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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Considerações de Emmanuel sobre Paulo de Tarso

Considerações de Emmanuel sobre Paulo de Tarso

Autor: Emmanuel

CONSIDERAÇÕES DE EMMANUEL SOBRE PAULO DE TARSO

Não são poucos os trabalhos que correm mundo, re­lativamente à tarefa gloriosa do Apóstolo dos gentios. É justo, pois, esperarmos a interrogativa: — Por que mais um livro sobre Paulo de Tarso? Homenagem ao grande trabalhador do Evangelho ou informações mais detalhadas de sua vida?

Quanto à primeira hipótese, somos dos primeiros a reconhecer que o convertido de Damasco não necessita de nossas mesquinhas homenagens; e quanto à segunda, responderemos afirmativamente para atingir os fins a que nos pro pomos, transferindo ao papel humano, com os recursos possíveis, alguma coisa das tradições do pla­no espiritual acerca dos trabalhos confiados ao grande amigo dos gentios.

Nosso escopo essencial não poderia ser apenas reme­morar passagens sublimes dos tempos apostólicos, e sim apresentar, antes de tudo, a figura do cooperador fiel, na sua legitima feição de homem transformado por Jesus-Cristo e atento ao divino ministério. Esclarecemos, ainda, que não é nosso propósito levantar apenas uma biografia romanceada. O mundo está repleto dessas fichas educa­tivas, com referência aos seus vultos mais notáveis. Nosso melhor e mais sincero desejo é recordar as lutas acerbas e os ásperos testemunhos de um coração extraordinário, que se levantou das lutas humanas para seguir os passos do Mestre, num esforço incessante.

As igrejas amornecidas da atualidade e os falsos de­sejos dos crentes, nos diversos setores do Cristianismo, justificam as nossas intenções.

Em toda parte há tendências à ociosidade do espí­rito e manifestações de menor esforço. Muitos discípulos disputam as prerrogativas de Estado, enquanto outros, distanciados voluntariamente do trabalho justo, suplicam a proteção sobrenatural do Céu. Templos e devotos entre­gam-se, gostosamente, às situações acomodatícias, prefe­rindo as dominações e regalos de ordem material.

Observando esse panorama sentimental é útil recor­darmos a figura inesquecível do Apóstolo generoso.

Muitos comentaram a vida de Paulo; mas, quando não lhe atribuíram certos títulos de favor, gratuitos do Céu, apresentaram-no como um fanático de coração res­sequido. Para uns, ele foi um santo por predestinação, a quem Jesus apareceu, numa operação mecânica da graça; para outros, foi um espírito arbitrário, absorvente e rís­pido, inclinado a combater os companheiros, com vaida­de quase cruel. Não nos deteremos nessa posição extremista. Queremos recordar que Paulo recebeu a dádiva santa da visão gloriosa do Mestre, às portas de Damasco, mas não podemos esquecer a declaração de Jesus relativa ao sofrimento que o aguardava, por amor ao seu nome.

Certo é que o inolvidável tecelão trazia o seu ministé­rio divino; mas, quem estará no mundo sem um ministério de Deus? Muita gente dirá que desconhece a própria tarefa, que é insciente a tal respeito, mas nós poderemos responder que, além da ignorância, há desatenção e muito capricho pernicioso. Os mais exigentes advertirão que Paulo recebeu um apelo direto; mas, na verdade, todos os homens menos rudes têm a sua convocação pes­soal ao serviço do Cristo. As formas podem variar, mas a essência ao apelo é sempre a mesma. O convite ao ministério chega, ás vezes, de maneira sutil, inesperada­mente; a maioria, porém, resiste ao chamado generoso do Senhor. Ora, Jesus não é um mestre de violências e se a figura de Paulo avulta muito mais aos nossos olhos, é que ele ouviu, negou-se a si mesmo, arrependeu-se, tomou a cruz e seguiu o Cristo até ao fim de suas tarefas materiais. Entre perseguições, enfermidades, apodos, zombarias, desilusões, deserções, pedradas, açoites e encarcerament os, Paulo de Tarso foi um homem intrépido e sincero, caminhando entre as sombras do mundo, ao encontro do Mestre que se fizera ouvir nas encruzilhadas da

sua vida. Foi muito mais que um predestinado, foi um realizador que trabalhou diariamente para a luz.

O Mestre chama-o, da sua esfera de claridadeS imor­tais. Paulo tateia na treva das experiências humanas e responde: — Senhor, que queres que eu faça?

Entre ele e Jesus havia um abismo, que o Apóstolo soube transpor em decênios de luta redentora e cons­tante.

Demonstrá-lo, para o exame do quanto nos compete em trabalhO próprio, a fim de Ir ao encontro de Jesus, é o nosso objetivo.

Outra finalidade deste esforço humilde é reconhecer que o Apóstolo não poderia chegar a essa possibilidade, em ação isolada no mundo.

Sem Estevão, não teríamos Paulo de Tarso. O gran­de mártir do Cristianismo nascente alcançou influência muito mais vasta na experiência paulina, do que podería­mos imaginar tão-só pelos textos conhecidos nos estudos terrestres. A vida de ambos está entrelaçada com miste­riosa beleza. A contribuição de Estevão e de outras per­sonagens desta história real vem confirmar a necessida­de e a universalidade da lei de cooperação. E, para ve­rificar a amplitude desse conceito, recordemos que Jesus, cuja misericórdia e poder abrangiam tudo, procurou a companhia de doze auxiliares, a fins de empreender a re­novação do mundo.

Aliás, sem cooperação, não poderia existir amor; e o amor é a força de Deus, que equilibra o Universo.

