XX -
INVASÃO MICROBIANA
André Luiz
A invasão microbiana está vinculada a causas
espirituais?
Excetuados os quadros infecciosos pelos quais se
responsabiliza a ausência da higiene comum, as depressões criadas em nós
por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando
as trocas vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja
estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos
fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão,
determinados campos de ruptura na harmonia celular.
Verificada a disfunção, toda a zona atingida pelo
desajustamento se torna passível de invasão microbiana, qual praça
desguarnecida, porque as sentinelas naturais não dispõem de bases
necessárias à ação regeneradora que lhes compete, permanecendo, muitas
vezes, em derredor do ponto lesado, buscando delimitar-lhe a presença ou
jugulhar-lhe a expansão.
Desarticulado, pois, o trabalho sinérgico das células nesse
ou naquele tecido, aí se interpõem as unidades mórbidas, quais as do
câncer, que, nesta doença, imprimem acelerado ritmo de crescimento a
certos agrupamentos celulares, entre as células sãs do órgão em que se
instalem, causando tumorações invasoras e metastáticas, compreendendo-se,
porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada distonia,
originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas
tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta,
em aplicações impróprias. Emerge, então, a moléstia por estado
secundário, em largos processos de desgaste ou devastação, pela desarmonia
a que compele a usina orgânica, a esgotar-se, debalde, na tarefa ingente
da própria reabilitação, no plano carnal, quando o enfermo, sem atitude de
renovação moral, sem humildade e paciência, espírito de serviço e
devotamento ao bem, não consegue assimilar as correntes benéficas do Amor
Divino que circulam, incessantes, em torno de todas as criaturas, por
intermédio de agentes distintos e inumeráveis, a todas estimulando, para o
máximo aproveitamento na Terra.
Quando o doente, porém, adota comportamento favorável a si
mesmo, pela simpatia que instila no próximo, as forças físicas encontram
sólido apoio nas radiações de solidariedade e reconhecimento que absorve
de quantos lhe recolhem o auxílio direto ou indireto, conseguindo
circunscrever a disfunção aos neoplasmas benignos, que ainda respondem à
influência organizadora dos tecidos adjacentes.
Sob o mesmo princípio de relatividade, a funcionar,
inequívoco, entre doença e doente, temos a incursão da tuberculose e da
lepra, da brucelose e da amebíase, da endocardite bacteriana e da
cardiopatia chagásica, e de muitas outras enfermidades, sem nos determos
na discriminação de todos os processos morbosos, cuja relação nos levaria
a longo estudo técnico.
É que, geralmente, quase todos eles surgem como fenômenos
secundários sobre as zonas de predisposição enfermiça que formamos em
nosso próprio corpo, pelo desequilíbrio de nossas forças mentais a gerarem
ruptura ou soluções de continuidade nos pontos de interação entre o corpo
espiritual e o veículo físico, pelas quais se insinua o assalto microbiano
a que sejamos mais particularmente inclinados pela natureza de nossas
contas cármicas.
Consolidado o ataque, pela brecha de nossa vulnerabilidade,
aparecem as moléstias sintomáticas ou assintomáticas, estabilizando-se ou
irradiando-se, conforme as disposições da própria mente, que trabalha ou
não para refazer a defensiva orgânica em supremo esforço de reajuste, ou
que, por automatismo, admite ou recusa, segundo a posição em que se
encontra no princípio de causa e efeito, a intromissão desse ou daquele
fator patogênico, destinado a expungir dela, em forma de sofrimento, os
resíduos do mal, correspondentes ao sofrimento por ela implantado na vida
ou no corpo dos semelhantes.
Não será lícito, porém, esquecer que o bem constante gera o
bem constante e, que, mantida a nossa movimentação infatigável no bem,
todo o mal por nós amontoado se atenua, gradativamente, desaparecendo ao
impacto das vibrações de auxilio, nascidas, a nosso favor, em todos
aqueles aos quais dirijamos a mensagem de entendimento e amor puro, sem
necessidade expressa de recorrermos ao concurso da enfermidade para
eliminar os resquícios de treva que, eventualmente, se nos incorporem,
ainda, ao fundo mental.
Amparo aos outros cria amparo a nós próprios, motivo porque
os princípios de Jesus, desterrando de nós animalidade e orgulho, vaidade
e cobiça, crueldade e avareza, e exortando-nos à simplicidade e à
humildade, à fraternidade sem limites e ao perdão incondicional,
estabelecem, quando observados, a imunologia perfeita em nossa vida
interior, fortalecendo-nos o poder da mente na auto-defensiva contra todos
os elementos destruidores e degradantes que nos cercam e articulando-nos
as possibilidades imprescindíveis à evolução para Deus.
Pedro Leopoldo, 29-6-58.
Livro “Evolução em Dois mundos”
Psicografia: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Autor Espiritual: André Luiz.
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