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sábado, 20 de março de 2021

LIVRE-ARBÍTRIO E PROVIDÊNCIA "A alma é criada para a felicidade, mas essa felicidade, para apreciá-la no seu valor, para conhecer-lhe o preço, deve ela própria conquistá-la e, para isso, desenvolver livremente as potências que nela estão. Sua liberdade de ação e sua responsabilidade aumentam com sua elevação, pois, quanto mais se esclarece, mais pode e deve conformar o jogo de suas forças pessoais às leis que regem o Universo.""

 

A questão do livre-arbítrio é uma das que mais tem preocupado os filósofos e os teólogos. Conciliar a vontade, a liberdade do homem com o jogo das leis naturais e a vontade divina, pareceu tanto mais difícil quanto a fatalidade cega parecia pesar, aos olhos de um grande número, sobre o destino humano. O ensino dos espíritos elucidou o problema. A fatalidade aparente que semeia de males o caminho da vida é apenas a consequência do nosso passado, o efeito retornando para a causa; é o cumprimento do programa aceito por nós antes de renascermos, segundo os conselhos de nossos guias espirituais, para o nosso grande bem e nossa elevação.

Nas camadas inferiores da criação, o ser ainda se ignora.
Só o instinto e a necessidade o conduzem, e somente nos tipos mais evoluídos que aparecem, como uma aurora pálida, os primeiros rudimentos das faculdades. No estado de humanidade, a alma atingiu a liberdade moral. Seu raciocínio, sua consciência desenvolvem-se cada vez mais, à medida que percorre sua imensa jornada. Colocada entre o bem e o mal, compara e escolhe livremente.
Esclarecida através de suas decepções e seus males, é no meio das provas que sua experiência se forma, que sua força moral se tempera.

A alma humana, dotada de consciência e de liberdade, não pode degenerar na vida inferior. Suas encarnações se sucedem até que tenha adquirido esses três bens imperecíveis, alvo de seus longos trabalhos: a sabedoria, a Ciência e o amor. Sua posse liberta-a para sempre dos renascimentos e da morte e abre-lhe o acesso à vida celeste.

Pelo uso de seu livre-arbítrio, a alma fixa seus destinos, prepara suas alegrias ou suas dores. Mas, nunca, no decorrer de sua marcha, na prova amarga como no meio da ardente luta da paixão, nunca os socorros do Alto lhe foram recusados.
Por mais que se abandone a si mesma, por mais indigna que pareça, desde que desperte sua vontade de caminhar pelo caminho reto, a via sacra, a Providência a ajuda e sustenta.

A Providência, é o espírito superior, é o anjo que vela sobre o infortúnio, é o consolador invisível, cujos fluidos vivificantes sustentam os corações acabrunhados; é o farol aceso na noite para a salvação daqueles que erram no mar tempestuoso da vida. A Providência, é ainda, é sobretudo, o amor divino derramando-se em abundância sobre a criatura.
E que solicitude, que previdência nesse amor! Não é apenas para a alma, para servir de moldura à sua vida, de teatro para os seus progressos, que ela dependurou os mundos no espaço, acendeu os sóis, formou os continentes e os mares? Somente para a alma essa grande obra efetua-se, as forças naturais se combinam, os universos eclodem no seio das nebulosas.

A alma é criada para a felicidade, mas essa felicidade, para apreciá-la no seu valor, para conhecer-lhe o preço, deve ela própria conquistá-la e, para isso, desenvolver livremente as potências que nela estão. Sua liberdade de ação e sua responsabilidade aumentam com sua elevação, pois, quanto mais se esclarece, mais pode e deve conformar o jogo de suas forças pessoais às leis que regem o Universo.

