Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
Mostrando postagens com marcador Mágoa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mágoa. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 19 de maio de 2021

A CÓLERA..."O orgulho vos leva a vos julgardes mais do que sois, a não aceitar uma comparação que vos possa rebaixar"... /..."Dizei, pois, que o homem só permanece vicioso porque o quer, mas que aquele que deseja corrigir-se sempre o pode fazer"...

Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap.10 Bem Aventurado os Misericordiosos.

A Cólera

Um Espírito Protetor
Bordeaux, 1863

9. O orgulho vos leva a vos julgardes mais do que sois, a não aceitar uma comparação que vos possa rebaixar, e a vos considerardes, ao contrário, de tal maneira acima de vossos irmãos, seja na finura de espírito, seja no tocante à posição social, seja ainda em relação às vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e vos fere. E o que acontece, então? Entregai-vos à cólera.

Procurai a origem desses acessos de demência passageira, que vos assemelham aos brutos, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; procurai-a, e encontrareis quase sempre por base o orgulho ferido. Não é acaso o orgulho ferido por uma contradita, que vos faz repelir as observações justas e rejeitar, encolerizados, os mais sábios conselhos? Até mesmo a impaciência, causada pelas contrariedades, em geral pueris, decorre da importância atribuída à personalidade, perante a qual julgais que todos devem curvar-se.

No seu frenesi, o homem colérico se volta contra tudo, à própria natureza bruta, aos objetos inanimados, que despedaça, por não o obedecerem. Ah! Se nesses momentos ele pudesse ver-se a sangue-frio, teria horror de si mesmo ou se reconheceria ridículo! Que julgue por isso a impressão que deve causar aos outros. Ao menos pelo respeito a si mesmo, deveria esforçar-se, pois, para vencer essa tendência que o torna digno de piedade.

Se pudesse pensar que a cólera nada resolve, que lhe altera a saúde, compromete a sua própria vida, veria que é ele mesmo a sua primeira vítima. Mas ainda há outra consideração que o deveria deter: o pensamento de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não sentirá remorsos por fazer sofrer as criaturas que mais ama? E que mágoa mortal não sentirá se, num acesso de arrebatamento, cometesse um ato de que teria de recriminar-se por toda a vida!

Em suma: a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se faça muito bem, e pode levar a fazer-se muito mal. Isso deve ser suficiente para incitar os esforços para dominá-la. O espírita, aliás, é incitado por outro motivo: o de que ela é contrária à caridade e à humildade cristãs.

Hahnemann
Paris, 1863

10. Segundo a idéia muito falsa de que não se pode reformar a própria natureza, o homem se julga dispensado de fazer esforços para se corrigir dos defeitos em que se compraz voluntariamente, ou que para isso exigiram muita perseverança. É assim, por exemplo, que o homem inclinado à cólera se desculpa quase sempre com o seu temperamento. Em vez de se considerar culpado, atribui a falta ao seu organismo, acusando assim a Deus pelos seus próprios defeitos. É ainda uma conseqüência do orgulho, que se encontra mesclado a todas as suas imperfeições.

Não há dúvida que existem temperamentos que se prestam melhor aos atos de violência, como existem músculos mais flexíveis, que melhor se prestam a exercícios físicos. Não penseis, porém, que seja essa a causa fundamental da cólera, e acreditai que um Espírito pacífico, mesmo num corpo bilioso, será sempre pacífico, enquanto um Espírito violento, num corpo linfático, não seria dócil. Nesse caso, a violência apenas tomaria outro caráter. Não dispondo de seu organismo apropriado à sua manifestação, a cólera seria concentrada, enquanto no caso contrário seria expansiva.

O corpo não dá impulsos de cólera a quem não os tem, como não dá outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. Sem isso, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem que é deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nada tem com isso, mas pode modificar o que se relaciona com o Espírito, quando dispõe de uma vontade firme. A experiência não vos prova, espíritas, até onde pode ir o poder da vontade, pelas transformações  verdadeiramente miraculosas que se operam aos vossos olhos? 
Dizei, pois, que o homem só permanece vicioso porque o quer, mas que aquele que deseja corrigir-se sempre o pode fazer. De outra maneira, a lei do progresso não existiria para o homem.

