Emmanuel
No estudo da posição
daquele trabalhador de última hora, credor de precioso salário, a que se
reporta o Evangelho, mentalizemos uma oficina com determinada tarefa a
realizar. Revelando as diretrizes, que lhe governam a experiência,
convocou diversos operários para o serviço em expectação.
Os primeiros chegados,
quando a manhã surgia promissora, começaram a examinar indefinidamente a
obra, discutindo particularidades e nugas, com menosprezo do tempo.
Os segundos, trazidos a
realização, sentiram-se repentinamente cansados, acreditando muito mais na
própria indisposição orgânica que no poder de agir que lhes era peculiar.
Os terceiros,
transportados ao recinto quando o Sol avançava, preferiram invariável
repouso, à espera de orientação e esclarecimento, como se a oficina lhes
não houvesse ofertado, previamente, o programa de ação.
Os demais, conduzidos à
casa nas derradeiras horas do dia, estacionaram na queixa e no desânimo,
no medo e na distração...
Acotovelavam-se todos,
inutilmente, esquecidos de que o serviço lhes rogava devotamento e
consagração.
Eis, porém, que nos
últimos instantes do dia, o servidor diligente é trazido ao trabalho e
atende-o sem discussão.
Naturalmente que a esse
o vencimento é mais justo, pelo esforço construtivo que lhe assinalou a
presença e lhe marcou a decisão.
Conserva contigo o
ensinamento do Divino Mestre e não desfaleças.
Ao longo de teus passos,
aparece no mundo a sementeira do bem, que te pede renúncia e boa vontade,
sacrifício e compreensão.
Desperta e efetua a obra
de amor a que foste chamado, porque o valor de tua existência na carne não
será conferido pelos dias longos que desfrutes na Terra ou pelos tesouros
do corpo e da alma que retenhas contigo, mas, sim, pela tarefa executada
no bem incessante que te será coroa de luz, na luz da Vida Real.
Onde fores
defrontado pela calúnia, sê a palavra amiga do esclarecimento benéfico.
Indolência e
desânimo, são ervas parasitárias, aniquilando-te a produção.
Livro:
ALVORADA DO REINO - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel