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terça-feira, 6 de abril de 2021

A BACIA DE PILATOS:"Há muita gente que lava as mãos, como fez Pilatos, diante dos problemas alheios, esquecida dos sentimentos de solidariedade e fraternidade..."



"Então Pilatos, vendo que nada conseguia, antes, pelo contrário, o tumulto aumentava, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo." - (Mateus, 27:24)


Pôncio Pilatos exercia a função de Procônsul romano na Judéia, quando Jesus Cristo foi preso e entregue ao seu julgamento. Confabulando muito ligeiramente com o Mestre chegou à conclusão de que ele era inocente e, por várias vezes, tentou demover a multidão fanatizada de exigir a Sua crucificação.

Sua esposa teve um sonho profético e chegou mesmo a mandar-lhe um recado para não se envolver naquela condenação, mas ele estava sofrendo terrível pressão por parte dos principais sacerdotes, que manipulavam a agitação do povo em frente ao Pretório.

Numa tentativa de sensibilizar a multidão, permitiu que Jesus fosse açoitado, e não evitou que Ele fosse vestido com uma púrpura escarlate, sofrendo o vexame de ter colocada sobre Sua cabeça uma coroa de espinhos e uma cana nas mãos, com o objetivo de menosprezar o título que o próprio Pilatos lhe dava de "rei dos judeus".

O ato de flagelação não conseguiu comover os homens que ali estavam, nem esfriar o ódio que enchia os corações daqueles que tinham nítido interesse no sacrifício de Jesus. Usando de suas prerrogativas, e como era hábito soltar um prisioneiro por ocasião da Páscoa, Pilatos ordenou que fossem trazidos à sua presença Jesus Cristo e um fascínora chamado Barrabás, chefe de uma sedição
e autor de morte.
Apresentou ambos à turba fanatizada e indagou:"Quem querem que eu solte?". A escolha era entre a pureza e o crime, entre a ovelha e o lobo voraz, entre um Enviado dos Céu um representante do império do mal.

O povo não hesitou, escolheu Barrabás e exigiu a crucificacão de Jesus. Como Pilatos insistisse em afirmar que não via Mestre crime algum passível de morte, tentou novamente convencer o povo, mas um dentre a multidão gritou: "Se soltas este não és amigo de César: qualquer que se faz rei é contra César" (João 19: 12).

Diante desta insinuação, o Procônsul não vacilou; assentou-se no tribunal, no lugar chamado Litóstrotos (Gabbatá em hebraico), e disse ao povo: "Eis aqui o vosso rei", porém, os principais sacerdotes retrucaram: -"Não temos rei senão a César", o que levou Pilatos a entregar-lhes Jesus, para o ato de crucificação (Jo; 19:13-16).

É muito cômodo pretender titular do exercício da justiça lavando as mãos, mormente em se considerando que um julgamento dessa natureza é indigno de um magistrado e muito mais de um governante, como era o caso de Pilatos.

O Procônsul romano ficou numa situação embaraçosa: pôr em risco o seu elevado cargo, sustentando a inocência de Jesus e ordenando a Sua libertação, ou condenando um inocente à morte. Desnorteado diante dessa decisão, ordenou que fosse trazida à sua presença uma bacia com água e lavou suas mãos, afirmando ser inocente do sangue daquele justo. Nem por isso aplacou a fúria dos acusadores que replicaram: "O seu sangue caia sobre nós e nossos filhos" (Mateus. 27:24-26).
Pilatos julgou que o simples ato de lavar as mãos limpava também, a sua consciência; julgou que essa atitude livrava-o de ser considerado um juiz faltoso e iníquo.

Na Terra, em todos os tempos, sempre houve juizes que atuam como Pilatos, numa causa justa e nobre, principalmente quando esta é sustentada por uma criatura humilde em disputa com um poderoso. O juiz, nesse caso, lava as mãos, dando ganho de causa ao potentado. Existem outros ainda piores, que nem lavam as mãos, preferem mantê-las sujas pela corrupção, pela posse de fortunas ilícitas, trocam a justiça pelo peso do ouro que lhes é ofertado e pelas vantagens de ordem material que lhes são oferecidas.

E óbvio que o ato de lavar as mãos não isenta ninguém das responsabilidades, nesta ou na vida futura, por isso disse o Cristo: "Com a medida com que julgardes, sereis julgado". Salomão, rei de Israel, teve de enfrentar, certa vez, um terrível julgamento, porém, não se limitou a lavar as mãos.

Certa mulher deu à luz um menino, que veio a falecer logo a seguir. Ela, então, apoderou-se de uma criança de sua vizinha e, por todos os meios, pretendeu insinuar que aquele era o seu filho verdadeiro. Não se conformando com a situação, a autêntica mãe da criança procurou a justiça de Salomão, numa das audiências que o rei concedia ao povo.

Salomão mandou que as duas mulheres viessem à sua presença; chamando um carrasco, ordenou-lhe: "Corte a criança pelo meio e dê metade a cada uma das mulheres".

Quando o carrasco, segurando o menino por um dos pés, fez reluzir a sua espada no ar, a fim de cortar a criança, a verdadeira mãe ajoelhou-se aos pés do rei e suplicou: "Não o mates, dá todo a ela". A falsa mãe, pelo contrário, aplaudiu a divisão do menino.
Salomão, suspendendo a execução, ordenou que o pequenino fosse entregue à mulher que lhe suplicou que não dividisse o filho. O rei viu nela a mãe verdadeira, pois, pelo amor, preferiu que a criança fosse dada viva à sua rival, a vê-la morta.

Há muita gente que lava as mãos, como fez Pilatos, diante dos problemas alheios, esquecida dos sentimentos de solidariedade e fraternidade.

Na parábola do Bom Samaritano, narrada por Jesus Cristo, o sacerdote passou perto do homem que jazia moribundo à margem da estrada, limitando-se a formular uma prece e lavando as mãos, como um desencargo de consciência, deixando de socorrê-lo.

Judas Escariotes, arrependido do ato de traição a Jesus, voltou apressadamente ao Templo, atirando as trinta moedas de prata aos pés do sumo sacerdote, talvez julgando que isso lavaria suas mãos naquele ato execrável. Em nossa vida comum, muitas vezes lavamos as mãos, em face das dificuldades de nossos irmãos de jornada terrena.

Muitos pais expulsam de casa os filhos que se transviam nos caminhos da vida, julgando, com isso, que limpam sua honra, lavando as mãos, esquecidos das responsabílidades que têm como pais, na sustentação e orientação espiritual daqueles cuja guarda Deus lhes dá como filhos, perdoando suas falhas; é de lembrar que, num mundo inferiorizado como o nosso, todos estão sujeitos aos deslizes morais e materiais.

Se os Evangelhos recomendam perdoar o nosso próximo setenta vezes sete vezes lembremo-nos de que nossos filhos são os mais próximos dentre todos os demais. Muitos filhos colocam seus pais, já velhinhos, nos mais obscuros cômodos da sua casa, ou mesmo em asilos, dando-lhes o mais cabal desprezo, esquecendo-se de que apenas a sustentação material não os isenta das responsabilidades que têm, de amparar, na velhice, aqueles que foram os autores de suas vidas; esquecem-se do Mandamento que ordena honrar pai e mãe. Agindo desse modo, lavam as mãos em face das leis do amor e da justiça divina.