Copyright 2004 - LAKE - Livraria Allan Kardec Editora
(Instituição Filantrópica) Todos os Direitos Reservados

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Por que Perdoar?


JOSÉ SIQUARA DA ROCHA
É comum ouvir-se dizer: - “Não perdôo!” – Ou então: “Perdôo, mas não
esqueço!”
Perdoar com restrições não é perdoar. O perdão deve ser, tem quer ser
total, pleno, sem reservas. O perdão faz bem ao psiquismo, ao físico e à alma de
quem perdoa.
Quando uma pessoa diz que perdoa mas não esquece, está guardando
mágoa e estabelecendo uma condição de sofrimento psíquico-físico e até para a
própria alma, porque esta se conserva cativa a uma vibração negativa.
Quando Pedro perguntou ao Mestre quantas vezes devia perdoar, se até
sete vezes, a resposta foi incisiva:
- “Não sete vezes mas setenta vezes sete”, querendo portanto dizer que
devemos perdoar sempre.
O perdão tem valor ético e místico para quem perdoa, porque com esse ato
ou atitude nós nos libertamos – certamente perdão de verdade, não só de
palavras, mas com sentimento, com amor! – de enorme carga negativa de ódio,
mágoa, suspeição, preconceito, contra quem quer que seja.
Quando temos um pensamento, uma atitude positiva, beneficiamos a nós
mesmos em primeiro lugar. Quando pensamos ou agimos contrariamente, já
prejudicamos inicialmente a nós mesmos, porque já sofremos a ação inicial da
nossa própria vibração negativa.
Quando perdoamos de verdade estamos nos beneficiando, mesmo que
não nos tenha sido solicitado esse perdão, porque aliviados daquela carga
terrível, o que não importa dizer que quem foi perdoado passe de imediato a uma
situação de beatitude, de isenção de culpa. O perdoado não recai de imediato em
estado de pureza.
O perdão, como diz Hermínio C. Miranda em “Cristianismo – a mensagem
esquecida”, p. 145, “não nos repõe em estado de pureza instantânea por um
passe de mágica ou graça divina; ele apenas – e já é muito – nos coloca de novo
na trilha e diz: - ‘Agora você vai e repare o mal que praticou’.

