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quinta-feira, 11 de abril de 2013

NATUREZA E PROPRIEDADES DOS FLUIDOS-Formação e propriedades do perispírito


Subsídios para questões do livro dos espíritos 93-94-95

I. NATUREZA E PROPRIEDADES DOS FLUIDOS

Elementos fluídicos

1. - A Ciência resolveu a questão dos milagres que mais particularmente derivam do elemento material, quer explicando-os, quer lhes demonstrando a impossibilidade, em face das leis que regem a matéria. Mas, os fenômenos em que prepondera o elemento espiritual, esses, não podendo ser explicados unicamente por meio das leis da Natureza, escapam às investigações da Ciência. Tal a razão por que eles, mais do que os outros, apresentam os caracteres aparentes do maravilhoso. É, pois, nas leis que regem a vida espiritual que se pode encontrar a explicação dos milagres dessa categoria.
2. - O fluido cósmico universal é, como já foi demonstrado, a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. (Cap. X.) Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados. (Cap. IV, nos 10 e seguintes.)
Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em contacto, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito. (1)
    (1) A denominação de fenômeno psíquico exprime com mais exatidão o pensamento, do que a de fenômeno espiritual, dado que esses fenômenos repousam sobre as propriedades e os atributos da alma, ou, melhor, dos fluidos perispiríticos, inseparáveis da alma. Esta qualificação os liga mais intimamente à ordem dos fatos naturais regidos por leis; pode-se, pois, admiti-los como efeitos psíquicos, sem os admitir a título de milagres.
3. - No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme; sem deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível.
Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes.
Lá, porém, como neste mundo, somente aos Espíritos mais esclarecidos é dado compreender o papel que desempenham os elementos constitutivos do mundo onde eles se acham. Os ignorantes do mundo invisível são tão incapazes de explicar a si mesmos os fenômenos a que assistem e para os quais muitas vezes concorrem maquinalmente, como os ignorantes da Terra o são para explicar os efeitos da luz ou da eletricidade, para dizer de que modo é que vêem e escutam.
4. - Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a matéria tangível e não a matéria etérea. Alguns há, pertencentes a um meio diverso a tal ponto do nosso, que deles só podemos fazer idéia mediante comparações tão imperfeitas como aquelas mediante as quais um cego de nascença procura fazer idéia da teoria das cores.
Mas, entre tais fluidos, há os tão intimamente ligados à vida corporal, que, de certa forma, pertencem ao meio terreno. Em falta de observação direta, seus efeitos podem observar-se, como se observam os do fluido do imã, fluido que jamais se viu, podendo-se adquirir sobre a natureza deles conhecimentos de alguma precisão. É essencial esse estudo, porque está nele a chave de uma imensidade de fenômenos que não se conseguem explicar unicamente com as leis da matéria.
5. - A pureza absoluta, da qual nada nos pode dar idéia, é o ponto de partida do fluido universal; o ponto oposto é o em que ele se transforma em matéria tangível. Entre esses dois extremos, dão-se inúmeras transformações, mais ou menos aproximadas de um e de outro. Os fluidos mais próximos da materialidade, os menos puros, conseguintemente, compõem o que se pode chamar a atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências. Por muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam por isso de ser de natureza grosseira, em comparação com os fluidos etéreos das regiões superiores.
O mesmo se dá na superfície de todos os mundos, salvo as diferenças de constituição e as condições de vitalidade próprias de cada um. Quanto menos material é a vida neles, tanto menos afinidades têm os fluidos espirituais com a matéria propriamente dita.
Não é rigorosamente exata a qualificação de fluidos espirituais, pois que, em definitiva, eles são sempre matéria mais ou menos quintessenciada. De realmente espiritual, só a alma ou princípio inteligente. Dá-se-lhes essa denominação por comparação apenas e, sobretudo, pela afinidade que eles guardam com os Espíritos. Pode dizer-se que são a matéria do mundo espiritual, razão por que são chamados fluidos espirituais.
6. - Quem conhece, aliás, a constituição íntima da matéria tangível? Ela talvez somente seja compacta em relação aos nossos sentidos; prová-lo-ia a facilidade com que a atravessam os fluidos espirituais e os Espíritos, aos quais não oferece maior obstáculo, do que o que os corpos transparentes oferecem à luz.
Tendo por elemento primitivo o fluído cósmico etéreo, à matéria tangível há de ser possível, desagregando-se, voltar ao estado de eterização, do mesmo modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar-se em gás impalpável. Na realidade, a solidificação da matéria não é mais do que um estado transitório do fluido universal, que pode volver ao seu estado primitivo, quando deixam de existir as condições de coesão.
Quem sabe mesmo se, no estado de tangibilidade, a matéria não é suscetível de adquirir uma espécie de eterização que lhe daria propriedades particulares? Certos fenômenos, que parecem autênticos, tenderiam a fazer supô-lo. Ainda não conhecemos senão as fronteiras do mundo invisível; o porvir, sem dúvida, nos reserva o conhecimento de novas leis, que nos permitirão compreender o que se nos conserva em mistério.

