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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Sinal de Jonas

O SINAL DE JONAS

"Maligna é esta geração; ela pede um sinal, e não lhe será dado
outro sinal senão o sinal do profeta Jonas." - (Lucas, 11:29)

Niníve, capital da antiga Assíria, situada à margem do rio Tigre, era, na Antiguidade, uma cidade muito importante, com uma população superior a 120 mil habitantes. Como ocorria com apreciável parte das grandes cidades do passado, ela vivia mergulhada na corrupção, e entre os habitantes reinavam costumes dissolutos e numerosos desregramentos.
O profeta Jonas, devidamente instruído, via mediúnica, dirigiu-se àquela cidade e ali fez com que seus habitantes se compenetrassem do erro em que estava incorrendo. Durante 40 dias, o profeta fez as suas pregações; então, suas palavras foram acolhidas e, desde o próprio rei até o mais humilde servidor, todos se decidiram a levar a sério aquelas admoestações; assim, como forma de penitência, conforme o costume da época, todos cobriram-se com sacos e se assentaram sobre a cinza.
Com essa demonstração de arrependimento, a cidade foi poupada pela Justiça Divina, evitando-se a destruição que se avizinhava. Quando Jesus desempenhava o seu Messiado, foi procurado por um grupo de escribas, fariseus e saduceus, e dentre eles alguns estrangeiros, que lhe pediram um sinal dos Céus, para que vissem e acreditassem.
A resposta do Mestre foi peremptória: "Maligna é esta geração; ela pede um sinal, e não lhe será dado outro sinal senão o sinal de Jonas." Jesus Cristo proferiu estas palavras angustiado pela incompreensão e dureza dos corações humanos. Ele havia descido à Terra, para o cumprimento da promessa sobre o advento do Messias Redentor.
No desenvolvimento de sua transcendental missão, Ele havia propiciado os mais autênticos sinais: a leprosos, restaurando a vista de cegos, levantando paralíticos e, sobretudo, trazendo uma verdade nova que vinha iluminar a mente dos homens e os horizontes sombrios do mundo. Não obstante todas essas manifestações, ali estava o segmento de um povo que se considerava "eleito de Deus", que se mantinha profundamente empedernido, "duro de cerviz e incircunciso de coração.

Aquele grupo de pessoas foi pedir-lhe um sinal dos Céus, entretanto, os sinais estavam sendo dados diuturnamente; por isso, a sua resposta foi negativa. O sinal de Jonas deveria ser o suficiente para abalar as consciências endurecidas daqueles homens. Diante da personalidade de Jesus Cristo, Jonas não passava de um profeta de projeção relativamente pequena. No entanto, dirigindo-se à população de Nínive, apregoou que a cidade seria destruída por Deus se o seu povo não mudasse de comportamento. Todos receberam as palavras do profeta e, receosos da provável destruição, mudaram radicalmente o modo de vida.

Jesus Cristo, o maior Espírito dentre os que desceram fez persistente e profusa pregação entre os homens, mostrando-lhes como seus corações estavam endurecidos; desmascarou a hipocrisia dos escribas e dos fariseus, demonstrando a precariedade dos seus ensinos e a recalcitrância em obedecer às verdades que emanavam dos Céus, através dos profetas. Não obstante, suas palavras não foram aceitas por muitos e Ele foi condenado e crucificado. Em virtude dessa obstinação e da maldade reinante nos corações desses homens, "a Jerusalém que matava os seus profetas, que apedrejava todos aqueles que lhe eram enviados, foi destruída, dela não restando pedra sobre pedra". (Lucas, 13:34-35).
Quando o Mestre asseverou que nenhum sinal seria dado àquela geração adúltera, infiel, mas apenas o sinal do profeta Jonas, Ele pretendeu dizer que, se o povo fosse mais dócil, mais humilde, mais razoável, teria recebido as suas palavras, assim como o fez o povo de Nínive.
Na realidade, o sinal de Jonas era do conhecimento de todos, pois os escribas liam para o povo o livro do profeta Jonas, e, obviamente, a atitude do povo da capital da Assíria, acatando as suas admoestação e arrependendo-se de suas faltas, era notória para todos. Amargurado diante da incompreensão do seu povo, proclamou Jesus Cristo: "A rainha do sul se levantará no dia do juízo contra os homens desta geração, e os condenará, pois dos confins da Terra ela veio para ouvir a sabedoria de Salomão; eis aqui está quem é maior do que Salomão.
Os homens de Nínive se levantarão no dia do juízo contra esta geração e a condenarão, pois se converteram com a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas." (Lucas, 11:31-32)
O apego dos escribas e fariseus aos preceitos das leis antigas era apenas aparente. Eles não aceitavam o sinal de Jonas e muito menos o de Jesus. Não se preocupavam com os sinais dados pelos antigos profetas, o que levou o Mestre a exclamar muito judiciosamente: "Não cuidadeis que sou eu que vos hei de acusar diante de meu Pai. Há um que vos acusa: Moisés, em que vós esperais.
Porque, se vós crêsseis em Moisés, certamente creríeis também em mim, pois de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?" (João, 5:45 a 47). A pregação de Jesus Cristo foi feita num clima de brandura, de persuasão. Dizia Ele: "já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe a vontade do seu senhor. Mas tenho vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer." (João, 15:15) Não obstante tudo isso, Ele não era aceito, nem na aparência, nem na realidade, pelos mentores do povo de Israel.
A corroboração desta assertiva encontramo-la em (João, 12:37-38): "E ainda que Ele tendo feito tantos milagres diante deles, não criam nele, para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, quando disse: "Senhor, quem acreditou em vossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?"
Da mesma forma como os Espíritos dos homens são submetidos a penosos resgates individuais, quando malbaratam o legado precioso que Deus lhes concedeu, as cidades também experimentam quedas e dores, quando não dão guarida aos ensinos que, de um modo ou de outro, são proporcionados à sua população pelos mensageiros dos Céus.
As cidades de Sodoma e Gomorra foram destruídas em consequência de seus inúmeros desregramentos; no entanto, segundo a própria expressão de Jesus Cristo, menos rigor haverá para elas, no julgamento divino, do que para Corozaim, Betsaída, Cafarnaum e Jerusalém, onde autênticos sinais foram produzidos pela interferência do Mestre, sem que houvesse acontecido o devido aproveitamento.

