esses recursos da técnica da vitória, nada temos a temer. Os que se entregam e sucumbem são desertares.

Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires - Espíritos diversos

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O mal do medo


Revista Espírita, outubro de 1858
Problema fisiológico dirigido ao Espírito de São Luís, na sessão da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, de 14 de setembro de 1858.
Leu-se no Moniteur de 26 de novembro de 1857:
"Comunicam-nos o fato seguinte, que vem confirmar as observações já feitas sobre a influência do medo.
"O senhor doutor F... entrou ontem em sua casa depois de fazer algumas visitas aos seus clientes. No seu percurso lhe haviam entregue, como amostra, uma garrafa de excelente rum, autenticamente vindo da Jamaica. O doutor esqueceu na viatura a preciosa garrafa. Mas, algumas horas mais tarde, lembrou-se desse esquecimento e procurou a restituição, onde declarou ao chefe da estação que deixou em um de seus cupês uma garrafa de um veneno muito violento, e o exorta a prevenir os cocheiros para darem a maior atenção em não fazerem uso desse líquido mortal.
"O doutor F... entrara apenas em seu apartamento, quando vieram preveni-lo, a toda pressa, que três cocheiros da estação vizinha sofriam horríveis dores nas entranhas. Teve que se esforçar muito para tranqüilizá-los e persuadi-los de que haviam bebido excelente rum, e que sua indelicadeza não poderia ter conseqüências mais graves além de uma suspensão, infligida imediatamente aos culpados."
1. - São Luís poderia nos dar uma explicação fisiológica dessa transformação das propriedades de uma substância inofensiva? Sabemos que, pela ação magnética, essa transformação pode ocorrer; mas no fato relatado acima, não houve emissão de fluido magnético; só a imaginação atuou e não a vontade.
R. - Vosso raciocínio é muito justo com respeito à imaginação. Mas os Espíritos malignos que levaram esses homens a cometerem esse ato de indelicadeza, fizeram passar no sangue, na matéria, um calafrio de medo que poderíeis chamar calafrio magnético, o qual estende os nervos e causa um frio em certas regiões do corpo. Ora, sabeis que todo frio nas regiões abdominais pode produzir eólicas. É, pois, um meio de punição que, ao mesmo tempo, leva os Espíritos que fizeram cometer o furto, a rirem às custas daqueles que fizeram pecar. Mas, em todos os casos, não se segue a morte: não há senão uma lição para os culpados e prazer para os Espíritos levianos. Também se apressam em recomeçar todas as vezes que a ocasião se lhes apresente; procuram-na mesmo para sua satisfação. Podemos evitar isso (falo por vós), em nos elevando para Deus por pensamentos menos materiais do que aqueles que ocupam o espírito desses homens. Os Espíritos malignos gostam de rir; mantendo-vos em guarda: tal que crê dizer uma coisa agradável diante das pessoas que o cercam, aquele que diverte uma sociedade por seus gracejos ou seus atos, se engana freqüentemente, e mesmo muito freqüentemente, quando crê que tudo isso vem de si. Os Espíritos levianos que o cercam se identificam com ele mesmo e, freqüentemente, alternativamente o enganam sobre seus próprios pensamentos, assim como aqueles que o escutam. Credes, nesse caso, ter pela frente um homem de espírito, ao passo que, com mais freqüência, não é senão um ignorante. Descei em vós mesmos, e julgareis as minhas palavras. Os Espíritos superiores não são, por isso, inimigos da alegria; algumas vezes gostam de rir também para vos ser mais agradáveis; mas cada coisa em seu tempo.
Nota. Dizendo que no fato reportado não havia emissão de fluido magnético talvez estivéssemos inteiramente na verdade. Arriscaremos aqui uma suposição. Sabe-se, como o dissemos, qual transformação das propriedades da matéria pode-se operar pela ação do fluido magnético dirigido pelo pensamento. Ora, não se poderia admitir que, pelo pensamento do médico que quisesse fazer crer na existência de um tóxico, e dar aos gatunos as angústias do envenenamento, ocorrera, embora à distância, uma espécie de magnetização do líquido que teria adquirido novas propriedades, cuja ação encontrar-se-ia corroborada pelo estado moral dos indivíduos, tornados mais impressionáveis pelo medo. Essa teoria não destruiria a de São Luís quanto à intervenção em semelhante circunstância; sabemos que os Espíritos agem fisicamente por meios físicos; podem, pois, se servirem, para cumprirem seus desígnios, daqueles que provocam, ou que nós mesmos lhes fornecemos com o nosso desconhecimento.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Medo

