CONVITE AO EXAME
“Ponde tudo à prova, retende o que é bom.”
(1º Tessalonicenses: capítulo 5-21.)
A vida submete-te a cada instante a rigorosos exames, severas provas,
através de cujos resultados credencias-te a investimentos maiores e à
utilização de valores mais expressivos.
Nem sempre consegues discernir quando estás sob testes, tão sutis se
apresentam ou em currículo de aprendizagem, tão profundos e insondáveis são
os misteres da Lei Divina.
Justo que estejas vigilante, em atitude de cuidadoso comportamento.
O rio das oportunidades passa com suas águas sem que retornem nas
mesmas circunstâncias ou situação.
O milagre da hora azada não se repete como seria de desejar, impelindo o
homem ao salutar aproveitamento do instante.
Conveniente examinar, também, as ocorrências, as concessões, as lições
do caminho, de modo a retirar o que seja de bom, para aproveitamento que armazenarás
a benefício próprio.
Não impeças a informação de alguém interessado em auxiliar-te, mesmo
que isto te pareça desagradável. Todos temos algo a ensinar a outrem.
Não sejas aprioristicamente contra isto ou aquilo, antes de conhecer o
conteúdo. Sábio verdadeiramente, é todo aquele que consegue descobrir o
lado útil das pessoas e das coisas.
Não negues a atenção a um problema que te chega, embora a solução
possa esperar um pouco. A cada labor seu necessário cuidado.
Enquanto na Terra todos nos encontramos em reparos, reformas,
aprendizagens.
Examinar o que nos chega, como nos chega e penetrar na fonte do
conhecimento, para, conforme o Apóstolo Tarsense, reter o que é bom,
representa valiosa conquista que nos não cabe subestimar.
Jesus, não obstante a grandeza da Sua tarefa entre os homens, examinou
todos os problemas que lhe chegavam, apresentando soluções simples e carinhosas,
comparando e atendendo às solicitações diversas, perscrutando tudo
todos e tecendo a túnica nupcial do seu perene noivado com a Humanidade,
através das coisas mais insignificantes a que emprestava beleza e magnitude,
conseguindo, inclusive, transformar a cruz da desonra em símbolo de estoicismo
e nobreza, depois que transitou carregando-a e nela deixando-se
martirizar.
Livro Convite a Vida . Joana de Angelis/Divaldo
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
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sábado, 10 de agosto de 2013
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
SIMÃO, DORMES? (...)"As pessoas que não se capacitam das responsabilidades de que se acham investidas, ou que não despertam para a vivência dos ensinamentos evangélicos, passam pela vida sem ter vivido, pois uma existência perdida poderá redundar em séculos de retardamento no processo evolutivo do Espírito..."
"E,
CHEGANDO, ACHOU-OS DORMINDO, E DISSE A PEDRO: SIMÃO, DORMES? NÃO
PODES VIGIAR UMA HORA?"
"E
ESTANDO UM CERTO MANCEBO, POR NOME EUTICO, ASSENTADO NUMA JANELA,
CAIU DO TERCEIRO ANDAR, TOMADO DE SONO PROFUNDO QUE LHE SOBREVEIO
DURANTE O EXTENSO DISCURSO DE PAULO". (ATOS, 20:9)
CAIU DO TERCEIRO ANDAR, TOMADO DE SONO PROFUNDO QUE LHE SOBREVEIO
DURANTE O EXTENSO DISCURSO DE PAULO". (ATOS, 20:9)
Os
apóstolos Pedro, Tiago e João acompanharam o Mestre ao Horto das
Oliveiras, onde o assessoraram numa invocação espiritual das mais
decisivas, cuja finalidade principal consistiu em entrar em contato com o plano
espiritual superior a fim de sondar, uma vez mais, os sábios desígnios
de Deus em torno do desfecho do Messiado de Jesus na Terra.
Numa
autêntica sessão espírita, o Cristo entrou em comunicação
com o Alto e rogou: Pai, se for possível, passa de mim este cálice,
mas faça-se a tua e não a minha vontade. Os três apóstolos,
entretanto, subjugados por forças inferiores do plano espiritual, interessadas
no malogro da missão redentora de Jesus, adormeceram e, apesar de o Mestre
acordá-los mais de uma vez, persistiram naquele sono profundo.
Eutico,
por sua vez, atraído pela maravilhosa pregação de Paulo,
na cidade de Troas, assentara-se numa janela do terceiro andar do prédio
onde o apóstolo fazia a sua pregação. O discurso fora bastante
prolixo e o jovem não vigiou suficientemente, sendo tomado também
de profundo sono, caiu de grande altura, sendo dado por morto. O apóstolo
dos Gentios, descendo, inclinou-se sobre ele e disse: Não vós
perturbeis, que a sua alma nele está.
O
Evangelho segundo Lucas (12:35-38) nos legou o seguinte ensinamento de Jesus:
Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias. E sede vós
semelhantes aos homens que esperam o seu Senhor quando houver de voltar das
bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe. Bem-aventurados
aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando. Em verdade vos
digo que se cingirá, e os fará assentar-se à mesa e chegando
servirá. E se vier na segunda vigília, e se vier na terceira e
os achar assim, bem-aventurados são os tais servos.
Todas essas narrativas evangélicas têm um escopo: demonstrar que o Espírito é pronto, mas a carne é fraca. O Mestre recomendou aos três apóstolos que participando daquela fase decisiva e angustiante do seu Messiado: Orai e vigiai para não cairdes em tentação.
A advertência de Jesus é extensiva aos homens de todos os tempos, que dormem no esquecimento dos mais rudimentares deveres de ordem espiritual, malbaratam os talentos que lhe foram confiados agindo semelhantemente àquele homem da parábola que egoisticamente, enterrou o talento que lhe fora confiado tornando-o improdutivo e destituído de qualquer benefício para o próximo.
As pessoas que não se capacitam das responsabilidades de que se acham investidas, ou que não despertam para a vivência dos ensinamentos evangélicos, passam pela vida sem ter vivido, pois uma existência perdida poderá redundar em séculos de retardamento no processo evolutivo do Espírito.
Muitos homens se configuram animosos no desempenho de tarefas relevantes, mas não tomam o devido cuidado no trato de assuntos que dizem respeito ao Espírito. Muitos homens se configuram animosos no desempenho de tarefas relevantes, mas não tomam o devido cuidado no trato de assuntos que dizem respeito ao Espírito, preferindo antes se engolfarem no desfiladeiro do erro, pervertendo seus valores morais e aniquilando os atributos que, por força das tarefas de que se acham investidos, lhe são outorgados na Terra.
Todas essas narrativas evangélicas têm um escopo: demonstrar que o Espírito é pronto, mas a carne é fraca. O Mestre recomendou aos três apóstolos que participando daquela fase decisiva e angustiante do seu Messiado: Orai e vigiai para não cairdes em tentação.
A advertência de Jesus é extensiva aos homens de todos os tempos, que dormem no esquecimento dos mais rudimentares deveres de ordem espiritual, malbaratam os talentos que lhe foram confiados agindo semelhantemente àquele homem da parábola que egoisticamente, enterrou o talento que lhe fora confiado tornando-o improdutivo e destituído de qualquer benefício para o próximo.
As pessoas que não se capacitam das responsabilidades de que se acham investidas, ou que não despertam para a vivência dos ensinamentos evangélicos, passam pela vida sem ter vivido, pois uma existência perdida poderá redundar em séculos de retardamento no processo evolutivo do Espírito.
