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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Se hoje abandonassem o veículo de matéria densa, quem diz que seriam felizes? Reflexão em torno da mensagem no Livro Entre a Terra e o Céu.

Trecho retirado do Livro,Entre o Céu e a Terra,no capítulo 8, intitulada"Deliciosa Excursão". Uma linda mensagem para refletirmos acerca de nossos compromissos com o trabalho em pró de nossa evolução e da necessidade missionária de servirmos ao próximo.


...Antonina, porém, como se estivesse irradiando insopitável curiosidade, mesclada de alegria, voltou a exclamar:

Ah! se morrêssemos hoje!... se a carne não nos pesasse mais!...

( Nota  do Blog: nesta altura, as irmãs encarnadas estavam junto ao mentor espiritual, após o sono, para reverem seus filhos ,já desencarnados, em uma col
ônia , observando, maravilhadas, a beleza do plano Espiritual , com sentimento de permanecerem nesta região.)


O Ministro, contudo, imprimindo mais grave entonação à voz, mas sem perder a brandura que lhe era peculiar, considerou, de imediato:

Se hoje abandonassem o veículo de matéria densa, quem diz que seriam felizes? Quem de nós obterá a suprema ventura, sem a perfeita sublimação pessoal?

E, fitando Antonina com bondade misturada de compaixão, observou:
Agora, vocês visitarão filhinhos abençoados que a morte lhes arrebatou temporariamente ao convívio terrestre. Vocês se sentem como que num palácio dourado, em pleno paraíso de amor, mas, e os filhinhos que ficam? Haverá Céu sem a presença daqueles que amamos? Teremos paz sem alegria para os que moram em nosso coração? Imaginemos que as algemas do cárcere físico se partissem agora... O atormentado lar humano cresceria de vulto na saudade que as tomaria de assalto... A lembrança dos filhos aprisionados no Planeta acorrentá-las-ia ao mundo carnal, à maneira de forte raiz retendo a árvore no solo escuro. Os rogos e os gemidos, as lutas e as provas dos rebentos menos felizes da existência lhes falariam ao espírito mais imperiosamente que os cânticos de bem-aventurança dos filhos afortunados e, naturalmente, desceriam do Céu para a Terra, preferindo a posição de angustiadas servas invisíveis, trocando a resplendente glória da liberdade pelos dolorosos padecimentos da prisão, de vez que a ventura maior de quem ama reside em dar de si mesmo, a favor das criaturas amadas...

( Notas do Blog:nesta altura, Clarêncio,o mentor espiritual, se referia a felicidade de nossas irmãs, naquela ocasião, por estarem indo de encontro aos seus filhos, já desencarnados, fazendo-as refletirem,quanto ao desejo de renunciar a vida,sobre as consequências , onde estariam algemadas aos entes queridos, no plano físico, caso elas desencarnassem, naquele instante, por conta de não haverem  conquistado, ainda, a evolução espiritual , assim sendo seriam elementos de perturbação aos seus familiares levando angústias ao invés de os ajudarem de forma consciente , com amor e zelo ,sem paixões)

As duas mulheres ouviram as sensatas ponderações sem dizer palavra.
Finda a pausa ligeira, o instrutor continuou:
— Somos devedores uns dos outros!... Laços mil nos jungem os corações. Por enquanto, não há paraíso perfeito para quem volta da Terra, tanto quanto não existe purgatório integral para quem regressa ao humano sorvedouro! O amor é a força divina, alimentando-nos em todos os setores da vida e o nosso melhor patrimônio é o trabalho com que nos compete ajudar-nos mutuamente.

Na paisagem banhada de luz, experimentei mais alta veneração pela Natureza, que, em todas as esferas, é sempre um livro revelador da Eterna Sabedoria...
Nossas irmãs, tocadas por júbilo inexprimível, afiguravam-se-me formosas madonas de sonho, repentinamente vivificadas, diante de nós.

É pelo trabalho — prosseguiu o orientador — que nos despojamos, pouco a pouco, de nossas imperfeições. A Terra, em sua velha expressão física, não é senão energia condensada em época imemorial, agitada e transformada pelo trabalho incessante, e nós, as criaturas de Deus, nos mais diversos degraus da escada evolutiva, aprimoramos faculdades e crescemos em conhecimento e sublimação, através do serviço... O verme, arrastando-se, trabalha em benefício, do solo e de si mesmo; o vegetal, respirando e frutescendo, ajuda a atmosfera e auxilia-se. O animal, em luta perene, é útil à gleba em que se desenvolve, adquirindo experiências que lhe são valiosas, e nossa alma, em constantes peregrinações, através de for-mas variadas, conquista os valores indispensáveis à sublime ascensão... Somos filhos da eternidade, em movimentação para a glória da verdadeira vida e só pelo trabalho, ajustado à Lei Divina, alcançaremos o real objetivo de nossa marcha!