A liberdade do ser se exerce, portanto, num círculo limitado, de um lado, pelas exigências da lei natural, que nenhum ultraje pode sofrer, nenhuma alteração na ordem do mundo; do outro, pelo seu próprio passado, cujas consequências jorram sobre ele através dos tempos, até a reparação completa. Em nenhum caso o exercício da liberdade humana pode entravar a execução dos planos divinos; sem isso, a ordem das coisas seria a cada instante perturbada. Acima das nossas visões limitadas e mutantes, a ordem imutável do Universo se mantém e prossegue. Somos, quase sempre, maus juízes daquilo que é para nós o verdadeiro bem; e se a ordem natural das coisas tivesse que se dobrar aos nossos desejos, que perturbações medonhas não resultariam disso?

O primeiro uso que o homem faria de uma liberdade absoluta seria o de afastar de si todas as causas de sofrimento e de assegurar para si, desde aqui na Terra, uma vida de felicidades. Ora, se há males que a inteligência humana tem o dever e os meios de conjurar e de destruir, — por exemplo, aqueles que provêm do meio terrestre — há outros, inerentes à nossa natureza moral, que só a dor e a compreensão podem dominar e vencer; tais são os nossos vícios. Nesse caso, a dor torna-se uma escola, ou melhor, um remédio indispensável e as provas suportadas são apenas uma repartição equitativa da infalível justiça. É, portanto, a nossa ignorância dos fins objetivados por Deus que nos faz recriminar a ordem domundo e suas leis. Se as criticamos é porque ignoramos osmeios ocultos.

O destino é a resultante, através das nossas vidas sucessivas, dos nossos atos e das nossas livres resoluções. Mais esclarecidos sobre nossas imperfeições, no estado de espíritos, preocupados com os meios de atenuá-los, aceitamos a vida material sob a forma e nas condições que nos parecem próprias para realizar esse objetivo.

Os fenômenos do hipnotismo e da sugestão mental explicam o que acontece, em caso semelhante, sob a influência de nossos protetores espirituais. No estado de sonambulismo, a alma, sob a sugestão do magnetizador, empenha-se em executar tal ou qual ato, num dado tempo. De retorno ao estado de vigília, sem ter conservado nenhuma lembrança aparente dessa promessa, executa-a exatamente. Da mesma maneira, resoluções são tomadas antes de renascer; mas, chegada a hora, ela se adianta à frente dos acontecimentos previstos e deles participa na medida necessária ao seu adiantamento ou à execução da inelutável lei.


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

FATALIDADE

Emmanuel
 
A fatalidade do mal é sempre uma criação devida à nós mesmos, gerando, em nosso prejuízo, a provação expiatória, em torno da qual passamos compulsoriamente a gravitar.
Semelhante afirmativa dispensa qualquer discussão filosófica, pela simplicidade com que será justo averiguar-lhe o acerto, nas mais comezinhas atividades da vida comum.
Uma conta esposada naturalmente é um laço moral tecido pelo devedor à frente do credor, impondo-lhe a obrigação do resgate.
Um templo doméstico entregue ao lixo sistemático transformar-se-á com certeza num depósito de micróbios e detritos, determinando a multiplicação de núcleos infecciosos de enfermidade e morte.
Um campo confiado ao império da erva daninha converter-se-á, sem dúvida, na moradia de vermes insaciáveis, compelindo o lavrador a maior sacrifício na recuperação oportuna.
Assim corre em nosso esforço cotidiano.
Não precisamos remontar a existência passadas para sondar a nossa cultura de desequilíbrio e sofrimento.
Auscultemos a nossa peregrinação de cada dia.
Em cada passo, quando marchamos no mundo ao sabor do egoísmo e da invigilância, geramos nos companheiros de experiência as mais difíceis posições morais contra nós.
Aqui, é a nossa preguiça, atraindo em nosso desfavor a indiferença dos missionários do trabalho; ali, é a nossa palavra agressiva ou impensada, coagulando a aversão e o temor ao redor de nossa presença.
Acolá, é o gesto de incompreensão provocando a tristeza e o desânimo nos corações interessados em nosso progresso; e, mais além, é a própria inconstância no bem, sintonizando-nos com os agentes do mal...
Lembremo-nos de que os efeitos se expressarão segundo as causas e alteremos o jogo das circunstância, em nossa luta evolutiva, desenvolvendo, conosco e em torno de nós, a mais elevada plantação de amor e serviço, devotamento e boa vontade.
“Acharás o que procuras”, disse-nos o Senhor:
E, em cada instante de nossa vida, estamos recolhendo o que semeamos, dependendo da nossa sementeira de hoje a colheita melhor de amanhã.
 