E assim, de forma idêntica, lavamos as mãos em muitos outros atos de nossas vidas; entretanto, devemo-nos lembrar de que a justiça de Deus não terá por inocente aquele que se furta às responsabilidades inerentes às vidas na Terra. Não se pode jamais fazer como Pilatos, lavar as mãos, pois isso não nos isenta dos compromissos que temos como criaturas de Deus, em laborioso processo evolutivo, que exige ações claras, consoante o que disse o próprio Jesus: "Que o vosso dizer na Terra seja sim! sim! não! não!", o que, obviamente, não comporta atitudes dúbias.

Surgiram, então, os dogmas e, durante outros vinte séculos, a Humanidade passou a ter uma visão distorcida das coisas divinas, pois, através deles, tomaram forma as esdrúxulas teorias das penas eternas, do pecado original, dos céus superpostos, da existência do purgatório, da unicidade dos mundos habitados, do batismo e outras mais; tudo isso em flagrante contraste com os ensinamentos cristalinos dos Evangelhos.

Ao Espiritismo cabe a tarefa de restabelecer todos os ensinamentos de Jesus Cristo em seus verdadeiros significados, consoante a promessa por Ele exarada de suscitar entre nós, em época propícia, o Espírito de Verdade, o Consolador, o Paracleto, com o objetivo básico de estabelecer toda a verdade.

Paulo A. Godoy

sábado, 25 de maio de 2019

Ter ou não ter filhos e Reencarnação



'Sucede muitas vezes que essa decisão de postergar compromissos determina a necessidade de um replanejamento espiritual com relação àqueles designados à reencarnação em um determinado lar. Podem os mesmos obter “novos passaportes” surgindo como netos, filhos adotivos ou outras vias de acesso elaboradas pela espiritualidade maior. Ocorrerá, nestes casos, a necessidade de um preenchimento da lacuna de trabalho que se criou ao se impedir a chegada de mais um filho.'

 - Dr. Ricardo Di Bernardi


O controle da natalidade vem sendo praticado desde os primórdios dos tempos. A civilização humana sempre encontrou raízes ou ervas com as quais feiticeiros ou médicos procuraram interferir no processo da concepção ou mesmo da gestação em curso.

Mesmo aqueles casais avessos aos processos artificiais frequentemente optam por “métodos naturais”, evitando relacionamento sexual nos dias férteis e objetivando o mesmo resultado: a limitação da natalidade.

Teoricamente, em todos os casais haveria uma possibilidade de número maior de filhos, caso não houvesse alguma forma de controle ou planejamento familiar. Esta constatação nos leva a crer que há, na quase totalidade dos casais, alguma interferência, por livre iniciativa, sobre a natalidade de seus filhos.

Em face do exposto, o bom senso nos leva a posicionar realisticamente, sem no entanto perdermos a visão idealística. Nós, seres humanos já conquistamos o direito da liberdade de decidir, evidentemente com a responsabilidade assumida pelo livre arbítrio. O Homo Sapiens já possui a possibilidade de escolher a rota de seu progresso, acelerando ou reduzindo a velocidade de seu desenvolvimento espiritual. Somos os artífices da escultura de nosso próprio destino.

Nas informações que são colhidas, psicográfica ou psicofonicamente, os espíritos nos expõem a respeito da planificação básica de nossa vida aqui na Terra, projeto desenvolvido antes de reencarnarmos. Se é verdade que os detalhes serão aqui por nós construídos, certamente o plano geral foi anteriormente elaborado no mundo espiritual, frequentemente com nossa aquiescência. Dessa planificação básica, consta o número de filhos.

Se um determinado casal deveria receber 4 filhos na sua romagem reencarnatória e não o fez, pelo uso das pílulas anticoncepcionais ou outro método bloqueador da concepção, ficará com a carga de responsabilidade a ser cumprida. Não se permitiu a complementação da tarefa a que se propôs antes de renascer.

A grande questão que surge é com relação às consequências advindas da decisão de limitar a natalidade dos filhos. Sabemos que há, frequentemente, uma transferência do compromisso estabelecido para outra encarnação.

Sucede muitas vezes que essa decisão de postergar compromissos determina a necessidade de um replanejamento espiritual com relação àqueles designados à reencarnação em um determinado lar. Podem os mesmos obter “novos passaportes” surgindo como netos, filhos adotivos ou outras vias de acesso elaboradas pela espiritualidade maior. Ocorrerá, nestes casos, a necessidade de um preenchimento da lacuna de trabalho que se criou ao se impedir a chegada de mais um filho.

O trabalho construtivo, consciente ou inconscientemente desenvolvido para a substituição do compromisso previamente assumido, poderá compensar pelo menos parcialmente a dívida adiada. Qualquer débito cármico poderá ser sanado ou apagado por potenciais positivos, às vezes bem diversos dos setores daqueles que originaram as reações. No entanto, o labor amoroso na área mais específica da maternidade e da infância carentes são naturalmente mais indicados para a harmonização das energias tornadas deficientes nessa área.

Se o ideal é que cumpramos o plano de vida preestabelecido, é também quase geral o fato de que neste planeta a maioria não logra êxito na execução total de suas tarefas. Resta-nos a necessidade de consultar honestamente a consciência, pois pela intuição ou sintonia com nosso eu interno encontraremos as respostas e dúvidas (ou dívidas) particulares nesse mister.

É constatação evidente o fato de, normalmente, não nos recordarmos dos planos previamente traçados, mas é verdadeiro também que frequentemente fazemos “ouvido de mercador” aos avisos que nosso inconsciente nos transmite. Não esperemos respostas prontas ou transferência de decisão para quem quer que seja, afinal estamos ou não lutando para fugir das mensagens dogmáticas, do “isto é permitido” e “isto não é”?. Cada casal deverá valorizar o mergulho em seu inconsciente, sentir, meditar, e das águas profundas de seu espírito, trazer à superfície a sua resposta...



Ricardo Di Barnardi é médico pediatra-homeopata, reside em Florianópolis, é palestrante espírita internacional, escritor com vários livros publicados na área.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

NA IMPRENSA “Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa...” — Paulo. (II TIMÓTEO, 3:16.)

André Luiz
 
Escrever com simplicidade e clareza, concisão e objetividade, esforçando-se pela revisão severa e incessante, quanto ao fundo e à forma, de originais que devam ser entregues ao público.
O patrimônio inestimável dos postulados espíritas está empenhado em nossas mãos.
Empregar com parcimônia e discernimento a força da imprensa, não atacando pessoas e instituições, para que o escândalo e o estardalhaço não encontrem pasto em nossas fileiras.
O comentário desairoso desencadeia a perturbação. Selecionar atentamente os originais recebidos para publicação, em prosa e verso, de autores encarnados ou de origem mediúnica, segundo a correção que apresentarem quanto à essência doutrinária e à nobreza da linguagem.
Sem o culto da pureza possível, não chegaremos à perfeição.
Sistematicamente, despersonalizar, ao máximo, os conceitos e as colaborações,
convergindo para Jesus e para o Espiritismo o interesse dos leitores.
O personalismo estreito ensombra o serviço.
Purificar, quando não se puder abolir, o teor dos anúncios comerciais e das notícias de caráter mundano.
A imprensa espírita cristã representa um veículo de disseminação da verdade e do bem.
 
“Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa...” — Paulo. (II TIMÓTEO, 3:16.)
 
Ditado Pelo Espírito - André Luiz - Psicografia Waldo Vieira

NOS EMBATES POLÍTICOS " “Nenhum servo pode servir a dois senhores.” — Jesus. (LUCAS, 16:13.)"[...]O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos.[...]Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles[...]


André Luiz

Situar em posição clara e definida as aspirações sociais e os ideais espíritas cristãos, sem confundir os interesses de César com os deveres para com o Senhor.
Só o Espírito possui eternidade.
Distanciar-se do partidarismo extremado.
Paixão em campo, sombra em torno.
Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade.
O despistamento favorece a dominação do mal.
Cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os candidatos aos postos eletivos, segundo os ditames da própria consciência, sem, contudo, enlear-se nas malhas do fanatismo de grei.
O discernimento é caminho para o acerto.
Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade a partidos e candidatos.
O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos.
Não comerciar com o voto dos companheiros de Ideal, sobre quem a sua palavra ou cooperação possam exercer alguma influência.
A fé nunca será produto para o mercado humano.
Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.
Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica.
Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial.
A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana.

“Nenhum servo pode servir a dois senhores.” — Jesus. (LUCAS, 16:13.)
Ditado Pelo Espírito - André Luiz - Psicografia Waldo Vieira

NOS CONCLAVES DOUTRINÁRIOS


André Luiz

"Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas."
— Paulo. (FILIPENSES, 2:14.)

Somente empreender conclaves doutrinários como iniciativas de aproximação e planejamento de trabalho, a serem naturalmente entrosadas com as organizações centrais e regionais, responsáveis pela marcha evolutiva do Espiritismo.
Não há ordem sem disciplina.
Escolher como representantes de entidades e instituições, nos certames, os companheiros de boa-vontade que seja, de fato, competentes quanto aos objetivos doutrinários visados.
A aptidão de servir é metade do êxito.
Participar com seriedade dos conclaves espíritas, sem procurar diletantismo ou passatempo, sentido-os como deveres, em vez de tê-los simplesmente à conta de divertimento e excursão turística.
O tempo não volta.
Dignificar a hospitalidade de companheiros que oferecem ao conclavista a intimidade do próprio lar, mantendo-se com firmeza no trabalho a que foi chamado.
A fidelidade ao dever expressa nobreza de consciência.
Abster-se de subvenções governamentais de qualquer procedência para serem aplicadas em movimentos exclusivamente doutrinários que não apresentem características de assistência social.
Quem sabe suportar as próprias responsabilidades, dá testemunho de fé.
Respeitar os atos religiosos dos adeptos de outras crenças, evitando querelas e desentendimentos na execução dos programas traçados para os conclaves doutrinários.
Com Jesus, só encontramos motivos para ajudar.
Fixar não somente as lembranças afetivas ou alegres, mas, sobretudo, as resoluções, experiências e avisos do certame de que participe.
Quem guarda o ensinamento, aprende a lição.
Difundir, entre os núcleos interessados, as resoluções práticas das concentrações doutrinárias, de modo a não deixá-las em reduzido círculo de companheiros ou na poeira do esquecimento.
A continuidade do bem garante o melhor.

Do livro: Agenda Cristã
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Requisitos para o Médium Seguro - João Cleofas

Requisitos para o Médium Seguro - João Cleofas

A fim de colimar êxito no empreendimento das comunicações espirituais inteligentes, deve o médium que se candidata ao ministério socorrista preencher, no mínimo, as seguintes condições:

Equilíbrio – Sem uma perfeita harmonia entre a mente e as emoções, dificilmente conseguem, os filtros psíquicos, coar a mensagem que provém do Mundo Maior.

Conduta – Não fundamentada a vida em uma conduta de austeridades morais, só mui raramente logra, o intermediário dos Espíritos, uma sintonia com os Mentores Elevados.

Concentração – Após aprender a técnica de isolar-se do mundo externo para ouvir interiormente, e sentir a mensagem que flui através das suas faculdades mediúnicas, poderá conseguir, o trabalhador honesto, registrá-la com fidelidade.

Oração – Não exercitando o cultivo da prece como clima de serenidade interior, ser-lhe-á difícil abandonar o círculo vicioso das comunicações vulgares, para ascender e alcançar uma perfeita identificação com os Instrutores da Vida Melhor.

Disposição – Não se afeiçoando à valorização do serviço em plena sintonia com o ideal espírita, compreensivelmente, torna-se improvável a colheita de resultados satisfatórios no intercâmbio medianímico.

Humildade – Escasseando o autoconhecimento, bem poucas possibilidades o médium disporá para uma completa assimilação do ditado espiritual, porquanto, nos temperamentos rebeldes e irascíveis a supremacia da vontade do próprio instrumento anula a interferência das mentes nobres desencarnadas.

Amor – Não estando o Espírito encarnado aclimatado à compreensão dos deveres fraternos em nome do amor que desculpa, do amor que ajuda, do amor que perdoa, do amor que edifica, torna-se, invariavelmente, medianeiro de Entidades perniciosas com as quais se compraz afinar.

O ministério do intercâmbio mediúnico é, sobretudo, um labor de auto-burilamento, no qual o encarnado mais se beneficia.

Quem não pretende domar-se, não consegue ajudar os que se debatem na indocilidade, sob as vergastadas da frustração e do equilíbrio.

Aquele que se recusa ascender por esta ou aquela razão, na teimosia das paixões em que se demora, sincroniza mentalmente com os Espíritos rebelados que o martirizam, e cuja companhia se lhe torna habitual.

Mediunidade é faculdade psíquica que se pode considerar meio, instrumento, ponte que faculta o intercâmbio entre duas situações vibratórias.

Aquele que não prepara este meio convenientemente, jamais logra sair de si mesmo, tão vencido se encontra pela predominância da personalidade em desalinho.

Ofertemos as nossas disposições a Jesus Cristo, o Amigo Operante, que soube transformar-se no excelente Médium de Deus, deixando que a suprema vontade do Pai se lhe fizesse a própria vontade, até o momento do holocausto por amor a todos nós.

Se não formos capazes de manter o nosso concurso mediúnico em forma de testemunho de amor pelo nosso próximo, na esfera física, não teremos condição de abrir a alma em flor ao sol da misericórdia divina, em benefício dos nossos irmãos infelizes do Mundo Espiritual, que esperam por nós.