Muitos homens se configuram animosos no desempenho de tarefas relevantes, mas não tomam o devido cuidado no trato de assuntos que dizem respeito ao Espírito. Muitos homens se configuram animosos no desempenho de tarefas relevantes, mas não tomam o devido cuidado no trato de assuntos que dizem respeito ao Espírito, preferindo antes se engolfarem no desfiladeiro do erro, pervertendo seus valores morais e aniquilando os atributos que, por força das tarefas de que se acham investidos, lhe são outorgados na Terra.
Na
Parábola do Semeador, notamos que uma parte da semente caiu à
beira da estrada e foi devorada pelas aves. Eutico se enquadrou perfeitamente
no rol dos homens que são simbolizados por essa parte da semente, são
os que, no dizer evangélico, recebem as palavras oriundas do plano superior,
mas não lhes dão guarida, sendo elas racilmente subtraídas
pelos Espíritos malignos, interessados am manter os homens distanciados
de Deus.
Entretanto, pelo menos uma semente ficou semeada no coração daquele mancebo. Ele foi dado por morto, mas Paulo afirmou que ele ainda estava vivo, para comprovar aquilo que Jesus ensinou: Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. (João, 5:24)
Eutico já não poderia morrer para as coisas do Espírito, pois já havia vislumbrado a centelha dos ensinamentos evangélicos, que Paulo fora divulgar em Troas. Na realidade ele dormira, pois a carne é fraca e naquela contingência investida dos Espíritos trevosos fora arrasadora, entretanto o seu Espírito estava pronto para assimilar o conhecimentos novos que Paulo ali fora ministrar, o qual o levaria descortinar um novo mundo onde todos se sentiam felizes, úteis a Deus, abominando o servilismo às coisas de César.
Os três apóstolos de Jesus também sofreram o impacto da ofensiva dos espíritos das trevas, porém, suas almas estavam iluminadas pelas luzes da consoladora Doutrina que Jesus Cristo viera revelar, o que fazia com que estivessem vigilantes interiormente.
O ensinamento propiciado por estas duas passagens evangélicas representa incisiva admoestação àqueles dormem sobre as riquezas e as glórias efêmeras da Terra, tornando-se avaros, egoístas e orgulhosos, aos que repousam sobre as várias formas de viciações, esquecidos das aquisições de ordem espiritual que impulsionam a criatura para o Criador, aos que se locupletam com as vantagens temporárias que muitas vezes a vida oferece e postergam as coisas que enobrecem a alma, as únicas que são permanentes e que acompanham os Espíritos em sua trajetória evolutiva.
A Parábola
do Trigo e do Joio, narrada em Mateus, 13:24-30, descreve: Assemelha-se o reino
dos céu homem que semeou boa semente em seu campo. Enquanto porém,
dormiam os homens veio inimigo dele e semeou por cima do joio. Jerônimo,
o grande doutor da igreja (Patrol, Lat. vol 26 col. 93), previne os chefes da
igreja para que não durmam, para que não se façam semeaduras
de heresias entre os fiéis.Entretanto, pelo menos uma semente ficou semeada no coração daquele mancebo. Ele foi dado por morto, mas Paulo afirmou que ele ainda estava vivo, para comprovar aquilo que Jesus ensinou: Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. (João, 5:24)
Eutico já não poderia morrer para as coisas do Espírito, pois já havia vislumbrado a centelha dos ensinamentos evangélicos, que Paulo fora divulgar em Troas. Na realidade ele dormira, pois a carne é fraca e naquela contingência investida dos Espíritos trevosos fora arrasadora, entretanto o seu Espírito estava pronto para assimilar o conhecimentos novos que Paulo ali fora ministrar, o qual o levaria descortinar um novo mundo onde todos se sentiam felizes, úteis a Deus, abominando o servilismo às coisas de César.
Os três apóstolos de Jesus também sofreram o impacto da ofensiva dos espíritos das trevas, porém, suas almas estavam iluminadas pelas luzes da consoladora Doutrina que Jesus Cristo viera revelar, o que fazia com que estivessem vigilantes interiormente.
O ensinamento propiciado por estas duas passagens evangélicas representa incisiva admoestação àqueles dormem sobre as riquezas e as glórias efêmeras da Terra, tornando-se avaros, egoístas e orgulhosos, aos que repousam sobre as várias formas de viciações, esquecidos das aquisições de ordem espiritual que impulsionam a criatura para o Criador, aos que se locupletam com as vantagens temporárias que muitas vezes a vida oferece e postergam as coisas que enobrecem a alma, as únicas que são permanentes e que acompanham os Espíritos em sua trajetória evolutiva.
Deparamos,
portanto, também nessa parábola com a necessidade de nos mantermos
vigilantes, a fim de que as deturpações doutrinárias não
venham a se constituir em embaraços para a propagação das
verdades enunciadas pelo Cristo e hoje consagradas pelo Espiritismo.
Paulo A.
Godoy Livro: Crônicas Evangélicas
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Necessidade de Vigilância
Essa passagem de Jesus, ocorrida
no horto de Getsêmani,
no Monte das Oliveiras,
também registrada em Marcos
(14:38) e Lucas (22:46), tem sido
ressaltada pelos Espíritos superiores,
ao avaliarem o grau de imperfeição
que nos caracteriza o ser, a
cada oportunidade de encarnação.
Afirma o Espírito Emmanuel,
a esse respeito:
As mais terríveis tentações decorrem
do fundo sombrio de
nossa individualidade. [...]
Renascemos na Terra com as
forças desequilibradas do nosso
pretérito para as tarefas do
reajuste.
Nas raízes de nossas tendências,
encontramos as mais vivas
sugestões de inferioridade.
[...]1
Jesus nos fala a respeito das tentações
e da vigilância em outros
ensinamentos, por exemplo, ao
ser transportado por um Espírito
maléfico ao pináculo do templo e,
depois, ao cume de uma montanha,
sendo importunado pelo gênio
perverso que, desejando tentá-
lo, oferece-lhe todos os reinos
do mundo e a glória que os cerca
em troca de sua lealdade e adoração
às forças do mal (Mateus, 4:1
a 11; Marcos, 1:12 e 13; e Lucas,
4:1 a 13). O episódio é citado em
A gênese com a explicação de Allan
Kardec de que o importante preceito
não teria sido compreendido
na sua qualidade, tendo a credulidade
pública o interpretado, apenas,
como fatos materiais. A análise,
contida na obra citada, foi extraída
da instrução dada pelo Espírito
João Evangelista, recebida em
Bordeaux, no ano de l862, conforme
trecho que se segue:
Jesus não foi arrebatado. Ele apenas
quis fazer que os homens
compreendessem que a Humanidade
se acha sujeita a falir e
que deve manter-se sempre vigilante
contra as más inspirações
a que, pela sua natureza
fraca, é impelida a ceder. A tentação
de Jesus é, pois, uma figura
e fora preciso ser cego para
tomá-la ao pé da letra. [...] O
Espírito do mal não teria nenhum
poder sobre a essência
do bem. [...]2
Inúmeras lições de Jesus chamam
a nossa atenção para não
sermos tentados. Podemos avaliá-
-las do ponto de vista humano,
pois a expressão tentação, para
nós, significa problemas a enfrentar
na luta pessoal por nós travada
para aquisição dos bens que o
mundo nos oferece, a qual é aspiração
justa para a concretização
de uma vida melhor, e das situações
vividas ao lado daqueles que
nos rodeiam. No entanto, há certos
gozos materiais que podem levar-
nos a cometer excessos, o que
Deus permite para testar a nossa
conduta:
Para estimular o homem ao
cumprimento da sua missão e
também para experimentá-lo
por meio da tentação.3
O Criador nos testa a razão e
nos preserva dos descomedimentos
para não sermos vítimas de
circunstâncias alheias à nossa vontade,
fruto das opções equivocadas
que nos agradam. A liberdade
consiste exatamente em escolher
o que nos atrai e influencia.
