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domingo, 28 de outubro de 2012

Da Psicologia Transpessoal à Psicologia Espiritual de Joanna de Ângelis


SUELY CALDAS SCHUBERT
"(Os Espíritos) tornam inteligíveis e patentes verdades que haviam sido
ensinadas sob a forma alegórica. E, justamente com a moral, trazem-nos a
definição dos mais abstratos problemas da psicologia." Allan Kardec. ("O Livro
dos Espíritos", Conclusão VIII.)
O momento atual é, essencialmente, o das questões psicológicas, a tal
ponto que os estudiosos e pesquisadores desse atraente campo estão voltados
para um esforço conjunto de se fazer um mapeamento do psiquismo humano, do
cérebro e seus meandros e a sua fantástica potencialidade. Estuda-se a mente
desde as suas reações a partir do feto até os doentes terminais em idade
avançada ou não, e também nas experiências de quase morte (EQM). Há um
novo entendimento, uma nova visão e uma constante busca desde que tais
especialistas concluíram que existe algo mais além do cérebro.
Foi assim que no final da década de 60 surgiu a Psicologia Transpessoal,
como resultado dessas pesquisas, abrindo-se, então, perspectivas ilimitadas e
cada vez mais surpreendentes para os que se dedicam a tais estudos.
Exatamente porque começam a perceber e desvendar os domínios do Espírito
imortal.
Esse grupo de pesquisadores, liderados por Abraham Maslow, Stanislav
Grof, Roberto Assagioli, Roger Walsh e, mais recentemente, Fritjof Capra, Ken
Wilber e outros, investiga as possibilidades de manifestação e expansão da
mente, admitindo e incorporando aos seus estudos desde as práticas mais
primitivas até as mais sofisticadas que englobam fatos mediúnicos e anímicos, e
até mesmo casos de possessões espirituais, assinalados na história dos povos,
tanto no Oriente quanto no Ocidente.
Por diferentes caminhos, através da regressão de memória que a hipnose
terapêutica enseja, outros resultados são alcançados - como a comprovação da
reencarnação, por exemplo, fato que por si só revoluciona todas as teorias e
paradigmas vigentes. O campo dessas pesquisas é ilimitado.
Parafraseando o Codificador, diremos: “Ergue-se o véu” e começa-se a
desvendar os arcanos do Espírito.
A mente do homem encarnado descobre que a mente do Espírito
desencarnado subsiste e prossegue além de todas as coisas. Estas evidências,
deixadas ao longo dos milênios no rastro luminoso dos fatos mediúnicos, estão
sendo, finalmente, percebidas e admitidas pela ciência moderna.
São extraordinários os caminhos humanos e os recursos dos Espíritos
Superiores para ensejarem aos cientistas atuais essas conquistas que levarão a
Humanidade a uma nova era: a Era do Espírito.
Notável também observamos que Allan Kardec, percebendo a importância
das questões psicológicas, e que os Espíritos Superiores estavam trazendo “a
definição dos mais abstratos problemas da psicologia”, colocou como subtítulo da
Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos.
Estas considerações levam-nos a um pensamento de Calderaro, extraído
da obra de André Luiz “No Mundo Maior”: “O homem, para auxiliar o presente, é
obrigado a viver no futuro da raça”.
Esta foi sempre a realidade dos grandes vultos da Humanidade.
A Doutrina Espírita, tendo sido elaborada e transmitida pelos Espíritos da
Falange do Espírito de Verdade, é, sob este aspecto, uma Revelação, mas
simultaneamente apresenta em seus fundamentos a contribuição do homem, na
pessoa de Allan Kardec, o nobre Codificador. Assim, é um repositório de verdades
eternas, e por isso mesmo, intemporais. O Mestre lionês, correspondendo à
altura, pontifica como expressivo exemplo dos que vivem adiante do seu tempo.
Tal é a razão de os ensinamentos da Doutrina dos Espíritos chegarem até nós
como se tivessem sido transmitidos no momento atual.
A Espiritualidade Superior, atenta e pressente, não cessa de renovar as
lições imortais, acompanhando o progresso humano e mais do que isto:
motivando-o através da intuição, trazendo contribuições atualizadas e, em
especial, visando os tempos futuros, preparando o homem para uma nova era.