Desde já, vejo os críticos consultando textos e com­binando versículos para trazerem á tona os erros do nosso tentame singelo. Aos bem-intencionados agradecemos sin­ceramente, por conhecer a nossa expressão de criatura falível, declarando que este livro modesto foi grafado por um Espírito para os que vivam em espírito; e ao pedan­tismo dogmático, ou literário, de todos os tempos, recorremos ao próprio Evangelho para repetir que, se a letra mata, o espírito vivifica.

Oferecendo, pois, este humilde trabalho aos nossos irmãos da Terra, formulamos votos para que o exemplo do Grande Convertido se faça mais claro em nossos cora­ções, a fim de que cada discípulo possa entender quanto lhe compete trabalhar e sofrer, por amor a Jesus-Cristo.



Pedro Leopoldo, 8 de julho de 1941.


Do livro Paulo e Estevão. Pelo Espírito Emmanuel.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Visão Espírita do Homem

Visão Espírita do Homem

Autor: Deolindo Amorim

Já se sabe que o perispírito não é uma invenção
do Espiritismo, como não é um conceito abstrato.
É um elemento real, que tem propriedades e
toma formas visíveis. Com o Espiritismo,
entretanto, em virtude das experiências
mediúnicas que já se acumularam até hoje, o
estudo desse “corpo intermediário”
necessariamente se tornou mais específico,
permitindo que se lhe reconheçam propriedades
relevantes no mecanismo psico-fisiológico. Além
de outros autores, considerados clássicos na
literatura espírita, Gabriel Delanne dedicou boa
parte de seus trabalhos ao perispírito, e trouxe,
por isso mesmo, uma contribuição significativa e
ainda válida em toda a plenitude. Estudou ele,
por exemplo, as “Provas da existência do
perispírito - sua utilidade - seu papel”, no
alentado livro O Espiritismo perante a Ciência. E,
assim, em toda a obra de Delanne, realmente
portentosa, há o que se estudar e pensar a
respeito do perispírito. Não se precisaria fazer
referência a outros, aliás bastante conhecidos no
meio espírita, porque não temos objetivo de
erudição nesta breve crônica jornalística.
Queremos acentuar, sim, o perispírito ou
mediador fluídico tem funções próprias no
composto humano, não é uma criação
imaginária...
Na antigüidade oriental, como na grega, como
entre doutores da Igreja, admitiu-se claramente
a existência de uma “substância”, um corpo, um
elemento equivalente, afinal de contas, entre as
duas realidades fundamentais: a matéria e o
Espírito. Os nomes são diversos e, por isso, há
uma infinidade de expressões para traduzir a
significação do perispírito (terminologia do
Espiritismo) no conjunto psicossomático. Existem
até uns tantos preciosismos de linguagem,
verdadeiras sutilezas verbais para dizer o que
seja, no fundo, esse “corpo bioplásmico”,
segundo a moderníssima denominação
resultante de experiências realizadas na Rússia.
Há contextos espiritualistas em que se encontra
o perispírito, dividido ou apresentado sob outras
rubricas, com as especificações que lhe são
atribuídas. Mas o que é fundamental no caso é a
existência, necessária, de um elemento que se
interpõe no binômio corpo-espírito. A Doutrina
Espírita prefere chamá-lo simplesmente de
perispírito, com explicações acessíveis a todos os
níveis de instrução.
Sob o ponto de vista histórico, entretanto, além
do que já se encontra em velhas fontes orientais,
como noutros ramos da literatura antiga, convém
considerar que na Escolástica primitiva, muito
influenciada por Platão e Agostinho, também se
admitiu a constituição trinária do ser humano:

1) a alma habita numa casa que lhe é
essencialmente estranha; o corpo é o albergue, o
hábito, o recipiente, o invólucro da alma; além de
semelhante imagem, é também usada a do
matrimônio.
2) o corpo e a alma estão unidos por um “spiritus
physucys”, que serve de intermediário;
3) corpo e alma estão unidos pela personalidade
como em uma espécie de união hipostática.
(Barnarco Bartmann - “Teologia Dogmática” - I
vol., Edições Paulinas)