E diz ainda: “O corolário do perdão não é pois a beatificação súbita da
alma, que fica pronta para ir para o céu, é a oportunidade renovada para o
trabalho retificador”.
(Grifo nosso)
O perdoado pode não ter solicitado esse perdão, e a sua culpa continua...
se houver.
Quando, porém, ele se conscientiza do erro, pelo remorso ou pela
conclusão simples e lógica de que errou, pelo reconhecimento do erro, sente a
necessidade de repará-lo. Então aí vai enfrentar a tarefa da reparação, vai ao
trabalho da retificação que lhe exigirá providências saneadoras na pratica do bem,
do amor. Haverá o domínio do egoísmo, do orgulho e a expressão da humildade
sem humilhação, numa demonstração de equilíbrio interior. Em última análise,
portanto, nós em verdade não perdoamos o erro, a falta de alguém. Ninguém tem
essa condição de perdoar. Quando dizemos perdoar e em verdade perdoamos,
apenas, como ficou dito, nos libertamos de uma carga negativa de ódio, de
mágoa, de preconceitos ou suspeição.
Sabemos que, em face da sua justiça ser infinita, nem Deus perdoa no
sentido como entendemos o perdão. Ele simplesmente, em face de sua infinita
misericórdia, nos dá as oportunidades necessárias para que, com a reparação
devida, perdoemos a nós mesmos.
Cada um, portanto, perdoa a si mesmo quando, no esforço constante da
renovação, da reparação, da volta ao caminho direcional para a Verdade, para o
Amor, atinge a meta da reposição, de retificação para o seu reequilíbrio, para a
rearmonização com a Lei do Amor, desrespeitada pelo seu negativo agir.
Na consideração dos atributos da Divindade Criadora, vamos nos fixar na
sua infinita Justiça. Segundo a concepção dos homens, a justiça é cega e por isso
a representam de olhos vendados, para que ela não se deixe influenciar e seja
inflexível no seu julgar. Essa é a justiça dos homens, que é incapaz de procurar,
de conhecer a Verdade para então exarar o seu julgamento, a sua sentença. E
por isso mesmo são do conhecimento de todos nós as injustiças sem conta,
cometidas em nome da Justiça.
Com a divina justiça não acontece assim; ela não tem uma venda nos olhos
mas, na sua onipresença e na sua oniconsciência, tudo conhece, tudo vê, tudo
sabe. É então absolutamente imparcial, não condenando nem perdoando.
No uso do seu livre-arbítrio e da sua relativa liberdade, os Espíritos
cumprem ou não as divinas leis e, neste último caso, como culpados, têm de
arrostar as conseqüências, chegar à conscientização de seu erro e, de motopróprio,
tentar o equilíbrio, a rearmonização, procurando desfazer, compensar,
zerar o seu débito. Desaparecida a causa, cessa o efeito totalmente.
A justiça infinita de Deus aí não interfere, mas se faz presente a sua infinita
misericórdia, segundo a qual o Espírito culposo, em erro, tem todas as
oportunidades para essa volta às origens.
Volta às origens sim, porque sendo todos filhos de Deus, têm de exibir a
sua origem divina, e esse foi o grande empenho de Jesus na sua caminhada entre
nós.
Por isso é que a Lei que regula as nossas ações, atendendo à infinita
justiça do Pai, a Lei de Causa e Efeito não é boa nem má. Ela “anota” os
procedimentos de cada um e a sua ação acompanha a todos os Espíritos, que
são levados mais cedo ou mais tarde à senda da ordem, do equilíbrio, após os
desatinos cometidos no uso do seu livre-arbítrio.
A reparação, devendo ser completa, é no entanto freqüentemente atenuada
em face da misericórdia do Pai, atendendo às modificações operadas no sentir e
no agir de cada um.
A Lei de Causa e Efeito não funciona, portanto, como a Lei de Talião, do
dente por dente, olho por olho.
A conscientização do erro, o desejo e o propósito de emenda e reparação,
a prece, a prática da caridade na vivência do Amor, são condições capazes de
atenuar, como ficou dito, o cumprimento rigoroso da Lei.
Como diz ainda Hermínio Miranda, “as leis atuam independentemente da
nossa vontade ou crença na sua eficácia, e o perdão está implícito no
cumprimento das leis divinas”.

É preciso então estarmos inclinados ao perdão, lembrando sempre as
palavras de Jesus: “Quando te baterem numa face, mostra-lhes também a outra.
Quando te obrigarem a caminhar mil passos, anda também, com eles dois mil.
Quando te tornarem a capa, entrega-lhes também a camisa. Não resistais ao
mal!”

Vale lembrar ainda as palavras da segunda parte da oração ensinada pelo
Mestre aos seus discípulos, conhecida como a “Oração Dominical” ou “Pai
Nosso”: - “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos (...)” Se em
verdade não aprendemos a perdoar, como seremos perdoados?!
A imensa maioria dos que se dizem cristãos repete essas palavras sem a
necessária consciência do que está a dizer, da sua gravidade.
Deus, portanto, como ficou dito, não perdoa. Nós é que deveremos
entender que perdoamos a nós mesmos, quando nos conscientizamos de nossas
culpas e as reparamos com a prática, a vivência do Amor.

Ele também não castiga por que, Amor Infinito, não quer que qualquer das
suas criaturas sofra. Nós castigamos a nós mesmos quando descumprimos as
Suas divinas leis. .