Paulo A. de Godoy

Casos Controvertidos do Evangelho

domingo, 30 de dezembro de 2012

O SINAL DE JONAS


"Como afluíssem as multidões, começou a dizer: Esta é uma geração perversa; pede um sinal, e nenhum sinal se lhe dará, senão o de Jonas. Pois assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também o Filho do Homem o será para esta geração. A rainha do Sul se levantará no juízo, juntamente com os desta geração, e os condenará; pois veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Os ninivitas se levantarão no juízo juntamente com esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas e aqui está quem é maior do que Jonas. " (Lucas, xi, 29-32)

"Chegaram os fariseus e saduceus e pediram um sinal do Céu a Jesus, para o experimentar. Mas ele respondeu: A tarde dizeis: teremos bom tempo porque o céu está avermelhado; e pela manhã: hoje teremos tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos? Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o de Jonas. E deixando-os se retirou. " (Mateus, xvi, 1-4)

"Saíram os fariseus e começaram a discutir com ele, procurando obter dele um sinal do Céu, para o experimentarem. Ele, dando um profundo suspiro, em espírito, disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração nenhum sinal será dado. E deixando-os, tornou a embarcar e foi para o outro lado. " (Marcos, VIII, 11-13) "Eles lhe perguntaram: O que devemos fazer para praticar as obras de Deus? Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta, que creiais naquele que Ele enviou. Perguntaram-lhe, pois: Que milagres operas tu para que o vejamos e te creiamos? Que fazes tu? Nossos pais comeram o maná do deserto, como está escrito: deu-lhe a comer o pão do céu.
Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão do Céu, mas meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do Céu; porque o pão de Deus é o que desce do Céu e dá vida ao mundo. Disseram-lhe então: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim de modo nenhum terá fome; e o que crê em mim nunca, jamais, terá sede. Mas eu vos disse que vós me tendes visto e não credes. Todo o que meu Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora; porque eu desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade Daquele que me enviou. A vontade Daquele que me enviou é esta: que eu nada perca de tudo o que Ele me tem dado, mas que eu o ressuscite no último dia. Porque esta é a vontade de meu Pai, que todo o que vê o Filho do Homem e nele crê, tenha a vida eterna, e eu o ressuscite no último dia.

"Os judeus, pois, murmuravam dele porque dissera. Eu sou o pão que desci do Céu, e perguntaram: Este não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz agora: desci do Céu? Respondeu-lhes Jesus: Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: e serão todos ensinados por Deus; todo aquele que do Pai tem ouvido e aprendido, vem a mim. Não que alguém tenha visto o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: quem crê, tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do Céu, para que o homem coma dele e não morra. Eu sou o pão vivo que desci do Céu; se alguém comer deste pão viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este homem dar-nos a comer sua carne?
Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue não tendes a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o meu Pai que vive, me enviou, eu também vivo pelo meu Pai; assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como o pão de vossos pais, que comeram e morreram; quem come este pão, viverá eternamente. Estas coisas disse ele quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum.
Muitos dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso, quem o pode ouvir? Mas Jesus, sabendo por si mesmo que seus discípulos, murmuravam das suas palavras, disse-lhes: Isto vos escandaliza? Que seria se vós vísseis o Filho do Homem subir aonde estava antes? O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e vida. " (João, vi, 29-63) A estória de Jonas acha-se contida no Antigo Testamento, no livro deste profeta, constante de quatro pequenos capítulos. Resumamo-la: Depois da morte de Elizeu, os dons proféticos explodiram em Jonas, e foi ele enviado pelo Espírito chefe de Israel a Nínive, onde o povo vivia em grande dissolução, a fim de fazer que aquela gente se arrependesse e mudasse sua norma de proceder.

