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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Há Tempo Ainda - Camilo/ Raul Teixeira

Há Tempo Ainda - Camilo/ Raul Teixeira


HÁ TEMPO AINDA – CAMILO/ RAUL TEIXEIRA

Dirijo-me a ti, sejas tu mulher-mãe ou homem-pai, a fim de que, juntos, alinhavemos algumas considerações a respeito do filho ou da filha que o Criador da Vida te concedeu, para que possas cooperar no processo de sua condução à felicidade.
Sabes, seja pelas informações da tua filosofia religiosa ou através dos teus pensares preocupados, que tens nobres quão graves compromissos com a alma conduzida aos teus cuidados.
Se te devotares, realmente, a esse labor, serás capaz de dar bom termo aos deveres aceitos por ti, desde os tempos em que te achavas no Mundo dos Espíritos.
Em verdade, não conheces, essencialmente, a intimidade do ser que te foi apresentado como filho ou filha. Em cada momento da convivência com essa criatura posta sob tua responsabilidade, vais te assenhoreando, pouco a pouco, das peculiaridades gerais que o caracterizam. Percebes, então, no contato continuado com tua cria, o quanto ela traz de surpreendente, de grandioso ou degradante, no comportamento que exterioriza.
Não sabes, é bem verdade, de que experiências procedem teus filhos. Ignoras quais sejam as bagagens que trazem no imo do ser. Nenhuma notícia obtiveste a respeito dos arquivos pretéritos dos teus rebentos. Podem estar renascidos no teu lar criaturas com características de Rasputin ou de Francisco de Assis, de Messalina ou de Teresa de Ávila, de Calígula ou de Gandhi, de San Martín ou de Napoleão. Cada um chega para a convivência contigo, para o teu envolvimento, portando bagagens bem-aventuradas ou desafortunadas, que se constituíram ao longo do tempo, transformadas, hoje, na auto-herança, o que bem se pode entender como o “pecado original”, referido nos textos da Bíblia judaica, uma vez que ninguém herda erros ou virtudes de quem quer que seja, mas de si próprios. Tanto os tormentos íntimos quanto as excelentes virtudes procedem do passado espiritual do próprio indivíduo.                                               
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Com base nessas considerações, dedica-te a observar, ó pai, ó mãe, as marcas morais dos teus pequenos, procurando identificar, do melhor modo possível, o caráter desses seres que Deus destinou aos teus braços dedicados, aos teus cuidados responsáveis.
Desconhecendo a intimidade da tua criança, trabalharás como psicólogo doméstico, quase nunca com êxito, se ignoras que ela não passa de um Espírito reencarnado chegado ao mundo com necessidades evolutivas de vulto.
Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Indagar-te-á o Criador, no âmago da tua consciência. E terás dificuldade para justificar qualquer displicência ou postura inadvertida, tendo agido como “laissez-faire” perante os necessários deveres não atendidos.
Importante, meu irmão ou minha irmã, que, ao te postares diante do teu filho no empenho de educá-lo, agora identificado com sua realidade de um ser encarnado, tenhas atenção cuidadosa para com os materiais que utilizarás para influenciar sobre seus destinos, que o Criador conta que sejam elementos positivos.
No que se refira ao campo profissional, procura não induzi-lo a centralizar seu pensamento no dinheiro que poderá ganhar, uma vez que podes verificar que a profissionalização do indivíduo na sociedade exprime as possibilidades de que se exercite no espírito de cooperação com o progresso social. Ensina-lhe que o dinheiro é necessário à vida no mundo, mas que o propósito fundamental do labor profissional deve ser o da utilidade, pondo sempre as realizações de “César” a serviço de Deus. Aí, então, o trabalho dar-lhe-á grandeza d´alma e valor social, sob a tua amadurecida orientação.
Na esfera da vida social, necessário é que aprenda a respeitar as leis constituídas, a respeitar também os semelhantes, sejam crianças ou jovens como ele próprio, sejam pessoas maduras ou idosas. Busca sensibilizá-lo para o exercício da fraternidade, para que se dedique a fazer amigos, mantendo sua alegria de viver, nos planos da dignidade ética, da nobreza moral, passando a compreender que os maus exemplos dos outros não devem servir-lhe de exemplos. Insufla-lhe, por meio da tua própria vivência, o amor à verdade, o trato permanente com a honestidade, para que não venha a guardar remorsos e vários outros conflitos que perturbam a alma.