(Nota
 do Blog:A felicidade dos nossos grandes Missionários é o trabalho incessante em favor dos que necessitam, auxiliando nos para que possamos crescer espiritualmente, além de zelar pelo progresso de nosso planeta)

Antonina, que parecia mais acordada que a sua companheira, para a contemplação do excelso quadro que nos circundava, perguntou, com enlevo:
- Porque não guardamos a viva recordação de nossas existências anteriores? não seria bendita felicidade o reencontro consciente com aqueles que mais amamos?...
— Sim, sim... — confirmava Clarêncio, enquanto nossa deliciosa excursão prosseguia, célere — mas, na condição espiritual em que ainda nos situamos, não sabemos orientar os nossos desejos para o melhor. Nosso amor ainda é insignificante migalha de luz, sepultada nas trevas do nosso egoísmo, qual ouro que se acolhe no chão, em porções infinitesimais, no corpo gigantesco da escória. Assim como as fibras do cérebro são as últimas a se consolidarem no veículo físico em que encarnamos na Terra, a memória perfeita é o derradeiro altar que instalamos, em definitivo, no templo de nossa alma, que, no Planeta, ainda se encontra em fases iniciais de desenvolvimento. É por isso que nossas recordações são fragmentárias... Todavia, de existência a existência, de ascensão em ascensão, nossa memória gradativamente converte-se em visão imperecível, a serviço de nosso espírito imortal...

( Nota do Blog:Diante de nossas emoções desequilibradas, se soubéssemos do nosso passado, fatalmente, seríamos influenciados, sucumbindo. O objetivo  da reencarnação é o da  possibilidade  de construirmos uma nova história,onde possamos conquistar nossa evolução moral , nos redimindo do passado delituoso, reunindo com nossos irmãos ,de outrora, os nossos desafetos, e reconciliarmos , como nos recomenda o Evangelho, sem rancor e mácula, com Amor e Perdão.)

Mas se pudéssemos reconhecer no mundo os nossos antigos afetos, se pudéssemos rever os semblantes amigos de outras eras, identificando-os... — aventurou Antonina, reverente.
Retomar o contacto com os melhores, seria recuperar igualmente os piores — atalhou Clarêncio, bondoso — e, indiscutivelmente, não possuímos até agora o amor equilibrado e puro, que se consagra aos desígnios superiores, sem paixão. Ainda não sabemos querer sem desprezar, amparar sem desservir. Nossa afetividade, por enquanto, padece deploráveis inclinações. Sem o esquecimento transitório, não saberíamos receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o. A Lei é sábia. De qualquer modo, porém, não olvidemos que nosso espírito assinala todos os passos da jornada que lhe é própria, arquivando em si mesmo todos os lances da vida, para formar com eles o mapa do destino, de acordo com os princípios de causa e efeito que nos governam a estrada, mas somente mais tarde, quando o amor e a sabedoria sublimarem a química dos nossos pensamentos, é que conquistaremos a soberana serenidade, capaz de abranger o pretérito em sua feição total...
O Ministro fez ligeiro intervalo, sorriu paternalmente para nós e rematou:
— A Lei, contudo, é invariavelmente a Lei. Viveremos em qualquer parte, com os resultados de nossas ações, assim como a árvore, em qualquer trato do solo, produzirá conforme a espécie a que se subordina.
O firmamento parecia responder às sugestões da palestra admirável.
Bandos de aves mansas pousavam na ramaria que brilhava não longe de nós.
O Sol apresentava perceptíveis raios diferentes, até agora desconhecidos à apreciação comum na Terra, provocando indefiníveis combinações de cor e luz.
Por abençoada e colorida colméia de amor, harmonioso casario surgiu ao nosso olhar.
Centenas de gárrulas crianças brincavam entre fontes e flores de maravilhoso jardim...

