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quarta-feira, 13 de março de 2013

Vida e Valores ( A missão da maternidade )

Vida e Valores (A missão da maternidade)

Que mistério é esse que envolve as mães?

Eis uma pergunta difícil de explicar. Não existe uma única criatura no mundo que não haja experimentado o envolvimento de sua mãe.

Seja um envolvimento positivo, amoroso, seja um envolvimento lamentável, doentio, patológico. Mas, ninguém escapa da presença da mãe.

Alguém pode nascer sem a presença do pai, mas é impossível alguém nascer no mundo sem a presença da mãe.

A mãe é essa criatura tão especial que, muitas vezes, atormenta a vida dos filhos, desejosa de impulsionar as suas vidas.

Muitas vezes abafa o filho, querendo protegê-lo.Quanto é importante essa figura no mundo!

 Em O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ele pergunta aos seres espirituais qual é a missão mais importante dentre aquelas que Deus concedeu aos homens na Terra. Os Imortais respondem a Allan Kardec que a missão mais importante é a da mulher. E complementam – porque é ela que educa o homem.

Quando pensamos nisso, verificamos a importância da mulher consciente, quando ela tem esse apercebimento do seu papel e essa certeza de sua influência, porque não há uma única mãe que não exerça influência sobre seus filhos.

Podemos mesmo ousar e dizer que, como base de todo o bruto, de todo o homem grotesco que houve na Humanidade, havia a figura de uma mulher, sua mãe.

Porque foi ela que fez com que ele não levasse desaforos para casa, foi ela que o ensinou a devolver agressão com agressão, ensinou-o a ser egoísta.

Mas, por baixo da história de todo santo, de todo missionário, de toda criatura do bem, existe a figura de uma mulher, de sua mãe.

Foi ela que disse: Meu filho, quando um não quer, dois não brigam. Meu filho, é melhor um covarde vivo do que um corajoso morto. Meu filho, venha lavar em casa os problemas da rua, porque em casa você encontrará amor. Roupa suja, meu filho, se lava em casa.

Assim, encontramos mães que criaram seus filhos para cima, e mães que empurraram seus filhos para baixo.

Encontramos aquelas que sabem que seus filhos não lhes pertencem, sabem que seus filhos são filhos de Deus essencialmente, são filhos da vida e que para a vida elas os deverão educar.

Há outras que supõem que eles sejam seus pertences, inoculam neles as suas fragilidades, os seus medos, os seus temores, seus pontos de vista.

Aí, começarmos a pensar na trajetória da mãe sobre o mundo, quando ela tiver essa consciência do seu papel junto aos filhos, quando ela admitir que serão seus filhos os professores de amanhã, os médicos, os advogados, os juízes, os políticos.

Quando ela admitir que serão seus filhos que administrarão as cidades, os Estados, os países, que responsabilidades terão em suas mãos, ela própria se tratará melhor, para que não tenha a cabeça infernizada por complexos de culpa, por conflitos e possa passar para os seus filhos esse respeito à vida, esse respeito aos outros.

Jamais essas mães ensinarão aos seus filhos que têm que respeitar os mais velhos, mas ensinarão aos seus filhos que eles têm que respeitar a todo o ser humano, a todo ser vivente. Ensinarão os filhos a amar os vegetais, a proteger as florestas, começando a cuidar dos jardins em casa. Ensinarão o respeito aos animais.

Quem começa das coisas simples, terá capacidade de realizar as coisas complexas.

Ah, mulher mãe! Que mistérios envolverão a sua figura?

*   *   *

A missão da mulher é uma missão misteriosa, porque ela consegue penetrar a alma do seu filho, consegue conhecer seu filho como ninguém.

Se pararmos para pensar, a mulher passa nove meses lunares carregando nas entranhas o seu rebento, nove meses em que ela faz um curso de especialização em percepção fluídica, em percepção psíquica.

Ela capta as emissões do seu feto, do seu filho ainda feto e as interpreta, como qualquer sensitivo interpretaria uma influenciação espiritual sobre seu psiquismo.

É dessa interpretação, das emissões do filho reencarnante que nascem os famosos desejos da mulher durante a gravidez. É a interpretação que ela faz do que está sentindo.

Nem sempre são verdadeiras as interpretações, como nem sempre as criaturas transmitem corretamente aquilo que recebem dos seres espirituais. O fenômeno é o mesmo.

