1. Qual o ponto de vista da Espiritualidade quanto a este tema?
O
Espiritismo – a terceira revelação de Deus aos homens, veio desvendar e
explicar, alicerçado na razão esclarecida, na lógica universal e no
bom senso, os mistérios da vida, o espírito imortal, a lei da
reencarnação, o progresso moral e espiritual incessante, a lei de
justiça e caridade, a lei de causa e efeito, o amor universal, os
fenômenos psíquicos e a mediunidade, interpretar com beleza e
profundidade moral os consoladores ensinamentos de Jesus. Antes de
procurar entender a temática da homossexualidade no ser humano,
necessita-se estudar e compreender na sua essência o que seja
sexualidade à luz do Espiritismo.
O sexo acompanha o espírito a
partir de sua origem na vida universal. A condição de macho ou fêmea, de
homem ou de mulher são definidos pelos corpos biológicos que a Divina
Providência oferece sempre ao princípio inteligente e a espíritos
inteligentes, em sua trajetória evolutiva, através dos processos
reencarnatórios nos milênios incontáveis. Expressa grande verdade
espiritual o espírito André Luiz:
“E
o instinto sexual, por isso mesmo, traduzindo amor em expansão no
tempo,vem das profundezas, por nós ainda inabordáveis, da vida, quando
agrupamentos de mônadas celestes se reuniram magneticamente umas às
outras para a obra multimilenária da evolução, ao modo de núcleos e
eletrões na tessitura dos átomos ou dos sóis e dos mundos, nos sistemas
macrocósmicos da Imensidade”
O mesmo autor em outra obra esclarece com profundidade:
“O
sexo, portanto, como qualidade positiva ou passiva dos princípios e dos
seres, é manifestação cósmica em todos os círculos evolutivos, até que
venhamos a atingir o campo da Harmonia Perfeita, onde essas qualidades
se equilibram no seio da Divindade”
Não estagiamos na vida
corpórea só para sofrer provações e expiações, frustrações e fracassos,
lutas e trabalho. Acima de tudo, estamos aqui para viver e aprender
experiências visando ao nosso progresso moral e espiritual,rumo à
perfeição e à conquista da felicidade gloriosa.
2.
O que a homossexualidade tem a ver com a reencarnação? Já ouvi alguém
dizer e até em livros que a homossexualidade jamais foi uma doença. O
que é então?
Têm tudo a ver. Sem a lei da reencarnação, não
poderia existir a problemática da homossexualidade. Não se pode
analisar nenhuma criatura humana na sua identidade espiritual, sem
acreditarmos nas experiências e aprendizagem que todo e qualquer
espírito já realizou em sua trajetória reencarnatória, através de
incontáveis séculos. Nosso espírito, nossa inteligência, nossa estrutura
psicológica, nossa vida mental, nosso inconsciente complexo são a soma
de toda a anterioridade das experiências reencarnatórias. O que somos
está totalmente alojado em nosso inconsciente, que é o resultado natural
de nosso livre arbítrio, escolhas, opções, desejos, emoções, ações e
obras em vidas pretéritas. Toda a conjuntura complexa de nossa
sexualidade psíquica, emocional e psicológica está registrada de forma
viva e indelével na câmara escura da mente – a sub-consciência. Cada
criatura humana somente experimentará na vida íntima o que já desejou e
viveu, acertou e errou, agiu e conquistou por dentro de si mesmo. Somos
produtos de nós mesmos. Deus não fez a nossa personalidade integral e
complexa – como a apresentamos nos dias de hoje. Nós é que nos fizemos
assim, usando o próprio livre arbítrio de agir para o Bem ou para o
Mal.
Na verdade, cada criatura humana vive e viverá em plenitude de
seu psiquismo tudo que experienciou e registrou, agiu e aprendeu,
arquivou e conquistou nos escaninhos misteriosos do inconsciente
profundo, muito especialmente as manifestações afetivas, emocionais,
psicológicas e psíquicas da sexualidade. Todo espírito, no processo da
reencarnação, ganhará sempre um novo corpo: masculino ou feminino;
contudo seus recursos psíquicos, intelectuais, afetivos, emocionais são
muito antigos, permanecem guardados no disco divino da mente e fazem
parte de sua personalidade integral. Nosso espírito já passou por
milhares de encarnações, em muitos milênios, ora envergando corpo
feminino, ora tomando corpo masculino.
A mente, seguindo o processo
evolutivo, registra e acumula tanto valores psíquicos masculinos quanto
valores psíquicos femininos. Quase toda criatura humana possui em seu
inconsciente a bissexualidade psíquica, devido, ter adquirido valiosas
experiências, executando as funções de homem ou de mulher.
Nossa
mente, com os séculos, foi formando a bipolaridade sexual, com carga de
energias psíquicossexuais masculinas e femininas bem diferenciadas em
sua tonalidade em cada espírito.
O homossexual não é mais considerado
doente pela Medicina, contudo o espírito reencarnado traz graves
problemas de consciência culpada, remorso, desajuste emocional e
viciação sexual, exigindo reeducação dos maus hábitos, corrigenda dos
defeitos morais e aprimoramento dos sentimentos. O que está doente na
alma humana de homossexuais e heterossexuais é o mau comportamento moral
no relacionamento sexual com homens e mulheres em séculos e séculos de
paixões e violências, excessos e enganos, criminalidade e viciação.
A
esmagadora maioria das criaturas humanas está espiritualmente doente.
Jesus é o Divino Médico das almas, convidando-nos para a cura definitiva
da consciência e do coração espiritual. A evolução espiritual é lei
para todos os espíritos, embora a maioria deles não saiba, não acredite,
não interesse por acreditar, mas ela vigora para todos indistintamente.
Apresentaremos, para a análise, meditação e reflexão dos amigos
interessados no estudo sério, deste palpitante tema, algumas afirmações
bastante importantes, formulados pelos espíritos iluminados Emmanuel e
André Luiz, por via da extraordinária mediunidade de Francisco Cândido
Xavier:
“Subsistirá, no entanto, qualquer estranheza nisso,
quando não ignoramos que toda a estrutura psicológica, em que se nos
erguem os destinos, foi manipulada com os ingredientes do sexo, através
de milhares de reencarnações?” (Vida e Sexo, F. Cândido Xavier, lição
14, pg. 53-54 – “Vinculações”, FEB)
“A sede do sexo não se acha
no corpo grosseiro, mas na alma, em sua sublime organização.” (No Mundo
Maior, F. Cândido Xavier, cap. 11, pg. 147– “Sexo”, FEB)
“A sede
real do sexo não se acha, dessa maneira, no veículo físico, mas sim na
entidade espiritual, em sua estrutura complexa.” (Evolução em Dois
Mundos, Francisco Cândido Xavier – Waldo Vieira, cap. XVIII, pg. 141
“Sexo e corpo espiritual”, FEB)
“(...) o sexo reside na mente, a
expressar-se no corpo espiritual, e conseqüentemente no corpo físico,
por santuário criativo de nosso amor perante a vida e, em razão disso,
ninguém escarnecerá dele, desarmonizando-lhe as forças sem escarnecer e
desarmonizar a si mesmo.” (Evolução em Dois Mundos, F. Cândido Xavier –
Waldo Vieira, cap. XVIII, pg. 146 – “Sexo e corpo espiritual”, FEB)
“Sabemos
que sexo analisado na essência, é a soma das qualidades femininas ou
masculinas que caracterizam a mente, razão por que é imprescindível
observá-lo, do ponto de vista espiritual, enquadrando-o nas esferas das
concessões divinas que nos cabe movimentar com respeito e rendimento na
produção do bem.” (Ação e Reação, Francisco Cândido Xavier, Cap. 15, pg.
201-202 – “Anotações oportunas”, FEB)
“(...) além da trama de
recursos somáticos, a alma guarda a sua individualidade sexual
intrínseca, a definir-se na feminilidade ou na masculinidade, conforme
os característicos acentuadamente passivos ou claramente ativos que lhe
sejam próprios.” (Evolução em Dois Mundos, F. Cândido Xavier, Cap.
XVIII, pg. 141 - “Sexo e corpo espiritual”, FEB)
“O sexo é,
portanto, mental em seus impulsos e manifestações, transcendendo
quaisquer impositivos da forma em que se exprime, não obstante
reconhecermos que a maioria das consciências desencarnadas permanecem
seguramente ajustadas a sinergia mente-corpo, em marcha para mais vasta
complexidade de conhecimento e emoção.” (Evolução em Dois Mundos,
Francisco Cândido Xavier – Waldo Vieira, Cap. XVIII, pg. 142 – “Sexo e
corpo espiritual”, FEB)
“Considerando-se que o sexo, na essência,
é a soma das qualidades passivas ou positivas do campo mental do ser, é
natural que o espírito acentuadamente feminino se demore séculos e
séculos nas linhas evolutivas da mulher e que o espírito marcadamente
masculino se detenha por longo tempo nas experiências do homem.” (Ação e
Reação, Francisco Cândido Xavier, Cap. 15, pg. 205 - “Anotações
oportunas”, FEB)
“O sexo, pois, não poderia ausentar-se do reino
espiritual que nos é conhecido, por ser de substância mental,
determinando mentalmente as formas em que se expressa. Representa, desse
modo, não uma energia fixa da Natureza, trabalhando a alma, e sim uma
energia variável da alma, com que ela trabalha a Natureza em que
envolve, aprimorando a si mesma.” (Ação e Reação, Francisco Cândido
Xavier, cap. XV, pg. 199 – “Anotações oportunas”, Editora FEB)
“Apreciemo-la,
assim, como sendo uma força do Criador na criatura, destinada a
expandir-se em obras de amor e luz que enriqueçam a vida, igualmente
condicionada à lei de responsabilidade, que nos rege o destino.” (Ação e
Reação, Francisco Cândido Xavier, cap. XV, pg. 199 – “Anotações
oportunas”, Editora FEB)
3. A homossexualidade pode ser explicada pelo fato de um espírito ter pertencido a um corpo de sexo oposto ao atual?
Somente
as experiências psíquicas da existência imediatamente anterior
(penúltima encarnação) não provocam grandes mudanças na gigantesca
estrutura mental do espírito.
As tendências psicossexuais da alma
estão vindo de muito longe, de muitas e muitas encarnações, onde usamos
nosso livre arbítrio, nossos desejos, nossas escolhas, nossos
interesses, nossos sonhos, nossas paixões e nossos amores, muitas vezes
sem nos preocuparmos com a boa moral, o bom caráter, as boas ações, os
bons sentimentos!...
A última encarnação é somente pequena fração de
recursos psíquicos que vem a ser somada ao departamento da
subconsciência – arquivo psíquico onde estão armazenados todos os
pensamentos, desejos, sentimentos, emoções, trabalhos e vivências do
espírito encarnado. Não podemos explicar a homossexualidade simplesmente
com analisar a conduta do espírito em sua última encarnação. As
modificações na mente do espírito de uma encarnação para outra são muito
pequenas e imperceptíveis. A influenciação psíquica da última
encarnação, no inconsciente do espírito, é semelhante a um dedal de
água–doce que acrescentamos no Oceano Pacífico, esperando sejam
modificadas as características básicas do Oceano para água– doce.
Impossível tal desiderato! Nossa personalidade integral está sendo
trabalhada, experimentada, aprendida e formada, pouco a pouco, nas
sucessivas encarnações, nos muitos milênios de história da evolução do
homem terrestre.
4. A
homossexualidade pode ser explicada como um desvio sexual oriundo de
outras encarnações ou a fatores materiais que a influenciam? Na
hereditariedade, a genética tem alguma coisa a ver com a
homossexualidade?
As ciências psiquiátrica, psicanalítica e
psicológica fizeram a investigação exaustiva e acurada da personalidade
com inversão na manifestação sexual. Analisou as tendências, aptidões e
comportamentos do indivíduo com a problemática sexual, visando a
chegar às causas da homossexualidade, a fim de reeducá-la, desejando
trazer a normalidade à pessoa que enfrenta tal conflito psíquico. A
ciência no seu conceito materialista (como é natural), colocou todas as
supostas causas da homossexualidade no presente, fundamentada na
herança genética, na influência dos pais e do ambiente da família e nos
antros perniciosos da vida social. Não há hereditariedade psíquica dos
pais para os filhos. Se a ciência humana diz que é provável: a
homossexualidade seja transmissão hereditária dos genitores, contudo
este pronunciamento ainda não foi provado e nem comprovado em
laboratório pela ciência oficial. A pertinaz dúvida ainda impera – e
bastante – no meio das ciências bioneurológicas e também psicanalíticas e
psicológicas. As causas profundas da homossexualidade não têm origem
no hoje, mas no ontem, nas vidas pretéritas, cuja existência somente a
LEI DA REENCARNAÇÃO pode justificar, explicar suas causas e os efeitos e
esclarecer a problemática com amor e entendimento, justiça e expiação,
educação e evolução espiritual.
Cada criatura humana, ao reencarnar,
traz enorme repositório de experiências
afetivo-emocional-psicológico-psíquica com raízes profundas e extensas
na vivência da sexualidade guardadas nos arquivos de reflexos
inapagáveis da mente em cada espírito. A inversão sexual não existe na
mente do homossexual, pois esta continua com todos os seus recursos
psíquicos – na verdade, encontra-se na inadaptação do espírito rebelde
às funções do seu atual corpo físico.