Revista o Reformador Maio de 1999

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Falar com amor


Aylton Paiva
Incorre em culpa o homem, por estudar os defeitos alheios?
Incorrerá em grande culpa, se o fizer para os criticar e divulgar,
porque será faltar com a caridade. Se o fizer, para tirar daí proveito,
para evitá-los, tal estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade.
Importa, porém, não esquecer que a indulgência para com os defeitos
de outrem é uma das virtudes contidas na caridade.”
(Questão 903 de O Livro dos Espíritos.)
“Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que ninguém tem o direito
de repreender o seu próximo?
Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto
cada um de vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo,
daqueles cuja tutela vos foi confiada. Mas, por isso mesmo, deveis
fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais
das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão
é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja
cumprido com todo o cuidado possível.” (O Evangelho segundo
o Espiritismo, cap. X – Bem-aventurados os que são misericordiosos,
item 19.)

Em nossa vida social, que envolve os ambientes familiar e profissional, grupo religioso,
momentos de lazer, temos que conviver necessariamente com o próximo.
Jesus nos mandou amar o próximo como a nós mesmos, porém como amaremos o próximo quando ele fala ou tem comportamento que achamos não estar correto, quando analisados pelo princípio do direito e dever a que todos estamos submetidos? Simplesmente silenciar,
omitir-se, ainda que as suas palavras ou conduta possam prejudicar o outro?
Observamos, então, que amar o próximo estabelece ações concretas para que possamos ajudá-lo, tanto quanto a nós mesmos.
É necessário saber analisar e exercitar a crítica, e não a maledicência, para amorosamente falar com a pessoa, de forma construtiva.
Nesses momentos em que devemos exercitar a crítica, a Doutrina Espírita e a Psicologia trazem- -nos orientações oportunas a fim de que a nossa ação verdadeiramente
construa algo de bom e útil para o outro e também para nós.
Com base em onze itens extraídos de um estudo de Psicologia sobre habilidades sociais cristãs (referência ao final), podemos associar princípios espíritas a todas as situações em que a crítica for pertinente ou necessária.
Então, tendo em vista o conhecimento do Espiritismo e o conhecimento da Psicologia com
relação à crítica, deve-se, ao FAZER:
1. Dirigir-se diretamente à pessoa.
A análise e as observações que precisamos fazer a respeito de alguém devem ser feitas diretamente a ela, pelo respeito e consideração para com essa pessoa.
Fazer comentários sobre uma pessoa com outra é, na maioria das vezes, dar ensejo à maledicência e cair na famosa “fofoca”, ou seja, comentário que não deseja oferecer algo
positivo ao outro, mas denegri- -lo, rebaixá-lo numa tentativa de, falsamente, elevar a própria personalidade.
2. Referir-se ao comportamento e não à pessoa.
Quando se analisa e se faz uma crítica sobre o erro de uma pessoa, deveremos apontar o erro no seu comportamento e não fazer um julgamento negativo sobre ela.
3. Escolher a ocasião adequada.
Para que uma crítica seja bem recebida é necessário que a pessoa a quem iremos fazê-la seja respeitada.
Precisamos analisar se a ocasião é a melhor. Se não há alguém por perto, a quem não interessa o que vamos dizer. Se a pessoa já não está com o estado emocional alterado por outros problemas ou questões íntimas.
4. Controlar a emoção.
Crítica não é desabafo.
Por mais que a conduta da pessoa ou o erro que ela cometeu tenha produzido em nós algo de ruim, desde a irritação até a raiva, ao nos diri-girmos a ela precisamos ter sob controle
as nossas emoções, porque ninguém constrói nada de produtivo agredindo, ao utilizar-se da crítica.
5. Evitar produzir desconforto excessivo no interlocutor.