Podemos afirmar que a gravidez corresponde ao período de maior transe mediúnico de que se tem notícia. São nove meses em que a mulher mãe filtra o psiquismo de seu filho. São nove meses em que ela projeta sobre ele seu próprio psiquismo.

Tanto ele conhece a sua mãe intimamente, tanto ela conhece seu filho como ninguém.

A mãe conhece os filhos pelo andar deles, pelo modo deles respirarem, pelo modo de olharem. Ela conhece seu filho.

Jamais um filho se esconderá de sua mãe porque ela conhece suas emissões, seus fluidos, seu psiquismo.

Do mesmo modo, jamais uma mãe se esconderá do seu filho. Ele consegue ler na sua mãe se ela está contente, se ela está triste, se ela está feliz, se ela está aborrecida. Ele consegue ler sem que ela diga nada, por causa dessa habitualidade em conviver um com o outro, com essa intimidade visceral.

As nossas mães são aquele instrumento de que Deus lançou mão para que Ele se manifestasse na Terra, enviando-nos à Terra através delas.

A mulher rica, a mulher inteligente, intelectual quanto a mulher pobre, a mulher simples e ignorante têm a mesma habilidade para ser mãe. Toda mulher, psiquicamente, nasce com essa estrutura para a maternidade.

Às vezes, elas não conseguem ser mães de filhos carnais, mas  são mães dos sobrinhos, são mães dos irmãos mais novos, são mães de todas as crianças que se lhes acerquem, porque é da mulher esse instinto da maternidade, ainda que não tenha seus próprios filhos carnais.

Verificamos que há um mistério notável na maternidade, e esse mistério se chama amor.

Esse amor que vem se desenvolvendo do instinto para a razão. É esse amor, nas devidas dimensões, que faz o ninho entre os irracionais, que faz com que a galinha guarde seus pintainhos sob as asas, que faz com que os felinos lambam suas crias, que faz com que os pássaros ponham na boca dos seus filhotes o alimento que trouxeram no seu próprio estômago.

É isso que se desenvolveu ao longo dos milênios e explodiu cá em cima na coroa humana e recebeu o nome de amor de mãe, profundamente irracional.

A mãe ama seu filho independentemente do que ele seja, de quem ele seja.

O maior santo recebe o amor de sua mãe, o maior vilão, o mais espúrio dos seres recebe o amor de sua mãe.

Em todas as cadeias públicas, nos dias de visita, pode faltar a esposa, o filho, o amigo, nunca a mãe. Ela estará sempre lá, amando seu filho, na felicidade ou na desdita, na alegria ou na tristeza. Porque ser mãe é de fato trazer uma proposta de Deus para aliviar as lutas do mundo.

Enquanto Deus mandar à Terra Seus filhos no seio das mulheres-mães é porque Ele ainda confia no progresso da Humanidade.

  Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 147,
apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da
 Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em
abril de 2008. Exibido pela NET, Canal 20,
Curitiba, no dia 10 de maio de 2009.
Em 06.08.2009.
   

Vida e Valores (Amai-vos e instruí-vos)

Vida e Valores (Amai-vos e instruí-vos)