As experiências sexuais da vida
atual – que têm começo na infância –, o que pode acontecer não é
criar a homossexualidade na personalidade da criança ou do jovem, mas
estimular e provocar a exposição de seus impulsos afetivo-sexuais. As
predisposições afetivo-sexuais já nascem com a criança, pois o espírito
reencarnado traz suas características psíquicas masculinas ou
características psíquicas femininas, recebendo, pelo fenômeno da
reencarnação, um corpo diferente de suas marcantes tendências
psicossexuais. Quanto mais o espírito do homossexual foi em vidas
passadas responsável por erros calamitosos do desejo sexual, ambições do
amor possessivo, falsidade de sentimentos, paixões voluptuosas,
traições afetivas, ciúmes tormentosos, calúnias desorientadoras, crimes
passionais, viciações sexuais, adultérios tormentosos, prostituição
alienante e outros desatinos do coração humano, experimentará bem mais
sofrimentos morais, desequilíbrios psíquicos, desorientação de
tendências, insatisfação íntima, indecisão na realização de identidade
na masculinidade ou feminilidade, infinita solidão afetiva, repulsão e
rebeldia contrárias às funções sexuais de seu corpo, a enorme
frustração de não ser no seu corpo nem mulher, para ser mãe, e nem
homem, para fecundar uma mulher.
A homossexualidade é uma expiação
muito dolorosa para o espírito que a experimenta, pois ele não poderá se
realizar no sentido da união conjugal heterossexual, em virtude de seu
corpo físico atual não corresponder às suas tendências e sentimentos na
FEMINILIDADE ou na MASCULINIDADE.
Na atualidade, se tais casos se
contam aos milhões, porque são dos problemas cármicos (Lei de Causa e
Efeito, Lei do Destino) mais comuns a serem solucionados em cada
espírito pela lei do progresso moral e aperfeiçoamento espiritual. Os
erros sexuais são os mais comuns em cada espírito. Esta situação
dolorosa dos homossexuais (dor moral) não pode ser motivo de admiração,
desapontamento, estranheza, condenação ou desprezo por parte dos
heterossexuais, porque todos os espíritos da Terra já tiveram suas
experiências sexuais, reencarnando ora em corpo de homem, ora em corpo
de mulher. Embora as características psíquicas e psicológicas femininas
ou masculinas surjam em maior volume no inconsciente,
caracterizando-nos como acentuadamente masculinos ou marcadamente
femininos (percentagem de cargas psíquicas), todos nós carregamos
também, em menores proporções, em nossa estrutura mental os traços
psíquicos do outro sexo, que surgirão nas manifestações de nossa
personalidade, muitas vezes imperceptíveis para as pessoas de pouco
conhecimento e percepção desse assunto tão complexo e que merece o
maior respeito de todos nós. Grande parte dos heterossexuais (chamados
de normais) são bissexuais nas suas predisposições psíquicas da
afetividade (do inconsciente) de masculinidade e feminilidade.
Deste
modo, ninguém pode dizer-se HOMEM COMPLETO ou MULHER INTEGRAL, no
sentido emocional, psicológico e psíquico. SOMOS HOMENS E MULHERES
COMPLETOS SOMENTE NO CORPO FÍSICO. No campo do espírito, somos sempre o
resultado do acumular das características masculinas e femininas
guardadas na MENTE, embora uma delas esteja em maior grau em nossa
estrutura psíquica. Ninguém pode considerar-se então com NORMALIDADE
ABSOLUTA NO CAMPO EMOCIONAL-PSICOLÓGICO-PSÍQUICO dizendo: “Eu sou
totalmente homem” ou “Eu sou totalmente mulher”, porque sempre surgirão
no seu mundo mental as características psíquicas do outro sexo,
adquiridas nas encarnações sucessivas através dos milênios. Somente a
LEI DA REENCARNAÇÃO tem todos os parâmetros para explicar os sintomas
psicológicos e psíquicos da homossexualidade no homem e na mulher. Cada
espírito sempre herda de si mesmo. A homossexualidade é problema íntimo
da alma, que somente ela resolverá no tribunal da própria consciência,
usando seu livre arbítrio, razão esclarecida e sentimento evangelizado,
disciplina emotiva e educação moral, utilizando as energias da vontade
sincera, decisão resoluta, determinação planejada, fé superior, coragem
moral, esperança em Deus. Qualquer problema íntimo da alma redunda
logicamente da sua má conduta e más experiências vivenciadas em
existências passadas. Vamos registrar, para nossos irmãos analisarem
diretamente nas fontes (a palavra dos Espíritos), as três situações
reencarnacionistas com ação da Justiça Divina em que ocorrem a
homossexualidade no ser humano:
PRIMEIRO FATO PSÍQUICO
HOMOSSEXUAL: Espírito com a estrutura mental acentuadamente feminina
reencarna em processo de expiação (mandado da Justiça Divina, ação
compulsória), em corpo de homem. O espírito André Luiz assim explica o
fracasso do espírito feminino: “(...) a mulher criminosa que, depois de
arrastar o homem à devassidão e à delinqüência, cria para si mesma
terrível alienação mental para além do sepulcro, requisitando, quase
sempre, a internação em corpo masculino, a fim de que, nas teias do
infortúnio de sua emotividade, saiba edificar no seu ser o respeito que
deve ao homem, perante o Senhor”. (Ação e Reação, cap. 15, pg. 205-206 –
“Anotações oportunas”, Edição FEB)
SEGUNDO FATO PSÍQUICO
HOMOSSEXUAL: Espírito com a estrutura mental marcadamente masculina em
processo de expiação reencarna em corpo de mulher (mandado da Justiça
Divina, ação compulsória). O espírito André Luiz continua explicando os
grandes sofrimentos do espírito masculino: “(...) em muitas ocasiões,
quando o homem tiraniza a mulher, furtando-lhes os direitos e cometendo
abusos, em nome de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele
próprio a tal ponto, que inconsciente e desequilibrado, é conduzido
pelos agentes da Lei Divina a renascimento doloroso, em corpo feminino,
para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a venerar na mulher sua
irmã e companheira, filha e mãe, diante de Deus (...)”. (Ação e Reação,
André Luiz, cap. 15, pg. 205 – “Anotações oportunas”, Edição
FEB)
TERCEIRO
FATO PSÍQUICO HOMOSSEXUAL: Espíritos de sentimentos nobres e muito
cultos, com a estrutura mental marcadamente masculina ou acentuadamente
feminina, reencarnam em corpos diferentes de sua organização
psicológico-sexual, para realização de trabalhos especializados na área
do desenvolvimento moral, educacional, intelectual, artístico e
espiritual, executando com maior segurança e colaborando com eficiência
para o progresso da Humanidade.
O espírito André Luiz elucida com
clareza: “Nessa definição, porém, não incluímos os grandes corações e os
belos caracteres que, em muitas circunstâncias, reencarnam em corpos
que lhes não correspondem aos mais recônditos sentimentos, posição
solicitada por eles próprios, no intuito de operarem com mais segurança e
valor não só o acrisolamento moral de si mesmos, como também a execução
de tarefas especializadas, através de estágios perigosos de solidão, em
favor do campo social terrestre que se lhes vale da renúncia
construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e no progresso
espiritual”. (Ação e Reação, Francisco Cândido Xavier, cap. 15, pg. 206
– “Anotações oportunas”, Edição FEB)
5. Qual é o sentimento que domina uma pessoa homossexual que a leva a incorporar uma figura feminina ou masculina, quando está encarnado?
A
homossexualidade não é uma opção que a pessoa assume por livre e
inteira vontade na sua vida presente. A tendência para a
homossexualidade já está embutida na mente do espírito, muito antes do
fenômeno da formação do corpo físico.
Como se comportaria alguém que
desejasse ser homossexual, se a sua estrutura psíquica do inconsciente
não carregasse forte conteúdo afetivo-psicológico-psíquico do outro
sexo para alimentar e sugestionar e manter a sua vontade, seus desejos e
seus sonhos? Se o espírito não trouxer de outras vidas passadas um
avantajado reservatório de energia psíquicossexual diferente do corpo
que estagia na vida atual, será impossível ser homossexual apenas pelo
desejo de ser diferente das determinações biológicas de seu corpo
físico. Os desejos devem estar calcados em alguma base psíquica.
Faltaria o combustível mais importante da personalidade – as energias
psíquicossexuais do espírito –, que dá e mantém a força, o vigor e o
impulso às suas tendências, hábitos e costumes da sensibilidade feminina
ou da virilidade masculina. Os desejos sexuais e anseios afetivos
emergem de imenso reservatório de energias psicossessuais criadas
através das vivências passadas, nos séculos e séculos de encarnações
sucessivas.
A estrutura psicossexual em cada espírito é mais
poderosa, mais dominante, mais determinante do que a própria vontade,
ainda frágil das criaturas humanas, muito especialmente no período da
infância, adolescência e juventude, quando as tendências homossexuais
começam a surgir, pouco a pouco, de dentro para fora. Vão surgindo
poderosamente as energias psicossexuais poderosas oriundas de muitas
vivências pretéritas: forte personalidade psicológica sexual, desejo do
instinto sexual, sonhos de ser pessoa feminina embora em corpo de homem,
pensamento de ser indivíduo masculino embora em corpo de mulher, a
busca de afetividade com o mesmo biofísicossexual.
As predisposições
psíquicas homossexuais – desejo, atração, prazer, fantasias – mais cedo
ou mais tarde acontecem, porque o espírito encarnado, enfraquecido em
sua resistência moral e mesmo ignorando-as, não suporta mais ficar
fechado, abafado e trancado em suas emoções, sentimentos e afetos. E
parte em busca de companhia/afinidade sexual para sair de suas
intermináveis horas de silêncio, solidão e abafamento afetivo.
A
sexualidade psíquica no inconsciente do ser é bem mais importante em
nossa personalidade do que toda a organização bioquimioneurofisiológica
do sexo. O sexo biológico e fisiológico é transitório, é destruído com
as doenças e a morte do corpo; ao passo que o sexo psíquico
(feminilidade, masculinidade e afetividade) é imorredouro, continua
intacto no espírito, na vida após a morte.
6. O homossexual de hoje será novamente homossexual na próxima encarnação?
Os
problemas graves, complexos e conscienciais do espírito imortal não
serão resolvidos em uma única encarnação. Os desajustes, desequilíbrios e
torturas do sexo são gravames morais que estamos acumulando, há
séculos, em nossa contabilidade particular. Em nossa vida, necessitamos
muito de Jesus – o divino médico da almas – de seu Evangelho de
redenção e das explicações sensatas e orientações seguras do Espiritismo
para iniciarmos a luta íntima para curar as chagas e cicatrizes da
alma, a fim de buscarmos a educação moral, aperfeiçoamento dos
sentimentos e reequilíbrio da vida mental.
O homossexual de hoje
poderá ser homossexual na vida após a morte e também na próxima
encarnação, se ainda não resolveu os problemas da consciência, os
débitos dos erros cometidos na afetividade mal dirigida com a Justiça
Divina, a educação dos sentimentos, a disciplina do instinto sexual e a
espiritualização do amor sexual. Cada espírito é livre para fazer o que
quiser de sua vida corpórea, afetiva, sexual, psicológica e psíquica.
Todo e qualquer indivíduo homossexual tem o pleno direito e a liberdade
sagrada de viver seus desejos e sonhos da sexualidade como lhe aprouver,
com quem quiser; contudo, se, interessar por VIVER EM ESPÍRITO E
VERDADE, atendendo aos estatutos da lei de evolução ensinada pelo Cristo
de Deus, deverá e precisará com urgência educar a si mesmo nas
reentrâncias da mente e do coração. Jesus – o divino médico das almas –
nos dá o roteiro de reeducação pessoal e nos fortalece com a fé e a
coragem para vencermos a nós mesmos, conquistando de forma segura e
gradativa a felicidade íntima.
Há uma grande verdade na vida de
todos seres humanos: não fomos criados por Deus sem nenhuma finalidade.
Nosso destino futuro será alcançarmos a perfeição suprema por nossos
próprios méritos. A Justiça de Deus nos acompanha e orienta os nossos
destinos para o progresso espiritual incessante, cobrará a quitação de
todos os nossos deslizes, erros e faltas, a partir de nossa mais
simples ação, pensamento ou atitude que cometamos em desacordo com as
leis divinas.
7. Por que os homossexuais masculinos são tão carentes de afeto de outros homens?
A
carência de afeto é própria de todo ser humano. Todos nós somos
carentes de amor, de carinho, de afeto. Quanto mais endurecido e
insensível seja o coração do ser humano, mais carente de afeto ele se
torna. Quanto mais exigentes formos em matéria de afetividade aos
parceiros sexuais, mais egoístas seremos.
Em grande parte, os
homossexuais são almas femininas/masculinas sofredoras que estão
trazendo graves problemas de sentimento e débitos clamorosos na área
sexual, para serem resolvidos a longo prazo nas provações da existência
humana.
Se o espírito não consegue ter atração heterossexual, ele vai
em busca de afeto com alguém do mesmo sexo (fisiológico) que lhe
corresponda aos sentimentos. Se houver afinidade de energia sexual e
interesse afetivo, o relacionamento homossexual tornar-se-á natural
entre eles. Nós, que desejamos ser espíritas verdadeiros, não devemos de
maneira alguma criticar, condenar, caluniar, zombar ou humilhar os
irmãos que experimentam a homossexualidade. Não cabe a nós julgar! Por
que julgar é próprio dos que não amam. Respeitemos, de coração, sua
maneira de ser e saibamos conviver com eles praticando a verdadeira
fraternidade cristã.
8. A homossexualidade, sendo uma punição, imposta ou escolhida pelo espírito
reencarnante, ocorre em outros orbes (planetas em condição moral semelhante à
da Terra)?