No convívio contigo, trata de acompanhar de perto teu filho ou tua filha, desenvolvendo neles, desde a fase infantil, o costume do diálogo, da confiança recíproca. Não atires tua criança aos excessos de qualquer teor. Esforça-te, consciente quanto és dos percalços do caminho humano, para não expor seus corpos desnudados à vaidade, seja em nome da moda contemporânea, seja por mero exibicionismo que recolhe os aplausos mentirosos da excitação, aplausos que costumam agradar aos pais e abrir agigantados fossos morais para o futuro. Nesses eventos se ocultam as garras poderosas e babosas da pedofilia que não poupará teu filho, quer física quer psiquicamente.
Trabalha em teu rebento os valores positivos que nele encontres. Dá-lhe reforços felicitadores dizendo que gostaste de alguma atitude, de alguma realização de sua autoria. Confirma que ele foi feliz nesse ou noutro lance do caminho, não deixando de lado tal ensejo. Não justifiques que ele não fez mais do que a própria obrigação, uma vez que conheces agigantado número de pessoas que, mundo afora, não cumpre os próprios deveres. Então, torna-se indispensável incentivar esse valor onde e quando ele apareça.
Vale também ouvir suas idéias e opiniões, ainda quando se mostrem imaturas, ainda quando não te pareçam racionais ou próprias para a questão em apreço. Concede-lhe, por tua vez, o direito de discordar dos teus pontos de vista, substituindo o poder do autoritarismo violento pela autoridade, naturalmente construída no dia-a-dia do respeito, da amizade, posto que te tornarás o amigo mais próximo do teu rebento.
Ouve os teus filhos com respeito e fala-lhes sobre o que pensas e porque pensas, expressando a tua experiência de vida, a tua maturidade estruturada ao longo dos anos de incontáveis refregas cotidianas, admitindo que eles têm seus próprios pensamentos e que trazem na intimidade espiritual os indícios dos caminhos que deverão seguir, quando detenham maturação para fazê-lo.          
*   *   *
No âmbito da vida íntima, acompanha as inclinações de cada filho e, caso percebas e constates que são tristes, deprimidos, ansiosos, trabalha para dar-lhes o devido apoio, o que muitas vezes lhe indicará a necessidade de algum profissional compatível com o tipo de dificuldade que apresente. Se se apresentarem sinais de uma sexualidade nada convencional, evita aturdir-te como se já fosse o fim do mundo.
Identificando em teu filho, ou em tua filha, expressões de voracidade sexual, posturas sexuais inversivas ou apatias sexuais, pensa na melhor forma de auxiliá-lo, resguardando-o, porém, com teu atencioso carinho, evitando expô-lo nas vitrinas dos escândalos, resistindo aos pruridos do orgulho que costumam indicar posições violentas, sejam de indiferença, sejam de agressividade.
Vale a pena buscar entendê-lo sem repressões, orientá-lo apoiado na tua própria experiência vivencial. Caso haja manifestações da homossexualidade ou da heterossexualidade atormentadas, saibas que ambas te requisitam cautela na abordagem. Pedem-te o acompanhamento seguro da amizade e do respeito, no empenho de diluir ao máximo qualquer dificuldade dessas manifestações proveniente. Não o achincalhes, não lances mão da agressividade; evita constrangê-lo com chistes ou troças francamente dispensáveis e anacrônicas. Cada pessoa sabe o que sente e como sente, mesmo que, muitas vezes, não saiba explicar a procedência do que registra, a origem de seus conflitos.
Convicto de que é exceção no mundo o número dos que estão indenes aos desarranjos da vida sexual, respeita teus filhos, quando estejam atravessando fases complexas ou torturantes no campo da sua sexualidade, ouvindo-os, sentindo-os, seguindo com eles estrada afora, auxiliando-os no terreno da definição emocional, mesmo que com lágrimas ou dores morais, certo de que ainda há tempo de contribuíres para o mundo melhor que todos anelamos, exatamente porque Deus confiou em ti, pai ou mãe, entregando-te um ou mais dos Seus filhos amados, em fase de reconstrução interior, na rota da felicidade.
Medita, pois, sobre tudo o que tens permitido enredar os teus filhos na caminhada terrena. Reflete quanto à qualidade de tudo isso e aprende a interferir para iluminar, a agir para renovar, a opinar para reerguer do chão planetário a ti mesmo e aos teus irmãos, colocados ao teu lado na condição de filho ou filha pelos vínculos corporais.
É ainda tempo de confirmar que a páter-maternidade é um dignificante quão abençoado exercício de cooperação com as terrenas leis do nosso Criador.

