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sábado, 8 de setembro de 2012

Desobsessão Coletiva


SÉRGIO THIESEN-Revista o Reformador Dezembro de 1999
“Qual é o teu nome?” — indaga Jesus. Responde--lhe: “O meu nome é
Legião, porque somos muitos.” E lhe imploravam com insistência que não os
mandasse para fora daquela região (Gerasa). (Marcos, 5:9-10).
Obsessão é o maior flagelo da Humanidade. Os vínculos dolorosos
estabelecidos na Eternidade entre as almas que vivem no Planeta surgiram e se
perpetuam há milênios, aprisionando-as entre si e caracterizando a massa de
Espíritos que aqui reside como primitiva. Com raízes no egoísmo desenfreado,
vivemos ainda imersos em sombras que atuam tanto nos indivíduos como nas
coletividades, instituições, famílias, cidades, povos, obstaculizando os anseios
incipientes de redenção e libertação.
Na Codificação, Kardec estuda a obsessão em “O Livro dos Médiuns”, no
capítulo XXIII, enfocando aqueles casos em que os médiuns eram obsidiados e
como se devia fazer para evitá-la ou combatê-la, fossem casos simples, de
fascinação ou subjugação.
Em obras complementares, André Luiz estuda o assunto com detalhes,
publicando até mesmo uma obra específica, de título “Desobsessão”, em 1946.
Por todo o Brasil, nos Centros Espíritas, vão surgindo reuniões mediúnicas
voltadas para o seu tratamento, caracterizando-se pelo diálogo fraterno e o
esclarecimento dos obsessores trazidos pelos mentores espirituais, que se
manifestam através da psicofonia. Hermínio C. Miranda em “Diálogo com as
Sombras”, de 1979, aprofunda o tema valorizando ainda mais a doutrinação e o
atendimento individualizado.
Nas obras de André Luiz, pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier,
bem como nas de autores espirituais como Manoel Philomeno de Miranda, há
referência às manifestações de grupos de Espíritos vinculados a certos casos por
eles narrados.
Durante sucessivos anos de experiência em reuniões de desobsessão,
notamos, em muitos casos, a presença de grupos maiores ou menores de
Espíritos que eram identificados pelo autor e por médiuns videntes como sendo
os responsáveis pela influência nociva sobre os doentes atendidos.
Em todos esses casos havia ou não a manifestação pela psicofonia de
uma das entidades que fazia parte do grupo e do processo obsessivo. A partir
dos primeiros casos fomos desenvolvendo algumas técnicas para atender não
apenas ao Espírito comunicante (quando este se manifestava, “representando”
os demais) mas a todo o grupo coletivamente. Estas foram sendo testadas e na
medida que podiam ser repetidas em situações semelhantes com resultados
igualmente positivos, foram sendo incorporadas como recursos de tratamento.
Passamos ao estudo de alguns casos ou situações que exemplificam a
necessidade de se atentar para o coletivo, multiplicando os benefícios do atendimento.
Muitas vezes comparece ou é trazida entidade que desencarnou
violentamente como vítima de guerra. São Espíritos que, passado um tempo
maior ou menor desde o conflito, por vezes séculos, se apresentam como
mutilados, sentindo dores físicas intensas, em várias partes do corpo, com fome
e frio, muitas vezes desconhecendo que já desencarnaram. Através da oração,
do diálogo fraterno e consolador e da transferência de recursos fluídicos para ele,
apresenta profunda recuperação de seus males físicos e morais. Por ocasião de
seu atendimento, os médiuns percebem o cenário da última batalha e a presença
de inúmeros Espíritos dispersos pelo chão, “agonizantes”, andrajosos, com
uniformes rotos, esquálidos, amontoados entre gritos e gemidos, armas
espalhadas... Este quadro é cheio de vida, independentemente de quando tenha
sido o confronto e aqueles que ali permaneceram lá se encontram desde então.
Este contexto se apresenta quando iniciamos o atendimento para uma pessoa
encarnada, doente, com as mais variadas patologias, físicas ou mentais,
incluindo a depressão, síndrome do pânico ou a esquizofrenia. Outras vezes este
contexto é aberto pela espiritualidade mesmo sem estarmos atendendo a algum
encarnado identificado no início. Quase sempre o encarnado foi um dos
agressores e responsáveis por tudo aquilo que se apresenta no cenário do
conflito e é quando o contexto todo é tratado, com a recuperação e
encaminhamento de todas as vítimas é que ocorre, algum tempo depois sua
melhora clínica, independente do tratamento médico concomitante. Outras vezes
o paciente encarnado é uma das vítimas e, apesar de mergulhado em nova
existência corporal, algo de si, através de vínculos sutis, em fenomenologia de
ressonância, o mantém ainda atrelado àquela experiência dolorosa. E com
repercussões negativas em si próprio, contribuindo para ou mesmo gerando sua
doença atual. Só com a abordagem ampla e coletiva em que todos são
beneficiados, recuperados e conduzidos para hospitais e colônias espirituais é
que se dá a reversão moral de todo o drama e a libertação da vítima bem como
de todos os envolvidos. A isto se segue, comumente, significativa melhora
clínica. Todo o desenrolar das diversas etapas de tratamento é monitorado pelos
médiuns videntes. Situações análogas têm sido geradas por guerras, revoluções,
conflitos armados em geral e apesar do tempo que delas tenha decorrido, suas
conseqüências ainda se arrastam até que tudo efetivamente seja tratado e se
harmonize. São verdadeiros bolsões de Espíritos, que sem energia externa
benéfica e por ignorância quanto aos meios para sua libertação detêm-se
estagnados, sofrendo e fazendo sofrer, consciente ou inconscientemente, por
ação direta ou por fenômenos ressonantes psíquicos.