Tão forte lhe parece a união da alma com o
corpo, com a intercalação desse - “spiritus
physucus”, que funciona como intermediário, que
o Autor chega a compará-la a uma espécie de
união hipostática, isto é, união do Verbo divino
com a natureza humana. A idéia de um
“invólucro” ou “intermediário”, uma vez que o
Espírito precisa de um revestimento para que
possa conviver com o corpo, faz parte dos
contextos espíritas, sejam quais forem os nomes
que se lhe dêem. É o persipírito, sem tirar nem
por.
Como o perispírito, a reencarnação, por sua vez,
também já teve adeptos na Igreja, embora contra
ela se tenha pronunciado e firmado sentença o
Concílio de Constantinopla. Mas o certo é que
Orígenes, teólogo e exegeta, defendeu a tese da
preexistência, o que, aliás, é fato muito citado.
Outros teólogos, como se sabe, adotaram a tese
“criacionista”, isto é, a criação da alma com o
corpo ou para o corpo. Justamente nesse ponto,
um dos maiores doutores de sua época - Santo
Agostinho - se defrontou com dificuldades para
conciliar a criação da alma com o “pecado
original”. Quem o diz é ainda Bartmann, na
mesma obra (já referida), e ele próprio, o autor
de “Teologia Dogmática”, também encontra
obscuridade. Vejamos: Se é incompreensível que
a alma derive do ato corpóreo da geração,
todavia também o criacionismo apresenta não
pequenas dificuldades. Já Santo Agostinho não
sabia explicar como a alma, criada por Deus,
podia nascer com o pecado original. A
dificuldade conserva seu valor também para nós.
Outra dificuldade pode surgir da consideração de
uma criação contínua até o fim do mundo, de um
número incalculável de atos diretos de Deus. mas
o ponto-chave do problema, como denuncia o
Autor, está justamente nesta decorrência da tese
“criacionista”: Pareceria, por fim, necessário
admitir uma cooperação imediata de Deus, nas
numerosas gerações manchadas pela culpa. Não
se pode responder à primeira dificuldade senão
recorrendo ao mistério do pecado original. E no
mistério esbarra tudo, não há mais saída para o
raciocínio...
Contrapondo-se à idéia da criação do Espírito
juntamente com o corpo, a Doutrina Espírita
propõe outra análise do problema, nestes
termos:
“Donde vem a aptidão extranormal que muitas
crianças em tenra idade revelam, para esta ou
aquela arte, para esta ou aquela ciência,
enquanto outras se conservam inferiores ou
medíocres durante a vida toda?”
“Donde, em certas crianças, o instinto precoce
que revelam para os vícios ou para as virtudes,
os sentimentos inatos de dignidade ou de
baixeza, contrastando com o meio em que elas
nasceram?” (O Livro dos Espíritos - questão 222).
Se, realmente, o Espírito fosse criado por Deus
no ato do nascimento, seria o caso de admitir,
ainda que por absurdo, criação de indivíduos que
nascem com tendências para a perversão ou para
a delinqüência. Seria obra de Deus?!...
A tese da preexistência explica as inclinações
inatas para o bem ou para o mal, embora a
Doutrina Espírita não negue a influência
fortíssima da educação, do meio social, da
cultura e de outros fatores contingentes. Mas o
Espírito, ao voltar à Terra, pela reencarnação,
traz certa bagagem de conhecimentos, virtudes
ou vícios, responsáveis pelo curso de sua
existência, com todos os altos e baixos deste
mundo. Deus não iria criar para a vida um
Espírito que já estivesse marcado com as paixões
inferiores. Todos começam “simples e
ignorantes” - ensina a Doutrina - mas o próprio
arbítrio, que é indispensável à experiência
individual, pode desviar o Espírito da rota mais
justa e levá-lo aos despenhadeiros morais.
“Simples e ignorantes” é a expressão textual da
Doutrina “O Livros dos Espíritos - questões 115-
121-133-634. É o ponto de partida. Daí por
diante, cada qual adquire sua experiência através
das vidas sucessivas. É um princípio que nos faz
compreender a responsabilidade individual, ao
passo que, se admitíssemos a criação juntamente
com o corpo, chegaríamos a esta conclusão a
fatal: se a criatura é má, se abusa de suas
faculdades ou de seus recursos para dar
expansão a tendências viciosas, não é
responsável por seu procedimento, uma vez que
nasceu assim, foi criada assim por Deus,
colocada no corpo, ao nascer, com todas as suas
mazelas morais. No entanto, o princípio da
responsabilidade individual é válido no tempo e
no espaço, segundo o Espiritismo.
Outra, portanto, é a perspectiva da reencarnação,
que já teve defensores no seio da Igreja, embora
condenada, mais tarde, como heresia. O
desenvolvimento do Espírito modifica o
perispírito, e este, pela ação plasmadora, tem
influência sobre o corpo. Como já vimos, não
apenas Platão, luminar da constelação grega da
antigüidade, esposou a concepção trinária do
homem, mas entre escolásticos também houve
partidários dessa concepção. O homem tríplice
não desagrega a unidade básica do EU. Com esta
visão antropológica, a Doutrina Espírita situa o
homem na Terra, em relação ao presente e ao
passado, apontando-lhe o caminho do futuro,
sem ilusões nem quimeras.

Transformação Interior e o Mundo de Regeneração



Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito), psicografia de Divaldo Franco.

“A fim de que o mundo se transforme é
necessário que haja a modificação do ser
humano para melhor, por ser a célula máter da
sociedade. Enquanto mantiver a enfermidade
espiritual resultante do atraso evolutivo,
nenhuma força externa conseguirá alterar a
marcha moral do planeta, desde que os seus
habitantes recusem-se à transformação interior.
Os momentos que vivemos são de esforço
autoiluminativo, graças às revelações que
descem à Terra com maior frequência e às
informações seguras em torno do processo de
mudança, oferecendo a visão do futuro que a
todos nos espera.
As lições do Mestre de Nazaré, desde há dois mil
anos, convocam-nos ao procedimento moral
correto, à convivência pacífica e ao cumprimento
dos deveres de solidariedade e apoio aos que se
encontram na retaguarda da ignorância, ou
sofrendo os necessários fenômenos de
recuperação pela dor, mediante os testemunhos,
através das experiências aflitivas...
Cada um deve preparar-se para acompanhar a
marcha do progresso, integrando a legião dos
construtores do novo período da Humanidade.
Anunciado por Jesus esse período de transição,
tanto como referendado pelo Apocalipse, narrado
por João evangelista e os profetas que se
manifestaram a esse respeito ao longo da
História, chega o momento de cumprir-se os
divinos desígnios que reservam para a Terra
generosa o destino regenerador, sem as marcas
do sofrimento na sua feição pungitiva e
desesperadora.
As forças do mal, porém, teimam em manter o
quadro atual de desolação, ao lado dos abusos
de toda ordem, porque pretendem continuar
explorando psiquicamente os incautos que se
lhes vinculam através dos hábitos doentios em
que se comprazem na ilusão material.
A morte inevitável, porém, a todos arrebata, e
quando despertam no além-túmulo, estorcegam
na realidade, lamentando os equívocos e
necessitando de oportunidade para reparação.
Esse não mais se dará no planeta Terra, que
deixará de ser de provas, mas em outro de
natureza inferior, onde se deverá expungir a
maldade e a falência moral em situação muito
mais aflitiva e mais amarga."

Livro: Amanhecer de uma Nova Era

LUZ DO AMOR

LUZ DO AMOR


Meus irmãos:
A Criação de Nosso Pai é expressão genuína de Seu Amor incomensurável.
Tudo fulge nos domínios do Universo Divino...
A flor, na haste da planta, é uma estrela de cor e perfume, engalanando de beleza e candura os caminhos por que passam os seres humanos;
A água, brotando da fonte ou caindo em gotículas na feição singela do orvalho, é bendita estrela fecundante, deixando refletir os mistérios do Poder Criador, para que os homens conheçam a saúde e a riqueza mineral...
A terra que nos produz o pão por obra da fartura, se constitui de infinitos e pequeninos grãos e são esses exércitos que nos suportam as ações e reações de conduta, obedecendo ao poder radiante da Luz Criadora do Todo-Sábio...
O Sol é uma grande estrela a nos governar os destinos no Planeta...
E as estrelas cintilantes da abóbada celeste são ninhos de mundos, que alcançam esplendor na luz soberana do excelso Pai...
Tudo vibra, tudo pulsa, tudo brilha na pauta divina da harmonia que nasce da Vontade de Deus!...
Por isso, amigos, o convite de Jesus, em seu Evangelho de redenção, é o fulgor de sua pureza e santidade a nos propor, pelos testemunhos inigualáveis que apresenta, o “Brilhe a Vossa Luz!”....
Amemo-nos! Só o Amor é Vida e nele, que retrata o Pai e Criador de todos nós, encontraremos as respostas para nossos anseios e a definitiva solução para os males que possam existir em nós!...
Quando o Senhor deliberou enviar-nos o Consolador, na feição do Espiritismo Evangélico, agiu por Misericórdia, certo de que, à luz da Verdade sem véus, converter-nos-íamos à Caridade – a mais alta expressão do Amor que se esquece, para exaltar a Luz de Deus, nosso eterno Pai!
Convertamos dores em esperança; desafios em trabalho útil; amarguras em perdão sincero; provas e sacrifícios em luz interior!
Que a doce Mãe de Jesus nos ampare e abençoe!

Do irmão e menor servidor de todos,

Chico Xavier

(Mensagem psicografada dia 08 de julho de 2013 no Grupo Espírita da Bênção, em Mário Campos, MG, pelo médium Wagner G. Paixão)

Expiação individual e/ou coletiva

Editorial
 •  Redação
O culpado busca em si mesmo o seu mais inexorável castigo. (C.I. 2a parte, cap VII, II)1
De modo diverso procede a justiça divina, cujas punições correspondem ao progresso dos seres aos quais elas são infligidas. (C.I. 2a parte, cap VII, III)1
As agonias da Terra têm por premissa as alegrias do céu. (C.I. 2a parte, cap VIII, Marcel)1
Eu quis expiar o orgulho, na última existência, sob a condição de servo. (C.I. VII, Antônio B)1
As tribulações, as vicissitudes, as dificuldades e dores humanas são sempre as consequências de uma vida anterior, culposa ou mal aproveitada. (C.I. VII, Erasto)1
Era a segunda vez que eu expiava a privação da vista. Tendo já expiado, ainda me faltava reparar. (C.I. VII, final, José)1
Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito. (Ev. III 15)2
Não há faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. (L.E. Introdução, VI)3
Primeira ordem – Espíritos puros: Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. (L.E. 113)3
Deus impõe a encarnação aos Espíritos com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. (L.E. 132)3
O fim objetivado com a reencarnação é a expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. (L.E. 167, 178)3
Para os Espíritos, não há trevas, salvo as que podem achar-se por expiação. (L.E. 246)3
As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro. (L.E. 399)3
As classes a que chamas sofredoras são mais numerosas, por ser a Terra lugar de expiação. (L.E. 931)3
A expiação se cumpre durante a existência corporal, mediante as provas a que o Espírito se acha submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do Espírito. (L.E. 998)3
Os privados da visão deveriam considerar-se como bem-aventurados da expiação. (R.E. 1863)4
A expiação implica necessariamente a ideia de um castigo mais ou menos penoso, resultado de uma falha cometida. – Em certos casos, a prova se confunde com a expiação, isto é, a expiação pode servir de prova, e reciprocamente. (R.E. 1863)4
É erro pensar que o caráter essencial da expiação seja o de ser imposta. – Assim, nada há de irracional em admitir que um Espírito na erraticidade escolha ou solicite uma existência terrena que e o leve a reparar seus erros passados. (R.E. 1863)4
Bendigo a chama; bendigo os sofrimentos; bendigo a prova, que era uma expiação. (R.E. 1863)4
O que lhe acontece é uma expiação; se quer que esta cesse, terá que se melhorar e provar as boas intenções, começando por se mostrar boa e caridosa para com os inimigos. (R.E. 1864)4
Há provações sem expiação, como há expiações sem provação. (R.E. 1864)4
Essas almas deserdadas desde o nascimento neste mundo já viviam e expiam, em corpos disformes, suas faltas passadas. (R.E. 1864)4
Aliás, quem sabe se esse menino, supondo seu crime sem escusas, não sofreu duro castigo no mundo dos Espíritos, e se seu arrependimento e seu desejo de reparar não reduziram a expiação terrena a uma simples enfermidade? (R.E. 1865)4
Por que esses dois seres são feridos juntos? Porque participaram da mesma vida; estavam ligados durante a provação, e devem estar reunidos na vida de expiação. (R.E. 1865)4
O fato seguinte apresenta um caso instrutivo, como aplicação da soberana justiça e como explicação do que por vezes parece inexplicável em certas posições da vida. (R.E. 1867)4
O mesmo sucede quando se trata de crimes cometidos solidariamente por um certo número de pessoas. As expiações também são solidárias, o que não suprime a expiação simultânea das faltas individuais. (O.P. Primeira parte – As expiações coletivas)5

1. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno.
2. ____. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
3. ____. O Livro dos Espíritos.
4. ____. Revista Espírita.
5. ____. Obras Póstumas.