(Mensagem do espírito Camilo, psicografada pelo médium Raul Teixeira,
em 18.02.2004, na Sociedade Espírita Esperança, em Amparo-SP.)

Comportamento e Vida

Comportamento e Vida

Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito) / psicografia de Divaldo Franco

O fatalismo biológico, estabelecido mediante as conquistas pessoais de cada indivíduo, não é definitivo em relação à data da sua morte.

A longevidade como a brevidade da existência corporal, embora façam parte do programa adrede estabelecido para cada homem, alteram-se para menos ou para mais, de acordo com o seu comportamento e do contributo que oferece à aparelhagem orgânica para a sua preservação ou desgaste.

Necessitando de um período de tempo em cada existência física para realizar a aprendizagem evolutiva em cujo curso está inscrito, o Espírito tem meios para abreviar-lhe ou ampliar-lhe o ciclo, mediante os recursos de que dispõe e são facultados a todos.

É óbvio que o estróina desperdiça maior quota de energias, impondo sobrecargas desnecessárias aos equipamentos fisiológicos, do que o indivíduo prudente.

As ocorrências que lhes sucedam têm as suas causas no comportamento que se permitem.

Igualmente, a forma de desencarnar, sem fugir ao impositivo do destino que é de construção pessoal, resulta das experiências que são vividas. O homem imprevidente e precipitado, desrespeitador dos códigos de lei estabelecidos, toma-se fácil presa de infaustos acontecimentos, que ele mesmo se propicia como efeito da conduta arbitrária a que se entrega.

Acidentes, homicídios, intoxicações, desastres de vários tipos que arrebatam vidas, resultam da imprevidência, da irresponsabilidade, do orgulho dos que lhes são vitimas, na maioria das vezes e no maior número de acontecimentos.

Devendo aplicar a inteligência e a bondade como norma de conduta habitual, grande parte das criaturas prefere a arrogância, a discussão acesa, o desrespeito ao dever, a negligência, tornando-se, afinal, vitimas de si mesmas, suicidas indiretas.

Nos autocídios de ação prolongada ou imediata, a responsabilidade é total daqueles que tomam a decisão infeliz e a levam a cabo, inspirados ou não por Entidades perversas com as quais sintonizam.

Derrapando em comportamentos pessimistas a que se aferram, a atitudes agressivas nas quais se comprazem, na fixação de idéias tormentosas em que se demoram, em ambições desenfreadas e rebeldia sistemática, a etapa final, infelizmente, não pode ser outra. Com o gesto que supõem de libertação, tombam, por largos anos de dor, em mais cruel processo de recuperação e desespero, para que aprendam disciplina e submissão contra as quais antes se rebelaram.

Depreende-se, portanto, que o comportamento do homem a todo instante contribui de maneira rigorosa para a programação da sua vida.

São de duas classes as causas que influem na sua existência, dentro do determinismo da evolução humana: as próximas, desta reencarnação, na qual se movimenta, e as remotas, que procedem das ações pretéritas. Estas últimas estabeleceram já os impositivos de reparação a que o indivíduo não pode fugir, amenizando-os ou vencendo-os através de atuais ações do rumor, que promovem quem as vitaliza e aquele a quem são dedicadas. As primeiras, no entanto, as da presente existência, vão gerando novos compromissos que, se negativos, podem ser atenuados de imediato por meio de atitudes opostas, e, se positivos, ampliados na sua aplicação.