Não é difícil prestar atenção no fato de que um dos grandes tormentos da atualidade, como de todos os tempos do mundo, chama-se ignorância. Todas as vezes que nos deixamos conduzir pela ignorância ou que alguém mergulha nesse pântano da ignorância, é natural que muitas coisas ficarão a dever, muitas coisas se perderão e outras tantas se confundirão.
A ignorância é uma das piores tragédias que pode acontecer à alma humana. Por isso, nessa gama de obstáculos, na nossa vivência social, o desconhecimento, o não saber tem provocado os mais tremendos e horrendos fenômenos sócio-morais. Quando pensamos na ignorância, nos damos conta de que os nobres Mensageiros da Humanidade, aqueles que têm a incumbência de nos inspirar espiritualmente e que, em todos os povos têm trazido as mensagens das regiões ignotas do amor e da paz, nos ensinaram que seria importante adotarmos dois mandamentos. Mandamentos, instruções, proposições, como quisermos.
O primeiro desses mandamentos: Amai-vos; o segundo, Instruí-vos. Quando pensamos nesta dualidade: Amai-vos e instruí-vos, certamente que passamos a imaginar a instrução acadêmica. Cada criatura deveria fazer cursos acadêmicos. É importante que a gente estude. Importantíssimos são os cursos acadêmicos quando bem feitos, quando com bons propósitos. Eles penetram nosso cérebro e nos ajudam a ser pessoas úteis na sociedade.
Mas, essa instrução que os nobres Espíritos nos levam não é somente a instrução acadêmica. É a instrução reflexão. Criarmos o hábito de pensar nas coisas, criarmos o hábito de questionar as coisas, de indagar para entender melhor.
Quantas vezes vivemos numa rua,  anos a fio e, à frente do nosso portão ou do nosso prédio existe uma árvore, que  nunca tivemos a preocupação de saber que árvore é aquela. Como é que se chama? A que família pertence? Ela é capaz de rachar a calçada ou não? É uma leguminosa ou não? É uma dicotiledônia? Parecem palavrões esses nomes, mas fazem parte das classificações dos vegetais.
É muito importante que pensemos nisso. Às vezes, moramos num lugar e  há uma grande praça ou  uma pequena praça, da qual nunca soubemos o nome. Não nos interessamos! A  ignorância se alimenta no desinteresse, a ignorância faz festa na desatenção. É por isso que se torna importantíssimo que  nos instruamos conhecendo coisas, estudando formalmente mas, também procurando nos assenhorear da vida que nos cerca, daquilo que está à nossa volta.
Conhecer as cores da roupa que se está usando. Perguntar na loja: Que cor é essa? Porque há tantas cores artificiais hoje e, muitas vezes, desconhecemos. Se conversarmos com um decorador, com um arquiteto, eles nos falarão de cores inimagináveis por nós.
Daí, como é bom saber, sair da ignorância. E, para que essa sabedoria se configure como algo de utilidade para nós, refletir, amadurecer. Por que tal coisa acontece sempre nessa data? Por que determinado fenômeno ocorre nessas circunstâncias?
Gradativamente, tomamos do livro, perguntamos a alguém, conversamos com alguém que seja entendido e vamos diminuindo o nosso grau de ignorância. É tão importante para que possamos melhorar a condição de vida no planeta, identificando onde estamos, sabendo porque ali estamos e, por conseguinte, o que nos cabe fazer nesse lugar, em que ora estamos. Amai-vos e instruí-vos, portanto, é uma legenda para a nossa vida, que não deve ser deixada de lado.
