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terça-feira, 24 de julho de 2012

ESPIRITISMO – IMPASSE DOUTRINÁRIO

ESPIRITISMO – IMPASSE DOUTRINÁRIO

Não resta dúvida de que, na atualidade, o Espiritismo, através de seu Movimento, está vivenciando um impasse doutrinário sem precedentes na sua recente história.
Não se trata, óbvio, de questões afetas aos seus Princípios Básicos, fixados pelos Espíritos Superiores no Pentateuco – Princípios que, em seus fundamentos, se revelam inamovíveis, embora sejam, naturalmente, passíveis de desdobramentos, que, pela natureza dinâmica da Revelação, haverão de ocorrer no tempo.
Estamos nos referindo aos perigosos rumos que vêm, de algum tempo a esta parte, sendo impressos ao Movimento, por companheiros que, no que pese a sua boa intenção, agem equivocadamente.
Não é desconhecido que, desde a realização do Concílio de Nicéia, promovido em 325 d.C., o Cristianismo começou a se transformar, até quase a se desfigurar por completo, perdendo contato com as suas origens.
Emmanuel, no livro que leva o seu nome, através da lavra do médium Chico Xavier, escreveu que: “Desde o concílio ecumênico de Nicéia, o Cristianismo vem sendo deturpado pela influenciação dos sacerdotes dessa Igreja, deslumbrados com a visão dos poderes temporais sobre o mundo. Não valeu a missão sacrossanta do iluminado da Úmbria, tentando restabelecer a verdade e a doutrina de piedade e de amor do Crucificado para que se solucionasse o problema milenar da felicidade humana”.
A missão que Chico Xavier desempenhou na seara espírita, à semelhança do que aconteceu com o “iluminado da Úmbria”, não vem sendo esquecida – propositalmente esquecida – por aqueles que, deslumbrados pela “visão dos poderes temporais”, têm levado o Espiritismo pelo atalho do elitismo?!
Não estaria o Movimento Espírita, através de seus militantes, se hierarquizando como o fez a Igreja, quando começou a se afastar da essência do Evangelho?!
E, avançando no tempo, não estaríamos, a pretexto de pureza doutrinária, novamente incrementando a censura, qual o equívoco em que a Igreja Católica ocorreu, quando, então, chegou a instaurar o Tribunal do Santo Ofício, condenando os que não se pautavam pela sua cartilha ideológica às fogueiras da Inquisição?!
Cremos, no entanto, que o fator deveras mais preocupante para o Espiritismo, neste momento histórico, é a quase insensibilidade de muitos de seus adeptos que, deliberadamente, têm se afastado da Caridade, entregando-se à prática de um Espiritismo que tende a se transformar em teologia, relegando a necessidade de sua renovação íntima a plano secundário.
Concitamos, pois, aos sinceros partidários da Doutrina a que não tornem a cometer o erro da omissão, quando, nas lides do Cristianismo, optaram pelo silêncio comprometedor, cujas consequências espirituais se fizeram sentir para a Humanidade no curso da História.
Em defesa da Verdade, não há necessidade de agressividade na opinião e, muito menos, na conduta, mas imprescindível se torna a postura coerente com os Princípios abraçados, no testemunho solitário da fé, porque, conforme nos disse o Cristo, “nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no reino dos céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”!...

INÁCIO FERREIRA
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, no dia 16 de julho de 2012, na cidade de Uberaba – MG). 

Conversações Infelizes

Conversações Infelizes
Naturalmente, porque estes são dias de insatisfação, as pessoas que de ti
se acercam, trazem, quase sempre, comentários negativos e observações
deprimentes.
Surgem, nas conversas, apontamentos depreciativos que chamuscam a
honra alheia, quando não lhes atiram lama na conduta que invejam.
Intrigas urdem vinganças sórdidas, entre sorrisos e sarcarmos, gerando
inquietação, soprando suspeitas ignóbeis.
Assuntos triviais tomam o tempo, e expressões chulas, com anedotário
vulgar, entorpecem a razão, mantendo psicosfera doentia.
*
Quando te vejas envolvido pelo clima das conversações nefastas, muda
de assunto, propõe tema diferente, conciliador, edificante, substituindo a
vulgaridade e o pessimismo, que devem ceder espaço ao conhecimento da
beleza e da verdade.
As conversas vis envenenam aqueles que as sustentam, enquanto
vilipendiam vidas outras que padecem constrições e vivem situações difíceis
buscando superá-las a contributo de muito sacrifício.
Seja tua a palavra de gentileza e de esperança em qualquer situação.
Entretece comentários respeitosos e educa os que te compartem as
palavras, gerando otimismo e fraternidade a todo momento.

Livro: Episódios Diários
Ditado por Joana de Angelis, psicografado por Divaldo

O Cansaço

O Cansaço
Quando te sintas sitiado pelo desfalecimento de forças ou o cansaço se te
insinue em forma de desânimo, pára um pouco e refaze-te.
O cansaço é mau conselheiro.
Produz irritação ou indiferença, tomando as energias e exaurindo-as.
Renova a paisagem mental, buscando motivação que te predisponha ao
prosseguimento da tarefa.
Por um momento, repousa, a fim de conseguires o vigor e o entusiasmo
para a continuidade da ação.
Noutra circunstância, muda de atividade, evitando a monotonia que
intoxica os centros da atenção e entorpece as forças.
Não te concedas o luxo do repouso exagerado, evitando tombar na
negligência do dever.
Com método e ritmo, conseguirás o equilíbrio psicológico de que
necessitas, para não te renderes à exaustão.
*
Jesus informou com muita propriedade, numa lição insuperável, que “o
Pai até hoje trabalha e eu também trabalho”, sem cansaço nem enfado.
A mente renovada pela prece, e o corpo estimulado pela consciência do
dever, não desfalecem sob os fardos, às vezes, quase inevitáveis do cansaço.
Age sempre com alegria e produze sem a perturbação que o cansaço
proporciona.

