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quinta-feira, 26 de maio de 2016

Limites e Educação


Observa-se, frequentemente, as dificuldades sentidas pelos pais no processo de imposição de limites aos seus filhos. O receio do modelo autoritário, adotado no passado, aliado ao tempo reduzido de convivência tornam essa tarefa quase uma tortura para alguns pais e mães.
Em nossa caminhada como trabalhadores espíritas e educadores, percebemos  a busca de pais e mães que desejam ter a segurança quanto ao momento ideal para intervir.
O espírito Camilo, na obra Desafios da Educação, dá-nos dicas valiosas para a resolução desses questionamentos:
Podem as tendências inatas negativas ser trabalhadas e superadas pelo processo educativo? Até que limite?
R: Sim, podem, uma vez que um programa educacional bem urdido se propõe a levar o educando a essa superação, já que educar é a arte de formar caracteres, conforme as expressões de Allan Kardec.
Quanto mais dócil às investidas educacionais é o espírito, mais distante se achará esse limite. Deparar-nos-emos com o limite apresentado pelos indivíduos na faixa em que a educação começar a tocar em áreas íntimas e em situações-problemas que eles não queiram ou não possam modificar, ainda, por fragilidade do caráter.
Na criança tal limite será encontrado, não por iniciativa dela mesma de não querer modificar-se, mas, no ponto em que as referidas tendências estiverem profundamente encravadas em velhos vícios, enraizados na individualidade há milênios, carecendo de muito tempo, e, às vezes, mais de uma reencarnação, para serem superadas definitivamente. É claro que a persistente e nobre educação vai diminuindo, com o passar do tempo, a intensidade da dificuldade.


 http://www.dij.febnet.org.br/familia/familia_novos_desafios/limites-e-educacao/

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O CHOQUE DO RETORNO



Importante é notar que quando se agride a uma pessoa, em qualquer nível, ou por qualquer razão, é lei divina que se está desatendendo, embora a agressão possa ter sido dirigida a essa ou àquela pessoa.

Logo, mesmo quando o agredido consegue perdoar, mantendo-se íntegro e pacificado pela desenvolvida indulgência, caberá ao ofensor dar conta do seu desequilíbrio ante à Consciência Cósmica, contra a qual agiu. A ação das leis divinas é francamente educativa, permitindo que cada filho do Grande Pai se recomponha para a felicidade, que é inalienável destino.

Sabemos que enquanto não desaparecerem os últimos vestígios da agressão, dos desatinos contra os preceitos das leis superiores do Criador, a expiação consistirá nos sofrimentos físicos e morais que lhe sejam conseqüentes, tanto na atual romagem corporal, quanto na vida do Além, podendo, ainda, prosseguir na busca do equilíbrio em outras reencarnações.

Diante das várias reflexões a respeito da vida, das agressões e da lei do retorno, seria muito importante que a pessoa envidasse esforços por educar os sentimentos, o temperamento, disciplinando a sua vida mental, deixando, assim, aos poucos, de encontrar motivos de cometer agressões, passando a pensar a vida e vivê-la com entusiasmo, com fraternidade, fazendo ao semelhante tudo quanto gostaria que ele lhe fizesse, como ensinou o Homem de Nazaré.


Camilo psicografia de Raul Teixeira

Choras Teus Mortos?



Permitiu Deus que te libertasses antes de mim e eu disso me não poderia queixar sem egoísmo, porquanto fora querer-te sujeito ainda às penas e sofrimentos da vida. Espero, pois, resignado, o momento de nos reunirmos de novo no mundo mais venturoso no qual me precedeste.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, item 63.

Sim, naturalmente, a morte dos seres queridos tem o poder de transtornar os sentimentos humanos.

Evidentemente, o fenômeno da morte, ou desencarnação, ainda prova no mundo incomensuráveis padecimentos, que costumam hebetar a pessoa, mormente quando ela, não dispondo dos conhecimentos da Vida Imperecível, imagina seja a morte o fim absoluto da querida convivência dos que se prezam, dos que se amam.