O tabagismo, o alcoolismo, a toxicomania, a sexolatria, a glutonaria, entre outros fatores dissolventes e destrutivos, são de livre opção anual, não incursos no processo educativo de ninguém. Quem, a qualquer deles se vincula, padecer-lhe-á, inexoravelmente, o efeito prejudicial, não se podendo queixar ou aguardar solução de emergência.

O tabagismo responde por cárceres de várias procedências, na língua, na boca, na laringe, por inúmeras afecções e enfermidades respiratórias, destacando-se o terrível enfisema pulmonar. Todo aquele que se lhe submete à dependência viciosa, está incurso, espontaneamente, nessa fatalidade destruidora, que não estava no seu programa e foi colocada por imprevidência ou presunção.

O alcoolismo é gerador de distúrbios orgânicos e psíquicos de inomináveis conseqüências, gerando desgraças que, de forma nenhuma deveriam suceder. É ele o desencadeador da loucura, da depressão ou da agressividade, na área psíquica, sendo o responsável por distúrbios gástricos, renais e, principalmente, pela irreversível cirrose hepática. Seja através da aguardente popular ou do whisky elegante, a alcoolofilia dízima multidões que se lhe entregam espontaneamente.

A toxicomania desarticula as sutis engrenagens da mente e desagrega as moléculas do metabolismo orgânico, lesando vários órgãos e alucinando todos quantos se comprazem nas ilusões mórbidas que dizem viver, não obstante de breve duração. Iniciada a dependência que se fez espontânea, desdobrara-se à frente longos anos, numa e noutra reencarnação, para que sejam reparados todos os danos que poderiam ter sido evitados quase sem esforço.

A sexolatria gera distonias emocionais, por conduzir o indivíduo ao reduto das sensações primitivas, mantendo-os nas áreas do gozo insaciável, que o leva à exaustão, a terríveis frustrações na terceira idade, se a alcança, e a depressões sem conta pelo descalabro que desorganiza o corpo e perturba a mente. Além desses, são criados campos de dificuldade afetiva, de responsabilidade emocional com os parceiros utilizados, estabelecendo-se compromissos desditosos para o Ii1turo.

A glutoneria, além de deformar a organização física, é agente de males que sobrecarregam o corpo produzindo contínuas distinções gastrointestinais, dispepsias, acidez, ulcerações, alienando o homem que vive para comer, quando deveria, com equilíbrio, comer para viver.

São muitos os agentes dos infortúnios para o homem, que ele aceita no seu comportamento, afetando-lhe a vida.

Entretanto, através de outras atitudes e conduta poderia preserva-la, prolongá-la, dar-lhe beleza, propiciando-lhe harmonia e felicidade.

Além de atingir aquele que elege esta ou aquela maneira de agir, os resultados alcançam os descendentes que, através das heranças transmissíveis, conforme as suas necessidades evolutivas, as experimentarão.

O comportamento do Espírito, no corpo ou fora dele, é responsável pela vida, contribuindo de maneira eficaz na sua programática, igualmente interferindo na conduta do grupo em que se movimenta e onde atua, como dos descendentes que de alguma forma se lhe vinculam.

As ações corretas prolongam a existência do corpo e promovem o equilíbrio da mente, enquanto as atribuladas e agressivas produzem o inverno.

Nunca será demasiado repetir-se que, assim como o homem pensa e age, edificará a sua existência, vivendo-a de conformidade com o comportamento elegido.

Livro: Temas da Vida e da Morte

Viciação Alcoólica

Viciação Alcoólica

Joanna de Ângelis (espírito)
Sob qualquer aspecto considerado, o vício - esse condicionamento pernicioso que se impõe como uma "segunda natureza" constritora e voraz - deve ser combatido sem trégua desde quando e onde se aloje.
Classificado pela leviandade de muitos de seus medos como de pequeno e grande porte, surge com feição de "hábito social" e se instala em currículo de longo tempo, que termina por deteriorar as reservas morais, anestesiando a razão e ressuscitando com vigor os instintos primevos de que se deve o homem libertar.
Insinuante, a princípio perturba os iniciantes e desperta nos mais fracos curiosa necessidade de repetição, na busca enganosa de prazeres ou emoções inusitados, conforme estridulam os aficionados que lhe padecem a irreversível dependência.
Aceito sob o acobertamento da impudica tolerância, seu contágio destrutivo supera o das mais virulentas epidemias, ceifando maior número de vidas do que o câncer, a tuberculose, as enfermidades cardiovasculares adicionados... Inclusive, mesmo na estatística obituária dessas calamidades da saúde, podem-se encontrar como causas preponderantes ou predisponentes as matrizes de muitos vícios, que se tornaram aceitos e acatados qual motivo de relevo e distinção...
Os vitimados sistemáticos pela viciação escusam-se abandoná-la, justificando que o seu é sempre um simples compromisso de fácil liberação em considerando outros de maior seriedade que, examinados, a sua vez, pelos seus sequazes, se caracterizam, igualmente, como insignificantes.
Há quem a relacione como de conseqüência secundária e de imediata potência aniquilante. Obviamente situam suas compressões como irrelevantes em face de "tantas coisas piores"... E argumentam: "antes este" , como se um mal pudesse ter sopesado, avaliada e discutidas as vantagens decorrentes da sua atuação...
Indiscutivelmente, a ausência de impulsão viciosa no homem dá-lhe valor e recursos para realizar e fruir os elevados objetivos da vida, que não podem ser devorados pela irrisão das vacuidades.
A vinculação alcoólica, por exemplo, escraviza a mente, desarmonizando-a, e envenena o corpo deteriorando-o. Tem início através do aperitivo inocente, quão dispensável, que se repete entre sorrisos e se impõe como necessidade, realizando a incursão nefasta, que logo se converte em dominação absoluta, desde que aumenta de volume na razão direta em que se consome.
Os pretextos surgem e se multiplicam para as libações: alegria, frustração, tristeza, esperança, revolta, mágoa, vingança, esquecimento... Para uns se converte em coragem, para outros em entusiasmo, invariavelmente impondo-se, dominador incoercível. Emulação para práticas que a razão repulsa, o alcoolismo faz supor que sustenta os fracos, que tombam em tais urdiduras, quando, em verdade, mais os debilita e arruína.
Não fossem tão graves, por si só, os danos sociais que dele decorrem - transformando cidadãos em parias, jovens em vergados anciãos precoces, profissionais de valor em trapos morais, moçoilas e matronas em torpes simulacros humanos, aceitos e detestados, acatados e temidos nos sítios em que se pervertem, a caminho da total sujeição, que conduz, quando se dispõe de moedas, a Sanatórios distintos e em contrário, às sarjetas hediondas, em ambos os casos avassalados por alienações dantescas -, culmina em impor os trágicos autocídios, por cujas portas buscam, tais enfermos, soluções insolváveis para os problemas que criaram espontaneamente para si próprios... Não acontecendo à queda espetacular no suicídio, este se dá por processo indireto, graças à sobrecarga destrutiva que o alcoólatra ou simples cultivador da alcoolofilia depõe sobre a tecelagem de elaboração divina, que é o corpo. E quando vem a desencarnação, o que é também doloroso, não cessa a compulsão viciosa, em que o espírito irresponsável constata que a morte não resolveu os problemas nem aniquilou a vida...
Nesse capítulo convém considerarmos que a desesperada busca ao álcool - ou substâncias outras que dilaceram a vontade, desagregam a personalidade, perturbam a mente - pode ser, às vezes, inspirada por processos obsessivos, culminando sempre, porém, por obsessões infelizes, de conseqüências imprevisíveis.
A pretexto de comemorações, festas, decisões, não te comprometa com o vício.
O oceano é feito de gotículas e as praias imensuráveis de grãos.
Liberta-te do conceito: "hoje só", quando impelido a comprometimento pernicioso e não te facultes: "apenas um pouquinho", porquanto, uma picada que injeta veneno letal, não obstante em pequena dose, produz a morte imediata,
Está-se bafejado pela felicidade, sorve-a com lucidez.
Se te encontras visitado pela dor, enfrenta-a, abstêmio e forte.
Para qualquer cometimento que exija decisão, coragem, equilíbrio, definição, valor, humildade, estoicismo, resignação, recorre à prece, mergulhando, na reflexão, o pensamento, e haurirás os recursos preciosos para a vitória em qualquer situação, sob qual seja o impositivo.
Nunca te permitas a assimilação do vício, na suposição de que dele te libertarás quando queiras, pois que se os viciados pudessem querer não estariam sob essa violenta dominação.
(Do livro Após a Tempestade, psicografado por Divaldo Pereira Franco - Editora LEAL)