Livro: Episódios Diários
Joana de Angelis, psicografado por Divaldo

Depoimento de uma suicida

Depoimento de uma suicida

Livro: Estante da Vida - 2
Humberto de Campos & Francisco Cndido Xavier
Aqui vai, meu amigo, a entrevista rápida que você solicitou ao velho jornalista desencarnado com uma suicida comum. Sabe você, quanto eu, que não existem casos absolutamente iguais. Cada um de nós é um mundo por si. Para nosso esclarecimento, porém, devo dizer-lhe que se trata de jovem senhora que, há precisamente catorze anos, largou o corpo físico, por deliberação própria, ingerindo formicida.
Mais alguns apontamentos, já que não podemos transformar o doloroso assunto em novela de grande porte: ela se envenenou no Rio, aos trinta e dois de idade, deixando o esposo e um filhinho em casa; não era pessoa de cultura excepcional, do ponto de vista de cérebro, mas caracterizava-se, na Terra, por nobres qualidades morais, moça tímida, honesta, operosa, de instrução regular e extremamente devotada aos deveres de esposa e mãe.
Passemos, no entanto, às suas onze questões e vejamos as respostas que ela nos deu e que transcrevo, na íntegra:
A irmã possuía alguma fé religiosa, que lhe desse convicção na vida depois da morte?
Seguia a fé religiosa, como acontece a muita gente que acompanha os outros no jeito de crer, na mesma situação com que se atende aos caprichos da moda. Para ser sincera, não admitia fôsse encontrar a vida aqui, como a vejo, tão cheia de problemas ou, talvez, mais cheia de problemas que a minha existência no mundo.
Quando sobreveio a morte do corpo, ficou inconsciente ou consciente?
Não conseguia sequer mover um dedo, mas, por motivos que ainda não sei explicar, permaneci completamente lúcida e por muito tempo.
Quais as suas primeiras impressões ao verificar-se desencarnada?
Ao lado de terríveis sofrimentos, um remorso indefinível tomou conta de mim. Ouvia os lamentos de meu marido e de meu filho pequenino, debalde gritando também, a suplicar socorro. Quando o rabecão me arrebatou o corpo imóvel, tentei ficar em casa mas não pude. Tinha a impressão de que eu jazia amarrada ao meu próprio cadáver pelos nós de uma corda grossa. Sentia em mim, num fenômeno de repercussão que não sei definir, todos os baques do corpo ao veículo em correria; atirada com ele a um compartimento do necrotério, chorava de enlouquecer. Depois de poucas horas, notei que alguém me carregava para a mesa de exame. Vi-me desnuda de chofre e tremi de vergonha. Mas a vergonha fundiu-se no terror que passei a experimentar ao ver que dois homens moços me abriam o ventre sem nenhuma cerimônia, embora o respeitoso silêncio com que se davam à pavorosa tarefa. Não sei o que me doía mais, se a dor indescritível que me percorria a forma, em meu novo estado de ser, quando os golpes do instrumento cortante me rasgavam a carne. Mas, o martírio não ficou nesse ponto, porque eu, que horas antes me achava no conforto de meu leito doméstico, tive de agüentar duchas de água fria na vísceras expostas, como se eu fôsse um animal dos que eu vira morrer, quando menina, no sítio de meu pai... Então, clamei ainda mais por socorro, mas ninguém me escutava, nem via...
Recorreu à prece no sofrimento?
Sim, mas orava, à maneira dos loucos desesperados, sem qualquer noção de Deus... Achava-me em franco delírio de angústia, atormentada por dores físicas e mentais... Além disso, para salvar o corpo que eu mesma destruíra, a oração era um recurso de que lançava mão, muito tarde.
Encontrou amigos ou parentes desencarnados, em suas primeiras horas no plano espiritual?
Hoje sei que muitos deles procuravam auxiliar-me, mas inutilmente, porque a minha condição de suicida me punha em plenitude de forças físicas. As energias do corpo abandonado como que me eram devolvidas por ele e me achava tão materializada em minha forma espiritual quanto na forma terrestre. Sentia-me completamente sozinha, desamparada...
Assistiu ao seu próprio enterro?
Com o terror que o meu amigo é capaz de imaginar.
Não havia Espíritos benfeitores no cemitério?
Sim, mas não poderia vê-los. Estava mentalmente cega de dor. Senti-me sob a terra, sempre ligada ao corpo, como alguém a se debater num quarto abafado, lodoso e escuro...
Que aconteceu em seguida?
Até agora, não consigo saber quanto tempo estive na cela do sepulcro, seguindo, hora a hora, a decomposição de meus restos... Houve, porém, um instante em que a corda magnética cedeu e me vi libertada. Pus-me de pé sobre a cova. Reconhecia-me fraca, faminta, sedenta, dilacerada... Não havia tomado posse de meus próprios raciocínios, quando me vi cercada por uma turma de homens que, mais tarde, vim a saber serem obsessores cruéis. Deram-me voz de prisão. Um deles me notificou que o suicídio era falta grave, que eu seria julgada em corte de justiça e que não me restava outra saída, senão acompanhá-los ao Tribunal. Obedeci e, para logo, fui por eles encarcerada em tenebrosa furna, onde pude ouvir o choro de muitas outras vítimas. Esses malfeitores me guardaram em cativeiro e abusavam da minha condição de mulher, sem qualquer noção de respeito ou misericórdia... Somente após muito tempo de oração e remorso, obtive o socorro de Espíritos missionários, que me retiraram do cárcere, depois de enormes dificuldades, a fim de me internarem num campo de tratamento.
Por que razão decidiu matar-se?
Ciúmes de meu esposo, que passara a simpatizar com outra mulher.
Julga que a sua atitude lhe trouxe algum benefício?
Apenas complicações. Após seis anos de ausência, ferida por terríveis saudades, obtive permissão para visitar a residência que eu julgava como sendo minha casa no Rio. Tremenda surpresa!... Em nada adiantara o suplício. Meu esposo, moço ainda, necessitava de companhia e escolhera para segunda esposa a rival que eu abominava... Ele e meu filho estavam sob os cuidados da mulher que suscitava ódio e revolta... Sofri muito em meu orgulho abatido. Desesperei-me. Auxiliada pacientemente, contudo, por instrutores caridosos, adquiri novos princípios de compreensão e conduta... Estou aprendendo agora a converter aversão em amor. Comecei procedendo assim por devotamento ao meu filho, a quem ansiava estender as mãos, e só possuía, no lar, as mãos dela, habilitadas a me prestarem semelhante favor... A pouco e pouco, notei-lhe as qualidades nobres de caráter e coração e hoje a amo, deveras, por irmã de minh'alma... Como pode observar, o suicídio me intensificou a luta íntima e me impôs, de imediato, duras obrigações.
Que aguarda para o futuro?
Tenho fome de esquecimento e de paz. Trabalho de boa vontade em meu próprio burilamento e qualquer que seja a provação que me espere, nas corrigendas que mereço, rogo à Compaixão Divina me permita nascer na Terra, outra vez, quando então conto retornar o ponto de evolução em que estacionei, para consertar as terríveis conseqüências do erro que cometi.
* * *
Aqui, meu caro, termina o curioso depoimento em que figurei na posição de seu secretário.
Sinceramente, não sei porque você deseja semelhante entrevista com tanto empenho. Se é para curar doentia ansiedade em pessoa querida, inclinada a matar-se, é possível que você alcance o objetivo almejado. Quem sabe? O amor tem força para converter e instruir. Mas se você supõe que esta mensagem pode servir de instrumento para alguma transformação na sociedade terrena, sobre os alicerces da verdade espiritual, não estou muito certo quanto ao êxito do tentame. Digo isso, porque, se estivesse aí, no meu corpo de carne, entre o frango assado e o café quente, e se alguém me trouxesse a ler a presente documentação, sem dúvida que eu julgaria tratar-se de uma história da carochinha.