 
Psicografia Francisco Cândido Xavier Livro FÉ, PAZ E AMOR

domingo, 30 de março de 2014

A Fatalidade e Pressentimentos

Revista Espírita março de 1858
INSTRUÇÕES DADAS POR SÃO LUÍS

Um dos nossos correspondentes escreveu-nos o seguinte:

“Em setembro último, um barco ligeiro, fazendo a travessia de Dunquerque a Ostende, foi surpreendido por um temporal durante a noite. O barco virou e pereceram quatro dos oito homens que compunham a tripulação. Os outros quatro, em cujo número eu me achava, conseguiram manter-se sobre a quilha. Ficamos a noite inteira nessa horrível posição, sem outra perspectiva senão a morte, que se nos afigurava inevitável e da qual já sentíamos todas as angústias. Ao romper do dia, o vento nos empurrou para a costa e pudemos ganhar a terra a nado.
“Por que, nesse perigo, igual para todos, apenas quatro sucumbiram? Note que, a meu respeito, é a sexta ou sétima vez que escapo a um perigo tão iminente e mais ou menos nas mesmas condições. Sou realmente levado a pensar que mão invisível me protege. Que fiz eu para isso? Não sei muito; sou uma criatura sem importância e sem utilidade neste mundo e não me gabo de valer mais que os outros; longe disto: entre as vítimas do acidente havia um digno eclesiástico, modelo de virtude evangélica, e uma venerável irmã da congregação de São Vicente de Paulo, que ia cumprir uma santa missão de caridade cristã. Parece que a fatalidade representa um grande papel em meu destino. Os Espíritos não se achariam ali para alguma coisa? Seria possível conseguir deles uma explicação a respeito, perguntando-lhes, por exemplo, se são eles que provocam ou contornam os perigos que nos ameaçam?...”