*   *   *
Nesse território do conhecimento, é tão bonito chegarmos no museu e identificarmos um Van Gogh, um Modigliani, um Toulouse, um Rembrandt, um Picasso. Na medida em que vamos conhecendo essas coisas, a nossa cultura aumenta em torno das artes plásticas. Ao olharmos uma escultura, ao invés de dizermos o nome da escultura, é comum dizermos: É um Rodin, é um Michelângelo, é um Rafael. Começamos a identificar pelos estilos os artistas plásticos da História do mundo.
Mas não vivemos apenas de conhecimentos. Os conhecimentos são importantes para nós, mas o que será o conhecimento sem amor? O Apóstolo Paulo, ao escrever aos Coríntios e se referir à caridade disse: Ainda que eu fale a língua de todos os homens, compreenda a linguagem dos anjos, se eu não tiver caridade, de nada isso me adiantará porque eu serei como um sino que soa, que faz barulho, mas que não tem vida. Ainda que eu dê todos os meus haveres para os pobres e meu próprio corpo eu ofereça para ser queimado na fogueira, se eu não tiver caridade, isso de nada me servirá.
Quando pensamos nisso, nos lembramos de que Paulo chamou caridade ao amor dinâmico. Caridade então significando amor dinâmico, amor em ação. De que vale a cultura sem amor dinâmico? De que me vale a cultura se eu não consigo colocá-la a serviço da vida, a serviço do próximo, a serviço do bem? Por isso, ao lado da instrução, que nos é importantíssima, o amor nos é fundamental.
Não foi à toa que o Evangelista João estabeleceu que Deus é amor.Quando falamos em amor, estamos falando a essência da vida, que é o próprio Criador. E, na nossa relação humana, na nossa relação, aqui na Terra, como dependemos do amor! Amor que nos permite aconselhar e ouvir conselhos, abraçar e sermos abraçados. Amor que nos permite chamar atenção, admoestar, ao mesmo tempo em que nos permitimos ser chamados atenção, sermos admoestados, quando erramos.
É o amor que faz com que surjam as amizades, é o amor que nos aproxima, marido e mulher, que foram um dia enamorados. É o amor que permite que nos nasçam os filhos. É o amor que nos ensina a conduzir os filhos. É o amor que  nos apascenta  nas horas de crise. É o amor que nos fala que, aqui na Terra, não é a nossa casa definitiva, como lembrou Jesus: Meu reino não é deste mundo. Eu me vou para vos preparar o lugar. Se fosse de outro modo, eu já vos teria dito.
Então, amar e instruir, amar e instruir-se é vital para nós. Não é à toa que o Espírito de Verdade trouxe para a Humanidade essa proposta: Amai-vos. E o amor comporta entendimento, indulgência, perdão, participação, cooperação. O amor, que é Deus, essencialmente.
E o conhecimento nos tornará, ao invés de meros conhecedores, nos tornará sábios. O conhecedor é aquele que detém teorias. O sábio é aquele que vivencia as teorias que carrega em si. Amai-vos e instrui-vos, onde quer que estejamos, nas relações quaisquer que sejam. Nunca será demais sabermos as coisas! Termos essa curiosidade, já que o ser humano é um animal curioso.
Mas o amor, que pulsa na intimidade de Deus, é a virtude por excelência que nos retirará da vaidade que, muitas vezes, o conhecimento nos leva e nos fará caminhar descalços, pelas alamedas da simplicidade, enaltecendo em definitivo a nossa caminhada terrestre.
           