Muito embora a lágrima sentida ocupe o seu lugar, quando desses transes difíceis, faz-se necessário atentar para os excessos, que são, sem dúvida, expressões da mente bloqueada ou da alma emparedada em ignorância desarticuladora, impedindo-se de pensar mais alto.

Há familiares que se desesperam de tal modo, ante a morte, que mais parecem descarregar as quotas de remorsos para com o desencarnado, do que propriamente saudade ou ternura.

Há casos de tamanha revolta, diante da lei que não tem exceção, que passam a acusar, sem que se apercebam, os afetos trespassados, como responsáveis por seus sofrimentos.

Há situações em que familiares e amigos, num processo inconsciente de autopiedade, valem-se do passamento dos entes caros, a fim de exteriorizar a carência afetiva que os caracteriza. Não pensam claramente no morto, mas, em si mesmos, elastecendo o sofrimento, atraindo para si as atenções e cuidados gerais.

Pára e pensa, pois, nessas questões.

Não obstante a morte imponha amargura e dor, frustração e lágrimas naqueles que ficam, nas lides da atividade carnal, vale a pena estejas vigilante, para que o egoísmo milenário, mimético e torpe, não se imiscua nos teus sentimentos verdadeiros.

Cultiva, então, o bom senso.

Sofre e chora sem que o teu sofrimento perturbe os outros, e sem que tuas lágrimas traiam teus desejos íntimos de afago, na descompensação em que te achas.

Aprende a sofrer retirando bom aproveitamento do padecer, amadurecendo, superando-te, para que as tuas provações ou expiações humanas, de fato, façam-te avançar para Deus, e não te aguilhoem aos postes morais do indivíduo espiritualmente pigmeu.

Choras por teus mortos? Então, faze desse pranto um aceno de ternura e um bilhete de paz, onde tu digas aos amores desencarnados:

Até breve; que Deus te abençoe, ser querido!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Influência paralisante

Influência paralisante

A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo.



(O Livro dos Médiuns, 2.a parte, cap. XXIII, item 240, § 1.o)



Sem desconsiderarmos os casos de patologias que agem sobre os centros da motricidade de certos indivíduos, fazendo-os ancilosados, mencionamos um gênero de perturbação obsessiva, que vem, sem dúvida, dominando companheiros desavisados ou desassisados que, gradualmente, se aprofundam em miasmas infelizes, sem que disso se apercebam.

Referimo-nos ao que poderíamos chamar de obsessão anestesiante.

É válida a consideração pelos anestésicos, quando eles representam conquistas abençoadas do progresso do mundo, objetivando o impedimento das dores torturantes. Entretanto, identificamos outros tipos de substâncias, trabalhadas por psiquismos cruéis e infelicitadores que, quando assimiladas pela alma, têm o poder de detê-las na caminhada para a frente.

Variados têm sido os que se deixam conduzir pelas influências narcóticas de muitas mentes atreladas ao mal ou ao marasmo, do Mundo Invisível, naturalmente desleixados com relação à vigilância íntima, realizando seus afazeres, quando os realizam, como quem se desincumbe de um fardo pesado e difícil, mas não como quem participa do alevantamento espiritual da Humanidade.

Encontram-se elementos que se acostumaram a deixar tudo para que seja feito amanhã, quando o dia de hoje pede disposição e não adiamento.

Ninguém pode, em sanidade de consciência, afirmar que estará no corpo somático no dia seguinte. Temos aí, então, maior razão para que não retardemos os labores que têm regime de urgência em nossa pauta de tarefas.

Diversos irmãos da Terra, portadores de enorme quota de má vontade ou deixando as próprias mentes mergulhadas na displicência, são envolvidos nos vapores letárgicos, paralisantes, que impedem a continuidade dinâmica da obra sob seus cuidados.

Há sempre uma providência que se pode procrastinar.

Surgem problemas a solucionar na esfera de renovação do Espírito, sempre postergados, sem que os companheiros se deem conta de que poderão estar sendo minados por fluidos anestesiantes da vontade.

