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terça-feira, 19 de março de 2013

Abril, mês de O Livro dos Espíritos "...Herculano ainda nos diz: “Sobre este livro se ergue todo um edifício: o da doutrina espírita. Ele é a pedra fundamental do espiritismo, o seu marco inicial. O espiritismo surgiu com ele e com ele se propagou, com ele se impôs e consolidou no mundo”..."...É muito comum vermos companheiros de ideal de boa vontade se dedicar à leitura e ao estudo, com entusiasmo e assiduidade, por exemplo, dos livros de André Luiz, os quais, ressaltamos, trazem muitos esclarecimentos compatíveis com os princípios espiritistas – mas é preciso conhecer-se o corpo doutrinário para poder distinguir essa qualidade..."...Os encarnados, ainda que reconhecidamente esclarecidos doutrinariamente e esforçados no que se refere à sua postura fraterna e edificante, ficam esquecidos nas prateleiras de livrarias e bibliotecas – quantas são as casas espíritas onde se encontram com facilidade livros de Deolindo Amorim, do citado Herculano Pires, de Herminio Miranda, de Carlos Imbassahy, de Hernani Guimarães e outros?... Alguns desses mencionados hoje já estão desencarnados, mas deixaram obras valiosíssimas enquanto aqui caminhavam conosco"...

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Escrito por Doris Madeira Gandres   
Qua, 18 de Abril de 2012 17:13
o livro dos espritos 2a. edicao“Com este livro, a 18 de abril de 1857, raiou para o mundo a era espírita (...) O livro dos espíritos é o código de uma nova fase da evolução humana. É exatamente essa a sua posição na história do pensamento. Este não é um livro comum, que se pode ler de um dia para o outro e depois esquecer num canto da estante. Nosso dever é estudá-lo e meditá-lo, lendo-o e relendo-o constantemente.”– Herculano Pires
Herculano Pires, como é conhecido, escritor e filósofo espírita de renome no meio e no movimento espírita, com dezenas de livros publicados e vasta atuação no cenário espiritista e laico, não poderia ter definido melhor a importância desse livro basilar que, para todo adepto sério e sinceramente interessado na doutrina, não pode jamais ser relegado ao segundo plano.
Herculano ainda nos diz: “Sobre este livro se ergue todo um edifício: o da doutrina espírita. Ele é a pedra fundamental do espiritismo, o seu marco inicial. O espiritismo surgiu com ele e com ele se propagou, com ele se impôs e consolidou no mundo”.
E é verdade – nele, toda a doutrina de forma condensada e concisa, sem que, no entanto, se perca a clareza e haja qualquer prejuízo para o bom entendimento dos temas e princípios doutrinários; todos os demais livros que compõem a codificação ali estão contidos: O livro dos médiuns, O evangelho segundo o espiritismo, O céu e o inferno e A gênese. Basta uma análise um pouco mais criteriosa e facilmente os detectamos no contexto de determinadas partes e questões.allan_kardecherculano

O que se vê, ainda, em muitas ocasiões, é uma atração quase irresistível por títulos novos, por romances e livros até algo sensacionalistas, alguns trazendo implicitamente promessas de transformação interior fácil mediante posturas externas...
O que se percebe lamentavelmente é um interesse muito mais evidente com relação aos livros ‘bonitos e emotivos’ em detrimento dos livros kardequianos, que são os que sustentam efetivamente nosso aprendizado quanto às leis da vida. Certamente que, uma vez conhecedores dos livros-chave da codificação, podemos e até devemos estender a nossa cultura espírita, buscando esclarecimentos em outros tantos livros sérios, notadamente entre os clássicos da nossa literatura doutrinária.
O que não podemos, e até não devemos, é sair atrás de todo e qualquer livro que surja no mercado, com belo título, bela capa, a maioria repetitivos, sem nada acrescentar ao nosso entendimento da vida, principalmente quando se trata de autor desencarnado, seja quem for, o é quase uma febre coletiva... Os encarnados, ainda que reconhecidamente esclarecidos doutrinariamente e esforçados no que se refere à sua postura fraterna e edificante, ficam esquecidos nas prateleiras de livrarias e bibliotecas – quantas são as casas espíritas onde se encontram com facilidade livros de Deolindo Amorim, do citado Herculano Pires, de Herminio Miranda, de Carlos Imbassahy, de Hernani Guimarães e outros?... Alguns desses mencionados hoje já estão desencarnados, mas deixaram obras valiosíssimas enquanto aqui caminhavam conosco...
Mas, tudo isso só pode ser devidamente avaliado a partir de UM livro, quando estudado, refletido e compreendido em profundidade e com respeito, para não dizer veneração, pois é a viga mestra, a pedra angular da cultura espírita – esse um é O LIVRO DOS ESPÍRITOS!

Doris Madeira Gandres é carioca, atua no movimento espírita como articulista em diversos jornais e revistas espíritas. Autora do livro A felicidade ao nosso alcance (DPL).