A
Terra é abençoada casa planetária de Provas e Expiações, onde os seus
habitantes, em sua maioria esmagadora, são espíritos moralmente
imperfeitos e muito endividados perante a Lei Divina. Os planetas que se
encontram no mesmo padrão moral da Terra naturalmente sofrem as
experiências da homossexualidade. Vejamos um exemplo: Os espíritos
extremamente rebeldes, viciados e descrentes que foram exilados de um
planeta do Sistema de Capela para a longínqua Terra, ao chegarem aqui,
traziam em sua atormentada organização psíquica: muito desequilíbrio,
muita violência, muita perversidade, muita viciação, muito materialismo,
muita perversão sexual e outros desequilíbrios tais. Após muitos e
muitos milênios de provações e expiações com experiências dolorosas,
grande percentagem desses espíritos de consciência denegrida se
redimiram, se reeducaram, aperfeiçoaram e conquistaram sua própria
iluminação e libertação espiritual. Assim retornaram ao maravilhoso
planeta de origem. A problemática desequilibrante em cada espírito o
atormentará enquanto ele não se interessar por corrigi-la,
discipliná-la, educá-la e curá-la.
9. Qual o limite entre PAIXÃO e AMOR? Muitos homossexuais acreditam amar alguém do mesmo sexo, quando, na verdade, estão tomados de paixão?
As
virtudes e as imperfeições morais nascem do coração do espírito imortal
e não do corpo físico perecível. Há milhares de anos que boa parte de
homens e mulheres buscam amar o sexo oposto, mas expressando
desastrosamente seus valores íntimos indecisos, flutuantes, doentios.
Como as imperfeições morais predominam no coração espiritual da mulher e
do homem, é natural que o seu amor ainda seja bastante doentio e
desequilibrado, desorientado e possessivo, dominador e frágil, hipócrita
e desleal. Por mais que manifestemos o amor, ele ainda é muito mais
instinto sexual e desejo de prazer egoísta.
O coração onde predominem
as imperfeições morais, a criatura, por mais que queira, não conseguirá
amar em espírito, pois ao seu amor estará misturado o orgulho, a
vaidade, o desejo de posse e a falsidade de sentimentos. Não sabe
conviver amando, não lhe agradam lutar e sofrer para a sustentação da
boa união com quem ama.
O coração que acumulou virtudes morais ama
com espírito superior: é sincero, é humilde, é bom, é verdadeiro, é
leal, é simpático. Tem fé, coragem e abnegação para trabalhar, lutar e
sofrer pela manutenção da união com quem ama. A matemática do amor por
enquanto é essa: muito mais “paixão” e menos “amor”. A paixão está
alicerçada no egoísmo, orgulho e vaidade. Quanto mais desejo sexual e
vontade de dominação ao parceiro sexual, mais paixão vai manifestar ao
outro sexo. O amor elevado, que faz a felicidade conjugal, ainda é mito
no ideário dos corações sonhadores e a paixão alucinante é a triste e
desastrosa realidade do romantismo arruinado das almas imperfeitas e
materialistas. A prática do amor verdadeiro está condicionada às boas
qualidades morais ou às “virtudes” que o homem e a mulher já
conquistaram no próprio coração com possibilidades para amar com
sinceridade e espontaneidade, dedicação e esquecimento de si mesmos. Não
existirá amor mas somente paixão, quando desejamos amar o homem ou a
mulher sem possuirmos nada de virtudes morais. Nosso “amor” não passará
de muita paixão: amor egoísta, amor possessivo, amor dominador, amor
exigente, amor ciumento, amor cego, amor hipócrita. O prazer da paixão é
a imoderada descarga mentoeletromagnética da satisfação sexual
automatizada, localizada, limitada e fugaz, de vibrações grosseiras com
ondas muito longas e pesadas, entre o homem e a mulher na comunhão
sexual fisiológica sem a afeição espiritualizada.
O prazer exclusivista é sombra, dor e conflitos intermináveis; já o amor espiritualizado é luz, alegria e harmonia.
A
pessoa egoísta aprisiona a criatura idolatrada, o espírito aprimorado
liberta a quem dedica amor. Para a sua realização completa o amor sexual
não dispensa os corpos nus, o leito conjugal e a união fisiológica; ao
passo que o amor espiritualizado, para sua efetivação, necessita da
união de almas – quanto mais simples melhor – na convivência pacífica,
no ilimitado leito da vida em espírito. O prazer do amor evangelizado é
orgasmo espiritual infinito, de vibrações leves, sutis com ondas
ultracurtas, nascidas na fonte do coração espiritualizado do homem ou
da mulher superiores, engrandecendo e embelezando a união conjugal, em
espírito, com amor, simpatia e amizade. O instinto sexual é doação de
Deus a todos os seres da criação, o amor, contudo, não é doação deverá
ser conquistado pela criatura em seu próprio coração, para realmente ser
feliz. A felicidade, realmente, não está em ser muito amado, ela está
no grau de amor verdadeiro que oferecermos ao parceiro do coração.
10. Poderia nos esclarecer com maiores explicações o que sejam as virtudes da alma?
Em
O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII – “Sede Perfeitos”, no
item 8 – “A virtude”, tem esta afirmação: “A virtude, no seu grau mais
elevado, abrange o conjunto de todas as qualidades essenciais que
constituem o homem de bem”.
As virtudes da alma nada mais são de que
todas as boas qualidades guardadas na organização ultra-sensível do
coração espiritual. O espírito somente será bom e elevado, forte e
poderoso, pacífico e produtivo, feliz e alegre senão pela conquista das
imprescindíveis virtudes da alma. As criaturas humanas, na atualidade,
em grande maioria, padecem de descrença, perturbação e infelicidade,
sinalizando a necessidade premente de cuidar mais da saúde do espírito
do que propriamente da saúde do corpo, se desejarem ser mais felizes por
dentro de si mesmas.
As virtudes são os tesouros do espírito tão bem
indicadas e demonstradas com exemplos práticos por Jesus, quando
esclareceu a respeito do “bom tesouro” guardado no coração. Disse o
Mestre do Amor Imperecível:
“O homem bom do bom tesouro do coração
tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que
está cheio o coração.” (Mateus, 12:35)
Cada espírito dá o que tem em
sua alma, em sua mente, em seu coração! Ninguém dá o que não tem. Foi o
próprio Jesus quem disse: “Não se colhem uvas dos espinheiros”.
(Mateus, 7:16) Não se manifesta o bom tesouro das virtudes numa alma,
quando o mau tesouro dos sentimentos predomina em seu coração. As
virtudes de que tanto necessitamos para a nossa saúde moral, poder
espiritual e felicidade do coração, nada mais são do que o “bom tesouro”
referido por Jesus.
O MAU TESOURO é a agregação das energias
psíquicas negativas, desequilibradas e destrutivas da alma inferior. O
BOM TESOURO é o conjunto das energias psíquicas positivas, equilibradas e
construtivas da alma mais elevada. As virtudes do espírito são
conjuntos coesos, luminosos e poderosos de energias psíquicas
específicas inalienáveis, arquivadas nas estruturas insondáveis da
organização ultra-sensível da mente, sob o comando absoluto da
consciência.
A CONSCIÊNCIA é a centelha divina (L.E., questão n.º
88), o fulcro central do espírito. É a base, a fonte e a raiz de
ordenação de toda a vida mental. Quando Deus criou o espírito na
condição de simples e ignorante (L.E., questão n.º 115), ele criou, na
verdade, a consciência. A mente, portanto, é uma criação
individualizada, o desenvolvimento de potências psíquicas e a expansão
cósmica da própria consciência. A mente é a lente lúcida de nossa
consciência desperta em crescimento incessante para a vida universal. A
MENTE, à semelhança da computação eletrônica digital, funciona como
completa “UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS” criando e captando,
armazenando e emitindo, através do pensar e sentir, fazer e observar,
aprender e assimilar, manipulando os recursos múltiplos dos raciocínios
tanto quanto o universo diversificado dos sentimentos. Todas as
vivências são criadas ou captadas e gravadas (a partir de simples
pensamento, pequena emoção ou diminuta ação) no ultra-sensível DISCO
DIVINO DA MENTE, numa infinidade inimaginável de bilhões e bilhões de
gigabytes de CÓDIGOS MENTOELETROMAGNÉTICOS, formando as unidades
concretas de REFLEXOS PSÍQUICOS de idéias e conhecimentos, sentimentos e
virtudes, imperfeições e vícios, bons ou maus hábitos no COMPLEXO E
INDEVASSÁVEL INCONSCIENTE, sem nenhuma perda de gravação nos refolhos
profundos da memória, ao longo dos milênios de aprendizagem na
experiência humana. A mente é espelho vivo que cria e armazena todas as
experiências e lições (edificantes ou perniciosas) das existências
sucessivas, acionada pelas teclas causais dos impulsos do DESEJO e da
VONTADE. A personalidade integral do espírito é o resultado natural da
ação de seu livre arbítrio, ante as infinitas oportunidades que Deus
oferece a seus filhos, nas benditas lições dos retornos sucessivos.
Com
a aquisição gradativa das boas qualidades da alma, pela VONTADE
ESCLARECIDA E CONSCIENTE, a manifestação do INSTINTO SEXUAL, do DESEJO
SEXUAL, em suma, da SEXUALIDADE INTEGRAL será realmente mais educada,
mais controlada, mais equilibrada, mais iluminada, mais virtuosa, mais
amorosa e bem mais virtuosa, construindo a relativa felicidade em nossa
atuação afetivo-sexual, seja com quem for. As virtudes da alma são
bastante necessárias à felicidade conjugal, familiar, sexual,
profissional, moral, espiritual e da consciência.
As virtudes, como
os tesouros inalienáveis do espírito, são conquistadas pouco a pouco,
disciplina a disciplina, esforço a esforço, no dia-a-dia da existência,
na repetição infinita de atitudes e posturas, vontade e determinação, de
bons pensamentos e boas ações, ao longo das sucessivas encarnações na
fieira dos séculos. O iluminado espírito Emmanuel assim a define:
“A
virtude é o resultado de experiências incomensuravelmente recapituladas
na vida”. (Rumo Certo, Francisco Cândido Xavier, lição 23
–“Auto-aprimoramento”, edição FEB)
Sabendo que as virtudes são muito
importantes para a nossa vida e difíceis de serem conquistadas, muito
úteis serão para nós – criaturas ainda frágeis no campo moral –
esforçarmo-nos por construí-las, nem que sejam, miligramas dessas
virtudes, tão destacadas e exemplificadas com beleza moral por Jesus – o
Mestre da felicidade humana. Devemos cuidar, com zelo e dedicação, do
aperfeiçoamento e engrandecimento de nossos sentimentos, obedecendo à
instrução dos Sábios Espíritos da Codificação em “O Livro dos
Espíritos”, no capítulo XII – Perfeição Moral – “As virtudes e os
vícios”, na questão n.º 893: “Há virtude sempre que há resistência
voluntária ao arrastamento das más tendências; mas a sublimidade da
virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal para o bem do
próximo, sem segunda intenção”.
A falsa virtude não tem luz própria;
busca a todo custo fazer sucesso no meio social, porque se impõe pela
teatralidade de poderes morais que não possui, pela hipocrisia de querer
ser o que não é, pela ousadia de fingimento dos sentimentos cristãos.
Não é virtude verdadeira, porque está muito bem alimentada pelo disfarce
do manto escuro do orgulho e do falso brilho da vaidade.
A virtude
verdadeira é luz cintilante da alma; apresenta-se na espontaneidade dos
sentimentos; normalmente, não faz sucesso no ambiente social e está
fundamentada no amor e na humildade.
Anotaremos, com sucinta e
despretensiosa descrição, algumas virtudes – primorosas e encantadoras
energias da alma – que asseguram as mais belas afeições nas uniões
sexuais responsáveis:
1 – a bondade é energia benfazeja do coração que ajuda, ampara e constrói a cooperação mútua;
2 – a sinceridade é força nobre do sentimento que expressa a pureza de intenções nas relações com as pessoas.
3
– a simplicidade é força de grandeza do espírito que dá leveza,
espontaneidade e abertura de diálogo no intercâmbio das afeições;
4 – a humildade é força gigantesca da alma que enfrenta as lutas, dores e provações no divino silêncio da abnegação;
5
– a compreensão é energia luminosa do coração que sabe enxergar a
necessidade das pessoas e a verdade dos acontecimentos com os olhos do
amor;
6 – o respeito é energia saudável da alma que sabe conviver, dando o devido direito aos outros de serem eles mesmos;
7
– a tolerância é força de resistência da alma que trabalha e mantém a
união e a boa convivência com as pessoas de personalidades e gostos
diferentes;
8 - a paciência é poder fascinante da alma que supera os
conflitos, atritos e obstáculos com o superior entendimento do
coração;
9 – o perdão é energia poderosa do coração que oferece a luz da compreensão e a bênção do esquecimento de todo o mal;
10
– a compaixão é força grandiosa da alma que ama, entende e ajuda com o
coração enternecido as pessoas decaídas na sarjeta do mal, do crime e
do vício;
11 – a misericórdia é poder imenso do coração que oferece
sempre a bênção da oportunidade e da amizade mesmo a quem nada fez por
merecê-la;
12 – a mansuetude é energia pacífica da alma cuja vibração harmoniosa leva paz, saúde e segurança aos outros;
13 – a calma é energia disciplinada do coração que trabalha com ação equilibrada, espírito de seqüência e trabalho sem pressa;
14 – a gratidão é força maravilhosa da alma que sabe agradecer e reconhecer o valor, o serviço e o benefício dos outros;
15
– a delicadeza é energia supersensível da alma que, ante a violência e
agressividade, responde com ações construtivas e profundas vibrações de
paz, doçura e leveza;
16 – o carinho é força amorosa da alma que
envolve o próximo com atitudes e ações fraternais acumulada de cuidados
afetuosos e atenção redobrada;
17 – a gentileza é força educada do
sentimento que sabe franquear generosamente os mais belos e melhores
gestos no trato com os outros;
18 – a ternura é poder imenso do coração que transmite, espontaneamente, intensas vibrações de amor puro, sem medida;
19
– a simpatia é energia saudável da alma que sabe plantar no coração
alheio as mais elevadas cargas magnéticas de confiança, amizade e pureza
de sentimentos;
20 – a alegria é energia exultante do coração
repleto de fé viva que insufla bom ânimo, otimismo e esperança na pessoa
abatida e desanimada.