O ADOLESCENTE DIANTE DA FAMÍLIA

O ADOLESCENTE DIANTE DA FAMÍLIA
Incontestavelmente, o lar é o melhor educandário, o mais eficiente,
porque as lições aí ministradas são vivas e impressionáveis, carregadas de
emoção e força. A família, por isso mesmo, é o conjunto de seres que se unem
pela consangüinidade para um empreendimento superior, no qual são
investidos valores inestimáveis que se conjugam em prol dos resultados felizes
que devem ser conseguidos ao largo dos anos, graças ao relacionamento entre
pais e filhos, irmãos e parentes.
Nem sempre, porém, a família é constituída por Espíritos afins, afetivos,
compreensivos e fraternos.
Na maioria das vezes, a família é formada para auxiliar os equivocados a
se recuperarem dos erros morais, a repararem danos que foram causados em
outras tentativas nas quais malograram.
Assim, pois, há famílias-bênção e famílias-provação. As primeiras são
aquelas que reúnem os Espíritos que se identificam nos ideais do lar, na
compreensão dos deveres, na busca do crescimento moral, beneficiando-se
pela harmonia freqüente e pela fraternidade habitual. As outras são
caracterizadas pelos conflitos que se apresentam desde cedo, nas
animosidades entre os seus membros, nas disputas alucinadas, nos conflitos
contínuos, nas revoltas sem descanso.
Amantes que se corromperam, e se abandonaram, renascem na
condição de pais e filhos, a fim de alterarem o comportamento afetivo e
sublimarem as aspirações; inimigos que se atiraram em duelos políticos,
religiosos, afetivos, esgrimindo armas e ferindo-se, matando-se, retornam
quase sempre na mesma consangüinidade, a fim de superarem as antipatias
que remanescem; traidores de ontem agora se refugiam ao lado das vítimas
para conseguirem o seu perdão, vestindo a indumentária do parentesco
próximo, porque ninguém foge dos seus atos. Onde vai o ser, defronta-se com
a sua realidade, que se pode apresentar alterada, porém, no âmago, é ele
próprio.
A família, desse modo, é o laboratório moral para as experiências da
evolução, que caldeia os sentimentos e trabalha as emoções, proporcionando
oportunidade de equilíbrio, desde que o amor seja aceito como o grande
eqüacionador dos desafios e das dificuldades.
Invariavelmente, por falta de estrutura espiritual e desconhecimento da
Lei das reencarnações, as pessoas que se reencontram na família, quase
sempre, dão vazão aos seus sentimentos e, ao invés de retificar os negativos,
mais os fixam nos painéis do inconsciente, gerando novas aversões que
complicam o quadro do relacionamento fraternal.
As vezes, a afetividade como a animosidade são detectadas desde o
período da gestação, predispondo os pais a aceitação ou à rejeição do ser em
formação, que lhes ouvem as expressões de carinho ou lhes sentem as
vibrações inamistosas, que se irão converter em conflitos psicológicos na
infância e na adolescência, gerando distúrbios para toda a existência
porvindoura.
Renasce-se, portanto, no lar, na família de que se tem necessidade, e
nem sempre naquela que se gostaria ou que se merece, a fim de progredir e
limar as imperfeições com o buril da fraternidade que a convivência propicia e
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dignifica.
Em razão disso, o adolescente experimenta na família esses choques
emocionais ou se sente atraído pelas vibrações positivas, de acordo com os
vínculos anteriores que mantém com o grupo no qual se encontra
comprometido. Essa aceitação ou repulsão irá afetar de maneira muito
significativa o seu comportamento atual, exigindo, quando negativa, terapia
especializada e grande esforço do paciente, a fim de ajustar-se à sociedade,
que lhe parecerá sempre um reflexo do que viveu no ninho doméstico.
A família equilibrada, isto é, estruturada com respeito e amor, é
fundamental para uma sociedade justa e feliz. No entanto, a família começa
quando os parceiros se resolvem unir sexualmente, amparados ou não pelo
beneplácito das Leis que regem as Nações, respeitando-se mutuamente e
compreendendo que, a partir do momento em que nascem os filhos, uma
grande, profunda e significativa modificação se deverá dar na estrutura do
relacionamento, que agora terá como meta a harmonia e felicidade do grupo,
longe do egoísmo e do interesse imediatista de cada qual.
Infelizmente, não é o que ocorre, e disso resulta uma sociedade juvenil
desorganizada, revoltada, agressiva, desinteressada, cínica ou depressiva,
deambulando pelos rumos torpes das drogas, da violência, do crime, do
desvario sexual...
Os pais devem unir-se, mesmo quando em dificuldade no relacionamento
pessoal, a fim de oferecerem segurança psicológica e física à progênie.
Essa tarefa desafiadora é de grande valia para o conjunto social, mas não
tem sido exercida com a elevação que exige, em razão da imaturidade dos
indivíduos que se buscam para os prazeres, nos quais há uma predominância
marcante de egoísmo, com altas doses de insensatez, desamor e apatia de um
pelo outro ser com quem vive, quando as ocorrências não lhes parecem
agradáveis ou interessantes.
Os divórcios e as separações, legais ou não, enxameiam, multiplicam-se
em altas estatísticas de indiferença pela família, produzindo as tristes gerações
dos órfãos de pais vivos e desinteressados, agravando a economia moral da
sociedade, que lhes sofre o dano do desequilíbrio crescente.
O adolescente, em um lar desajustado, naturalmente experimenta as
conseqüências nefastas dos fenômenos de agressividade e luta que ali têm
lugar, escondendo as próprias emoções ou dando-lhes largas nos vícios, a fim
de sobreviver, carregado de amargura e asfixiado pelo desamor.
Apesar dessa situação, cabe ao adolescente em formação da
personalidade, compreender a conjuntura na qual se encontra localizado,
aceitando o desafio e compadecendo-se dos genitores e demais familiares
envolvidos na luta infeliz, como sendo seres enfermos, que estão longe da cura
ou se negam a terapia da transformação moral.
É, sem dúvida, o mais pesado desafio que enfrenta o jovem, pagar esse
elevado ônus, que é entender aqueles que deveriam fazê-lo, ajudar aqueles
que, mais velhos e, portanto, mais experientes, tinham por tarefa compreendêlo
e orientá-lo.
O lar é o grande formador do caráter do educando. Muitas vezes, no
entanto, lares infelizes, nos quais as pugnas por nonadas se fazem cruentas e
constantes, não chegam a perturbar adolescentes equilibrados, porque são
Espíritos saudáveis e ali se encontram para resgatar, mas também para educar
os pais, servir de exemplo para os irmãos e demais familiares. Não seja, pois,
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de estranhar, os exemplos históricos de homens e mulheres notáveis que
nasceram em lares modestos, em meios agressivos; em famílias degeneradas,
e superaram os limites, as dificuldades impostas, conseguindo atingir as metas
para as quais reencarnaram.
Quando o espírito de dignidade humana viger nos adultos, que se
facultarão amadurecer emocionalmente antes de assumirem os compromissos
da progenitura, haverá uma mudança radical nas paisagens da família,
iniciando-se a época da verdadeira fraternidade.
Quando o sexo for exercido com responsabilidade e não agressivamente;
quando os indivíduos compreenderem que o prazer cobra um preço, e este, na
união sexual, mesmo com os cuidados dos preservativos, é a fecundação,
haverá uma mudança real no comportamento geral, abrindo espaço para a
adolescência bem orientada na família em equilíbrio.
Seja, porém, qual for o lar no qual se encontre o adolescente, terá ele
campo para a compreensão da fragilidade dos pais e dos irmãos, para
avaliação dos seus méritos. Se não for compreendido ou amado, esforce-se
para amar e compreender, tendo em vista que é devedor aos genitores, que
poderiam haver interrompido a gravidez, e, no entanto, não o fizeram.
Assim, o adolescente tem, para com a família, uma dívida de carinho,
mesmo quando essa não se dê conta do imenso débito que tem para com o
jovem em formação. Nesse tentame, o de compreender e desculpar, orando, o
adolescente contará com o auxílio divino que nunca falta e a proteção dos seus
Guias Espirituais, que são responsáveis pela sua nova experiência
reencarnatória.