Se efetivamente queremos usar a crítica como forma positiva de ajudar, melhorar, aperfeiçoar o outro, deveremos não só ter o controle das emoções, como, também, usar
as palavras de forma adequada para esclarecer e orientar.
6. Ao fazer a crítica, apresentar um aspecto positivo e, em seguida, falar do comportamento inadequado.
Ao final, referir-se a outro comportamento adequado da pessoa.
É muito difícil receber uma crítica com tranqüilidade, por isso, comecemos apresentando à pessoa algo que ela tenha de bom, falando de forma autêntica e verdadeira; em seguida apresentemos a crítica.
Quando necessário, para amenizar o impacto emocional produzido, comentemos algo positivo que a pessoa também tem. Ela se tornará mais receptiva à análise feita.
7. Ao falar, ser claro e sucinto.
Quando fizermos a crítica, deveremos falar com clareza, com tranqüilidade e prender-nos estritamente ao que necessariamente tenha que ser dito naquele instante.
Ficar com circunlóquios e repetições desnecessárias acaba por irritar o interlocutor, bloqueando a sua possível receptividade.
8. Evitar estilo professoral e moralista.
Ao fazer uma crítica nunca deveremos posicionar-nos como se falássemos de cátedra ou com pretensa superioridade moral ou espiritual.
Considerando-se o erro como elemento inerente às nossas experiências
de aprendizagem, ao fazer a crítica não deveremos assumir uma postura de quem não erra nunca e já se sente como um ser perfeito.
Esse comportamento gera uma postura por parte da outra pessoa de defensibilidade e de bloqueio; ainda que a crítica seja procedente ela, mentalmente, já terá assumido
um estado mental e emocional de impermeabilidade.
9. Dar oportunidade ao outro para se justificar.
O grande avanço nas normas do Direito que regem a elaboração das leis, principalmente na área da punibilidade, foi o estabelecimento do princípio do contraditório.
Ninguém pode ser condenado se não tiver o direito de responder às acusações que lhe são imputadas, ou seja, o inarredável direito de defesa.
Da mesma forma, no relacionamento comum, quando surge um fato em que alguém é criticado, ele tem o direito de se justificar e deve ser-lhe dada a oportunidade para tal.
Se a sua argumentação justifica ou não a ocorrência, dependerá de nova
análise, podendo ser acolhida ou não.
10. Não permitir atitudes subservientes.
Como há aquelas pessoas que ao serem criticadas, no sentido de apontar-lhes erros, se irritam ou se enraivecem partindo para o ataque a fim de se defender, outras assumem
um comportamento de subserviência, ou seja, de se rebaixar, desconsiderando-se.
Adotam uma postura de “coitadinho inferior”
É preciso mostrar à pessoa o erro cometido e que se deseja apenas a sua reparação, sem que isso fira a sua dignidade e a sua auto-estima.
Às vezes esse comportamento revela uma compreensão autêntica da sua falha, mas exagerado quanto à autocrítica, outras vezes, porém,pode manifestar uma manobra para
escusar-se de encarar os próprios erros.
11. Manter contato visual sem ser intimidatório.
Ao dialogarmos com a pessoa a qual fazemos a crítica, mantenhamos
contato visual com ela, sem que ele seja intimidatório ou que a
nossa postura revele uma pretensa superioridade.
Que esse contato visual expresse compreensão, clareza e firmeza respeitosa para com a pessoa a quem estamos expressando a nossa crítica.
Finalmente, ao adotarmos o comportamento de fazer a crítica de maneira construtiva e educativa, estaremos atendendo à orientação do Mestre Jesus: “Fazei aos homens
tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a
lei e os profetas.” (Mateus, 7:12.)
“Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem.”
(Lucas, 6:31.)
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1. ed.
especial. Rio de Janeiro: FEB, Parte Terceira,
cap. XII, 2005.
_____. O Evangelho segundo o Espiritismo,
3. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, cap. X,
2005.
PRETTE, Almir e Zilda. Habilidades Sociais
Cristãs, 1. ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes,
2003.