Formação e propriedades do perispírito

7. - O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. Já vimos que também o corpo carnal tem seu princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível. No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispirítico e o corpo carnal têm pois origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes.
8. - Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito, isto é, esse envoltório ele o forma dos fluidos ambientes. Resulta daí que os elementos constitutivos do perispírito naturalmente variam, conforme os mundos. Dando-se Júpiter como orbe muito adiantado em comparação com a Terra, como um orbe onde a vida corpórea não apresenta a materialidade da nossa, os envoltórios perispirituais hão de ser lá de natureza muito mais quintessenciada do que aqui. Ora, assim como não poderíamos existir naquele mundo com o nosso corpo carnal, também os nossos Espíritos não poderiam nele penetrar com o perispírito terrestre que os reveste. Emigrando da Terra, o Espírito deixa aí o seu invólucro fluídico e toma outro apropriado ao mundo onde vai habitar.
9. - A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, a vontade, de um mundo para outro. Alguns há, portanto, cujo envoltório fluídico, se bem que etéreo e imponderável com relação à matéria tangível, ainda é por demais pesado, se assim nos podemos exprimir, com relação ao mundo espiritual, para não permitir que eles saiam do meio que lhes é próprio. Nessa categoria se devem incluir aqueles cujo perispírito é tão grosseiro, que eles o confundem com o corpo carnal, razão por que continuam a crer-se vivos. Esses Espíritos, cujo número é avultado, permanecem na superfície da Terra, como os encarnados, julgando-se entregues às suas ocupações terrenas. Outros um pouco mais desmaterializados não o são, contudo, suficientemente, para se elevarem acima das regiões terrestres. (1)
    (1) Exemplos de Espíritos que ainda se julgam deste mundo: Revue Spirite, dezembro de 1859, pág. 310; - novembro de 1864, pág. 339; - abril de 1865, pág. 177.
Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos inferiores, e, até, encarnar neles. Tiram, dos elementos constitutivos do mundo onde entram, os materiais para a formação do envoltório fluídico ou carnal apropriado ao meio em que se encontrem. Fazem como o nobre que despe temporariamente suas vestes, para envergar os trajes plebeus, sem deixar por isso de ser nobre.
É assim que os Espíritos da categoria mais elevada podem manifestar-se aos habitantes da Terra ou encarnar em missão entre estes. Tais Espíritos trazem consigo, não o invólucro, mas a lembrança, por intuição, das regiões donde vieram e que, em pensamento, eles vêem. São videntes entre cegos.
10. - A camada de fluidos espirituais que cerca a Terra se pode comparar às camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos puras, do que as camadas superiores. Não são homogêneos esses fluidos; são uma mistura de moléculas de diversas qualidades, entre as quais necessariamente se encontram. as moléculas elementares que lhes formam a base, porém mais ou menos alteradas. Os efeitos que esses fluidos produzem estarão na razão da soma das partes puras que eles encerram. Tal, por comparação, o álcool retificado, ou misturado, em diferentes proporções, com água ou outras substâncias: seu peso específico aumenta, por efeito dessa mistura, ao mesmo tempo que sua força e sua inflamabilidade diminuem, embora no todo continue a haver álcool puro.
Os Espíritos chamados a viver naquele meio tiram dele seus perispíritos; porém, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele encarna. O Espírito produz aí, sempre por comparação e não por assimilação, o efeito de um reativo químico que atrai a si as moléculas que a sua natureza pode assimilar.
Resulta disso este fato capital: a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o corpo carnal, que, como foi demonstrado, se forma dos mesmos elementos, qualquer que seja a superioridade ou a inferioridade do Espírito. Por isso, em todos, são os mesmos os efeitos que o corpo produz, semelhantes as necessidades, ao passo que diferem em tudo o que respeita ao perispírito.
Também resulta que: o envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este realiza em cada encarnação, embora ele encarne no mesmo meio; que os Espíritos superiores, encarnando excepcionalmente, em missão, num mundo inferior, têm perispírito menos grosseiro do que o dos indígenas desse mundo.
11. - O meio está sempre em relação com a natureza dos seres que têm de nele viver: os peixes, na água; os seres terrestres, no ar; os seres espirituais no fluido espiritual ou etéreo, mesmo que estejam na Terra. O fluido etéreo está para as necessidades do Espírito, como a atmosfera para as dos encarnados. Ora, do mesmo modo que os peixes não podem viver no ar; que os animais terrestres não podem viver numa atmosfera muito rarefeita para seus pulmões, os Espíritos inferiores não podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos mais etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos, porque o Espírito não morre, mas uma força instintiva os mantêm afastados dali, como a criatura terrena se afasta de um fogo muito ardente ou de uma luz muito deslumbrante. Eis aí por que não podem sair do meio que lhes é apropriado à natureza; para mudarem de meio, precisam antes mudar de natureza, despojar-se dos instintos materiais que os retêm nos meios materiais; numa palavra, que se depurem e moralmente se transformem. Então, gradualmente se identificam com um meio mais depurado, que se lhes torna uma necessidade, como os olhos, para quem viveu longo tempo nas trevas, insensivelmente se habituam à luz do dia e ao fulgor do Sol.
12 - Assim, tudo no Universo se liga, tudo se encadeia; tudo se acha submetido à grande e harmoniosa lei de unidade, desde a mais compacta materialidade, até a mais pura espiritualidade. A Terra é qual vaso donde se escapa uma fumaça densa que vai clareando à medida que se eleva e cujas parcelas rarefeitas se perdem no espaço infinito.
A potência divina refulge em todas as partes desse grandioso conjunto e, no entanto, quer-se que Deus, não contente com o que há feito, venha perturbar essa harmonia! que se rebaixe ao papel de mágico, produzindo efeitos pueris, dignos de um prestidigitador! E ousa-se, ainda por cima, dar-lhe como rival em habilidade o próprio Satanás! Não haveria modo de amesquinhar mais a majestade divina e admiram-se de que a incredulidade progrida.
Tendes razão de dizer: «A fé vai-se.» Mas, a que se vai é a fé em tudo o que aberra do bom-senso e da razão; é a fé idêntica à que outrora levava a dizerem: «Vão-se os deuses!» A fé, porém, nas coisas sérias, a fé em Deus e na imortalidade, essa está sempre vivaz no coração do homem e, por mais sufocada que tenha sido sob o amontoado de histórias pueris com que a oprimiram, ela se reerguerá mais forte, desde que se sinta libertada, tal como a planta que, comprimida, se levanta de novo, logo que a banham os raios do Sol!
Efetivamente, tudo é milagre em a Natureza, porque tudo é admirável e dá testemunho da sabedoria divina! Esses milagres se patenteiam a toda gente, a todos os que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir e não em proveito apenas de alguns! Não! milagres não há no sentido que comumente emprestam a essa palavra, porque tudo decorre das leis eternas da criação, leis essas perfeitas.