Uma tomada de consciência.(...)"Ninguém ou quase ninguém compreende que sem uma estruturação cultural elevada, sem estudos aprofundados no plano cultural, que revelem as novas dimensões do mundo e do homem na perspectiva espírita, o espiritismo não passará de uma seita religiosa de fundo egoísta, buscando a salvação pessoal de seus adeptos, precisamente aquilo que Kardec lutou para evitar. A finalidade do espiritismo, como Kardec acentuou, não é a salvação individual, mas a transformação total do mundo, num vasto processo de redenção coletiva.(...)",(...)"Temos de dar às novas gerações a possibilidade de afirmarem, diante do desenvolvimento das ciências e do avanço geral da cultura, como disse Denis Bradley: “Eu não creio, eu sei!” Porque é pelo saber, e não pela crença, pela fé racional e não pela fé cega, pelo conhecimento e não pelas teorias indemonstráveis, que o espiritismo, como revelação espiritual, terá de modelar a nova realidade terrena, apoiado na confirmação científica, pela pesquisa, dos seus postulados fundamentais. A revelação humana confirma e comprova a revelação divina."..., (...)"Chega de pieguice religiosa, de palestras sem fim sobre a fraternidade impossível no meio de lobos vestidos de ovelhas. Chega de caridade interesseira, de imprensa condicionada à crença simplória, de falações emotivas que não passam de formas de chantagem emocional. Precisamos da Religião viril que remodela o homem e o mundo na base da verdade comprovada. Da caridade real que não se traduz em esmolas, mas na efetivação da fraternidade humana oriunda do conhecimento de nossa constituição orgânica e espiritual comuns, ou seja, da inelutável igualdade humana....",(...)Estudemos a doutrina aprofundando-lhe os princípios. Remontemos o nosso pensamento às lições viris do Cristo, restabelecendo na Terra as dimensões perdidas do seu Evangelho. Essa é a nossa tarefa...."

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Escrito por J. Herculano Pires   
sociedadeO apego ao contingente, ao imediato, apaga na consciência dos nossos dias o senso da responsabilidade espiritual. Nem mesmo a ronda constante da morte consegue arrancar o homem atual da embriaguez do presente. O problema do espírito e da imortalidade só se aviva quando ligado diretamente a questões de interesse pessoal. O católico, o protestante, o espírita se equivalem nesse sentido. Todos buscam os caminhos do espírito para a solução de questões imediatistas ou para garantirem a si mesmos uma situação melhor depois da morte.