Possuímos compreensão do
nosso estado moral e das decisões
que tomamos,
de acordo com os
motivos de nossa preferência,
mas que
nem sempre poderão
nos beneficiar espiritualmente?
Que
justificativa buscar
para as infrações às
leis morais que cometemos?
Ao discorrer sobre
o Resumo teórico do
móvel das ações humanas,
Kardec analisa
a questão do livre-
-arbítrio:
Sem o livre-arbítrio
o homem
não teria nem
culpa por praticar
o mal, nem
mérito em praticar
o bem. Isto é
de tal modo reconhecido que a
censura ou o elogio, em nosso
mundo, são feitos à intenção,
isto é, à vontade. Ora, quem diz
vontade, diz liberdade. O homem,
portanto, não poderá
buscar no seu organismo físico
nenhuma desculpa para os seus
delitos, sem abdicar da razão e
da sua condição de ser humano,
para se equiparar aos animais.
[...]4
Outras ideias referentes ao tema
são desenvolvidas no resumo
da questão 872, de O livro dos espíritos,
citado anteriormente, sobretudo
ao destacar o conceito de
fatalidade. Para o Espiritismo, a
fatalidade “existe na posição que o
homem ocupa na Terra e nas funções
que aí desempenha”,4 concorde
com o gênero de existência
que o Espírito escolheu para si, de
prova, expiação ou missão. Desse
modo, sofremos, fatalmente, certos
infortúnios a cada vinda ao
corpo de carne e experimentamos
os efeitos das tendências boas ou
más que nos são peculiares. Nesse
ponto, porém, acaba o inevitável,
pois da nossa vontade depende
ceder ou não a essas inclinações:
[...] Pode deixar de haver fatalidade
no resultado de tais acontecimentos,
visto depender do
homem, pela sua prudência,
modificar o curso das
coisas. Nunca há fatalidade
nos atos da vida
moral.4
É fácil avaliar a situação
moral em que
nos encontramos, especialmente
se identificarmos
os vícios de
que porventura não
estejamos completamente
libertos.
[...] nós os conhecemos
pelas nossas tendências
atuais, e para elas é que
devemos voltar todas as
atenções. Basta saber o
que somos, sem que seja
necessário saber o que
fomos.5
Sem o desejo sério
de nos melhorarmos,
não tomaremos cuidado na urgência
da essencial vigilância. Preocupado
com o futuro de seus discípulos,
por estar próximo ao termo
de sua passagem pelos caminhos
terrenos, Jesus diz para Pedro, no
expressivo diálogo que manteve
com ele, narrado na belíssima obra
Boa nova:
[...] A criatura na Terra precisa
aproveitar todas as oportunidades
de iluminação interior, em
sua marcha para Deus. Vigia o
teu espírito ao longo do caminho.
Basta um pensamento de
amor para que te eleves ao Céu;
mas, na jornada do mundo, também
basta, às vezes, uma palavra
fútil ou uma consideração
menos digna para que a alma do
homem seja conduzida ao estacionamento
e ao desespero das
trevas, por sua própria imprevidência!
Nesse terreno [...], o discípulo
do Evangelho terá sempre
imenso trabalho a realizar [...].6
A tentação, portanto, constitui
um ato moral e a vigilância é consequência
do esforço que fazemos,
de modo a conquistar a humildade,
o desinteresse e a renúncia
de nós mesmos. Entretanto,
nem sempre conseguimos vencer
intimamente. As dificuldades a
enfrentar se originam, principalmente,
de não sabermos distinguir
as manifestações do nosso intelecto,
que funcionam como auxiliar
na reforma íntima, das demonstrações
dos sentimentos, das
emoções e do estado psíquico em
geral, que afetam a nossa estabilidade
interior. A renovação efetiva
depende da disposição total do
Espírito no aproveitamento de todas
as suas possibilidades, na busca
de novas maneiras de ser, de
pensar, de agir, em substituição às
vivências adquiridas em suas existências
anteriores. Quantos de
nós, intelectualmente favorecidos
pela razão e pelo saber, não conseguimos
vencer as lutas morais
oferecidas pela misericórdia divina,
por não aceitarmos as verdades
eternas do Evangelho de Jesus
que, se aplicadas, poderiam amenizar
os sofrimentos e as decepções
dos tempos atuais?
Se todos os homens pensassem
de forma consciente em Deus, não
cometeriam tantos erros! Em nota
a uma das questões de O livro dos
espíritos, Kardec alerta-nos sobre a
incapacidade do homem de entender
a plenitude infinita de Deus:
A inferioridade das faculdades
do homem não lhe permite
compreender a natureza íntima
de Deus. Na infância da Humanidade,
o homem o confunde
muitas vezes com a criatura, cujas
imperfeições lhe atribui; mas, à
medida que nele se desenvolve o
senso moral, seu pensamento
penetra melhor no âmago das
coisas; então ele faz da Divindade
uma ideia mais justa e mais
conforme à sã razão, embora
sempre incompleta.7
Por isso, avançamos nas descobertas
e nos estudos das várias
ciências e religiões utilizadas pelo
homem, mas ainda nos colocamos
num campo de vulgaridades, incapazes
de valorizar as riquezas espirituais
que nos cercam. O Espírito
André Luiz transmite, em um
de seus livros, a palavra sensata de
Alexandre, instrutor devotado, em
uma sessão de estudos mediúnicos,
que traz apreciações interessantes
sobre as concepções existentes
a respeito da obra divina:
[...] Desde o primeiro dia de
razão na mente humana, a
ideia de Deus criou princípios
religiosos, sugerindo-nos as
regras de bem-viver. Contudo,
à medida que se refinam conhecimentos
intelectuais, parece
que há menor respeito no
homem para com as dádivas
sagradas. [...]8
Peçamos a Deus a força necessária
para vencermos a nós mesmos,
conforme a oração dominical,
ensinada por Jesus, ao rogar
sinceramente: “E não nos deixes
cair em tentação, mas livra-nos
do mal”. (Mateus, 6:13; Lucas,
11:4.)
1 XAVIER, Francisco C. Fonte viva. Pelo Espírito
Emmanuel. 3. reimp. Rio de Janeiro:
FEB, 2011. Cap. 110.
2 KARDEC, Allan. A gênese. Trad. Evandro
Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro:
FEB, 2011. Cap. 15, it. 53, p. 438.
3 ______. O livro dos espíritos. Trad.
Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp.
Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 712.
4 ______. ______. Q. 872.
5 ______. O céu e o inferno. Trad. Evandro
Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro:
FEB, 2011. Pt. 2, cap. 6, it. Jacques Latour,
p. 455.
6 XAVIER, Francisco C. Boa nova. 3. ed. 5.
reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 21.
7 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.
Trad. Evandro Noleto Bezerra. Comentário
de Allan Kardec à q. 11.
8 XAVIER, Francisco C. Missionários da luz.
Pelo Espírito André Luiz. 3. ed. especial.
3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010.
Cap. 4, p. 41.
Revista O Reformador Janeiro de 2013
Revista O Reformador Janeiro de 2013
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
A Pergunta do Guia
A Pergunta do Guia
D. Maria Rita era médium de incorporação.
Embora os achaques constantes, era devotada ao serviço.
Trabalhava com afinco, organizando a sopa que o Centro Espírita oferecia aos mais carentes.
Confeccionava enxovais para os recém-nascidos.
Aplicava passes aos enfermos.
Orientava os jovens.
No entanto, estava sempre atormentada por muitas dores. Distúrbios estomacais, cefaléias, reumatismo...