Uma vez que não puderam impedir que muitas criaturas aceitassem e desejassem servir na Seara do Cristo, Entidades do Além, inimigas do progresso e da luz, que não se dão por vencidas com a primeira perda, fazem com que esses mesmos indivíduos não se movimentem no bem, que tem caráter de premência e que depende tão somente da boa vontade dos lidadores. Estão no movimento do bem, mas não atuam com o bem, o que é sempre lastimável.

Não fazemos apologia das neuroses da pressa. Não estamos aconselhando desequilíbrios e irreflexão, seriamente comprometedores. Estamos, isto sim, conclamando aos que costumam meditar nas questões da alma, para que não se permitam o amolentamento, a preguiça, a pachorra, em pleno labor de Jesus, quando da Terra inteira se erguem gritos de imensa necessidade de equilíbrio e de paz.

*   *   *

É importante cuidar do corpo, repousar, quando os trabalhos imponham desgastes. É da Lei Divina.

Se o problema é de enfermidade física ou estafa orgânica ou mental, é justo se providencie o devido tratamento.

O que não nos cabe fomentar ou aplaudir é a postura dos que estão sempre esgotados, por pouco ou nada que façam, exigindo largos períodos de estacionamento, e, quando se decidem por algo fazer, demoram sem rendimento positivo, complicam a atividade geral, francamente embriagados por energias anestesiantes que, ameaçadoramente, têm tomado em seu bojo a muitos seareiros irrefletidos, preparando-lhes grandes tormentos de remorsos e angústias para logo mais, quando a hora propícia e ideal para o trabalho do bem já houver passado.

Quando sintas que, não obstante o repouso, não tens ânimo para as leituras e que fazeres edificantes, ou quando a sonolência tornar-se presença comum em suas horas de estudo ou de necessária atenção aos chamados do Infinito, ergue a tua oração e roga dos Benfeitores Celestes o socorro, a assistência de que careças, a fim de te desviares desses dardos morbíficos que se destinam a retardar a ação do bem na Terra, produzindo narcose nos combatentes invigilantes, exatamente porque esse bem, em última análise, é a atuação de Jesus Cristo reafirmando o Seu amor a todos nós, ovelhas desgarradas do Seu rebanho, da esperança e da ação.

Camilo.

Psicografia de J. Raul Teixeira.

Em 05.07.2010.
      

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Cristo reina!

Cristo reina!

Na Terra, vivem-se momentos de importantes transformações que influem sobre os indivíduos que, por seu turno, igualmente, se inscrevem no contexto das transmutações de si mesmos.
O hálito de Jesus Cristo envolve o mundo, sem dúvida, e Ele convoca Seus discípulos para o trabalho de redenção humana, pela via do amor.
Pelo orbe, pervagando os caminhos de todos, a loucura infanticida aterroriza; porém, Jesus reúne grupos de almas que se dedicam a salvar muitos dos recém chegados à atmosfera terrena, com boa-vontade e ternura.
Vêem-se quadros de abandono infantil em toda parte, entretanto, Jesus organiza falanges de devotados espíritos que se empenham em adotar e orientar, alimentar e manter crianças atingidas pela friagem de tantos corações.
Acompanham-se os que se agregam às indústrias da morte, mas um número imenso de lidadores ajusta-se às empresas da vida, em nome do Senhor.
Descobre-se o egoísmo a explorar comunidades inteiras dos menos afortunados de cultura intelectual, espalhando a miséria; entanto, o Cristo, sobrepujando o mal passageiro, prepara homens e mulheres que conduzem, ensinam, servem e amam, desinteressadamente, os irmãos do caminho.
Muitos entoam as cantilenas da guerra e da desagregação, enquanto o Mestre tem Seus servidores da paz e da construção do bem, difundindo luz sobre o Planeta.
Tantos seguem frios, indiferentes, desajustando-se na praça do gozo intérmino das sensações grosseiras; porém, Cristo arrebanha os Seus seguidores, dispostos e fiéis, aquecidos pela fraternidade que lhes propicia emoções sutis, que os aproxima do Reino, estendendo harmonias no mundo.
Deficientes físicos e doentes mentais acham apoio e proteção, sob o patrocínio Dele.
Macróbios desditosos encontram novo lar de afeto, sob a égide Dele.
Indigentes das sarjetas recebem assistência fraterna nas noites de abandono, sob inspiração Dele.
Governantes de sociedades e de povos se reúnem para o diálogo, nas decisões graves do momento humano, sob os auspícios Dele.
Almas delicadas que saem a servir, renunciando às próprias vidas para dá-las aos outros, fazem-no por amor a Ele.
Cristo reina sempre!
Em todas e quaisquer cogitações planetárias, somente Nele tem-se roteiro seguro para seguir-se em frente, firmemente.
Por mais se discuta sobre Sua figura excelsa, contra ou a favor, a realidade é que Jesus prossegue a Estrela fulgurante na noite caliginosa da Humanidade, anunciando a Boa Nova do Seu Natal, capaz de penetrar e sensibilizar, ativar e clarificar o âmago de todos aqueles que, mergulhados nas difíceis lutas da Terra, fazem-se homens de boa-vontade, espalhando bênçãos em Seu Nome.
Camilo
Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, em 15.10.1986, na Sociedade Espírita Fraternidade – Niterói – RJ.
Publicada no Jornal Mundo Espírita de dezembro de 1986.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Nossos Filhos Especiais