Fonte: Livro “Entre a Terra e o Céu” – Psicografia de Francisco Cândido Xavier pelo Espírito de André Luiz

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Conversação edificante acerca de nosso perispírito, doenças da alma."...O instinto e a inteligência pouco a pouco se transformam em conhecimento e responsabilidade e semelhante renovação outorga ao ser mais avançados equipamentos de manifestação..."

CONVERSAÇÃO  EDIFICANTE

 André Luiz

XXI
Enquanto regressávamos ao nosso círculo de trabalho e de estudo, para articular novas providências de auxílio, em favor dos protagonistas da história que a vida estava escrevendo, concluí que não me cabia perder a oportunidade de mais amplo entendimento com o nosso orientador, com alusão aos esclarecimentos que nos fornecera, acerca do perispírito
Assim como o homem comum mal conhece o veículo em que se movimenta, ignorando a maior parte dos processos vitais de que se beneficia e usando o corpo de carne à maneira de um inquilino estranho à casa em que reside, também nós, os desencarnados, somos compelidos a meticulosas meditações para analisar a vestimenta de que nos servimos, de modo a conhecer-lhe a intimidade.
Efetivamente, em novas condições na vida espiritual, passamos a apreciar, com mais segurança, o corpo abandonado à Terra, penetrando os segredos de sua formação e desenvolvimento, sustentação e desintegração, mas somos desafiados pelos enigmas do novo instrumento que passamos a utilizar. Lidamos, na Vida Maior, com o carro sutil da mente, pelo menos, na esfera em que nos situamos, acentuando, pouco a pouco, os nossos conhecimentos, quanto às peculiaridades que lhe dizem respeito.
Reparei que Hilário, pela expressão dos olhos, demonstrava não menor anseio de saber. E, encorajado pela atitude do companheiro, desfechei a primeira questão, considerando:
‑ Inegavelmente, será difícil alcançar o grande equilíbrio que nos outorgará o trânsito definitivo para as eminências do Espírito Puro.
‑ Ah! sim – concordou o Ministro, com grace entono ‑, para que tivéssemos na Crosta Planetária um vaso tão aprimorado e tão belo, quanto o corpo humano, a Sabedoria Divina despendeu milênios de séculos, usando os multiformes recursos da Natureza, no campo imensurável das formas ... Para que venhamos a possuir o sublime instrumento da mente em planos mais elevados, não podemos esquecer que o Supremo Pai se vale do tempo infinito para aperfeiçoar e sublimar a beleza e a precisão do corpo espiritual que nos conferirá os valores imprescindíveis à nossa adaptação à Vida Superior.
‑ Compete-nos, então – observou Hilário, atencioso ‑, atribuir importante papel às enfermidades na esfera humana. Quase todas estarão no mundo, desempenhando expressivo papel na regeneração das almas.
‑ Exatamente.
‑ Cada «centro de força» ‑ ponderei – exigirá absoluta harmonia, perante as Leis Divinas que nos regem, a fim de que possamos ascender no rumo do Perfeito Equilíbrio ...
‑ Sim – confirmou Clarêncio ‑, nossos deslizes de ordem moral estabelecem a condensação de fluidos inferiores de natureza gravitante, no campo electromagnético de nossa organização, compelindo-nos a natural cativeiro em derredor das vidas começantes às quais nos imantamos.
Hilário, conduzindo mais longe as próprias divagações, perguntou:
‑ Imaginemos, contudo, um homem puramente selvagem, a situar-se em plena ignorância dos Desígnios Superiores, que se confia a delitos indiscriminados ... Terá nos tecidos sutis da alma as lesões cabíveis a um europeu supercivilizado, que se entrega à indústria do crime?
Clarêncio sorriu, compreensivo, e acentuou:
‑ Sigamos devagar. Comentávamos, ainda há pouco, o problema da evolução. Assim como o aperfeiçoado veículo do homem nasceu das formas primárias da Natureza, o corpo espiritual foi iniciado também nos princípios rudimentares da inteligência. É necessário não confundir a semente com a árvore ou a criança com o adulto, embora surjam na mesma paisagem da vida. O instrumento perispirítico do selvagem deve ser classificado como protoforma humana, extremamente condensado pela sua integração com a matéria mais densa. Está para o organismo aprimorado dos Espíritos algo enobrecidos, como um macaco antropomorfo está para o homem bem-posto das cidades modernas. Em criaturas dessa espécie, a vida moral está começando a aparecer e o perispírito nelas ainda se encontra enormemente pastoso. Por esse motivo, permanecerão muito tempo na escola da experiência, como o bloco de pedra rude sob marteladas, antes de oferecer de si mesmo a obra-prima ... Despenderão séculos e séculos para se rarefazerem, usando múltiplas formas, de modo a conquistarem as qualidades superiores que, em lhes sutilizando a organização, lhes conferirão novas possibilidades de crescimento consciencial. O instinto e a inteligência pouco a pouco se transformam em conhecimento e responsabilidade e semelhante renovação outorga ao ser mais avançados equipamentos de manifestação ... O prodigioso corpo do homem na Crosta Terrestre foi erigido pacientemente, no curso dos séculos, e o delicado veículo do Espírito, nos planos mais elevados, vem sendo construído, célula a célula, na esteira dos milênios incessantes ...
E, com um olhar significativo, Clarêncio concluiu:
‑ ... até que nos transfiramos de residência, aptos a deixar, em definitivo, o caminho das formas, colocando-nos na direção das esferas do Espírito Puro, onde nos aguardam os inconcebíveis, os inimagináveis recursos da suprema sublimação.
Calara-se o instrutor, mas o assunto era por demais importante para que eu me desinteressasse dele apressadamente.
Recordei os inúmeros casos de moléstia obscuras de meu trato pessoal e aduzi:
‑ Decerto a Medicina escreveria gloriosos capítulos na Terra, sondando com mais segurança os problemas e as angústias da alma ...
‑ Gravá-los-á mais tarde – confirmou Clarêncio, seguro de si. – Um dia, o homem ensinará ao homem, consoante as instruções do Divino Médico, que a cura de todos os males reside nele próprio. A percentagem quase total das enfermidades humanas guarda origem no psiquismo.
Sorridente, acrescentou:
‑ Orgulho, vaidade, tirania, egoísmo, preguiça e crueldade são vícios da mente, gerando perturbações e doenças em seus instrumentos de expressão.
No objetivo de aprender, observei:
‑ É por isso que temos os vales purgatoriais, depois do túmulo ... a morte não é redenção ...
‑ Nunca foi – esclareceu o Ministro, bondoso. – O pássaro doente não se retira da condição de enfermo, tão só porque se lhe arrebente a gaiola. O inferno é uma criação de almas desequilibradas que se ajuntam, assim como o charco é uma coleção de núcleos lodacentos, que se congregam uns aos outros. Quando de consciência inclinada para o bem ou para o mal perpetramos esse ou aquele delito no mundo, realmente podemos ferir ou prejudicar a alguém, mas, antes de tudo, ferimos e prejudicamos a nós mesmos. Se eliminamos a existência do próximo, nossa vítima receberá dos outros tanta simpatia que, em breve, se restabelecerá, nas leis de equilíbrio que nos governam, vindo, muita vez, em nosso auxílio, muito antes que possamos recompor os fios dilacerados de nossa consciência. Quando ofendemos a essa ou àquela criatura, lesamos primeiramente a nossa própria alma, de vez que rebaixamos a nossa dignidade de espíritos eternos, retardando em nós sagradas oportunidades de crescimento.
‑ Sim – concordei ‑, tenho visto aqui aflitivas paisagens de provação que me constrangem a meditar ...
‑ A enfermidade, como desarmonia espiritual – atalhou o instrutor ‑, sobrevive no perispírito. As moléstias conhecidas no mundo e outras que ainda escapam ao diagnóstico humano, por muito tempo persistirão nas esferas torturadas da alma, conduzindo-nos ao reajuste. A dor é o grande e abençoado remédio. Reeduca-nos a atividade mental, reestruturando as peças de nossa instrumentação e polindo os fulcros anímicos de que se vale a nossa inteligência para desenvolver-se na jornada para a vida eterna. Depois do poder de Deus, é a única força capaz de alterar o rumo de nossos pensamentos, compelindo-nos a indispensáveis modificações, com vistas ao Plano Divino, a nosso respeito, e de cuja execução não poderemos fugir sem graves prejuízos para nós mesmos.
Nosso domicílio, porém, estava agora à vista.
Os raios dourados da manhã varriam o horizonte longínquo.
Despediu-se o Ministro, paternal.
Aquele era um dos momentos em que, desde muito, se devotava ele à oração.