A maioria absoluta dos espiritualistas está sempre disposta a investir (este é o termo exato) em obras assistenciais, mas revela o maior desinteresse pelas obras culturais. Apegam-se os religiosos de todos os matizes à tábua de salvação da caridade material, aplicando grandes doações em hospitais, orfanatos e creches, mas esquecendo-se dos interesses básicos da cultura. Garantem os juros da caridade no após-morte, mas contraem pesadas dívidas no tocante à divulgação, sustentação e defesa de princípios fundamentais da renovação da cultura planetária.
A imprensa, a literatura, o ensaio, o estudo, a fixação das linhas mestras da nova cultura terrena ficam ao deus-dará. Falta uma tomada de consciência, particularmente no meio espírita, da responsabilidade de todos na construção e na elaboração da Nova Era, que é trabalho dos homens na Terra. Ninguém ou quase ninguém compreende que sem uma estruturação cultural elevada, sem estudos aprofundados no plano cultural, que revelem as novas dimensões do mundo e do homem na perspectiva espírita, o espiritismo não passará de uma seita religiosa de fundo egoísta, buscando a salvação pessoal de seus adeptos, precisamente aquilo que Kardec lutou para evitar.
A finalidade do espiritismo, como Kardec acentuou, não é a salvação individual, mas a transformação total do mundo, num vasto processo de redenção coletiva. Proporcionar aos jovens uma formação cultural apoiada na mais positiva e completa base espiritual, que mostre a insensatez das concepções materialistas e pragmatistas, dando-lhes a firmeza necessária na sustentação e defesa dos princípios doutrinários, não é só caridade, mas também realização efetiva dos objetivos superiores do espiritismo nesta fase de transição. Sem esse trabalho não poderemos avançar com segurança e eficácia na direção da Era do Espírito. Temos de dar às novas gerações a possibilidade de afirmarem, diante do desenvolvimento das ciências e do avanço geral da cultura, como disse Denis Bradley: “Eu não creio, eu sei!” Porque é pelo saber, e não pela crença, pela fé racional e não pela fé cega, pelo conhecimento e não pelas teorias indemonstráveis, que o espiritismo, como revelação espiritual, terá de modelar a nova realidade terrena, apoiado na confirmação científica, pela pesquisa, dos seus postulados fundamentais. A revelação humana confirma e comprova a revelação divina.
Esse é o problema que ninguém parece compreender. Todos sonham com o momento em que a ciência deverá proclamar a realidade do espírito. Mas essa proclamação jamais será feita, se a ciência espírita não atingir a maioridade, não se confirmar por si mesma, podendo enfrentar virilmente, no plano da inteligência e da cultura, a visão materialista do mundo e a concepção materialista do homem. Por isso precisamos de universidades espíritas, de institutos de cultura espírita dotados de recursos para uma produção cultural digna de respeito, de laboratórios de pesquisa psíquica estruturados com aparelhagem eficiente e orientados por metodologia segura, planejada e testada por especialistas de verdade, capazes de dominar o seu campo de trabalho e de enfrentar com provas irrefutáveis os sofismas dos negadores sistemáticos. É uma batalha que se trava, o bom combate de que falava o apóstolo Paulo, agora desenvolvido com todos os recursos da tecnologia.
Chega de pieguice religiosa, de palestras sem fim sobre a fraternidade impossível no meio de lobos vestidos de ovelhas. Chega de caridade interesseira, de imprensa condicionada à crença simplória, de falações emotivas que não passam de formas de chantagem emocional. Precisamos da Religião viril que remodela o homem e o mundo na base da verdade comprovada. Da caridade real que não se traduz em esmolas, mas na efetivação da fraternidade humana oriunda do conhecimento de nossa constituição orgânica e espiritual comuns, ou seja, da inelutável igualdade humana. De exposições sábias e profundas dos problemas do espírito, nascidas da reflexão madura e do estudo metódico e profundo. Temos de acordar os dorminhocos da preguiça mental e convocar a todos para as trincheiras da guerra incruenta da sabedoria contra a ignorância, da realidade contra a ilusão, da verdade contra a mentira. Sem essa revolução em nossos processos não chegaremos ao mundo melhor que já está batendo, impaciente, às nossas portas.
Não façamos do espiritismo uma ciência de gigantes em mãos de pigmeus. Ele nos oferece uma concepção realista do mundo e uma visão viril do homem. Arquivemos para sempre as pregações de sacristão, os cursinhos de miniaturas de anjos, à semelhança das miniaturas japonesas de árvores. Enfrentemos os problemas doutrinários na perspectiva exata da liberdade e da responsabilidade de seres imortais. Reconheçamos a fragilidade humana, mas não nos esqueçamos da força e do poder do espírito encerrado no corpo. Não encaremos a vida cobertos de cinzas medievais. Não façamos da existência um muro de lamentações. Somos artesãos, artistas, operários, construtores do mundo e temos de construí-lo segundo o modelo dos mundos superiores que explendem nas constelações.
Estudemos a doutrina aprofundando-lhe os princípios. Remontemos o nosso pensamento às lições viris do Cristo, restabelecendo na Terra as dimensões perdidas do seu Evangelho. Essa é a nossa tarefa.

Fonte: Jornal Mensagem, órgão do Grupo Espírita Cairbar Schutel, sob a direção de J. Herculano Pires - Ano 1 - Set/75