Nossos Filhos Especiais

Qual deve ser o comportamento dos pais perante o filho que nasce portando deficiências físicas ou mentais? É possível desenvolver-se uma vida saudável ao lado dessas criaturas?
Embora as compreensíveis frustrações que costumam invadir a alma dos pais de filhos portadores de deficiências quaisquer, a certeza divina deve ser para eles o grande arrimo, o indispensável consolo.
Conscientes de que não há injustiçados pelas leis de Deus sobre a Terra, o problema com que seus filhos se acham assinalados está na pauta da lei de causalidade. Na certeza de que "o Pai não dá pedra ao filho que pede pão", reconhecerá que se essas crianças renasceram sob seus cuidados pater-maternais, é porque eles, os ajudaram na marcha dos equívocos, de múltiplas formas, ou porque prometeram no mundo espiritual dar-lhes amparo, orientação, mão amiga, a fim de que atravessassem as estradas das expiações com real aproveitamento das limitações.
Importante é que esses pais, com filhos seriamente limitados, por isto profundamente dependentes de cuidados, sensibilizem-se perante os filhinhos carentes e muito amados, interpretando-os como pedras preciosas que o Criador colocou sob seus cuidados, sob seus desvelos, de modo a transformá-las em gemas rutilantes, valiosas, glorificando a vida.
Pais existem que são levados pelas leis da vida ao sacrifício, profundamente doloroso, de atuarem junto a filhos com inclinações criminosas, outros viciosos, outros atormentados da sexualidade transformando a reencarnação num escândalo, e outros mais em que se reúnem todos esses infelizes traços. Como falar-se de problemas de filhos lesados biológica ou mentalmente, perto desses outros pais que têm herdeiros de corpos perfeitos, às vezes de linhas modelares, de almas corroídas e ações corrompidas, contudo?
Como cada pai e mãe defrontam seus compromissos ante as augustas leis de Deus? A vida junto aos filhos portadores de deficiência se mostrará tão normal quanto o permitam a maturidade e a visão do mundo que tenham; serão tão felizes quanto se sintam cooperadores de Deus, enquanto crescem, a seu turno, para o Grande Amanhã, quando se encontrarão em plenitude de saúde e harmonia com os filhos redimidos, sadios, felizes.