As virtudes guardadas no coração são energias
sutis e profundamente dinâmicas da alma elevada, com as inconfundíveis
características intrínsecas: agradáveis e saudáveis, construtivas e
harmoniosas, luminosas e resistentes, balsâmicas e curativas. Estas
energias fazem muito bem à alma que as edificaram pela sua vontade,
atenção e disciplina, que as mantêm pela prática do bem e do amor puro.
Onde se manifestem, produzem no ambiente físico, e nas pessoas o amor e o
bem, a paz e a alegria, a saúde do corpo e do espírito beneficiando
toda criatura que sintonize e assimile espontaneamente essas vibrações
boas e fraternais, amigas e simpáticas.
11. Numa citação bíblica, o homem que se deita com outro homem, terá seu sangue derramado (Levítico, 20:13). Como entender esta citação à luz da Doutrina Espírita?
No
“Levítico” um dos livros do Antigo Testamento, encontramos esta citação
bastante fanática e cruel: “Se um homem dormir com outro homem, como se
fosse mulher, ambos cometeram uma coisa abominável. Serão punidos de
morte e levarão a sua culpa”. (Lev, 20:13) A primeira idéia que podemos
deduzir desta norma é que a homossexualidade já existia nos costumes
sexuais da humanidade há milênios. Era o líder judeu muito ortodoxo,
dogmático, muito rigoroso e severo na aplicação destas normas
inflexíveis. Esta tinha o intuito de coibir os excessos da prática
homossexual que, além de ser considerada pecado, seria também muito
prejudicial ao crescimento das famílias, pois o acasalamento homossexual
não daria a bênção de filhos, a fim de dar seqüência ao desenvolvimento
dos grupos familiares. O povo judeu era muito religioso e dogmático o
princípio da Justiça era bem maior do que a prática do amor e da
misericórdia. Eles observavam tal norma com obediência sagrada e puniam
os homossexuais com severidade e perversidade, que chegava à decretação
de castigos e pena de morte.
O apóstolo Paulo, inspirado no
conhecimento das rigorosas normas sexuais do Antigo Testamento,
pronunciou na epístola aos Romanos, seguindo a mesma exagerada
severidade: “Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à
imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos.”
Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à
criatura em vez de ao Criador, que é bendito pelos séculos. Amém. Por
isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram
as relações naturais em relação contra a natureza. Do mesmo modo também
os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para
com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em
seus corpos a paga devida ao seu desvario. Como não se preocupassem em
adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos
depravados, e daí o seu procedimento indigno”. (Romanos, 1.24 a 28).
Nós,
espíritas, estudamos e procuramos viver não a justiça de Moisés contida
nas Sagradas Escrituras, mas os ensinos libertadores de Jesus Cristo: o
amor, a compreensão, o perdão, a indulgência e a misericórdia. Quem
deverá executar a justiça com todos os pecadores da humanidade não somos
os religiosos e muitos menos nós, os espíritas; quem deverá executá-la
é somente Deus, que é Justiça Perfeita. Cabe a nós, que ansiamos por
sermos cristãos, esforçarmo-nos por manifestar do coração evangelizado
estas virtudes do espírito: Compreensão,
Aceitação, Respeito,
Bondade, Perdão, Indulgência, Misericórdia, Tolerância, Simpatia,
Solidariedade. Estas “dez virtudes” evangélicas são muito fáceis de ser
relacionadas, contudo muito difíceis de ser praticadas com alma e
coração, no dia-a-dia, de relacionamento com todas as criaturas que
sofrem problemas da sexualidade humana, principalmente os que
experimentam os costumes do homossexualismo.
Devemos ter aos nossos
irmãos homossexuais o máximo de respeito, consideração e atenção, mesmo
que tenham idéias avançadas, desejos afetivos não aprovados pela
maioria, hábitos estranhos e trejeitos incomuns. Respeitá-los de acordo
com o Evangelho de Jesus significa, antes de tudo: não criticar
comportamentos, não condenar sentimentos, não desvalorizar seus talentos
intelectuais e profissionais, não exigir mudanças repentinas, não
zombar dos seus gestos característicos, não fingir amizade, não falar
mal deles na ausência, não nos afugentarmos de sua presença em
determinados lugares sociais. No relacionamento de amizade leal, de
simples encontro profissional ou diante de desconhecido na via pública
com estas personalidades em processos difíceis de luta íntima,
aprendamos a usar com nobreza de alma: CONSCIÊNCIA JUSTA, MENTE ABERTA e
CORAÇÃO AMOROSO. Estas três condições superiores da personalidade
constituem antenas psíquicas amplificadas para quem deseja sintonizar-se
com o padrão moral de Jesus Cristo!
12. À luz da Doutrina Espírita, homossexualismo é crime?
A
homossexualidade não tem origem em nenhuma deficiênciabiofisiológica do
corpo humano, as verdadeiras causas estão todas elas instaladas na
mente complexa do ser humano. As características psíquicas femininas ou
masculinas registradas na complexidade da mente não constituem crime ou
perversão sexual, pois estas características foram adotadas ao longo das
sucessivas reencarnações nos séculos. Ser homossexual no campo
psicológico não é crime: é condição psíquica inadequada de rejeição ao
seu próprio corpo. O que podemos considerar crime no homossexualismo
são: a agressividade e aversão ao próprio corpo de homem ou de mulher;
as cirurgias executadas pela Medicina que agridem, mutilam e deformam o
corpo que a Providência Divina lhe conferiu para expiação moral,
aprendizagem espiritual e reeducação dos sentimentos; a perversão
sexual, a atividade sexual abusiva com vários parceiros, o desejo
sexual incontrolado, a insatisfação sexual permanente, as atitudes de
conquista amorosa para atender o simples desejo ou paixão; a acentuada
paixão amorosa por alguém ou mais de um, para logo depois sentir
fingimento afetivo e praticar a traição sexual, e tantas outras
expressões enfermiças da mente, do coração e da conduta do ser humano.
Nossa
intenção não é a de relacionar os erros e faltas de nossos irmãos
homossexuais masculinos e femininos. Longe de nós este intento! Porém,
dar uma idéia do que seja crime diante da Lei de Deus. O crime ou
transgressão está nos pensamentos doentios, nos maus sentimentos, nas
más ações, nas atitudes agressivas, nos comportamentos rebeldes, na
viciação do instinto sexual sem participação do amor sincero, a união
afetiva desrespeitosa. Muitos erros e faltas graves dos homossexuais são
justamente os mesmos crimes passionais praticados pelos heterossexuais
também chamados “normais”.
13. Caso tivesse um filho homossexual, como você agiria?
Qualquer
família pode ter um filho que traga em seu espírito – determinando seu
destino na vida corpórea a experiência homossexual –, que não deixa de
ser difícil, conflitante e dolorosa.
Se eu recebesse um filho
homossexual, procuraria agir com forte dose de afeto e amor, fé e
compreensão, aceitação e entendimento à luz da Doutrina Espírita, a
partir do momento psicológico (na infância ou pré-adolescência) que
percebesse as características da homossexualidade em sua personalidade. O
relacionamento entre pai/mãe e filho homossexual, pai/mãe e filha com
tendências sexuais do lesbianismo não é nada fácil; e mais difícil ainda
é chegar a um bom patamar de entendimento mútuo, pois o espírito
reencarnante traz estes impulsos afetivo-sexuais muito poderosos em sua
mente indevassável, enigmática e misteriosa. Pela compreensão que já
possuímos, graças à bênção da Doutrina Espírita, não tentaríamos jamais
modificar ou anular as características psicossexuais do filho, pois
estas são indestrutíveis na alma. Procuraríamos amar em espírito e
verdade, esforçando-nos por manter o relacionando mais pacífico
possível, procurando entender sua afetividade, idéias e sentimentos, a
fim de melhor compreende-lo e amá-lo. Fazer o melhor em matéria de moral
e de espiritualidade para que o filho/filha acredite no pai, mormente
no pai que estará sempre ao seu lado para proteger, orientar e ajudar em
todas as circunstâncias da vida. Caminhar ao lado de seu coração, de
sua alma, de suas lutas para que possa compreender sua situação íntima,
buscando viver sem revolta, sem rebeldia, sem tristeza, sem frustrações e
sem sentimentos de fracasso, que poderão causar prejuízos consideráveis
nas estruturas sensíveis da alma.
Amar os filhos com a luz do
Evangelho de Jesus, guardados na mente e no coração, abandonando toda
visão ingênua, ilusória e fantasiosa a respeito da personalidade
espiritual do filho. Dedicar esforço de compreensão espiritual
evangelizado, aceitar seus impulsos e manifestações sexuais de ser,
sentir, desejar e fazer, sem atitudes de estranheza e sem choque
emocional, dar afeto sem excessos, a partir dos primeiros dias de vida,
amar seu espírito (que merece o máximo de respeito e consideração)
quanto mais exponha as tendências estranhas e dificuldades de afirmação
sexual. Aproveitar o período infantil para fazer a interação afetiva com
o filho/filha, não se importando com as disparidades de sua
personalidade confusa, complexa e difícil.
Penetrar mais
profundamente na mente e coração deles, usando conhecimento e lucidez,
amor e entendimento, fé e coragem, inspiração e intuição, paciência e
humildade, dedicação e perseverança, disciplina e determinação de metas
educativas. Aprender a aceitar as grandes dificuldades espirituais e os
fracassos educativos sem violência, sem desânimo e sem desespero. Buscar
vencer nos trabalhos e lutas da vida familiar com o amor incondicional,
a fé superior, a coragem destemida, a humildade da aceitação, a
orientação espiritual, o diálogo amigo. Praticar o Espiritismo
cristianizado com a luz, o silêncio e a paz de Deus. Procuraria, pois,
estudar o maior número de obras espíritas que esclarecessem acerca da
sexualidade para melhor compreendê-lo em espírito e amá-lo de coração, a
fim de trabalhar com maior lucidez (sem ilusões) no processo educativo,
principalmente de seus sentimentos.
14. O homossexual pode se converter num heterossexual ainda na própria encarnação?
A
mente em cada espírito é reservatório incomensurável de energias
psíquicas masculinas e femininas registradas na memória espiritual
profunda, nascido de muitos milênios de experiências sexuais saudáveis
ou desequilibrantes nas encarnações sucessivas. A mente, todavia, não
guarda somente essas energias. Estão arquivados na forma de energias
psíquicas, de forma indestrutível, todos os nossos defeitos morais,
todos os nossos vícios, todos os nossos fracassos, todas as nossas
ilusões e fantasias, todos os nossos sonhos de felicidade vividos ou não
alcançados, todos os nossos ódios, nossos ciúmes, nossos complexos,
nossos remorsos, todas as nossas virtudes morais e os nossos valiosos
talentos.
Se o espírito possui enorme reservatório de energia sexual
de feminilidade, reencarna em corpo de homem e traz todos os recursos da
sensibilidade doentia, anotados acima, não acreditamos que o que fora
formado ao longo de séculos e séculos de experiências sexuais seja
transmudado completamente, como num passo de mágica, em alguns anos de
tratamento médico, psicológico, psicanalítico, psicoterapêutico ou
atividade religiosa. Poderá operar modificações saudáveis, em sua
estrutura mental complexa se o espírito que enfrenta a expiação da
homossexualidade exercer as transformações a partir da adolescência, com
vontade resoluta, humildade sincera, disciplina permanente, obediência
constante, auto-avaliação e estudo de seu mundo íntimo, resignação na
mente e coração, esforço moral e dedicação para dominar os impulsos
inferiores, desenvolver os bons sentimentos, doar maior carga de afeto,
educar os bons hábitos, crescer na fé em Deus, agir com a confiança nas
próprias forças internas para aprimoramento dos valores da mente e do
coração.
A vitória da cura moral e elevação espiritual é fruto de
muito esforço, muitas lágrimas e muita dor moral. Experimentar na
caminhada evolutiva os fracassos do esforço não vencido e quedas do
coração deprimido, todavia, levantar sempre para caminhar e subir mais
alguns degraus na conquista de si mesmo para a glória do seu crescimento
interior. O reservatório psiquicossexual guardado na mente de cada
espírito é como se fora todas as águas do Oceano Pacífico, as quais
desejamos esvaziar num processo contínuo, trabalhando somente com o
dedal de nossas débeis forças morais. As energias psicossexuais são
indeléveis e indestrutíveis; podemos, na verdade, corrigir, disciplinar e
educar as energias da afetividade mal dirigida, porém, jamais eliminar
as energias psicossexuais masculinas e femininas trabalhadas
intensamente no ser imortal.
Quando ocorrem bem sucedidas mudanças na
personalidade sexual do indivíduo com transtornos psíquicos
homossexuais, supomos seja este processo psicossexual bem mais leve e
ameno, em relação à grande maioria de casos mais graves. Talvez seja
uma tenaz obsessão espiritual, uma poderosa possessão por parte de algum
espírito perseguidor e vicioso. Neste caso, as causas serão mais
externas do que internas. Desse caso poderá haver modificação bem
relevante na mente e na personalidade do indivíduo que sofre estes
transtornos psicossexuais. Estamos elaborando uma análise dentro de
nossa visão da vida psíquica, moral e espiritual, neste caso particular.
Os grupos de apoio especializados para darem orientação, segurança e
saúde afetiva e mental a indivíduos homossexuais acreditamos serem muito
poucos. Os homossexuais/lésbicos/transexuais são ainda muito
incompreendidos e perseguidos na grande sociedade, nas famílias, no
emprego e até mesmo nos grupos religiosos. Na verdade, os homossexuais
encontram apoio, amor, respeito e consideração é por enquanto entre os
pais amorosos e compreensivos e entre os companheiros de afinidade
psicológico-sexual. Eles se entendem, se amam e ajudam mutuamente de
alguma forma.