Um dia, logo após deitar-se, saiu de forma consciente do corpo, encontrando-se com Logogrifo, o vigilante guia espiritual que lhe orientava as atividades da terra.
- Bondoso amigo – principiou por dizer à serva do bem – tenho feito o que posso...Luto comigo mesma para perseverar na tarefa, mas o meu fardo pesa muito...Peço-lhe que interceda por minha saúde, pois estou cansada de médicos e remédios...
E meio sem jeito, arrematou: Será que já não tenho merecimento suficiente para me livrar de vez dos males que me atormentam?!
Fitando-a, sorridente e afável, o protetor simplesmente indaga:
- Minha irmã, e se você se liberasse dessas pequeninas indisposições orgânicas que a mantêm vinculada à fé, distanciando-se do caminho em que vem cumprindo com fidelidade os deveres que competem?!
D. Maria Rita nada respondeu, contudo dali para frente, o seu semblante, antes carregado e taciturno, iluminou-se de uma nova alegria.
Livro: Tende Bom Ânimo
Carlos Baccelli/Chico Xavier- Espíritos Diversos
Irmão José
D. Maria Rita era médium de incorporação.
Embora os achaques constantes, era devotada ao serviço.
Trabalhava com afinco, organizando a sopa que o Centro Espírita oferecia aos mais carentes.
Confeccionava enxovais para os recém-nascidos.
Aplicava passes aos enfermos.
Orientava os jovens.
No entanto, estava sempre atormentada por muitas dores. Distúrbios estomacais, cefaléias, reumatismo...
Um dia, logo após deitar-se, saiu de forma consciente do corpo, encontrando-se com Logogrifo, o vigilante guia espiritual que lhe orientava as atividades da terra.
- Bondoso amigo – principiou por dizer à serva do bem – tenho feito o que posso...Luto comigo mesma para perseverar na tarefa, mas o meu fardo pesa muito...Peço-lhe que interceda por minha saúde, pois estou cansada de médicos e remédios...
E meio sem jeito, arrematou: Será que já não tenho merecimento suficiente para me livrar de vez dos males que me atormentam?!
Fitando-a, sorridente e afável, o protetor simplesmente indaga:
- Minha irmã, e se você se liberasse dessas pequeninas indisposições orgânicas que a mantêm vinculada à fé, distanciando-se do caminho em que vem cumprindo com fidelidade os deveres que competem?!
D. Maria Rita nada respondeu, contudo dali para frente, o seu semblante, antes carregado e taciturno, iluminou-se de uma nova alegria.
Livro: Tende Bom Ânimo
Carlos Baccelli/Chico Xavier- Espíritos Diversos
Irmão José
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
BEM-AVENTURADOS OS HUMILDES DE ESPÍRITO
Bem-aventurados
os porque deles é o reino dos céus - tal foi a sentença
com que Jesus iniciou as suas prédicas. Humildes de espírito -
notemos bem - e não somente humildes. Se ele tivesse omitido aquele complemento
não se teria revelado o incomparável mestre, o consumado pedagogo
e o excelso psicólogo, cujas qualidades e méritos singulares jamais
foram ou serão igualados neste mundo.
A despeito mesmo da clareza meridiana da beatitude em apreço, ainda assim, não tem sido compreendido em essência o relevante sinamento que encerra em sua singeleza e plicidade. Vamos, por isso, meditar com os nossos benévolos leitores, a dita frase, que, como todas as lições do Mestre, é sempre oportuna em todas as época da humanidade.
A despeito mesmo da clareza meridiana da beatitude em apreço, ainda assim, não tem sido compreendido em essência o relevante sinamento que encerra em sua singeleza e plicidade. Vamos, por isso, meditar com os nossos benévolos leitores, a dita frase, que, como todas as lições do Mestre, é sempre oportuna em todas as época da humanidade.
E,
por serem desta natureza, as palavras do Ungido de Deus nunca passarão,
conforme ele mesmo afirma, com aquela autoridade serena e calma que caracteriza
a sua inconfundível personalidade. Realmente, sua palavra, sendo, como
é, de perene atualidade, não pode passar como passa a dos homens,
que, em dado tempo, assume foros de infalibilidade, para, logo depois, ser proscrita,
caindo em caducidade.
O Verbo messiânico é a fonte da água viva, manando sempre fresca e renovada; enquanto que a palavra dos sátrapas terrenos é a água de cisterna, estagnada no personalismo que a polui e contamina. Humildes de espírito ou de coração. Está perfeitamente clara e concisa a sentença. Não se trata, portanto, de humildes de posição social, nem de humildes em relação à posse de bens materiais; nem, ainda, de humildes de intelecto, isto é, de ignorantes e analfabetos; nem tão-pouco de humildes no que respeita à profissão que exercem e às vestimentas que usam.
O Verbo messiânico é a fonte da água viva, manando sempre fresca e renovada; enquanto que a palavra dos sátrapas terrenos é a água de cisterna, estagnada no personalismo que a polui e contamina. Humildes de espírito ou de coração. Está perfeitamente clara e concisa a sentença. Não se trata, portanto, de humildes de posição social, nem de humildes em relação à posse de bens materiais; nem, ainda, de humildes de intelecto, isto é, de ignorantes e analfabetos; nem tão-pouco de humildes no que respeita à profissão que exercem e às vestimentas que usam.
A
assertiva ora comentada reporta-se a humildes de espírito, isto é,
àqueles cujos corações estejam escoimados do orgulho sob
suas múltiplas modalidades. Na classe dos humildes de intelecto, de posição,
de fortuna, de profissão e de indumentária, viceja também
o orgulho, tal como sói acontecer entre os demais componentes da sociedade
humana.
Aquele
sentimento não escolhe nem distingue classes; vai-se aninhando onde encontra
guarida, seja na alma do sábio como na do ignaro; seja na alma do rico
como na do mendigo que estende a mão à caridade pública;
seja na alma do potentado que enfeixa poderes e exerce autoridades, que governa
povos e dirige que perambula pelas titulares e dos togados, seja na daquele
que cavam o solo ou que removem os detritos das cidades.
O orgulho assume várias formas diversas para cada classe, como para cada
indivíduo. Ninguém escapa às suas arremetidas e a felonia
das suas artimanhas e das suas esdrúxulas concepções. E'
o pecado original que o homem traz consigo ao nascer, como fruto que é,
do egoísmo, do apego ao "eu" extremada gera todas as gamas
e todas as mais variadas nuanças que o orgulho assume, desde a soberba
arrogante e tirana, até as formas depetulância grotesta e ridícula.
É
o grande fator de discórdia entre os homens. É o elemento desaglutinador
por excelência, semeando a cizânia em todos os campos de ação
onde os homens exercem suas atividades. Medra e viça despejadamente no
campo dos pobres como no dos argentários; no dos no douto e eruditos
como dos iletrados e incultos; nas academias como nas feiras livres; nos antros
do vício como nos templos e nos altares.
Não
há terreno sáfaro ou estéril neste mundo, para esta planta
daninha; não existe clima que lhe não seja propício, nem
ambiência que seja refratária à sua proliferação.
Há orgulho de raça, de nacionalidade e de estirpe; há orgulho
de profissão, de títulos e pergaminhos; de crença ou orgulho
religioso, um dos aspectos mais terríveis daquele sentimento, de vez
que gerou, outrora, o ódio entre os profitentes de vários credos
que, mutuamente, se trucidaram numa luta fratricida e cruel, mantendo, ainda
no presente, a separação e o dissídio no seio da família
humana.