Espírito: Camilo
Psicografado por Raul Teixeira

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Há Tempo Ainda - Camilo/ Raul Teixeira

Há Tempo Ainda - Camilo/ Raul Teixeira


HÁ TEMPO AINDA – CAMILO/ RAUL TEIXEIRA

Dirijo-me a ti, sejas tu mulher-mãe ou homem-pai, a fim de que, juntos, alinhavemos algumas considerações a respeito do filho ou da filha que o Criador da Vida te concedeu, para que possas cooperar no processo de sua condução à felicidade.
Sabes, seja pelas informações da tua filosofia religiosa ou através dos teus pensares preocupados, que tens nobres quão graves compromissos com a alma conduzida aos teus cuidados.
Se te devotares, realmente, a esse labor, serás capaz de dar bom termo aos deveres aceitos por ti, desde os tempos em que te achavas no Mundo dos Espíritos.
Em verdade, não conheces, essencialmente, a intimidade do ser que te foi apresentado como filho ou filha. Em cada momento da convivência com essa criatura posta sob tua responsabilidade, vais te assenhoreando, pouco a pouco, das peculiaridades gerais que o caracterizam. Percebes, então, no contato continuado com tua cria, o quanto ela traz de surpreendente, de grandioso ou degradante, no comportamento que exterioriza.
Não sabes, é bem verdade, de que experiências procedem teus filhos. Ignoras quais sejam as bagagens que trazem no imo do ser. Nenhuma notícia obtiveste a respeito dos arquivos pretéritos dos teus rebentos. Podem estar renascidos no teu lar criaturas com características de Rasputin ou de Francisco de Assis, de Messalina ou de Teresa de Ávila, de Calígula ou de Gandhi, de San Martín ou de Napoleão. Cada um chega para a convivência contigo, para o teu envolvimento, portando bagagens bem-aventuradas ou desafortunadas, que se constituíram ao longo do tempo, transformadas, hoje, na auto-herança, o que bem se pode entender como o “pecado original”, referido nos textos da Bíblia judaica, uma vez que ninguém herda erros ou virtudes de quem quer que seja, mas de si próprios. Tanto os tormentos íntimos quanto as excelentes virtudes procedem do passado espiritual do próprio indivíduo.                                               
*   *   *
Com base nessas considerações, dedica-te a observar, ó pai, ó mãe, as marcas morais dos teus pequenos, procurando identificar, do melhor modo possível, o caráter desses seres que Deus destinou aos teus braços dedicados, aos teus cuidados responsáveis.
Desconhecendo a intimidade da tua criança, trabalharás como psicólogo doméstico, quase nunca com êxito, se ignoras que ela não passa de um Espírito reencarnado chegado ao mundo com necessidades evolutivas de vulto.
Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Indagar-te-á o Criador, no âmago da tua consciência. E terás dificuldade para justificar qualquer displicência ou postura inadvertida, tendo agido como “laissez-faire” perante os necessários deveres não atendidos.
Importante, meu irmão ou minha irmã, que, ao te postares diante do teu filho no empenho de educá-lo, agora identificado com sua realidade de um ser encarnado, tenhas atenção cuidadosa para com os materiais que utilizarás para influenciar sobre seus destinos, que o Criador conta que sejam elementos positivos.
No que se refira ao campo profissional, procura não induzi-lo a centralizar seu pensamento no dinheiro que poderá ganhar, uma vez que podes verificar que a profissionalização do indivíduo na sociedade exprime as possibilidades de que se exercite no espírito de cooperação com o progresso social. Ensina-lhe que o dinheiro é necessário à vida no mundo, mas que o propósito fundamental do labor profissional deve ser o da utilidade, pondo sempre as realizações de “César” a serviço de Deus. Aí, então, o trabalho dar-lhe-á grandeza d´alma e valor social, sob a tua amadurecida orientação.
Na esfera da vida social, necessário é que aprenda a respeitar as leis constituídas, a respeitar também os semelhantes, sejam crianças ou jovens como ele próprio, sejam pessoas maduras ou idosas. Busca sensibilizá-lo para o exercício da fraternidade, para que se dedique a fazer amigos, mantendo sua alegria de viver, nos planos da dignidade ética, da nobreza moral, passando a compreender que os maus exemplos dos outros não devem servir-lhe de exemplos. Insufla-lhe, por meio da tua própria vivência, o amor à verdade, o trato permanente com a honestidade, para que não venha a guardar remorsos e vários outros conflitos que perturbam a alma.
