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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A DIFERENÇA - "Todas essas qualidades negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas"

 

 

A reunião alcançava a parte final, e, na organização mediúnica, Bezerra de Menezes retinha a palavra.

O Benfeitor distribuía consolações, quando um companheiro o alvejou com azedume:

– Bezerra, não concordo com tanta máscara no ambiente espírita. Estou cansado de ser hipócrita. Falo contra mim mesmo. Posso, acaso, dizer que sou espírita-cristão?

Vejo-me fustigado por egoísmo e intolerância, avareza e ciúme; cometo desatenções e disparates; reconheço-me frequentemente caído em maledicência e cobiça; ainda não venci a desconfiança, nem a propensão para ressentir-me; quando menos espero, chafurdo-me nos erros da vaidade e do orgulho; involuntariamente, articulo ofensas contra o próximo; a ambição mora comigo e, por isso, agrido os meus semelhantes com toda a força de minha brutalidade; a crítica, o despeito, a maldade e a imperfeição me seguem constantemente.

Posso declarar-me espírita-cristão com tantos defeitos?

O venerável Bezerra de Menezes respondeu sereno:

– Eu também, meu amigo, ainda estou em meio de todas essas mazelas e sou espírita-cristão...

– Como assim? – revidou o consulente agitado.

– Perfeitamente – concluiu Bezerra de Menezes, sem alterar-se. – Todas essas qualidades negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas...

E Bezerra de Menezes, sorrindo:

– Como vê meu amigo, há muita diferença.  



Irmão X

Do livro Momentos de Ouro, capítulo nº 12, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, de autoria de Espíritos diversos.


sábado, 6 de julho de 2013

A Cólera

UM ESPÍRITO PROTETOR
Bordeaux, 1863

            9 – O orgulho vos leva a vos julgardes mais do que sois, a não aceitar uma comparação que vos possa rebaixar, e a vos considerardes, ao contrário, de tal maneira acima de vossos irmãos, seja na finura de espírito, seja no tocante à posição social, seja ainda em relação às vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e vos fere. E o que acontece, então? Entregai-vos à cólera.
            Procurai a origem desses acessos de demência passageira, que vos assemelham aos brutos, fazendo-vos perder o sangue frio e a razão: procurai-a, e encontrareis quase sempre por base o orgulho ferido. Não é acaso o orgulho ferido por uma contradita, que vos faz repelir as observações justas e rejeitar, encolerizados, os mais sábios conselhos? Até mesmo a impaciência, causada pelas contrariedades, em geral pueris, decorre da importância atribuída à personalidade, perante a qual julgais que todos devem curvar-se.
            No seu frenesi, o homem colérico se volta contra tudo, à própria natureza bruta, aos objetos inanimados, que espedaça, por não o obedecerem. Ah!, se nesses momentos ele pudesse ver-se a sangue frio, teria horror de si mesmo ou se reconheceria ridículo! Que julgue por isso a impressão que deve causar aos outros. Ao menos pelo respeito a si mesmo, deveria esforçar-se, pois, para vencer essa tendência que o torna digno de piedade.
            Se pudesse pensar que a cólera nada resolve,que lhe altera a saúde, compromete a sua própria vida, veria que é ele mesmo a sua primeira vítima. Mas ainda há outra consideração que o deveria deter: o pensamento de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tiver coração, não sentirá remorsos por fazer sofrer as criaturas que mais ama? E que mágoa mortal não sentiria se, num acesso de arrebatamento, cometesse um ato de que teria de recriminar-se por toda a vida!
            Em suma: a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se faça muito bem, e pode levar a fazer-se muito mal. Isso deve ser suficiente para incitar os esforços por dominá-la. O espírita, aliás, é incitado por outro motivo: o de que ela é contrária à caridade e à humildade cristãs.       
*
HAHNEMANN
Paris, 1863
                                             
            10 – Segundo a idéia muito falsa de que não se pode reformar a própria natureza, o homem se julga dispensado de fazer esforços para se corrigir dos defeitos em que se compraz voluntariamente, ou que para isso exigiriam muita perseverança. É assim, por exemplo, que o homem inclinado à cólera se desculpa quase sempre com o seu temperamento. Em vez de se considerar culpado, atribui a falta ao seu organismo, acusando assim a Deus pelos seus próprios defeitos. É ainda uma conseqüência do orgulho, que se encontra mesclado a todas as suas imperfeições.
            Não há dúvida que existem temperamentos que se prestam melhor aos atos de violência, como existem músculos mais flexíveis, que melhor se prestam a exercícios físicos. Não penseis, porém, que seja essa a causa fundamental da cólera, e acreditai que um Espírito pacífico, mesmo num corpo bilioso, será sempre pacífico, enquanto um Espírito violento, num corpo linfático, não seria mais dócil. Nesse caso, a violência apenas tomaria outro caráter. Não dispondo de um organismo apropriado à sua manifestação, a cólera seria concentrada, enquanto no caso contrário seria expansiva.
            O corpo não dá impulsos de cólera a quem não os tem, como não dá outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. Sem isso, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem que é deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nada tem com isso, mas pode modificar o que se relaciona com o Espírito, quando dispõe de uma vontade firme. A experiência não vos prova, espíritas, até onde pode ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam aos vossos olhos? Dizei, pois, que o homem só permanece vicioso porque o quer, mas que aquele que deseja corrigir-se sempre o pode fazer. De outra maneira, a lei do progresso não existiria para o homem.