O orgulho não procura base para apoiar as suas pretensões. Manifesta-se com ou sem motivos que o justifiquem; com ou sem razão alguma que explique a sua existência. Nos ricos é a riqueza que o gera e sustenta. Nos que conhecem algo em qualquer ramo do que se convencionou denominar — ciência — é o pouco saber que o mantém, nos pobres é a inveja que o alimenta; nos inscientes e semi-analfabetos é a própria ignorância que o conserva sempre vivo e palpitante; finalmente, nos tolos e fátuos, é a debilidade mental, a fraqueza de espírito que o provê do alimento necessário.
O orgulho não procura base para apoiar as suas pretensões. Manifesta-se com ou sem motivos que o justifiquem; com ou sem razão alguma que explique a sua existência. Nos ricos é a riqueza que o gera e sustenta. Nos que conhecem algo em qualquer ramo do que se convencionou denominar — ciência — é o pouco saber que o mantém, nos pobres é a inveja que o alimenta; nos inscientes e semi-analfabetos é a própria ignorância que o conserva sempre vivo e palpitante; finalmente, nos tolos e fátuos, é a debilidade mental, a fraqueza de espírito que o provê do alimento necessário.
Tudo,
como se vê, pode ser causa de orgulho. Há facínoras que
se envaidecem dos crimes bárbaros que cometem, vendo em suas sangrentas
façanhas gestos de heroísmo e de valor. Do orgulho procedem todas
as megalomanias, das mais grotestas às mais perigosas, como aquela que
tem por escopo o domínio do mundo. São incontáveis os malefícios
que o orgulho engendra no coração humano, ocultando-se e disfarçando-se
de todas as formas.
E'
assim que vemos pessoas cujas palavras, escritas ou faladas, são amenas
e cheias de doçura; ao sentirem-se, porém, melindrdas no seu excessivo
amor-próprio, ei-las transformadas em verdadeiras feras, insultando e
agredindo, na defesa do que chamam - dignidade.
Neste
particular, as vítimas do orgulho incidem num equívoco muito generalizado.
A verdadeira defesa da nossa dignidade é uma operação toda
de caráter íntimo. É no interior, no recesso das nossas
almas que se deve processar a vigilância e a defesa de nosso brio, de
nossa honra e de nossa dignidade.
Quando,
aí, nesse tribunal secreto, de nada nos acuse a consciência - essa
faculdade soberana e augusta, através da qual podemos ouvir e sentir
a voz do Supremo Juiz -, devemos ficar tranquilos, mesmo que sejamos acusados
dos maiores delitos e das mais graves culpas.
Infelizmente,
porém, os homens fazem o contrário: descuram da vigilância
interna; fazem ouvidos moucos aos protestos da consciência própria,
a despeito de suas reiteradas e constantes observações, para curarem,
com excessivo zelo, da defesa exterior, isto é, do que dizem e pensam
deles.
É
o orgulho que ofusca a razão humana, arrastando o homem à pratica
de semelhante insânia e de outros tantos despautérios e incongruências.
Vítima da obnubilação mental, o orgulhoso fecha-se como
a ostra, dentro de si mesmo, isolando-se do convívio social e tornando-se
impermeável às inspirações e sugestões dos
bons elementos espirituais que, no desempenho de sua missão de amor,
procuram auxiliar e conduzir os encarnados ao porto seguro da redenção.
Daí
a razão por que Jesus assim se exprimiu acerca desse fato, por ele observado:
"Graças te dou, meu Pai, porque revelas as tuas coisas aos simples
e pequenos, e as esconde dos sábios e dos grandes". Deus nada esconde
dos homens; estes em sua vaidade e soberba, é que se tornam impermeáveis
às revelações do Alto, como insensíveis aos reclamos
da própria consciência.
O
orgulho como se vê, constitui a grande pedra de tropeço no caminho
de nossa evolução, já no que respeita ao desenvolvimento
da inteligência, como no que concerne à esfera do sentimento. Justifica-se,
pois, plenamente, o esforço do Divino Mestre, procurando incutir no espírito
do homem a necessidade de combater o grande e perigoso inimigo do seu progresso
intelectual e do seu aperfeiçoamento moral.
O
meio de efetuar com êxito essa campanha, consiste em cultivar o elemento
ou a virtude que se opõe ao orgulho: a humildade. Assim como nos servimos
da água para extinguir os incêndios, assim cumpre que conquistemos
a humildade de espírito, para alijarmos o orgulho dos nossos corações.
Todo
veneno tem o seu antídoto. Todos os vícios e paixões que
degradam o homem têm as virtudes que lhes são opostas, de cujo
cultivo resulta a vitória sobre aquelas. Quando não queiramos,
de moto próprio, empreender essa luta, seremos forçados a fazê-lo,
mediante o influxo da dor.
O batismo da água nada pode contra os senões e os males do nosso caráter; mas o do fogo age sempre com eficiência em todas as conjunturas e emergências da vida. Outro malefício produzido pelo orgulho consiste em criar nos indivíduos o que pderíamos denominar, talvez com acerto, de complexo de superioridade. Imbuídos dessa presunção, desferem vôo, batendo as asas de ícaro, elevando-se às altas regiões das fantasias mórbidas, criadas pela imaginação, até que um dia se despenham, rolando no pó, para que se confirme a sabedoria da máxima evangélica: Aquele que se exalta será humilhado.
Recapitulando o expôsto sobre a primeira beatitude do Sermão do Monte, verificamos que humildade não quer dizer não quer dizer pobreza ou miséria; não quer dizer desasseio nem farandolagem; não quer dizer ignorância nem analfabetismo; não quer dizer também inaptidão e imbecilidade — de vez que o homem pode ser pobre, miserável, desasseado, maltrapilho, fageirento, néscio, inábil e bronco, sem possuir, todavia, a sublime virtude que Jesus, o Ungido de Deus, predicou pela palavra e pelo exemplo, nascendo num estábulo e morrendo numa cruz.
Cumpre ainda reportarmos a uma certa deturpação daquela excelsa virtude cristã, por parte daqueles que a pretendem confundir, seja por ignorância, seja de má fé, visando a inconfessáveis interesses, com subserviência ou passividade. Segundo este critério, bastante generalizado em certos meios, a pessoa humilde é aquela que se conserva impassível em todas as emergências em que se encontre; é aquela que não protesta nem reage contra as iniquidades de que seja vítima ou que se consumem aos seus olhos; é aquela que se submete, se agacha e se posterna diante de toda manifestação de força, de prepotência e de poderes, por mais absurdos e iníquos que sejam; é aquela que se julga inferior, incapaz, impotente, sem prestígio sem mérito, sem valor nenhum, em suma, que se supõe uma nulidade completa.
Semelhante juízo sobre a humildade é uma afronta atirada ao Cristianismo de Jesus. Não obtante, há muita gente, dentro e fora daquela doutrina, que pensa desse modo e incute nessas ignaras semelhante absurdidade. A humildade não se incompatibiliza com energia de ação, de vez que a energia é também uma virtude. Tão-pouco, ser humilde importa em nos desdenharmos, desmerecendo-nos e nos apoucando no conceito próprio.
O batismo da água nada pode contra os senões e os males do nosso caráter; mas o do fogo age sempre com eficiência em todas as conjunturas e emergências da vida. Outro malefício produzido pelo orgulho consiste em criar nos indivíduos o que pderíamos denominar, talvez com acerto, de complexo de superioridade. Imbuídos dessa presunção, desferem vôo, batendo as asas de ícaro, elevando-se às altas regiões das fantasias mórbidas, criadas pela imaginação, até que um dia se despenham, rolando no pó, para que se confirme a sabedoria da máxima evangélica: Aquele que se exalta será humilhado.