Alucinógenos, Toxicomania e Loucura

Alucinógenos, Toxicomania e Loucura

Joanna de Ângelis (espírito)
Dentre os gravames infelizes que desorganizam a economia social e moral da Terra atual, as drogas alucinógenas ocupam lugar de destaque, em considerando a facilidade com que dominam as gerações novas, estrangulando as esperanças humanas em relação ao futuro.
Paisagem humana triste, sombria e avassaladora, pelos miasmas venenosos que distilam os grupos vencidos pelo uso desregrado dos tóxicos, constitui evidência do engano a que se permitiram os educadores do passado: pais ou mestres, sociólogos ou éticos, filósofos ou religiosos.
Cultivado e difundido o hábito dos entorpecentes entre povos estiolados pela miséria econômica e moral, foi adotado pela Civilização Ocidental quando o êxito das conquistas tecnológicas não conseguiu preencher as lacunas havidas nas aspirações humanas—mais ampla e profunda integração nos objetivos nobres da vida.
Mais preocupado com o corpo do que com o espírito, o homem moderno deixou-se engolfar pela comodidade e prazer, deparando, inesperadamente, o vazio interior que lhe resulta amarga decepção, após as secundárias conquistas externas.
Acostumado às sensações fortes, passou a experimentar dificuldade para adaptar-se às sutilezas da percepção psíquica, do que resultariam aquisições relevantes promotoras de plenitude íntima e realização transcendente.
Tabulados, no entanto, programados por aferição externa de valores objetivos, preocuparam-se pouco os encarregados da Educação em penetrar a problemática intrínseca dos seres, a fim de, identificando as nascentes das inquietações no espírito imortal, serem solvidos os efeitos danosos e atormentadores que se exteriorizam como desespero e angústia.
Estimulado pelo receio de enfrentar dificuldades, ou motivado pela curiosidade decorrente da falta de madureza emocional, inicia-se o homem no uso dos estimulantes—sempre de efeitos tóxicos—, a que se entrega, inerme, deixando-se arrastar desde então, vencido e desditoso.
Não bastassem a leviandade e intemperança da maioria das vítimas potenciais da toxicomania, grassam os traficantes inditosos que se encarregam de arrebanhar catarmas que se lhes submetem ao comércio nefando, aumentando, cada hora, os índices dos que sucumbem irrecuperáveis.
A má Imprensa, orientada quase sempre de maneira perturbante, por pessoas atormentadas, colocada para esclarecer o problema, graças à falta de valor e de maior conhecimento da questão por não se revestirem os seus responsáveis da necessária segurança moral, tem contribuído mais para torná-lo natural do que para libertar os escravizados que não são alcançados pelos "slogans" retumbantes, porém vazios das mensagens, sem efeito positivo.
O cinema, a televisão, o periodismo dão destaque desnecessário às tragédias, aumentam a carga das informações que chegam vorazes às mentes fracas, aparvalhando-as sem as confortar, empurrando-as para as fugas espetaculares através de meandros dos tóxicos e de processos outros dissolventes ora em voga. . .
Líderes da comunicação? ases da arte, da cultura, dos esportes não se pejam de revelar que usam estimulantes que os sustentam no ápice da fama, e, quando sucumbem, em estúpidas cenas de auto-destruição consciente ou inconsciente, são transformados em modelos dignos de imitados, lançados como protótipos da nova era, vendendo as imagens que enriquecem os que sobrevivem, de certo modo causadores da sua desgraça...
Não pequeno número, incapaz de prosseguir, apaga as luzes da glória mentirosa nas furnas imundas para onde foge: presídios, manicômios, sarjetas ali expiando, alucinado, a leviandade que o mortificou . . .
As mentes jovens despreparadas para as realidades da guerra que estruge em todo lugar, nos países distantes e nas praias próximas, como nos intrincados domínios do lar onde grassam a violência, o desrespeito, o desamor arrojam-se, voluptuosas, insaciáveis, ao prazer fugidio, à dita de um minuto em detrimento, afirmam, da angustiosa expectativa demorada de uma felicidade que talvez não fruam. . .
Fixando-se nas estruturas mui sutis do perispírito, em processo vigoroso, os estupefacientes desagregam a personalidade, porquanto produzem na memória anterior a liberação do subconsciente que invade a consciência atual com as imagens torpes e deletérias das vidas pregressas, que a misericórdia da reencarnação faz jazer adormecidas... De incursão em incursão no conturbado mundo interior, desorganizam-se os comandos da consciência, arrojando o viciado nos lôbregos alçapões da loucura que os absorve, desarticulando os centros do equilíbrio, da saúde, da vontade, sem possibilidade reversiva, pela dependência que o próprio organismo físico e mental passa a sofrer, irresistivelmente...
Faz-se a apologia de uns alucinógenos em detrimento de outros e explica-se que povos primitivos de ontem e remanescentes de hoje utilizavam-se e usam alguns vegetais portadores de estimulantes para experiências paranormais de incursão no mundo espiritual, olvidando-se que o exercício psíquico pela concentração consciente, meditação profunda e prece conduz a resultados superiores, sem as conseqüências danosas dos recursos alucinatórios.
A quase totalidade que busca desenvolver a percepção extra-sensorial, através da usança do estupefaciente, encontra em si mesmo o substractum do passado espiritual que se transforma em fantasmas, cujas reminiscências assomam e persistem, passada a experiência, impondo-se a pouco a pouco, colimando na desarmonização mental do neófito irresponsável. Vale, ainda, recordar que, adversários desencarnados, que se demoram à espreita das suas vítimas, utilizam-se dos sonhos e viagens para surgirem na mente do viciado, no aspeto perverso em que se encontram, causando pavor e fixando matrizes psíquicas para as futuras obsessões em que se repletarão emocionalmente, famílias da infelicidade em que se transformam.
A educação moral à luz do Evangelho sem disfarces nem distorções; a conscientização espiritual sem alardes; a liberdade e a orientação com bases na responsabilidade; as disciplinas morais desde cedo; a vigilância carinhosa dos pais e mestres cautelosos; a assistência social e médica em contribuição fraternal constituem antídotos eficazes para o aberrante problema dos tóxicos—auto-flagelo que a Humanidade está sofrendo, por haver trocado os valores reais do amor e da verdade pelos comportamentos irrelevantes quão insensatos da frivolidade.
O problema, portanto, é de educação na família cristianizada, na escola enobrecida, na comunidade honrada e não de repressão policial...
Se és jovem, não te iludas, contaminando-te, face ao pressuposto de que a cura se dá facilmente.
Se atravessas a idade adulta, não te concedas sonhos e vivências que pertencem à infância já passada, ansiando por prazeres que terminam ante a fugaz e enganosa durabilidade do corpo.
Se és mestre, orienta com elevação abordando a temática sem preconceito, mas com seriedade.
Se és pai ou mãe não penses que o teu lar estará poupado. Observa o comportamento dos filhos, mantém-te, atento, cuida deles desde antes da ingerência e do comprometimento nos embalos dos estupefacientes e alucinógenos, em cuja oportunidade podes auxiliá-los e preservá-los.
Se, porém, te surpreenderes com o drama que se adentrou no lar, não fujas dele, procurando ignorá-lo em conivência de ingenuidade, nem te rebeles, assumindo atitude hostil. Conversa, esclarece, orienta e assiste os que se hajam tornado vitimas, procurando os recursos competentes da Medicina como da Doutrina Espírita, a fim de conseguires a reeducação e a felicidade daqueles que a Lei Divina te confiou para a tua e a ventura deles.
(Após a Tempestade, psicografia de Divaldo Pereira Franco pelo espírito de Joanna de Ângelis)