Conforme o desejo de nosso correspondente, dirigimos as seguintes perguntas ao Espírito de São Luís, que se comunica de boa vontade, sempre que há uma instrução útil a ministrar.
1. ─ Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo e, quando dele escapa, é outro Espírito que o desvia?
─ Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; escolhendo-a, cria-se uma espécie de destino que não pode conjurar, desde que a ele se submeteu. Falo das provas físicas. Conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, o Espírito é sempre livre de suportar ou rejeitar a prova. Vendo-o fraquejar, um bom Espírito pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de modo a dominar sua vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe e exagerando o perigo físico, pode abalá-lo e apavorá-lo, mas nem por isso a vontade do Espírito encarnado fica menos livre de qualquer entrave.
2. ─ Quando um homem está na iminência de ser vítima de um acidente, parece-me que o livre-arbítrio nada vale. Pergunto, pois, se é um mau Espírito que provoca tal acidente, do qual de algum modo é a causa e, no caso em que escape do perigo, se um bom Espírito veio em seu auxílio.
─ Os bons ou os maus Espíritos não podem sugerir senão pensamentos bons ou maus, segundo sua natureza. O acidente está marcado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo, é sinal que tu mesmo o desejaste, a fim de te desviares do mal e te tornares melhor. Quando escapas ao perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos fortemente, conforme a ação mais ou menos forte dos bons Espíritos, em te tornares melhor. Sobrevindo um mau Espírito (e digo mau subentendendo o mal que nele ainda existe), pensas que igualmente escaparás a outros perigos e novamente te entregarás às tuas paixões desenfreadas.
3. ─ A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida seria, então, um efeito de nosso livre-arbítrio?
─ Tu mesmo escolheste a tua prova; quanto mais rude for e melhor a suportares, tanto mais te elevas. Os que passam a vida na abundância e na felicidade humana são Espíritos fracos, que ficam estacionários. Assim, o número dos infortunados ultrapassa de muito o dos felizes deste mundo, de vez que em geral os Espíritos escolhem a prova que lhes dê mais frutos. Eles veem muito bem a futilidade de vossas grandezas e de vossos prazeres. Além disto, mesmo a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada, mesmo quando não o seja por meio da dor.
4. ─ Compreendemos perfeitamente esta doutrina, mas isto não explica se certos Espíritos têm uma ação direta sobre a causa material do acidente. Suponhamos que no momento em que um homem passa por uma ponte, a ponte desmorona. Quem levou o homem a passar por essa ponte?
─ Quando um homem passa por uma ponte que deve cair não é um Espírito que o impele. É o instinto de seu destino que o leva para ela.
5. ─ Quem faz a ponte desmoronar?
─ As circunstâncias naturais. A matéria tem em si as causas da destruição. No caso vertente, se o Espírito tiver necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para mover as forças materiais, recorrerá de preferência à intuição espiritual. Assim, devendo desmoronar aquela ponte, tendo a água desajustado as pedras que a compõem ou a ferrugem roído as correntes que a sustentam, o Espírito, digamos, insinuará ao homem que passe por essa ponte, em vez de romper uma outra no momento em que ele passa. Aliás, tendes uma prova material do que digo: seja qual for o acidente, ocorre sempre naturalmente, isto é, as causas se ligam uma às outras e o produzem insensivelmente.
6. ─ Tomemos um outro caso, em que a destruição da matéria não seja a causa do acidente. Um homem mal intencionado dá-me um tiro; a bala apenas passa de raspão. Teria sido desviada por um bondoso Espírito?
─ Não.
7. ─ Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? Eis um fato que parece confirmá-lo: Uma senhora sai de casa e segue pela avenida. Uma voz íntima lhe diz: Volta para casa. Ela vacila. A mesma voz faz-se ouvir várias vezes. Então ela volta, mas, refazendo-se, exclama: Mas... que vim fazer em casa? Vou sair mesmo. Sem dúvida isto é efeito de minha imaginação. Então retoma o caminho. Dados alguns passos, uma viga que tiravam de uma casa bate-lhe na cabeça e ela cai desacordada. Que voz era aquela? Não era um pressentimento do que lhe ia acontecer?
─ Era o instinto. Aliás, nenhum pressentimento tem essas características: são sempre vagos.
8. ─ Que entendeis por voz do instinto?
─ Entendo que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência. Quando essas fases têm um caráter essencial, ele conserva uma espécie de impressão em seu foro íntimo e tal impressão, despertando ao aproximar-se o instante, torna-se pressentimento.

NOTA: As explicações acima se referem à fatalidade dos acontecimentos materiais. A fatalidade moral é tratada de maneira completa em O Livro dos Espíritos.

Fonte: http://www.ipeak.com.br/site/estudo_janela_conteudo.php?origem=521&idioma=1

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A fatalidade e os pressentimentos