Alguns dos casos tratados foram de guerras ou batalhas conhecidas da
História, mas a maioria situava--se sob o véu da obscuridade. Uma de que me
recordo foi na região de Hiroshima, onde restavam milhares de Espíritos
vitimados pela radiação ionizante no final da Segunda Grande Guerra. Outra
recente reunião possibilitou o atendimento às vítimas de conflitos étnicos entre
minorias da África e no Kosovo. Levas de Espíritos são resgatadas e
encaminhadas aos hospitais da espiritualidade.
Outra situação é a dos Espíritos enfermos que desencarnaram por
enfermidades diversas, mais ou menos longas, que são trazidas à psicofonia,
manifestando suas dores, limitações funcionais e com a impressão de estarem
ainda no leito de hospital, geralmente em enfermarias, onde permaneceram por
muito tempo até serem resgatados. Espontaneamente ou questionados por nós
referem-se a inúmeros outros doentes que vivem em situações semelhantes no
mesmo ambiente hospitalar. Uma vez confirmada esta realidade pelos próprios
médiuns em tarefa, após o atendimento do caso inicial, dedicamos a etapa
seguinte aos demais e com as técnicas e recursos pertinentes, os benefícios lhes
são dirigidos, alcançando a todos, modificando suas condições perispirituais no
próprio ambiente em que se demoravam, sendo, após, levados para os núcleos
de assistência na espiritualidade. Já houve casos em que o mentor propunha o
atendimento a determinados hospitais de nossa cidade para o encaminhamento
dos Espíritos aí retidos. Tivemos oportunidade de atender processos
semelhantes, mas de enfermos vitimados por epidemias como a peste bubônica

na Europa, há vários séculos ou por suicídio coletivo de tribo indígena na
Amazônia em 1991. A distância não impede que possamos atendê-los, bem
como a defasagem de tempo entre o ocorrido e a data dos atendimentos.
Por vezes, são trazidas vítimas de acidentes de avião, trens, terremotos,
enchentes, incêndios, furacões. Tenham sido recentes ou esquecidos nos
registros humanos, permanecem juntas e em profundo sofrimento, necessitando
de energia externa para serem resgatados. Quando qualquer deste tipo de vítima
é trazido procuramos dedicar uma etapa seguinte na busca de grupos de
entidades com semelhante padecimento vinculados entre si e ao que foi trazido
inicialmente. Busca tratamento ainda na região onde se deu a catástrofe e
posterior encaminhamento.
Uma última situação comum que gostaríamos de lembrar é a dos Espíritos
aprisionados em regiões umbralinas ou trevosas por magos, gênios do mal,
“dragões” e outras criaturas maléficas que, em suas bases edificadas, mantêmse
por séculos dominando e hostilizando aqueles mais enfraquecidos ou
doentes. São vistas em masmorras, cavernas, ambientes infectos, em meio a
roedores, morcegos, etc. Nesse caso, o coletivo se prende tanto às numerosas
hostes dos obsessores hierarquicamente organizados em verdadeiros impérios
do mal, como às de suas vítimas desencarnadas, sem falarmos do que atuam
sobre pessoas e instituições na crosta da Terra. A hierarquia das trevas, também
na nossa experiência é algo impressionante e foi objeto de estudo por parte de
Áureo no livro “Universo e Vida”, psicografia de Hernani T. Sant’Anna (edição da
FEB). Para estas questões existem recursos tanto para resgatar destas prisões
coletivas aqueles que lá são mantidos, como para neutralizar a ação de seus
algozes. Quando um de seus líderes é encaminhado, um número apreciável de
vítimas, dos dois lados da vida, é liberado concomitantemente. Quanto maior seu
poderio ou mais maléficos eles são, maior o benefício e o número de criaturas
que se libertam quando de sua capitulação e afastamento definitivo, em relação
aos que se lhes estavam subjugados. Chama-nos a atenção a quantidade, o
conjunto de Espíritos ligados a cada caso, tanto no rol de seus asseclas como
de suas vitimas encarnadas e desencarnadas. À guisa de exemplo, lembro-me
de que, recentemente, em uma de nossas reuniões, compareceu pela psicofonia
uma freira desejando falar-nos. Contava que ouvira dizer que poderíamos ajudála
e expôs seu problema. Havia um grupo de crianças sob sua responsabilidade,
mas que se detinha em região inferior sob influência de certos Espíritos trevosos.