Revista o Reformador-Ano 2005-outubro

sexta-feira, 27 de julho de 2012

BELARMINO BICAS-Suicida indireto por encolerizar-se e magoar-se

BELARMINO  BICAS

 Irmão X
Depois da festa beneficente, em que servíramos justos, Belarmino Bicas, prezado companheiro a que nos afeiçoamos, no Plano Espiritual, chamou-me à parte e falou, decidido:
- Bem, já que estivemos hoje em tarefa de solidariedade, estimaria solicitar um favor...
Ante a surpresa que nos assaltou, Belarmino prosseguiu:
- Soube que você ainda dispões de alguma facilidade para escrever aos companheiros encarnados na Terra e gostaria de confiar-lhe um assunto...
- Que assunto?
- Acontece que desencarnei com cinquenta e oito anos de idade, após vinte de convicção espírita. Abracei os princípios codificados por Allan Kardec, aos trinta e oito, e, como sempre fora irascível por temperamento, organizei, desde os meus primeiros contactos com a Doutrina Consoladora, uma relação diária de todas as minhas exasperaçãoes, apontando-lhes as causas para estudos posteriores... Os meus desconchavos, porém, foram tantos que, apesar dos nobres conhecimentos assimilados, suprimi, inconscientemente, vinte e dois anos da quota de oitenta que me cabia desfrutar no corpo físico, regressando à Pátria Espiritual na condição de suicida indireto... Somente aqui, pude examinar os meus problemas e acomodar-me às desilusões... Quantos tesouros perdidos por bagatelas! Quanta asneira em nome do sentimento!...
E, exibindo curioso papel, Belarmino acrescentava:
- Conte o meu caso para quem esteja ainda carregando a bobagem do azedume! Fale do perigo das zangas sistemáticas, insista na necessidade da tolerância, da paciência, da serenidade, do perdão! Rogue aos nossos companheiros para que não percam a riqueza das horas com suscetibilidades e amuos, explique ao pessoal na Terra que mau-humor também mata!...
Foi então que passei à leitura da interessante estatística de irritações, que não me furto à satisfação de transcrever: Belarmino Bicas – Número de cóleras e mágoas desnecessárias com a especificação das causas respectivas, de 1936 a 1956
1811           em razão de contrariedades em famíla;
906          por indispor-se, dentro de casa, em questão de alimentação e higiene;
1614           por altercações com a esposa, em divergência na conduta doméstica e social;
1801           por motivo de desgostos com os filhos, genros e nora;
11        por descontentamento com os netos;
1015           por entrar em choque com chefes de serviço;
1333           por incompatibilidade no trato com os colegas;
1012 em virtude de reclamações a fornecedores e logistas em casos de pouca monta;
614          por mal-entendidos com vizinhos;
315          por ressentimentos com amigos íntimos;
1089 por melindres ante o descaso de funcionários e empregados de instituições diversas;
615          por aborrecimentos com barbeiros e alfaiates;
777  por desacordos com motoristas e passageiros desconhecidos, em viagem de ônibus, automóveis particulares, bondes e lotações;
419          por desavenças com leiteiros e padeiros;
820          por malquistar-se com garções em retaurantes e cafés;
211          por ofender-se com dificuldades em serviços de telefones;
90        por motivo de controvérsias em casas de diversões;
815          por abespinhar-se com opiniões alheias em matéria religiosa;
217          por incompreensões com irmãos de fé, no templo espírita;
901            por engano ou inquietação, diante de pessoas imaginários ou da perspectiva de acontecimentos desagradáveis que nunca sucederam.
Total: 16.386 exasperações inúteis.
Esse, o apanhado das irritações do prestimoso amigo Bicas: 16.386 dissabores dispensáveis em 7.300 dias de existência, e, isso, por quatro lustros mais belos de sua passagem no mundo, porque iluminados pelos clarões do Evangelho Redivivo. Cumpro-lhe o desejo de tornar conhecida a sua experiência que, a nosso ver, é tão importante quanto as observações que previnem desequilíbrios e enfermidades, embora estejamos certos de que muita gente julgará o balanço de Belarmino por mera invencionice de Espírito loroteiro.
..............................................................................................................................