Pelo Espírito de: João Cléofas
Psicografado por: Divaldo Pereira Franco
Livro: Intercâmbio Mediúnico – Salvador, BA: LEAL, 1986, cap. 12
 
Fonte: http://mediunsemediunidade.blogspot.com.br/2012/02/requisitos-para-o-medium-seguro-joao.html

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Conhecendo o Livro O Céu e o Infernos " Suicidas" parte 6

LUÍS E A PESPONTADEIRA DE BOTINAS

Havia sete para oito meses que Luís G..., oficial sapateiro, namorava uma jovem, Victorine R..., com a qual em breve deveria casar-se, já tendo mesmo corrido os proclamas do casamento.
Neste pé as coisas, consideravam-se quase definitivamente ligados e, como medida econômica, diariamente vinha o sapateiro almoçar e jantar em casa da noiva.
Um dia, ao jantar, sobreveio uma controvérsia a propósito de qualquer futilidade, e, obstinando-se os dois nas opiniões, foram as coisas ao ponto de Luís abandonar a mesa, protestando não mais voltar.
Apesar disso, no dia seguinte velo pedir perdão. A noite é boa conselheira, como se sabe, mas a moça, prejulgando talvez pela cena da véspera o que poderia acontecer quando não mais a tempo de remediar o mal, recusou-se à reconciliação. Nem protestos, nem lágrimas, nem desesperos puderam demovê-la. Muitos dias ainda se passaram, esperando Luís que a sua amada fosse mais razoável, até que resolveu fazer uma última tentativa: - Chegando a casa da moça, bateu de modo a ser reconhecido, mas a porta permaneceu fechada, recusaram abrir-lha. Novas súplicas do repelido, novos protestos, não ecoaram no coração da sua pretendida. "Adeus, pois, cruel! - exclamou o pobre moço - adeus para sempre. Trata de procurar um marido que te estime tanto como eu." Ao mesmo tempo a moça ouvia um gemido abafado e logo após o baque como que de um corpo escorregando pela porta. Pelo silêncio que se seguiu, a moça julgou que Luís se assentara à soleira da porta, e protestou a si mesma não sair enquanto ele ali se conservasse.
Decorrido um quarto de hora é que um locatário, passando pela calçada e levando luz, soltou um grito de espanto e pediu socorro.
Depressa acorre a vizinhança, e Victorine, abrindo então a porta, deu um grito de horror, reconhecendo estendido sobre o lajedo, pálido, inanimado, o seu noivo. Cada qual se apressou em socorrê-lo, mas para logo se percebeu que tudo seria inútil, visto como ele deixara de existir. O desgraçado moço enterrara uma faca na região do coração, e o ferro ficara-lhe cravado na ferida.
(Sociedade Espírita de Paris, agosto de 1858)
1. - Ao Espírito S. Luís. - A moça, causadora involuntária do suicídio, tem responsabilidade? - R. Sim, porque o não amava.
2. - Então para prevenir a desgraça deveria desposá-lo a despeito da repugnância que lhe causava? - R. Ela procurava uma ocasião de descartar-se, e assim fez em começo da ligação o que viria a fazer mais tarde.
3. - Neste caso, a sua responsabilidade decorre de haver alimentado sentimentos dos quais não participava e que deram em resultado o suicídio do moço? - R. Sim, exatamente.
4. - Mas então essa responsabilidade deve ser proporcional à falta, e não tão grande como se consciente e voluntariamente houvesse provocado o suicídio... - R. É evidente.
5. - E o suicídio de Luís tem desculpa pelo desvario que lhe acarretou a obstinação de Victorine? - R. Sim, pois o suicídio oriundo do amor é menos criminoso aos olhos de Deus, do que o suicídio de quem procura libertar-se da vida por motivos de covardia.
Ao Espírito Luís G..., evocado mais tarde, foram feitas as seguintes perguntas:
1. - Que julgais da ação que praticastes? - R. Victorine era uma ingrata, e eu fiz mal em suicidar-me por sua causa, pois ela não o merecia.
2. - Então não vos amava? - R. Não. A princípio iludia-se, mas a desavença que tivemos abriu-lhe os olhos, e ela até se deu por feliz achando um pretexto para se desembaraçar de mim.
3. - E o vosso amor por ela era sincero? - R. Paixão somente, creia; pois se o amor fosse puro eu me teria poupado de lhe causar um desgosto.( grifo do blog)
4. - E se acaso ela adivinhasse a vossa intenção persistiria na sua recusa? - R. Não sei, penso mesmo que não, porque ela não é má. Mas, ainda assim, não seria feliz, e melhor foi para ela que as coisas se passassem de tal forma.
5. - Batendo-lhe à porta, tínheis já a idéia de vos matar, caso se desse a recusa? - R. Não, em tal não pensava, porque também não contava com a sua obstinação. Foi somente à vista desta que perdi a razão.
6. - Parece que não deplorais o suicídio senão pelo fato de Victorine o não merecer... E realmente o vosso único pesar? - R. Neste momento, sim; estou ainda perturbado, afigura-se-me estar ainda à porta, conquanto também experimente outra sensação que não posso definir.
7. - Chegareis a compreendê-la mais tarde? - R. Sim, quando estiver livre desta perturbação. Fiz mal, deveria resignar-me... Fui fraco e sofro as conseqüências da minha fraqueza. A paixão cega o homem a ponto de praticar loucuras, e infelizmente ele só o compreende bastante tarde.(grifo do blog)
8. - Dizeis que tendes um desgosto... qual é? - R. Fiz mal em abreviar a vida. Não deveria fazê-lo. Era preferível tudo suportar a morrer antes do tempo. Sou portanto infeliz; sofro, e é sempre ela que me faz sofrer, a ingrata. Parece-me estar sempre à sua porta, mas... não falemos nem pensemos mais nisso, que me incomoda muito. Adeus.
    Nota - Por isso se vê ainda uma nova confirmação da justiça que preside à distribuição das penas, conforme o grau de responsabilidade dos culpados É à moça, neste caso, que cabe a maior responsabilidade, por haver entretido em Luís, por brincadeira, um amor que não sentia. Quanto ao moço, este já é de sobejo punido pelo sofrimento que lhe perdura, mas a sua pena é leve, porquanto apenas cedeu a um movimento irrefletido em momento de exaltação, que não à fria premeditação dos suicidas que buscam subtrair-se às provações da vida.