                 Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 188, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em janeiro de 2009.
 Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 28.03.2010.
Em 07.06.2010.

Vida e Valores (Educação religiosa dos filhos)

Vida e Valores (Educação religiosa dos filhos)

Nem sempre nós observamos que os nossos filhos são seres espirituais.
Nossos filhos são Espíritos. Não importa qual seja nossa crença, não importa se não tenhamos crença religiosa, o fato é que os nossos filhos são os filhos de Deus, emprestados aos nossos cuidados, durante um tempo mais ou menos longo na Terra.
Quando pensamos nisso, nos vem à mente a razão pela qual a Divindade situa esses filhos junto a nós. Situa Seus filhos junto a outros filhos que já estejam a mais tempo na encarnação.
Quando pensamos nisso, temos que levar em conta que há razões bastante ponderáveis, bastante plausíveis para que nós recebamos, por parte do Criador, um ou mais de Seus filhos sob os nossos cuidados.
A partir daí então, pensar o que é que Deus quer de nós com relação a esses filhos postos sob nossas mãos.
Sem qualquer dúvida, qualquer de nós que chega à Terra para uma nova existência, para uma nova experiência, ou se quisermos, para uma nova encarnação, vem com o propósito de evoluir. Como um aluno que vai cada dia à classe, cada dia volta à escola para ir complementando o aprendizado.
Ninguém consegue fazer o aprendizado de um curso inteiro numa única aula, num único mês, num único semestre, nem num único ano.
Por isso, quando nós olhamos para os nossos filhos, é bom que tenhamos essa percepção de que eles são nossos filhos biológicos, porque lhes demos um corpo físico. Mas, em realidade, eles são filhos de Deus como nós. Vieram do grande Rei, do grande Pai, do grande Senhor do Universo.
E, como nem sempre nós chegamos à Terra zerados, com relação aos valores atormentados que acumulamos, muitos chegamos cumulados de tormentos, de angústias, de problemas trazidos de outras existências, de fobias, de crimes, que precisamos acertar com a consciência.
Nossos filhos são assim. Muitas vezes são crianças inteligentíssimas, espertas, cheias de brilho, de viço, capazes de captar rapidamente tudo quanto nós lhes ensinamos e, às vezes, coisas que não lhes ensinamos.
O lado intelectual está maravilhoso, mas o que aprendemos dos bons anjos, dos Espíritos guias, é que a maior parte dos nossos filhos vêm à Terra para ajustar exatamente o que lhes faltou no passado, o lado moral, o lado espiritual, o lado ético.
Muitos deles têm muita facilidade de aprender coisas que mexam com o intelecto. Rapidamente aprendem música, aprendem a tocar instrumentos de ouvido, aprendem a cantar, são dançantes, bailarinos. Jogar, praticar esportes dos mais variados, tudo eles aprendem com muita facilidade.
Mas há um lado que relutam sempre. É o lado que se relaciona com as coisas de Deus.
É muito comum que as crianças não queiram ir à sua Igreja, ao Centro Espírita, à Sinagoga. É muito comum que as crianças reajam. E caberá aos pais não forçá-las de modo violento, mas persuadi-las, a partir de vários recursos, para que elas passem a gostar de participar dessa vida social religiosa da família.
Não sabemos, em realidade, de onde vêm nossos filhos. Jesus Cristo estabeleceu, ao conversar com Nicodemos, que o Espírito sopra onde quer. Nós não sabemos de que realidades eles vêm, nem para que realidades eles vão.
Por causa disso, vale a pena levar nossos filhos para a experiência da fé religiosa. Para a vivenciação da fé religiosa.
Como é que vamos fazer isto?
Aquela religião que nos alimenta, que nos nutre, que nos faz pessoas felizes... Essa mesma, vamos procurar oferecer aos nossos filhos.
Não importa se, mais tarde, quando se tornem independentes, eles mudem de crença, eles mudem de religião, eles adotem outro sistema filosófico de crer em Deus.
Mas, enquanto estiverem sob nossos cuidados, enquanto forem nossos dependentes, nós os levaremos para aquele ambiente, aquele espaço de crença, de cultivo das idéias Divinas que nos faz feliz, que nos alimenta, que nos nutre a alma.
Será importantíssimo que nós verifiquemos nesses Espíritos, nesses filhos nossos, aqueles seres que precisam urgentemente dessa luz religiosa.
Vale a pena pensar que, se os nossos filhos não são nossos filhos essencialmente, são os filhos e filhas da vida por si mesma, como disse o poeta Kalil Gibran.
Em linguagem religiosa, eles são os filhos de Deus emprestados aos nossos cuidados, para que saibamos reencaminhá-los.
* * *