O adolescente e o problemas das drogas

O adolescente e o problemas das drogas

Joanna de Ângelis (espírito)
Entre os impedimentos para a auto-identificação, no período da adolescência, destaca-se a rejeição.
Caracterizado pelo abandono a que se sente relegado o jovem no lar, esse estigma o acompanha na escola, no grupo social, em toda parte, tornando-o tão amargurado quão infeliz.
Sentindo-se impossibilitado de auto-realizar-se, o adolescente, que vem de uma infância de desprezo, foge para dentro de si, rebelando-se contra a vida, que é a projeção inconsciente da família desestruturada, contra todos, o que é uma verdadeira desdita. Daí ao desequilíbrio, na desarmonia psicológica em que se encontra, é um passo.
Os exemplos domésticos, decorrentes de pais que se habituaram a usar medicamentos sob qualquer pretexto, especialmente Valium e Librium, como buscas de equilíbrio, de repouso, oferecem aos filhos estímulos negativos de resistência para enfrentar desafios e dificuldades de toda a natureza. Demonstrando incapacidade para suportar esses problemas sem a ajuda de químicos ingeridos os, abrem espaço na mente da prole, para que, ante dificuldades, fuja para os recantos da cultura das drogas que permanece em voga.
Por outro lado, a exuberante propaganda, a respeito dos indivíduos que vivem buscando remédios para quaisquer pequenos achaques, sem o menor esforço para vencê-los através dos recursos mentais e atividades diferenciadas, produz estímulos nas mentes jovens para que façam o mesmo, e se utilizem de outro tipo de drogas, aquelas que se transformaram em epidemia que avassala a sociedade e a ameaça de violência e loucura.
O alcoolismo desenfreado, sob disfarce de bebidas sociais, levando os indivíduos a estados degenerativos, a perturbações de vária ordem, torna-se fator predisponente para as famílias seguirem o mesmo exemplo, particularmente os filhos, sem estrutura de comportamento saudável.
O tabagismo destruidor, inveterado, responde pelas enfermidades graves do aparelho respiratório, criando dependência irrefreável, transformando-se em estímulo nas mentes juvenis para a usança de tais bengalas psicológicas, que são porta de acesso a outras substâncias químicas mais perturbadoras.
A utilização da maconha, sob a justificativa de não ser aditiva, apresentada como de conseqüências suaves e sem perigo de maiores prejuízos, com muita propriedade também denominada erva do diabo, cria, no organismo, estados de dependência, que facultarão a utilização de outras substâncias mais pesadas, que dão acesso à loucura, ao crime, em desesperadas deserções da realidade, na busca de alívio para a pressão angustiante e devoradora da paz.
Todas essas drogas tornam-se convites-soluções para os jovens desequipados de discernimento, que se Ihes entregam inermes, tombando, quase irremissivelmente, nos seus vapores venenosos e destruidores, que só a muito custo conseguem superar, após exaustivos tratamentos e esforço hercúleo.
Os conflitos, de qualquer natureza, constituem os motivos de apresentação falsa para que o indivíduo se atire ao uso e abuso de substâncias perturbadoras, hoje ampliadas com os barbitúricos, a heroína, a cocaína, o crack e outros opiáceos.
E não faltam conflitos na criatura humana, principalmente no jovem que, além dos fatores de perturbação referidos, sofre a pressão dos companheiros e dos traficantes -que se encontram nos seus grupos sociais com o fim de os aliciar; a rebelião contra os pais, como forma de vingança e de liberdade; a fuga das pressões da vida, que lhe parece insuportável; o distúrbio emocional, entre os quais se destacam os de natureza sexual...
A educação no lar e na escola constitui o valioso recurso psicoterapêutico preventivo em relação a todos os tipos de drogas e substâncias aditivas, desvios comportamentais e sociais, bengalas psicológicas e outros derivativos.
A estruturação psicológica do ser é-lhe o recurso de segurança para o enfrentamento de todos os problemas que constituem a existência terrena, realizando-se em plenitude, na busca dos objetivos essenciais da vida e aqueloutros que são conseqüências dos primeiros.
Quando se está desperto para as finalidades existenciais que conduzem à auto-realização, à auto-identificação, todos os problemas são enfrentados com naturalidade e paz, porquanto ninguém amadurece psicologicamente sem as lutas que fortalecem os valores aceitos e propõem novas metas a conquistar.
Os mecanismos de fuga pelas drogas, normalmente produzem esquecimento, fugas temporárias ou sentimento de maior apreciação da simples beleza do mundo, o que é de duração efêmera, deixando pesadas marcas na emoção e na conduta, no psiquismo e no soma, fazendo desmoronar todas as construções da fantasia e do desequilíbrio.
É indispensável oferecer ao jovem valores que resistam aos desafios do cotidiano, preparando-o para os saudáveis relacionamentos sociais, evitando que permaneça em isolamento que o empurrará para as fugas, quase sem volta, do uso das drogas de todo tipo, pois que essas fugas são viagens para lugar nenhum.
Sempre se desperta desse pesadelo com mais cansaço, mais tédio, mais amargura e saudade do que se haja experimentado, buscando-se retomar a qualquer preço, destruindo a vida sob os aspectos mais variados
Por fim, deve-se considerar que a facilidade com que o jovem adquire a droga que lhe aprouver, tal a abundância que se lhe encontra ao alcance, constitui-lhe provocação e estímulo, com o objetivo de fazer a própria avaliação de resultados pela experiência pessoal. Como se, para conhecer-se a gravidade, o perigo de qualquer enfermidade, fosse necessário sofrê-la, buscando-lhe a contaminação e deixando-se infectar.
A curiosidade que elege determinados comportamentos desequilibradores já é sintoma de surgimento da distonia psicológica, que deve ser corrigida no começo, a fim de que se seja poupado de maiores conflitos ou de viagens assinaladas por perturbações de vária ordem.
Em todo esse conflito e fuga pelas drogas, o amor desempenha papel fundamental, seja no lar, na escola, no grupo social, no trabalho, em toda parte, para evitar ou corrigir o seu uso e o comprometimento negativo.
O amor possui o miraculoso condão de dar segurança e resistência a todos os indivíduos, particularmente os jovens, que mais necessitam de atenção, de orientação e de assistência emocional com naturalidade e ternura.
Diante, portanto, do desafio das drogas, a terapia do amor, ao lado das demais especializadas, constitui recurso de urgência, que não deve ser postergado a pretexto algum, sob pena de agravar-se o problema, tornando-se irreversível e de efeitos destruidores.
Extraído de "Adolescência e Vida", do espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo P. Franco, Ed. LEAL, cap. 23, págs. 122 a 126