Recapitulando o expôsto sobre a primeira beatitude do Sermão do Monte, verificamos que humildade não quer dizer não quer dizer pobreza ou miséria; não quer dizer desasseio nem farandolagem; não quer dizer ignorância nem analfabetismo; não quer dizer também inaptidão e imbecilidade — de vez que o homem pode ser pobre, miserável, desasseado, maltrapilho, fageirento, néscio, inábil e bronco, sem possuir, todavia, a sublime virtude que Jesus, o Ungido de Deus, predicou pela palavra e pelo exemplo, nascendo num estábulo e morrendo numa cruz.
Cumpre ainda reportarmos a uma certa deturpação daquela excelsa virtude cristã, por parte daqueles que a pretendem confundir, seja por ignorância, seja de má fé, visando a inconfessáveis interesses, com subserviência ou passividade. Segundo este critério, bastante generalizado em certos meios, a pessoa humilde é aquela que se conserva impassível em todas as emergências em que se encontre; é aquela que não protesta nem reage contra as iniquidades de que seja vítima ou que se consumem aos seus olhos; é aquela que se submete, se agacha e se posterna diante de toda manifestação de força, de prepotência e de poderes, por mais absurdos e iníquos que sejam; é aquela que se julga inferior, incapaz, impotente, sem prestígio sem mérito, sem valor nenhum, em suma, que se supõe uma nulidade completa.
Semelhante juízo sobre a humildade é uma afronta atirada ao Cristianismo de Jesus. Não obtante, há muita gente, dentro e fora daquela doutrina, que pensa desse modo e incute nessas ignaras semelhante absurdidade. A humildade não se incompatibiliza com energia de ação, de vez que a energia é também uma virtude. Tão-pouco, ser humilde importa em nos desdenharmos, desmerecendo-nos e nos apoucando no conceito próprio.
Aquele
que descrê de si mesmo é um fracassado na vida. Em realidade, devemos
considerar-nos como obras divinas, que de fato somos, e portanto, de valor infinito.
Devemos valorizar essa obra, na parte que nos toca, lutando incessantemente
pela nossa espiritualização, libertando-nos das injunções
inferiores da animalidade, a fim de que nos aproximemos da Suprema Perfeição
- fonte eterna de onde promana a vida, debaixo de todas as suas formas e modalidades.
Esta
lição que aprendemos no Evangelho; esta é a verdadeira
doutrina messiânica. Para o divino Mestre, todo homem é filho de
Deus representando, por isso, valia incomparável. Haja vista como Ele
tratou os leprosos, a mulher adúltera e a grande pecadora. Para Ele,
o mais enfermo é o que mais precisa da sua medicina. A ninguém
desprezava e a e a ninguém jamais ensinou que se desprezasse e se aviltasse
a si mesmo,mas que se erguesse do pó e da lama, voltando-se para a frente
e para o Alto.
Tende bom ânimo - era a sua advertência predileta. Tudo é
possível àquele que crê — foi também o seu
estribilho. Quanto à energia, Jesus deu desta virtude, os mais edificantes
testemunho em todas as conjunturas da sua vida terrena, culimando na expuls
são dos vendilhões do templo, os quais apostrofou com estas candentes
palavras: Fizestes da casa de oração um covil de ladrões.
Francisco de Assis — o grande apóstolo da humildade —, quem ousará negar que foi ele enérgico na sustentação dos postulados que encarnara? Sua existência toda foi um exemplo de humildade, aliada ao combate franco e decidido ao reverso daquela virtude, isto é, ao luxo, às pompas, ao fausto e a todas as expressões de grandeza e de exterioridade fascinadoras dos sentidos.
Não precisamos, pois, incompatibilizar-nos com a energia, para que sejamos humildes; não precisamos, outrossim, amesquinharmo-nos e nos desmerecermos aos nossos próprios olhos, para engastarmos em nossos caracteres o magnífico diamante cristão: basta que reconheçamos, em Deus, o pai comum de toda a Humanidade; e nos homens — sem distinção de raças, classes e credos — nossos irmãos, procedentes da mesma origem, com os mesmos direitos, sujeitos à mesma lei de justiça, votados, todos, ao mesmo destino, sem exclusivismos, sem privilégios de espécie alguma, sem exceçôes odiosas, estas ou aquelas — porquanto, humildade significa ausência de orgulho dominando o espírito; significa coração simples, destituído de soberba, iluminado pelas claridades da justiça divina, justiça essa que desperta nas almas o verdadeiro senso de igualdade e o sagrado sentimento de fraternidade.
Francisco de Assis — o grande apóstolo da humildade —, quem ousará negar que foi ele enérgico na sustentação dos postulados que encarnara? Sua existência toda foi um exemplo de humildade, aliada ao combate franco e decidido ao reverso daquela virtude, isto é, ao luxo, às pompas, ao fausto e a todas as expressões de grandeza e de exterioridade fascinadoras dos sentidos.
Não precisamos, pois, incompatibilizar-nos com a energia, para que sejamos humildes; não precisamos, outrossim, amesquinharmo-nos e nos desmerecermos aos nossos próprios olhos, para engastarmos em nossos caracteres o magnífico diamante cristão: basta que reconheçamos, em Deus, o pai comum de toda a Humanidade; e nos homens — sem distinção de raças, classes e credos — nossos irmãos, procedentes da mesma origem, com os mesmos direitos, sujeitos à mesma lei de justiça, votados, todos, ao mesmo destino, sem exclusivismos, sem privilégios de espécie alguma, sem exceçôes odiosas, estas ou aquelas — porquanto, humildade significa ausência de orgulho dominando o espírito; significa coração simples, destituído de soberba, iluminado pelas claridades da justiça divina, justiça essa que desperta nas almas o verdadeiro senso de igualdade e o sagrado sentimento de fraternidade.
Vinícius
Livro : Seara do Mestre
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Pedro de Camargo(Vinícius),
vigilância
sábado, 29 de setembro de 2012
29 - Vigilância, Abnegação
A
- Vigilância
"Todo pensamento impuro pode se originar de duas fontes: a própria imperfeição da alma ou uma funesta influência que sobre ela se exerça. Neste último caso, há sempre indício de uma fraqueza, que nos torna aptos a receber essa influência, demonstrando que somos almas imperfeitas. Dessa forma, aquele que falir não poderá alegar como desculpa a influência de um Espirito estranho, desde que esse Espírito não o teria induzido ao mal se o tivesse encontrado inacessível à sedução."
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XXVIII. Coletânea de Preces Espíritas. Para Resistir a Uma Tentação, 20. Prefácio.)
A condição interior de atenção para com as próprias emoções, desejos, impulsos, pensamentos, gestos, olhares, atitudes e respostas verbalizadas consiste na preocupação em pautar nossas reações dentro de padrões condizentes com o conhecimento evangélico. A observação de nós mesmos deverá ser aplicada de modo permanente, e não apenas quando já ocorreu a transgressão. Entendemos claramente que a vigilância define um trabalho preventivo e não corretivo.
"Todo pensamento impuro pode se originar de duas fontes: a própria imperfeição da alma ou uma funesta influência que sobre ela se exerça. Neste último caso, há sempre indício de uma fraqueza, que nos torna aptos a receber essa influência, demonstrando que somos almas imperfeitas. Dessa forma, aquele que falir não poderá alegar como desculpa a influência de um Espirito estranho, desde que esse Espírito não o teria induzido ao mal se o tivesse encontrado inacessível à sedução."
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XXVIII. Coletânea de Preces Espíritas. Para Resistir a Uma Tentação, 20. Prefácio.)