Revista Espírita, março de 1858
INSTRUÇÕES DADAS POR SÃO LUÍS
Um dos nossos correspondentes nos escreveu o que segue:
"No mês de setembro último, uma embarcação leve, fazendo a travessia de Dunkerque à
Ostende, foi surpreendida por um tempo agitado e pela noite; o barquinho soçobra, e das
oito pessoas que o tripulavam, quatro perecem; as outras quatro, entre as quais me
encontrava, conseguiram se manter sobre a quilha. Permanecemos toda a noite nessa
horrível posição, sem outra perspectiva do que a morte, que nos parecia inevitável e da qual
experimentamos todas as angústias. Ao amanhecer, tendo o vento nos levado à costa,
pudemos ganhar a terra a nado.
"Por que nesse perigo, igual para todos, só quatro pessoas sucumbiram? Anotai que, por
minha parte, é a sexta ou sétima vez que escapo de um perigo tão iminente, e quase nas
mesmas circunstâncias. Sou verdadeiramente levado a crer que mão invisível me protege.
Que fiz para isso? Não sei muito; sou sem importância e sem utilidade neste mundo, e não
me gabo de valer mais do que os outros; longe disso: havia, entre as vítimas do acidente,
um digno eclesiástico, modelo de virtudes evangélicas, e uma venerável irmã de São Vicente
de Paulo, que iam cumprir uma santa missão de caridade cristã. A fatalidade me parece ter
um grande papel no meu destino. Os Espíritos, nela não estariam para alguma coisa? Seria
possível ter, por eles, uma explicação a esse respeito, perguntando-lhes, por exemplo, se são
eles que provocam ou afastam os perigos que nos ameaçam?-"
Conforme o desejo de nosso correspondente, dirigimos as perguntas seguintes ao Espírito de
São Luís que gosta de se comunicar conosco todas as vezes que há uma instrução útil para
dar.
1. Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo, e quando
dele escapa, é um outro Espírito que o afasta?
Resp. Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; escolhendo-a se faz uma espécie
de destino, que não pode mais conjurar, uma vez que a ele está submetido; falo de provas
físicas. Conservando o Espírito no seu livre arbítrio, sobre o bem e o mal, é sempre o senhor
para suportar ou repelir a prova; um bom Espírito, vendo-o enfraquecer, pode vir em sua
ajuda, mas não pode influir, sobre ele, de maneira a dominar a sua vontade. Um Espírito
mau, quer dizer, inferior, mostrando-lhe, exagerando-lhe um perigo físico, pode abalá-lo e
amedrontá-lo, mas, a vontade do Espírito encarnado não fica menos livre de todo entrave.
2. Quando um homem está no ponto de perecer por acidente, me parece que o livre arbítrio
nisso não vale nada. Pergunto, pois, se é um mau Espírito que provoca esse acidente, que
dele é, de algum modo, o agente; e, no caso em que se livra do perigo, se um bom Espírito
veio em sua ajuda.
Resp. O bom Espírito ou o mau Espírito não pode senão sugerir bons ou maus pensamentos,
http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/1858/03d-a-fatalidade.html (1 of 3)7/4/2004 08:13:30
segundo a sua natureza. O acidente está marcado no destino do homem. Quando a tua vida é
posta em perigo, trata-se de uma advertência que tu mesmo a desejaste, a fim de te
desviares do mal e de te tomares melhor. Quando tu escapas desse perigo, ainda sob a
influência do perigo que correste, pensas mais ou menos fortemente, segundo a ação mais ou
menos forte dos bons Espíritos, em te tomares melhor. O mau Espírito sobrevindo (digo mau
