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domingo, 2 de maio de 2021

LUTERO E KARDEC : UMA VISITA ÀS REGIÕES INFERIORES “Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?

fragmentos:

Conta-se que Allan Kardec, quando reunia os textos de que nasceria “O Livro dos Espíritos”, recolheu-se ao leito, certa noite, impressionado com um sonho de Lutero[...]o codificador da Doutrina Espírita, durante o repouso, viu-se também fora do corpo, em singular desdobramento…identificou um enviado de Planos Sublimes que o transportou, de chofre, a nevoenta região[...]rogou Kardec, emocionado —, que sofredores são estes, cujos gemidos e imprecações me cortam a alma? [...]Temos junto de nós os que estavam no mundo plenamente educados quanto aos imperativos do Bem e da Verdade, e que fugiram deliberadamente da Verdade e do Bem, especialmente os cristãos infiéis de todas as épocas, perfeitos conhecedores da lição e do exemplo do Cristo e que se entregaram ao mal, por livre vontade…



Consciência Espírita

Diz você que não compreende o motivo de tanta autocensura nas comunicações dos espíritas desencarnados. Fulano, que deixou a melhor ficha de serviço, volta a escrever, declarando que não agiu entre os homens como deveria; sicrano, conhecido por elevado padrão de virtudes, regressa, por vários médiuns, a lastimar o tempo perdido… E você acentua, depois de interessantes apontamentos: “Tem-se a impressão de que os nossos confrades tornam, do Além, atormentados por terríveis complexos de culpa. Como explicar o fenômeno?”

 

Creia, meu caro, que nutro pessoalmente pelos espíritas a mais enternecida admiração. Infatigáveis construtores do progresso, obreiros do Cristianismo Redivivo. Tanta liberdade, porém, receberam para a interpretação dos ensinamentos de Jesus que, sinceramente, não conheço neste mundo pessoas de fé mais favorecidas de raciocínio, ante os problemas da vida e do Universo. Carregando largos cabedais de conhecimento, é justo guardem eles a preocupação de realizar muito e sempre mais, a favor de tantos irmãos da Terra, detidos por ilusões e inibições no capítulo da crença.

 

Conta-se que Allan Kardec, quando reunia os textos de que nasceria “O Livro dos Espíritos”, recolheu-se ao leito, certa noite, impressionado com um sonho de Lutero, de que tomara notícias. O grande reformador, em seu tempo, acalentava a convicção de haver estado no paraíso, colhendo informes em torno da felicidade celestial.

 

Comovido, o codificador da Doutrina Espírita, durante o repouso, viu-se também fora do corpo, em singular desdobramento… Junto dele, identificou um enviado de Planos Sublimes que o transportou, de chofre, a nevoenta região, onde gemiam milhares de entidades em sofrimento estarrecedor. Soluços de aflição casavam-se a gritos de cólera, blasfêmias seguiam-se a gargalhadas de loucura.

 

Atônito, Kardec lembrou os tiranos da História e inquiriu, espantado:
Jazem aqui os crucificadores de Jesus?
— Nenhum deles — informou o guia solícito. Conquanto responsáveis, desconheciam, na essência, o mal que praticavam. O próprio Mestre auxiliou-os a se desembaraçarem do remorso, conseguindo-lhes abençoadas reencarnações, em que se resgataram perante a Lei.

 

— E os imperadores romanos? Decerto, padecerão nestes sítios aqueles mesmos suplícios que impuseram à Humanidade…
— Nada disso. Homens da categoria de Tibério ou Calígula não possuíam a mínima noção de espiritualidade. Alguns deles, depois de estágios regenerativos na Terra, já se elevaram a Esferas superiores, enquanto que outros se demoram, até hoje, internados no campo físico, à beira da remissão.

 

Acaso, andarão presos nestes vales sombrios tornou o visitante — os algozes dos cristãos, nos séculos primitivos do Evangelho?

 

— De nenhum modo — replicou o lúcido acompanhante —, os carrascos dos seguidores de Jesus, nos dias apostólicos, eram homens e mulheres quase selvagens, apesar das tintas de civilização que ostentavam…Todos foram encaminhados à reencarnação, para adquirirem instrução e entendimento.