Nesta linha de raciocínio é imprescindível ressaltar a notável contribuição
da Mentora Espiritual Joanna de Ângelis, que através da psicografia de Divaldo
Pereira Franco tem sinalizado para a Humanidade os rumos seguros para
alcançar a paz e a felicidade.
Há dez anos ele inovou, apresentando uma proposta diferente: os temas
psicológicos. Quando em suas reencarnações de que temos conhecimento,
Joanna sempre esteve adiante do seu tempo, e, atualmente, na Espiritualidade
Superior, ela propõe ao ser humano, aturdido e sofredor, uma viagem em busca
de si mesmo contando com a segura e fiel participação de seu médium, Divaldo
Franco, através do qual ela transmite à Terra o seu pensamento de invulgar
brilhantismo e elevação.
Com sua percuciente visão espiritual, Joanna de Ângelis envereda pelos
labirintos da mente humana, estudando suas reações e potencialidades e
confrontando as conquistas mais recentes da Psicologia Transpessoal com a
diretriz espírita, a qual, apresentando o ser humano como Espírito imortal, que
antecede ao berço e prossegue além do túmulo, transcende o que até agora foi
alcançado pelos pesquisadores terrenos.
Conforme ela própria esclarece “tentamos colocar pontes entre os
mecanismos das psicologias humanista e transpessoal com a Doutrina Espírita,
que as ilumina e completa, assim cooperando de alguma forma com aqueles que
se empenham na busca interior, no autodescobrimento”.¹
__________
A Espiritualidade Superior, atenta e presente, não cessa de renovar as
lições imortais, acompanhando o progresso humano”
__________
“Plenitude”, “Momentos de Consciência”, “O Homem Integral”,
“Autodescobrimento”, “O Ser Consciente”, e o mais recente “Vida: Desafios e
Soluções", são as obras que, especificamente, apresentam a visão psicológica da
Mentora de Divaldo, sempre embasada na Doutrina e nos ensinamentos de
Jesus, a quem ela denomina de Terapeuta Superior.
Temos como sofrimento, rotina, ansiedade, medo, solidão, neuroses,
fobias, mitos, problemas sexuais, arquétipos, vícios mentais, o inconsciente, o
REFORMADOR EDIÇÃO INTERNET
REFORMADOR 30
despertar da consciência, a conquista de si mesmo e muitos outros, e a
conseqüente abordagem dos eminentes pesquisadores do passado e da
atualidade, desfilam nas páginas desses livros e evidenciam, de imediato, ao
leitor, no confronto com a diretriz espírita e com a própria contribuição pessoal
que ela apresenta, a superioridade destes conceitos, respostas, explicações e
caminhos.
Como de hábito, realçando o Espiritismo, ela afirma: “O Espiritismo, por sua
vez, sintetizando diversas correntes de pensamento psicológico e estudando o
homem na sua condição de Espírito eterno, apresenta a proposta de um
comportamento filosófico idealista, imortalista, auxiliando-o na equação dos seus
problemas, sem violência e com base na reencarnação, apontando-lhe os rumos
felizes que deve seguir”.²
Em verdade, o Espiritismo é o grande desconhecido.
Temos que admitir que somente um ínfima minoria teve, até agora,
conhecimento de sua existência, daí a importância dessas obras específicas de
Joanna, escritas de tal forma que o leitor não espírita tem condições de apreender
essa transcendência, seja pela argumentação lógica seja pela visão
reencarnacionista e espiritual que a tudo modifica e suplanta.
Esta notável contribuição de Joanna de Ângelis, para um amplo
entendimento dos problemas psicológicos, denota, uma vez mais, a sua
preocupação em ajudar o ser humano a despertar do sono hibernal dos milênios,
propelindo-o para cogitações superiores, motivando-o a buscar a felicidade
através da conquista de si mesmo. Tudo isto mais não é que a proposta de Santo
Agostinho, conforme a questão 919 de “O Livro dos Espíritos”, quando concita o
homem ao autoconhecimento, que a autora espiritual apresenta num discurso
atualizado e ao gosto de nossa época.
Isto é VIVER NO FUTURO DA RAÇA.
__________
1. FRANCO, Divaldo P. Autodescobrimento, pelo Espírito Joanna de Ângelis, 2ª ed.
LEAL, 1996, Salvador (BA) p.13.