Medo
Decorrente dos referidos fatores sociológicos, das pressões psicológicas,
dos impositivos econômicos, o medo assalta o homem, empurrando-o para a
violência irracional ou amargurando-o em profundos abismos de depressão.
Num contexto social injusto, a insegurança engendra muitos mecanismos
de evasão da realidade, que dilaceram o comportamento humano, anulando,
por fim, as aspirações de beleza, de idealismo, de afetividade da criatura.
Encarcerando-se, cada vez mais, nos receios just ificáveis do
relacionamento instável com as demais pessoas, surgem as ilhas individuais e
grupais para onde fogem os indivíduos, na expectativa de equilibrarem-se,
sobrevivendo ao tumulto e à agressividade, assumindo, sem darem-se conta,
um comportamento alienado, que termina por apresentar-se igualmente
patológico.
As precauções para resguardar-se, poupar a família aos dissabores dos
delinquentes, mantendo os haveres em lugares quase inexpugnáveis, fazem o
homem emparedar-se no lar ou aglomerar-se em clubes com pessoal
selecionado, perdendo a identidade em relação a si mesmo, ao seu próximo e
consumindo-se em conflitos individualistas, a caminho dos desequilíbrios de
grave porte.
Os valores da nossa sociedade encontram-se em xeque, porque são
transitórios.
Há uma momentânea alteração de conteúdo, com a conseqüente perda de
significado.
A nova geração perdeu a confiança nas afirmações do passado e deseja
viver novas experiências ao preço da alucinação, como forma escapista de
superar as pressões que sofre, impondo diferentes experiências.
No âmago das suas violações e protestos, do vilipêndio aos conceitos
anteriores vige o medo que atormenta e submete às suas sombras espessas.
A quantidade expressiva de atemorizados trabalha a qualidade do receio de
cada um, que cresce assustadoramente, comprimindo a personalidade, até que
esta se libere em desregramento agressivo, como forma de escapar à
constrição.
Quem, porém, não consiga seguir a correnteza da nova ordem, fica afogado
no rio volumoso, perde o respeito por si mesmo, aliena-se e sucumbe.
Na luta furiosa, as festas ruidosas, as extravagâncias de conduta, os
desperdícios de moedas e o exibicionismo com que algumas pessoas pensam
vencer os medos íntimos, apenas se transformam em lâminas baças de vidro
pelas quais observam a vida sempre distorcida, face à óptica incorreta que se
permitem. São atitudes patológicas decorrentes da fragilidade emocional para
enfrentar os desafios externos e internos.
A consumação da sociedade moderna é a história da desídia do homem em
si mesmo, enlanguescido pelos excessos ou esfogueado pelos desejos
absurdos.
Adaptando-se às sombras dominadoras da insensatez, neglicencia o
sentido ético gerador da paz.
A anarquia então impera, numa volúpia destrutiva, tentando apagar as
memórias do ontem, enquanto implanta a tirania do desconcerto.
Os seus vultos expressivos são imaturos e alucinados, em cuja rebelião
16
pairam o oportunismo e a avidez.
Procedentes dos guetos morais, querem reverter a ordem que os apavora,
revolucionando com atrevimento, face ao insólito, o comportamento vigente.
Os antigos ídolos, que condenaram a década de 20 e 30 como a da
“geração perdida”, produziram a atual “era da insegurança”, na qual
malograram as profecias exageradamente otimistas dos apaniguados do prazer
em exaustão, fabricando os super-homens da mídia que, em análise última,
são mais frágeis do que os seus adoradores, pois que não passam de heróis
da frustração.
Guindados às posições de liderança, descambaram, esses novos
condutores, em lamentáveis desditas, consumidos pelas drogas, vencidos
pelas enfermidades ainda não controladas, pelos suicídios discretos ou
espetaculares.
A alucinação generalizada certamente aumenta o medo nos temperamentos
frágeis, nas constituições emocionais de pouca resistência, de começo, no
indivíduo, depois, na sociedade.
Esta é uma sociedade amedrontada.
As gerações anteriores também cultivaram os seus medos de origem
atávica e de receios ocasionais.
O excesso de tecnicismo com a correspondente ausência de solidariedade
humana produziram a avalanche dos receios.
A superpopulação tomando os espaços e a tecnologia reduzindo as
distâncias arrebataram a fictícia segurança individual, que os grupos passaram
a controlar, e as conseqüências da insânia que cresce são imprevistas.
Urge uma revisão de conceitos, uma mudança de conduta, um reestudo da
coragem para a imediata aplicação no organismo social e individual necrosado.
Todavia, é no cerne do ser — o Espírito — que se encontram as causas
matrizes desse inimigo rude da vida, que é o medo.
Os fenômenos fóbicos procedem das experiências passadas —
reencarnações fracassadas —, nas quais a culpa não foi liberada, face ao
crime haver permanecido oculto, ou dissimulado, ou não justiçado,
transferindo-se a consciência faltosa para posterior regularização.
Ocorrências de grande impacto negativo, pavores, urdi-duras perversas,
homicídios programados com requintes de crueldade, traições infames sob
disfarces de sorrisos produziram a atual consciência de culpa, de que padecem
muitos atemorizados de hoje, no inter-relacionamento pessoal.
Outrossim, catalépticos sepultados vivos, que despertaram na tumba e
vieram a falecer depois, por falta de oxigênio, reencarnam-se vitimados pelas
profundas claustrofobias, vivendo em precárias condições de sanidade mental.
O medo é fator dissolvente na organização psíquica do homem,
predispondo-o, por somatização, a enfermidades diversas que aguardam
correta diagnose e específica terapêutica.
À medida que a consciência se expande e o indivíduo se abriga na fé
religiosa racional, na certeza da sua imortalidade, ele se liberta, se agiganta,
recupera a identidade e humaniza-se definitivamente, vencendo o medo e os
seus sequazes, sejam de ontem ou de agora.

O Homem Integral
Divaldo/Joana de Angelis