Nínive, capital do Império da Assíria, vivia, de fato, mergulhada, como se observa hoje em nosso país, na impiedade e na idolatria. Jonas tinha conhecimento de tudo, e desejava mesmo, segundo se depreende do seu livro, ver Nínive arrasada. O profeta não se conformou, primeiramente, com as ordens que recebera do Alto; muito aborrecido da missão de que fora revestido, saiu de sua cidade para Tarshih, comprou passagem e embarcou. Em alto-mar fez-se um grande vento e caiu uma tempestade. Todos atribuíam aquele fenômeno a uma ação superior que tinha por motivo algum dos tripulantes ou passageiros, do barco. Lançaram sortes para ver quem era o causador daquele mal e a sorte indicou Jonas. Este, arrependido de haver contrariado as ordens que recebera, disse que desejava ser lançado ao mar. A ordem foi executada e a tempestade cessou, como por encanto. Três dias depois Jonas era atirado às praias de Nínive.

Não se sabe como, mas o profeta dizia que viera no ventre de um grande peixe; quem sabe algum bote o levou à praia? Jonas rende, então, uma sentida ação de graças pelo seu salvamento, faz uma prece muito tocante, e, novamente, ouve a voz que lhe ordena entrar em Nínive, que da praia ainda distava três dias de viagem. Novamente Jonas quer recusar obediência à Voz que lhe fala, mas a Voz é imperiosa e afinal o profeta cede, percorrendo as ruas e batendo em todas as portas clamando: "Arrependei-vos e fazei penitência porque daqui a 40 dias Nínive será arrasada; cada um deixe os seus maus caminhos; quem sabe se o Senhor não nos perdoará ainda e não nos salvará da morte?" O povo, como era costume daquele tempo, cobriu-se de cinza, cingiu-se de cilícios e retrocedeu do caminho mau em que ia. Até o rei estremeceu, fez penitência e lançou um édito para que o povo deixasse os maus caminhos.

De fato, em vista da nova atitude dos ninivitas, nada aconteceu. Jonas, que havia apregoado o arrasamento da cidade, julgando ter sido vitima de um Espírito mentiroso, ficou muito triste, saiu da cidade e ficou sob uma palhoça que levantou, e clamava pedindo a morte. Nesse ínterim, nasceu uma aboboreira, da noite para o dia, com ramaria já extensa e cheia de folhas, mas um bicho ataca-a e ela morre imediatamente! A situação melancólica de Jonas se agrava porque aquela aboboreira era a sua jóia, digamos mais, o produto de seus dons mediúnicos de materialização, pois uma aboboreira em uma só noite não nasce e lança folhas a ponto de ultrapassar a altura de um homem; Jonas irrita-se, blasfema, e a voz lhe responde: "Farás bem em te apaixonares por causa da aboboreira que não trataste e na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, e que nasceu numa noite, e numa noite pereceu? " "E eu não havia de ter compaixão de Nínive, na qual se acham mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão esquerda e a mão direita, e ainda onde há muitos animais?" (Jonas, iv, 9-11)

Feita esta exposição, digam os leitores: Qual é o sinal de Jonas? Haverá alguém que afirme lembrar ou representar ele algum dogma ou sacramento do Romanismo ou do Protestantismo? Não está peremptoriamente esclarecido ser a Pregação da Fé, para mudança de vida, para regeneração, o abandono da idolatria e dos pagodes que embriagam os sentidos e afastam os homens dos seus deveres religiosos? Não representará, também, o sinal de Jonas o mesmo sinal que Jesus deu de Vida Eterna, de Ressurreição, aparecendo depois de sua morte corporal e prosseguindo em sua missão de ensinar, como Jonas, após três dias de naufrágio, apareceu aos ninivitas para levar-lhes a salvação? Estude-se bem esse capítulo e procure-se tirar uma conclusão do que Jesus afirmou: "A esta geração adúltera não se dará outro sinal senão o do profeta Jonas."

Prossigamos na elucidação dos demais versículos que precedem à pregação de Jonas, citados por Lucas. Referindo-se à rainha do Sul, que outra não era senão a Rainha de Sabá, pois foi esta que saiu dos confins da Terra para ouvir a sabedoria de Salomão, Jesus deu a entender que o Espírito dessa mulher voltaria a encarnar-se no mundo por ocasião do julgamento daquela geração que lhe pedia sinais, e, juntamente com os espíritos dos ninivitas, condenaria tal geração. Realizar-se-ia já esta profecia? Quem seria essa mulher? Quais seriam os ninivitas? Mas não entremos nessas indagações, pois que somente nos compete realçar o Espírito do Cristianismo.