subentendendo que o mal ainda está nele), pensas que escaparás do mesmo modo de outros
perigos e deixas, de novo, tuas paixões se desencadearem.
3. A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossas vidas seria, pois, ainda o
efeito do nosso livre arbítrio?
Resp. Tu mesmo escolheste tua prova: quanto mais ela é rude, melhor tu a suportes, mais tu
te elevas. Aqueles que passam sua vida em abundância e na felicidade humana, são Espíritos
frouxos que permanecem estacionários. Assim, o número dos infortunados sobrepuja em
muito o dos felizes desse mundo, tendo em vista que os Espíritos procuram, em maior parte,
a prova que lhes será a mais frutífera. Eles vêem muito bem a futilidade de vossas grandezas
e de vossas alegrias. Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada, não seria
isso senão pela ausência da dor.
4. Compreendemos perfeitamente essa doutrina, mas isso não nos explica se certos Espíritos
têm uma ação direta sobre a causa material do acidente. Suponhamos que no momento em
que um homem passa sobre uma ponte, essa ponte se desmorona. Que impeliu o homem a
passar nessa ponte?
Resp. Quando um homem passa sobre uma ponte que deve se romper, não é um Espírito que
o conduz a passar nessa ponte, é o instinto do seu destino que para lá o leva.
5. O que fez desmoronar a ponte?
Resp. As circunstâncias naturais. A matéria tem nelas suas causas de destruição. No caso do
qual se trata o Espírito, tendo necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua
natureza para mover as forcas naturais, recorrerá antes à intuição espiritual. Assim tal ponte
adiante se rompe, a água tendo desconjuntado as pedras que a compõe, a ferrugem tendo
corroído a corrente que a suspenda, o Espírito, digo eu, ensinará antes ao homem para que
passe por essa ponte do que fazer romper uma outra sob seus passos. Aliás, tendes uma
prova material do que eu adianto: qualquer acidente que chegue sempre naturalmente, quer
dizer, de causas que se ligam umas as outras, e se conduzem insensivelmente.
6. Tomemos um outro caso no qual a destruição da matéria não seja a causa do acidente.
Um homem mal intencionado atira sobre mim, a bala me roça, não me atinge. Um Espírito
benevolente pode tê-la desviado?
Resp. Não.
7. Os Espíritos podem nos advertir diretamente de um perigo? Eis um fato que parece
confirmá-lo: uma mulher saía de sua casa e seguia pelo boulevar. Uma voz íntima lhe diz:
Vai-te; retorna para tua casa. Ela hesita. A mesma voz se faz ouvir várias vezes; então, ela
volta sobre seus passos; mas, reconsiderando-se, ela se diz: que vou fazer em minha casa?
Dela saí; é sem dúvida um efeito de minha imaginação. Então, ela continua o seu caminho. A
alguns passos dali, uma viga que se soltou de uma casa, atinge-lhe a cabeça e a derruba
inconsciente. Qual era essa voz? Não foi um pressentimento do que ia acontecer a essamulher?
Resp. A do instinto; aliás, nenhum pressentimento tem tais caracteres: sempre são vagos.
8. Que entendeis pela voz do instinto?
Resp. Entendo que o Espírito, antes de se encarnar, tem conhecimento de todas as fases de
sua existência; quando estas têm um caráter saliente, delas conserva uma espécie de
impressão no foro íntimo, e essa impressão, despertando quando o momento se aproxima,
torna-se pressentimento.
Nota. As explicações acima reportam-se à fatalidade dos acontecimentos materiais. A
fatalidade morai está tratada, de modo completo, em O Livro dos Espíritos.

