SOFRIMENTO
– COMPILAÇÃO
01-
A reencarnação na Bíblia - Herminio C. Miranda - pág.
44
O
REAJUSTE
Se o erro não for resgatado em uma existência, é claro que
o será em outra, não no inferno por uma condenação
eterna, igualmente inadmissível da parte de Deus, nem na penitenciária
provisória do purgatório, mas numa oportunidade subsequente, aqui
mesmo, onde e quando for possível reunir as condições exigidas
para o exercício do ajuste perante a lei desrespeitada.
Cada um responde inapelavelmente, pois, pelos seus erros, cuja responsabilidade
é intransferível. Seria muito cômodo, mas desastroso para
o equilíbrio ético do universo, que cada um pudesse cometer à
vontade seus crimes e deixá-los para serem resgatados, na dor, pelos
seus descendentes.
Pode-se argumentar aqui: "sim, mas para estes há o inferno, onde
o sofrimento é eterno". Novamente errado. Em primeiro lugar, porque
isto se choca frontalmente com a doutrina do amor e do perdão que Jesus
ensinou repetidamente. Se ao homem ele recomendou que perdoasse setenta vezes
sete, como admitir que Deus não perdoe uma só vez, por mais grave
que seja a ofensa ? Por outro lado, o perdão divino não nos põe
a salvo da responsabilidade pelo crime cometido.
O
perdão é realmente divino, como diz o provérbio, mas a
lei exige de cada um o resgate, o reparo, e a consciência nos impele à
aceitação, ainda que relutante, dos sofrimentos decorrentes e
que, muitas vezes, ficaram como opção final e única aberta
à nossa libertação e pacificação. A bondade
de Deus está não apenas em conceder invariavelmente o perdão,
mas também em proporcionar as oportunidades de ajuste.
Resta,
ainda, outro aspecto importante e nem sempre lembrado: por que cobrar com a
"punição eterna" o pecado que, afinal de contas, seria
resgatado por netos e bisnetos? E mais ainda: se o criminoso tem o seu crime
cobrado aos seus descendentes, infere-se que está redimido e, portanto,
poderia ser encaminhado ao céu . ..Veja, pois, o leitor a que escalada
de incongruências nos leva uma premissa falsa, uma única, ou seja,
a de que nossos descendentes podem pagar pelos nossos erros.
NASCER DE NOVO
Resta, portanto, a alternativa válida de que quando o ajuste não
pode ser realizado numa vida, ele se transfere para nova existência na
carne daquele mesmo ser espiritual que errou e não de outro. É
este, pois, o sentido da afirmativa de que a "iniquidade dos pais"
é cobrada pela lei divina "na terceira ou na quarta geração".
Ou seja, aquele que cometeu o erro irá nascer de novo — em outro
corpo físico, em outra época, com outro nome, em outra existência,
portanto — a fim de resgatar as suas culpas.
Só
raramente tal renascimento ou reencarnacão ocorre logo na segunda geração.
Seria necessário, para isto, que o indivíduo morresse ainda relativamente
jovem e se reencarnasse imediamente, ainda como filho ou filha do cônjuge
sobrevivente. Exemplifiquemos para maior clareza. João e Maria são
casados. Suponhamos que João morra ainda jovem em consequência
de um acidente. Maria, viúva, casa-se pouco depois com Pedro e começa
a ter filhos com o novo esposo. Entre esses poderá renascer o "falecido"
João, agora como filho daquela que foi sua própria esposa, ou
seja, na segunda geração, segundo a linguagem bíblica.
O
mais comum, porém, é que tais renascimentos ocorram, como diz
o Decálogo, na terceira ou na quarta geração ou, mesmo,
muito mais tarde e não necessariamente no mesmo grupo familiar. Depreende-se,
pois, que quem escreveu o texto do Primeiro Mandamento tinha plena consciência
do mecanismo das vidas sucessivas, ou seja, sabia que o Espírito costuma
renascer três ou quatro gerações adiante, a fim de resgatar
seus erros ou dar prosseguimento às suas tarefas.
A
severa linguagem da época atribuía ao próprio Deus um propósito
punitivo, o que é falso, mas ensinava também que a oportunidade
do reajuste ocorreria nas gerações ou renascimentos seguintes,
quando aqueles mesmos espíritos voltariam animando a personalidade de
netos e bisnetos. Não há dúvida, pois, de que o Decálogo
consagra logo no seu Primeiro Mandamento estes três princípios
fundamentais: a responsabilidades pessoal de cada um, o resgaste pela expiação
e a reencarnação.
06
- Coragem - Espíritos Diversos - pág. 18
3.
CULTIVANDO PACIÊNCIA
Cultivando paciência: Se você foi vítima de preterição
em serviço, reconhecerá que isso aconteceu, em favor da sua elevação
de nível; se perdeu o emprego, ante a perseguição de alguém
que lhe cobiçou o lugar, creia que alcançará outro muito
melhor; se um companheiro lhe atravessou o caminho atrapalhando-lhe um negócio,
transações mais lucrativas apareceráo, amanhã em
seu benefício.
Se
determinada criatura lhe tomou a residência, manejando processos inconfessáveis,
em futuro próximo, terá você moradia muito mais confortável;
se um amigo lhe prejudica os interesses, subtraindo-lhe oportunidade de progresso
e ajustamento econômico, guarde a certeza de que outras portas se lhe
descerrarão mais amplas aos anseios de paz e prosperidade.
Se
pessoas queridas lhe menosprezam a confiança, outras afeições
muito mais sólidas e mais estimáveis surgirão a caminho,
garantindo-lhe a segurança e a felicidade.
Mas
nunca pretiras, não persigas, não atrapalhes, não desconsideres,
não menosprezes e nem prejudiques a ninguém, porque sofrer é
muito diferente de fazer e a dívida é sempre uma carga dolorosa
para quem a contrai.
Albino Teixeira
07
- Emmanuel - Emmanuel - pág. 39
A
NECESSIDADE DA EXPERIÊNCIA :
Em vossos dias, a luta a cada momento recrudesce sobre a face do mundo; inúmeras
causas a determinam e Deus permite que ela seja intensificada, em benefício
de todos os seus filhos. Todas as classes são obrigadas a grandes trabalhos,
mormente aos trabalhos intelectuais, porquanto procuram, com afinco, a solução
da crise generalizada em todos os países.
Ponderando a grande soma dos males atuais, buscam elas remédios para
as suas preocupações, espantadas com a situação
econômica dos povos, cuja precariedade recai sobre a vida das individualidades,
multiplicando as suas angústias na luta pelo pão cotidiano.
O quadro material que existe na Terra não foi formado pela vontade do
Altíssimo; ele é o reflexo da mente humana, desvairada pela ambição
e pelo egoísmo. O Céu admite apenas que o mundo sofra as consequências
de tão perniciosos elementos, porque a experiência é necessária
como chave bendita que descerra as portas da compreensão. Cada um, pois,
medite no quinhão de responsa-bilidades que lhe toca e não evite
o trabalho que eleva para as Alturas.
O MOMENTO DAS GRANDES LUTAS
Há quem despreze a luta, mergulhando em nociva impassibilidade, ante
os combates que se travam no seio de todas as coletividades humanas; a indiferença
anula na alma as suas possibilidades de progresso e oblitera os seus germens
de perfeição, constituindo um dos piores estados psíquicos,
porque, roubando à individualidade o entusiasmo do ideal pela vida, a
obriga ao estacionamento e à esterilidade, prejudiciais em todos os aspectos
à sua carreira evolutiva.
Semelhante situação não se pode, todavia, eternizar, pois
para todos os espíritos, talhados todos para o supremo aperfeiçoamento,
raia, cedo ou tarde, o instante da compreensão que os impele a contemplar
os altos cimos... A alma estacionária, até então refratária
às pugnas do progresso, sente em si a necessidade de experiências
que lhe facultarão o meio de alcançar as culminâncias vislumbradas.
.. Atira-se aí à luta com devoção e coragem. Vezes
inúmeras fracassa em seus bons propósitos, porém, é
nesse turbilhão de incessantes combates que ela evoluciona para a perfeição
infinita, desenvolvendo as suas possibilidades, aprimorando os seus poderes,
enobrecendo-se, enfim.
OS PLANOS DO UNIVERSO SÃO INFINITOS
Para os desencarnados da minha esfera, o primeiro dia do Espírito é
tão obscuro como o primeiro dia do homem o é para a Humanidade.
Somente sabemos que todos nós, indistintamente, possuímos germens
de santidade e de virtude, que podemos desenvolver ao infinito.
Podendo conhecer a causa de alguns dos fenômenos do vosso mundo de formas,
não conhecemos o mundo causal dos efeitos que nos cercam, os quais constituem
para vós outros, encarnados, matéria imponderável em sua
substância.
Se para o vosso olhar existem seres invisíveis, também para o
nosso eles existem, em modalidade de vida que ainda estudamos nos seus primórdios,
porquanto os planos da evolução se caracterizam pela sua multiplicidade
dentro do Infinito.
Aqui reconhecemos quão sublime é a lei de liberdade das consciências
e dessa emancipação provém a necessidade da luta e do aprendizado.
O PROGRESSO ISOLADO DOS SERES
A Ciência, a Arte, a Cultura, a Virtude, a Inteligência não
constituem patrimônios eventuais do homem, conforme podeis observar; semelhantes
atributos só se revelam, na Terra, nos organismos dos gênios, os
quais representam a súmula de extraordinários esforços
individuais, em existências numerosas de sacrifício, abnegação
e trabalho constantes.
Todos
os seres, portanto, laboram insuladamente, na aquisição dessas
prerrogativas, de acordo com as suas vocações naturais, dentro
das lutas planetárias. Paulatinamente, vencem imperfeições,
aparam arestas, aniquilam defeitos em suas almas, norteando-as para o progresso,
último objetivo de todas as nossas cogitações comuns.
O FUTURO É A PERFEIÇÃO
Integrada no conhecimento de suas próprias necessidades de aprimoramento,
a alma jamais abandona a luta. Volta às existências preparatórias
do seu futuro glorioso. Reúne-se aos seres que lhe são afins,
desenvolvendo a sua atividade perseverante e incansável nos carreiros
da evolução.
Em existências obscuras, ao sopro das adversidades, amontoa os seus tesouros
imortais, simbolizados nas lições que aprende, devotadamente,
nos sofrimentos que lhe apuram a sensibilidade. Cada etapa alcançada
é um ciclo de dores vencidas e de perfeições conquistadas.
O QUE SIGNIFICAM AS REENCARNAÇÕES
Cada encarnação é como se fora um atalho nas estradas da
ascensão. Por esse motivo, o ser humano deve amar a sua existência
de lutas e de amarguras temporárias, porquanto ela significa uma bênção
divina, quase um perdão de Deus.
A golpes de vontade persistente e firme, o Espírito alcança elevados
pontos na sua escalada, nos quais não mais estacionará no caminho
escabroso, mas sentirá cada vez mais a necessidade de evolução
e de experiência, que o ajudarão a realizar em si as perfeições
divinas.
11 - Justiça Divina - Emmanuel - pág. 115
Por
nós mesmos - Reunião pública de 11-8-61 19 Parte, cap.
VII, § 18
Quando a morte do corpo terrestre nos conduz à sociedade dos Espíritos,
muitas vezes somos cercados pelo amor puro, a mergulhar-nos em divino clarão.
Antigos afetos, que o tempo não nos riscou da memória, ressurgem,
de improviso, envolvendo-nos na melodia da ventura ideal; amigos, a quem supúnhamos
haver servido com algum pequenino gesto beneficente, repontam do dia novo, descerrando-nos
os braços; sorrisos espontâneos, por flores de carinho, desabrocham
em semblantes nimbados de esplendor.
Quase sempre, contudo, ai de nós!... Reconhece-mo-nos no festival da
alegria perfeita, à feição de lodo movente, injuriando
o carro solar. Quanto mais a bondade fulgura em torno, mais nos oprime o peso
da frustração.
Temos o peito, qual violino de barro, que não consegue responder ao arco
de estrelas que nos tange as cordas desafinadas, e, do coração,
semelhante a címbalo morto, apenas arrancamos lágrimas de profundo
arrependimento para chorar.
Lamentamos então as lutas recusadas e as oportunidades perdidas! Deploramos
a passada rebeldia, ante os apelos do bem que nos teriam conquistado merecimento,
e a fuga deliberada aos testemunhos de humildade que nos haveriam propiciado
renovação.
Sentimo-nos amparados por indizíveis exaltações dei claridade
e ternura; no entanto, por dentro, carregam os ainda remorso e necessidade.
É assim que nos excluímos, por nós mesmos, da assembléia
gloriosa, suplicando o retorno às arenas do mundo, até que a reencarnação
nos purifique, nas aquisições de experiência e valor.
Alma que choras na teia física, louva o tronco de sofrimento a que te
encontras temporariamente agrilhoada na Terra!
Abençoa os espinhos que te laceram. Abençoa o pranto que te lava
os escaninhos do ser.
Executa com paciência o trabalho que a vida te pede, porque, um dia, os
companheiros amados que te precederam na vanguarda de luz estarão contigo,
em preces de triunfo, a desatarem-te as últimas algemas, de modo a que
lhes partilhes os cânticos de vitória, na grande libertação.
12
- Lampadário Espírita - Joanna de Ângelis - pág.
143, 199
34.
BEM E MAL SOFRER
Afasta a nuvem cinzenta do pessimismo e da queixa, enquanto
a dor se demora contigo, concedendo ao sol da esperança a oportunidade
de fulgir ante os teus olhos acostumados às sombras das recriminações.
Enquanto não te disponhas ao combate contra a autopiedade e a autoflagelação
por morbidez, ninguém poderá fazer nada por ti.
Observa
o vôo ligeiro da ave colorida, o desabrochar de uma flor, a vitória
da germinação de uma semente, o canto de delicado filete dágua
na frincha da rocha, o triunfo da árvore, o milagre do pão, o
deslumbramento do nascente, o ritmo da vida nos insetos, nos animais, em toda
parte, e encontrarás as mãos divinas agindo, produzindo, zelando
. . .
A inteligência e o «dom» do raciocínio não te
foram concedidos através das múltiplas etapas da evolução
para que somente reclames, amaldiçoes, azorragues . . . Não lances
invectivas contra isto ou aquilo, antes faze algo para corrigir seja o que for
que não esteja certo. Se o dever que reclamas nos outros se corporificasse
em teus atos, outros possivelmente aprenderiam contigo otimismo e ação,
produzindo para melhorar todas as coisas que podem e devem ser melhoradas.
Quando te entregas ao desânimo e o espalhas, conspiras contra a ordem
natural, o equilíbrio e o progresso da vida. E' pernicioso mal sofrer,
malbaratando a oportunidade de aproveitar bem a lição do sofrimento.
Procuras sofismar quanto ao bem e ao mal, tentando fugir à responsabilidade.
O bem é tudo quanto estimula a vida, produz para a vida, respeita e dignifica
a vida. O mal é toda ação mental, física ou moral
que atinge a vida perturbando-a, ferindo-a, matando-a. Se cultivas os cogumelos
do pessimismo, respiras, evidentemente, em clima de sombras morais e umidade
psíquica asfixiante.
Inadvertidamente enfermas e por irresponsabilidade laboras e colaboras no mal.
Tens nos olhos duas estrelas engastadas no céu da face. Põe-nos
a derramar a claridade da visão feliz pela senda por onde segues, apesar
de estares sofrendo. Utiliza as mãos no algo produzir, embora sob acúleos
de dores .
Ouve em derredor! Há mutilados esperando tuas mãos e teus pés,
cegos do corpo e cegos da razão, necessitados dos teus olhos e da claridade
do teu discernimento, mais sofredores do que tu próprio. Acalma o vozerio
agitado da tua mente alvoroçada pela revolta, ou desperta-a, adormentada
que se encontre nos tecidos da comodidade, da preguiça ou do cansaço
de sofrer, e escutarás, sim, mil vozes, algumas tão debilitadas
pela fraqueza que será mister um grande esforço para identificá-las,
chorando e rogando socorro baixinho às fortunas que possuis no corpo
e no espírito e teimas por desperdiçar, ignorando-as.
Não te revoltes no crisol das dores, mesmo que sejam dores reais. A dor
chega para que o espírito triunfe sobre ela, ao invés de ser por
ela esmagado. Mas se tuas legítimas aflições forem muito
grandes e esmagadoras, evoca Jesus, quando na via dolorosa, esmagado sob a cruz,
e no entanto aconselhando e advertindo as «mulheres piedosas de Jerusalém»,
ou cravejado, logo depois, no madeiro de infâmia, convocando dois estranhos
e desafortunados salteadores, neles semeando as esperanças do Reino de
Deus, instantes antes do «momento extremo», e refaze as tuas forças,
reconsidera a situação, recompõe os «joelhos desconjuntados»
e avança, confiante, cantando a certeza de que, após a partida
libertadora, uma madrugada sublime te alcançará, fazendo-te ditoso
por fim, vitorioso com o bem.
49 - Sofrendo, mas confiante -
Respondendo à indagação do Codificador do Espiritismo sobre
«onde está escrita a lei de Deus», os Embaixadores dos Céus
foram taxativos: — «Na consciência.» Considerando a
legitimidade de tão incisiva quanto concisa resposta, tranquiliza-te
de referência às aflições que te dilaceram a esperança
e ralam os teus sentimentos.
Insiste trabalhando no bem, mesmo que observes o tumulto da turbamulta em maldição
contra todos e tudo, qual se se encontrasse imantada por forças poderosas
do aniquilamento. Encontram-se, sim, manipulados esses espíritos desenfreados
por outros espíritos do mesmo jaez que se desnudaram da carne e com os
quais mantêm comércio de íntima identificação
psíquica, comprazendo-se, enlouquecidos.
Despertarão depois do chamado de Deus, através da própria
consciência. Talvez
não os vejas modificados, nem os observes melhorados, mas isto pouco
importa. Basta que despertem; e tal despertamento será inevitável.
Rememorando tuas lutas, desfilam pela mente em agonia, ardendo em febre de sofrimento
íntimo, os ingratos, os traidores, os caluniadores, os perversos, os
perseguidores que agora, de longe, esqueceram do quanto lhes deste, do carinho
com que os honraste sem que o merecessem e experimentas uma angústia
tão grande que te faz temer pelo próprio equilíbrio, pela
razão. Aguarda um pouco mais.
A nuvem plúmbea que obscurece o sol do teu discernimento, enquanto sofres,
passará. Suporta um pouco mais. Não planeies para o futuro, nem
penses como viverás os dias que virão, a sós, em abandono,
sorvendo fel sob chuva de sarcasmo e zombaria dos que ficaram ao teu lado, embora
longe de ti.
Vive o agora, atravessa o hoje fazendo o melhor cada dia. A eternidade é
a vitória do tempo sobre o próprio tempo... O universo resulta
do «milagre» do substrato do átomo... O espaço é
cabedal da molécula...Toda a vida física na Terra teve início
no gelatinoso protoplasma ...
No entanto, graças ao segundo-a-segundo, manifestam a glória da
Criação. O ingrato é um doente que enlouqueceu ao fugir
do teu aconchego. O traidor que procura esquecer, está enganado, enganando-se
cada vez mais. O caluniador queixa-se, queimando-se no ácido da infâmia
que espalha.
O perverso jornadeia em soledade incomparável sob tormentos atrozes.
O perseguidor está fugindo de si próprio, enquanto se esconde
avinagrando o próximo. Infelizes, estão procurando esquecer. Mas
lembrarão; a memória os trairá quando a consciência
fizer que releiam as leis de Deus nela insculpidas de maneira inamovível.
Apiada-te, desde agora, pois que perlustras a senda espinhosa que conduz à
plena paz; e eles?... Como puderam aqueles ingratos, traidores, caluniadores,
perversos e perseguidores anular na mente o que viram, o que receberam, o que
tiveram, o que experimentaram ao convívio com o Mestre Divino nos cenários
incomparáveis da Galiléia romântica e nobre ou na áspera
Judeia fria e severa ?!... No entanto, não foram os estranhos, os que
apenas foram informados sobre o Rabi, que traçaram as linhas do martírio
do Justo...
Os falsos representantes do povo que armaram as ciladas e engendraram a crucificação
conheciam-no, sabiam a verdade. Todavia... Jesus, porém, sabia com mais
segurança que neles estavam escritas as leis do Pai e que, cada um, a
seu turno, retornaria à senda para recuperar o tempo perdido, libertando-se
da crueldade que os malsinava. Conforta-te,
ante a lembrança e evocação d'Ele e esquece-os. Romperam
os laços contigo e, mesmo sofrendo, estás livre deles, os trânsfugas,
para rumares na direção da Grande Luz.
16
- O Livro dos Espiritos - Allan Kardec - questões. 133a, 255, 727, 933
,970
Perg.
133 - Os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho
do bem, têm necessidade da encarnação?
- Todos são criados simples e ignorantes e se instruem por meio das lutas
e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não
podia fazer felizes a alguns, sem penas e sem trabalhos, e por conseguinte sem
mérito.
Perg.
133a - Mas, então, de que serve aos Espíritos seguirem o caminho
do bem, se isso não os isenta das penas da vida corporal?
- Chegam mais depressa ao alvo. Além disso, as penas da vida são
frequentemente a consequência da imperfeição do Espírito.
Quanto menos imperfeito ele for, menos tormentos sofrerá. Aquele que
não for invejoso, nem ciumento, nem avarento ou ambicioso, não
passará pelos tormentos que se originam desses defeitos.
Perg. 255 - Quando um Espírito diz que sofre, de que natureza é
o seu sofrimento?
- Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente que os sofrimentos
físicos.
Perg.
727 - Se não devemos criar para nós sofrimentos voluntários
que não são de nenhuma utilidade para os outros, devemos no entanto
preservar-nos dos que prevemos ou dos que nos ameaçam?
- O instinto de conservação foi dado a todos os seres contra os
perigos e os sofrimentos. Fustigai o vosso Espírito e não o vosso
corpo, mortificai vosso orgulho, sufocai o vosso egoísmo, que se assemelha
a uma serpente a vos devorar o coração, e fareis mais pelo vosso
adiantamento do que por meio de rigores que não mais pertencem a este
século.
Perg.
933 - Se é homem, em geral, o artífice e dos seus sofrimentos
materiais, sê-lo-á também dos sofrimentos morais?
- Mais ainda, pois os sofrimentos materiais são às vezes independentes
da vontade, enquanto o orgulho ferido, a ambição frustrada, a
ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, enfim,
constituem torturas da alma. Inveja e ciúme! Felizes os que não
conhecem esses dois vermes vorazes. Com a inveja e o ciúme não
há calma, não há repouso possível. Para aquele que
sofre desses males, os objetos da sua cobiça, do seu ódio e do
seu despeito se erguem diante dele como fantasmas que não o deixam em
paz e o perseguem até no sono. O invejoso e o ciumento vivem num estado
de febre contínua. É essa uma situação desejável?
Não compreendeis que, com essas paixões, o homem cria para si
mesmo suplícios voluntários e que a Terra se transforma para ele
num verdadeiro inferno?
Perg.