O inegável é que os condenados não podem deixar de ser outros, senão os que, pelas suas idéias e normas de proceder, não estão de acordo com os ensinamentos de Jesus, os que substituíram a glória de Deus pela glória dos homens, os que amam mais a criatura do que o Criador, os que puseram outro fundamento na religião, excluindo dela Jesus Cristo. Lendo-se com atenção e analisando-se oração por oração o capítulo VI, de João, versículos 29 a 64, fica-se inteirado do pensamento íntimo do Mestre, cuja idéia mater é a "Ressurreição e a Vida Eterna", princípio, base e fim da sua inigualável Doutrina, sendo os meios de alcançar esse objetivo, a crença em Jesus e a obediência aos seus preceitos.

No versículo 39, lê-se: "A vontade Daquele que me enviou é esta: que eu nada perca de tudo o que Ele me tem dado, mas que eu o ressuscite no último dia. No versículo 40, diz: "Porque esta é a vontade de meu Pai, que todo o que vê o Filho do Homem e nele crê, tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia". No versículo 44, diz: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou, o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." No versículo 47, repete: "Em verdade, em verdade vos digo: Quem crê em mim, tem a vida eterna." No versículo 54: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia." No versículo 58: "Quem come este pão, viverá eternamente".
A questão da Imortalidade e da Outra Vida é base principal da Doutrina de Jesus. Os seus discípulos haviam de ter absoluta certeza da Imortalidade, porque o Mestre, como aliás aconteceu, não deixaria de dar-lhes todas as provas de que eles necessitassem para que tivessem uma fé científica comprovada pelos fatos, de que a Imortalidade, a Vida Eterna, não era um dogma que ele impunha, mas sim um testemunho de que a sua Doutrina era de Deus, era o Pão que havia de dar às almas o alimento da crença na Vida Eterna, na Imortalidade. Bastava que cressem na sua palavra e o seguissem para observarem todos os fenômenos, todos os fatos que se desdobravam com a sua presença, fatos transcendentais, metapsíquicos, independentes de fatores físicos e que poderiam ter explicação com a aceitação da "Teoria da Vida Eterna", da "Teoria da Imortalidade", lógica e claramente proclamada por Ele em todos os seus discursos, em todas as suas manifestações espirituais, e cimentada ainda com uma vida de abnegação e sacrifícios, para que a sua Palavra de Vida Eterna não perecesse sob os dogmas farisaicos que ensombravam a religião.

As suas aparições depois da morte, constatadas por todos os Evangelistas, são letras vivas, solenes reproduções desses versículos 39, 40, 44, 47, 54, 58, que transcrevemos e não podem ter outra interpretação além da que expomos com a maior clareza e concisão. Essas figuras de que Jesus usou, como por exemplo: "quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a Vida Eterna; porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadeira bebida" não podem ser tomadas à letra. E isto o próprio Jesus disse a seus discípulos que acharam duro o discurso e impossível de compreender. "Isto vos escandaliza? Que seria se vós vísseis o Filho do Homem subir aonde estava antes? O Espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita. As palavras que eu vos tenho dito são Espírito e vida. (João vi, 62-63)

Quem não vê nessas palavras do Filho de Deus a Doutrina pela qual Ele derramou seu próprio sangue? Quem não vê que essa carne e esse sangue não são mais do que símbolos do Verbo de Deus, que se fez carne e habitou entre nós! Quem não vê que o Corpo, representado por carne e sangue, de que Jesus falou, constitui o Corpo, o conjunto da sua Doutrina, dos seus ensinos, finalmente - o Cristianismo! Então o Critianismo não é o Corpo do Cristo? O Cristo não é o Espírito do Cristianismo? E o Verbo não é a Palavra de Deus que o Espírito de Cristo assimilou e, para que fosse compreendida na Terra, constituiu um Corpo de Doutrina, verdadeira, imaculada, inatacável pela sua pureza e pela verdade que encerra? Responda quem for capaz, mas responda com fatos, com critério, com lógica, com a razão, com o bom senso.

O que quer dizer aquela expressão do Mestre: "O espírito é que vivifica; as palavras que eu vos tenho dito são Espírito e Vida"? É consentâneo com a razão fazer dessas palavras de Jesus preceitos dogmáticos e fórmulas sacramentais, desvirtuando o pensamento do Senhor e materializando, ao mesmo tempo, "o que é Espírito", a ponto de transformá-lo numa obreia de trigo, como fazem os padres romanos, ou num pedaço de pão como fazem os pastores protestantes? E que regras gramaticais usam esses exegetas para assim analisar o Evangelho, submetendo-o a injunções arbitrárias, estreitando-o à sua teologia infantil!