Livro= A Genese

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 95

 
“Tem a forma que o Espírito queira. É assim que este vos aparece algumas vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília, e que pode tomar forma visível, mesmo palpável.”
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Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 94

 
“É necessário que se revistam da vossa matéria, já o dissemos.
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Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 93

 
 
Podes observar o fruto de uma árvore, o mais simples que seja: o seu líquido, a essência ou, se assim podemos o chamar, o néctar, sempre se encontra protegido por vários corpos, para que possa cumprir o seu dever de nutrir homens e animais, insetos e aves. Verifiquemos o mel das abelhas, alimento salutar, fortificante incomparável para ., os homens, como vem sendo ele guardado pelas operárias de um apiário: é revestido por muitos processos, que os próprios homens não aprenderam ainda, por serem todos naturais, sem nenhuma perda da substância alimentícia e medicamentos. O Espírito propriamente dito não foge a essa lei: se reveste de muitos corpos e destitui-se dos mesmos quando deles não precisa mais. Enquanto cresce, vai-se desvencilhando das roupagens, que são sempre grosseiras, e tornando-se livre, na liberdade de Deus, Nosso Pai e Criador.
O perispírito, para o Espírito, ainda é uma veste grosseira, no entanto, para os homens, além de ser invisível é, uma substância delicada, com um poder ideoplástico extraordinário, obediente à vontade da alma que o usa como veste temporária. Ele se unifica em tomo do Espírito por uma lei de atração criada pela chama divina que o sustenta e dirige, até quando lhe aprouver. Tem muitas funções, uma das quais é ser intermediário entre o corpo de carne e a alma. Por meio dele, o mundo físico é vitalizado, mantendo a coesão molecular, como a própria vida instintiva dos órgãos. Ainda existem outros pormenores que, com o passar dos tempos serão descobertos. Só temos a dizer que o perispírito é uma grande maravilha para os Espíritos ainda em condições materiais.