Os Sábios Espíritos, dissertando sobre esta complexa
matéria, são bastante sintéticos e sucintos nas suas explicações
doutrinárias. De nossa parte, devemos nos esforçar na busca de melhor
entendimento, usando razão e análise, boa vontade e sinceridade,
meditação e lógica, sinceridade e discernimento, para que não venhamos a
resvalar para o fosso obscuro do fanatismo e preconceito, dogmatismo e
rigorosidade, exigências e julgamentos, ilusões e falsidades. Precisamos
escrever com seriedade, prudência e respeito, a fim de esclarecermos
elevando e aprimorando o nível das idéias e sentimentos dos aprendizes
interessados e de todos aqueles que passam pela experiência da
homossexualidade.
15. A homossexualidade é um tipo de prova na qual o indivíduo deveria se abster de sexo?
A
educação e cura dos transtornos psicossexuais são problemas que deverá
ser resolvido unicamente pela própria pessoa que sofre tal experiência.
Ninguém pode ditar normas de conduta moral, disciplina afetiva e
corrigenda de hábitos a outrem.
O interessado (homossexual) é que vai
saber quando agir deste ou daquele modo. Se optar pela abstinência
sexual (bem melhor será para o interessado), que a faça aplicando as
forças internas de fé e decisão, vontade e controle, coragem e
determinação. Faça abstinência da comunhão sexual fisiológica, contudo
não faça abstinência do amor em seu coração. Se esta pessoa, em
conseqüência da rigorosa abstinência sexual, se desiludir de amar a vida
e o próximo, tornar-se-á enferma espiritual da maior gravidade; será,
na verdade, um cadáver ambulante, espírito extremamente desanimado,
custando-lhe carregar o próprio corpo físico. Não é bastante executar
apenas a abstinência sexual, julgando que tudo está resolvido. Não, não
é assim! Isso será muita tortura mental, muita aflição dos sentimentos!
Para compensar a solidão afetiva da abstinência sexual, o interessado
deverá suprir os reservatórios da alma, da mente e do coração, com
buscar a prática gradativa das boas ações: Aprender a amar a si mesmo,
cuidando de seu mundo interior; amar com respeito, gratidão e
afabilidade os queridos pais; desenvolver com dedicação algum talento
pela música, pintura, literatura, artesanato, etc.; ouvir com os ouvidos
da alma as notas celestes da música suave e relaxante; amar a Deus – o
Pai Criador, com todas as forças da inteligência, da alma e do coração;
interessar-se por conquistar, passo-a-passo, as virtudes ensinadas pelo
Mestre Jesus; estudar com aplicação a Doutrina Espírita; amar o próximo
como a si mesmo, a começar pelos próprios familiares mais difíceis;
amar a Natureza com a alma cheia de respeito e gratidão, ante sua
exuberância; Cuidados de amor de plantas e flores, Amar e tratar bem
todos os animais; amar com carinho, ternura e atenção as crianças, os
idosos e os doentes; cultivar a amizade sincera com criaturas de todos
os níveis da sociedade humana; Privilegiar a conversação edificante;
Manter o exercício da meditação superior; trabalhar com alegria em
benefício dos mais pobres, desprotegidos e necessitados.
Abrir sem
medo o coração para dar e receber, amar e ser amado, na divina simbiose
do amor incondicional. Aprender a ser feliz, em todas as circunstâncias,
extraindo alegria e paz das coisas e acontecimentos mais corriqueiros
do cotidiano. Trabalhar para ter a mente equilibrada e o coração
evangelizado. Buscar, diariamente, o sentido superior de crescer de
forma incessante na conquista dos tesouros do espírito, aplicando amor
cristianizado, humildade sincera e fé iluminada. Conviver com a
abstinência sexual, mantendo a alma vazia de ideal superior, de
conhecimento espiritual e o amor praticado é caminhar tristemente para o
fosso sombrio da frustração e fracasso, desânimo e desilusão,
desequilíbrio e viciação. Não queiramos viver inconscientemente com tal
caminho de sombras, desorientação e desequilíbrio. O esforço pela
prática do amor fraternal será bem mais importante para a nossa vida
íntima do que todos os prazeres da união sexual fisiológica.
Vamos registrar o interessante depoimento do respeitado médium FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, em torno do assunto Homossexualismo.
O homossexual deve aceitar-se ou deve lutar contra as suas tendências?
“Já
li, de um analista de mérito, que toda amizade e que toda ligação
espiritual, do ponto de vista afetivo, é parcela da homossexualidade no
homem e na mulher; mas o homossexual não poderá deixar a natureza de que
é portador de um momento para outro, como se ele estivesse condenado a
não trabalhar, a não servir, quando nós sabemos que há tanto enfermeiro,
tanto professor, tanta senhora digna que executam os deveres que lhe
competem commuita eficiência e devotamento. Agora, o homossexual em si
deve evitar a pederastia; a pederastia, sim, é um problema suscitado
pela ânsia do homem de experimentar sensações, mas a homossexualidade
está vinculada a um processo afetivo entre os homens e mulheres do
Planeta, de modo que é um estado natural em que as almas se afinam para
fazer o bem.
Já a pederastia é muito diferente. Quando nós falamos
homossexual, lembramo-nos logo de quadros infelizes, mas a verdade é que
a homossexualidade está em toda pessoa que tem um amigo ou que tem
deveres de fraternidade, de assistência para com o próximo. A pederastia
é que é o grande problema que devemos evitar e entender como sendo uma
condição desnecessária e mesmo imprudente da parte de todos os homens.
E
vamos dar ao assunto a cor que o assunto traz consigo: todo homem deve
evitar a pederastia; toda mulher pode estar perfeitamente fora do
lesbianismo, porque a nossa formação nos leva sempre para o caminho do
que já fomos, e às vezes nós viemos para não ser mais o que já fomos e
sim para aprender a considerar o que devemos ser”.
16. Como você encara os homens casados, tendo filhos, que têm relacionamento
extraconjugal com outros homens?
O
homem casado que tem filhos e mantém relacionamento sexual com outro
homem é ao mesmo tempo heterossexual e bissexual. Possui a energia
psicossexual para ter prazer com mulher e com outro homem. Sua alma
guarda as experiências psicossexuais bem ativas com homem e com mulher. O
homem casado pode ser “ativo” ou ‘passivo” na relação homossexual. Para
nós, espíritas, isso pouco importa. Este comportamento emocional será
sempre viciação sexual. Esse homem, na verdade, não está procurando
viver o amor, cultivar o afeto e construir laços da amizade pura: está à
procura unicamente do prazer sexual fisiológico fugaz, transitório e
passageiro. A busca desenfreada de atender ao desejo carnal e prazer do
instinto sexual constitui incontrolável descarga mentoeletromagnética de
energias psicossexuais por parte de homossexuais, bissexuais e
heterossexuais. Não traz saúde, alegria e paz ao coração. Tudo que
constitui viciação sexual obterá certa satisfação, mas será sempre
incompleta.
O casamento entre homossexuais é assunto pertinente às
leis humanas, aos conceitos jurídicos do código Civil. O Espiritismo não
condena e nem critica os costumes do casamento de homossexuais (porque
não age com violência, radicalismo, preconceito e fanatismo), mas
respeita as leis dos países que o adotam.
O de que mais precisamos na
atualidade é compreender com o coração evangelizado a experiência
afetivo-psicológico-psíquico do homossexual, amá-los, orientá-los e
ajudá-los a superar suas ambigüidades e frustrações íntimas Devemos
respeitar plenamente (sem condenar, sem criticar) qualquer união
permanente de homossexuais. O que adianta nós, espíritas, julgá-los,
condená-los e persegui-los! O tempo das perseguições inquisitoriais
cruéis, felizmente Deus, já passou. Agora é a era do amor, da
compreensão, do entendimento. Eles têm a liberdade de conviver com quem
eles desejem, mesmo contrariando a família, os amigos e o próprio código
da lei civil. Se eles não têm potencialidades psíquicas para conviver
na união heterossexual, vão viver com quem eles encontrem afinidade na
união homossexual. Querem sair da imensa solidão afetiva em que se
encontram. Muitos homossexuais chegam a ter melhores dotes de coração do
que muitos religiosos fanáticos e dogmáticos ou de espíritas
inflexíveis, amantes da verdade teórica sem demonstração do amor
evangelizado na convivência. Nenhum espírita ajuda, educa e soergue a
alma sofredora, se detém o conhecimento sem amor e a sabedoria sem
caridade.
Devemos observar as uniões homossexuais (que se multiplicam
em todos os povos, grandes e pequenas cidades) sem alarde, sem
estranheza, sem desapontamento a qualquer tipo de relacionamento
afetivo-sexual: homem com homem e mulher com mulher. Não é dever de
nós, espíritas, sermos: palmatórias do mundo, julgadores contumazes da
conduta alheia, condenadores inflexíveis aos que titulamos pecadores,
maledicentes das uniões homossexuais.
Comportando-nos assim, não
passaremos de religiosos hipócritas, espíritas de coração endurecido,
juízes impiedosos das criaturas infelizes em grandes lutas morais.
Provamos ser espíritas radicais que não amam, não ajudam e não educam
ninguém. Com nossa inflexibilidade, vamos desanimar almas, oprimir quem
deseja melhorar aos poucos, destruir as mais nobres esperanças. Seremos
espíritas sem Cristo, sem amor legítimo, sem a luz interna do coração.
17. Todos os meninos, ou pelo menos a maioria, descobrem o sexo com os colegas de turma, nas brincadeiras inocentes. Por que alguns, na adolescência, definem sua sexualidade pelo sexo oposto e outros pelo mesmo sexo?
Uma
alma sempre será um enigma para outra alma. Que o digam os cônjuges que
estão vivendo juntos até há mais de cinqüenta anos: impossível dizer
que ela conhece o espírito do marido ou ele o da esposa de maneira
integral.
Nossa alma será também grande enigma para nós mesmos! Como
decifrarmos o porquê de retermos idéias tão diferentes, sentimentos dos
mais nobres aos mais vingativos e cruéis, os desejos sexuais dos mais
equilibrados aos mais escabrosos, os nossos bons ou maus hábitos, as
atitudes das mais doces às mais violentas, os sonhos dos mais lindos e
puros aos mais sombrios e tormentosos, as fantasias exageradas do amor
sexual.
Cada espírito encarnado expõe, pouco a pouco, sua vida
mental, nascida nos escaninhos profundos do inconsciente – imenso
arquivo de reflexos mentais acumulados nas experiências de todas as eras
passadas. O ser humano, a partir dos primeiros anos de vida (período
infantil e pré-adolescência), vai mostrando a sua verdadeira identidade
espiritual. No decorrer da adolescência, juventude e madureza, vai
complicando mais e mais o seu mundo afetivo-psicológico-psíquico, porque
passa a viver intensamente mais desejos, mais sonhos, mais conflitos,
mais remorsos, mais recordações de crimes passionais, mais erros de
amor, mais fracassos, mais ódios, mais sentimentos antagônicos, mais
frustrações, mais quedas, mais viciações de séculos, mais defeitos
morais antigos, tudo isso e muito mais sintomas desagradáveis,
desafiando a própria criatura a buscar compreender a si mesma,
adquirindo certa cota de luz da sabedoria espiritual, educação moral e
controle dos desejos e emoções, a fim de conseguir a relativa saúde
mental para ser mais feliz consigo mesmo. É o que nem sempre
conseguimos, por não cuidarmos com carinho dos valores da alma.
18. Partindo das premissas de que o espírito é assexuado e de que o indivíduo é homossexual por escolha nesta encarnação e não por tendências de encarnações anteriores e que tal opção tenha sido feita em função de afinidade e não por desvarios da carne, haveria algum gravame espiritual em seu comportamento?
O
espírito não é assexuado. Atentemos nas palavras dos Sábios Espíritos
em O Livro dos Espíritos, na questão n.º 200 – Os Espíritos têm sexo?
“Não
como entendeis, porque os sexos dependem da constituição orgânica.
Entre os Espíritos há amor e simpatia, mas baseados na afinidade de
sentimentos”.
Se interpretarmos bem a sutileza da resposta
dada pelos Espíritos da Codificação, observaremos que eles dizem que o
espírito tem sexo, mas “não como o entendeis”, ou seja, o sexo
biofisiológico da vida corpórea. O sexo dos Espíritos é mental, é
psicológico, é psíquico, é emocional, é afetivo: estes recursos
psíquicossexuais o espírito carrega dentro de si mesmo onde estiver; é
patrimônio indestrutível de sua personalidade. (Favor estudar para
entender melhor a Entrevista N.º 2, nesta ENTREVISTA VIRTUAL). Em
verdade, ele não tem o sexo biofisiológico com funções para produção de
células reprodutoras e o poder de fecundação para formação e
desenvolvimento do feto e o nascimento da criança. Não existe a gravidez
e o parto no Plano Espiritual. A energia sexual biofisiológica nenhum
espírito trabalha com ela no plano espiritual. Contudo todo espírito
possui a verdadeira sexualidade psíquica, que está incorporada em sua
delicada organização espiritual, em seu imenso arquivo mental, em seus
registros psicossexuais masculinos e femininos oriundos de imensas
experiências sexuais em vidas passadas, quando o espírito reencarnou
diversas vezes em corpo de homem e em corpo de mulher, exercendo funções
específicas e sofrendo lutas e sofrimentos, erros e acertos, amor e
ódio, arquivando-os em sua estrutura mental para sempre. Estas energias
desequilibras merecem um esforço moral de corrigenda, disciplina,
controle, responsabilidade, educação e aprimoramento dos sentimentos,
para ser mais feliz por dentro de si mesmo e para cumprir melhor suas
missão de homem e mulher em futuras encarnações.