Quando se fala em levar os filhos para a vida religiosa, é porque cabe aos pais redimensionar a vida desses filhos, reencaminhando esses Espíritos para Deus.
É natural pensar que nós encaminhamos nossos filhos para Deus por diversas estradas. Eles deverão aprender a estudar, aprender a aprender. Deverão ser boas pessoas, honestas, dignas criaturas mas, fundamentalmente, aprender elas próprias, nossas crianças, a manter contato com o Pai Criador.Aprender a se elevar através do pensamento. A desenvolver dentro de si a sua oração, a ter mais confiança nos poderes sublimes da vida.
Isso tudo é uma riqueza incomensurável que os pais podemos colocar na alma dos nossos filhos.
Mas, quando falamos em dar uma religião aos nossos filhos, é importante que não os transformemos em pessoas religiosistas, acostumadas a irem ao templo, como quem vai ao clube social.
Será importantíssimo que criemos nos nossos filhos a alma de religiosidade. Aquela reverência profunda e honesta ao Criador da vida.
Não importa qual seja essa crença, mas deverá ser uma crença que não possa ser desmentida pelos fatos, desmentida pelo progresso da Ciência. Porque, todas as vezes que ensinarmos aos nossos filhos coisas que logo mais a Ciência demonstrará em contrário, que os fatos do cotidiano os levem a entender diferente e a constatar diferente, eles deixarão de crer naquilo que nós lhes estamos apresentando. Também deixarão de crer em tudo quanto diga respeito à religião.
Vale a pena levar nossos filhos para uma religião amadurecida, cujos princípios estejam assentados nas Leis da Natureza, para o que as descobertas da Ciência, as vozes da Ciência sirvam de reforço, de embasamento, de instrumentalização.
Por isso, saber que nossos filhos são Espíritos nos ajuda muito, nessa proposta de orientá-los para o bem. Jamais apresentar a eles os maus exemplos de nossa conduta ou apresentar-lhes como bons exemplos os maus exemplos dos outros.
Levar nossos filhos a entender que o mau exemplo de alguém jamais deverá ser seguido por nós, por mais que esse alguém nos seja próximo, nos seja familiar, nos seja uma pessoa amiga.
Mas, o erro não pode servir de padrão para as nossas vidas. E é a partir disto, que nós verificaremos que o sentimento religioso é vida e, como Jesus Cristo nos veio dizer que nos trouxera vida abundante, será sempre importante vivenciar junto aos nossos filhos, esses princípios que queremos que eles aprendam, vivenciar junto a eles aquilo que queremos que eles vivenciem na sociedade, vivenciem junto aos outros.
Será um valor, um tesouro, uma herança que os nossos filhos jamais perderão.Vale a pena, dessa maneira, pensar na instrução religiosa. Levar nossos filhos ao templo. Ensinar aos nossos filhos a prática da oração. Mas, fundamentalmente, levá-los a vivenciar a prática do amor, a resistência ao mal, às tentações do mal, resistir a todas as intempéries morais que se abatem sobre a Terra.
Para isto, não basta freqüentar uma casa religiosa. É preciso ter aprendido a verdade ensinada por Jesus Cristo, seja qual for a interpretação, desde que esta interpretação nos eleve, nos amadureça, nos transforme em homens e mulheres de bem e os nossos filhos aos quais amamos tanto, serão convertidos igualmente em homens e mulheres de bem.
A religião não deve ser uma arma, uma esgrima com a qual digladiamos com os outros. E Jesus Cristo não pode ser transformado por nós, numa muralha divisória entre as criaturas. Jesus terá que ser um toldo de unidade, de fraternidade.
Se estivermos elegendo para nossos filhos uma educação não cristã, se estivermos nas práticas Muçulmanas, nas práticas do Judaísmo, do Taoísmo, do Budismo, não importa. Todas essas práticas levam à proposta do bem, induzem os indivíduos à prática do bem.
Por isso, será fundamental que trabalhemos com eles a importância da vivência do bem, não importa qual seja a religião.
Se formos cristãos, deveremos ter em Jesus Cristo o nosso Modelo, o nosso Padrão, o Guia da Humanidade. E, somente a partir dos Seus ensinamentos é que conseguiremos entender que o sentimento religioso é um sentimento de vida, e Ele, que veio para que tivéssemos vida em abundância, certamente veio nos ensinar a viver uma religiosidade abundante, uma religiosidade que, de fato, nos colocasse nos caminhos que nos endereçassem ao nosso Criador.
Educar os nossos filhos sob todos os aspectos, mas principalmente, ensinar-lhes a buscar no íntimo de si mesmos, a figura do nosso Pai Celeste.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 114, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 15 de junho de 2008.
Em 26.05.2008.

