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segunda-feira, 3 de maio de 2021

COMER PÃO, BEBER VINHO "... pão representa o corpo doutrinário de sua doutrina e o vinho significa que ela se fundamenta sobre o Espírito"...Por isso, os seguidores de Moisés comeram o maná e morreram porque o pão que pretendiam era meramente para o sustento do corpo. Jesus, no entanto, trouxe o pão espiritual, do qual quem comer terá a vida eterna, isto é, passará a assimilar as coisas que dizem respeito ao Espírito. ..."







COMER PÃO , BEBER VINHO 

"E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é meu corpo que vos é dado.
Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo testamento do meu sangue, que é derramado por vós". (Lucas, 22:19-20)

O ato comemorativo da Páscoa, da forma como é realizado na atualidade, representa flagrante contraste com tudo aquilo que Jesus Cristo objetivou ensinar através do singelo ato da última ceia, quando congregou os apóstolos para o último encontro que antecedeu a sua crucificação.

A realização da chamada última ceia tem um sentido bem mais profundo, pois o anseio do Mestre era de propiciar aos seus apóstolos um ensinamento sobre a necessidade de troca de idéias sobre a nova doutrina, confraternização, entrelaçamento, fraternidade, unificação, e obviamente constituiu um grandioso ensino endereçado à posteridade.

Entretanto, o ato realizado pelo Mestre, quando cada um dos presentes comeu um pedaço de pão e tomou um pouco de vinho, após sofrer o impacto de constante deturpações, tem servido, no decurso dos tempos, para justificar a realização de verdadeiros festins materiais, quando o vinho é utilizado em excesso, muitas vezes com danosas conseqüências, e o uso de carnes das mais variadas espécies suplantou o singelo uso do pão.

O ato tem servido mesmo para que alguns homens procurem nele uma justificativa para os excessos no uso do vinho, afirmando que Jesus Cristo era apologista do seu uso, tendo mesmo, nas Bodas de Caná, convertido água em vinho, esquecendo-se de que ainda nesse caso o Senhor teve por objetivo ensinar que as doutrinas religiosas que se fundamentam sobre as coisas do mundo, sobre as coisas materiais, terão que se espiritualizar, para atender o reclamo dos seus seguidores, pois só assim poderão tomar parte no grande festim que o Cristo definiu como "conquista do reino dos céus".
Teria Jesus Cristo se reunido com os apóstolos meramente para que juntos comessem pão e bebessem vinho, ou objetivou ele propiciar aos seus pósteros um ensinamento de grande profundidade?

Nenhum dos atos comuns da vida do Mestre deixa de encerrar uma mensagem e é óbvio que nesse caso não poderia haver exceção. O pão representa o corpo doutrinário de sua doutrina e o vinho significa que ela se fundamenta sobre o Espírito.

São numerosos os ensinos de Jesus sobre o pão espiritual e para se verificar isso basta recorrer aos Evangelhos:
"Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre" (João, 6:48-51;57-58).

Moisés prometia as coisas da Terra. Os judeus daquela época ambicionavam possuir a Terra da Promissão.
Jesus veio trazer a mensagem para ensinar aos homens a conquista das coisas do Espírito.
Por isso, os seguidores de Moisés comeram o maná e morreram porque o pão que pretendiam era meramente para o sustento do corpo. Jesus, no entanto, trouxe o pão espiritual, do qual quem comer terá a vida eterna, isto é, passará a assimilar as coisas que dizem respeito ao Espírito.

Além dos doze apóstolos, Jesus Cristo também teve outros setenta discípulos mais ou menos dedicados. Certa vez, conforme relata o evangelista João (6: 60-65), após ter proferido um discurso sobre o sentido de sua doutrina, dizendo "minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida", foi sumariamente abandonado por esses setenta discípulos, os quais disseram: "Duro é este discurso; quem o pode ouvir?".

O Mestre asseverou que não se pode pôr vinho novo em odres velhos, do contrário ele não suportará a fermentação e se romperá. A sua doutrina, embora tenha como um dos seus fundamentos nas leis morais recebidas por Moisés no Monte Sinai, é sempre nova e não poderá ser suportada pelos "odres velhos" de antigas concepções religiosas, pelo sistema arcaico que se fundamenta sobre leis transitórias destinadas a servirem determinada época, ou em dogmas estabelecidos por grupos ou pessoas, que sempre se insurgiram contra as idéias reformistas.

Ainda desta vez o Senhor teve por objetivo proclamar que o sentido profundo de sua doutrina estava contido na expressão "carne e sangue". Carne porque ela é um corpo individual, inalterável, sangue porque ela é dinâmica e não estática. A sua doutrina é um corpo ativo, atuante, que não pode ser compreendida nos moldes como o era até há pouco tempo: uma doutrina estanque, sem vibração, divorciada da ciência, ciosa de ser a exclusiva, monopolizadora de toda a verdade, zelosa dos seus dogmas e portadora de outros prejuízos.

O corpo doutrinário é animado pela força e pela vibração. Se qualquer uma das veias desse corpo deixar de receber o influxo do sangue, ela se esclerosa, se petrifica.

fonte:
Autor: Paulo A. Godoy
Livro: Padrões Evangélicos.