O jornalista Herculano Pires

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Acervo
Escrito por Heloisa Pires   
herculano pires  1Ri muito outro dia ao ler em um jornal um artigo que dizia que Herculano Pires era um filósofo e portanto não possuía a visão prática de Kardec. Quem escreveu isso não conheceu a vida e obra de Herculano e nem sabe o que é o verdadeiro filósofo, o amigo da sabedoria. Descartes, o grande filósofo francês, foi também matemático e um homem de ação; aliás, foram os filósofos que contribuíram para as grandes mudanças, sociais...
Mas, como muitos não compreendem a importância do indivíduo que sabe pensar, como indutor social ao progresso e às modificações sociais, vou me lembrar do Herculano jornalista. Poderia apenas lembrar a importância de Sartre como contribuidor para uma modificação de uma sociedade, apesar de sua visão materialista.
Herculano era filósofo, mestre em filosofia, professor e jornalista. Orgulhava-se muito de seu trabalho, por mais de trinta (30) anos nos Diários Associados, de seu trabalho como presidente do Sindicato dos jornalistas de São Paulo; os não espiritas também reconheciam o valor de Herculano, que venceu no campo da horizontal.
No jornalismo Herculano iniciou exatamente como repórter, em um trabalho dinâmico que revelava o homem capaz de olhar us estrelas, mas com os pés profundamente firmes no chão.
Desde moço Herculano contribuiu para ai modificação da sociedade, lutando pura que o epiritismo não  formasse "espíri-tas rezadoresd", mas homens de ação; fundou várias entidades filantrópicas, orgunizava distribuição de alimentos, mas também documentos e possibilidade  de desenvolvimento profissional para os irmãos mais necessitados. Isso é ser homem de ação e esse espírito se reflete em toda a sua obra. Madalena, seu livro sobre a mulher que se modificou, quando compreendeu, graças ao Mestre de Nazaré, a finalidade da existência, mostra uma pessoa perfeitamente integrada na sociedade de sua época, mas transcendendo-a, lutando, através de suas ideias, para transformá-la para melhor. Madalena não é uma mulher que diz apenas: - "Senhor!", mas que pensa, analisa, critica.
Os filósofos, como Sócrates, Platão, Popper e outros, são os amigos do saber que trazem ao mundo a arte de bem viver; e viver é ação.
Além de repórter Herculano foi durante muitos anos secretário dos Diários Associados, o homem que coordenava a manufatura do jornal.
Foi durante muitos anos crítico literário dos Diários Associados, lendo e analisando os últimos lançamentos no campo da literatura.
Como cronista da Câmara Municipal de São Paulo escrevia analisando a atuação política dos vereadores. Era respeitado por sua honestidade e capacidade de análise. Um homem que brilhava na horizontal e na vertical.
Foi um dos organizadores da Faculdade de Filosofia de Araraquara, onde trabalhou por mais de quatro anos também como professor.
Quem pensa que o grande espírito foi um sonhador, sempre com os olhos nas estrelas, está equivocado. Um homem de ação que no campo não espírita, deixou sua marca de amor, trabalho, honestidade e ação.
Realmente impressiona saber que Herculano deixou oitenta obras de valor reconhecido, inclusive prémios literários por obras não doutrinárias; os homens comuns não conseguem a quarta parte disso. Mas Herculano era acima da média e foi não só o espírita de destaque mas o homem do mundo respeitado, que viveu como o homem do mundo, na compreensão da Verdade Eterna.
Para os menos avisados que não compreenderam Herculano, vou lembrar apenas mais duas atitudes que definem o homem de ação, o filósofo, o jornalista, o escritor, o professor, o expositor espírita, o pai amoroso, o marido carinhoso, o filho responsável. Herculano fundou a Paidéia, editora sem fins lucrativos, visando a divulgação da doutrina espírita. Defendeu e deixou isso em um artigo distribuído no Congresso dos jornalistas realizado na Bahia, do qual foi patrono, de que a maior caridade é formar homens úteis, educando-os, preparando-os para a vida. Nesse artigo ele diz que não basta matar a fome, mas é preciso ensinar o indivíduo a viver, a se integrar à sociedade trancendendo-a. Lembra que os espíritas copiando atitudes comuns em outras doutrinas espiritualistas, pensam apenas em organizar instituições que atendem às necessidades primeiras do homem, matando a fome; e se esquecem que a finalidade é transformar, como diz Kardec, no Livro dos espíritos, em "Leis Morais", pela educação.
Como espírita a postura básica de Herculano foi a necessidade de fazermos do centro espírita um local onde o indivíduo se prepararia para se tornar útil à sociedade e a si mesmo. Em seu livro O centro espírita, ele é claro. Cabe ao centro agir como indutor à formação de indivíduos capazes de se tornarem transformadores sociais, agindo sobre a comunidade. Foi o homem de ação que impediu a mutilação do O evangelho segundo o espiritismo, do qual reconhecia a importância, publicando artigos esclarecedores sobre a impossibilidade de mexer em alguma obra literária; reconhece o respeito que se deve aos autores vivos ou desencarnados. Não fosse um homem de ação e não teria conseguido sustar a publicação do Evangelho adulterado.
Em várias outras ocasiões mostrou, também no meio espírita, a sua capacidade de agir rapidamente e com energia na defesa da verdade eterna, da doutrina espírita.
Com Vandik de Freitas formou um grupo de pesquisa que ia analisar, nos vários centros espíritas, os fenómenos de efeitos físicos, verificando os verdadeiros e os produtos de mistificação, e publicando isso no jornal.
Como Herculano encontrou tempo para tudo? É de admirar, quando a maioria não consegue fazer a décima parte. Mas meu pai, Herculano Pires, conseguiu ser o chefe amoroso e eficiente de uma família onde havia "dez filhos": seis cunhados que haviam perdido a mãe e quatro filhos que teve com dona Virgínia, dentre os quais eu sou orgulhosamente a segunda. Amado profundamente por todos, trabalhando durante muito tempo, ele e vovô  Ferraz, pai de minha mãe, conseguiram fazer com que  todos os que desejaram estudassem. Uma  família feliz, onde quinze eram os netos, cinco dos quais meus filhos.
É com muita tranquilidade que analiso as críticas imaturas que dirigem a Herculano Pires, desejando que esses indivíduos consigam fazer a quarta parte do que esse homem extraordinário fez em sua última encarnação. Não analisei o pai, mas o homem Herculano Pires. E concluo que ele foi um génio na arte do bem viver e na capacidade de agir sobre a sociedade tentando transformá-la para melhor.
Hoje Herculano não é mais meu pai; é um homem universal, um irmão mais velho a quem muito admiro e respeito. Realizou uma tarefa importante, como espírita e consequentemente como cidadão, desde que o espiritismo tem por função integrar o homem ao mundo.
Como homem de ação a tarefa maior de Herculano foi libertar os centros espíritas do igrejeirismo, dos rituais, da "caridade estéril", da incompreensão da finalidade da existência.
A obra de Herculano Pires aí está e quem quiser conhecer o homem, deve lê-la; não concordar com alguma ideia de Herculano é um direito; tentar apresentá-lo de forma errada é incompreensão da vida e da obra de um dos maiores vultos do espiritismo no Brasil. Podemos "crescer", sem tentar derrubar os vultos maiores, com o martelo de nossa imaturidade. Há lugar para todos nesse universo infinito; cada um pode conseguir o seu lugar, sem, como um adolescente, atacar os vultos que na realidade  ama, admira...