DEFINIÇÃO PRECISA DA RESPONSABILIDADE PESSOAL

Continuação da Lição de Ezequiel

DEFINIÇÃO PRECISA DA RESPONSABILIDADE PESSOAL
Com essas considerações em mente, vamos, pois, ao exame do texto.
Segundo se infere, havia uma parábola entre os judeus que se convertera em provérbio, e que, aliás, continha uma inverdade, atribuindo a responsabilidade pelo pecado à alma do inocente e não à do pecador.
Vêm a seguir os exemplos. O homem bom (justo) poderá contar sem vacilações com o reconhecimento de sua bondade e retidão - ou seja, sua justiça, ou melhor ainda, sua justeza. Se, porém, seu filho for um mau elemento, responderá pelos seus próprios erros, isto é, "o seu sangue cairá sobre ele". Ele mesmo e não outrem.
Se, por sua vez, este filho mau tiver um filho bom e que, mesmo ante o exemplo maléfico do seu pai, proceder corretamente, o que sucederá? O pai não se livrará, por isso, dos seus erros, enquanto ele, o filho bom, terá o prêmio da sua bondade, nada tendo a responder pelas faltas do pai.
Há mais ainda: a culpa não é irremissível, imperdoável, eterna. Desde que o ímpio se corrija e se dedique à prática do bem, ficará recuperado. Na linguagem simbólica do texto, "nenhuma das suas transgressões que cometeu, será lembrada contra ele", Mas, atenção !, o prêmio continua merecido pela "justiça que praticou" ou seja, pelo bem que fez e não pelo mal que deixou de praticar.
Da mesma forma, aquele que sempre foi bom e, de repente, descamba para a prática do mal, é prontamente responsabilizado pelos erros que cometer. Ele próprio e não outra pessoa. Até mesmo o homem bom, que se voltar para a iniqüidade, responderá por ela como qualquer ímpio. O que antes fizera de bom não o isenta de tal responsabilidade, porque certifica nele a persistência de tendências más ainda não superadas.
A idéia básica de toda essa longa exposição, portanto, é a de que somos julgados segundo nossos atos: "Portanto, ó casa de Israel, vos julgarei cada um conforme os seus caminhos". Prestaram bem atenção? Cada um de acordo com os seus caminhos ou atos e não pelo que outros tenham feito. O que comeu a uva verde, esse mesmo é que terá seus dentes estragados, não os seus filhos ou netos.
Figuremos, porém, o caso mais comum daqueles que não tiveram o bom senso e a disposição de se utilizar das oportunidades de conversão à prática do bem. Seja porque se comprazem no erro, seja porque, depois do esforço sobre-humano para serem bons, recaíram na prática do mal ou, ainda, porque tenham praticado crime grave já nos últimos momentos da vida terrena, sem tempo de corrigirem-se. Que fazer dessas multidões de seres em falta?
Já vimos que Deus está disposto a esquecer os erros daquele que se regenera, desde que ele se confirme na prática do bem. Já vimos também que Deus não deseja a morte do pecador, ou seja, a sua condenação, mas que ele renuncie ao erro. E se Deus não o deseja, hão de ser colocados ao alcance do pecador todos os recursos de que ele necessitar para recuperar-se, deixando para sempre de pecar. Como, porém, entender tais oportunidades de recuperação no contexto de uma só vida na carne? Como poderia o Pai desejar que o pecador se salve sem proporcionar-lhe os meios para fazê-lo? Não há, pois, como sofismar ante o esquema básico que se resume a seguir:
• Cada um responde pelos seus erros e tem o mérito de suas virtudes.
• Não há sofrimento inocente, nem recompensa imerecida por herança, contágio, ou por procuração. A cada um segundo suas obras.
• As oportunidades de reajuste são proporcionadas a todos indistintamente.
• O processo evolutivo - uma condição cósmica - exige um mecanismo de reajuste moral que é precisamente o das vidas sucessivas.

Hermínio Miranda
Reencarnação na Bíblia

sexta-feira, 22 de março de 2013

Educar-se Para Educar. "(...)Como poderemos orientar, dirigir, indicar o caminho a quem quer que seja, se ainda não o trilhamos? Daí a necessidade imperiosa do nosso trabalho de auto-educação. Só quem ama é capaz de emitir vibrações de amor e, portanto, de educar na Escola Edificante da Vida..." , (...)Nenhum de nós poderá pretender ser Educador, se não se educar a si mesmo. Mas também é inegável que todo aquele que fala, que escreve, que exerce faculdades mediúnicas, que pretende doutrinar e convencer Espíritos obsessores, que colabora nas Escolas de Evangelização Espírita, nas Juventudes e Mocidades ou em outras agremiações religiosas, desempenha função educativa intencional, e tem, portanto, maior responsabilidade, bem como corre mais risco de se transformar em cego, condutor de cegos..."

Educar-se Para Educar
PASSOS LÍRIO
“Jesus é o nosso Divino Mestre. Eduquemo-nos com Ele, a fim de podermos realmente educar.”
Emmanuel
.
Todos nós, ainda que inconscientemente, exercemos ação educativa ou, ao
contrário,deseducativa sobre outrem.
Nossas atitudes, nossas ações, os conceitos que emitimos (pela palavra falada ou escrita), nossas realizações em todo e qualquer campo de atividade constituem influências que estamos
exercendo sobre os indivíduos e a sociedade e, por vezes, até mesmo sobre a posteridade.
Podemos, então, exercer influência positiva ou negativa, o que firmará uma
das espécies de responsabilidade com que teremos de arcar.
Tudo isto, considerando a influência educativa ocasional, não intencional nem
sistemática. Teremos, a considerar, ainda, a ação educativa intencional exercida
por aqueles que têm o propósito de educar.
Procurar educar é pretender dar direção e sentido aos fatores inerentes ao
educando. A própria representação gráfica da palavra, na linguagem primitiva, tem
este significado ( conduzir , em latim, e dirigir , em grego). Quem se propõe a educar,
propõe-se, portanto, a orientar, a dirigir outrem ou alguém.
Como poderemos orientar, dirigir, indicar o caminho a quem quer que seja, se
ainda não o trilhamos?
Daí a necessidade imperiosa do nosso trabalho de auto-educação. Só quem
ama é capaz de emitir vibrações de amor e, portanto, de educar na Escola Edificante
da Vida. Só quem possui equilíbrio interior é capaz de educar na Escola doDomínio
de Si Mesmo, de ajudar alguém nessa prática. Só quem detém capacid ade de renúncia e
sacrifício dispõe de força bastante para educar em tal Escola.
Acresce, ainda, a circunstância de que, quanto maior for a rebeldia do educando,
quanto mais ele for vazio dos sentimentos que pretendemos edificar, tanto maior
intensidade de tais sentimentos será necessária ao educador, para que logre êxito.
É por isso que os alunos ou os filhos rebeldes constituem um desafio perm anente a quem
pretende se consagrar a semelhante mister.
Nem foi por outro motivo que Deus, Pai de Misericórdia, nos enviou Jesus,
todo pureza, para educar Espíritos como nós outros, tão endurecidos no mal. Precisamente
por isso é que para nós, espiritistas cristãos, o Mestre terá de ser só, prioritariamente e sempre,
Jesus.
Vem a pêlo relembrarmos a passagem evangélica referente à cura de um lunático, para cuja obtenção os discípulos não lograram êxito. Consultado o Mestre
sobre o porquê do fracasso, Ele disse: “por causa da vossa pouca fé”; mas enfatizou: “esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum ”. (Lucas, 17:14-23.)
Depreendemos, da palavra de Jesus, não disporem ainda os discípulos de
suficiente preparo espiritual imprescindível ao sucesso de tal cometimento, ou seja,
carência de virtudes na formação da estrutura de suas personalidades, que então
lhes possibilitassem serbem-sucedidos.
No fundo, faltava a eles eficiente lastro de auto-educação.1
Nenhum de nós poderá pretender ser Educador, se não se educar a si mesmo.
Mas também é inegável que todo aquele que fala, que escreve, que exerce faculdades
mediúnicas, que pretende doutrinar e convencer Espíritos obsessores,
que colabora nas Escolas de Evangelização Espírita, nas Juventudes e Mocidades
ou em outras agremiações religiosas, desempenha função educativa intencional, e
tem, portanto, maior responsabilidade, bem como corre mais risco de se transformar em
cego, condutor de cegos. Donde a imperiosa e prioritária opção de colocar
a Educação acima de qualquer dessas e de outras atividades, ou melhor, de bem
aproveitá-las todas, como valiosos estímulos e imperdíveis oportunidades educativas para nós mesmos.
Oportunidades educativas... como? dentro de que padrões? em que Escola?
com que Mestre?
É a tais inquirições que
Emmanuel vem de nos responder: “Jesus é o nosso
Divino Mestre. Eduquemo-nos com Ele, a fim de podermos realmente educar.”