Uma coisa é ver o Evangelho na sua pureza "pagã", outra é observá-lo com as "águas lustrais dos batismos sacerdotais"! O Evangelho não precisa ser "sacramentado" para viver no coração da Humanidade; por si só ele se impõe, independente de influências científicas e doutorais. Se os "filólogos" quisessem prestar-lhe um serviço, ele aceitaria antes o obséquio de serem obedecidos os seus ditames de Imortalidade e Vida Eterna, os seus parágrafos de caridade, humildade, benevolência, tolerância e amor ao próximo, porque fora desses preceitos não há salvação. Outra expressão digna de nota, nas referidas sentenças de Jesus, é a que o Mestre repete com singular insistência "Eu o ressuscitarei no último dia."
Essa promessa feita em todos esses versículos, a todos os que Nele crerem, deve ter uma significação formal de realização categórica.
O estudante do Evangelho não pode pôr à margem essas palavras, que representam a realização de um fato que tem como começo a necessidade da crença nas palavras de quem as pronunciou. O último dia da vida terrena é o dia da morte, logo, a ressurreição no último dia não pode deixar de significar o reaparecimento daquele que morreu e sua consequente posse da Vida Eterna. O texto da Vulgata diz claramente Ego resuscitabo e um "in novíssimo die", do verbo resuscitare, que quer dizer: fazer voltar à vida, tornar a aparecer, restabelecer, fazer reviver.

Não foi outro o sentido que os Evangelistas deram a essas palavras. A expressão ressurreição está intimamente ligada às aparições de Jesus, como se depara muito bem no capítulo XX de João, versículo 9: "porque não compreendiam a Escritura, que era necessário ressuscitar Ele dentre os mortos." A palavra ressurreição não tem mesmo outra significação evangélica, que voltar à vida, tornar a aparecer, restabelecer-se, reviver. Indo as santas mulheres ao sepulcro, diz Lucas, XXIV, 5, ficaram perplexas por não terem encontrado o corpo de Jesus e por aparecerem dois varões com vestes resplandecentes, que lhes disseram: "Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas RESSUSCITOU - sed surrexit".

Em Marcos, capítulo XVI, 8-11, diz-se: "Surgens autem mane, prima sabbati, aparuit primo Mariae Magdalenae, de qua ejecerat septem daemonia. "- "Havendo Ele ressuscitado de manhã cedo, no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual havia expelido sete demônios." E acrescenta: "Ela foi noticiá-lo aos que haviam andado com Ele, os quais estavam em lamento e choro; estes, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e que tinha sido visto por ela, não acreditaram."
O trecho de Mateus não é menos categórico e claro. É assim que diz o Evangelista no capítulo XXVIII, 5: "O anjo disse às mulheres: Não temais vós, porque sei que procurais a Jesus, que foi crucificado; Ele não está aqui; porque ressuscitou, como disse; vinde e vede o lugar onde jazia. Ide depressa dizer aos seus discípulos que Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia, e lá o vereis."

- "Et cito euntes, dicite discipulis, ejus quia surrexit et ecce proecedit vos in Galilaeam, ibi eum videbitis, ecce praedixi vobis." Paulo na I Epístola aos Coríntios, capítulo XV, é bem explícito sobre a ressurreição de Cristo e a ressurreição dos mortos, e diz claramente, para quem tiver olhos de ver, que o Evangelho por ele anunciado, Evangelho da salvação que ele recebeu e anunciou, é justamente este: "Que Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que apareceu a Cefas e então aos doze; depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; e por último de todos, apareceu a mim também como a um abortivo."

Depois diz ele: "Se se prega que Cristo é ressuscitado dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? Se não há ressurreição de mortos, nem Cristo é ressuscitado, é logo vã a nossa pregação e também a nossa fé." Tão importante julga Paulo a ressurreição dos mortos, a aparição dos mortos, que chega a dizer que não se crendo nela, é vã a pregação e a fé; não tem efeito, não tem valor nenhum a fé, nem a pregação. E em todo o resto desse capítulo o Apóstolo não faz outra coisa senão demonstrar a veracidade da ressurreição, ou seja da aparição dos mortos, explicando até com que CORPOS eles aparecem, ressuscitam e vivem.
Diz que o homem não traz só a imagem do corpo terreno, mas também a imagem do corpo celestial (versículos 48-49); e é com este que aparece, que ressuscita, que revive. Conclui-se, de tudo isso, que o sinal de Jonas é a pregação do Evangelho no espírito que vivifica, e não na letra que mata. Conclui-se mais, que a Ressurreição, a Aparição, ou antes, as Aparições de Jesus, também são sinal de Jonas. Pois, assim como Jonas apareceu em Nínive depois do naufrágio, Jesus também apareceu aos discípulos e a muita gente, depois da morte. Conclui-se ainda mais que crer em Jesus não é só proferir a palavra - creio. É acompanhá-lo, segui-lo no seu Evangelho, estudar e meditar os seus ensinos.