Ainda a Alcoolomania

Ainda a Alcoolomania
Camilo (espírito)
"Servirá de escusa aos atos
reprováveis o ser devido à embriaguez a
aberração das faculdades intelectuais?"
"Não, porque foi voluntariamente
que o ébrio se privou da sua razão, para
satisfazer a paixões brutais. Em vez de uma
falta, comete duas."
(O Livro dos Espíritos, parte 3ª, cap. X, perg. 848)
Não têm sido poucas as justificativas buscadas por um enorme contingente de indivíduos, para absolverem o vício da ingestão de bebidas em suas práticas usuais. É mais do que compreensível a procedência dessas escusas, tendo-se em conta que todos sabem, à saciedade, dos problemas variados que os alcoólicos são capazes de promover sobre a saúde física e social.
Por mais paradoxal que seja, vemos todos os dias e há muito tempo, pessoas vinculadas às mais variadas crenças provenientes do Movimento Cristão à procura de explicações em apoio do seu vício alcoólico.
Dizem muitos que nada há que os impeça de sorver suas bebidas, uma vez que bebem apenas socialmente. Não podem ser considerados alcoólatras, afirmam...
Vários outros alegam que a sua crença nada lhes proíbe, por isso nada deve relacionar a sua fé aos costumes inocentes, mantidos para a sua alegria e satisfação...
Alguns se baseiam no fato de que tomam suas doses em casa, e, dessa forma, estão justificados, porque não incomodam a ninguém...
Diversos têm responsabilidades declaradas nos campos da orientação cristã, asseveram que não são "ortodoxos" ou que não se podem deixar "fanatizar", esquecidos ou ignorando que ser ortodoxo é exatamente ser fiel à crença professada em todos os seus pontos e que, se é importante não fanatizar-se pela crença, será bem mais importante que não se deixe fanatizar pelo vício.
Muitos são os que, mais atormentados na busca de uma retumbante legitimação para a aloolofilia, chegam a afirmar que "até Jesus bebeu...", uma vez que não logrando alevantar-se até os exemplos nobilíssimos do Divino Modelo e Guia da Humanidade, levianamente tentam baixá-Lo até os caminhos de intemperança e morbidez em que transitam.
Surgem defesas apaixonadas e argumentos esdrúxulos, sofismáticos mesmo. Observamos, porém, que o vício, seja praticado de que maneira for e onde for e por quem for, jamais deixará de ser um vício, necessitando ser expurgado, a fim de que se reerga o indivíduo a ele submetido, para alcançar seus verdadeiros caminhos de renovação e júbilo.
Esteja o álcool utilizado como costume social, doméstico, particular ou isolado, como se deseja situá-lo, sendo algo completamente dispensável para a vida da pessoa, estabelecerá o que se chama de alcoolismo crônico, que é o hábito de consumação de etílicos variados, como aguardentes, cidras vinhos e cervejas, ainda que em doses moderadas, toda vez que os indivíduos não consigam passar sem eles.
Sem dúvida, na esteira de todo e qualquer vício alimentado por qualquer classe de pessoas, estarão sempre atuantes as influenciações obsessivas, detendo os seus usuários em regime de morna posição psíquica, entre a indecisão de mudar ou manter-se como está, e, em razão das fortes relações humanas com o 'homem velho', costumeiramente se decidem por manter o processo, procurando, então, novas escusas, até chegarem ao ponto de afirmarem que "já assumiram o hábito... e pronto..."
Nesses caminhos em que o vício se apresenta como coisa assumida, há os que fazem questão de se mostrarem indiferentes a quaisquer avisos do bom senso, sinalizando com a liberdade própria, enquanto outros fazem questão de debochar dos que pregam virtudes, desafiando-os com a grotesca exibição de suas mazelas, tão logo acabam de ouvir ou de ler qualquer orientação salutar.
Como as Leis de Deus, ínsitas no âmago de cada um, não deixarão de realizar seus labores, todos se enfrentarão, mais hoje, mais amanhã, a fim de revisarem os prejuízos que provocarem sobre a economia psíquica e orgânica, na medida dos próprios conhecimentos e do entendimento que mantinham de tudo, considerando-se as descoordenações motoras, que caracterizam perturbações neurológicas ou os desajustes psíquicos, mostrados na explosão de alegrias, de exuberância ou de prostração ou tristeza, violência e loucura a que a alcoolomania dá lugar.
*
É curioso e estranho mesmo como a opinião pública se aglutina para lutar contra a maconha, o haxixe, a cocaína e outros destruidores da vida equilibrada, por meio de vastas propagandas, de coerção policial, de palestras e demonstrações diversas, por todos os meios de comunicação, recebendo com festas e com as mesmas portas propagandísticas de alcance da massa a difusão alcoólica. Esse veneno físico e moral vem participando das festividades domésticas como das religiões, desde épocas distanciadas no tempo. Essa droga terrível, sob disfarces ou declaradamente, tem contado com os aplausos mais delirantes ou com a aceitação mais explícita das famílias e de muitos homens e mulheres ligados aos movimentos da fé cristã, embora não encontrem qualquer apoio ou incentivo nos textos cristãos, em que se dizem embasar, para a manutenção do "status" do alcoolismo.
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Há que precaver-se aquele que labora na mediunidade sob a orientação do Espiritismo. Cabe ao médium a suave e permanente vigilância para que o vício, disfarçado, justificado, não logre, sorrateiramente, destruir as suas resistências morais e corporais.
Como o Espiritismo é uma doutrina de lógica e de bom senso, sugere aos seus seguidores o ajustamento a esses padrões, começando, em tais casos, a perguntar-se sobre qual a utilidade de tais usos em seus regimes e dietas. Em que lhes serve, verazmente, o uso de alcoólicos? Não encontrando porquê, deverá lutar para abrir mão do que não lhe vale nada, do que não representa nenhum valor para sua vida íntima.
Beber alcoólicos somente para ter ou fazer companhias sociais, ou para que tenham estímulos artificiais para a coragem ou para o que for, poderá significar muito tempo de tormentas e de frustrações, nas indispensáveis reparações do corpo e da mente, em função desses suicídios que se vão cometendo à sombra de mil e uma falácias que inebriam os ouvidos com frases de efeito, bem arrumadas, mas que não conseguem acalmar a consciência, onde pulsam as Sublimes Leis.
Abre mão, assim, lidador da mediunidade, dos requintados ou comuns alcoólicos, seja em que regime for, pois um veneno letal não deixará de sê-lo, quando se apresenta em recipiente de cristal, ou quando ministrado em doses diminutas e espaçadas. Com o tempo alcançará seus efeitos: destruir.
Busca, na compreensão espírita, a resistência, as energias de que careças para dizer "não" aos vícios de quaisquer naturezas e sê feliz, de consciência lúcida e corpo liberado dos tóxicos, pondo tuas mãos sempre operosas nos labores do Bem.
(Texto extraído do Livro: Correnteza de Luz – capítulo 12 – J. Raul Teixeira – pelo espírito Camilo – Ed. Frater)

Orgulho e vaidade

Orgulho e vaidade

Ney Prieto Peres
Procuremos, agora, ilustrar, entre os defeitos que mais comumente manifestam-se em nós, o orgulho e a vaidade. Busquemos tranqüilamente conhecê-los, tão profundamente quanto possível, sem mascarar os seus impulsos dentro de nós mesmos. Entendamos que a tolerância começa de nós para nós mesmos. Assim, o nosso trabalho de prospecção interior é suave, e não podemos nos maldizer ou nos martirizar pelos defeitos que ainda temos. Vamos, então, trazer aos níveis de nossa consciência aquelas manifestações impulsivas que nos dominam de certo modo, e que, progressivamente, desejamos controlar.
Vejamos, então, como identificar em nós o orgulho e a vaidade.