A condição interior de atenção para com as próprias emoções, desejos, impulsos, pensamentos, gestos, olhares, atitudes e respostas verbalizadas consiste na preocupação em pautar nossas reações dentro de padrões condizentes com o conhecimento evangélico. A observação de nós mesmos deverá ser aplicada de modo permanente, e não apenas quando já ocorreu a transgressão. Entendemos claramente que a vigilância define um trabalho preventivo e não corretivo.
A
vigilância tem, assim, sua atuação como meio de combate
aos defeitos, de algum modo já conhecidos ou identificados, para que,
com a devida antecedência e precaução, evitemos as ocorrências
dos mesmos. O trabalho preventivo, a exemplo do que se desenvolve na especializada
área da Segurança do Trabalho, procura relacionar numa atividade
os riscos de acidentes e seus graus. As causas de acidentes são muito
bem estudadas e todas as campanhas de prevenção visam à
conscientização do homem que executa um trabalho produtivo, para
que o desempenhe dentro de certas normas de segurança, específicas
a cada tipo de atividade.
Há dispositivos de proteção nas máquinas, há cores e sinalização, há meios de prevenção contra incêndios e há também os equipamentos de proteção individual para uso do trabalhador. Estes são alguns dos meios para evitar acidentes. Muito análogos ao que queremos aqui relacionar com a nossa vigilância interior são, em Segurança do Trabalho, os chamados "atos inseguros". Sabe o operário que, ao executar um "ato inseguro", poderá lhe ocorrer um acidente, como por exemplo: trabalhar na construção de edifício sobre andaimes sem guarda-corpo; subir em postes sem o cinto de segurança; operar máquinas de desbaste sem óculos de proteção; remover peças com as mãos sem luvas em prensas de moldagem, etc.
Há dispositivos de proteção nas máquinas, há cores e sinalização, há meios de prevenção contra incêndios e há também os equipamentos de proteção individual para uso do trabalhador. Estes são alguns dos meios para evitar acidentes. Muito análogos ao que queremos aqui relacionar com a nossa vigilância interior são, em Segurança do Trabalho, os chamados "atos inseguros". Sabe o operário que, ao executar um "ato inseguro", poderá lhe ocorrer um acidente, como por exemplo: trabalhar na construção de edifício sobre andaimes sem guarda-corpo; subir em postes sem o cinto de segurança; operar máquinas de desbaste sem óculos de proteção; remover peças com as mãos sem luvas em prensas de moldagem, etc.
Então,
o que poderá também acontecer àquele que, conhecendo as
suas fraquezas ou inseguranças, se arrisca a determinadas situações
de perigo? Estará se expondo a sofrer um deslize moral, a lhe ocorrer
um acidente de graves consequências. O que precisamos conhecer bem são
as nossas próprias situações de risco, para não
cometermos erros, caindo em tentações, e depois amargurar os arrependimentos
das nossas falhas.
As tentações são os nossos riscos; estamos a elas sujeitos, e a nossa própria insegurança é resultado das imperfeições que ainda temos. Contamos sempre com os meios de proteção e de segurança individuais nos Espíritos Protetores, que, até certo ponto, afastam-nos das influências perigosas. Cabe-nos, no entanto, agir com firmeza, resistindo às tentações conhecidas.
As tentações são os nossos riscos; estamos a elas sujeitos, e a nossa própria insegurança é resultado das imperfeições que ainda temos. Contamos sempre com os meios de proteção e de segurança individuais nos Espíritos Protetores, que, até certo ponto, afastam-nos das influências perigosas. Cabe-nos, no entanto, agir com firmeza, resistindo às tentações conhecidas.
Podemos
muito bem evitar os "atos inseguros", escapando das situações
de perigo, ou nos munindo dos meios de proteção para enfrentá-las.
Como formas de proteção, além do auxílio espiritual, contamos com a prece, a vontade, o esclarecimento, o esforço próprio. Ninguém melhor do que nós mesmos para precavermo-nos das situações que representam riscos às nossas próprias inseguranças morais.
Relacionemos algumas delas, talvez as mais comuns:
a) Diante dos convites de companhias que nos estimulam ao fumo, ao jogo, ao álcool, ao tóxico;
b) Nas discussões de assuntos polêmicos, que nos levam a intrigas, agressões, contendas;
c) Nas elaborações de pensamentos eróticos, que nos predispõem aos condicionamentos do sexo;
d) Na direção dos olhares maliciosos, que nos conduzem à cobiça;
e) Nas economias exageradas dos gastos, que se resumem em avareza;
f) Nas absorções de ressentimentos ou amarguras, que se cristalizam em intolerâncias, incompreensões;
g) Nos comentários desavisados, que nos conduzem à maledicência;
h) Nos afloramentos das emoções fortes, que nos fazem manifestar orgulho, presunção;
i) Nos ímpetos de defesa das nossas idéias, que refletem o personalismo;
Como formas de proteção, além do auxílio espiritual, contamos com a prece, a vontade, o esclarecimento, o esforço próprio. Ninguém melhor do que nós mesmos para precavermo-nos das situações que representam riscos às nossas próprias inseguranças morais.
Relacionemos algumas delas, talvez as mais comuns:
a) Diante dos convites de companhias que nos estimulam ao fumo, ao jogo, ao álcool, ao tóxico;
b) Nas discussões de assuntos polêmicos, que nos levam a intrigas, agressões, contendas;
c) Nas elaborações de pensamentos eróticos, que nos predispõem aos condicionamentos do sexo;
d) Na direção dos olhares maliciosos, que nos conduzem à cobiça;
e) Nas economias exageradas dos gastos, que se resumem em avareza;
f) Nas absorções de ressentimentos ou amarguras, que se cristalizam em intolerâncias, incompreensões;
g) Nos comentários desavisados, que nos conduzem à maledicência;
h) Nos afloramentos das emoções fortes, que nos fazem manifestar orgulho, presunção;
i) Nos ímpetos de defesa das nossas idéias, que refletem o personalismo;
j)
Nas inquietações por algo desejado, que definem a impaciência;
l) Nos esquecimentos de obrigações assumidas, que caracterizam a negligência;
m) Nos descansos prolongados, que indicam ociosidade.
"Reconhece-se que um pensamento é mau quando ele se distancia da caridade — base de toda moral verdadeira; quando tem por princípio o orgulho, a vaidade e o egoísmo; quando sua concretização pode prejudicar alguém; quando, enfim, nos induza a coisas diferentes das que quereríamos que os outros nos fizessem."
B - Abnegação
"A piedade, quando bem sentida, é amor; o amor é devo lamento; devotamento é esquecimento, esquecimento de si mesmo, e este esquecimento é a abnegação em favor da criatura menos feliz, é a virtude por excelência, praticada pelo Divino Mestre e ensinada em sua doutrina tão santa e sublime; quando essa doutrina for restabelecida em sua pureza primitiva, quando for admitida por todos os povos, fará a Terra feliz, fazendo reinar em sua face a concórdia, a paz e o amor."
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XIII. Que a Mão esquerda Não Saiba o Que Faz a Direita. Item 17. A Piedade - Michel.)
A abnegação é indicativa daquilo que fazemos em favor de alguém, ou de alguma causa, sem interesse próprio, com esquecimento de nós mesmos, ou até com sacrifício do que possa nos pertencer.
Há alguns exemplos na História das Civilizações de criaturas abnegadas, que se dedicaram ao bem-estar do próximo, trabalhando de alguma forma para deixar aos homens uma contribuição marcante nas áreas do conhecimento, das descobertas científicas, das investigações, das religiões, dos direitos humanos, da moral, da caridade, etc. Por esse espírito de sacrifício próprio deixaram seus nomes aureolados de respeito e admiração.
Na própria História do Brasil rendemos homenagens aos personagens cívicos que colocaram o interesse da nação brasileira acima dos seus e dos das elites da época.