Nosso corpo de homem
ou de mulher é criação de hoje, nossa ferramenta atual, mas o espírito
que dá vida a esse corpo já soma milênios incontáveis de experiências
sexuais na sucessão ininterrupta das encarnações. A vida psicológica de
cada criança, de cada jovem acusa veementemente esta verdade. Por que
Deus criaria uma vida psicológica bem diferente e com problemas graves
em cada espírito. Se não houvesse reencarnação, por que Deus colocaria
problemas bastante graves e complexos na organização física e psíquica
de cada ser humano? Apenas a reencarnação explica e prova a origem do
inconsciente em cada pessoa humana. Deus não seria justo. Pois muitas
almas com transtornos psicossexuais da homossexualidade não aceitam esta
posição, rejeitam estas tendências, revoltam-se contra a vida e contra
Deus e algumas vezes chegam mesmo ao suicídio? Não, caros companheiros!
Deus – Nosso Pai de amor e misericórdia – não é o culpado de nossos
desequilíbrios íntimos. A única explicação racional e lógica é a
reencarnação, pois cada espírito, cada criança, cada jovem, cada adulto
herda psiquicamente de si mesmo e tem seu destino muito particular em
virtude do livre arbítrio de suas ações em vidas pretéritas. Os
desequilíbrios morais e sexuais das criaturas são a explicação clara,
justa e real de que as causas se originam dos maus comportamentos em
vidas passadas.
Os erros de amor, os crimes passionais e as viciações
sexuais são gravames tornando nossa vida íntima mais torturante, mais
tormentosa e mais alienada na vida após a morte e, com certeza, em
futura encarnação na vida terrestre. Procuraremos fazer um esforço de
explicação do que sejam os ‘defeitos” e as “virtudes” morais no campo
psíquico de cada espírito.
Os defeitos morais da alma são negativos
circuitos energéticos mentoeletro-magnéticos desarmoniosos e
destrutivos, desagradáveis e perturbadores, malignos e viciosos, de ação
radioativa desequilibradora, com baixíssima vibração espiritual
tenebrosa, freqüência de tonalidade grosseira, muito lenta, e força
motriz aprisionada. São usinas energéticas sombrias orientados apenas
para a criação e ação no mal, em diversificadas graduações do coração
humano.
As virtudes morais da alma são poderosos e positivos
circuitos energéticos mentoeletromagnéticos harmoniosos e construtivos,
agradáveis e saudáveis, benignos e educados, de ação radioativa
equilibradora, com altíssima vibração espiritual luminescente,
freqüência de tonalidade sutil, bastante dinâmica, força motriz
libertadora. São usinas energéticas brilhantes direcionadas apenas para a
criação e ação no bem, em diversificadas graduações do coração humano.
19. No caso específico dos homossexuais, que têm como "inata predileção psicológica" a "necessidade" deste intercâmbio afetivo-sexual, seria coerente intentar um relacionamento heterossexual para reequilíbrio das energias genésicas?
Todo
espírito tem livre arbítrio para buscar meios e processos de vida que
mais satisfaçam os seus desejos e ideais. É muito válida a tentativa.
Contudo, se o espírito traz imensa carga eletromagnética de energias
psicossexuais de feminilidade e se encontra transitoriamente em corpo de
homem, a comunhão afetivo-sexual com uma mulher poderá dar certo por
determinado tempo, mas não por todo o tempo, pois é impossível o
espírito manter atitudes, comportamentos, desejos e sentimentos de
masculinidade, se na sua organização mental a bagagem psicossexual
masculina é a de menor percentagem.
Estamos fazendo uma análise à
luz da Reencarnação. Não são os órgãos sexuais que determinam a
masculinidade, pois esta tem origem nos imensos estoques de reflexos
mentais masculinos guardados na subconsciência. Quantos homossexuais se
casam para atender aos pedidos incansáveis dos pais amorosos que
desejam a felicidade do filho, e muitas vezes eles aceitam a união
matrimonial para atender os pais e o entusiasmo pela simpatia da jovem.
Com o passar do tempo de casamento, este rapaz homossexual não assumido,
publicamente, sempre terá enormes dificuldades de manter a
masculinidade com a esposa e acaba abandonando-a sem nenhuma razão ou
separando-se judicialmente. Todos os desajustes, fracassos e frustrações
fazem parte das experiências expiatórias dolorosas do indivíduo
homossexual que anseie pela concretização da felicidade íntima,
afetividade saudável e união conjugal harmoniosa.
20. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a homossexualidade não é patológica: a ciência ainda não concluiu entre orientação ou opção sexual. O Espiritismo vê de modo geral como um desequilíbrio, proveniente da existência e do caminho o qual o espírito tenha percorrido. Sendo a reencarnação uma nova oportunidade de crescimento espiritual, qual seria a atitude mais proveitosa do espirito nessa situação: viver angustiado, sentindo-se fora do mundo, carente de uma companhia afetiva e, portanto, ter uma vida de tristeza sistemática ou viver sua homossexualidade (dito no sentido de ter uma companhia no casamento), sendo feliz e esforçar-se no trabalho do bem?
Quando
o espírito retorna à vida física, adquirindo novo corpo físico, sua
vida sexual já está escolhida e determinada, pois as tendências
masculina ou feminina, desejos sexuais, manifestações afetivas,
transtornos psíquicos, tormentos sexuais já estão todos registrados e
armazenados na sua complexa organização mental. A opção, a escolha já
foi feita muito tempo antes do nascimento.
Quanto à sexualidade,
profunda ninguém faz opção depois que nasce no período infantil, pois
isto seria impossível. O que determinaria a escolha de sexualidade
dentro de uma criança ou de um adolescente? Acontece com muitos
homossexuais estas tendências surgirem na fase infantil e
pré-adolescente, porque o espírito já traz enorme bagagem psíquica de
sexualidade, a qual com o passar dos dias e dos anos vai surgindo nos
anseios e sonhos do indivíduo em procurar fazer acontecer,
gradativamente, de maneira declarada ou de forma dissimulada, o que já
existe, na abundante reserva psíquica, dentro dele mesmo. Devido aos
seus transtornos psicossexuais, a pessoa vive revoltada, angustiada, com
tristeza sistemática, sem belos ideais, sem alegria e sem esperança.
São os frutos amargosos da criatura que não soube trabalhar a sua luz
interior de fé, da espiritualidade, da coragem e da esperança em sua
alma. Há necessidade de fazer nascer e desenvolver estes valores na
mente e no coração enquanto temos tempo, saúde e oportunidades.
A
busca desenfreada de experiências sexuais para ser feliz sem trabalhar
os valores internos da espiritualidade, faz a alma do homossexual
permanecer insatisfeita e infeliz, desorientada e desequilibrada. O
irmão homossexual tem liberdade de procurar a companhia sexual que lhe
traga amizade e afinidade, alegria e paz. Disse Jesus aos homens que
apedrejavam a mulher adultera: “Atire a primeira pedra (da condenação,
da crítica, da censura) aquele que estiver sem nenhum pecado”. Não
podemos condenar, proibir e execrar os irmãos homossexuais.
Há
necessidade de muita aceitação sensata, tolerância esclarecida, respeito
da compreensão iluminada à sua individualidade psicológica. A melhoria
moral, afetiva e dos sentimentos virá com o tempo, depois de sofrer
muitas dores, muito esforço, muitas lágrimas, muitos erros, muitos
acertos, muitas derrotas e grandes vitórias no continuismo incessante
das encarnações sucessivas. A verdadeira e eficiente medicina da alma,
que ensina o homem e a mulher a serem médicos de si mesmos, será a
parte mais importante da Medicina, neste Terceiro Milênio. Será a
Medicina do homem integral que cuidará somando a ciência da boa moral e
da espiritualização do homem racionalista e da mulher sensibilizada,
ambos carregando sintomas psicopatológicos que atormentam, arruínam e
arrasam a organização supersensibilíssima da vida mental.
A excelente
medicina da alma será, sem dúvida, aquela que prioriza a saúde moral da
personalidade do homem cibernético da atualidade, que racionaliza
muito mais e sente bem pouco. Nesta ciência curativa da psique humana,
JESUS – o Divino Médico das Almas – é a receita educativa dos
sentimentos, o bom prognóstico da mente e a ótima posologia do coração.
As
enfermidades psicossexuais do homem cibernético da atualidade estarão
em maior número entre os milhões de pacientes graves, nos superlotados
consultórios de psiquiatras da mente desarvorada, psicanalistas do
conflituoso inconsciente do espírito e psicólogos que tratam da emoção
depressiva. Pressa nem Deus e nem Jesus têm com os espíritos gravemente
enfermos e rebeldes da Terra. Agora, muita pressa têm mesmo todos os
religiosos fanáticos, dogmáticos e endurecidos de coração, por exigirem
apressadamente mudanças na psicologia e na moral do ser homossexual.
Esses religiosos estão todos absolutamente enganados! Ostentam a crença
muito mais para perturbar e arrasar com a vida íntima das pessoas do que
para amar, compreender e ajudar! Que todo indivíduo em experiência
homossexual procure desenvolver sempre os valores espirituais da fé em
Deus, do amor à vida e ao próximo, do conhecimento superior, da caridade
material e moral aos desafortunados do mundo, da educação afetiva, do
controle emotivo, da responsabilidade sexual nos desejos, pensamentos e
atos.
21. Atualmente, a sociedade vem discutindo a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Podemos encarar isso como evolução moral da sociedade? Esse compromisso entre homossexuais poderia levá-los a uma vida mais regrada, fiel?
Não
podemos encarar o casamento de homossexuais como uma evolução moral na
prática da afetividade humana. É uma experiência afetivo-sexual
transitória. No grande futuro, os homossexuais, reequilibrando sua
energia encontrarão o seu parceiro heterossexual ideal, ajustando sua
verdadeira psicologia sexual.
Entendemos o casamento de homossexuais
fora dos padrões criados por Deus (união entre o homem e a mulher)
sempre como um paliativo, um remendo psíquico, uma prótese afetiva, um
reparo de pouca durabilidade, a união psíquicossexual incompleta.
Na
verdade, casamento mesmo para constituir família e criar filhos fazendo
aumentar o número dos habitantes da Humanidade, se dá somente no
casamento heterossexual. Não sou contra o casamento de homossexuais, de
coração isento de preconceito e ausente do endurecimento do coração;
entendo as grandes necessidades afetivas deles, compreendo suas dores
morais, sua grande solidão afetiva. Não posso, para demonstrar que sou
espírita convicto, tornar-me juiz severo, exigente e mesmo cruel, a fim
de manter a verdade doutrinária, vivendo muito distante do amor
cristão. Prefiro amar e compreender, tolerar e ser indulgente, amando e
ajudando com Jesus!
A homossexualidade e o casamento de homossexuais é
fenômeno afetivo, mudança de comportamento sexual, todavia não é uma
evolução da afetividade humana. No grande futuro da Humanidade (daqui
uns dois milênios), quando os espíritos da Terra conquistarem valores
espirituais e morais pautado nas leis, conceitos e normas do Evangelho
de Jesus, não haverá mais em profusão devastadora os grandes erros da
sexualidade desvairada: adultério, prostituição, viciação sexual,
tortura do desejo insatisfeito, infidelidade conjugal, estupro,
incesto, homicídio passional, suicídio por paixão amorosa, aberração
sexual, homossexualismo, pedofilia, aborto e outros graves problemas.
Os transtornos psíquicos homossexuais não mais existirão no psiquismo de
homens e mulheres em todo o mundo, porque todos os espíritos se
educarão e aprimorarão no campo dos sentimentos nobres, das poderosas
virtudes do coração, da mente sublimada e do instinto sexual
espiritualizado. A homossexualidade é desarmonia da consciência
criminosa, no campo da afeição mal dirigida, é crise transitória dos
sentimentos doentios, de duração de muitos e muitos milênios na história
evolutiva da humanidade, porém não é problema que a alma vá carregar
para toda a eternidade. A evolução espiritual é a meta de Deus e de
Jesus para todos nós, humanos. Os homens e mulheres na humanidade
terrestre em obediência à lei de evolução espiritual, precisam, com a
lucidez da razão a administrar, controlar e aprimorar as nossas energias
sexuais da alma e educar os sentimentos no amor incondicional.
No
grande futuro espiritual da Humanidade, quando, bem mais educados
moralmente, ao reencarnar na Terra, envergando novo corpo de homem ou
novo corpo de mulher, sentirão harmonia e paz interior, não
apresentarão: rejeição, rebeldia, revolta, choques e desequilíbrios
psíquicos de vulto. Adaptando-se com mais naturalidade ao novo corpo,
aplicará a competência moral e poder mental nas funções específicas de
homem ou de mulher, procurando cumprir com responsabilidade tanto as
tarefas masculinas ou femininas do novo corpo. Seremos mais versáteis em
espírito. Administraremos em nós mesmos, com lucidez de raciocínio,
vontade superior e educação mental, os fenômenos da bissexualidade
psíquica que vige em nós mesmos. A meta para todas as almas é a
felicidade: a harmonia de luz e amor, a sabedoria em espírito e
verdade, o aperfeiçoamento do coração, o crescimento espiritual para a
Perfeição e a conquista do Reino de Deus dentro de nós!
22. Uma mulher que ame outra mulher na vida presente pode ter sido o esposo que a fez sofrer em vida passada?
Obedecendo
à lei universal da reencarnação, todo espírito encarna em corpo de
homem e de mulher para aprender as duas funções psíquicas bem distintas,
atividades específicas, experiências, trabalhos, lutas, sensibilidade,
provações, virtudes e talentos diferentes. Quando uma mulher se apaixona
por outra mulher e um homem se apaixona por outro homem, podemos
acreditar que no meio de tantas pessoas, essa escolha mútua é decretada
por uma afinidade sexual originada de vidas passadas nem sempre nascida
da união conjugal de vidas passadas.