Considerações oportunas sobre a obsessão

Questão sugere que reflitamos sempre.
 •  F. Altamir da Cunha
1. Existe algum sintoma que nos faça concluir que estamos obsidiados?
O exercício do autoconhecimento possibilita a identificação de qualquer alteração no nosso comportamento, alertando-nos sobre uma possível influência espiritual negativa – obsessão. Mas é preciso que adquiramos uma certa prática, porque muitas vezes os sintomas de uma obsessão simples, como arrepios, dores de cabeça, mudança de humor etc., também poderão ser reflexos de distúrbios naturais no nosso organismo, sem que necessariamente estejam associados à obsessão.
2. Como podemos interpretar a culpabilidade de alguém que está obsidiado e pratica um delito?
Esse caso requer um comentário a mais. O fato de alguém ter praticado o delito sob o domínio de um espírito, num estágio de subjugação, atenua o seu débito, por não ser ele portador de total liberdade nessa circunstância; porém não o isenta totalmente de culpa, pois toda obsessão se instala com uma certa permissividade, por parte do obsidiado. É normalmente fruto de sua invigilância, contrariando o ensinamento de Jesus: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”.
3. Como podemos diferenciar nossos pensamentos dos pensamentos de um espírito que esteja nos obsidiando?
Mais uma vez fazemos referência à sabedoria do Mestre Jesus, convidando-nos à vigilância e à oração. Toda pessoa no seu senso normal está familiarizada com os seus pensamentos e desejos mais comuns. Mantendo-se vigilante, ela saberá identificar quando esses pensamentos e desejos estão sendo alterados ou substituídos por outros de ordem inferior, gerando prejuízos para si e/ou para os outros. Assim identificados, poderemos concluir sobre uma provável obsessão.
4. Com relação aos reflexos das obsessões sobre a nossa saúde, como decidir entre procurar um médico ou uma casa espírita?
Nós, principalmente, que atendemos na Casa Espírita, através do diálogo fraterno, nos deparamos constantemente com casos que apresentam dúbio aspecto, ou seja, apresentam sintomas que identificam tanto problemas que requerem tratamento médico quanto espiritual. Essa dubiedade deve-se ao fato de sermos espíritos encarnados; naturalmente acontece uma mútua influência: o corpo influenciando o espírito e vice-versa. Sabemos que existem doenças físicas que geram obsessões e obsessões que geram doenças físicas. Daí a necessidade de orientarmos para que sejam feitos os dois tratamentos – espiritual e médico.
5. A obsessão apenas existe por ação de um desencarnado sobre um encarnado?
Não. Com relação à ação e à passividade entre vítima e verdugo, podemos ter o seguinte:
– Desencarnado sobre encarnado
Esta é a obsessão mais conhecida, e resulta normalmente da ação persistente e maldosa de espíritos desencarnados. Mas também pode acontecer quando espíritos em desequilíbrio, porém não necessariamente maus, são atraídos para os encarnados por força de laços afetivos, afinidades vibratórias, ou à procura de ajuda.
– Encarnado sobre desencarnado
As causas mais comuns (não as únicas) são: a inconformação do encarnado, lamentando e desejando a permanência do ente querido que desencarnou; no caso de desafetos, a emissão de pensamentos negativos por parte do encarnado influencia negativamente o desencarnado. Estas atitudes geram fortes laços magnéticos, que atrai o desencarnado, dificultando o seu retorno ao plano espiritual e fazendo-o sofrer.
– Desencarnado sobre desencarnado
Embora provoque surpresa nas pessoas desinformadas com relação à vida após a morte, é oportuno esclarecer que a morte não elimina ódio e mágoas cultivados enquanto no corpo físico. Muitos espíritos que retornam à espiritualidade, dominados por esse sentimento, não conseguem de imediato apagar de seus corações o desejo incontrolável de vingança. Nesta condição, não apenas obsidia o inimigo enquanto este se encontra no corpo físico, como aguarda a sua desencarnação para continuar o plano de vingança no plano espiritual.
– Encarnado sobre encarnado
Não podemos esquecer que através de pensamentos, palavras e ações, influenciamos e somos influenciados constantemente, e que essa influência pode ser positiva ou negativa. De forma que, se a influência causa sofrimento ou cerceia a liberdade do outro, está assim caracterizada a obsessão.
Portanto, podemos afirmar que o déspota, o ciumento possessivo, o patrão que escraviza, o subalterno preguiçoso e rebelde, pais dominadores que furtam a liberdade e criam dependências nos filhos, são exemplos de obsessores encarnados que escravizam e fazem sofrer outros encarnados.

