"TENDO
POIS, JUDAS RECEBIDO A COORTE E OFICIAIS DOS PRINCIPAIS
DOS SACERDOTES FARISEUS, VEIO PARA ALI COM LANTERNAS,
ARCHOTES E ARMAS". (JOÃO 18:3)
DOS SACERDOTES FARISEUS, VEIO PARA ALI COM LANTERNAS,
ARCHOTES E ARMAS". (JOÃO 18:3)
O
nome de Judas Iscariotes provém da sua cidade de origem: Karioth, na
Samaria, a qual, por sua vez, teve a sua raiz no nome de Issacar, um dos filhos
de Jacó, que deu o título a uma das doze tribos de Israel. O papel
de Judas Iscariotes no processo de revelação do Cristianismo,
pelo que podemos deduzir das narrativas evangéIicas, não foi muito
significativo. As poucas referências ali feitas sobre ele foram de natureza
negativa, haja vista, por exemplo, o que diz o evangelista João sobre
o episódio do do Jantar de Betânia: Logo após ter Maria
derramado sobre o Mestre o vaso de unguento, Judas Iscariotes, filho de Simão,
o que havia de traí-lo, disse: por que não se vendeu esse unguento
por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres?
Ora,
ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era
ladrão e tinha a bolsa, tirava o que ali se lançava. Dizemos eventual
traidor porque, embora naquela altura dos acontecimentos ele já tivesse
pactuado com o sumo sacerdote, no sentido de entregar o Mestre mediante o
prêmio de trinta moedas de prata, ele poderia bem ter voltado atrás
em seu intento, uma vez que Deus jamais condena alguém à prática
do mal
Em O Liuro dos Espíritos, de Allan Kardec, deparamos com os seguintes esclarecimentos:— No estado errante, antes de tomar uma existência corpórea, o Espírito escolhe o gênero de provas que sofrer; nisto consiste o seu livre-arbítrio.— Nada acontece sem a permissão de Deus, foi ele quem estabeleceu todas as leis que regem o universo.
Em O Liuro dos Espíritos, de Allan Kardec, deparamos com os seguintes esclarecimentos:— No estado errante, antes de tomar uma existência corpórea, o Espírito escolhe o gênero de provas que sofrer; nisto consiste o seu livre-arbítrio.— Nada acontece sem a permissão de Deus, foi ele quem estabeleceu todas as leis que regem o universo.
Dando
ao Espírito a liberdade de escolha, deixa-lhe responsabilidade dos seus
atos e das suas consequências nada lhe estorva o futuro; o caminho do
bem está à sua frente, como o do mal. Mas, se sucumbir, ainda
se resta uma consolação, a de que nem tudo se acabou para ele,
pois Deus, na sua bondade, permite-lhe recomeçar o que foi mal feito.
Embora Jesus Cristo já soubesse que o plano de Judas era irreversível, o bom senso nos diz que o ato na natureza fatal, uma vez que, com o uso do seu livre-arbítrio ele poderia ter-se furtado à execução do seu plano de traí-lo. O Evangelista João afirma que logo após Jesus ter-lhe dado o bocado de pão, entrou nele satanás, o que que Judas se tornou dócil instrumento de um possessor, o qual insuflou em seu coração o desiderato de consumar o ato de traição.
Com base nos ensinamentos acima, podemos afirmar que Judas Iscariotes não veio predestinado para aquele ato nefando. Ele poderia tê-lo praticado ou não. Na eventualidade de ter modificado a sua decisão, teria naturalmente surgido outro traidor, ou o Cristo teria sido preso em circunstâncias diferentes, embora o Mestre, profundo conhecedor dos homens e profeta que era, soubesse de antemão que Judas não mudaria o que já havia deliberado fazer, e que, portanto, os vaticínios sobre essa ocorrência aconteceriam em seus mínimos detalhes.
Estando Jesus falando, chegou Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e varapaus, que eram os ministros enviados pelos principais dos sacerdotes e pelos anciãos do povo, e deu-lhe um beijo, dizendo: Deus te salve Mestre, sinal esse que havia anteriormente combinado com os detratares do Senhor. Profundamente arrependido do ato de traição após ver a flagelação do Mestre, voltou Judas ao Templo e ali pretendeu reparar a sua falta, exclamando: Pequei, traindo o sangue inocente, ao que os principais dos sacerdotes replicaram:
Embora Jesus Cristo já soubesse que o plano de Judas era irreversível, o bom senso nos diz que o ato na natureza fatal, uma vez que, com o uso do seu livre-arbítrio ele poderia ter-se furtado à execução do seu plano de traí-lo. O Evangelista João afirma que logo após Jesus ter-lhe dado o bocado de pão, entrou nele satanás, o que que Judas se tornou dócil instrumento de um possessor, o qual insuflou em seu coração o desiderato de consumar o ato de traição.
Com base nos ensinamentos acima, podemos afirmar que Judas Iscariotes não veio predestinado para aquele ato nefando. Ele poderia tê-lo praticado ou não. Na eventualidade de ter modificado a sua decisão, teria naturalmente surgido outro traidor, ou o Cristo teria sido preso em circunstâncias diferentes, embora o Mestre, profundo conhecedor dos homens e profeta que era, soubesse de antemão que Judas não mudaria o que já havia deliberado fazer, e que, portanto, os vaticínios sobre essa ocorrência aconteceriam em seus mínimos detalhes.
Estando Jesus falando, chegou Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e varapaus, que eram os ministros enviados pelos principais dos sacerdotes e pelos anciãos do povo, e deu-lhe um beijo, dizendo: Deus te salve Mestre, sinal esse que havia anteriormente combinado com os detratares do Senhor. Profundamente arrependido do ato de traição após ver a flagelação do Mestre, voltou Judas ao Templo e ali pretendeu reparar a sua falta, exclamando: Pequei, traindo o sangue inocente, ao que os principais dos sacerdotes replicaram:
Que
nos importa? Isso é contigo. Desesperado diante dessa recusa, atirou
as trinta moedas aos pés dos sacerdotes e, retirando-se para um campo,
ali suicidou-se. Os mentores do Templo, tomando do dinheiro, disseram: Não
é lícito deitá-lo na arca das esmolas, porque é
preço de sangue, e em conselho deliberaram comprar com ele o campo de
um oleiro, para servir de cemitério aos forasteiros. Por essa razão
se ficou chamando aquele campo, Haceldama, isto é, campo de sangue. Com
esse ato, aparentemente caridoso, os principais dos sacerdotes julgavam poder
enganar a Deus, enganando-se a si próprios.
Esta
passagem foi prevista no livro de Zacarias (11:12-13): E eu disse-lhes: Se parecer
bem aos vossos olhos, dai-me o que é devido e, se não, deixai-o.
E pesaram o meu salário trinta moedas de prata. O Senhor, pois, me disse:
Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles.
E tomei as trintas moedas de prata e as arrojei ao oleiro, na Casa do Senhor.
É
inegável que o Espírito de Judas já se redimiu no decurso
de várias lutas expiatórias (NOTA: isto feito em centenas de reencarnações)
e hoje forçosamente é um Espírito de ordem elevada, não
se justificando as campanhas que se movem contra ele no mundo, principalmente
com as chamadas malhações e coisas semelhantes.
É
fato inconteste, porém, que a História do Cristianismo registra
a passagem pela Terra de muitos outros Judas, que não traindo o Mestre
traíram, entretanto, a sua Doutrina, impregnados com ritualismos e encenações
exteriores que ele jamais ensinou.
Paulo
A. Godoy