 

O codificador do Espiritismo pensou nos conquistadores da Antiguidade, Átila, Aníbal, Alarico I,  Gengiscão… 

 

Antes, todavia, que enunciasse nova pergunta, o mensageiro acrescentou, respondendo-lhe à consulta mental:
— Não vagueiam, por aqui, os guerreiros que recordas… Eles nada sabiam das realidades do espírito e, por isso, recolheram piedoso amparo, dirigidos para o renascimento carnal, entrando em lides expiatórias, conforme os débitos contraídos…

 

— Então, dize-me — rogou Kardec, emocionado —, que sofredores são estes, cujos gemidos e imprecações me cortam a alma?

 

E o orientador esclareceu, imperturbável:
— Temos junto de nós os que estavam no mundo plenamente educados quanto aos imperativos do Bem e da Verdade, e que fugiram deliberadamente da Verdade e do Bem, especialmente os cristãos infiéis de todas as épocas, perfeitos conhecedores da lição e do exemplo do Cristo e que se entregaram ao mal, por livre vontade… Para eles, um novo berço na Terra é sempre mais difícil…

 

Chocado com a inesperada observação, Kardec regressou ao corpo e, de imediato, levantou-se e escreveu a pergunta que apresentaria, na noite próxima, ao exame dos mentores da obra em andamento e que figura como sendo a questão número 642, de “O Livro dos Espíritos”: ( “Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?”, indagação esta a que os instrutores retorquiram: “Não; cumpre-lhe fazer o bem, no limite de suas forças, porquanto responderá por todo o mal que haja resultado de não haver praticado o bem.”

 

Segundo é fácil de perceber, meu amigo, com princípios tão claros e tão lógicos, é natural que a consciência espírita, situada em confronto com as ideias dominantes nas religiões da maioria, seja muito diferente.

.Irmão X
fonte:

LIVRO : CARTAS E CRÔNICAS - CAP. 7 : CONSCIÊNCIA ESPÍRITA
PSICOGRAFADO POR FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER 
PELO ESPÍRITO: IRMÃO X 


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sonho de Lutero

Conta-se que certa vez Martinho Lutero sonhara. Achava-se nos umbrais* dos tabernáculos eternos. Interrogou então, sofregamente, o anjo ali de guarda:


- Estão aí os protestantes?


- Não, aqui não se encontra um protestante, sequer.


- Que me dizes?! Os protestantes não alcançaram a salvação mediante o sangue de Cristo?!


- Já lhe disse e repito: não há aqui protestantes.


- Então - tornou, espantado, o sistematizador da Reforma - será que aqui estejam os católicos-romanos, os membros daquela Igreja que abjurei?


- Tampouco conhecemos aqui os filhos dessa Igreja; não existem aqui romanos.


- Estarão, quem sabe, os partidários de Maomé ou de Buda?


- Não estão, nem uns nem outros.


Intrigado, insistiu Lutero:


- Dar-se-á, acaso, que o Céu se encontre desabitado?!


- Tal não acontece - tornou serenamente o anjo - Incontáveis são os habitantes da casa do Pai, ocupando todas as suas múltiplas moradas.


- Dize-me, então, depressa: quem são os que se salvam, e a que igreja pertencem na Terra?


- A todas e a nenhuma - aclarou por fim o guardião da entrada das Celestes Moradas. - Aqui não se cogita de denominações, nem de dogmas. Os que se salvam são os que visitam as viúvas e os órfãos em suas aflições, guardando-se isentos da corrupção do século. Os que se salvam são os que procuram aperfeiçoar-se, corrigindo-se dos seus defeitos, renascendo todos os dias para uma vida melhor. Os que se redimem são os que amam o próximo e renunciam ao mundo, com suas fascinações. São os que porfiam, transitando pelo caminho estreito, juncado de espinhos: o caminho do dever. Os que se purificam são os que obedecem à voz da consciência, e não aos reclamos do interesse. Os que conquistam a Divina Graça são os que trabalham pela causa da Justiça e da Verdade, que é a Causa Universal e não pelo engrandecimento de causas regionais, de determinadas agremiações com títulos e rótulos religiosos; os que aspiram à glória de Deus, ao bem comum, a felicidade coletiva. Os que se salvam...


- Basta! - atalhou Lutero. Já compreendo tudo: preciso voltar à Terra e introduzir certa reforma na Reforma!...



* Umbral – Do latim UMBRA = Sombra. No Espiritismo é a zona obscura localizada em torno do Planeta. Neste caso, foi usado para designar às portas do Céu, pois no espanhol umbral é igual a “soleira da porta”.



Fonte: “Nas Pegadas do Mestre” – Vinícius Pedro de Camargo – Edição FEB