Guias Espirituais

Todos temos, ligados a nós, desde o nosso nascimento, um Espírito bom, que nos tomou sob a sua proteção.
Desempenha, junto a nós, missão de um pai para com seu filho; a de nos conduzir pelo caminho do bem e do progresso, através das provações da vida.
Sente-se feliz, quando correspondemos à sua solicitude; sofre quando nos vê sucumbir.
Seu nome pouco importa, pois bem pode dar-se que não tenha nome conhecido na Terra.
Invocamo-lo, então, como nosso anjo guardião, nosso bom gênio.
Podemos mesmo invocá-lo sob o nome de qualquer Espírito superior, que mais viva e particular simpatia nos inspire.
Além do anjo guardião, que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, embora menos elevados, não são menos bons e magnânimos.
Contamo-los entre amigos, ou parentes, ou até entre pessoas que não conhecemos na existência atual.
Eles nos assistem com seus conselhos, e, não raro, intervindo nos atos da nossa vida.
Deus, em nosso anjo guardião, nos deu um guia principal e superior e, nos Espíritos protetores e familiares, guias secundários.
A prece aos anjos guardiães e aos Espíritos protetores devem ter por objeto solicitar-lhes a intercessão junto de Deus, pedir-lhes a força de resistir às más sugestões e que nos assistam nas contingências da vida. (Ev. XXVIII, 11)1 (L.E., 489 a 521)2 (R.E. 1859)3
Pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu. (L.E. 393)2
O esquecimento das faltas praticadas não constitui obstáculo à melhoria do Espírito, porquanto, se é que este não se lembra delas com precisão, não menos certo é que a circunstância de as ter conhecido na erraticidade e de haver desejado repará-las, o guia por intuição e lhe dá a ideia de resistir ao mal, ideia que é a voz da consciência, tendo a secundá-la os Espíritos superiores que o assistem, se atende às boas inspirações que lhe dão. (L.E. 399)2
Jesus é o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo. (L.E. 625)2
Guia mais seguro do que a própria consciência não podia Deus haver dado ao homem. (L.E. 876)2
Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo da guarda que o esclarecesse, grande força adquiriria para se aperfeiçoar. (L.E. 919)2
Nunca seria demais lembrar que vos recomendeis ao vosso anjo da guarda, para que vos ajude a vos manter em guarda contra vosso mais cruel inimigo, que é o orgulho. (R.E. 1860)3
Quanto aos Espíritos que podem ser evocados para tais exercícios preparatórios, é preferível dirigir-se ao seu Espírito familiar, que sempre está próximo e jamais nos deixa. (R.E. 1861)3
Por mais baixo que ela vos fale, essa voz do nosso protetor vos dirá que eviteis aquilo que vos pode prejudicar. (R.E. 1862)3
Os guias vos envolvem com seu manto. Deus, o Deus tão bom e vosso Pai, a todos deu um anjo e um irmão. (R.E. 1862)3
Talvez perguntem por que os Espíritos protetores não lhes forçam a retirada. Sem dúvida o podem e, por vezes, o fazem. Mas, permitindo a luta, também deixam o mérito da vitória. (R.E. 1862)3
Agora vejo claramente que fui instrumento, em parte passivo, do Espírito encarregado de me dirigir para o ponto harmonioso, sobre o qual eu me devia modelar, para adquirir a soma das perfeições que me era dado esperar nesta terra. (R.E. 1865)3
Temos lugar de presumir também que os Espíritos ou anjos têm qualquer parte no governo universal, pois foi recebido como dogma de fé que os homens são guardados pelos anjos e que cada um de nós tem seu anjo de guarda. (R.E. 1865)3
Os Espíritos elevados, que nos assistem de ordinário, comunicam-se mais raramente conosco. (R.E. 1866)3
Tendo perdido um filho de sete anos, e tendo-se tornado médium, a mãe teve a mesma criança como guia. (R.E. 1866)3
Cada ser vivo neste mundo tem um anjo que o dirige, acrescenta Santo Agostinho. (R.E. 1868)3
A certeza de não estarmos espiritualmente sozinhos em nossa presente jornada reencarnatória, dá-nos a coragem, paciência e resignação para perseverarmos otimistas no cumprimento dos deveres que, não por acaso, abraçamos.

1. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
2. ____. O Livro dos Espíritos.
3. ____. Revista Espírita.

Sexo

Têm sexo os Espíritos?
– Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização (física). Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos. (L.E., 200)1
Em nova existência, pode o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa?
– Decerto; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres. (L.E., 201)1
Quando errante, pouco importa ao Espírito encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar. (L.E., 202)1
Lá (em Júpiter) existe diferença de sexos?
– Sim: há por toda a parte onde existe a matéria. (R.E., 1858)2
Os Espíritos não têm sexo. Entretanto, como há poucos dias éreis homem (palavras de Kardec a Sanson recém-desencarnado), no vosso novo estado tendes antes a natureza masculina que a feminina? Dá-se o mesmo com um Espírito que deixou o corpo há muito tempo?
– Não nos atemos a ser de natureza masculina ou feminina: os Espíritos não se reproduzem. Deus os criou à sua vontade e se, na sua maravilhosa sabedoria, quis que os Espíritos se reencarnem na Terra, teve que estabelecer a reprodução das espécies para o macho e a fêmea. (R.E., 1862)2
A primeira resposta dada pelo Espírito de Felícia, para certas pessoas poderia parecer uma contradição. Diz que é do sexo feminino e sabe-se que os Espíritos não têm sexo. É certo que não têm sexo, mas sabe-se que para se fazerem reconhecer se apresentam sob a forma que os conhecemos em vida. (R.E., 1863)2
Criou Deus as almas masculinas e femininas? Fez estas inferiores àquelas? – Ao contrário, criou-as iguais e semelhantes e as desigualdades, fundadas pela ignorância e pela força bruta, desaparecerão com o progresso e o reinado da justiça. (R.E., 1866)2
As mulheres podem encarnar-se como homens e, por consequência, os homens podem encarnar-se como mulheres. Não há, pois, entre os dois sexos senão uma diferença material, acidental e temporária, uma diferença de vestimenta carnal; mas quanto à natureza essencial do ser, ela é a mesma. (R.E., 1867)2
No livro Baviera – Saga Secular de Amor e Ódio (Casa Editora O Clarim), Cairbar Schutel passa, no apêndice doutrinário, importantes considerações sobre o tema em tela, em 43 tópicos.
Nesta oportunidade transcrevemos:
18. O que representa o relacionamento sexual para o casal:
Trata-se de uma forma de externar e trocar amor entre dois encarnados que constituem uma família. O casal deve praticá-lo, pois é também uma necessidade do organismo material. Se um dos dois se recusa a fazê-lo, afeta o outro. A relação sexual só pode deixar de ser praticada no relacionamento do casal quando há consenso entre ambos, em face de uma missão a ser desenvolvida ou por decisão natural e mútua.3
40. Não é permitida pelo Alto a escolha do sexo da criança, através de técnicas científicas, ao ocorrer a fecundação:
Cabe exclusivamente ao Plano Espiritual Superior determinar o sexo da criança que está para reencarnar. Somente a Espiritualidade sabe a missão que ela tem a enfrentar e consequentemente qual o sexo que deve vivenciar.3
No contexto geral desse apêndice doutrinário, e também nos Fundamentos da Reforma Íntima (Casa Editora O Clarim), o sexo tem três aspectos para os encarnados: o primeiro tem a ver com a reprodução da espécie; o segundo com a troca de vibrações entre o casal; o terceiro, servir de prova.