Revista O Reformador  julho de 2000

domingo, 27 de janeiro de 2013

ENTUSIASMO E RESPONSABILIDADE. (...)"é indispensável te arrependas do passado delituoso e creias na tua sublime oportunidade de hoje, negando-te a alimentar o “homem velho” que ainda te domina o coração, e suportando a luminosa cruz de teus serviços de cada dia, acompanhando Aquele que nos dirige os destinos desde o principio. Ganharás a luz, Aureliano, mas é imprescindível que expulses as sombras que te rodeiam. Atingirás a esfera superior; no entanto, é preciso que te retires das zonas mais baixas dos vastos caminhos da vida. Não temas, porém, meu filho! Jesus não desampara a boa-vontade dos homens!" (...)" Nesse instante, Aureliano acordou muito pálido. Aquela advertência calara-lhe fundo. Sentia-se desapontado. Estimava o entusiasmo, as vibrações festivas..." (...)"- Não, meus amigos, não posso dizer que sou espírita. E, depois de uma pausa, ante o espanto dos companheiros, concluiu, como muita gente: - Tenho muita vontade de ser...."

 
Irmão X
 
 
    Nos primeiros tempos da nova fé, Aureliano Correia não regateava as manifestações entusiásticas.
    - Sou espírita – exclamava convicto -, pertenço às fileiras dos discípulos sinceros da Nova Revelação. Tenho a minha tarefa a cumprir.
    O rapaz vivia embriagado de júbilio. Comparecia pontualmente às reuniões doutrinarias, comentava ardoroso, os ensinamentos ouvidos. Ex punha projetos grandiosos, relativamente ao futuro. Instituiria núcleos de fé viva, disseminaria fundações de amor fraternal. Afirmava, sem medo, a nova atitude e prometia realizações seguras e generosas.
    Não se contentava em estabelecer compromissos com a fé. Aureliano ia mais longe. Referia-se ao Espiritismo na política, na filosofia, nas artes, nas ciências. Trabalharia sem cessar, dizia ele, e criaria diretrizes novas e edificações mais sólidas para o espírito humano.
    Continuava atravessando a região do entusiasmo fácil, quando, certa noite, no parcial desprendimento do sono, foi conduzido à presença de um de seus orientadores espirituais.
    O companheiro exultava.
    A entidade amiga falou carinhosamente, depois de abraçá-lo:
    - Aureliano, que o Senhor te abençoe as esperanças de redenção. Teu caminho cobre-se, agora de júbilos santos. Guardas, meu amigo, a divina lâmpada no coração. A benção do Eterno Pai segue tuas aspirações de progresso. Sê bendito e feliz, filho meu! Teu ideal de crente fervoroso será uma roseira florida no jardim do Mestre Generoso e o perfume de fé em teu espírito idealista.
    O rapaz chorava de contentamento e emoção.
    E o sábio mentor prosseguiu calmo e bondoso:
    - Atingirás a praia sublime da paz consoladora e, seguro na terra firme das convicções sadias, observarás, espiritualmente, de longe, o oceano revolto do mundo, embora continues em serviço de abnegação ativa a beneficio dos nossos irmãos encarnados, aflitos e vacilantes, na grande jornada, através das ondas vorazes da ilusão. Receberás consolações celestes, ao contacto dos amigos espirituais que te esperam, deste lado da vida. Conhecerás a profunda alegria da luz eterna, no tabernáculo da alma crente. As dificuldades da terra surgirão aos teus olhos, na qualidade de benfeitoras. No seio das lutas mais forte, sentirão o beijo caricioso da amizade dos Servos Glorificados de Deus, invisíveis no mundo aos olhos mortais. Cada dia será uma taça de oportunidades benditas ao teu coração e cada noite um parque de claridades compassivas, onde meditarás nas Dádivas Celestes, entre a alegria e o reconhecimento. Alcançarás o bem-estar de quem encontrou o amor universal, a compreensão de todos os seres e o respeito a todas as coisas e, venturoso, estarás a caminho de esferas iluminadas, a distancia dos círculos inferiores da carne, seguindo com Jesus, amparado por seu divino amor...
    Enquanto a entidade fazia súbita parada, sentia-se Aureliano o mais feliz dos homens. Seria o aprendiz superior, discípulo dileto do Cristo. Não cabia em si de satisfação. O orientador devotado, porém, quebrou a pausa longa e tornou a falar:
    - Mas, como sabes Aureliano, não existe concessão sem responsabilidade. Alguma coisa dará de ti mesmo, para receberes tantas bênçãos. Para que te integres na posse definitiva de semelhante tesouro, é necessário que abandones a caverna dos instintos inferiores e que sejas um homem renovado em Cristo-Jesus. Não poderás perder o Mestre de vista, procurando seguir-lhe os passos, desde a manjedoura de submissão a Deus até o cuspo irônico povo de Jerusalém, a fim de que o encontres no Calvário, a caminho da ressurreição. È indispensável seguir Jesus e Alcança-lo, no monte do testemunho, diante dos homens e da suprema obediência ao Eterno Pai. Serás bafejado pelas harmonias celestes; entretanto, não te poderás esquivar aos sacrifícios terrestres. Receberás a tranqüilidade que excede a compreensão das criaturas; todavia, para que isto se verifique, é indispensável te arrependas do passado delituoso e creias na tua sublime oportunidade de hoje, negando-te a alimentar o “homem velho” que ainda te domina o coração, e suportando a luminosa cruz de teus serviços de cada dia, acompanhando Aquele que nos dirige os destinos desde o principio. Ganharás a luz, Aureliano, mas é imprescindível que expulses as sombras que te rodeiam. Atingirás a esfera superior; no entanto, é preciso que te retires das zonas mais baixas dos vastos caminhos da vida. Não temas, porém, meu filho! Jesus não desampara a boa-vontade dos homens!
    Nesse instante, Aureliano acordou muito pálido. Aquela advertência calara-lhe  fundo. Sentia-se desapontado. Estimava o entusiasmo, as vibrações festivas, os rasgos da palavra, mas não se lembrara ainda do campo da responsabilidade e do serviço inevitáveis. Queria uma doutrina para se proteger, mas nunca pensara na fé que exige trabalho, abnegação e testemunho no bem ativo. Estava, portanto, decepcionado. Aureliano, tão expansivo nas afirmações fáceis, levantou-se da cama, profundamente amuado, arredio, nervoso. Sua mente recuava, a passos largos, nas promessas feitas.
    Mal não saíra de casa, a caminho do centro urbano, eis que quatro companheiros humildes lhe surgem à frente, solicitando ansiosos:
    - Aureliano amigo, fundamos ontem um núcleo modesto e contamos com você! Sentimo-nos cercados de necessidades espirituais e precisamos cooperadores de sua envergadura. Venha hoje à noite, não falte. Esperamos que aceite o nosso convite e que não desampare a nossa confiança!
    O interpelado, porém muito diferente da véspera, sem qualquer disposição ao serviço sério, e positivamente em fuga ante a idéia de responsabilidade, respondeu com secura:
    - Não, meus amigos, não posso dizer que sou espírita.
    E, depois de uma pausa, ante o espanto dos companheiros, concluiu, como muita gente:
    - Tenho muita vontade de ser.
 