2. FRANCO, Divaldo P. O Homem Integral, pelo Espírito Joanna de Ângelis; 2ª ed. LEAL,
1996, Salvador (BA) p.9.

Reformador de julho de 1998

Quais são as Obras Básicas?


Paulo da Silva Neto Sobrinho
Temos percebido uma completa indefinição do que sejam, no Espiritismo, as obras básicas. Quem tiver a curiosidade de pesquisar, por exemplo na Internet, verá que a confusão se instalou no Movimento Espírita, tal qual uma nova torre de Babel.
Querem uns, inclusive, e esses não são poucos, relacioná-las a uma denominação usada por correntes religiosas apoiadas em livros sagrados, que acreditam conter as revelações divinas, quando, não sabemos o porquê, a tratam como o “Pentateuco” da Codificação. Vemos nessa atitude certa incoerência, mas como, infelizmente, muitos não conseguem se desligar do que aprenderam em suas religiões de origem, acabam, se não intencionalmente, pelo menos inconscientemente, trazendo para o nosso meio coisas nunca ditas ou mencionadas pelo Codificador.
Nem mesmo as Instituições, que se dizem representantes do Movimento Espírita, falam a mesma língua, demonstrando, a nosso ver, falta de unidade e coerência Doutrinária. Deixam-nos sem amparo para definir quais livros, publicados por Kardec, devem fazer parte do conjunto das obras básicas.
Por estar assim sem definição é que há gente que só fala, por exemplo, no livro O que é o Espiritismo, como se estivesse nele todo o corpo da Doutrina, apesar da clareza de Kardec em situá-lo como um livro que apenas “contém sumária exposição dos princípios da Doutrina Espírita, um apanhado geral desta, permitindo ao leitor apreender-lhe o conjunto dentro de um quadro restrito”. Embora reconheçamos a sua importância, principalmente, para os que não conhecem o Espiritismo, citar somente ele seria imaturo, pois aos que querem estudar a Doutrina, os outros livros também deverão ser estudados para uma visão mais ampla e, ao mesmo tempo, pormenorizada dos princípios Espíritas.
Geralmente vemos pessoas e Instituições Espíritas citando como obras básicas: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, Evangelho segundo o Espiritismo, A Gênese e O Céu e o Inferno. E, raras vezes, aparecem referências às Obras Póstumas, à Revista Espírita e ao O que é o Espiritismo?, e quando isso ocorre são colocados num segundo plano, como obras complementares, que não seria necessário, mas apenas seria bom lê-las.
Pensando nisso resolvemos, como se diz, “beber água na fonte” para ver se poderíamos encontrar essa definição no que escreveu o Codificador. Vejamos o que Kardec nos fornece como roteiro para estudo.
Em julho de 1859[i], Kardec recomenda, aos que querem se esclarecer sobre o Espiritismo, que se deve estudar primeiramente o resumo contido no livro O que é Espiritismo?, justificando:
...nesta rápida exposição fomos levados a indicar os pontos que deve, particularmente, fixar-se a atenção do observador. A ignorância dos princípios fundamentais é a causa das falsas apreciações da maioria daqueles que julgam o que não compreendem ou segundo suas idéias preconcebidas.
Na seqüência, para os que desejam saber mais, diz:
...ler-se-á O Livro dos Espíritos, onde os princípios da doutrina estão completamente desenvolvidos; depois, O Livro dos Médiuns para a parte experimental, destinado a servir de guia para aqueles que querem operar por si mesmos, como para aqueles que querem se inteirar dos fenômenos. Vêm, em seguida, as diversas obras onde estão desenvolvidas as aplicações e as conseqüências da doutrina, tais como: A Moral do Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno Segundo o Espiritismo, etc.
Voltando ao assunto, em janeiro de 1861[ii], aconselha, aos que querem adquirir as noções preliminares sobre o Espiritismo, que leiam, nesta ordem:
- O que é o Espiritismo? Esta brochura, de apenas uma centena de páginas, é somente uma exposição sumária dos princípios da Doutrina Espírita, um esboço geral que permite abarcar o conjunto sob um quadro restrito. Em poucas palavras, vê-se o objetivo e pode-se julgar sua importância. Por outro lado, nele se encontra a resposta às principais questões ou objeções que estão naturalmente dispostas a fazerem as pessoas novatas. Esta primeira leitura, que não requer senão um pouco tempo, é uma introdução que facilita um estudo mais aprofundado.