Livro: Adolescencia e Vida.
Autora Espiritual: Joana de Angelis
Psicografado por Divaldo.

O ADOLESCENTE E A SUA SEXUALIDADE

O ADOLESCENTE E A SUA SEXUALIDADE
A ignorância responde por males incontáveis que afligem a criatura
humana e confundem a sociedade. Igualmente perversa é a informação
equivocada, destituída de fundamentos éticos e carente de estrutura de lógica.
Na adolescência, o despertar da sexualidade é como o romper de um
dique, no qual se encontram represadas forças incomensuráveis, que se
atiram, desordenadas, produzindo danos e prejuízos em relação a tudo quanto
encontram pela frente.
No passado, o tema era tabu, que a ignorância e a hipocrisia preferiam
esconder, numa acomodação na qual a aparência deveria ser preservada,
embora a conduta moral muitas vezes se encontrasse distante do que era
apresentado.
Estabelecera-se, sub-repticiamente, que o imoral era a sociedade tomar
conhecimento do fato servil e não o praticálo às ocultas.
À medida que os conceitos se atualizaram, libertando-se dos
preconceitos perniciosos, ocorreu o desastre da libertinagem, sem que
houvesse mediado um período de amadurecimento emocional entre o proibido
e o liberado, o que era considerado vergonhoso e sujo e o que é biológico e
normal.
Evidentemente, após um largo período de proibição, imposta pela
hegemonia do pensamento religioso arbitrário, ao ser ultrapassado pelo
imperativo do progresso, surgiriam a busca pelo desenfreado gozo a qualquer
preço e a entrega aos apetites sexuais, como se a existência terrena se
resumisse unicamente nos jogos e nas conquistas da sensualidade,
terminando pelo tombo nas excentricidades, nos comportamentos patológicos e
promíscuos do abuso.
A sociedade contemporânea encontra-se em grave momento de conduta
em relação ao sexo, particularmente na adolescência. Superada a ignorância
do passado, contempla, assustada, os desastres morais do presente, sofrendo
terríveis incertezas acerca do futuro.
A orientação sexual sadia é a única alternativa para o equilíbrio na
adolescência, como base de segurança para toda a reencarnação.
A questão, faça-se justiça, tem sido muito debatida, porém as soluções
ainda não se fizeram satisfatórias. A visão materialista da vida, estimulando
uma filosofia hedonista, responde pelos problemas que se constatam, em
razão do conceito reducionista a que se encontra relegada a criatura humana.
Sem dúvida, o sexo faz parte da vida física, entretanto, tem implicações
profundas nos refolhos da alma, já que o ser humano é mais do que o
amontoado de células que lhe constituem o corpo.
Por essa razão, os conflitos se estabelecem tendo-se em vista a sua
realidade espiritual, com anterioridade à forma atual, e complexas experiências
vividas antes, que não foram felizes.
Talvez, em razão de ignorarem ou negarem a origem do ser, como
Espírito imortal que é, inúmeros psicólogos, sexólogos e educadores limitamse,
com honestidade, a preparar a criança de forma que apenas conheça o
corpo, identifique suas funções, entre em contato com a sua realidade física. A
proposta é saudável, inegavelmente; todavia, o corpo reflete os hábitos
ancestrais, que provêm das experiências anteriores, vivenciadas em outras
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existências corporais, que imprimiram necessidades, anseios, conflitos ou
harmonias que ora se apresentam com predominância no comportamento.
O conhecimento do corpo, a fim de assumir-lhe os impulsos, propele o
adolescente para a promiscuidade, a perversão, os choques que decorrem das
frustrações, caso não esteja necessariamente orientado para entender o
complexo mecanismo da função sexual, particularmente nas suas expressões
psicológicas.
Inseguranças e medos, muito comuns na adolescência, procedem das
atividades mal vividas nas jornadas anteriores, que imprimiram matrizes
emocionais ou limitações orgânicas, deficiências ou exaltação da libido,
preferências perturbadoras que exigem correta orientação, assim como terapia
especializada.
Aos pais cabe a tarefa educativa inicial. Todavia, mal equipados de
conhecimentos sobre conduta sexual, castram os filhos pelo silêncio
constrangedor a respeito do tema, deixando-os desinformados, a fim de que
aprendam com os colegas pervertidos e viciados, ou os liberam, ainda sem
estrutura psicológica, para que atendam aos impulsos orgânicos, sem qualquer
ética ou lucidez a respeito da ocorrência e das suas conseqüências inevitáveis.
Reunindo-se em grupos para intercâmbio de opiniões e experiências de
curiosidade, os adolescentes ficam a mercê de profissionais do vício, que os
aliciam mediante as imagens da mídia perversa e doentia ou da prostituição,
hoje disfarçada de intercâmbio descompromissado, para atender àqueles
impulsos orgânicos ou de viciação mental, em relacionamentos rápidos quão
insatisfatórios.
Quando se pretende transferir para a Escola a responsabilidade da
educação sexual, corre-se o risco, que deverá ser calculado, de o assunto ser
apresentado com leveza, irresponsabilidade e perturbação do próprio
educador, que vive conflitivamente o desafio, sem que o haja solucionado nele
próprio de maneira correta.
Anedotário chulo, palavreado impróprio, exibição de aberrações,
normalmente são utilizados como temas para as aulas de sexo, a desserviço
da orientação salutar, mais aturdindo os adolescentes tímidos e inseguros e
tornando cínicos aqueles mais audaciosos.
A questão da sexualidade merece tratamento especializado, conforme o
exige a própria vida.
O ser humano não é somente um animal sexual, mas também racional,
que desperta para o comando dos instintos sob o amparo da consciência.
Todos os seus atos merecem consideração, face aos efeitos que os
sucedem.
No que diz respeito ao sexo, este requer o mesmo tratamento e
dignificação que são dispensados aos demais órgãos, com o agravante de ser
o aparelho reprodutor, que possui uma alta e expressiva carga emocional,
desse modo requisitando maior soma de responsabilidade, assim como de
higiene e respeito moral.
O controle mental, a disciplina moral, os hábitos saudáveis no
preenchimento das horas, o trabalho normal, a oração ungida de amor e de
entrega a Deus, constituem metodologia correta para a travessia da
adolescência e o despertar da idade da razão com maturidade e equilíbrio.
O sexo orientado repousa e se estimula na aura do amor, que lhe deve
constituir o guia seguro para eqüacionar todos os problemas que surgem e
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preservá-lo dos abusos que alucinam.
Sexo sem amor é agressão brutal na busca do prazer de efêmera duração
e de resultado desastroso, por não satisfazer nem acalmar.
Quanto mais seja usado em mecanismo de desesperação ou fuga, menos
tranqüilidade proporciona.
Tendo-se em vista a permuta de hormônios e o fenômeno biológico
procriativo, o sexo deve receber orientação digna e natural, sem exagero de
qualquer natureza ou limitação absurda, igualmente desastrosa.
A força, não canalizada, deixada em desequilíbrio, danifica e destrói, seja
ela qual for.
A de natureza sexual tem conduzido a história da humanidade, e, porque,
nem sempre foi orientada corretamente, os desastres bélicos que sucederam
as hecatombes morais, sociais, espirituais, têm sido a colheita dos grandes
conquistadores e líderes doentios, reis e ditadores ignóbeis, que dominaram os
povos, arrastando-os em cativeiros hediondos, porque não conseguiram
dominar-se, controlar essa energia em desvario que os alucinava.
Examine-se qualquer déspota, e nele se encontrarão registros de
distúrbios na área do comportamento sexual.
Desse modo, na fase da irrupção da adolescência e dos órgãos
secundários, impõe-se o dever de completar-se a orientação do sexo que deve
ser iniciada na infância, de forma que o jovem se dê conta que o mesmo existe
em função da vida e não esta como instrumento dele.

Livro : Adolescencia e vida.
Autora Espiritual: Joana de Angelis
Psicografado: Divaldo

NO REINO EM CONSTRUÇÃO

NO  REINO  EM  CONSTRUÇÃO
Emmanuel
“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse,
já eu vo-lo feria dito, pois me vou para vos preparar o lugar.”
- JESUS -JOAO, 14: 2.

“Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para ai em expiação “
-.1 Cap. III, 14.

          Escutaste o pessimismo que se esmera em procurar as deficiências da Humanidade, como quem se demora deliberadamente nas arestas agressivas do mármore de obra-prima Inacabada e costumas dizer que a Terra está perdida.
          Observa, porém, as multidões que se esforçam silenciosamente pela santificação do porvir.
          Compulsaste as folhas da imprensa, lendo a história do autor de homicídio lamentável e sob a extrema revolta, trouxeste ao labirinto das opiniões contraditórias a tua própria versão do acontecimento, asseverando que estamos todos no teatro do crime.
          Recorda, contudo, os milhões de pais e mães, tocados de abnegação e heroísmo,que abraçam todos os sacrifícios no lar para que a delinqüência desapareça.
          Conheceis jovens que se transviaram. na leviandade, desvairando-se em golpes de selvageria e loucura e, examinando acremente determinados sucessos que devem estar catalogados na patologia da mente, admites que a juventude moderna se encontra em adiantado processo de desagregação do caráter.
          Relaciona, todavia, os milhões de rapazes e meninas, debruçados sobre livros e máquinas, através do labor e do estudo, em muitas circunstâncias imolando o próprio corpo à fadiga precoce, para integrarem dignamente a legião do progresso.
          Sabes que há companheiros habituados aos prazeres noturnos e, ao vê-los comprando o próprio desgaste a prego de ouro, acreditas que toda a comunidade humana jaz entregue à demência e ao desperdício.
          Reflete, entretanto, nos milhões de cérebros e braços que atravessam a noite, no recinto das fábricas e junto dos linotipos, em hospitais e escritórios, nas atividades da limpeza e da vigilância,de modo a que a produção e a cultura, a saúde e a tranqüilidade do povo sejam asseguradas.
          Marcaste o homem afortunado que enrijeceu mãos e bolsos, na sovinice, e esposas a convicção de que todas as pessoas abastadas são modelos completos; de avareza e crueldade.
          Considera, no entanto, os milhões de tarefeiros do serviço e da beneficência, que diariamente colocam o dinheiro em circulação, a fim de que os homens conheçam a honra de trabalhar e a alegria de viver.
          Não condenes a Terra pelo desequilíbrio de alguns.
          Medita, em todos os que se encontram suando e sofrendo, lutando e amando, no levantamento do futuro melhor, e reconhecerás que o Divino Construtor do Reino de Deus no mundo está esperando também por ti.


Extraído do Livro da Esperança. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

PREVENÇÃO CONTRA O SUICÍDIO

PREVENÇÃO  CONTRA  O  SUICÍDIO
Emmanuel 
          Quando a idéia de suicídio, porventura, te assome à cabeça, reflete, antes de tudo, na Infinita Bondade de Deus, que te instalou na residência planetária, solidamente estruturada, a fim de sustentar-te as segurança no Espaço Cósmico.
          Em seguida, ora, pedindo socorro aos Mensageiros da Providencia Divina.
          Medita no amor e na necessidade daqueles corações que te usufruem a convivência. Ainda que não lhes conheças, de todos, o afeto que te consagram e embora a impossibilidade em que te reconheces para medir quanto vales para cada um deles, é razoável ponderes quantas lesões de ordem mental lhes causarias com a violência praticada contra ti mesmo.
          Se a idéia perniciosa continua a torturar-te, mesmo que te sintas doente, refugia-te no trabalho possível, em que te mostres útil aos que te cercam.
          Visita um hospital, onde consigas avaliar as vantagens de que dispões, em confronto com o grande número de companheiros portadores de moléstias irreversíveis.
          Vai pessoalmente ao encontro de algum instituo beneficente, a que se recolhem irmãos necessitados de apoio total, para os quais alguns momentos de diálogo amigo se transformam em preciosa medicação.
          Lembra-te de alguém que saibas em penúria e busca avistar-te com esse alguém, procurando aliviar-lhe a carga de aflição.
          Comparece espontaneamente aos contatos com amigos reeducandos que se encontrem internados em presídios do teu conhecimento, de maneira a prestares a esse ou aquele algum pequenino favor.
          Não desprezes a leitura de alguma página esclarecedora, capaz de renovar-te os pensamentos.
          Entrega-te ao serviço do bem ao próximo, qualquer que ele seja e faze empenho em esquecer-te, porque a voluntária destruição de tuas possibilidades físicas, não só representa um ato de desconsideração para com as bênçãos que te enriquecem a vida, como também será o teu recolhimento compulsório à intimidade de ti mesmo, no qual, por tempo indefinível, permanecerás no envolvimento de tuas próprias perturbações.
Livro- “Pronto Socorro” – Autor – Emmanuel – Psicografia – Francisco Candido Xavier.