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.
2. ______. Revista Espírita.
3. GLASER, A. Baviera – Saga Secular de Amor e Ódio. Pelo espírito Rubião. Casa Editora O Clarim.

Novos ares para a juventude

Antonio Cesar Perri de Carvalho

30/07/2013 10h25 - Atualizado em 30/07/2013 10h25

Novos ares para a juventude

No âmbito da Seara Espírita há algum tempo estamos sentido prenúncios de novos ares para a juventude. Em eventos de Comissões Regionais do CFN da FEB e visitas temos ouvido postulações oportunas e até uma consulta foi realizada durante as quatro reuniões das Comissões Regionais do CFN no ano de 2011. Neste ínterim concretizou-se a CONBRAJE, proposta do Departamento de Infância e Juventude da Federação Espírita do Estado de Goiás, e que conquistou a chancela do CFN da FEB1.
A CONBRAJE – Confraternização Brasileira de Juventudes Espíritas – Comissão Regional Centro, efetivada em Goiânia, foi um impacto extremamente positivo e com repercussões imediatas. Já há propostas e articulações para que o evento aconteça nas Regiões Sul e Nordeste.
No evento, sentimos o calor, a espontaneidade e a criatividade do movimento jovem anterior aos anos 1970. Registramos o fato na nossa palestra “Protagonismo Juvenil e Movimento Espírita”, proferida no CONBRAJE, no dia 1º./6/2013.
Poucos dias depois, identificamos vários jovens da FEDF e da FEB na Marcha Nacional Em Defesa da Vida – Brasil sem Aborto, realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Dialoguei com eles, enaltecendo a participação deles, e, entusiasmados, disseram-me: “É efeito CONBRAJE!”.
Na sequência, na nova forma de comunicação dos jovens, no “Facebook”2 surgiram as páginas: Conbraje, Juventude FEB e Sou jovem. Esta última com imensa participação. No âmbito interno da FEB concretizou-se uma experiência pioneira e inédita: os jovens tiveram uma animada programação lítero/musical e cinematográfica, incluindo pernoite na sede, num clima de confraternização e de alegria.
O conjunto dos fatos recentíssimos nos estimulam a muitas reflexões, para que caminhem os processos de reflexão e reestudo sobre a análise da atuação da juventude no Movimento Espírita. Em livro há pouco editado pela FEB, o idealista Mário da Costa Barbosa já destacava que, muitas vezes, as propostas e programas estiveram “mais calcado em visão de evangelização pela instrução do que pela vivência” e destaca que é importante a “perspectiva de que evangelizar é viver a Boa Nova”3. Por isso sempre trabalhou pela proposta do Espaço de convivência e criatividade e educação pelo trabalho 4.
O jovem precisa ser compreendido como espírito reencarnado, e que sua precoce e efetiva inserção no Movimento Espírita é importante para sua trajetória espiritual. Isto significa real integração do jovem nas atividades dos centros espíritas, e, dentro do respeito à diversidade e à individualidade, das características e do potencial de cada um, o protagonismo juvenil tem muito a contribuir com os centros e o Movimento Espírita. Haja vista a atuação de jovens em ambientes universitários e profissionais do mundo moderno, entre outros, a predominância de jovens nas atuações na informática, mídia e no mercado financeiro.
A compreensão das condições da vida em sociedade de nossos dias é indispensável para entendimento do jovem e sua integração no Movimento Espírita. O jovem não deve ser visto com o chavão “do futuro”. O jovem deve ser entendido e valorizado como “o agora”, nas lides espíritas e na sua formação como cidadão. “O Espiritismo – como “obra de educação”- se assenta na moral do Cristo, e esta se fundamenta no respeito à vida e ao próximo, na ética e na moral” que é necessária “para compreendermos e buscarmos as novas aspirações para uma Humanidade melhor”.5
Referências:
  1. Confraternização Brasileira de Juventudes Espíritas – Conbraje. Reformador. Julho de 2013, p. 264; Link no Portal da FEB: http://www.febnet.org.br/blog/geral/movimento-espirita/conselho-federativo-nacional-movimento-espirita/confraternizacao-de-jovens-do-centro-do-pais-2/
  2. Sarmento, Helder, B.M.; Pontes, Reinaldo N.; Parolin, Sonia R.H. (Organiz.) Conviver para amar e servir. Baseado em Mário da Costa Barbosa. 1.ed. Brasília: FEB, 2013. p.25.