Comentários de Miramez  psicografado por João Nunes Maia

Conhecendo o Livro O Céu e o Infernos " Suicidas" parte 6

LUÍS E A PESPONTADEIRA DE BOTINAS

Havia sete para oito meses que Luís G..., oficial sapateiro, namorava uma jovem, Victorine R..., com a qual em breve deveria casar-se, já tendo mesmo corrido os proclamas do casamento.
Neste pé as coisas, consideravam-se quase definitivamente ligados e, como medida econômica, diariamente vinha o sapateiro almoçar e jantar em casa da noiva.
Um dia, ao jantar, sobreveio uma controvérsia a propósito de qualquer futilidade, e, obstinando-se os dois nas opiniões, foram as coisas ao ponto de Luís abandonar a mesa, protestando não mais voltar.
Apesar disso, no dia seguinte velo pedir perdão. A noite é boa conselheira, como se sabe, mas a moça, prejulgando talvez pela cena da véspera o que poderia acontecer quando não mais a tempo de remediar o mal, recusou-se à reconciliação. Nem protestos, nem lágrimas, nem desesperos puderam demovê-la. Muitos dias ainda se passaram, esperando Luís que a sua amada fosse mais razoável, até que resolveu fazer uma última tentativa: - Chegando a casa da moça, bateu de modo a ser reconhecido, mas a porta permaneceu fechada, recusaram abrir-lha. Novas súplicas do repelido, novos protestos, não ecoaram no coração da sua pretendida. "Adeus, pois, cruel! - exclamou o pobre moço - adeus para sempre. Trata de procurar um marido que te estime tanto como eu." Ao mesmo tempo a moça ouvia um gemido abafado e logo após o baque como que de um corpo escorregando pela porta. Pelo silêncio que se seguiu, a moça julgou que Luís se assentara à soleira da porta, e protestou a si mesma não sair enquanto ele ali se conservasse.
Decorrido um quarto de hora é que um locatário, passando pela calçada e levando luz, soltou um grito de espanto e pediu socorro.
Depressa acorre a vizinhança, e Victorine, abrindo então a porta, deu um grito de horror, reconhecendo estendido sobre o lajedo, pálido, inanimado, o seu noivo. Cada qual se apressou em socorrê-lo, mas para logo se percebeu que tudo seria inútil, visto como ele deixara de existir. O desgraçado moço enterrara uma faca na região do coração, e o ferro ficara-lhe cravado na ferida.
(Sociedade Espírita de Paris, agosto de 1858)
1. - Ao Espírito S. Luís. - A moça, causadora involuntária do suicídio, tem responsabilidade? - R. Sim, porque o não amava.
2. - Então para prevenir a desgraça deveria desposá-lo a despeito da repugnância que lhe causava? - R. Ela procurava uma ocasião de descartar-se, e assim fez em começo da ligação o que viria a fazer mais tarde.
3. - Neste caso, a sua responsabilidade decorre de haver alimentado sentimentos dos quais não participava e que deram em resultado o suicídio do moço? - R. Sim, exatamente.
4. - Mas então essa responsabilidade deve ser proporcional à falta, e não tão grande como se consciente e voluntariamente houvesse provocado o suicídio... - R. É evidente.
5. - E o suicídio de Luís tem desculpa pelo desvario que lhe acarretou a obstinação de Victorine? - R. Sim, pois o suicídio oriundo do amor é menos criminoso aos olhos de Deus, do que o suicídio de quem procura libertar-se da vida por motivos de covardia.
Ao Espírito Luís G..., evocado mais tarde, foram feitas as seguintes perguntas:
1. - Que julgais da ação que praticastes? - R. Victorine era uma ingrata, e eu fiz mal em suicidar-me por sua causa, pois ela não o merecia.
2. - Então não vos amava? - R. Não. A princípio iludia-se, mas a desavença que tivemos abriu-lhe os olhos, e ela até se deu por feliz achando um pretexto para se desembaraçar de mim.
3. - E o vosso amor por ela era sincero? - R. Paixão somente, creia; pois se o amor fosse puro eu me teria poupado de lhe causar um desgosto.( grifo do blog)
4. - E se acaso ela adivinhasse a vossa intenção persistiria na sua recusa? - R. Não sei, penso mesmo que não, porque ela não é má. Mas, ainda assim, não seria feliz, e melhor foi para ela que as coisas se passassem de tal forma.
5. - Batendo-lhe à porta, tínheis já a idéia de vos matar, caso se desse a recusa? - R. Não, em tal não pensava, porque também não contava com a sua obstinação. Foi somente à vista desta que perdi a razão.
6. - Parece que não deplorais o suicídio senão pelo fato de Victorine o não merecer... E realmente o vosso único pesar? - R. Neste momento, sim; estou ainda perturbado, afigura-se-me estar ainda à porta, conquanto também experimente outra sensação que não posso definir.
7. - Chegareis a compreendê-la mais tarde? - R. Sim, quando estiver livre desta perturbação. Fiz mal, deveria resignar-me... Fui fraco e sofro as conseqüências da minha fraqueza. A paixão cega o homem a ponto de praticar loucuras, e infelizmente ele só o compreende bastante tarde.(grifo do blog)
8. - Dizeis que tendes um desgosto... qual é? - R. Fiz mal em abreviar a vida. Não deveria fazê-lo. Era preferível tudo suportar a morrer antes do tempo. Sou portanto infeliz; sofro, e é sempre ela que me faz sofrer, a ingrata. Parece-me estar sempre à sua porta, mas... não falemos nem pensemos mais nisso, que me incomoda muito. Adeus.
    Nota - Por isso se vê ainda uma nova confirmação da justiça que preside à distribuição das penas, conforme o grau de responsabilidade dos culpados É à moça, neste caso, que cabe a maior responsabilidade, por haver entretido em Luís, por brincadeira, um amor que não sentia. Quanto ao moço, este já é de sobejo punido pelo sofrimento que lhe perdura, mas a sua pena é leve, porquanto apenas cedeu a um movimento irrefletido em momento de exaltação, que não à fria premeditação dos suicidas que buscam subtrair-se às provações da vida.