INVASÃO MICROBIANA

XX  -   INVASÃO  MICROBIANA
André Luiz

A invasão microbiana está vinculada a causas espirituais?
 
Excetuados os quadros infecciosos pelos quais se responsabiliza a ausência da higiene comum, as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão, determinados campos de ruptura na harmonia celular.
Verificada a disfunção, toda a zona atingida pelo desajustamento se torna passível de invasão microbiana, qual praça desguarnecida, porque as sentinelas naturais não dispõem de bases necessárias à ação regeneradora que lhes compete, permanecendo, muitas vezes, em derredor do ponto lesado, buscando delimitar-lhe a presença ou jugulhar-lhe a expansão.
Desarticulado, pois, o trabalho sinérgico das células nesse ou naquele tecido, aí se interpõem as unidades mórbidas, quais as do câncer, que, nesta doença, imprimem acelerado ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre as células sãs do órgão em que se instalem, causando tumorações invasoras e metastáticas, compreendendo-se, porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta, em aplicações impróprias.  Emerge, então, a moléstia por estado secundário, em largos processos de desgaste ou devastação, pela desarmonia a que compele a usina orgânica, a esgotar-se, debalde, na tarefa ingente da própria reabilitação, no plano carnal, quando o enfermo, sem atitude de renovação moral, sem humildade e paciência, espírito de serviço e devotamento ao bem, não consegue assimilar as correntes benéficas do Amor Divino que circulam, incessantes, em torno de todas as criaturas, por intermédio de agentes distintos e inumeráveis, a todas estimulando, para o máximo aproveitamento na Terra.
Quando o doente, porém, adota comportamento favorável a si mesmo, pela simpatia que instila no próximo, as forças físicas encontram sólido apoio nas radiações de solidariedade e reconhecimento que absorve de quantos lhe recolhem o auxílio direto ou indireto, conseguindo circunscrever a disfunção aos neoplasmas benignos, que ainda respondem à influência organizadora dos tecidos adjacentes.
Sob o mesmo princípio de relatividade, a funcionar, inequívoco, entre doença e doente, temos a incursão da tuberculose e da lepra, da brucelose e da amebíase, da endocardite bacteriana e da cardiopatia chagásica, e de muitas outras enfermidades, sem nos determos na discriminação de todos os processos morbosos, cuja relação nos levaria a longo estudo técnico.
É que, geralmente, quase todos eles surgem como fenômenos secundários sobre as zonas de predisposição enfermiça que formamos em nosso próprio corpo, pelo desequilíbrio de nossas forças mentais a gerarem ruptura ou soluções de continuidade nos pontos de interação entre o corpo espiritual e o veículo físico, pelas quais se insinua o assalto microbiano a que sejamos mais particularmente inclinados pela natureza de nossas contas cármicas.
Consolidado o ataque, pela brecha de nossa vulnerabilidade, aparecem as moléstias sintomáticas ou assintomáticas, estabilizando-se ou irradiando-se, conforme as disposições da própria mente, que trabalha ou não para refazer a defensiva orgânica em supremo esforço de reajuste, ou que, por automatismo, admite ou recusa, segundo a posição em que se encontra no princípio de causa e efeito, a intromissão desse ou daquele fator patogênico, destinado a expungir dela, em forma de sofrimento, os resíduos do mal, correspondentes ao sofrimento por ela implantado na vida ou no corpo dos semelhantes.
Não será lícito, porém, esquecer que o bem constante gera o bem constante e, que, mantida a nossa movimentação infatigável no bem, todo o mal por nós amontoado se atenua, gradativamente, desaparecendo ao impacto das vibrações de auxilio, nascidas, a nosso favor, em todos aqueles aos quais dirijamos a mensagem de entendimento e amor puro, sem necessidade expressa de recorrermos ao concurso da enfermidade para eliminar os resquícios de treva que, eventualmente, se nos incorporem, ainda, ao fundo mental.
Amparo aos outros cria amparo a nós próprios, motivo porque os princípios de Jesus, desterrando de nós animalidade e orgulho, vaidade e cobiça, crueldade e avareza, e exortando-nos à simplicidade e à humildade, à fraternidade sem limites e ao perdão incondicional, estabelecem, quando observados, a imunologia perfeita em nossa vida interior, fortalecendo-nos o poder da mente na auto-defensiva contra todos os elementos destruidores e degradantes que nos cercam e articulando-nos as possibilidades imprescindíveis à evolução para Deus.
 
Pedro Leopoldo, 29-6-58.
Livro “Evolução em Dois mundos”
Psicografia: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Autor Espiritual: André Luiz.
 

PREDISPOSIÇÕES MÓRBIDAS

XIX  -   PREDISPOSIÇÕES  MÓRBIDAS
André Luiz

Como apreendermos a existência das predisposições mórbidas do corpo espitual?
 
Não podemos olvidar que a imprudência e o ócio se responsabilizam por múltiplas enfermidades, como sejam os desastres circulatórios provenientes da gula, as infecções tomadas à carência de higiene, os desequilíbrios nervosos nascidos da toxicomania e a exaustão decorrentes de excessos vários, de modo geral, porém, a etiologia das moléstias perduráveis que afligem o corpo físico e o dilaceram, guardam no corpo espiritual as suas causas profundas.
As recordações dessa ou daquela falta grave, mormente daquelas que jazem recalcadas no espírito, sem que o desabafo e a corrigenda funcionem por válvulas de alívio às chagas ocultas do arrependimento, cria na mente um estado anômalo que podemos classificar de "zona de remorso", em torno da qual a onda viva e contínua do pensamento passa a enovelar-se em circuito fechado sobre si mesma, com reflexo permanente na parte do veículo fisiopsicossomático ligada à lembrança das pessoas e circunstâncias associadas ao erro de nossa autoria.
Estabelecida a idéia fixa sobre esse "nódulo de forças mentais desequilibradas", é indispensável que os acontecimentos reparadores se nos contraponham ao modo enfermiço de ser, para que nos sintamos exonerados desse ou daquele fardo íntimo, ou exatamente redimidos perante a Lei.
Essas enquistações de energia profundas, no imo de nossa alma, expressando as chamadas dívidas cármicas, por se filiarem a causas infelizes que nós mesmos plasmamos na senda do destino, são perfeitamente transferíveis de uma existência para outra. Isso porque, se nos comprometemos diante da lei divina em qualquer idade de nossa vida responsável, é lógico venhamos a resgatar as nossas obrigações em qualquer tempo, dentro das mesmas circunstâncias nas quais patrocinamos a ofensa em prejuízo dos outros.
É assim que o remorso provova distonias diversas em nossas forças recônditas, desarticulando as sinergias do corpo espiritual, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade, entendendo-se, ainda, que essas desarmonias são, algumas vezes, singularmente agravadas pelo assédio vindicativo dos seres a quem ferimos, quando imanizados a nós em processos de obsessão. Todavia, ainda mesmo quando somos perdoados pelas vítimas de nossa insânia, detemos conosco os resíduos mentais da culpa, qual depósito de lodo no fundo de calma piscina, e que, um dia, virão à tona de nossa existência, para a necessária expunção, à medida que se nos acentue o devotamento à higiene moral.
 