Publicado na edição 196 do jornal Correio Fraterno - abril 1987

Curiosidade e renovação .(..)" Há outra forma de curiosidade, bem intencionada e às vezes piedosa, não há dúvida, mas improdutiva, porque não sai da rotina, não opera qualquer mudança de ideias ou de hábitos. É o caso, por exemplo, das pessoas que vão ao centro espírita somente por causa dos guias espirituais e, por isso mesmo, toda a atenção se dirige ao médium, a ninguém mais. De certo tempo em diante, a curiosidade rotineira termina criando a "idolatria do médium" e a "devoção dos guias". E o aprendizado? E a renovação da criatura? E a mudança de hábitos? Nada. Há pessoas que frequentam centros espíritas há cinco ou dez anos, ouvindo a palavra dos guias, pedindo mensagens e comparecendo religiosamente às sessões mediúnicas, mas continuam pensando como pensavam antes: ainda têm medo de "azar", ainda acreditam no inferno, ainda fazem penitência...", (...)"certas pessoas são capazes de caminhar muitos quilômetros à procura de um médium, com chuva ou com sol quente, seja lá onde for, mas não têm a paciência nem o interesse de ficar meia hora pelo menos no recinto de um centro para ouvir uma palestra, uma elucidação doutrinária". ...

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Escrito por Deolindo Amorim   
Seg, 23 de Janeiro de 2012 14:07
obras bsicasDisse Allan Kardec, em relação ao espiritismo, que "o período da curiosidade já passou". Estávamos na segunda metade do século 19.
A observação de Kardec está na parte final de O livro dos espíritos – Conclusão 5. Teria passado mesmo? É a pergunta que muita gente ainda faz. Como não existe conceito absoluto na linguagem humana, devemos considerar que o período da pura curiosidade realmente já passou para aqueles que não se prendem mais à mesa mediúnica nem aos médiuns como o único ponto de interesse pelo espiritismo; mas ainda não passou para quantos ainda estão na fase inicial, durante anos a fio, consultando os mentores espirituais, sem um passo sequer no conhecimento aprofundado.
Tudo é relativo, todos sabem disto. Claro que o codificador se referia ao desenvolvimento natural do conhecimento através de etapas: primeiramente a curiosidade, o desejo de ver com os próprios olhos, a vontade incontida de falar com espíritos; depois naturalmente o raciocínio analítico, a reflexão; por fim, e pela ordem lógica, vem a convicção, a integração na doutrina. E daí por diante, não se pára mais de estudar e observar, pois a "sede de saber" não admite limitações.
Houve, de fato, um período de curiosidade, aliás necessário, e foi o período em que todas as preocupações se concentraram na parte mediúnica do espiritismo. O elemento mediúnico nunca deixou nem deixaria de ser necessário e sempre importante, mas a fixação exclusiva no fenômeno, como se não houvesse mais motivação, com o tempo cedeu lugar a outra ordem de cogitações, que se polarizaram exatamente na Doutrina e suas consequências. Um campo novo, que se abriu para muita gente no ciclo histórico das primeiras obras espíritas. E, por isso mesmo, Allan Kardec frisou muito bem: a curiosidade passou.
Claro que há curiosidade no sentido comum de apenas querer ver, sem qualquer objetivo sério, e curiosidade no sentido especial de procurar a verdade ou adquirir conhecimento. Esta última expressão de curiosidade revela bom senso e honestidade de propósitos. É, enfim, uma curiosidade que a própria doutrina espírita suscita a cada passo. Mas o que ainda se nota, em grande parte, é a curiosidade vulgar, sem a mínima preocupação de estudo ou de enriquecimento espiritual, isto é, a curiosidade dos que procuram apenas espetáculo, e nada mais. Há outra forma de curiosidade, bem intencionada e às vezes piedosa, não há dúvida, mas improdutiva, porque não sai da rotina, não opera qualquer mudança de ideias ou de hábitos. É o caso, por exemplo, das pessoas que vão ao centro espírita somente por causa dos guias espirituais e, por isso mesmo, toda a atenção se dirige ao médium, a ninguém mais. De certo tempo em diante, a curiosidade rotineira termina criando a "idolatria do médium" e a "devoção dos guias". E o aprendizado? E a renovação da criatura? E a mudança de hábitos? Nada. Há pessoas que frequentam centros espíritas há cinco ou dez anos, ouvindo a palavra dos guias, pedindo mensagens e comparecendo religiosamente às sessões mediúnicas, mas continuam pensando como pensavam antes: ainda têm medo de "azar", ainda acreditam no inferno, ainda fazem penitência. Os hábitos religiosos continuam sendo os mesmos. Isto quer dizer que não aprenderam espiritismo, não receberam ou não absorveram esclarecimentos da doutrina. Ainda permanecem na fase inicial da curiosidade comum, não deram um passo adiante, pois não apresentam qualquer mudança. É o caminho para o fanatismo. Mas o espiritismo é uma doutrina renovadora. À medida que se estuda a doutrina e que se absorve o ensino espírita, naturalmente alguma coisa começa a mudar, aos poucos: a visão da vida e das coisas, a concepção de Deus e sua suprema justiça; a noção de responsabilidade e assim por diante.