Paulo seguia a Jesus em espírito, pois no seu tempo Jesus já se havia passado para a Vida Eterna. Entretanto não há quem conteste que a Doutrina de Paulo é a inspiração de Jesus, que não abandonava a Paulo, porque Paulo o seguia. E tão firme estava o Apóstolo da luz na sua fé de que Jesus o assistia, que afirmava peremptoriamente: "Já não sou mais eu quem vive, mas Jesus que vive em mim e faz todas as obras." Conclui-se, finalmente, que o Espiritismo é o Espírito do Cristianismo, Espírito esse encarregado por Jesus para vivificar a sua Doutrina, dar-lhe ampla expansão, explicá-la e até trazer-lhe o complemento indispensável, de acordo com o progresso dos povos, segundo disse o próprio Jesus:

"Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Paracleto (Consolador, Advogado, Defensor), a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber porque não o vê nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós " (João, xiv, 15-17). Notem bem a expressão "habita convosco e estará em vós"- quiad apud vos manebit, et in vobs erit.
O Espiritismo não é, como pensam alguns, uma coleção de livros que ornamentam as bibliotecas e circulam pelo mundo. Muito mais do que isso, é o IDEAL grandioso que paira sobre nós como um corpo flutuante dos Sagrados Ensinos, sustentados pelos mais poderosos sábios e santos Espíritos de Deus. Fica, pois, prevalecendo o Sinal de Jonas, como o único milagre capaz de converter a Humanidade e estabelecer no mundo a Paz e a Fraternidade.
Cairbar Schutel
Livro: O Espírito do Cristianismo

sábado, 29 de dezembro de 2012

MAIOR QUE SALOMÃO. . .