 Como pode o débil mental comandar a renovação celular de seu corpo físico?
 
Não será lícito esquecer que, mesmo conturbada, a consciência está presente nos débeis mentais ou nos doentes nervosos de toda espécie, presidindo, ainda que de modo impreciso e imperfeito, o automatismo dos processos orgânicos.
 
 Existem "parasitas ovóides" vampirizando desencarnados?
 
Sim, nos processos degradantes da obsessão vindicativa, nos círculos inferiores da Terra, são comuns semelhantes quadros, sempre dolorosos e comoventes pela ignorância e paixão que os provocam.
 
Como entenderemos o mecanismo de atuação da Justiça Superior nos casos de endemias rurais, em que populações inteiras são assoladas periodicamente pelas mesmas doenças?
 
As endemias são quase sempre doenças que grassam numa coletividade ou numa região, dependendo de causas simplesmente locais. Devemos, assim, capitulá-las, não obstante os casos cármicos individuais que se agravam por influência delas, no quadro das conquistas higiênicas que o homem é naturalmente obrigado a realizar por si, como preço devido ao progresso comum.
 
 No estado comatoso, onde se encontra o psicossoma do enfermo? Junto ao corpo físico ou afastado dele?
 
 No estado de coma, o aprisionamento do corpo espiritual ao arcabouço físico, ou a parcial liberação dele, depende da situação mental do enfermo.
 
 Quais os principais métodos usados na Espiritualidade para o tratamento das lesões do corpo espiritual?
 
Na Espiritualidade, os serviços da Medicina penetram, com mais segurança, na história do enfermo para estudar, com êxito possível, os mecanismos da doença que lhe são particulares.
Aí, os exames dos tecidos psicossomáticos com aparelhos de precisão, correspondendo às inspeções instrumentais e laboratoriais em voga na Terra, podem ser enriquecidos com a ficha cármica do paciente, a qual determina quanto à reversibilidade ou irreversibilidade da moléstia, antes de nova reencarnação, motivo porque numerosos doentes são tratáveis, mas somente curáveis mediante longas ou curtas internações no campo físico, a fim de que as causas profundas do mal sejam extirpadas da mente pelo contato direto com as lutas em que se configuram.
Curial, portanto, é que o médico espiritual de utilize ainda, de certa maneira, da medicação que voz é conhecida, no socorro aos desencarnados em sofrimento, porque, mesmo no mundo, todo remédio da farmacopéia humana, até certo ponto, é projeção de elementos quimioelétricos sobre as agregações celulares, estimulando-lhes as funções ou corrigindo-as, segundo as disposições do desequilíbrio em que a enfermidade se expresse.
Contudo, é imperioso reconhecer que na Esfera Superior o médico não se ergue apenas com o pedestal da cultura acadêmica, qual ocorre freqüentemente entre os homens, mas sim também com as qualidades morais que lhe confiram valor e ponderação, humildade e devotamento, visto que a psicoterapia e o magnetismo, largamente usados no plano extrafísico, exigem dele grandeza de caráter e pureza de coração.
 
Uberaba,25-6-58.
Livro “Evolução em Dois mundos”
Psicografia: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

A Irritação

A Irritação
Ao sair do lar, defrontas os problemas da condução e do trânsito,
na busca da tua oficina de trabalho.
Transportes abarrotados, pessoas rudes, multidões apressadas,
violência pela disputa de lugares, ruas e avenidas movimentadas...
*
Se chove, emperra o trânsito e as dificuldades se ampliam.
Se faz sol, o calor produz mal-estar e as reclamações promovem
aborrecimento.
Se dispões de veículo próprio, não te podes mover conforme
gostarias, pelas vias de acesso, em congestionamento crescente.
*
Todos têm que chegar a tempo.
O relógio não pára.
Os que se atrasaram pretendem recuperar os minutos perdidos
e atropelam os que estão ao lado ou à frente...
*
A irritação chega e se instala, perturbando-te e levando-te a
competir também com os agressivos.
As buzinas produzem bulha, os semáforos te interrompem a
marcha, e tudo parece estar contra os teus propósitos.
*
Mantém a calma.
Amanhã, propõe-te a sair de casa mais cedo.
A tranqüilidade de todo um dia merece o teu investimento de
alguns minutos.
Não te irrites, portanto, evitando os perigos da ira, que instala
desequilíbrios graves que podes evitar.

Livro: Episódios Diários
Joana de Angelis

Ao Amanhecer


Ao Amanhecer
Dia novo, oportunidade renovada.
Cada amanhecer representa divina concessão que não podes nem deves desconsiderar.
Mantém, portanto, atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados;
otimismo diante das ocorrências que surgirão;
coragem no confronto das lutas naturais;
recomeço de tarefa interrompida; ocasião de realizar o programa planejado.
Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis.
À medida que o dia avança, aproveita os minutos, sem pressa nem postergação do dever.
*
Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens
pela frente.
Dirige cada ação à sua finalidade específica.
Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volve à lição com disposição, avançando, passo a passo, até o momento de conclusão dos deveres planejados.
*
Não tragas do dia precedente o resumo das desditas e dos aborrecimentos.
Amanhecendo, começa o teu dia com alegria renovada e sem passado negativo, enriquecido pelas experiências que te constituirão recurso valioso para a vitória que buscas.