Fonte: Livro “Entre a Terra e o Céu” – Psicografia de Francisco Cândido Xavier pelo Espírito de André Luiz

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A PRECE REFRATADA : “– A prece refratada é aquela cujo impulso luminoso teve a sua direção desviada, passando a outro objetivo(...) a súplica que não age pode ser uma flor sem perfume"


 Revista O Reformador



JOSÉ JORGE
 
Setembro de 2000 

"A prece é uma elevação da alma até Deus, ou um ato de amor e adoração
para com Aquele a quem se deve esta maravilha a que se chama vida.”1*

“A verdadeira oração representa um estado místico em que a consciência
se absorve em Deus.”2*

“Para orar, basta somente o esforço de nos elevarmos até Deus; tal esforço, porém, deve ser afetivo e não intelectual.”3*

“Segundo São Luiz Gonzaga, o cumprimento do dever é equivalente à oração.”4*

“A oração feita por outrem é sempre mais fecunda do que a feita pela própria
pessoa.”5*

Léon Denis assim se manifesta sobre a oração:
“Orar é voltar-se para o Ser eterno, é expor-lhe nossos pensamentos e nossas
ações, para os submeter à sua Lei e fazer da sua vontade a regra de nossa
vida; é achar, por esse meio, a paz do coração, a satisfação da consciência.”6*

É ainda Léon Denis quem diz:
“Seria um erro julgar que tudo podemos obter pela prece, que sua eficácia implique em desviar as provações inerentes à vida. A lei de imutável justiça não se curva aos nossos caprichos. Os males que desejaríamos afastar de nós são, muitas vezes, a condição necessária ao nosso progresso.”7*

Jesus valorizava a oração e, por muitas vezes, deu o exemplo, também orando. É só consultarmos:
Mateus: 14:23; 26:39; 26:42; 26:44. Marcos: 1:35; 6:46; 14:32; 14:35. Lucas:3:21; 5:16; 6:12; 9:18; 9:28; 9:29; 22:41 e 44. João: 12:27-28 e 17:1-26.

A oração pode ser para um pedido, um agradecimento ou uma glorificação.
As preces de glorificação são as de mais alto grau, pois reconhecem o Amor e a Justiça de Deus. São próprias dos Espíritos mais evoluídos.

Em “O Livro dos Espíritos”, questões 658 a 666, encontramos vários ensinamentos
sobre a prece:
“O essencial não é orar muito, mas orar bem.” (660.)
“A prece não esconde as faltas.” É preciso mudar de proceder. (661.) A prece torna mais suportáveis nossas provas, mas não as evita. (663.)

A prece pelos mortos e pelos sofredores não muda os desígnios de Deus, mas dá alívio. (664.)

Existe, ainda, um tipo de prece bem diferente das conhecidas:
a Prece Refratada.
A refração é uma lei física que consiste no desvio que os raios de luz, calor ou som sofrem em sua direção, quando passam de um meio para outro, isto é, mudam de direção quando encontram um meio diferente durante seu percurso.
André Luiz nos dá uma interessante explicação sobre a Prece Refratada.
Num diálogo entre Hilário e Clarêncio, este lhe fala da referida prece.
Curioso, Hilário lhe pede maiores esclarecimentos que Clarêncio prontamente transmite:
“– A prece refratada é aquela cujo impulso luminoso teve a sua direção
desviada, passando a outro objetivo.”8*
Mais adiante, Clarêncio ilustra sua explicação: “(...) Evelina recorre ao espírito materno que não se encontra em condições de escutá-la, mas a solicitação
não se perde... Desferida em elevada freqüência, a súplica de nossa irmãzinha
vara os círculos inferiores e procura o apoio que lhe não faltará.”9*

Noutro trecho, esclarece ainda o autor:
“(...) a súplica que não age pode ser uma flor sem perfume. Peçamos o socorro do Senhor, algo realizando para contribuir em seu apostolado divino...”10* 

Referências Bibliográficas:

1. CARREL, Alexis, A Oração, Livraria Tavares Martins, Porto, 1945.
2. Idem, p. 17.
3. Idem, p. 19.
4. Idem, p. 20.
5. Idem, p. 35.
6. DENIS Léon, O Grande Enigma. Rio de Janeiro: FEB. 11. ed. 1999, cap. VII, p. 98.
7. DENIS Leon. Depois da Morte. Rio de Janeiro: FEB. 20. ed. 1997, cap. LI, p. 297.
8. XAVIER Francisco Cândido. (André Luiz). Entre a Terra e o Céu. Rio de Janeiro: FEB, 17. ed.
FEB 1997, cap. II, p. 14.
9. Idem, p. 16.
10. Idem, cap. XXV, p. 157.