No convívio contigo, trata de acompanhar de perto teu filho ou tua filha, desenvolvendo neles, desde a fase infantil, o costume do diálogo, da confiança recíproca. Não atires tua criança aos excessos de qualquer teor. Esforça-te, consciente quanto és dos percalços do caminho humano, para não expor seus corpos desnudados à vaidade, seja em nome da moda contemporânea, seja por mero exibicionismo que recolhe os aplausos mentirosos da excitação, aplausos que costumam agradar aos pais e abrir agigantados fossos morais para o futuro. Nesses eventos se ocultam as garras poderosas e babosas da pedofilia que não poupará teu filho, quer física quer psiquicamente.
Trabalha em teu rebento os valores positivos que nele encontres. Dá-lhe reforços felicitadores dizendo que gostaste de alguma atitude, de alguma realização de sua autoria. Confirma que ele foi feliz nesse ou noutro lance do caminho, não deixando de lado tal ensejo. Não justifiques que ele não fez mais do que a própria obrigação, uma vez que conheces agigantado número de pessoas que, mundo afora, não cumpre os próprios deveres. Então, torna-se indispensável incentivar esse valor onde e quando ele apareça.
Vale também ouvir suas idéias e opiniões, ainda quando se mostrem imaturas, ainda quando não te pareçam racionais ou próprias para a questão em apreço. Concede-lhe, por tua vez, o direito de discordar dos teus pontos de vista, substituindo o poder do autoritarismo violento pela autoridade, naturalmente construída no dia-a-dia do respeito, da amizade, posto que te tornarás o amigo mais próximo do teu rebento.
Ouve os teus filhos com respeito e fala-lhes sobre o que pensas e porque pensas, expressando a tua experiência de vida, a tua maturidade estruturada ao longo dos anos de incontáveis refregas cotidianas, admitindo que eles têm seus próprios pensamentos e que trazem na intimidade espiritual os indícios dos caminhos que deverão seguir, quando detenham maturação para fazê-lo.          
*   *   *
No âmbito da vida íntima, acompanha as inclinações de cada filho e, caso percebas e constates que são tristes, deprimidos, ansiosos, trabalha para dar-lhes o devido apoio, o que muitas vezes lhe indicará a necessidade de algum profissional compatível com o tipo de dificuldade que apresente. Se se apresentarem sinais de uma sexualidade nada convencional, evita aturdir-te como se já fosse o fim do mundo.
Identificando em teu filho, ou em tua filha, expressões de voracidade sexual, posturas sexuais inversivas ou apatias sexuais, pensa na melhor forma de auxiliá-lo, resguardando-o, porém, com teu atencioso carinho, evitando expô-lo nas vitrinas dos escândalos, resistindo aos pruridos do orgulho que costumam indicar posições violentas, sejam de indiferença, sejam de agressividade.
Vale a pena buscar entendê-lo sem repressões, orientá-lo apoiado na tua própria experiência vivencial. Caso haja manifestações da homossexualidade ou da heterossexualidade atormentadas, saibas que ambas te requisitam cautela na abordagem. Pedem-te o acompanhamento seguro da amizade e do respeito, no empenho de diluir ao máximo qualquer dificuldade dessas manifestações proveniente. Não o achincalhes, não lances mão da agressividade; evita constrangê-lo com chistes ou troças francamente dispensáveis e anacrônicas. Cada pessoa sabe o que sente e como sente, mesmo que, muitas vezes, não saiba explicar a procedência do que registra, a origem de seus conflitos.
Convicto de que é exceção no mundo o número dos que estão indenes aos desarranjos da vida sexual, respeita teus filhos, quando estejam atravessando fases complexas ou torturantes no campo da sua sexualidade, ouvindo-os, sentindo-os, seguindo com eles estrada afora, auxiliando-os no terreno da definição emocional, mesmo que com lágrimas ou dores morais, certo de que ainda há tempo de contribuíres para o mundo melhor que todos anelamos, exatamente porque Deus confiou em ti, pai ou mãe, entregando-te um ou mais dos Seus filhos amados, em fase de reconstrução interior, na rota da felicidade.
Medita, pois, sobre tudo o que tens permitido enredar os teus filhos na caminhada terrena. Reflete quanto à qualidade de tudo isso e aprende a interferir para iluminar, a agir para renovar, a opinar para reerguer do chão planetário a ti mesmo e aos teus irmãos, colocados ao teu lado na condição de filho ou filha pelos vínculos corporais.
É ainda tempo de confirmar que a páter-maternidade é um dignificante quão abençoado exercício de cooperação com as terrenas leis do nosso Criador.