Livro Episódios Diários.
Autor Espiritual: Joana de Angelis

ADOLESCÊNCIA - FASE DE TRANSIÇÃO E DE CONFLITOS

ADOLESCÊNCIA - FASE DE TRANSIÇÃO E DE
CONFLITOS
A adolescência é o período próprio do desenvolvimento físico e psicológico, que se inicia aproximadamente aos catorze anos para os rapazes e aos doze anos para as moças, prolongando-se, até aos vinte e dezoito anos,
respectivamente, nos países de clima frio, sendo que nos trópicos há uma variação para mais cedo.
Nessa fase, há um desdobramento dos órgãos secundários do sexo, dando surgimento aos fatores propiciatórios da reprodução, como sejam o espermatozóide no fluido seminal e o catamênio. Os rapazes experimentam alterações na voz, enquanto as moças apresentam desenvolvimento dos ossos
da bacia, dos seios, o que ocorre com certa rapidez, normalmente acompanhados pelo surgimento da afetividade, do interesse sexual e dos
conflitos na área do comportamento, como insegurança, ansiedade, timidez, instabilidade, angústia, facultando o espaço para desenvolvimento e definição da personalidade, aparecimento das tendências e das vocações.
Completando a reencarnação, o adolescente passa a viver a experiência nova, definindo os rumos do comportamento que o tempo amadurecerá através
da vivência dos novos desafios.
Inadaptado ao novo meio social no qual se movimentará, sofre o conflito de não ser mais criança, encontrando-se, no entanto, sem estrutura organizada
para os jogos da idade adulta. É, portanto, o período intermediário entre as duas fases importantes da existência terrena, que se encarrega de preparar o
ser para as atividades existenciais mais profundas.
Inseguro, quanto aos rumos do futuro, o jovem enfrenta o mundo que lhe parece hostil, refugiando-se na timidez ou expandindo o temperamento,
conforme sejam as circunstâncias nas quais se apresentem as propostas de vida.
As bases de sustentação familiar, religiosa e social, sentem-lhe os embates dos desafios que enfrenta, pois relaciona tudo quanto aprendeu com o que encontra pela frente.
Não possuindo a maturidade do discernimento, e fascinado pelas oportunidades encantadoras que lhe surgem de um para outro momento, atirase com sofreguidão aos prazeres novos sem dar-se conta dos comprometimentos que passa a firmar, entregando-se às sensações que lhe
tomam todo o corpo.
Outras vezes, vitimado por conflitos naturais que surgem da incerteza de como comportar-se, refugia-se no medo de assumir responsabilidades decorrentes das atitudes e faz quadros psicopatológicos, como depressão,
melancolia, irritabilidade, escamoteando o medo que o assalta e o intimida.
Nos dias atuais as licenças morais são muito agressivas, convidando o jovem, ainda inadequado para os jogos velozes do prazer, a lances audaciosos na área do sexo, que parece constituir-lhe a meta prioritária em que chafurda
até o cansaço, dando surgimento à usança de recursos escapistas, que não atendem às necessidades presentes, antes mais o perturbam,
comprometendo-o de maneira lamentável.
Nesse período, o corpo adolescente é um laboratório de hormônios que trabalham em favor das definições orgânicas, ao tempo em que o psiquismo se adapta às novas formulações, passando um período de ajustamento que deve facultar o amadurecimento dos valores éticos e comportamentais.
Como é compreensível, a escala de valorização da vida se modifica ante o mundo estranho e atraente que ele descortina, contestando tudo quanto antes lhe constituía segurança e estabilidade.
Os novos painéis apresentam-lhe cores deslumbrantes, e não encontrando conveniente orientação, educação consistente, firmadas no entendimento das suas necessidades, contesta e agride os valores
convencionais, elaborando um quadro compatível com o seu conceito, no qual passa a comprazerse, ignorando os cânones e paradigmas nos quais se
baseiam os grupos sociais, que perdem, para ele, momentaneamente, o significado.
A velocidade da telecomunicação, a diminuição das distâncias através dos
recursos da mídia, da computação, das viagens aéreas, amedrontam os caracteres mais frágeis, enquanto estimulam os mais audaciosos, propondolhes
o descobrimento do mundo e o sorver de todos os prazeres quase que de um só gole.
Os esportes, que se perdem num incontável número de propostas, chamam-no, e os outros deveres, aqueles que dizem respeito à cultura intelectual, à vivência religiosa, ao comportamento ético-moral, porque exigem
sacrifícios mais demorados e respostas mais lentas, ficam à margem, quase sempre desprezados, em favor dos outros esforços que gratificam de imediato,
ensoberbecendo o ego e exibindo a personalidade.
O culto do corpo, nos campeonatos de glorificação das formas, agrada, elaborando programas, às vezes de sacrifício inútil, em razão da própria fragilidade de que se reveste a matéria na sua transitoriedade orgânica e
constitucional.
A música alucinante e as danças de exalçamento da sensualidade levamno à ardência sexual, sem que tenha resistência para os embates do gozo, que
exige novas e diferentes formas de prazer em constante exaltação dos sentidos.
A moderação cede lugar ao excesso e o equilíbrio passa a plano secundário, porque o jovem, nesse momento, receia perder as facilidades que se multiplicam e o exaurem, sem dar-se conta das finalidades reais da existência física.
O Espiritismo oferece ao jovem um projeto ideal de vida, explicando-Lhe o objetivo real da existência na qual se encontra mergulhado, ora vivendo no
corpo e, depois, fora dele, como um todo que não pode ser dissociado somente porque se apresenta em etapas diferentes. Explica-lhe que o Espírito é imortal
e a viagem orgânica constitui-lhe recurso precioso de valorização do processo iluminativo, libertador e prazenteiro.
Elucidando-o, quanto ao investimento que a todos é exigido, desperta-o para a semeadura por intermédio do estudo, do exercício da aprendizagem, do
equilíbrio moral pela disciplina mental e ação correta, a fim de poder colher por longos, senão todos os anos da jornada carnal, os resultados formosos, que são decorrentes do empenho pela própria dignificação.
Os pais e os educadores são convidados, nessa fase da vida juvenil, a caminharem ao lado do educando, dialogando e compreendendo-lhe as
aspirações, porém exercendo uma postura moral que infunda respeito e intimidade, ao mesmo tempo fortalecendo a coragem e ajudando nos desafios que são propostos, para que o mesmo se sinta confiante para prosseguir avançando com segurança no rumo do futuro.
São muito importantes essas condutas dos adultos, que, mesmo sem o desejarem, servem de modelos para os aprendizes que transitam na adolescência, porqüanto os hábitos que se arraigarem permanecerão como
definidores do comportamento para toda a existência física.
O amor, na sua abrangência total, será sempre o grande educador, que possui os melhores métodos para atender a busca do jovem, oferecendo-lhe os seguros mecanismos que facilitam o êxito nos empreendimentos encetados, assim como nos porvindouros.
Continência moral, comedimento de atitudes constituem preparativos indispensáveis para a formação da personalidade e do caráter do jovem, nesse período de claro-escuro discernimento, para o triunfo sobre si mesmo e sobre as dificuldades que enfrentam todas as criaturas, durante a marcha física na Terra.

Livro: Adolescencia e Vida psicografado por Divaldo e ditado por Joana de Angelis