Devido às nossas múltiplas
experiências sexuais na condição de homem, ora na condição de mulher,
nas encarnações sucessivas, nosso psiquismo se viu forçado a registrar,
arquivar e armazenar energias psíquicas, afetos e sentimentos
direcionados ora a homens (namorado, marido, amante), ora a mulheres
(namorada, esposa, amante). Criamos diversificadas energias de afeição
sexual com pessoas dos ambos os sexos e somamos também em nossa
personalidade espiritual características psicossexuais de feminilidade e
masculinidade. Quase todas as pessoas, na atualidade, encontram-se com
estrutura mental bastante complexa, carregando recursos de moralidade
muito frágeis e acumulada de imperfeições morais. Deste modo, poucas
são as criaturas que dominam seu instinto sexual usando consciência e
responsabilidade, razão e discernimento, mantendo certo equilíbrio
afetivo-sexual.
23. Na visão espírita, a prática sexual das relações homossexuais ocasiona danos
espirituais e perispirituais aos indivíduos envolvidos? Quais?
A
simples condição psíquica de homossexualidade não causa danos
espirituais e perispirituais a quem sofra estas experiências
conflitantes. O que vai provocar o desequilíbrio, desajuste,
desarmonia, disfunções, perturbações, deformidades perispirituais,
mutilações afetivas, desgastes das energias psicossexuais será sem a
menor dúvida, o triste resultado de nosso mau
comportamento do amor
sexual, os desregramentos, as violências da afeição mal dirigida, o
excesso do prazer sexual egoísta e os abusos e aberrações sexuais.
Registraremos, a respeito deste assunto, dois excelentes textos da
autoria do espírito André Luiz:
“Atender a santificada missão do
sexo, no seu plano respeitável, (...) de modo algum significa desvios
espirituais; no entanto, os excessos representam desperdícios
lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores”.
(Missionários da Luz, Francisco Cândido Xavier, Cap. 03, pg. 33 – “Desenvolvimento mediúnico”, FEB)
“Inútil
é supor que a morte física ofereça solução pacífica aos espíritos em
extremo desequilíbrio, que entregam o corpo aos desregramentos
passionais. A loucura, em que se debatem, não procede de simples
modificações do cérebro: dimana da desassociação dos centros
perispiríticos, o que exige longos períodos de reparação”.
(No Mundo Maior, Francisco Cândido Xavier, cap. 11, pg. 147 –“Sexo”, FEB)
24. O espírito que, ao reencarnar, traz, desde tenra idade, um direcionamento homossexual, mas, em idade adulta e, sob terapia psicanalítica, apaixona-se por pessoa do sexo oposto, vendo a vida transformar-se de forma surpreendente ao ponto de duvidar do passado homossexual. Porém o sofrimento se desdobra na impotência e o pavor de não corresponder à mulher amada traz uma angústia ainda maior que no passado. Por favor, me ajude a compreender!
Observo,
neste interessante depoimento sincero, que nosso companheiro sofre a
experiência conflitante da homossexualidade. Depois de passar pela
terapia psicanalítica, alcançou um melhor padrão afetivo, tomando as
rédeas da energia psicossexual masculina e se enamorou de uma mulher.
Vivendo tal momento, chegou a não acreditar que tenha passado pelo
processo da homossexualidade. Agora, desejando manter relação
afetivo-sexual com normalidade, passa a sofrer conflitos íntimos
bastante intensos, porque teme não corresponder psicologicamente e
depois sexualmente com a mulher amada.
Esta insegurança íntima está a
demonstrar que a nossa realidade sexual não é biofisiológica, nem
química e nem hormonal. Está toda vinculada ao nosso psiquismo imenso,
complexo e conflitante.
O corpo físico e os órgãos sexuais obedecem
automaticamente ao menor impulso de nossa mente, de nossos desejos, de
nossos anseios afetivos, de nossas fantasias e de nossos sonhos.
Aprendamos
a cuidar com carinho de nosso mundo íntimo, iluminemos a consciência,
esclareçamos a razão, eduquemos os sentimentos. Desenvolver a crença na
fé racional, crescer espiritualmente com alegria no coração,
sentindo-se como pessoa humana falível, contudo interessada em aumentar
as reservas do amor fraternal e as potencialidades do espírito, sob a
orientação amorosa e segura de Jesus – o maior e melhor psicanalista da
alma humana.
25. Tendo em consideração o fato iniludível que determina que todas as manifestações da alma têm seu baseamento na mente e sendo ela a desvendadora das condições particulares de cada um: No caso de serem assim, a solução da temática sexual, porventura não vem dada por uma educação, não somente em função de princípios médicos e éticos, senão também como um planejamento vivencial em torno do amor verdadeiro e sua manifestação?
A
homossexualidade não é um caso apartado da generalidade, pois este
fenômeno da personalidade sexual já tem registro na história dos povos
há muitos milênios: judeus, romanos, gregos, assírios e outros.
O
fenômeno psíquico da homossexualidade conta-se hoje aos milhões em todo
mundo. Este fato está sinalizando que são milhões de espíritos com
profunda necessidade de reajuste, reequilíbrio e reeducação, portas a
dentro da alma e do coração, para serem mais felizes por dentro de si
mesmo, em sua vida afetiva, no mundo de seus sentimentos, em sua
consciência.
Em todas as almas deseducadas devido à afeição mal
dirigida, o desejo sexual é mais poderoso e determinante do que o amor
sincero e puro. Somos criaturas a carregarem muitas imperfeições e amor
ególatra, criando problemas para os parceiros sexuais e muitos conflitos
conscienciais em nossa vida íntima. Há necessidade premente da educação
do espírito imortal, dentro das normas libertadores do Evangelho,
construindo um “mundo novo” alicerçado no amor, na humildade, na
sinceridade, na obediência, na disciplina, no controle emotivo, na
criação de reflexos psíquicos positivos nas cordas supersensíveis do
coração espiritual.
26. Desde a adolescência, mantive inclinação homossexual, embora, pelo menos fisicamente, não mantivesse relações sexuais. Aos 31 anos, depois de estudar muito as ciências psíquicas e o Espiritismo, resolvi namorar com pessoa do sexo oposto, idealizando formar uma família. Para meu espanto, sinto uma atração enorme por ela e a atração que sentia por outros homens não tem mais intensidade. Isso me deixa confuso, pois a ciência humana não endossa o que eu estou sentindo. Gostaria de saber sua opinião.
O
seu sincero depoimento psicológico é importante para você mesmo e
relevante para nossos estudos e análises à luz do Espiritismo. Em poucas
palavras, você descreve suas manifestações inconscientes, extraídas com
espontaneidade de seu reservatório de reflexos psicossexuais de seu
mundo mental: arquivo de experiências sexuais masculinas e femininas das
múltiplas existências pretéritas. Esta realidade psíquica profunda
pertence à sua personalidade integral. Não poderá ser extraída e nem
eliminada. Em verdade você manifestou esse desejo afetivo, com
naturalidade (ou seja, sem esforço de sua vontade), os impulsos
psicossexuais femininos (atração afetiva por homem), vazados de seu
inconsciente. Estes impulsos psíquicos femininos, expostos na forma de
desejo afetivo, estão a demonstrar que não estão muito sobrecarregados
em seu psiquismo; daí, o seu poder de controle através da vontade,
podendo dominá-los relativamente, direcionando seus impulsos
afetivo-sexuais para o sexo oposto, em quem deposita certa afinidade e
simpatia.
Não se esqueça de que os impulsos psicossexuais femininos
estão totalmente arquivados na subconsciência e poderão emergir mais
cedo ou mais tarde, detonando desejos sexuais por outros homens. Em
inúmeras vidas passadas, manifestamos desejos sexuais, amor possessivo e
afeto intenso por muitos homens e por muitas mulheres. Muitos desses
impulsos afetivo-sexuais encontram-se qual braseiro vivo debaixo das
cinzas de nosso consciente, vindo à tona ao leve sopro dos ventos das
paixões. Poderão, sim ou não, aflorar em nossa afetividade sexual,
contudo continuarão arquivados no inconsciente profundo. São recursos
psíquicos que fazem parte da personalidade espiritual.
Assim me
expresso porque nós não conhecemos perfeitamente o nível do reservatório
de reflexos psicossexuais masculinos e femininos que detemos em nós.
Fique
sempre alerta para com seu mundo emotivo-sexual e cuide de administrar
com razão e compreensão, lucidez e sensatez a diversidade de impulsos
sexuais que lhe são próprios. Todos nós, humanos, somos espíritos que
apresentam a bissexualidade, não no sentido biofisiológico, mas no
contexto do nosso psiquismo de profundidade.
27. Tenho vida sexual ativa com pessoa do sexo oposto, o que me dá enorme prazer. Porém sinto atrações momentâneas por pessoas do mesmo sexo, o que corto imediatamente. Isto é comum no ser humano ou eu posso considerar-me bissexual? Existem homens que nunca sentem atrações por outros homens?
Você
expôs um sintoma psíquico muito verdadeiro na mente de boa parte das
pessoas as quais não têm coragem de revelá-lo, com receio da análise de
seu inconsciente, titulando-o de homossexual. Este impulso psíquico
afetivo-sexual surge em grande parte de espíritos acentuadamente
masculinos, tudo porque o espírito também carrega uma certa bagagem de
recursos psíquicos femininos na complexa organização mental. Trata-se do
fenômeno humano da bissexualidade psicológica no contexto de nossas
características psicossexuais masculinas e femininas arquivadas na
mente. O espírito Emmanuel explica, com racionalidade e lógica, o
complexo psiquismo sexual humano:
“A vida espiritual pura e simples
se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, através de
milênios e milênios, o espírito passa por fieira imensa de
reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condição de
masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade [psiquismo
sexual feminino e masculino], mais ou menos pronunciado, em quase todas
as criaturas. O homem e a mulher serão, deste modo, de maneira
respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminino, sem
especificação psicológica absoluta”. (Vida e Sexo, Francisco Cândido
Xavier, lição 21, pg. 80: “Homossexualidade”, Edição FEB)
Tão somente
a lei universal da Reencarnação explica com racionalidade admirável a
origem do inconsciente em todo ser humano e justifica, com lógica
insofismável, as intricadas manifestações conflituosas da
homossexualidade e bissexualidade nos misteriosos escaninhos da
organização mental de grande percentagem de criaturas em todo o mundo.
28. Tenho 17 anos, sou espírita e tenho um amigo da mesma idade que eu (conheço-o desde os sete anos). Ele é homossexual e relaciona-se com um homem de 51 anos. Mas essa não é a minha preocupação. Eu não tenho problema com o fato de ele ser homossexual e namorar. Queria saber se o fato de eu não ter nenhum problema com isso é de alguma forma algo fora dos ensinamentos da Doutrina Espírita. E, se for, como eu deverei agir em relação a ele?
Você está agindo com naturalidade, diante do amigo que pratica a homossexualismo.
Aos
17 anos, ele já adota o homossexualismo de forma declarada, sem
procurar escondê-lo de familiares, amigos e da sociedade. Conviva com
esse amigo da melhor maneira possível, sem desapontamento, sem criticar
hábitos, sem exigir melhor comportamento, sem zombarias à maneira de
ser, sem desrespeito à pessoa dele. Cada espírito deve viver dentro de
seu próprio livre arbítrio, e não devemos interferir na sua vida. Não
cabe a você a iniciativa de querer modificar a conduta, os gostos, os
costumes, a sexualidade, os hábitos diferentes dele.
Seja-lhe amigo
leal, irmão compreensivo, colega alegre e companheiro sincero. Procure
ser o autêntico espírita, usando a razão esclarecida que produz os
frutos do discernimento e da prudência, e o coração bondoso e
misericordioso que frutifica o amor purificado. Você não tem nada a
perder, sendo amigo e humano, bom e compreensivo!
29. É correto os pais tentarem fazer de tudo para o filho mudar sua "opção" sexual? Regressão e terapia de vidas passadas poderiam resolver?
Os
pais, quando deparam com tendências homossexuais, no filho,
naturalmente ficarão perplexos, chocados e traumatizados. Sentem-se
abalados emocionalmente, indecisos uns, revoltados outros – dependendo
da estrutura psicológica e estrutura moral de cada pai e de cada mãe.
Não sabem o que fazer e como se comportar diante da embaraçosa
problemática.
É desafio bem grande aos corações das mães e ao
entendimento dos pais para enfrentarem o problema cujas causas não são
bioquimiofísicas. Em verdade, são causas psíquicas, que se originam no
campo mental do ser e que na maioria dos casos se revelam a partir da
infância e da pré-adolescência. Os filhos homossexuais de classes menos
abastadas são aceitos com mais naturalidade pelos pais mais sofredores.
Estes, com menos recursos econômicos, pouca cultura intelectual e menos
preocupações com a opinião da sociedade, não têm muito o que indagar,
discutir e criar problemas com médicos e psicológicos. Eles vão com o
tempo, tomando o seu rumo, sem muita exigência e controle dos pais,
fazendo a sua própria vida, criando sua própria identidade psicológica e
partindo para sua vida particular.
Os filhos homossexuais de classe
média e rica, devido às facilidades financeiras, são levados aos
consultórios médicos de orientação neurológica e psicológica, onde os
genitores recebem fartas explicações, facilitando seu entendimento e
aliviando sua carga de preocupação perturbadora. Algumas vezes, tais
filhos são internados em clínicas especializadas para tratamento com
psicoterapias específicas, tendo o objetivo de trabalhar o mundo
psicológico, os impulsos psicossexuais e tendências afetivas. Visam
estes tratamentos a direcionar o seu mundo afetivo-sexual, para alcançar
a disciplina das idéias de identidade opostas à função corporal, a
contenção dos desejos sexuais, o controle das emoções exaltadas, o
reequilíbrio da afetividade descontrolada, a moderação nas vestes e
simplicidade nos gestos.