(Mensagem do espírito Camilo, psicografada pelo médium Raul Teixeira,
em 18.02.2004, na Sociedade Espírita Esperança, em Amparo-SP.)

Ainda a Alcoolomania

Ainda a Alcoolomania
Camilo (espírito)
"Servirá de escusa aos atos
reprováveis o ser devido à embriaguez a
aberração das faculdades intelectuais?"
"Não, porque foi voluntariamente
que o ébrio se privou da sua razão, para
satisfazer a paixões brutais. Em vez de uma
falta, comete duas."
(O Livro dos Espíritos, parte 3ª, cap. X, perg. 848)
Não têm sido poucas as justificativas buscadas por um enorme contingente de indivíduos, para absolverem o vício da ingestão de bebidas em suas práticas usuais. É mais do que compreensível a procedência dessas escusas, tendo-se em conta que todos sabem, à saciedade, dos problemas variados que os alcoólicos são capazes de promover sobre a saúde física e social.
Por mais paradoxal que seja, vemos todos os dias e há muito tempo, pessoas vinculadas às mais variadas crenças provenientes do Movimento Cristão à procura de explicações em apoio do seu vício alcoólico.
Dizem muitos que nada há que os impeça de sorver suas bebidas, uma vez que bebem apenas socialmente. Não podem ser considerados alcoólatras, afirmam...
Vários outros alegam que a sua crença nada lhes proíbe, por isso nada deve relacionar a sua fé aos costumes inocentes, mantidos para a sua alegria e satisfação...
Alguns se baseiam no fato de que tomam suas doses em casa, e, dessa forma, estão justificados, porque não incomodam a ninguém...
Diversos têm responsabilidades declaradas nos campos da orientação cristã, asseveram que não são "ortodoxos" ou que não se podem deixar "fanatizar", esquecidos ou ignorando que ser ortodoxo é exatamente ser fiel à crença professada em todos os seus pontos e que, se é importante não fanatizar-se pela crença, será bem mais importante que não se deixe fanatizar pelo vício.
Muitos são os que, mais atormentados na busca de uma retumbante legitimação para a aloolofilia, chegam a afirmar que "até Jesus bebeu...", uma vez que não logrando alevantar-se até os exemplos nobilíssimos do Divino Modelo e Guia da Humanidade, levianamente tentam baixá-Lo até os caminhos de intemperança e morbidez em que transitam.
Surgem defesas apaixonadas e argumentos esdrúxulos, sofismáticos mesmo. Observamos, porém, que o vício, seja praticado de que maneira for e onde for e por quem for, jamais deixará de ser um vício, necessitando ser expurgado, a fim de que se reerga o indivíduo a ele submetido, para alcançar seus verdadeiros caminhos de renovação e júbilo.
Esteja o álcool utilizado como costume social, doméstico, particular ou isolado, como se deseja situá-lo, sendo algo completamente dispensável para a vida da pessoa, estabelecerá o que se chama de alcoolismo crônico, que é o hábito de consumação de etílicos variados, como aguardentes, cidras vinhos e cervejas, ainda que em doses moderadas, toda vez que os indivíduos não consigam passar sem eles.
Sem dúvida, na esteira de todo e qualquer vício alimentado por qualquer classe de pessoas, estarão sempre atuantes as influenciações obsessivas, detendo os seus usuários em regime de morna posição psíquica, entre a indecisão de mudar ou manter-se como está, e, em razão das fortes relações humanas com o 'homem velho', costumeiramente se decidem por manter o processo, procurando, então, novas escusas, até chegarem ao ponto de afirmarem que "já assumiram o hábito... e pronto..."