CORNÉLIO, O GENTIO

CORNÉLIO, O GENTIO

"E lembrei-me do dito do Senhor: João certamente batizou com água;
mas vós sereis batizados com o Espírito Santo." (Atos, 11:16)
O Centurião Cornélio vivia na cidade de Cesaréia, onde praticava a caridade sob várias formas, vivendo assim os edificantes ensinamentos de Jesus Cristo.
Entretanto, ele era gentio, qualificativo que os antigos judeus davam a todos os estrangeiros, o que aliás impedia que ele viesse a receber os ensinamentos que os apóstolos de Jesus estavam disseminando.
Os Espíritos do Senhor, encarregados do processo de implantação do Cristianismo na Terra, viram-se na impossibilidade de levar a Cornélio qualquer espécie de esclarecimento sobre a Boa Nova, pois os apóstolos se abstinham de quaisquer contatos com povos que esposavam idéias politeístas, não tolerando, como conseqüência, a idéia de levarem a palavra dos Evangelhos aos membros da chamada gentilidade.
Entretanto, Cornélio estava preparado para assimilar esses ensinamentos e as palavras de Jesus deveriam ser levadas ao seu conhecimento.
Nessa altura dos acontecimentos, os Espíritos do Senhor acharam a fórmula mais adequada, para que o nobre Centurião tomasse contato com as verdades da nova revelação. Quando Cornélio fazia sua oração a Deus, manifestou-se diante dele um Espírito que lhe recomendou enviar alguns mensageiros à cidade de Jope, a fim de convocar Simão Pedro para vir instruí-lo no tocante aos ensinamentos cristãos.
Entrementes, Simão Pedro estava irredutível em sua posição de apenas revelar os preceitos do Cristo às ovelhas desgarradas da Casa de Israel, fechando a porta a qualquer entendimento ou contato com estrangeiros, os quais, de um modo geral, eram vistos como autênticos idólatras e réprobos.
Objetivando preparar Pedro para receber os emissários de Cornélio, os Espíritos do Senhor tiveram que produzir convincente e majestosa manifestação espiritual, aproveitando um momento de repouso do antigo pescador da Galiléia.
Um vaso, como se fora grande lençol suspenso pelas quatro pontas desceu até Pedro. O apóstolo, olhando dentro dele, viu enorme quantidade de animais da Terra: quadrúpedes, répteis e aves. Nisso uma voz retumbante se fez ouvir: Levanta-te, Pedro, mata e come.
No entanto, Pedro, vendo ali toda sorte de bichos, retrucou:
De modo algum, Senhor, pois jamais comi coisa alguma comum e imunda!
Os Espíritos, porém, disseram-lhe: Não faças tu comum ou impuro aquilo que Deus criou.
E idêntico fenômeno repetiu-se por três vezes consecutivas, com as mesmas palavras, recolhendo-se enfim aos Céus o vaso em forma de lençol.
Levantando-se bruscamente, Pedro pôs-se a conjeturar sobre o significado daquela manifestação, quando foi avisado que ali estavam três homens procurando-o: Levanta-te, pois e desce, e vai com eles, não duvidando, porque eu os enviei. (Atos, 10:20).
O apóstolo havia compreendido afinal o significado da revelação: não deveria considerar ímpios ou imundos os gentios, criaturas de Deus iguais a ele. Cornélio era um gentio necessitado de esclarecimento.
No dia seguinte um grupo de pessoas, entre eles Simão Pedro, os três enviados de Cornélio e alguns confrades de Jope, demandaram a cidade de Cesaréia.
Ali chegando, Cornélio foi a seu encontro, acompanhado de parentes e amigos. Defrontando-se com Pedro, ajoelhou-se a seus pés, pretendendo adorá-lo, no que foi impedido pelo apóstolo com as seguintes palavras: Não faças isso, pois eu também sou homem. Vós bem sabeis que não é lícito a um judeu juntar-se ou chegar-se a estrangeiro; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo.
O apóstolo Pedro revelou a Cornélio os ensinamentos do Cristo, entretanto, quando regressou a Jerusalém, foi acerbamente criticado pelos seus companheiros de apostolado, que diziam: Entraste em casa de varões incircuncisos e comeste com eles (Atos, 11:3), tendo-lhe sido árdua tarefa justificar-se perante a comunidade sobre o que havia feito, tendo mesmo que relembrar a seus companheiros o ensino de Jesus: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito, acrescentando ainda se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando havemos crido no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?
A passagem evangélica acima enseja-nos conhecer o quanto estavam errados os cristãos de todos os tempos, principalmente os da idade medieval, os quais, em vez de enviarem os seus porta-vozes e mestres a fim de convencer pela palavra os chamados hereges, fomentaram cruzadas sanguinolentas e instituíram famigerados triibunais, tentando assim convencer os homens pela violência, impondo o direito da força, quando deveriam fazer prevalecer a força do direito.
Paulo A. Godoy
O Evangelho Pedi Licença