Conhecendo o Livro Céu e o Inferno " Os Suicidas" parte 4

MÃE E FILHO

Em março de 1865, o Sr. M. C..., negociante em pequena cidade dos arredores de Paris, tinha em sua casa, gravemente enfermo, o mais velho dos seus filhos, que contava 21 anos de idade. Este moço, prevendo o desenlace, chamou sua mãe e teve forças ainda para abraçá-la. Esta, vertendo copiosas lágrimas, disse-lhe: "Vai, meu filho, precede-me, que não tardarei a seguir-te." Dito isto, retirou-se, escondendo o rosto entre as mãos.
As pessoas presentes a essa cena desoladora consideravam simples explosão de dor as palavras da Sra. C ..., dor que o tempo acalmaria. Morto o doente, procuraram-na por toda a casa e foram encontrá-la enforcada num celeiro. O enterro da suicida foi juntamente feito com o do filho.
Evocação deste, muitos dias depois do fato. - P. Sabeis do suicídio de vossa mãe, em conseqüência do desespero que lhe causou a vossa perda? - R. Sim, e, sem o pesar causado por essa fatal resolução da parte dela, julgar-me-ia completamente feliz. Pobre, excelente mãe! Não pôde suportar a prova dessa separação momentânea, e tomou, para se unir ao filho, o caminho que dele mais deveria afastá-la. E por quanto tempo! Assim, retardou indefinidamente uma reunião que tão pronta teria sido se sua alma se conformasse submissa às vontades do Senhor; se fosse resignada, humilde, arrependida diante da provação que se lhe impunha, da expiação que deveria purificá-la! Orai, oh! orai por ela!. .. e sobretudo não a imiteis, vós outras, mães que vos comoveis com a narrativa da sua morte. - Não acrediteis que ela amasse mais que as outras mães, a esse filho que era o seu orgulho, não; é que lhe faltaram a coragem e a resignação. Mães, que me ouvis, quando a agonia empanar o olhar dos vossos filhos, lembrai-vos de que, como o Cristo, eles sobem ao cimo do Calvário, donde deverão alçar-se à glória eterna. Benjamin C...
Evocação da mãe. - R. Quero ver meu filho. Tendes o poder de dar-mo? Cruéis!... Tomaram-mo para levá-lo à luz, e a mim me deixaram em trevas. Quero-o... quero-o porque me pertence!... Nada vale então o amor materno? Pois quê! tê-lo carregado no ventre por nove meses; tê-lo amamentado; nutrido a carne da sua carne, sangue do seu sangue; guiado os seus primeiros passos; ensinado a balbuciar o sagrado nome de Deus e o doce nome de mãe; ter feito dele um homem cheio de atividade, de inteligência, de probidade, de amor filial, para perdê-lo quando realizava as esperanças concebidas a seu respeito, quando brilhante futuro se lhe antolhava! Não, Deus não é justo; não é o Deus das mães, não lhes compreende as dores e desesperos ... E quando me dava a morte para me não separar de meu filho, eis que novamente mo roubam!... Meu filho! meu filho, onde estás?
Evocador. - Pobre mãe, compartilhamos da vossa dor. Buscastes, no entanto, um triste recurso para vos reunirdes ao vosso filho: - O suicídio é um crime aos olhos de Deus, e deveis saber que Deus pune toda infração das suas leis. A ausência do vosso filho é a vossa punição.
Ela. - Não; eu julgava Deus melhor que os homens; não acreditava no seu inferno, porém cria na reunião das almas que se amaram como nós nos amávamos... Enganei-me... Deus não é justo nem bom, por isso que não compreende a grandeza da minha dor como do meu amor!... Oh! quem me dará meu filho? Tê-lo-ei perdido para sempre? Piedade! piedade, meu Deus!
Evocador. - Vamos, acalmai o vosso desespero; considerai que, se há um meio de rever vosso filho, não é blasfemando de Deus, como ora o fazeis. Com isso, em vez de atrairdes a sua misericórdia, fazeis jus a maior severidade.
Ela. - Disseram-me que não mais o tornaria a ver, e compreendi que o haviam levado ao paraíso. E eu estarei, acaso, no inferno? no inferno das mães? Ele existe, demais o vejo...
Evocador. - Vosso filho não está perdido para sempre; certo tomareis a vê-lo, mas é preciso merecê-lo pela submissão à vontade de Deus, ao passo que a revolta poderá retardar indefinidamente esse momento. Ouvi-me: Deus é infinitamente bom, mas é também infinitamente justo. Assim, ninguém é punido sem causa, e se sobre a Terra Ele vos infligiu grandes dores, é porque as merecestes. A morte de vosso filho era uma prova à vossa resignação; infelizmente, a ela sucumbistes quando em vida, e eis que após a morte de novo sucumbis; como pretendeis que Deus recompense os filhos rebeldes? A sentença não é, porém, inexorável, e o arrependimento do culpado é sempre acolhido. Se tivésseis aceito a provação com humildade; se houvésseis esperado com paciência o momento da vossa desencarnação, ao entrardes no mundo espiritual, em que vos achais, teríeis imediatamente avistado vosso filho, o qual vos receberia de braços abertos. Depois da ausência, vê-lo-íeis radiante. Mas. o que fizestes e ainda agora fazeis, coloca entre vós e ele uma barreira. Não o julgueis perdido nas profundezas do Espaço, antes mais perto do que supondes - é que véu impenetrável o subtrai à vossa vista.
Ele vos vê e ama sempre, deplorando a triste condição em que caístes pela falta de confiança em Deus e aguardando ansioso o momento feliz de se vos apresentar. De vós, somente, depende abreviar ou retardar esse momento. Orai a Deus e dizei comigo: "Meu Deus, perdoai-me o ter duvidado da vossa justiça e bondade; se me punistes, reconheço tê-lo merecido. Dignai-vos aceitar meu arrependimento e submissão à vossa santa vontade."
Ela. - Que luz de esperança acabais de fazer despontar em minha alma! É um como relâmpago em a noite que me cerca. Obrigada, vou orar... Adeus.
    Nota - A morte, mesmo pelo suicídio, não produziu neste Espírito a ilusão de se julgar ainda vivo. Ele apresenta-se consciente do seu estado: - é que para outros o castigo consiste naquela ilusão, pelos laços que os prendem ao corpo. Esta mulher quis deixar a Terra para seguir o filho na outra vida: era, pois, necessário que soubesse aí estar realmente, na certeza da desencarnação, no conhecimento exato da sua situação. Assim é que cada falta é punida de acordo com as circunstâncias que a determinam, e que não há punições uniformes para as faltas do mesmo gênero.