  Livro:  Pontos e Contos  Psicografia  Francisco Cândido Xavier  - Pelo espírito:   Irmão X

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Pão da Vida *


O mar da Galiléia é um lago de expressiva proporção, que a
generosidade do rio Jordão espalhou na imensa fenda abaixo do nível do
Mediterrâneo com pouco mais de duzentos metros.
Antigamente era muito piscoso. Nas suas margens floresciam aldeias e
cidades que se tornaram famosas, e se beneficiavam do seu clima agradável.
Em volta, as suas terras aráveis produziam legumes e frutas; ali pastavam
os animais e as vinhas eram exuberantes.
Ao tempo de Jesus, suas águas chegaram a receber milhares de pequenas
embarcações.
Também chamado de Tiberíades ou lago de Genesaré, foi cenário de
momentos culminantes na história do Cristianismo.
Em sua orla espraiavam-se as cidades de Cafarnaum, Betsaida,
Tiberíades, Magdala, Dalmanuta...
Em uma montanha próxima Ele entoou o Canto de libertação das criaturas,
em inolvidável sermão; pelas suas praias Ele caminhou curando, consolando,
apontando rumos.
Suas gentes simples – os galileus – normalmente, pescadores e
agricultores, conviveram com Ele, acompanharam-nO, foram por Ele amadas e O
amaram a seu modo, dentro dos seus limites.
A revolução que Ele pretendia não era percebida pela massa, que tinha
fome de justiça, de verdade, mas sempre mais de pães e de peixes...
Do outro lado, acima das escarpas rochosas, erguia-se a decápole – parte
das dez cidades gregas erigidas antes, e então decadentes, com exceção de
Gadara, que se celebrizaria em razão do obsesso que Ele curara.
Jesus amava aquela região, aquele povo, onde mais se demorou após
iniciar a Sua vida pública, quando os Seus O rejeitaram...
Incapazes de penetrar no conteúdo profundo da Sua mensagem, seguiam
o Mensageiro dominados por interesses imediatistas.
Ambicionavam o reino dos Céus, porém, viviam na Terra, sofriam-lhe as
injunções e carências, padeciam desconforto.
Ele representava-lhes o Libertador. Suas palavras os sensibilizavam, porém
as Suas ações os deslumbravam e os atraíam cada vez mais.
Já não eram alguns que O seguiam, e sim verdadeiras multidões com suas
chagas, agitações e problemas.
Com essa volumosa massa, Ele atravessou o mar e foi ensinar na outra
margem do alto de um monte.
Ali, percebendo a fome daqueles que O acompanhavam nutriu-os com
pães e peixes fartamente, deixando-os felizes, porque de estômagos satisfeitos.
Logo após volveu em silêncio a Cafarnaum com os doze.
Os acompanhantes, atendidos nas necessidades imediatas, não
perceberam a Sua ausência, porque, naqueles momentos, não mais
necessitavam dEle.
Só no dia seguinte perceberam que Ele se fora.
Outra vez, sentindo carência, volveram a Cafarnaum a busca-lO algo
contrafeitos, por não O terem em mãos para o socorro contínuo aos seus
caprichos.
Quando O encontraram, interrogaram-nO com uma quase exigência de
justificação por tê-los deixado:
- Rabi, quando chegaste aqui?
Não se tratava de zelo, de cuidado pelo Amigo, mas de reprimenda, de
cobrança indireta.
O Mestre fitou-os, compungido, e respondeu-lhes com severidade:
- ...Procurais-me, porque comestes dos pães e ficastes saciados.
Fez uma pausa e prosseguiu:
- Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida
eterna, e que o filho do Homem vos dará...
De um para o outro dia haviam alterado o comportamento.
Viram os enfermos recuperarem-se ao influxo do Seu poder; alimentaramse
em excesso; beneficiaram-se da Sua presença. No entanto, à hora da decisão
de se transformarem para melhor, de se permitirem permear pela Sua palavra,
apelavam para os textos antigos convenientes, que permitiam fugir das novas
responsabilidades, indagando sobre novos sinais, recordando Moisés no deserto,
o maná que descera do Céu...
Não se davam conta de que tudo provinha de Deus, e que eles haviam
comido, às vesperas, um alimento da mesma procedência, que lhes dava vida,
porém que saciava só por breve prazo.
O mundo, as criaturas desejam refestelar-se na abundância de fora, no
desperdício, e não se recordam, nessas horas, da escassez e dos outros
esfaimados, esquecidos, em sofrimentos.
Desejam pão e prazer, conforto e ociosidade.
Cansam-se, quando os têm e fogem para a insatisfação, a revolta, a perda
de objetivos da vida.
Sucede que a duração do corpo é sempre muito breve, a dos seus
adereços menor, e a das suas imposições mais rápida... Por isso, a vida real,
aquela que permanece sobre as cinzas das ilusões vencidas, é a do ser imortal.
Jesus veio demonstrar a imortalidade, dar significado à existência física do
ser, não como fim, antes como meio para ser alcançada a plenificação.
Aferradas, todavia, aos sentidos grosseiros, as pessoas somente pensam
no momento em que se encontram – embora lhe percebam a fugacidade – longe
das aspirações transcendentes, as de longo, perene curso.
Aquela época difere desta pela face exterior, pelas conquistas da
inteligência, que trouxeram outros valores para serem cultivados, outras metas
para serem alcançadas. No entanto, o ser moral, o ser interior parece-se muito
com aqueles que o acompanhavam... Mesmo esses que dizem nEle crer e O
seguem.
- Eu sou o pão da vida – exclamou Jesus – o que vem a mim jamais terá
fome e o que acredita em mim jamais terá sede...
Os circunstantes, em face desta declaração robusta, sem eufemismos,
entreolharam-se, duvidaram, não sabendo o que fazer.
Enquanto se alimentavam e sorriam, a vida lhes parecia tranqüila, desde
que houvesse quem os abarrotasse, a fim de que, sem preocupação nem esforço,
pudessem banquetear-se sempre mais.
Tomar, porém, da charrua para conseguir a própria alimentação mudava
totalmente a paisagem do júbilo, que se tisnava ante as responsabilidades
surgidas.
O esforço pessoal constitui sinal de valor moral e o suor do sacrifício
umedece a massa que prepara o pão da vida, que mata a fome em definitivo.
O ser, inundado pelo ideal, tem a sua sede de luz e de paz saciada através
das conquistas valiosas das paisagens íntimas antes sob tormentas
desesperadoras.
O Mestre jamais negaceou, nunca se escusou.
Todas as suas asseverações foram claras, destituídas de disfarces ou
ocultas em símbolos complexos.
Falando a linguagem de todos os tempos, a verdade, nunca se Lhe notou
dubiedade, insegurança.
Não havia promessas vãs nos Seus discursos, nem alento para as atitudes
frívolas. Inteiriço, sempre igual na proposta, na discussão e na conclusão, a Sua
era uma linguagem lapidar, inimitável, jamais superada.
O texto do passado tem sabor de atualidade, hoje apresentado.
Compadeceu-se do caído, mas não se apiedou do erro.
Apoiou o doente, no entanto verberou pela libertação da doença.
Amparou o pecador, todavia exprobou o pecado.
Ajudou o vencido, porém conclamou-o ao soerguimento íntimo e à vitória
sobre si mesmo.
Não acusou, não condenou, nem anuiu com o crime, a devassidão, a
promiscuidade moral.
Pão da vida, Ele é saúde integral, alimento de sabor eterno.
Os galileus não poderiam, naquela época, entendê-lO.
O mesmo ocorre com os modernos fariseus que hoje O depreciam, que O
subestimam e que, presunçosos, se escondem nas catilinárias de palavras
rebuscadas em sofismas bem urdidos, em falsas ciências, para não se
transformarem moralmente, enquanto, jactanciosos, marcham para o túmulo
inexoravelmente, onde despertarão para a realidade...
Jesus é o pão da vida perene.
Aqueles que souberem alimentar-se dEle, nutrir-se-ão e viverão na paz de
consciência e na realização espiritual. .
AMÉLIA RODRIGUES
__________
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 14 de julho de 1995, em
Paramirim – Bahia.)
Revista o Reformador Maio de 1999