Sem entrarmos no mérito causal e aplicando recursos específicos, pudemos
constatar a liberação e migração desse grupo de entidades na direção de um
jardim, em torno de um hospital na espiritualidade em colônia próxima da crosta.
A irmã acompanhou todo o atendimento até que a última criança lá chegasse e,
emocionada, agradeceu. A edificação das trevas foi vista ruir ao impacto das
vibrações de altíssima freqüência dirigidas para lá.
Como tratar as situações coletivas? Na medida que o coordenador passa
a verificar atentamente, diante de cada caso que é trazido, a presença de outros
Espíritos, como nos exemplos citados, seja por sua sensibilidade, seja pela dos
médiuns videntes do grupo, ele deve predispor-se a expandir o tratamento aos
demais, sem deixar de cuidar daquele que, escolhido pelo Mundo Maior,
exatamente propiciará que todos se beneficiem. A freqüência vibratória do
comunicante, seja um enfermo, seja um prisioneiro numa base ou edificação das
sombras, é um registro de identidade que ele irradia e que possui vínculos
mento-fluido-magnéticos com todos aqueles que viveram (e ainda vivem) tal
drama, tanto vítimas quanto eventuais causadores. Após a constatação e o
diálogo iniciais, o coordenador deve projetar energia mental, consciente do que
se passa com o grupo em questão, de tal modo que suas reais necessidades
espirituais sejam atendidas, de forma a plasmar, por exemplo, a recuperação,
integridade e saúde de seus perispíritos ou sua libertação dos liames que os
mantinham cativos. Após esta etapa fundamental faz-se necessária a condução
de todo o grupo para as regiões astralinas, onde estão os hospitais e zonas de
triagem para que lá o tratamento tenha continuidade e se conclua, sob a égide
dos benfeitores do Alto. A condução através de energia mental e vital emitida
pelo doutrinador é acompanhada pelos médiuns até que se complete,
certificando-se de que todos foram beneficiados e que efetivamente chegaram
até lá. Cada grupo de trabalho conta com a cobertura necessária destes núcleos
de assistência e guardam relação “geográfica” com sua localização na Terra.
Não se preterem quaisquer dos cuidados atinentes ao trabalho habitual de
desobsessão, como o preparo dos médiuns, do coordenador, a estruturação do
grupo, o diálogo fraterno, a prece, a fluidoterapia... A energia vital do grupo, a
coesão e solidez da corrente e o monitoramento pela vidência são essenciais.
Alguém poderia questionar por que não se deixar para a Espiritualidade Superior
realizar estas coisas no mundo espiritual. Pelas mesmas razões que não
esperamos que eles façam e resolvam no mundo espiritual os atendimentos
individuais, trazendo-os através da psicofonia.
Lembramos ainda que esta abrangência que a atividade de desobsessão
pode alcançar surgiu da experiência no trato dos casos individuais e foram
acontecendo naturalmente na medida que notávamos o conjunto de entidades
vinculadas a cada caso e nos propúnhamos a beneficiá-las.
Queremos ressaltar que: 1) Processos obsessivos envolvendo grande
número de vítimas ou algozes são comum. 2) As situações pendentes,
acumuladas na esteira do tempo, abrangendo questões morais e cármicas,
vinculando os seres entre si, são graves, freqüentes e de enorme capacidade
geradora de enfermidades e psicopatias humanas. 3) São, por isso,
incomparavelmente maiores os benefícios advindos do tratamento coletivo. 4) Os
recursos fundamentais para se estender o atendimento para grupos de Espíritos
são os mesmos dos trabalhos bem orientados de desobsessão, acrescidos de
alguns requisitos e condições. 5) Os recursos originados e trazidos pela
Espiritualidade para esta expansão quali-quantitativa vão sendo acrescidos na
medida que o grupo funcione com esta proposição. 6) É patente o interesse do
Mundo Maior no sentido de que novos grupos se preparem para estes
cometimentos, auxiliando na mais efetiva reversão de tão doloroso quadro moral
de nosso orbe. .
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. SANT’ANNA, Hernani T. Pelo Espírito Áureo, ed. FEB, 1978.
2. MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as Sombras, ed. FEB, 1976.
3. AZEVEDO, José Lacerda. Espírito e Matéria. Novos Horizontes para a Medicina, ed.
Pallotti, 1988.
4. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, ed. FEB, 1993.
5. XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito André Luiz, ed. FEB 1946.