Já se disse, e não faz mal repetir, que certas pessoas são capazes de caminhar muitos quilômetros à procura de um médium, com chuva ou com sol quente, seja lá onde for, mas não têm a paciência nem o interesse de ficar meia hora pelo menos no recinto de um centro para ouvir uma palestra, uma elucidação doutrinária. No entanto, como ainda ensina Allan Kardec, que o espiritismo progrediu sobretudo desde que foi compreendido em sua "essência íntima". É realmente a essência da Doutrina, o conhecimento da doutrina que se aprende a valorizar a comunicação dos espíritos e sua significação no progresso moral. Enquanto a mesa mediúnica for apenas objeto de curiosidade ou simples motivo de devoção, não há renovação, não há progresso no conhecimento do espiritismo. Mas temos de reconhecer, finalmente, que a orientação de origem tem muita influência, sob este ponto de vista. Há centros que fazem questão de dar preferência aos trabalhos mediúnicos, como se fossem a razão de ser de sua existência, enquanto a doutrina fica em segundo plano e às vezes nem é comentada nas reuniões... Então, os frequentadores assíduos, se habituam à rotina e não entendem o espiritismo a não ser pela via mediúnica. Se é assim que entendem o espiritismo, evidentemente não se interessam pelas explanações doutrinárias. Lembro-me bem de um centro espírita, que frequentei no bairro de São Cristóvão, há muitos anos, nos primeiros contatos que tive com o espiritismo. O presidente era o médium da casa e fazia tudo: doutrinava mediunizado, dirigia o serviço de passes, cuidava das desobsessões etc. Nenhum livro da doutrina. Toda a assistência via o centro exclusivamente pela pessoa do médium. Tudo se fazia em função do médium. Tempos depois, apareceu alguém, que começou a colaborar no centro e conseguiu introduzir o estudo doutrinário, semanal. Então, ficou reservado um dia especialmente para a explanação da Doutrina. Pois bem, a maior parte da assistência, que já estava mal acostumada, reagiu desagradavelmente. Lembro-me bem, como se fosse hoje, de que certa vez um dos frequentadores, daqueles que nunca faltavam às sessões mediúnicas, ao chegar à sala, assim que viu no quadro de aviso que aquela noite seria de estudo doutrinário, voltou imediatamente e ainda falou assim, quase afrontado: "Isto não interessa!" e se foi mesmo... Em parte, alguns centros são responsáveis por essa discrepância, justamente porque não criam desde cedo o hábito do estudo, sem desprezar a parte fenomênica. O equilíbrio antes de tudo.

Texto publicado no jornal Correio Fraterno, edição 108,  dezembro de 1979

PELA REVIVESCÊNCIA DO CRISTIANISMO."Irmãos e amigos. Ainda é para o estudo e a prática do Evangelho, em sua primitiva pureza, que tereis de voltar o vosso entendimento, se quiserdes salvar da destruição o patrimônio de conquistas grandiosas da vossa civilização."

PELA  REVIVESCÊNCIA  DO  CRISTIANISMO
Emmanuel

Irmãos e amigos. Ainda é para o estudo e a prática do Evangelho, em sua primitiva pureza, que tereis de voltar o vosso entendimento, se quiserdes salvar da destruição o patrimônio de conquistas grandiosas da vossa civilização.
 
ÉPOCA DE DESOLAÇÃO
 
Tocastes a época da desolação, em que os homens não mais se compreendem uns aos outros. A morte de todos os vossos ideais de concórdia, a falência dos vossos institutos pró-paz requerem a atenção acurada da Sociologia e esta somente poderá solucionar os problemas que vos assoberbam, cheios de complexidades e transcendência, com o estudo do Evangelho do Cristo, porém, não segundo os ditames da convenção social, que há muitos séculos vem transformando o ideal de perfeição do Crucificado num acervo de exterioridades, que os homens adotaram por questões de esnobismo ou de acordo com os interesses da facção ou da personalidade.
Novos sistemas políticos, sobre as bases dos nacionalismos que vêm criando no seio dos povos a terrível autarquia, ou sobre os alicerces frágeis desse comunismo que objetiva a extinção do sagrado instituto da família, apenas correrão o orbe com a sua feição de ideologias ocas, envenenando os espíritos e intoxicando as consciências.
 