Mediunismo e Animismo

Colunistas

15/07/2013 08h34 - Atualizado em 15/07/2013 08h34

Mediunismo e Animismo

São fenômenos naturais do psiquismo humano, classificados pela Doutrina Espírita em duas categorias básicas: os mediúnicos e os anímicos (do grego, anima=alma), Os primeiros são intermediados pelos médiuns: “médium é toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte, não constitui um privilégio exclusivo. (…).”[1] Os segundos, mais propriamente denominados de emancipação da alma, pela Codificação Espírita, são produzidos pelo próprio Espírito encarnado.
O intercâmbio entre um plano e outro da vida pode, então, ser regularmente estabelecido por meio de duas vias: a mediúnica e a anímica, Pela via mediúnica o Espírito renasce como médium, pessoa possuidora de uma organização física apropriada, sensível.[2] Pela outra via, a comunicação é realizada pelo próprio encarnado, quando este se encontra no estado de emancipação da alma, vulgarmente conhecido no meio espírita como anímico ou, ainda, de desdobramento espiritual.
As duas vias de comunicação usualmente se sobrepõem, de forma que não é fácil discernir quando um fenômeno é exclusivamente mediúnico ou anímico. A prática mediúnica é denominada mediunismo, a anímica   de animismo.
Todas as manifestações mediúnicas (psicofonia, psicografia, vidência, audiência, intuição, cura, etc.), classificadas por Allan Kardec em fenômenos de efeitos físicos e fenômenos de efeitos inteligentes, trazem o teor anímico do médium, uma vez que este não age como uma máquina, na recepção e transmissão da mensagem do Espírito comunicante. Funciona como um intérprete do pensamento do Espírito, imprimindo naturalmente às comunicações mediúnicas que intermedia características peculiares de sua personalidade: “(…) É por isso que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que se comunicam com um médium, os ditados que este obtém, ainda que procedendo de  Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal.(…)”[3], afirmam Erasto e Timóteo em mensagem que consta de O Livro dos Médiuns. Allan Kardec, por sua vez, acrescenta:
O Espírito do médium é o intérprete, porque está ligado ao corpo que serve para falar e por ser necessária uma cadeia entre vós e os Espíritos que se comunicam, como é preciso um fio elétrico para transmitir uma notícia a grande distância, desde que haja, na extremidade do fio, uma pessoa inteligente que a receba e  transmita.[4]
Para que ocorram fenômenos anímicos faz-se necessário que o perispírito do encarnado desprenda-se, parcial e momentaneamente, do seu corpo físico. Nestas circunstâncias, a alma toma  conhecimento da realidade extrafísica, percebendo-a de acordo com o seu entendimento. Nestas circunstâncias, pode entrar em comunicação com outros Espíritos desencarnados e encarnados. Durante esse desprendimento (ou emancipação), que pode ser mais ou menos duradouro, diz-se que o Espírito do encarnado encontra-se desdobrado, em estado semelhante ao do transe, situado entre a vigília e o sono.
A priori, não há médium totalmente passivo, ou seja, aquele que não interfere na transmissão da mensagem, como ensina o Codificador:
É passivo [o médium] quando não mistura suas próprias ideias com as do Espírito que se comunica, mas nunca é inteiramente nulo. Seu concurso é sempre necessário, como o de um intermediário, mesmo quando se trata dos chamados médiuns mecânicos.[1]
Há, contudo, casos de manifestações anímicas associadas à  obsessão, às vezes despercebidos no grupo mediúnico. Atentemos a este esclarecimento do  Espírito André Luiz:
Neste aspecto surpreendemos multiformes processos de obsessão, nos quais Inteligências desencarnadas de grande poder senhoreiam vítimas inabilitadas à defensivas, detendo-as, por tempo indeterminado, em certos tipos de recordação, segundo as dívidas cármicas a que se acham presas.
Frequentemente, pessoas encarnadas, nessa modalidade de provação regeneradora, são encontráveis nas reuniões mediúnicas, mergulhadas nos mais complexos estados emotivos, quais se personificassem entidades outras, quando, na realidade, exprimem a si mesmas, a emergirem da subconsciência nos trajes mentais em que se externavam noutras épocas, sob o fascínio constante dos desencarnados que as subjugam.[2]
Vemos assim, a necessidade, sempre presente, da aquisição do conhecimento espírita e o desenvolvimento do espírito de fraternidade, aconselhado por Jesus, a fim de analisar o assunto com maturidade e discernimento espirituais.
[1] Allan Kardec. O Livro dos Médiuns. Pt. 2, cap. XIV, it. 159, pág. 257.
[2] Ibid., pág.258.
[3] Ibid., cap. XIX, it.225, pág. 353.
[4] Ibid., it.223, q. 6, pág. 341.
[5]Allan Kardec. O Livro dos Médiuns. Pt. 2,cap. cap. XIX, it. 223,  q. 10, pág. 343.
[6] Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Mecanismos da Mediunidade. Cap, 23, it. Obsessão e animismo, pág. 181/182.
Referências
KARDEC, Allan. O livro dos Médiuns. Trad. Evandro Noleto Bezerra.1ª ed. 2ª reimp.  Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011.
XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 26.ª  Rio de Janeiro: FEB Editora, 2006.