NEM NO MUNDO TODO

NEM NO MUNDO TODO
"Levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa." (João 4:35)
Encerrando o seu Evangelho, escreveu João Evangelista que muitas outras coisas Jesus fez e se cada uma das quais fosse escrita, nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem.
Trata-se evidentemente de uma afirmativa um tanto paradoxal e arrojada, sabendo-se da imensidão do nosso mundo. Demais é fora de qualquer cogitação pensar-se que por mais que o Mestre ensinasse ou fizesse, tudo isso não caberia no vasto orbe onde vivemos.
Como nada daquilo que está contido nos Evangelhos deve ser perdido, e considerando-se que João não tivesse cometido mera divagação ao fazer uma afirmação dessa natureza, cumpre-nos procurar extrair das suas palavras um significado diferente, não abrangendo o mundo físico que nos serve de morada, mas o mundo interior do homem.
O Evangelho de Jesus é o Livro da Vida e, como tal, deve estar ao alcance de todos, para a solução de quaisquer problemas que assolam a criatura humana. Os ensinos do Mestre devem avassalar todo o mundo, devem preencher todos os vazios que existem, devem empolgar todos os corações.
A majestade dos ensinamentos contidos nas páginas dos Evangelhos é de tal magnitude que, à semelhança do ar que respiramos, deve penetrar os mais recônditos lugares do mundo.
Esses ensinos devem ser comportados pelo mundo interior dos homens, entretanto, muitos ainda têm os corações empedernidos, impermeáveis a qualquer sorte de ensinamento, tendo mesmo o Mestre, a seu tempo, declarado que muitos dos seus contemporâneos eram criaturas duras de cerviz e incircuncisas de coração.

Os homens demoram na assimilação dos ensinamentos evangélicos, porque isso equivale a entrar pela porta estreita, preconizada por Jesus Cristo em seu Evangelho, quando, na realidade, grande é o contingente de pessoas que porfiam em entrar pela porta larga. Os homens, em seu mundo interior, não se dão conta da necessidade de aproveitarem ao máximo os benefícios das reencarnações, principalmente quando gozam de saúde e desfrutam de bem-estar material. Nessas circunstâncias geralmente relegam para plano secundário o seu processo de reforma interior, caracterizado por Jesus Cristo como sendo a conquista do Reino dos Céus, que entendemos melhor quando dizemos ser nossa evolução espiritual e nossa caminhada rumo a Deus.
Portanto, o dizer de João que, se escrevessem tudo aquilo que Jesus Cristo fez, os livros não caberiam no mundo, equivale a dizer que o mundo interior do homem é tão diminuto, tão acanhado, que não consegue assimilar nem pequena parcela do que foi ensinado, que dirá se absorver tudo aquilo que está contido nos Evangelhos, e mais o que está nas entrelinhas dos ensinamentos exarados pelo Mestre Nazareno.
Paulo A. Godoy
O Evangelho Pedi Licença