A NORMA DE AÇÃO EDUCATIVA
 
O psicólogo, o pedagogista, o formados das novas gerações, para entrarem na arena da luta a prol do aperfeiçoamento de cada individualidade sobre a Terra, terão de buscar a sua norma de ação dentro do próprio Cristianismo, em sua simplicidade inicial, se não quiserem que a Humanidade atinja a culminância dos arrasamentos e das destruições.
As religiões literalistas passaram, desdobrando com as suas filosofias, sobre a fronte da Humanidade, um manto rico de fantasias e de concepções variadas, mas baldas de essência e de espírito que lhes vivificassem os ensinamentos.
 
A FALHA DA IGREJA ROMANA
 
A Igreja Católica, amigos, que tomou a si o papel de zeladora das idéias e das realizações cristãs, pouco após o regresso do Divino Mestre às regiões da Luz, falhou lamentavelmente aos seus compromissos sagrados. Desde o concílio ecumênico de Nicéia, o Cristianismo vem sendo deturpado pela influenciação dos sacerdotes dessa Igreja, deslumbrados com a visão dos poderes temporais sobre o mundo. Não valeu a missão sacrossanta do iluminado da úmbria, tentando restabelecer a verdade e a doutrina de piedade e de amor do Crucificado para que se solucionasse o problema milenar da felicidade humana.
As castas, as seitas, as classes religiosas, a intolerância do clericalismo constituíram enormes barreiras a abafarem a voz das realidades cristãs. A moral católica falhou aos seus deveres e às suas finalidades.
A Espanha atual, alimentada de catecismo romano desde a sua formação, é bem, com os seus incêndios e depredações de tudo o que fora feito, um atestado da falência dos ensinamentos ou da orientação de Roma para alcançar o desiderato do progresso coletivo e da ética social.
Não nos elícito influenciar os homens e as suas instituições. Todavia, podemos apreciar a influência das idéias sobre as massas, apreciando-lhes os resultados. É o que desejamos evidenciar, solicitando vossa atenção para o complexo de fenômenos dolorosos, de ordem social e política, que vindes observando há alguns anos. Fazendo-o, temos o objetivo de vos demonstrar a que resultado conduziu os povos a deturpação da palavra do Cristo, e a necessidade de voltar-se o raciocínio individual e coletivo para a compreensão dos deveres que dela decorrem.
 
O PROPÓSITO DOS ESPÍRITOS
 
O nosso propósito, na atualidade, é cooperar convosco pela obtenção da paz e da concórdia no seio da coletividade humana.
Agora, filhos, já não são mais os homens os donos do trabalho, os senhores absolutos da tarefa. Tomando por seus companheiros os de boa-vontade que se acham aí no planeta, buscando o aprimoramento anímico e psíquico onde aí se encontrem, são os gênios do Espaço que, sob a égide do Divino Mestre, vêm proclamar, por entre as sociedades terrenas, as consoladoras verdades, as grandiosas verdades.
Já agora, não mais se poderá abafar o ensinamento no silêncio escuro dos calabouços, porquanto uma nova concepção do direito e da liberdade felicita as criaturas.
É em razão disso que os túmulos falam, que os mortos voltam da sombra e do amontoado das cinzas, para dizer-vos que a vida é o eterno presente e que a imortalidade, dentro dos institutos da justiça incorruptível, que nos observa e julga, é um fato incontestável.
Conclamando os homens, nossos irmãos, trazemos a todos o fruto abençoado de nossas penosas existências, asseverando a cada um que o problema da paz e da felicidade está solucionado no estatuto divino. Todas as nossas atividades objetivam a revivescência do Cristianismo na Terra, de modo que um templo se levante em cada lar e um hostiário em cada coração.
Auxiliai-nos, trazendo-nos o concurso da vossa boa-vontade, de vosso querer; ajudai-nos em nossos propósitos benditos de reedificação do Templo de Jesus, de cujos altares os maus sacerdotes se descuidaram, levados pelos cantos de sereia da vaidade e dos interesses do mundo.
Que o Mestre abençoe a cada um de vós, fortalecendo-vos a fé, para que possamos com Ele, com a sua proteção e a sua misericórdia, vencer na luta em que nos achamos emprenhados.