Livro Cartas e Crônicas - Espírito Irmão X - Psicografia Francisco C. Xavier

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Mágoa


MÁGOA
Síndrome alarmante, de desequilíbrio, a presença da mágoa faculta a
fixação de graves enfermidades físicas e psíquicas no organismo de quem a
agasalha.
A mágoa pode ser comparada à ferrugem perniciosa que destrói o metal em
que se origina.
Normalmente se instala nos redutos do amor próprio ferido e
paulatinamente se desdobra em seguro processo enfermiço, que termina por vitimar
o hospedeiro.
De fácil combate, no início, pode ser expulsa mediante a oração singela e
nobre, possuindo, todavia, o recurso de, em habitando os tecidos delicados do
sentimento, desdobrarse
em modalidades várias, para sorrateiramente apossarse
de
todos os departamentos da emotividade, engendrando cânceres morais irreversíveis.
Ao seu lado, instalase,
quase sempre, a aversão, que estimula o ódio, etapa grave do
processo destrutivo.
A magoa, não obstante desgovernar aquele que a vitaliza, emite verdadeiros
dardos morbíficos que atingem outras vítimas incautas, aquelas que se fizeram as
causadoras conscientes ou não do seu nascimento... Borra sórdida, entorpece os
canais por onde transita a esperança, impedindolhe
o ministério consolador.
Hábil, disfarçase,
utilizandose
de argumentos bem urdidos para negarse
ao perdão ou fugir ao dever do esquecimento.
Muitas distonias orgânicas são o resultado do veneno da mágoa, que,
gerando altas cargas tóxicas sobre a maquinaria mental, produz desequilíbrio no
mecanismo psíquico com lamentáveis conseqüências nos aparelhos circulatório,
digestivo, nervoso...
O homem é, sem dúvida, o que vitaliza pelo pensamento. Suas idéias, suas
aspirações constituem o campo vibratório no qual transita e em cujas fontes se nutre.
Estiolando os ideais e espalhando infundadas suspeitas, a mágoa consegue
isolar o ressentido, impossibilitando a cooperação dos socorros externos,
procedentes de outras pessoas.
* * *
Caça implacavelmente esses agentes inferiores, que conspiram contra a tua
paz.
59 – FLORAÇÕES EVANGÉLICAS (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
O teu ofensor merece tua compaixão, nunca o teu revide.
Aquele que te persegue sofre desequilíbrios que ignoras e não é justo que te
afundes, com ele, no fosso da sua animosidade.
Seja qual for a dificuldade que te impulsione à mágoa, reage, mediante a
renovação de propósitos, não valorizando ofensas nem considerando ofensores.
Através do cultivo de pensamentos salutares, pairarás acima das viciações
mentais que agasalham esses miasmas mortíferos que, infelizmente, se alastram pela
Terra de hoje, pestilenciais, danosos, aniquiladores.
Incontáveis problemas que culminam em tragédias quotidianas são
decorrência da mágoa, que virulenta se firmou, gerando o nefando comércio do
sofrimento desnecessário.
* * *
Se já registras a modulação da fé raciocinada nos programas da renovação
interior, apura aspirações e não te aflijas.
Instado às paisagens Inferiores, ascende na direção do bem.
Malsinado pela Incompreensão, desculpa.
Ferido nos melhores brios, perdoa.
Se meditares na transitoriedade do mal e na perenidade do bem, não terás
outra opção, além daquela: amar e amar sempre, impedindo que a mágoa estabeleça
nas fronteiras da tua vida as balizas da sua província infeliz.
*
“Quando estiver des or ando, se tiver des alguma coisa contr a alguém, per doailhe,
para que vosso Pai que está nos Céus, vos per doe as vossas ofensas”.
(Marcos, 11:25)
*
“Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! Exclama ger almente o
homem em todas as posições sociais. Isto, meus car os filhos, pr ova melhor do
que todos os r aciocínios possíveis, a ver dade desta máxima do Eclesiastes:
A felicidade não é deste mundo”.
François NicolasMadeleine
(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo 5º — Item 20)

Livro: Florações Evangélicas
Ditada por Joana de Angelis
Psicografada por Divaldo.