970 - Em que consistem os sofrimentos dos Espíritos inferiores?
- São tão variados quanto as causas que os produzem, e proporcionais
ao grau de inferioridade, com os gozos são proporcionais ao grau de superioridade.
Podemos resumí-los assim: cobiçar tudo o que lhes falta para serem
felizes: mas não poder obtê-lo; ver a felicidade e não poder
atingí-la, ciúme, raiva, desespero, decorrentes de tudo o que
os impede de ser felizes; remorsos e uma ansiedade moral indefinível.
Desejam todos os gozos e não podem satisfazê-los. É isso
o que os tortura.
23
- Vinhas de luz - Emmanuel - pág. 173
80.
COMO SOFRES?
"Mas, se padece como cristão, não se
envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte." — Pedro. (I PEDRO,
4:16.)
Não basta sofrer simplesmente para ascender à glória espiritual.
Indispensável é saber sofrer, extraindo as bênçãos
de luz que a dor oferece ao coração sequioso de paz.
Muita gente padece, mas quantas criaturas se complicam, angustiadamente, por
não saberem aproveitar as provas retificadoras e santificantes?
Vemos
os que recebem a calúnia, transmitindo-a aos vizinhos; os que são
atormentados por acusações, saltam; e os que pretendem eliminar
enfermidades reparadoras, com as desesperação. Quantos corações
se transformam em poços envenenados de ódio e amargura, porque
pequenos sofrimentos lhes invadiram o círculo pessoal? Não são
poucos os que batem à porta da desilusão, da descrença,
da desconfiança ou da revolta injustificáveis, em razão
de alguns caprichos desatentidos.
Seria
útil sofrer com a volúpia de estender o sofrimento aos outros?
não será agravar a dívida o ato de agressão ao credor,
somente porque resolveu ele chamar-nos a contas?
Raros
homens aprendem a encontrar o proveito das tribulações. A maioria
menespreza a oportunidade de edificação e, sobretudo, agrava os
próprios débitos, confundindo o próximo e precipitando
companheiros em zonas perturbadas do caminho evolutivo.
Todas
as criaturas sofrem no cadinho das experiências necessárias, mas
bem poucos espíritos sabem padecer como cristãos, glorificando
a Deus.
25
- NASCER E RENASCER - EMMANUEL - PÁG. 63
ACEITEMOS
A DOR: Aceitemos realmente a dor na condição
de apoio celeste com que a Divina Providência nos enriquece o caminho.
Toda a natureza para ajudar a experiência do homem, alimentando-o e amparando-o,
padece constantes dilacerações. Para transformar-se em sementeira
proveitosa, morre o grão esquecido no solo.
Para
converter-se a espiga em farinha, humilha-se, asfixiada, sob a mó que
a tritura. Para dar-se em pão abençoado à mesa, submete-se
a farinha à elevada tensão do forno. Para servir no levantamento
do edifício, sofre a pedra a pressão do martelo. Para oferecer-se
em beleza e brilho, obedece o seixo bruto ao buril que o aprimora.
Para
responder às necessidades do conforto, desce o tronco aos insultos da
lâmina. Para contribuir no progresso, encontra o metal as injúrias
do fogo. A responsabilidade na oficina do caráter, é luz que engrandece
todo espírito que lhe atende as obrigações. Não
lamentes a dificuldade e nem amaldiçoes o sofrimento que porventura te
busquem. Não temas a dor, na escola da vida, e recolhe, em silêncio,
as bênçãos de que se faz emissária. Não te
enganes com as aparências.
Quando
te vejas no usufruto dessa ou daquela promoção, atento às
circunstâncias do mundo, às imposições dos que te
cercam ou às convenções em que a existência se te
condiciona, escolhe a senda da abnegação, em auxílio aos
outros, porque o Senhor nos ensinou, em espírito e verdade, que somente
a preço do esforço máximo pela vitória do bem com
o esquecimento de todo egoísmo, é que escalaremos o monte da paz
com a nossa própria renovação.