Orgulho

Aquele que fio encontra a felicidade senão na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros é infeliz quando fio os pode satisfazer, enquanto que aquele que fio se interessa pelo supérfluo se sente feliz com aquilo que, para os outros, constituiria infortúnio.
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Quarto. Capítulo 1. Penas e Gozos Terrenos. Parte dos comentários à resposta da pergunta 933.).
O orgulho vos induz a julgardes mais do que sois, a não aceitar uma comparação que vos possa re­baixar, e a vos considerardes, ao contrário, tão acima dós vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. E o que acontece, então? Entregai-vos à cólera.
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo Q Espiritismo. Capítulo IX. Bem-aventurados os Brandos e Pacíficos. A Cólera.).
As principais reações e características do tipo predominantemente orgulhoso são:
  1. Amor-próprio muito acentuado: contraria-se por pequenos motivos;
  2. Reage explosivarnente a quaisquer observações ou críticas de outrem em relação ao seu comportamento;
  3. Necessita ser o centro de atenções e fazer prevalecer sempre as suas próprias idéias;
  4. Não aceita a possibilidade de seus erros, mantendo-se num estado de consciência fechado ao diálogo construtivo;
  5. Menospreza as idéias do próximo;
  6. Ao ser elogiado por quaisquer motivos, enche-se de uma satisfação presunçosa, como que se reafirmando na sua importância pessoal;
  7. Preocupa-se muito com a sua aparência exterior, seus gestos são estudados, dá demasiada importância à sua posição social e ao prestígio pessoal;
  8. Acha que todos os seus circundantes (familiares e amigos) devem girar em torno de si;
  9. Não admite se humilhar diante de ninguém, achando essa ati­tude um traço de fraqueza e falta de personalidade;
  10. Usa da ironia e do deboche para com o próximo nas ocasiões de contendas.
Compreendemos que o orgulhoso vive numa atmosfera ilusória, de destaque social ou intelectual, criando, assim, barreiras muito densas para penetrar na realidade do seu próprio interior. Na maioria dos casos o orgulho é um mecanismo de defesa para encobrir algum aspecto não aceito de ordem familiar, limitações da sua formação escolar-educacional, ou mesmo o resultado do seu próprio posicionamento diante da sociedade da imagem que escolheu para si mesmo, do papel que deseja desempenhar na vida de “status”.
E preferível nos olharmos de frente, corajosamente, e lutar por nos­sa melhora, não naquilo que a sociedade estabeleceu, dentro dos limites transitórios dos bens materiais, mas nas aquisições interiores: os tesouros eternos que “a traça não come nem a ferrugem corrói! “.

Vaidade

“O homem, pois, em grande número de casos,é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.”
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo V. Bem-aventurados os Aflitos. Causas Atuais das Aflições.)
A vaidade é decorrente do orgulho, e dele anda próxima. Destacamos adiante as suas facetas mais comuns:
  1. Apresentação pessoal exuberante (no vestir, nos adornos usados, nos gestos afetados, no falai demasiado);
  2. Evidência de qualidades intelectuais, não poupando referências à própria pessoa, ou a algo que realiza;
  3. Esforço em realçar dotes físicos, culturais ou sociais com notória antipatia provocada aos demais;
  4. Intolerância para com aqueles cuja condição social ou intelectual é mais humilde, não evitando a eles referências desairosas;
  5. Aspiração a cargos ou posições de destaque que acentuem as referências respeitosas ou elogiosas à sua pessoa;
  6. Não reconhecimento de sua própria culpabilidade nas situações de descontentamento diante de infortúnios por que passa;
  7. Obstrução mental na capacidade de se auto-analisar, não aceitando suas possíveis falhas ou erros, culpando vagamente a sorte, a infelicidade imerecida, o azar.
A vaidade, sorrateiramente, está quase sempre presente dentro de nós. Dela os espíritos inferiores se servem para abrir caminhos às perturbações entre os próprios amigos e familiares. É muito sutil a manifestação da vaidade no nosso íntimo e não é pequeno o esforço que devemos desenvolver na vigilância, para não sermos vítimas daquelas influências que encontram apoio nesse nosso defeito. De alguma forma e de variada intensidade, contamos todos com uma parcela de vaidade, que pode estar se manifestando nas nossas motivações de algo a realizar, o que é certa­mente válido, até certo ponto. O perigo, no entanto, reside nos excessos e no desconhecimento das fronteiras entre os impulsos de idealismo, por amor a uma causa nobre, e os ímpetos de destaque pessoal, característicos da vaidade.
A vaidade, nas suas formas de apresentação, quer pela postura física, gestos estudados, retórica no falar, atitudes intempestivas, reações arrogantes, reflete, quase sempre, uma deformação de colocação do indivíduo, face aos valores pessoais que a sociedade estabeleceu. Isto é, a aparência, os gestos, o palavreado, quanto mais artificiais e exuberantes, mais chamam a atenção, e isso agrada o intérprete, satisfaz a sua necessidade pessoal de ser observado, comentado, “badalado”. No íntimo, o protagonista reflete, naquela aparência toda, grande insegurança e acentuada carência de afeto que nele residem, oriundas de muitos fatores desencadeados na infância e na adolescência. Fixações de imagens que, quando criança, identificou em algumas pessoas aparentemente felizes, bem sucedidas, comentadas, admiradas, cujos gestos e maneiras de apresentação foram tomados como modelo a seguir.
O vaidoso o é, muitas vezes, sem perceber, e vive desempenhando um personagem que escolheu. No seu íntimo é sempre bem diferente daquele que aparenta, e, de alguma forma, essa dualidade lhe causa conflitos, pois sofre com tudo isso, sente necessidade de encontrar-se a si mesmo, embora às vezes sem saber como.
O mais prejudicial nisso tudo é que as fixações mentais nos personagens selecionados podem estabelecer e conduzir a enormes bloqueios do sentimento, levando as criaturas a assumirem um caráter endurecido, insensível, de atitudes frias e grosseiras. O Aprendiz do Evangelho terá aí um extraordinário campo de reflexão, de análise tranqüila, para aprofundar-se até as raízes que geraram aquelas deformações, ao mesmo tempo que precisa identificar suas características autênticas, o seu verdadeiro modo de ser, para então despir a roupagem teatral que utilizava e colocar­se amadurecidamente, assumindo todo o seu íntimo, com disposição de melhorar sempre.
Manual Prático do Espírita – Ney Prieto Peres