É o que muito nos falta hoje: pureza de intenções, abnegação, sacrifício de interesses, renúncia a proveitos pessoais, amor às causas nobres, dedicação às criaturas na miséria, desprendimento dos valores materiais. Devemos reconhecer, também, que há inúmeros corações vivendo em silêncio dando extraordinários exemplos de abnegação, sem fazer qualquer menção ao que realizam, ou sem serem identificados publicamente.
Todos temos, no entanto, possibilidades de praticar a abnegação, se não integralmente dedicados a uma obra mas, em nosso tempo disponível, procurando algo realizar sem remuneração, com desprendimento, dedicados a certas benemerências ao próximo, de qualquer natureza.
A prática da abnegação concretiza o exercício da caridade, dever humano que não podemos dispensar de nossas obrigações. O benefício desinteressado é o único agradável a Deus. Quem presta sua ajuda aos pequeninos que nada têm, sabe de antemão que não receberá deles agradecimentos ou retribuições. Por essa razão os serviços dedicados aos mais carentes devem caracterizar a caridade autêntica.
Admitimos que também podemos treinar a abnegação nas pequenas coisas, todas as vezes que voluntariamente renunciamos a algo nosso em favor do próximo.
A abnegação é o oposto do egoísmo. Praticando-a, o combatemos naturalmente.
Vejamos, em nossas atividades corriqueiras, algumas das muitas oportunidades que temos de praticar a abnegação:
a) Dedicando algumas horas do nosso lazer numa atividade assistência!;
b) Ministrando esclarecimentos evangélicos às criaturas em aprendizagem;
c) Oferecendo graciosamente os próprios serviços profissionais, onde possam ser mais úteis, aos que não os possam pagar;
d) Ensinando, sem interesse financeiro, os conhecimentos que detemos em quaisquer áreas;
e) Trabalhando no próprio lar, em algumas horas livres, na confecção de roupas e agasalhos para famílias carentes;
f) Contribuindo, com trabalho pessoal, no plantão vigilante a familiares ou amigos em convalescença;
g) Procurando conduzir o que realizarmos na esfera política ou social em benefício da maioria desprivilegiada, mesmo sacrificando
interesses próprios;
h) Indagando sempre, em nossas deliberações administrativas, se estamos atendendo aos princípios de justiça, tolerância e bondade para com o próximo;
i) Pautando tudo que fizermos nas produções diárias dentro do ideal de perfeição, aprimorando sempre para o melhor ao nosso alcance.
"A beneficência é bem compreendida, quando se limita ao círculo de pessoas da mesma opinião, da mesma crença ou do mesmo partido? — Não, é imperioso sobretudo abolir o espírito de seita e de partido, pois todos os homens são irmãos. O verdadeiro cristão vê irmãos em todos os seus semelhantes, e para socorrer o necessitado não busca saber a sua crença, a sua opinião, seja ela qual for." (Id., ibid. Item 20. Luís.)
Ney P. Peres
l) Nos esquecimentos de obrigações assumidas, que caracterizam a negligência;
m) Nos descansos prolongados, que indicam ociosidade.
"Reconhece-se que um pensamento é mau quando ele se distancia da caridade — base de toda moral verdadeira; quando tem por princípio o orgulho, a vaidade e o egoísmo; quando sua concretização pode prejudicar alguém; quando, enfim, nos induza a coisas diferentes das que quereríamos que os outros nos fizessem."
B - Abnegação
"A piedade, quando bem sentida, é amor; o amor é devo lamento; devotamento é esquecimento, esquecimento de si mesmo, e este esquecimento é a abnegação em favor da criatura menos feliz, é a virtude por excelência, praticada pelo Divino Mestre e ensinada em sua doutrina tão santa e sublime; quando essa doutrina for restabelecida em sua pureza primitiva, quando for admitida por todos os povos, fará a Terra feliz, fazendo reinar em sua face a concórdia, a paz e o amor."
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XIII. Que a Mão esquerda Não Saiba o Que Faz a Direita. Item 17. A Piedade - Michel.)
A abnegação é indicativa daquilo que fazemos em favor de alguém, ou de alguma causa, sem interesse próprio, com esquecimento de nós mesmos, ou até com sacrifício do que possa nos pertencer.
Há alguns exemplos na História das Civilizações de criaturas abnegadas, que se dedicaram ao bem-estar do próximo, trabalhando de alguma forma para deixar aos homens uma contribuição marcante nas áreas do conhecimento, das descobertas científicas, das investigações, das religiões, dos direitos humanos, da moral, da caridade, etc. Por esse espírito de sacrifício próprio deixaram seus nomes aureolados de respeito e admiração.
Na própria História do Brasil rendemos homenagens aos personagens cívicos que colocaram o interesse da nação brasileira acima dos seus e dos das elites da época.
É o que muito nos falta hoje: pureza de intenções, abnegação, sacrifício de interesses, renúncia a proveitos pessoais, amor às causas nobres, dedicação às criaturas na miséria, desprendimento dos valores materiais. Devemos reconhecer, também, que há inúmeros corações vivendo em silêncio dando extraordinários exemplos de abnegação, sem fazer qualquer menção ao que realizam, ou sem serem identificados publicamente.
Todos temos, no entanto, possibilidades de praticar a abnegação, se não integralmente dedicados a uma obra mas, em nosso tempo disponível, procurando algo realizar sem remuneração, com desprendimento, dedicados a certas benemerências ao próximo, de qualquer natureza.
A prática da abnegação concretiza o exercício da caridade, dever humano que não podemos dispensar de nossas obrigações. O benefício desinteressado é o único agradável a Deus. Quem presta sua ajuda aos pequeninos que nada têm, sabe de antemão que não receberá deles agradecimentos ou retribuições. Por essa razão os serviços dedicados aos mais carentes devem caracterizar a caridade autêntica.
Admitimos que também podemos treinar a abnegação nas pequenas coisas, todas as vezes que voluntariamente renunciamos a algo nosso em favor do próximo.
A abnegação é o oposto do egoísmo. Praticando-a, o combatemos naturalmente.
Vejamos, em nossas atividades corriqueiras, algumas das muitas oportunidades que temos de praticar a abnegação:
a) Dedicando algumas horas do nosso lazer numa atividade assistência!;
b) Ministrando esclarecimentos evangélicos às criaturas em aprendizagem;
c) Oferecendo graciosamente os próprios serviços profissionais, onde possam ser mais úteis, aos que não os possam pagar;
d) Ensinando, sem interesse financeiro, os conhecimentos que detemos em quaisquer áreas;
e) Trabalhando no próprio lar, em algumas horas livres, na confecção de roupas e agasalhos para famílias carentes;
f) Contribuindo, com trabalho pessoal, no plantão vigilante a familiares ou amigos em convalescença;
g) Procurando conduzir o que realizarmos na esfera política ou social em benefício da maioria desprivilegiada, mesmo sacrificando
interesses próprios;
h) Indagando sempre, em nossas deliberações administrativas, se estamos atendendo aos princípios de justiça, tolerância e bondade para com o próximo;
i) Pautando tudo que fizermos nas produções diárias dentro do ideal de perfeição, aprimorando sempre para o melhor ao nosso alcance.
"A beneficência é bem compreendida, quando se limita ao círculo de pessoas da mesma opinião, da mesma crença ou do mesmo partido? — Não, é imperioso sobretudo abolir o espírito de seita e de partido, pois todos os homens são irmãos. O verdadeiro cristão vê irmãos em todos os seus semelhantes, e para socorrer o necessitado não busca saber a sua crença, a sua opinião, seja ela qual for." (Id., ibid. Item 20. Luís.)
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