Alguns pais, desejosos de resolver os
transtornos psicossexuais do filho, tentam a Terapia de Regressão a
Vidas Passadas, com o intuito de desvendar as origens dessas anomalias
espirituais, objetivando aliviar suas causas e destruir os seus efeitos
danosos na personalidade da criança e do jovem. São tentativas
reparadoras bastante respeitáveis, bem saudáveis e de solução muito
relativa. Essas terapias realmente interferem no mundo psicológico do
paciente, promovendo algumas mudanças em sua conduta, atitudes e
comportamento, contudo tal ação psicológica não vai modificar a imensa
estrutura complexa do inconsciente no espírito do filho em tratamento. O
espírito acha-se sobrecarregado de energias psicossexuais provindas de
infelizes experiências sexuais intensamente vividas em vidas passadas.
As terapias ajudam no retemperamento dos desejos, emoções e da
afetividade, trabalhando o consciente e a psicologia sexual do filho.
Que os pais e mães responsáveis e amorosos aprendam a lidar com a
problemática, crescer na aceitação esclarecida, a bem relacionar-se
afetivamente e a conviver de maneira pacífica com os impulsos e
manifestações da complexa alma do filho.
30. Como o Espiritismo vê a questão da adoção de crianças por um casal homossexual? É permitida?
Veja
bem, meu amigo, não cabe ao Espiritismo avaliar as ações das pessoas e
normatizar a conduta de cada um, com tolher seu livre arbítrio,
aprisionar o seus sentimentos ou amedrontar a sua iniciativa. Isto o
Espiritismo não faz. Ele não é a doutrina de censura e condenação,
exigência e banimento da sociedade religiosa por seu comportamento
estranho ou indecoroso.
Ensina e explica as leis morais divinas, as
leis espirituais, a condição real de cada espírito em seu grau evolutivo
e oferece, com sabedoria e amor, as luminosas coordenadas libertadores
para a criatura aprender a se comportar da melhor maneira possível –
primeiro, consigo mesma: mente e corpo; depois, com o seu próximo mais
próximo.
Na verdade, já existem, muitos casais de homossexuais que
querem sair do enorme peso da solidão afetiva e fugir da desagradável
sensação de inutilidade dentro de casa, adotando de forma legal uma
criança e cuidam dela com amor, respeito e carinho. Nós, os espíritas,
que ansiamos por aprender, seguir e praticar as lições de amor do Amado
Mestre Jesus, devemos ver com os olhos do coração evangelizado:
compreender e saber conviver com essa nova realidade, sentirmo-nos
felizes pela criança que é amada, protegida, assistida, orientada e
educada, por um casal homossexual responsável.
31. O que fazer, quando você ministra aulas de Evangelização (Departamento de Infância e Juventude - DIJ) e detecta que existe jovem com problemas de homossexualismo? Como conduzir essa situação?
Podemos encontrar-nos com pessoas de personalidade homossexual em todos os lugares e situações. No centro espírita também!
O
evangelizador da criança ou o coordenador de grupo de jovens não podem
ficar desapontados, horrorizarem-se, sentirem-se contrariados ou ficarem
desagradados, quando se deparam com jovens que manifestam sintomas
psicossexuais de inversão. Pense e medite: não caberá a você a
responsabilidade
de resolver a problemática sexual de seu aluno. Você está
relacionando-se com um jovem, está convivendo bem de perto com a
problemática e deseja fazer alguma coisa. Essa atitude é boa, é cristã,
mas devemos ter muito cuidado. Seu dever maior será compreendê-lo,
amá-lo, respeitá-lo, considerá-lo. Não queira modificá-lo ministrando
com simples palavras evangélicas os reflexos psicossexuais que estão
sendo acumulados, há séculos, na sua estrutura mental. Toda atitude para
modificar esses jovens será violência, pressa e desrespeito à sua
personalidade espiritual.
Cumpra seu dever de orientador espírita da juventude com muito amor fraternal e alegria de servir em nome de Jesus.
Se
acontecer desrespeitos e zombarias por parte dos colegas da classe,
busque trazer para o estudo em grupo assuntos doutrinários pertinente ao
Evangelho, que explica com clareza e beleza o valor das virtudes
morais: a compreensão, o respeito, a compaixão, a indulgência, a
humildade que compete a todo espírita exemplificar.
Estude com
seriedade e constância os assuntos de sexualidade nas obras espíritas e
ministre aulas bem dialogadas para todos os alunos. Aplique o processo
psicoafetivopedagógico dedicando carinho e amor para realmente bem
orientar seus evangelizandos. Que todos aprendam com a fé racional e o
amor espiritualizado como enfrentarem os seus próprios desafios e
problemas na esfera da sexualidade.
32. Um homossexual que vivencia a prática sexual poderá ser um médium passista, sem abdicar de seus relacionamentos afetivo-sexuais?
Esta
problemática é deveras bem complicada, de difícil entendimento e
aceitação nos grupos espíritas. Não estamos na casa espírita para sermos
fiscais da conduta alheia, transformando-nos em censores implacáveis do
comportamento emocional dos outros. O comportamento religioso radical,
na verdade é muito sentimento de fanatismo sem conteúdo de compreensão,
amor e fraternidade.
Muitos grupos religiosos têm prática bem
rigorosa e condenatória para com as pessoas que apresentam problemas
afetivos, sexuais, conjugais. São indiciados, julgados e banidos do
templo. Os grupos espíritas, cujos membros apreciam a rigorosidade na
conduta, o endurecimento do coração e a inflexibilidade nas normas do
grupo não sabem conviver com esses irmãos homossexuais. Estes podem
receber sentimentos de antipatia e serão afastados e banidos por força
do cochicho, da fofoca, da maledicência e do isolamento proposital dos
espíritas severos. Nós, espíritas, que desejamos ser cristãos, não
podemos tomar a atitude infeliz de juizes implacáveis. Conheço grupos
espíritas que convivem de maneira pacífica, ordeira e respeitosa com
casais homossexuais, que participam das atividades de estudo,
assistência fraterna, práticas mediúnicas e pregações doutrinárias.
Os
irmãos homossexuais, como qualquer ser humano, têm todo o direito de
participar das atividades do grupo espírita, mesmo que estejam na
condição de casais. Devem ser respeitados como qualquer ser humano, têm o
pleno direito de ser expositores doutrinários, médiuns psicofônicos,
médiuns passistas, evangelizadores de criança, trabalhadores da
assistência a famílias carentes.
O que não podemos aceitar na casa
espírita são os abusos de conduta, os arroubos da afetividade amorosa,
vestuário desrespeitoso a ferirem os bons costumes e a harmonia
emocional do grupo.
Se esses casais convivem em união pacífica e
serena, se trabalham com amor e dedicação, se não provocam escândalos, e
nem se atiram a aventuras de conquista amorosa dentro do centro
espírita, podem muito bem trabalhar em todas as atividades.
A casa
espírita é casa de Jesus para convivência fraternal de muito amor com
todos os irmãos, muito especialmente com aqueles que carregam pesadas e
dolorosas cargas provacionais do coração e da mente.
33. Entre os animais, existe homossexualidade?
Não
sou especialista neste assunto, nunca li nada a respeito da
homossexualidade entre os animais, contudo, há poucos dias assisti
interessante reportagem no canal especializado Mundo Animal, quando
estudava o comportamento sexual de um grupo de leões machos, que ficaram
confinados e separados, por muito tempo, sem o contato com as fêmeas e
começaram a praticar o homossexualismo. Estes leões não tendo nenhuma
leoa no grupo, quando o instinto sexual se manifesta muito forte ,
talvez o leão líder passe a procurar por instinto algum companheiro
mais fraco que possa fazer as vezes da fêmea e, se consegue esta
violência física sexual, todos os demais copiam o líder na prática do
homossexualismo. Estou formando uma interpretação pessoal dentro de
minha pobre compreensão do instinto animal que ainda faz parte de nosso
psiquismo sexual.
Soube, por relato de particular amigo, que,
conforme observou, certa vez, no galinheiro de sua casa, situação
semelhante. As poucas galinhas sobreviventes a um surto de gogo [doença
que ataca a língua das aves, em especial as galináceas] estavam retidas
nos ninhos, em choco. Só ciscavam a terra um garboso galo e um frango
bem crescido. Viu-se, então, o bravo “dono do terreiro”, por mais de uma
vez, servir-se sexualmente do companheiro, quase galo, o qual,
intimidado, não lhe opôs resistência. Vejamos bem, o animal possui
predominante o instinto sexual. O animal macho violentado não tem desejo
sexual, não desejava ser parceiro sexual de outro macho, não trazia
transtornos em seu psiquismo, não tinha comprometimento com a
consciência, não carrega conflitos de sentimentos: inveja, ciúme,
ressentimentos, vícios; não conserva remorso por crimes perpetrados em
vidas passadas. O macho violentado, devido talvez ao seu psiquismo ser
mais fraco, foi escolhido, dominado e submetido ao poder sexual
truculento do grupo.
O homossexualismo entre os animais, acredito
tenha origem numa condição especial de vida dos animais machos e não uma
problemática biológica e muito menos psíquica deles. É uma espécie de
possessão animal coletiva do instinto sexual do macho, qual a fúria do
canibalismo. Enfim, pelo acima exposto, tudo leva a crer que os animais
machos não são homossexuais por natureza.
34. Por que a homossexualidade está virando uma opção tão normal em nossos dias?
O
fenômeno da homossexualidade vigora no psiquismo humano há milênios.
Temos notícia dela junto ao povo hebreu, na Grécia antiga, no grande
Império Romano, nas cidades antigas de Babilônia, Sodoma e Gomorra e
muitas outras.
Na atualidade, a população mundial cresceu
assustadoramente, os novos costumes transformaram as sociedades humanas,
a cultura, antes muito fechada, tornou-se popular e globalizada, a
imprensa escrita, falada, televisiva e o cinema propagaram todos os
vícios e maus comportamentos. Hoje em dia, há muitos livros científicos e
de educação sobre sexualidade.
O direito social de liberdade hoje é
quase mundial, as pessoas estão tendo o direito e a liberdade de
manifestar suas opiniões, praticar os seus gostos e pendores, viver a
sua sexualidade com mais liberdade do que há algum tempo.
O século XX
sofreu profundas transformações no campo da liberdade sexual, a partir
de 1970, com expressão mundial, e essa expansão libertária do instinto,
continua invadindo os países orientais de religião ortodoxa, tirânica e
absolutista que persegue, proíbe e pune severamente os homossexuais.
Hoje em dia, a liberdade dos homossexuais já está muito boa,
principalmente nos países ocidentais. Eles não têm tanto medo, pavor e
vergonha como tinham os homossexuais, há alguns decênios ou séculos.
Hoje em dia, há muito mais livros científicos e de educação sobre a
sexualidade humana. O tema é diário de estudos, debates e reportagens
nas revistas, jornais, programas de televisão, peças de teatro, estudos
nas igrejas, debates nas escolas e faculdades.
Os homossexuais
criaram sérias associações que, ao longo do tempo, se transformaram em
instituições gigantes, que atuam na sociedade, nas leis jurídicas e até
mesmo nos governos, trazendo proteção e orientação, segurança e
benefícios para eles. Nos dias atuais, vivem com espontaneidade, com
relativa liberdade, usando vestimentas especiais, andando alegres nas
ruas namorando, vivendo em lares como casais, promovendo movimentos
culturais, grandes festas e enormes passeatas com participação das
massas; chamando a atenção de toda a sociedade para o respeito às suas
condições psíquico-emocionais e costumes diferentes de viver, de amar e
de ser feliz.
A bibliografia sobre a temática sexual à luz do Espiritismo, por enquanto, ainda é pequena. Relacionamos algumas obras:
1 – Vida e Sexo, Emmanuel – Francisco Cândido Xavier, edição FEB.
2 – Sexo e Destino, André Luiz – Francisco Cândido Xavier, edição FEB.
3 – Sexo e Evolução, Walter Barcelos, edição FEB.
4 – No Mundo Maior, André Luiz - Francisco Cândido Xavier, cap. 11: “Sexo”, edição FEB.
5 – Outra Face do Sexo, Emídio Brasileiro/Marislei Brasileiro, AB Editora
6 – Sexualidade à luz da Doutrina Espírita, Américo Domingos Nunes Filho, Edição CELD.
35. Qual mensagem daria a tantos irmãos e irmãs que passam pela dura prova (ou
expiação) da homossexualidade?
Primeiramente,
congratulo-me com os responsáveis pelo Centro Virtual de Divulgação e
Estudo do Espiritismo, por este belo trabalho de ENTREVISTA VIRTUAL para
a promoção de estudos, debates e a divulgação de temas doutrinários
espíritas, beneficiando o grande público que merece todo o nosso
respeito, simpatia e admiração.
Desejo aos nossos irmãos que passam
pela experiência da homossexualidade que estudem a temática segundo o
Espiritismo com seriedade, atenção e amor, a fim de aprenderem a
conhecer as verdades espirituais, a penetrarem com maior facilidade nos
escaninhos de seu próprio inconsciente, conhecendo-se com a claridade
da razão iluminada, buscando disciplinar-se e educar-se, aprimorar-se e
crescer no amor incondicional para a vida afetivo-sexual mais feliz em
espírito e verdade: onde estiverem, como estiverem, com quem estiverem,
sabendo administrar, controlar, dominar e usar com grandeza de alma e
de coração as forças sexuais da alma.
Muita paz em seus bondosos corações!
Fonte: http://www.cvdee.org.br