“E eis aqui está quem é maior do que Salomão.”
(Lucas, 11:31)
Nínive era uma cidade cuja população vivia subvertida pela imoralidade e desregramentos de toda a sorte.
Um Espírito do Senhor apresentou-se ao médium Jonas e ordenou-lhe que fosse lançar uma advertência à sua população. Jonas obedeceu, e, visando a cidade, conclamou os seus habitantes a interromperem a prática daqueles atos escândalos, sugerindo que todos elevassem rogativas a Deus, suplicando-lhe que poupasse Nínive de uma eventual destruição.
Dizia então o médium: “Quem sabe se Deus mudará os seus desígnios e desistirá de destruir a cidade”.
O povo de Nínive aceitou a admoestação de Jonas e se penitenciou, segundo os
costumes da época, vestindo-se com sacos e assentando-se na cinza, prometendo não
mais reincidirem no erro.
Em face dessa atitude da população, Deus poupou a cidade, uma vez que ele está sempre pronto a dar novas oportunidades a seus filhos.
O médium Jonas, vendo que a cidade não fora destruída, ficou ressentido.
Segundo o seu modo de pensar passaria aos olhos da população de Nínive como
autêntico falso profeta. Essa situação levou-o a lastimar-se amargamente de ter assumido aquela incumbência.
Retirando-se, edificou uma cabana e abrigou-se nela, na expectativa de uma
reconsideração dos Céus. Pensava ele que, devido ao seu modo de pensar e ao seu
protesto, Deus voltaria atrás em seus propósitos e destruiria a cidade, dando
autenticidade às suas palavras e evitando que passasse aos olhos dos ninivitas como
embusteiro e mentiroso.
Os Espíritos do Senhor, diante desse mesquinho capricho de Jonas, resolveram propiciar-lhe um edificante ensinamento: fizeram brotar perto da cabana de Jonas uma aboboreira, a qual, crescendo, cobriu-a, produzindo agradável sombra.
Esse fato causou grande satisfação a Jonas, o qual passou a nutrir afeição pela
planta. Entretanto, logo surgiu um bichinho que cortou a aboboreira perto da raiz e ela secou-se.
Logo surgiu um sol causticamente que fez com que Jonas desmaiasse. O profeta insurgiu-se contra os Céus, protestando contra aquele ato de fazer secar a planta que o resguardava do sol.
Nisso os Espíritos do Senhor lhe ponderaram: “Tiveste compaixão da aboboreira, que surgiu sem lhe dar qualquer trabalho e para cuja efêmera vida nada fizeste. E acha razoável que Deus não tenha compaixão da grande cidade de Nínive, cuja população soma cento e vinte mil almas, sem contar os animais, e cujos
habitantes não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua esquerda?”
O ponto alto desta passagem do Velho Testamento foi o fato de ter o povo de Nínive aceitado a advertência de Jonas e se encaminhado para a reforma, a ponto de evitar a destruição da cidade. Aproveitou Jesus essa ocorrência a fim de pôr em confronto a maleabilidade do povo de Nínive e o endurecimento do povo de Israel.
Os israelitas esperavam um Messias, entretanto o queriam nos moldes vaticinados por Moisés — “Um profeta igual a mim”. Um Cristo guerreiro e conquistador igual a Moisés e a Davi. Um Cristo que levasse a dor e a destruição a todos os povos que não comungassem com os ideais monopolistas dos escribas e
fariseus.
Quando surgiu um Cristo dócil, meigo, amoroso, fraternal, combatendo a
guerra e o ódio, os israelitas o repeliram. Passaram a exigir comprovações! Queriam
sinais. Aquele não era o Messias que eles aguardavam.
Mas o Mestre não quis dar-lhes outros sinais senão os que estava dando. Por isso exclamou: “Maligna é esta geração, ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas”.
O endurecimento do povo de Israel foi posto em confronto com o do povo de Nínive. Os ninivitas aceitaram Jonas e ali estava quem era maior do que Jonas.
O coração empedernido do povo de Israel repeliu o Cristo e o levou ao Calvário, apesar de ter dado ele a mais patente demonstração da sua autoridade, a despeito de enquadrar-se perfeitamente nos vaticínios de todos os antigos profetas e de estar produzindo fatos espantosos de curas de todos os matizes, de pleno
conhecimento de toda a cidade de Jerusalém.
O Mestre, por si só, era um sinal. Preenchia tudo aquilo que dele estava escrito.
Expulsava maus Espíritos, curava cegos, limpava leprosos e fazia levantar os paralíticos, e, além disso, discorria sobre a excelência do Reino de Deus. Nem assim conseguiu abalar o preconceito e o falso zelo religioso dos escribas, dos fariseus e do sumo sacerdote.
Na atualidade os homens ainda persistem na recalcitrância, não aceitando os sinais propiciados pelos Evangelhos, continuando a aguardar o advento de um Cristo moldado segundo os figurinos das velhas teologias: um Cristo intolerante, unilateral e eivado de imperfeições.
O Consolador prometido, novo sinal dos Céus, já está entre nós, personificado no Espiritismo, e com a missão primária de restabelecer todos os ensinamentos de
Jesus Cristo em seus devidos lugares.
A mensagem do Espírito de Verdade está em pleno processo de implantação na Terra e assim como “o Espírito sopra onde quer e nós não sabemos de onde vem e nem para onde vai”, segundo o dizer judicioso de Jesus a Nicodemos, essa mensagem fará com que a Humanidade descortine novos horizontes, fato novo que fará com que ele se liberte do jugo do fanatismo, dos dogmas e dos formalismos da letra que mata.
E, assim como: “a rainha de Sabá veio dos confins da Terra para apreciar a sabedoria de Salomão”, e a população de Nínive ouviu a advertência do profeta
Jonas, torna-se imperioso que demos guarida aos ensinamentos de Jesus, que é muito
maior do que Jonas e que Salomão.
Não aconteça que “os homens de Nínive” se levantem para também julgar esta
geração, pela sua inépcia e falta de assimilação dos preceitos evangélicos, contidos as
verdades reveladas há quase vinte séculos.

Os padrões Evangélicos
Paulo Alves de Godoy

sábado, 29 de setembro de 2012

O SINAL DE JONAS


"Maligna é esta geração; ela pede um sinal, e não lhe será dado
outro sinal senão o sinal do profeta Jonas." - (Lucas, 11:29)
Niníve, capital da antiga Assíria, situada à margem do rio Tigre, era, na Antiguidade, uma cidade muito importante, com uma população superior a 120 mil habitantes. Como ocorria com apreciável parte das grandes cidades do passado, ela vivia mergulhada na corrupção, e entre os habitantes reinavam costumes dissolutos e numerosos desregramentos.
O profeta Jonas, devidamente instruído, via mediúnica, dirigiu-se àquela cidade e ali fez com que seus habitantes se compenetrassem do erro em que estava incorrendo. Durante 40 dias, o profeta fez as suas pregações; então, suas palavras foram acolhidas e, desde o próprio rei até o mais humilde servidor, todos se decidiram a levar a sério aquelas admoestações; assim, como forma de penitência, conforme o costume da época, todos cobriram-se com sacos e se assentaram sobre a cinza.
Com essa demonstração de arrependimento, a cidade foi poupada pela Justiça Divina, evitando-se a destruição que se avizinhava. Quando Jesus desempenhava o seu Messiado, foi procurado por um grupo de escribas, fariseus e saduceus, e dentre eles alguns estrangeiros, que lhe pediram um sinal dos Céus, para que vissem e acreditassem.
A resposta do Mestre foi peremptória: "Maligna é esta geração; ela pede um sinal, e não lhe será dado outro sinal senão o sinal de Jonas." Jesus Cristo proferiu estas palavras angustiado pela incompreensão e dureza dos corações humanos. Ele havia descido à Terra, para o cumprimento da promessa sobre o advento do Messias Redentor.
No desenvolvimento de sua transcendental missão, Ele havia propiciado os mais autênticos sinais: a leprosos, restaurando a vista de cegos, levantando paralíticos e, sobretudo, trazendo uma verdade nova que vinha iluminar a mente dos homens e os horizontes sombrios do mundo. Não obstante todas essas manifestações, ali estava o segmento de um povo que se considerava "eleito de Deus", que se mantinha profundamente empedernido, "duro de cerviz e incircunciso de coração.