Nesses caminhos em que o vício se apresenta como coisa assumida, há os que fazem questão de se mostrarem indiferentes a quaisquer avisos do bom senso, sinalizando com a liberdade própria, enquanto outros fazem questão de debochar dos que pregam virtudes, desafiando-os com a grotesca exibição de suas mazelas, tão logo acabam de ouvir ou de ler qualquer orientação salutar.
Como as Leis de Deus, ínsitas no âmago de cada um, não deixarão de realizar seus labores, todos se enfrentarão, mais hoje, mais amanhã, a fim de revisarem os prejuízos que provocarem sobre a economia psíquica e orgânica, na medida dos próprios conhecimentos e do entendimento que mantinham de tudo, considerando-se as descoordenações motoras, que caracterizam perturbações neurológicas ou os desajustes psíquicos, mostrados na explosão de alegrias, de exuberância ou de prostração ou tristeza, violência e loucura a que a alcoolomania dá lugar.
*
É curioso e estranho mesmo como a opinião pública se aglutina para lutar contra a maconha, o haxixe, a cocaína e outros destruidores da vida equilibrada, por meio de vastas propagandas, de coerção policial, de palestras e demonstrações diversas, por todos os meios de comunicação, recebendo com festas e com as mesmas portas propagandísticas de alcance da massa a difusão alcoólica. Esse veneno físico e moral vem participando das festividades domésticas como das religiões, desde épocas distanciadas no tempo. Essa droga terrível, sob disfarces ou declaradamente, tem contado com os aplausos mais delirantes ou com a aceitação mais explícita das famílias e de muitos homens e mulheres ligados aos movimentos da fé cristã, embora não encontrem qualquer apoio ou incentivo nos textos cristãos, em que se dizem embasar, para a manutenção do "status" do alcoolismo.
*
Há que precaver-se aquele que labora na mediunidade sob a orientação do Espiritismo. Cabe ao médium a suave e permanente vigilância para que o vício, disfarçado, justificado, não logre, sorrateiramente, destruir as suas resistências morais e corporais.
Como o Espiritismo é uma doutrina de lógica e de bom senso, sugere aos seus seguidores o ajustamento a esses padrões, começando, em tais casos, a perguntar-se sobre qual a utilidade de tais usos em seus regimes e dietas. Em que lhes serve, verazmente, o uso de alcoólicos? Não encontrando porquê, deverá lutar para abrir mão do que não lhe vale nada, do que não representa nenhum valor para sua vida íntima.
Beber alcoólicos somente para ter ou fazer companhias sociais, ou para que tenham estímulos artificiais para a coragem ou para o que for, poderá significar muito tempo de tormentas e de frustrações, nas indispensáveis reparações do corpo e da mente, em função desses suicídios que se vão cometendo à sombra de mil e uma falácias que inebriam os ouvidos com frases de efeito, bem arrumadas, mas que não conseguem acalmar a consciência, onde pulsam as Sublimes Leis.
Abre mão, assim, lidador da mediunidade, dos requintados ou comuns alcoólicos, seja em que regime for, pois um veneno letal não deixará de sê-lo, quando se apresenta em recipiente de cristal, ou quando ministrado em doses diminutas e espaçadas. Com o tempo alcançará seus efeitos: destruir.
Busca, na compreensão espírita, a resistência, as energias de que careças para dizer "não" aos vícios de quaisquer naturezas e sê feliz, de consciência lúcida e corpo liberado dos tóxicos, pondo tuas mãos sempre operosas nos labores do Bem.
(Texto extraído do Livro: Correnteza de Luz – capítulo 12 – J. Raul Teixeira – pelo espírito Camilo – Ed. Frater)