Fonte: Livro “EMMANUEL” – Psicografia Chico Xavier – Espírito Emmanuel

AS PRETENSÕES CATÓLICAS ."a igreja não esconde o seu propósito de escravizar ainda as consciências humanas e, com os seus continuados pruridos de hegemonia sobre todos os outros cultos, revela suas fundas saudades do Santo Ofício, para algemar o pensamento dos homens às enxovias dos seus interesses."..."(...)Nenhum culto, que se prenda a Deus pela devoção e por determinados deveres religiosos, tem o direito de interferir nos movimentos transitórios do Estado, como este último não tem o direito de interferir na vida privada da personalidade, em matéria de gosto, de sentimento e de consciência, segundo as velhas fórmulas do liberalismo"..., ... Os tempos apostólicos, que ainda iluminam o coração da Humanidade sofredora, até os tempos modernos, pela sua união com o Evangelho, foram muito curtos. Não tardou que a organização dos bispos romanos preponderasse sobre todos os núcleos do verdadeiro Cristianismo, sufocando-os com as suas forças temporais. Inventaram-se todas as novidades para o ideal de simplicidade e pureza de Jesus e, desde épocas remotas, o Catolicismo é bem retrato do farisaísmo dos tempos judaicos, que conduziu o Divino Mestre á crucificação....

AS   PRETENSÕES  CATÓLICAS
 
Emmanuel
 
 
 
Achai possível e, sobretudo, conveniente que a Igreja volte a sagrar o chefe do Estado no Brasil?
Em caso afirmativo, qual a Igreja caberia essa função?
Deverá o poder da República receber a sagração de todos os cultos?
 
 
 
As perguntas acima revelam o assunto palpitante dos interesses inferiores da Igreja de Roma na América do Sul, mormente no Brasil, segundo as nossas considerações em anterior comunicado.
Motivam-nas algumas declarações feitas ultimamente por um padre católico, considerando a “origem divina do poder sobre a Terra”, tentando reconduzir o Estado às antigas bases absolutistas e teocráticas.
Decididamente, a igreja não esconde o seu propósito de escravizar ainda as consciências humanas e, com os seus continuados pruridos de hege.monia sobre todos os outros cultos, revela suas fundas saudades do Santo Ofício, para algemar o pensamento dos homens às enxovias dos seus interesses.
Em pleno século XX, fala-se na necessidade de se delatarem os crimes dos pais, dos esposos, dos irmãos; preconiza-se a devassa das instituições, dos lares e das consciências. Não será surpresa para ninguém, se os padres católicos exumarem amanhã, das cinzas da Idade Média para os dias que correm, o célebre Livro das Taxas, do tempo de Leão X, em que todos os preços do perdão para os crimes humanos estão estipulados.
 
 
 
O  CULTO  RELIGIOSO  E  O  ESTADO
 
A evolução dos códigos políticos da América do Sul deveria merecer mais respeito por parte dos elementos que se acham sob as ordens do Vaticano.
Falar-se em sagração do chefe do Estado pela Igreja Romana, aliando o direito divino às obrigações políticas, depois de tantas conquistas sociais da República, seria quase infantilidade, se isso não representasse algo de perigoso para os próprios códigos de natureza política do país.
Nenhum culto, que se prenda a Deus pela devoção e por determinados deveres religiosos, tem o direito de interferir nos movimentos transitórios do Estado, como este último não tem o direito de interferir na vida privada da personalidade, em matéria de gosto, de sentimento e de consciência, segundo as velhas fórmulas do liberalismo. Há muito tempo, os fenômenos do progresso político dos povos proscrevem essas nefastas influências religiosas sobre a política administrativa das coletividades.
 
 
 
SEMPRE  COM CÉSAR
 
Já o próprio Cristo asseverava nas suas divinas lições; - “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus.”
Mas, a Igreja Católica Romana jamais ocultou sua preferência pela amizade de César.
Os tempos apostólicos, que ainda iluminam o coração da Humanidade sofredora, até os tempos modernos, pela sua união com o Evangelho, foram muito curtos. Não tardou que a organização dos bispos romanos preponderasse sobre todos os núcleos do verdadeiro Cristianismo, sufocando-os com as suas forças temporais.
Inventaram-se todas as novidades para o ideal de simplicidade e pureza de Jesus e, desde épocas remotas, o Catolicismo é bem retrato do farisaísmo dos tempos judaicos, que conduziu o Divino Mestre á crucificação. Amiga dos poderosos, em todos os tempos, bastilha do pensamento livre da Humanidade que tentou a civilização cristã, é talvez, por esse motivo, que a Igreja, pela voz dos seus teólogos mais eminentes, procurou sempre revestir o poder transitório dos felizes da Terra com um caráter de divindade. Batida pela demagogia céptica de todos os filósofos e cientistas que seguiram no luminoso caminho das concepções liberais, retirada da sua posição de opressora para se transformar em instrumento humilde de outros opressores das criaturas humanas, a Igreja, na sua assombrosa capacidade de adaptação, esperou pacientemente outras oportunidades para reaquisição dos seus poderes e de suas tiranias e as encontrou dentro da mística do Estado totalitário.
 
 
Retirado do livro "Emmanuel - Dissertações Mediúnicas Sobre Importantes Questões 
Que Preocupam a Humanidade", " -  Chico Xavier/Emmanuel..