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

IRRESPONSABILIDADE : Não existem "vítimas da fatalidade"; nós é que somos os promotores do nosso destino. Somos a causa dos efeitos que ocorrem em nossa existência.



"Somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos e depois os denominamos de fatalidade."

Não é coerente que cada um de nós trabalhe para alcançar a própria felicidade? Não é lógico que devemos nos responsabilizar apenas por nossos atos? Não nos afirma a sabedoria do Evangelho que seríamos conhecidos, exclusivamente, pelas nossas obras?
Fazer os outros seguros e felizes é missão impossível de realizar, se acreditarmos que depende unicamente de nós a plenitude de sua concretização. Se assim admitimos, passamos, a partir de então, a esperar e a cobrar retribuição; em outras palavras, a reciprocidade. Não seria mais fácil que cada um de nós conquistasse sua felicidade para que depois pudesse desfrutá-la, convivendo com alguém que também a conquistou por si mesmo? Qual a razão de a ofertarmos aos outros e, por sua vez, os outros a concederem a nós? Por certo, só podemos ensinar ou partilhar o que aprendemos.

Assim disse Pedro, o apóstolo:"Não tenho ouro nem prata; mas o que tenho, isso te dou."!
Dessa maneira, vivemos constantemente colocando nossas necessidades em segundo plano e, ao mesmo tempo, nos esquecendo de que a maior de todas as responsabilidades é aquela que temos para com nós mesmos.

Os acontecimentos exteriores de nossa vida são o resultado direto de nossas atitudes internas. A princípio, podemos relutar para assimilar e entender esse conceito, porque é melhor continuarmos a acreditar que somos vítimas indefesas de forças que não estão sob o nosso controle. Efetivamente, somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos e depois os denominamos de fatalidade.
"Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? (..) são pré-determinados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?", pergunta Kardec aos Semeadores da Nova Revelação. E eles respondem: "A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar (..) Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino ... "
É inevitável para todos nós o fato de que vivemos, invariavelmente, escolhendo. 

A condição primordial do livre-arbítrio é a escolha e, para que possamos viver, torna-se indispensável escolher sempre. Nossa existência se faz através de um processo interminável de escolhas sucessivas.

Eis aqui um fato incontestável da vida: o amadurecimento do ser humano inicia-se quando cessam suas acusações ao mundo.

Entretanto, há indivíduos que se julgam perseguidos por um destino cruel e censuram tudo e todos, menos eles mesmos. 

Recusam, sistematicamente, a responsabilidade por suas desventuras, atribuindo a culpa às circunstâncias e às pessoas, bem como não reconhecem a conexão existente entre os fatos exteriores e seu comportamento mental.

 No íntimo, essas pessoas não definiram limites em seu mundo interior e vivem num verdadeiro emaranhado de energias desconexas. Os limites nascem das nossas decisões profundas sobre o que acreditamos ser nossos direitos pessoais.

Nossas demarcações estabelecem nosso próprio território, cercam nossas forças vitais e determinam as linhas divisórias de nosso ser individual. Há um espaço delimitado onde nós terminamos e os outros começam.

Algumas criaturas aprenderam, desde a infância, o senso dos limites com pais amadurecidos. Isso os mantém firmes e saudáveis dentro de si mesmas. Outras, porém, não. Quando atingiram a fase adulta, não sabiam como distinguir quais são e quais não são suas responsabilidades. Muitas construíram muros de isolamento que as separaram do crescimento e da realização interior, ou ainda paredes com enormes cavidades que as tornaram suscetíveis a uma confusão de suas emoções com as de outras pessoas.
Limites são o portal dos bons relacionamentos. Têm como objetivo nos tornar firmes e conscientes de nós mesmos, a fim de sermos capazes de nos aproximar dos outros sem sufocá-los ou desrespeitá-los. Visam também evitar que sejamos constrangidos a não confiar em nós mesmos.

Ser responsável implica ter a determinação para responder pelas conseqüências das atitudes adotadas.
Ser responsável é assumir as experiências pessoais, para atingir uma real compreensão dos acertos e dos desenganos.
Ser responsável é decidir por si mesmo para onde ir e descobrir a razão do próprio querer.

Não existem "vítimas da fatalidade"; nós é que somos os promotores do nosso destino. Somos a causa dos efeitos que ocorrem em nossa existência.
Aceitar o princípio da responsabilidade individual e estabelecer limites descomplica nossa vida, tornando-nos cada vez mais conscientes de tudo o que acontece ao nosso derredor.
Escolhendo com responsabilidade e sabedoria, poderemos transmutar, sem exceção, as amarguras em que vivemos na atualidade. A auto-responsabilidade nos proporcionará a dádiva de reconhecer que qualquer mudança de rota no itinerário de nossa "viagem cósmica" dependerá, invariavelmente, de nós.

Hammed