Revista Espírita 1858 -Março

Fonte : Portal do Espírito

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

IRRESPONSABILIDADE : Não existem "vítimas da fatalidade"; nós é que somos os promotores do nosso destino. Somos a causa dos efeitos que ocorrem em nossa existência.



"Somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos e depois os denominamos de fatalidade."

Não é coerente que cada um de nós trabalhe para alcançar a própria felicidade? Não é lógico que devemos nos responsabilizar apenas por nossos atos? Não nos afirma a sabedoria do Evangelho que seríamos conhecidos, exclusivamente, pelas nossas obras?
Fazer os outros seguros e felizes é missão impossível de realizar, se acreditarmos que depende unicamente de nós a plenitude de sua concretização. Se assim admitimos, passamos, a partir de então, a esperar e a cobrar retribuição; em outras palavras, a reciprocidade. Não seria mais fácil que cada um de nós conquistasse sua felicidade para que depois pudesse desfrutá-la, convivendo com alguém que também a conquistou por si mesmo? Qual a razão de a ofertarmos aos outros e, por sua vez, os outros a concederem a nós? Por certo, só podemos ensinar ou partilhar o que aprendemos.

Assim disse Pedro, o apóstolo:"Não tenho ouro nem prata; mas o que tenho, isso te dou."!
Dessa maneira, vivemos constantemente colocando nossas necessidades em segundo plano e, ao mesmo tempo, nos esquecendo de que a maior de todas as responsabilidades é aquela que temos para com nós mesmos.

Os acontecimentos exteriores de nossa vida são o resultado direto de nossas atitudes internas. A princípio, podemos relutar para assimilar e entender esse conceito, porque é melhor continuarmos a acreditar que somos vítimas indefesas de forças que não estão sob o nosso controle. Efetivamente, somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos e depois os denominamos de fatalidade.
"Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? (..) são pré-determinados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?", pergunta Kardec aos Semeadores da Nova Revelação. E eles respondem: "A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar (..) Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino ... "
É inevitável para todos nós o fato de que vivemos, invariavelmente, escolhendo. 

A condição primordial do livre-arbítrio é a escolha e, para que possamos viver, torna-se indispensável escolher sempre. Nossa existência se faz através de um processo interminável de escolhas sucessivas.

Eis aqui um fato incontestável da vida: o amadurecimento do ser humano inicia-se quando cessam suas acusações ao mundo.

Entretanto, há indivíduos que se julgam perseguidos por um destino cruel e censuram tudo e todos, menos eles mesmos. 

Recusam, sistematicamente, a responsabilidade por suas desventuras, atribuindo a culpa às circunstâncias e às pessoas, bem como não reconhecem a conexão existente entre os fatos exteriores e seu comportamento mental.

 No íntimo, essas pessoas não definiram limites em seu mundo interior e vivem num verdadeiro emaranhado de energias desconexas. Os limites nascem das nossas decisões profundas sobre o que acreditamos ser nossos direitos pessoais.

Nossas demarcações estabelecem nosso próprio território, cercam nossas forças vitais e determinam as linhas divisórias de nosso ser individual. Há um espaço delimitado onde nós terminamos e os outros começam.

Algumas criaturas aprenderam, desde a infância, o senso dos limites com pais amadurecidos. Isso os mantém firmes e saudáveis dentro de si mesmas. Outras, porém, não. Quando atingiram a fase adulta, não sabiam como distinguir quais são e quais não são suas responsabilidades. Muitas construíram muros de isolamento que as separaram do crescimento e da realização interior, ou ainda paredes com enormes cavidades que as tornaram suscetíveis a uma confusão de suas emoções com as de outras pessoas.
Limites são o portal dos bons relacionamentos. Têm como objetivo nos tornar firmes e conscientes de nós mesmos, a fim de sermos capazes de nos aproximar dos outros sem sufocá-los ou desrespeitá-los. Visam também evitar que sejamos constrangidos a não confiar em nós mesmos.

Ser responsável implica ter a determinação para responder pelas conseqüências das atitudes adotadas.
Ser responsável é assumir as experiências pessoais, para atingir uma real compreensão dos acertos e dos desenganos.
Ser responsável é decidir por si mesmo para onde ir e descobrir a razão do próprio querer.

Não existem "vítimas da fatalidade"; nós é que somos os promotores do nosso destino. Somos a causa dos efeitos que ocorrem em nossa existência.
Aceitar o princípio da responsabilidade individual e estabelecer limites descomplica nossa vida, tornando-nos cada vez mais conscientes de tudo o que acontece ao nosso derredor.
Escolhendo com responsabilidade e sabedoria, poderemos transmutar, sem exceção, as amarguras em que vivemos na atualidade. A auto-responsabilidade nos proporcionará a dádiva de reconhecer que qualquer mudança de rota no itinerário de nossa "viagem cósmica" dependerá, invariavelmente, de nós.

Hammed