Aquele grupo de pessoas foi pedir-lhe um sinal dos Céus, entretanto, os sinais estavam sendo dados diuturnamente; por isso, a sua resposta foi negativa. O sinal de Jonas deveria ser o suficiente para abalar as consciências endurecidas daqueles homens. Diante da personalidade de Jesus Cristo, Jonas não passava de um profeta de projeção relativamente pequena. No entanto, dirigindo-se à população de Nínive, apregoou que a cidade seria destruída por Deus se o seu povo não mudasse de comportamento. Todos receberam as palavras do profeta e, receosos da provável destruição, mudaram radicalmente o modo de vida.

Jesus Cristo, o maior Espírito dentre os que desceram fez persistente e profusa pregação entre os homens, mostrando-lhes como seus corações estavam endurecidos; desmascarou a hipocrisia dos escribas e dos fariseus, demonstrando a precariedade dos seus ensinos e a recalcitrância em obedecer às verdades que emanavam dos Céus, através dos profetas. Não obstante, suas palavras não foram aceitas por muitos e Ele foi condenado e crucificado. Em virtude dessa obstinação e da maldade reinante nos corações desses homens, "a Jerusalém que matava os seus profetas, que apedrejava todos aqueles que lhe eram enviados, foi destruída, dela não restando pedra sobre pedra". (Lucas, 13:34-35).
Quando o Mestre asseverou que nenhum sinal seria dado àquela geração adúltera, infiel, mas apenas o sinal do profeta Jonas, Ele pretendeu dizer que, se o povo fosse mais dócil, mais humilde, mais razoável, teria recebido as suas palavras, assim como o fez o povo de Nínive.
Na realidade, o sinal de Jonas era do conhecimento de todos, pois os escribas liam para o povo o livro do profeta Jonas, e, obviamente, a atitude do povo da capital da Assíria, acatando as suas admoestação e arrependendo-se de suas faltas, era notória para todos. Amargurado diante da incompreensão do seu povo, proclamou Jesus Cristo: "A rainha do sul se levantará no dia do juízo contra os homens desta geração, e os condenará, pois dos confins da Terra ela veio para ouvir a sabedoria de Salomão; eis aqui está quem é maior do que Salomão.
Os homens de Nínive se levantarão no dia do juízo contra esta geração e a condenarão, pois se converteram com a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas." (Lucas, 11:31-32)
O apego dos escribas e fariseus aos preceitos das leis antigas era apenas aparente. Eles não aceitavam o sinal de Jonas e muito menos o de Jesus. Não se preocupavam com os sinais dados pelos antigos profetas, o que levou o Mestre a exclamar muito judiciosamente: "Não cuidadeis que sou eu que vos hei de acusar diante de meu Pai. Há um que vos acusa: Moisés, em que vós esperais.
Porque, se vós crêsseis em Moisés, certamente creríeis também em mim, pois de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?" (João, 5:45 a 47). A pregação de Jesus Cristo foi feita num clima de brandura, de persuasão. Dizia Ele: "já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe a vontade do seu senhor. Mas tenho vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer." (João, 15:15) Não obstante tudo isso, Ele não era aceito, nem na aparência, nem na realidade, pelos mentores do povo de Israel.
A corroboração desta assertiva encontramo-la em (João, 12:37-38): "E ainda que Ele tendo feito tantos milagres diante deles, não criam nele, para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, quando disse: "Senhor, quem acreditou em vossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?"
Da mesma forma como os Espíritos dos homens são submetidos a penosos resgates individuais, quando malbaratam o legado precioso que Deus lhes concedeu, as cidades também experimentam quedas e dores, quando não dão guarida aos ensinos que, de um modo ou de outro, são proporcionados à sua população pelos mensageiros dos Céus.
As cidades de Sodoma e Gomorra foram destruídas em consequência de seus inúmeros desregramentos; no entanto, segundo a própria expressão de Jesus Cristo, menos rigor haverá para elas, no julgamento divino, do que para Corozaim, Betsaída, Cafarnaum e Jerusalém, onde autênticos sinais foram produzidos pela interferência do Mestre, sem que houvesse acontecido o devido aproveitamento.
Paulo A. de Godoy