2º - O Livro dos Espíritos. Contém a doutrina completa, ditada pelos próprios Espíritos, com toda a sua filosofia e todas as suas conseqüências morais; é a revelação da destinação do homem, a iniciação à dos Espíritos e aos mistérios da vida de além-túmulo. Lendo-o, compreende-se que o Espiritismo tem objetivo sério, e não é um passatempo frívolo.
3º - O Livro dos Médiuns. Destina-se a guiar, na prática das manifestações, pelo conhecimento dos meios mais próprios para comunicar-se com os Espíritos; é um guia, seja para os médiuns, seja para os evocadores, e o complemento de O Livro dos Espíritos.
4º - A Revista Espírita. É uma coletânea variada de fatos, de explicações teóricas e de trechos destacados, que completam o que se disse das duas obras precedentes, e que lhes é, de alguma forma, a aplicação. Sua leitura pode ser feita ao mesmo tempo com elas, mas será mais proveitosa e mais inteligível sobretudo após a leitura de O Livro dos Espíritos
Isto pelo que nos concerne. Aqueles que querem tudo conhecer numa ciência, devem necessariamente ler tudo o que está escrito sobre a matéria, ou, pelo menos, as coisas principais, e não se limitar a um só autor; devem mesmo ler o pró e o contra, as críticas como também as apologias, iniciar-se nos diferentes sistemas, a fim de poderem julgar por comparação. (...)
No mês seguinte[iii], há uma importante fala de Kardec, sobre as publicações das comunicações espontâneas na Revista Espirita, que vem, com certeza, justificar o porquê da recomendação de sua leitura. Leiamos:
O que lhe dá essa opinião é que a grande quantidade de matérias, e a necessidade de coordená-las, permitem muito raramente publicar todas essas questões no número da Revista onde elas são mencionadas no boletim; mas, cedo ou tarde, nela encontram o seu lugar. Aliás, elas constituem um dos elementos essenciais das obras sobre o Espiritismo; foram aproveitadas em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns onde estão classificadas segundo o seu objeto, e nenhuma daquelas que são essenciais foi omitida. (...).
Ressaltamos que, segundo o próprio Kardec, as comunicações espontâneas que foram publicadas da Revista “constituem um dos elementos essenciais das obras sobre o Espiritismo”, citando os dois livros em que foram aproveitadas.
Em janeiro de 1868[iv], cerca de pouco mais de um ano antes de sua morte, Kardec reafirma, que se encontra na Revista Espírita “no estado de esboço, a maioria das idéias que estão desenvolvidas nesta última obra, conforme o fizemos com as precedentes”, considerando que “A Revista é freqüentemente, para nós, um terreno de ensaio, destinado a sondar a opinião dos homens e dos Espíritos sobre certos princípios, antes de admiti-los como partes constitutivas da Doutrina”.
Concluímos que se básico significa “que ou o que serve de base, de fundamento; basilar, fundamental” (Houaiss), então, pelo que pudemos perceber das recomendações de Kardec, teremos que discriminá-las assim: O que é o Espiritismo, O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, A Gênese, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, A Revista Espírita, inclusive, conforme consta na RE mai/1869 (p 132). Às estas acrescentaríamos, por nossa conta, o livro Obras Póstumas, por ser uma publicação de escritos inéditos de Kardec. Se daí quiserem dividi-las em “de iniciação”, “importantes” e “complementares”, não faz a menor diferença, desde que, obviamente, a leitura de todas elas seja recomendada.
E aos que somente lêem o LE, achando que está tudo nele, transcrevemos essa fala de Kardec: “O Livro dos Espíritos não é um tratado completo do Espiritismo; não faz senão colocar-lhe as bases e os pontos fundamentais, que devem se desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação” (RE 1866, p. 223).
Fev/2005.
  • [i] KARDEC, A. O que é o Espiritismo, Rio: FEB, 2001. p. 149.
  • [ii] KARDEC, A. O Livro dos Médiuns, Araras-SP: IDE, 1993, pp. 40-41.
  • [iii] KARDEC, A. Revista Espírita 1861, Araras-SP: IDE, 1993, p. 35.
  • [iv] KARDEC, A. A Gênese, Araras-SP, IDE, 1993, p. 12.