DEFINIÇÃO PRECISA DA RESPONSABILIDADE PESSOAL

Continuação da Lição de Ezequiel

DEFINIÇÃO PRECISA DA RESPONSABILIDADE PESSOAL
Com essas considerações em mente, vamos, pois, ao exame do texto.
Segundo se infere, havia uma parábola entre os judeus que se convertera em provérbio, e que, aliás, continha uma inverdade, atribuindo a responsabilidade pelo pecado à alma do inocente e não à do pecador.
Vêm a seguir os exemplos. O homem bom (justo) poderá contar sem vacilações com o reconhecimento de sua bondade e retidão - ou seja, sua justiça, ou melhor ainda, sua justeza. Se, porém, seu filho for um mau elemento, responderá pelos seus próprios erros, isto é, "o seu sangue cairá sobre ele". Ele mesmo e não outrem.
Se, por sua vez, este filho mau tiver um filho bom e que, mesmo ante o exemplo maléfico do seu pai, proceder corretamente, o que sucederá? O pai não se livrará, por isso, dos seus erros, enquanto ele, o filho bom, terá o prêmio da sua bondade, nada tendo a responder pelas faltas do pai.
Há mais ainda: a culpa não é irremissível, imperdoável, eterna. Desde que o ímpio se corrija e se dedique à prática do bem, ficará recuperado. Na linguagem simbólica do texto, "nenhuma das suas transgressões que cometeu, será lembrada contra ele", Mas, atenção !, o prêmio continua merecido pela "justiça que praticou" ou seja, pelo bem que fez e não pelo mal que deixou de praticar.
Da mesma forma, aquele que sempre foi bom e, de repente, descamba para a prática do mal, é prontamente responsabilizado pelos erros que cometer. Ele próprio e não outra pessoa. Até mesmo o homem bom, que se voltar para a iniqüidade, responderá por ela como qualquer ímpio. O que antes fizera de bom não o isenta de tal responsabilidade, porque certifica nele a persistência de tendências más ainda não superadas.
A idéia básica de toda essa longa exposição, portanto, é a de que somos julgados segundo nossos atos: "Portanto, ó casa de Israel, vos julgarei cada um conforme os seus caminhos". Prestaram bem atenção? Cada um de acordo com os seus caminhos ou atos e não pelo que outros tenham feito. O que comeu a uva verde, esse mesmo é que terá seus dentes estragados, não os seus filhos ou netos.
Figuremos, porém, o caso mais comum daqueles que não tiveram o bom senso e a disposição de se utilizar das oportunidades de conversão à prática do bem. Seja porque se comprazem no erro, seja porque, depois do esforço sobre-humano para serem bons, recaíram na prática do mal ou, ainda, porque tenham praticado crime grave já nos últimos momentos da vida terrena, sem tempo de corrigirem-se. Que fazer dessas multidões de seres em falta?
Já vimos que Deus está disposto a esquecer os erros daquele que se regenera, desde que ele se confirme na prática do bem. Já vimos também que Deus não deseja a morte do pecador, ou seja, a sua condenação, mas que ele renuncie ao erro. E se Deus não o deseja, hão de ser colocados ao alcance do pecador todos os recursos de que ele necessitar para recuperar-se, deixando para sempre de pecar. Como, porém, entender tais oportunidades de recuperação no contexto de uma só vida na carne? Como poderia o Pai desejar que o pecador se salve sem proporcionar-lhe os meios para fazê-lo? Não há, pois, como sofismar ante o esquema básico que se resume a seguir:
• Cada um responde pelos seus erros e tem o mérito de suas virtudes.
• Não há sofrimento inocente, nem recompensa imerecida por herança, contágio, ou por procuração. A cada um segundo suas obras.
• As oportunidades de reajuste são proporcionadas a todos indistintamente.
• O processo evolutivo - uma condição cósmica - exige um mecanismo de reajuste moral que é precisamente o das vidas sucessivas.

Hermínio Miranda
Reencarnação na Bíblia

A LIÇÃO DE EZEQUIEL


Seria esta, porém, uma interpretação sofística(retóricas), artificiosa, forçada, arranjada a posteriori por aqueles que chegaram à certeza das vidas sucessivas? Negativo. Se alguém tem ainda alguma dúvida, há em Ezequiel todo um capítulo - o de número 18 - para definir e exemplificar com a maior nitidez e detalhamento o conceito da responsabilidade pessoal de cada um, destruindo o mito de que os filhos pagam pela iniqüidade dos pais.
Vamos transcrevê-lo na íntegra, para que não haja dúvidas, nem seja necessário buscá-lo alhures. 