Fonte: O Evangelho Segundo O Espiritismo. Cap. 9 Bem Aventurados Os Mansos e Pacíficos itens 9 e 10
Allan Kardec- Tradutor: João Herculano Pires

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

9- TÁTICA OBSESSIVA. "(...)O espírito obsessor, sem a menor cerimónia, faz-se passar por mensageiro do bem, aconselha procedimentos fraternos, empenha-se em conquistar a confiança do medianeiro, sugere-lhe atitudes de extremo devotamente, chegando, inclusive, a comover-se às lágrimas... Tudo para envolvê-lo na teia de seus escusos e reais interesses..."


"... para chegara tais Uns é preciso um espirito hábil, astuto e profundamente hipócrita, porque não pode enganar e fazer-se aceitar senão com a ajuda de máscara que sabe tomar e de uma falsa aparência de virtude; as grandes palavras de caridade, humildade e amor a Deus são para ele como credenciais; mas, através de tudo isto, deixa transparecer sinais de inferioridade que é preciso estar fascinado para não perceber..." (Segunda Parte, cap. XXIII, item 239, terceiro parágrafo)
Os espíritos que intentam enganar os médiuns não hesitam em tomar o nome de Deus para fazê-lo. Aliás, a história está repleta de exemplos de homens que corrompiam, saqueavam, extorquiam, mentiam e até matavam — em nome de Deus!... Citemos o exemplo da Inquisição e fatos similares ocorridos com adeptos de outros credos religiosos ou suspeitos de heresia.
Para colimar seus objetivos inferiores, os espíritos não revelam qualquer escrúpulo em traves tirem-se como "anjos de luz", agindo sob o escudo de nomes veneráveis que ostentam de maneira desrespeitosa.
O espírito obsessor, sem a menor cerimónia, faz-se passar por mensageiro do bem, aconselha procedimentos fraternos, empenha-se em conquistar a confiança do medianeiro, sugere-lhe atitudes de extremo devotamente, chegando, inclusive, a comover-se às lágrimas... Tudo para envolvê-lo na teia de seus escusos e reais interesses. Assim, imperceptivelmente, o médium vai-se rendendo às suas vibrações, até que, fascinado, se destitui do imprescindível bom-senso, que preservaria a sua integridade psicológica.
Não raro, o espírito obsessor penetra de tal forma na alma do médium obsidiado, que este passa a defendê-lo ardorosamente, quando alguém lhe questiona a identidade e a intenção, melindrando-se ao tomar-lhe as dores, como se fosse ele próprio o ofendido.
Entretanto, por mais se esmere, o espírito obsessor acaba por trair-se, não logrando ocultar os seus inequívocos sinais de inferioridade, à semelhança de alguém que consegue enganar as pessoas durante algum tempo, mas não o tempo todo...
Para admitir que foi ludibriado por este ou aquele espírito, é necessário que o médium possua certa humildade; caso contrário, mesmo a entidade espiritual sendo desmascarada, o medianeiro prosseguirá cultivando as convicções na infalibilidade do espírito que o envaidecia com a sua "assistência".
No que tange à vaidade, carecemos de tecer breve consideração. O medianeiro costuma julgar o grau de sua evolução espiritual pela condição evolutiva do espírito que lhe assessora as atividades. Pura ilusão! Espíritos que agem no anonimato, cujos nomes sequer são conhecidos dos homens, estão em estágio espiritual quase sempre superior ao dos que reverenciamos...
Não é porque, por exemplo, Bezerra de Meneses assista tal médium que este esteja à altura do grande benfeitor de todos nós. Os Espíritos Superiores, atentos à palavra do Cristo de que "os sãos não necessitam de médico", abeiram-se das almas enfermas no propósito de auxiliá-las na cura. Acaso o Senhor não conviveu com pecadores e adúlteras, homens rudes e de inteligência obtusa, pacientemente instruindo-os a respeito do Reino Divino?!...
À perda do discernimento, a que nos referimos no capítulo precedente, só se nivela a vaidade do médium que se imagina na condição de missionário.
Insistimos em que a mediunidade, do ponto de vista moral, é instrumento de progresso a realizar e não de progresso realizado.
As credenciais do espírito bem intencionado são sempre as do trabalho que inspira o médium a concretizar, sem subtrair-lhe o livre-arbítrio. O espírito que dita normas e se aborrece quando não as vê cumprir-se pode até possuir méritos que não discutimos, mas inegavelmente ainda tem muito que aprender.
A tática do espírito obsessor intelectualizado é sutilíssima! Não raro, para surpreendê-lo em contradição, carece-se de refinado espírito de observação num curso de tempo mais ou menos longo.
No entanto não nos precipitemos em qualquer juízo sobre os espíritos, como não devemos apressar-nos na opinião a respeito de pessoas e acontecimentos. Não permitamos deixar-nos levar pelas aparências, nem de bem nem de mal, porque o espírito aparentemente bronco em seu modo de exteriorizar-se pode ser portador de virtudes essenciais que verdadeiramente o credenciem.
Muitas rosas de inegável beleza são totalmente desprovidas de perfume, ao passo que outras de aspecto comum exalam agradabilíssima fragrância, sob a singeleza da própria forma!

Livro: Mediunidade e Obsessão
Odilon Fernandes/Carlos Baccelli