Mais uma vez, recorro ao texto da American Bible Society.
- De novo veio a mim a palavra de Jeová, dizendo:
Que quereis vós dizer, usando na terra de Israel deste provérbio: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos estão embotados? Pela minha vida, diz o Senhor Jeová, não tereis mais ocasião de usardes deste provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá. Porém, se um homem for justo, e fizer o que é equidade e justiça, e se não comer sobre os montes, nem levantar os seus olhos para os ídolos da casa de Israel, nem contaminar a mulher do seu próximo, nem se chegar à mulher na sua separação; se não oprimir a ninguém, porém tornar ao devedor o seu penhor, se não tirar nada do alheio por violência, se der do seu pão ao que tem fome e ao nu cobrir com vestido; se não der o seu dinheiro à usura, nem receber mais do que o que emprestou, se desviar a sua mão da iniqüidade, e fizer verdadeiro juízo entre homem e homem; se andar nos meus estatutos, e guardar os meus juízos, para proceder segundo a verdade; este tal é justo, certamente viverá, diz o Senhor Jeová. Se ele gerar um filho que se torne salteador, que derrame sangue e que faça a seu irmão qualquer destas coisas, e que não cumpra com nenhum destes deveres, porém, coma sobre os montes, e contamine a mulher do seu próximo, oprima o pobre e necessitado, tire de outro com violência, não devolva o penhor, e levante os seus olhos aos ídolos, cometa abominações, dê o seu dinheiro à usura, e receba mais do que emprestou: acaso viverá ele? Não viverá. Comete todas estas abominações; certamente morrerá, o seu sangue será sobre ele. Eis que se este por sua vez gerar um filho que, vendo todos os pecados cometidos por seu pai, tema e não faça coisas semelhantes, que não coma sobre os montes, nem levante os seus olhos aos ídolos da casa de Israel, que não contamine a mulher do seu próximo, nem oprima a pessoa alguma, que não empreste sobre penhores nem tire de outrem com violência, porém, dê o seu pão ao faminto, e ao nu cubra com vestido, que aparte do pobre a sua mão, que não receba usura nem mais do que emprestou, que execute os meus juízos, e ande nos meus estatutos; este não morrerá por causa da iniqüidade de seu pai, certamente viverá.
Quanto a seu pai, porque oprimiu cruelmente, tirou de seu irmão com violência, e fez o que não é bom entre o seu povo, eis que ele morrerá na sua iniqüidade. Contudo dizeis: Por que não leva o filho a iniqüidade do pai? Quando o filho fizer o que é de eqüidade e justiça, guardar todos os meus estatutos, e os cumprir, certamente viverá. A alma que peca, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo será sobre ele, e a impiedade do impio será sobre ele. Mas se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer o que é de eqüidade e justiça, certamente viverá, não morrerá. Nenhuma das suas transgressões que cometeu, será lembrada contra ele; na sua justiça que praticou viverá. Acaso tenho eu prazer com a morte do ímpio? diz o Senhor Jeová; não quero eu antes que se converta do seu caminho, e viva? Mas quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer iniqüidade, e fizer conforme todas as abominações que faz o ímpio, acaso viverá ele? Não será lembrado nenhum dos seus atos de justiça que praticou; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá. Contudo dizeis: O caminho do Senhor não é igual. Ouvi, pois, ó casa de Israel: Acaso não é igual o meu caminho? não são desiguais os vossos caminhos? Quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer a iniqüidade, e nela morrer; na sua iniqüidade que cometeu morrerá. Outrossim, quando o ímpio se desviar da sua impiedade que cometeu, e fizer o que é de eqüidade e justiça, conservará este a sua alma em vida.
Porquanto considera e se desvia de todas as suas transgressões que cometeu, certamente viverá, não morrerá. Contudo diz a casa de Israel: O caminho do Senhor não é igual. Acaso não são iguais os meus caminhos, ó casa de Israel? Portanto vos julgarei, Ó casa de Israel, cada um conforme os seus caminhos, diz o Senhor Jeová. Convertei-vos, e desviai-vos de todas as vossas transgressões; assim a iniqüidade não vos será pedra de tropeço. Lançai de vós todas as vossas transgressões, com que transgredistes; e fazei-vos um coração novo e um espírito novo. Pois, por que morrereis, ó casa de Israel? Porquanto não tenho prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová; portanto convertei-vos e vivei.

Continuação próxima publicação
Hermínio C. Miranda
Livro: Reencarnação na Bíblia